n-THE2E
QUE
PUBLICAMENTE SUSTENTA
EM
NOVEMBRO
DE
1865.PARA
OBTERO
GRÁO DE
DOUTOR
EM
HBDICL\A
PELA
FACULDADE
DA
BAHIA
|)0$$tírant(r
òc
Múio
€>oit\n\\o
NATURAL DA MESMAPROVÍNCIA
riLBOLEGITIMO
*3)c Amtouio Joaiiiiim De «.vuiHaJc c 2). «Abatia Da Jbtiumictação t JlWlo.
BAHIA:
TYPOGRAPHIA
POGGETTI
DE TOURINHO
&
C.«{
DA
BAHIA.
DIRECTOR
O
Ejc.moStt*\Conselheiro
19b; ^Forlo ISfígítisfa tiosAnjo*.
Ex.m0Snr. Conselheiro I)r. Vicente Ferreira de Magalhães.
ossns. DOt-ronics • •*ANNO. mate.iiasque leccionam
,..,..,
„„„„,,-;„<, "i Physica emgeral, cparltcu!arrricntccm suasCons. Viccnlcfrcrrcirade Magalhães . .! aPDiicacõ<'SaMedicina. Francisco RodriguesdaSilva ChlmicáeMineralogia. AdrianoAlvesdeLimaGordilho . . . Anatomiadescripliva.
1.' ANNO.
Anloniode Cerqueira Pinto Chimicaorgânica. JeronymoSodré Pereira Pliysiologia. António Marianodo Uomtlm liotanica eZoologia.
AdrianoAlvesdeLimaGordilho. . . . RepetiçãodeAnatomiadescripliva.
5.' ANNO.
Eiia«JoséPedroza Anatomiageral cpalhologica. JosédeGóesSiqueira Palhologiageral.
JeronymoSodré Pereira
...
Physiologia.A.'ANNO.
Cons.ManoelLadisláoAranhaDantas. . Palhologia externa.
AlexandreJosé deQueiroz
...
Palhologiainterna.„ „. „ e-™«-i« \ Panos,moléstiasde mulherespejadasedemenino?
MatinasMoreiraSampaio
\ rcccúinascidos.
S.°ANNO.
AlexandreJoséde Queiroz.
...
Continuação de Palhologiainterna. JoaquimAntóniod'OliveiraDolclho . . Matériamedicaetherapeulica., . . , . ^„„.«,,„. ) Anatomia lopographica, Medicinaoperatória, e
JoséAntónio deFreitas
^ apparelhos.
C*ANNO.
AnlonioJoséOzorio Pharmacia. Salusliano Ferreira Souto Medicinalegal.
DomingosRodrigues Seixas Uygienc,cHistoriada Medicina. •VntonioJosé Alves Clinicaexternado3.*e4.° anno. AnlonioJanuário de Faria Clinicainternado5.*e6.' anuo.
<D2r^vD32tfS>&33»
RozcndoApiigio PereiraGuimarães. .")
Ignacio José daCunha f _ •
PedroRibeiro deAraújo /Secção Accessoria.
José Ignacio de Barros Pimentel. . .\
VirgílioClymaco Damazio /
Josc AfTonso Paraizo deMoura. . . .\
Augusto Gonçalves Martins I
DomingosCarlos daSilva >Secçao Cirúrgica.
DcrnetrioCyriaVoTourinho /
Luiz Alvares dos Santos > Secção Medica.
JoãoPedro da CunhaValle. . . , .y
O
""viu.Sr.8>r.Ciiieimiuto E*intotiaSilvu.dííauiâiaiJi. a'jfl'ii3\rjiuijii
O
Sr, S5r. 'fllionia/. «l'Aquino CiaHpnr.SECÇÃO
CIRÚRGICA.
PARTOS.
Haverá alguma relação de causalidade enlrc a existência regular da menstruação durante o aleitamento e o
racliitismo dos meninos?
lr
^&«F
,;PUMEIEA
FARTE.
MULHER
chegando á certa épocha da vida seuor-ganismo
tem
de sofireruma
revolução, e infundir-lhe a certeza de que acha-se apta á preencher o^"X^^UTo*
^ grande mysterio da procreação.Se seu physico torna- se mais gracioso, e característico
tomando
formas torneadas, o púbis cobrindo-se de pellos, a bacia adquirindomaiores dimensões, as
mamas
pullulando, e tornando-se maissensí-veis, seu moral não escapa á estas mutações, e por sua vez manifesta
phenomenos,
que sedenunciam
pela timidez, vergonha para aquellesmesmos com quem
pouco antes brincavamsem
omenor
escrúpulo,gosto á solidão, de. Até ahi os
phenomenos
são mais, oumenos
apre-ciáveis, e caracterisam a épocha da puberdade: interiormente,
porém
prepara-se
uma
funeção pela qual a mulher gosa o sublime privilegioda maternidade: essa funeção, ainda que possa passar desapercebida,
ás mais das vezes é denunciadapor sympathias, que se revelam pela
intumescência das
mamas,
máo
estar, pesade cabeça, vertigens,lia-res noslombos e sacro, calor
no
hypogastrio, intumescência e prurido daspartes genitaes, ás vezesfebre e perturbações nervosas. Depoisde
alguns dias de duração
um
escorrimento demuco
tem
lugar pelas partes genitaes; este muco, que alguns dizem ter cheiro especial ecôrcinzenta, vai misturando-se á sangue, e chegaá ponto
de
parecersangue puro; n'esse estado dura alguns dias. vai finalmente
des-maiando
até desapparecer: áesse escorrimentochama-semenstruação.Qual a causa?Qual a sede? Á|>pensos ao útero existem dous órgãos -^ovários,constituídosporvesículasencaixadas
em
um
tecido esponjoso e vascular—
síroma: cada vesícula encerra
um
ovulo: poisbemf
essesórgãos análogos aos testículos no
Tiomem, quando
amulher
tende á cumprir a missão de propagar a espécie, adquirem maior vitalidade, econgestionam-se;
uma
das vesículas é o ponto, parao
qual affluem essa vitalidade e congestãodando
em
resultado seu maiordesenvolvi-mento, e quasi
sempre
a rotura; rota a vesículasaeo ovulo, querece-bidopelo pavilhão chega ao úteropercorrendo atrompa: é a ovulação, funeção de que ha pouco fallei. útero não fica estranho á essas
vi-cissitudes; ao
mesmo
tempo
que
a causa obrasobreosovários reper. cute sobre elle, congestiona-o: arede vasculardamucosa
d'essc órgão torna-se túrgida, e deixa extravasar sangue:é a menstruação.Estes dous
phenomenos
acham-se de tal sorte ligados, que,quando
houver menstruação, dá-se necessariamentea evolução deuma
vesi. cuia de Graaf: a reciprocapodedeixarde dar-se, ahi estam factosmos-trando mulheres concebendo
sem
nunca terem sido menstruadas; enão repugnaadmittiressa força concentrando-seno ovário
sem
que des-perte o útero, ou a presença do ovulosendo estimulo insuíficienlepara provocar essahemorrhagia physiologica.Depois da queda doovulo,a parede da vesícula constituída por duas
membranas,
a externa delgada, transparente, e muitoretractil,ainter-na
maisespessa, maisopaca, e não retractil, torna-se a sededotraba-lho decicatrisação, o qual pelos
phenomenos
que oacompanham, tem
merecido onome
de formação do corpo amarello.A
cavidade deixada pelo ovulo enche-se de sangue extravasado durante a rotura; amem-branainterna tumefeita
toma
numerosas dobras dividas á retracçãodasendo
absorvido,opor
tantodiminuindo devolume, novasdobrasfor-mam-se.
actuando amesma
causa: no fim deum
mez
nola-se que 1membrana
internaestá reduzidaáuma
massaraiada ede còramarella devida áembebição dosangue; a cavidade acha-se muito reduzida epara que o
aehegamcnlodc
suasparedes deixecomo
único vestígiouma
linha amarella, quedepois desappareçe detodo, é precisoquatroá seis
mezes:
quando
setiverdado a fecundação, estesphenomenos sam
mo-rosos; a vesícula adquire
um
desenvolvimento muitomaior, e só prin-cipia ádeerescernofim do terceiro mez, noquartomez
o volume é de dons terços; dosexto ao nonodeum
terço, e sô depois do parto é quefica reduzida
áum
nudeo
duro: estamarcha
pode sjffrermuita irregu-laridade.A
idadeem
quetem
lugaramenstruação variacom
os climas,cons-tituições, temperamentos, hábitos ete.; e se á telascausas
addicionur-mos
oscaprichos da natureza, ver-nos-hemos na impossibilidade deprecisartai épocha; por isso cingimo-nosá dizer (pie
em
nosso paiz aidade de qualorze á quinze annos é a mais
commum.
A
variação quehemos
notado na apparição d'esta funeção não desappareçeuma
vezcila estabelecida, não; cila é limitada e a sua terminaçãoé cercada da,
mesma
incerteza:nem
ha que admirar, poisnohomem
amesma
cou-za dá-seá respeito da funeção espermalica;com
tudo a idade dequa-renta e cinco á cincoenta annos traz ordinariamente sua cessação e
col-loca a
mulher
cm
uma
épochachamada
crilica.Depois de termos indicado as idades
em
que apparece e desappare•ce a menstruação,
convém
dizer que esta funeção(chamamos
funeçãopor ser o actopelo qual torna-se apreciável a ovulação), é periódica e
coincide detrinta
em
trinta dias. Sr. I)r. Feijó pretende explicar aperiodicidade pelo desenvolvimento
cm
proporção mais, oumenos
re-gular, que
tem
as vesículas, eacharem
secilasem
planos mais, ou.menos
periphericos na razão directa de seu desenvolvimento. Assim, sejam À, B,G
três vesículas, das quaesA
é a mais desenvolvida ea maissuperficial, será esta a primeira á romper-se:
B menos
desen-volvida e mais profunda precisará trinta dias para adquirir o desen-volvimento e chegar á posição davesícula A: C, que era
menor
queB, e oceupava
um
plano mais profundo precisará deHnta
dias para attiogiro tamanho, epíano (festa, ou sessenta para os da vesicula A:quer se explique a periodicidade por esta maneira, quer pela formação
dos corpos amarellos,
achamos
que a sciencia não se satisfará, porapresentarem-se graves objecções e as
mesmas
causasamoldarem-se para satisfazei-as.A
suecessão da menstruação podedeixar de prece-der-se dos symptomas,que
temos enumerado: no estado physiologico amenstruação sódeixa de seguir a periodicidade durante a prenhez eo aleitamento; talvez por serem fontes de esgoto á que o organismo não poderiaprestar-se impunemente: outro tanto nãoacontece
quando
as causas morbiíicasactuam, porque
podem
exercer grande influenciaou
em
sua suecessão, ouem
sua duração, ouem
sua quantidade; ecomo
isto seja incontestávelpassemos á tratarde sua duração.O
escorrimento menstrual persiste durante cinco dias, sendo osmédiosaquelles
em
que é mais corado e mais abundante.A
quantida-de de sangue não sendo a
mesma
durante todo o período menstrual,não sendo sempre continuo o escorrimento, sendo susceptívelde
di-minuição ousuppressão
momentânea
oudefinitiva debaixo dainfluen-cia das emoções moraes, trabalho digestivo, frio,
ác,
traz grandedifficuldade
em
sua avaliação; ecom
quanto á esta difficuldade venhaaddicionar-se a variabilidade que o regimen, género de vida, climas
fazem soffrer á essa quantidade, quer
em uma
me.-mamulher
querem
diversas,pudemos
dizer queé de trez á cinco onças.A
analyse microscópica praticada pelo Sr. Pouchetlhetem
permit-tido ver: l.° grande
numero
deglobulos sanguíneosnoestadonormal:2.° glóbulos mucosos: 3.°escamasdeepithelio: 4.° soro de sangue: 5.° fluido mucoso.
Pela analyse chimica o Sr.
Simon
obteve:Agua
785,00
Partessolidas
215,00
Gordura ,
2,58
Albumina
,76,54
Glóbulos . ,
120,40
Matériasextractivas esaes ,
8,60
Até aqui
temos
falladoda menstruação e consideradoa evoluçãodeuma
ou mais vesículas de Graafcomo
causa d'ella: agoraconvém
que
digamos o queé feito d'esta vesícula, que papel representa.A
cebido pelo pavilhão o impellido parao útero por intermédio da
(rom-pa; d'ahi é lançado
com
os menstruos senão tiversMo
fecundadoan-tes, oudepois do
rompimento
da vesicular se tiver soffridoaacçãodos espermatozóides tornar-se-ha ogérmen
deum
novoser, e a mulher
se achará no estado de gravidez, o qual desperta varias sympalhias
e acarreta modificações
que servem de signaes aos parteiros.
O
ovu-lo fecundado gasta nove mezes
em
preencher seuperfeitodehsenvolvi-mento; durante estaphase
—
intra-uterinaesgota no organismo materno
sua nutrição por intermédio dos laços que á elleoprendem:
passan-doa gozar a
vida—
extra-uterina, a naturezasempre providencial temlhepreparado
um
alimento tão adequado asua fraca organisação, queé ainda elaborado á custa do organismo materno; este alimento é o
leite, producto das grandulas mamarias: á
esta funcção dá seo
nome
delactação.
SEGUNDA
PARTE.
CAPITULO
PRIMEIRO.
As mamas,
órgãos destinados á fornecer anutrição domenino
logoque passe ágozar a vida extra-uterina, sentinellas avançadas das
mo-dificações, que se passam no útero, manifestamdesde o principioda
prenhez mais vitalidade, e preparam gradualmente seu producto, de
sorte qne, depois do parto seja capaz debastar ás necessidades do
re-cem-nascido; isso até que o
menino
tenha maior desenvolvimento,mais força eórgãos que lhe facilitem a ingestão e adigestão dos
ali-mentos
ordinários. Peloque deixamos ditovè-se, nãosóque essa func-ção é temporária principiando onde acaba a do útero no estado degestação eterminando-seno correr do segundo anno,
mas
até que éperiódica, sendo estaperiodicidadesubordinadaás vezesque a mulher
torna se mãe.
A
pezar da ligação que existeentrea funcção da gestação e asecre-ção láctea, não
devemos
negaros factos e desconhecera possibilidadede dar se esta funcção
em
mulheres que não seacham
nas primeiras condições: a excitação repetida dasmamas,
principalmente pelaeao, lale o melhormeio de obter-se: o poder desle meio é Ião
conhe-cidodos habitantes do Cabo-Verde, que a parenta mais próxima do menino, cuja perda irreparável da
mãe
seriaum
abysmo
noqualain-noccnte, e inexperiente viclima irrevogavelmente se arrojaria, se a
humanidade
não o soccorresse, éobrigada a aleital-oqualquer quesejaseu estadoe idade.
Passemos á tractar do producto d'essafuncção. Sepraticarmos,
lo-go depois do parto,
uma
pressãomoderada
ao redor do mamillo,obte-remos
um
liquidoviscosoeamarellado—
colostro. Esteliquido distingue-sedoleite por contermaiorquantidade de saes, quasinada de assucare
serocaseum
em
grande parte substituído pela albumina; omicroscó-pio moslra-nos queos glóbulos de leite
sam
ahi mal formados,irregu-lares, edisproporcionados entre si, sendo uns muito pequenos unidos
por
uma
matériaviscosa; corpúsculos carateristicos que se apresentamsem
forma constante, uns deum
centésimo de millimetro, outrosmui-to maiores, de cor
um
pouco amarella,com
contornos irregulares, e superfície rugosa, compostos de granulas ligadas entre si, ou contidasem um
invólucro transparente: entramem
sua composição, conforme oSr.
Donmí,
princípiosgordos, e matéria mucosa particular.mesmo
Sr. fundou-se noexame
do colostro e d'elle inferiocon-clusõessobre asqualidades do futuro leite; fim este que conseguio
di-vidindo as mulheres
em
trezcategorias: 1.° mulheres, cuja pressão ao redordo mamillo só nos poderá fornecer algumas gotas de leite, tãopouco abundante é a secreção:
com
omicroscópio reconhecemos quecontem
poucos glóbulos leitosos, pequenos, e mal formados, raroscorpos granulosos: n'ellas oleite será
em
pequena quantidade, pobree insuficiente paraa nutrição do menino: 2.°mulheres, cuja secreção émais abundante,
porem
o productofluido, aquoso semelhantea agua degomma,
offerece amesma
pobresa que o precedenteem
glóbulosde leite, e corpúsculos granulosos: n'ellasa quantidade do leite
pode-rá serabundante,
porem
será pobre, aquoso, e pouco substancial: 3.°mulheres, cuja secreção é abundante, e o colostro apresentaao
cam-po do microscópio numerosos glóbulos leitosos, estesbem
formados,regulares, ejuntos á maior, ou
menor
quantidade de corposgranulo-sos: n'ellas o leite será
em
quantidade suffieiente, e ricoem
princi-pies nutritivos.Não
pretendemos contestar os resultados obtidos pelo Sr.Donné,
<[ue estamos certos guardaria toda cautélla
em
suas observações;que-remos
somente prevenir de que,alem
das propriedades physicas, e chimicas sobre as quaes certas causas occasionaes, taescomo
impres-sõesmoraes, frio etc...
podem
exercergrande influencia, e assimcon-trariar o resultado da observação, o leite contem ainda propriedades
vilães,
como
seexprimeo Sr. Bouchut, as quaes certamente escapamá nossasanalyses.
O
momento
em
que o colostro perde suas qualidades para deixarsubsistir ás do leite, c dilficil de determinar; esta difficuldade, moti-vada pela presença dos corpos granulosos até o fim do primeiro
mez
quando
o leiteja reveste suas qualidades apparenles, nãoimpossibili-ta-nos de dizer que, depois da febredeleite, ocolostro perdesuas qualidadestanto mais depressa, quanto melhores
sam
as qualidadesfuturas
do
leite, e as condições,em
que se acha a mulher; sendo omomento
reconhecido o maiscommum
o oitavo dia.O
leite éum
liquido branco, opaco, de cheirosemelhante ao deleite devacca, sabor mais doce, e mais assucarado, offerecendo
uma
reacçãoalcalina, e tendodedensidade1020
á 1025.Contem
trezes-pécies de matérias: l.a
uma
albuminóide o caseum: 2."duascombus-tíveis,
uma
gorda a manteiga, a outraum
assucar ladina: 3."substan-cias mineraes dissolvidasn'agua, entre as quaes distinguiremos o sal
marinho, phosphatos alcalinos, e térreos, e oxydo de ferro: d'estas
matérias o caseum, o assucar, os saes, e
um
pouco de matéria gorda acham-seem
dissolução, a manteigaem
suspensão.A
manteigareves-te a forma globular, e o microscópio deixa-nos apreciar essa forma redonda, bordos negros, e regulares, e a transparência d'estes
glóbu-los
quando
seacham
isolados, e pelo contrario massas brancas,que
dam
opacidade aoliquido na razão directa de seu numero,quando
seacham
reunidos; mostra-nos ainda terem de diâmetroum
centésimode millimetro e
nadarem
em
um
liquido límpido:uma
pequenaquan-tidade do
caseum
existedebaixoda forma de glóbulos; a matériamu-cosa, que reúne osglóbulos, e aslaminas deepithelio que se
acham no
leite,
podemos
consideral-ascomo
accidentaes.O
leite éum
derivadodo sangue, o qual
contem
os elementos que entramem
sua9
estado molecular, alem deque tem-se oencontrado no sangue de
gran-de
numero
de animaes: a matéria gordatem
também
sido encontradaem
forma deglóbulos:quando
existeladina, o sangue d'essesanimaescontem
acido láctico: o leite distingue-se por não conterfebrina ema-téria corante.
A
sensação experimentada pela mulher e que ella exprime pela phrase—
subida do leite, a narração d'ella
mesma,
ou a observação de queomenino
farta-sedepressa, e procura poucas veses o seio,sam
dados que nos levamá avaliara quantidade do leite, nosquaes
porem
nãodevemos
depositar toda aconíiança, tanto por estarmos sujeitosáser enganados, quanto por termos a disposição
um
meio seguro efácil, querofallarda pesada do
menino
antes, e depois demamar:
poreste meio teremos a certesa de que o leiteé
em
quantidadesuíTiciente,quando
o excesso forde2
*/2 á 6 onças.
Dous
sam
os meios de que dispomos para apreciar as qualidades doleite, &analyse óptica ea analysechimica:
um
terceiro poderíamosa-pontar que é por
sem
duvida omais seguro, a apreciação dos eflfeitosque o leiteexerce sobre o menino;
como
porem
esle meio não precise dos recursosd'arte, faltaremossomentedos dous primeiros.A
analyseóptica deixa-nos apreciar a riqueza, ou pobreza do leite pelo maior
ou
menor
numero
de glóbulosquese nos apresenta; a bôa oumá
elabo-raçãopelovolume
d'estesmesmos
glóbulos, queconsistiráem
serme
•dio para aquella, pequeno para esta.
A
analyse chimica fornece-nosum
conhecimento mais profundo dos elementos do leite,e dapropor-ção de cada
um
d'elles: logo quetivermos conhecimento do estado nor-mal,como
ha pouco veremos,com
facilidadepoderemos
apreciar asmodificações para mais, para
menos
ou poralgum
principio deletério,modificações que se
podem
darno estadophysiologico, ou pathologico,em
cadaum
dos quaesprocuraremos dar a conhecer.Os
Srs.Becque-rel etYernois, queja muito
têm
prestado a sciencia,eque
esperamosesclarecerãomuitos pontos ainda obscuros, fornecem analyses, das
quaes daremos somente a media normal, e depois faltaremos do
resul-tado das outras
em
referencia áesta.Densidade
1032,67
Agua
889,08
9
Atótícar
43,64
Caseura
39,24
Manteiga 26,
66
Saes 1,38
Agora
que temos dado aquantidade equalidade do leite entremos na apreciação de suas alterações.A
quantidade do leite pode serin-suíliciente, ou nulla
—
agalaclia: este estadoquando é divido a
um
des-envolvimento incompleto da glândula, á
uma
atrophia, oualguma
mo-léstia da
mesma,
áuma
falia de acção vital,chama
se primitivo;chama
se consecutivo,quando
reconhece por causauma
alimentaçãoinsuííiciente, afíecções moraes e moléstias.
Deveremos
lançarmão
dosmeios que a therapheutica nos fornece
com
onome
de galactogenos,todas as vezesque a agalaclia não fordevida á
uma
lesão orgânica; equando
seusresultados nãocorresponderem á nossa espectativa,pode-remos
pôrcm
pratica meios mais poderosos: a electricidade, c aex-citação pela sucção.
A
quantidadedoleite pode serem
excesso—
galacfirrhea: este exces-so ou é pura,esimples hypersecreção, e então a mulher allivia o
mui-to túrgido de seusseios
espremendo
o leite, ouempregando
abomba
ventosa;
ouacompanha-se
da alteração do leite, que é claro, esoroso,e n'estc caso, alem da perigosa influenciaqueexerce sobre o menino, poderá trazer
um
esgoto, e até a morte para mulher,em
razão does-corrimento passivoe quasi continuo doleite, se ella não prevenir
com
odesmamar.
No
estado physiologico as causas, que modificam a composição doleite
sam
as seguintes. l.° idiosyncrasias. Negar o poder d'estadispo-sição seria negar os factos:
com
eífeito,sam
tão innumerosos casosque cada
um
de nós conhece, que seria fastidioso enumeral-os; porisso contentamo-nos
com
apontarosque tornam-sc adequados: adiífe-rençade composição de leitesprovenientes de mulheresque
em
appa-rencia parecemgozaramesma
força e saúde; mulheres dobeis, e queportanto pareceriam não poder fornecer
uma
fonte pura, no entantoque
os meninos, queamamentam,
gozam
da melhor saúde; e pelocontrariomulheres fortes, cujo leitenão corresponde á este vigor,
vis-toa poucc<utilidade,qued'elle colhem os meninos,
sam
provas incon-cussas2
° otempo
decorrido depoisdo parto. Ja tivemosoccasião deIO
dizerqueo leitenos primeirosdias
contém
grande quantidade dealbu-mina
em
dissolução, substituindo ao easeum; corpos granulosos;gló-bulos de manteiga maiores, e menores, e
muco
agglomerando estes glóbulos; que n'este estadotem
onome
de colostro, e vai dopoisdeixando persistir somenteoselementosdo leite pelo desaparecimento
dos que lhe
eram
característicos: nota-setambém
que a porpoçãodo
assucar auermenta.3.° a denora do leite nas
mamas.
Devemos
notarnão só a influencia,
queademora
exercesobre oleite lornando-o tantomaissoroso, quanto maior é ella, maisainda que
quando
se tira o lei-te, nos animaes,oultimo é maisrico queoprimeiro. 4.° regimenali-mentar.
A
secreçãoláctearessente-ce deuma
alimentaçãoinsuffieien-te,
como
ressente-setodoorganismo pelodesfalquedos elementospara sua reparação; ha diminuição dadensidade, damanteiga, edo easeum,augmento dagua
edo assucar, e conforme oSr. Doyére haaugmenlo
dealbumina. 5.° funeções genitaes.Tendo
nós dito na primeira parteque não dava-sea menstruação durante o aleitamento, pareceria
estar-mos
em
contradicção, seagora disséssemos a influencia que ella exer-ce sobre o leitesem
prevenirmos que nãosam
raras as excepções áaquella regra, e que muitavez a mulher é menstruada do quinto ao
septimo
mezdo
aleitamento: as poucas vezesque esta funeção exerce sua influenciasobre oleite diminuesua quantidade, a agua e oassu-car, eeleva o
easeum
c a manteiga, o algarismo do saes conserva-se omesmo: quando
der-sea prenhez, asmamas,
como
núncio deque
um
novo serexiste, e para o qual deveráõir preparandoum
alimentopara
em
tempo
opportuno fornecer-lhe, recusam-se á segregar, ou convertem seu produetocm
outro, que sendo imprópriopara omeni-no, que d'elle faziauso, será adequado para o futuro ser: asprenhezes
antecedentes
obram augmentando
a quantidade do produeto, e suariqueza,
sem
duvidapelo habito ao trabalho.Grande
incerteza reina ainda sobre a influeucia, que exerce o coito;como
porem
sejauma
das condições paraque se dê a prenhez, deverá ser interdicto. 6.° consti-tuição,temperamento
e idade.Com
quanto as mulheres deconstitui-ção freca e
temperamento
lymphaticocostumem
apresentarum
leitemais rico, do que as que se
acham
em
condições oppostas,devemos
com
tudo preferir estas ultimas por nãoserem
raros os casosem
que
II
analvscs.
A
idade faz muitovariar a porpoção dos elementosdo leite,e aquella
em
queesta porpoção mais approxima-se da normal, ó a de20
á30
annos.No
estado pathologicolemos queapreciar a influencia exercida por:i.°os medicamentos.
Tem-se
encontrado no leite princípiosingeridoscom
os alimentos, c outroscom
os medicamentos: que faz -seaplica-ção de substancias medicamentosas ámulher para cura das moléstias dos meninos, é innegavel; ahi está a clinica valendo-se d'este conhe-cimento e colhendo todosos dias úteis resultados, ahi estamos reactivos
manifestando-nos sua presença, ahi está a observação fazendo-nos a-preciar seus efleitos: o vehiculo que ha para essa transacção éoleite.
2.° affecções moraes. Existem factos que
mostram
a influenciamalé-fica
que
as affecções moraes da mulher exercem sobrea saúde dome-nino, chegando até o ponto de causara morte instantânea; sendo o
augmento
d'agua e a diminuição da manteiga a única alteração algu•mas
vezes encontrada. 3." moléstias.Às
moléstias agudas febrisdimi-nuem
a quantidadedo leite,augmcntam
a manteiga, o caseum e os saes: as moléstias chronicas e as diathesesproduzem
omesmo
effeitoem
gráo mais elevado.No
terceiro capitulo d'esta parte veremos qual a influencia,que
estas modificaçõesdoleite exercem sobre a saúde do•menino, e como, antes que
cheguemos
á este ponto, faz-seprecizodarnoticiadodestino doleite, entremos
em
seu desenvolvimento.CAPITULO
SEGUNDO.
A
administração que sefaz do leite para a nutriçãodo menino, ouseja ella feita pela sucção ou não, chama-se aleitamento.
Distinguem-sevarias espécies dealeitamentos: pela
mãe
do menino; por outramulher; por
um
animal; por meio deum
instrumento,—
aleitamento
artificial; a associação do primeiro ou segundoá este ultimo
—
aleita-mento mixto.
O
primeiro.Quando
um
homem
d'arte tiver de emittirseu parecer a respeito da possibilidade ou impossibilidade da
mulher
amamentar
seu filho, deverá alem deum
exame
minucioso praticado sobre ella, queo leve á apreciar sua saúde, constituição, ausência deinfluencias hereditárias, bôa conformação dosseios, e alem do
exame
coí--1»
lateraesdo menino, para
com
alguma
probabilidadejulgar da nature-za etemperamento
domesmo,
e melhor poderdirigir sua hygienne ealimentação: não deve
porem
ser exigente por demais, attendidoque
a mulhervelando continuamente sobre o fructodeseu ventre
emprega
todozelo, actividade, e perícia, e d'esta sorte tornainsensível
alguma
faltaque,
máu
grado seu, exista.O
menino
que acaba denascernão
poderásoffreruma
abstinência longa; o alimentoque mais lheconvém
é oleitedesua mãe, ou outro que seache nas
mesmas
condições decolostro, por conter n'esteestado propriedades úteis para o
menino;
lubriíicao conductointestinal, solicita suas contracções, e favorece a
expulsãodomeconio obrando
como
laxativo, acção que o Sr.Lassai-gne
attribueámenor
divisão e maior abundância da matéria gorda: convirápois queamulheramamente
logo queesteja restabelecida dasfadigas do parto; e
como
tenha deproseguir n'esta missão deveguar-dar certos preceitos
em
utilidade suaede
seu filho; assim, nãodeve
levar o
amor
materno á ponto de abusarde suas infracções, poisalem
do dama/) causado ásiprópria, veráesseamorequivalera ódiopelasmo-léstias que se manifestam
em
vez da saurle que procura incutir, veráo idolo que quervivificararrojar-se ao pó; deverá nos primeiros tem-.
pos
amamentar
de duasem
duas horas, e ir gradualmente espaçandoeste intervallona razãodaidade, e força do menino, e acostumal-o á não procurar o seio mais de
uma
vez durante a noite, isto é, das dezhorasásseis da
manhã.
O
segundo.O
medico deveráser muito escrupulosoem
declararáuma
famíliaque tal mulherpossuetodas as condições paraser boaama,
epor tanto é misterque
em
seuexame
encontre não só todas ascon-dições
enumeradas quando
falíamosdoaleitamento materno,mas
aindaquesua idade sejade
20
á35
annos, que não hajadecorridomuito tem-po depois do parto, que não sejaprimipara, e que sejaalegre, eintel-ligente.
A
famíliapara cujo seio entrauma
ama
deve tomar certoscui-dados, conservar seuregimen,precaver sua devassidão,eattender a
saú-de do
menino
se é, ou não modificada pelo facto da menstruação d'ama.O
terceiro.À
grossura e forma das tetasda
cabra, e amais fácilaccomodação de que é susceptível este animal, lhe
tem
merecidoIS
nimal contenha, taes
comocôr
branca, nova, eparidadepouco tempo, porapresentarn'estascircunstanciasum
leite de cheiromenos
hirco-so, e
em
maior abundância.O
quarto. Só pelonome
deartificialjapodemos
preverque seráin-capaz de substituirconvenientementeao quea natureza
tem
destinado para omenino; e se quizermosentrarem
outras apreciaçõesveremos
que oleite de vacca éoordinariamente empregado, que este leitepro-vem
deespécie differente,não guardauma
temperaturabranda e igual,os princípiosque
entram
em
sua composição seacham
em
proporçõesdistinctas das do leite da mulher, e quepor tanto não podefornecer os
mesmos
resultados: seisto éverdade duranteosprimeirostempos enos centros das grandescidades, não acontece outro tantoquando
o meni-nose achaem
um
lugar,em
que
nãosó asqualidadesdo leitesam
das melhores,como
até agentes outrosvêm
corrigir ainsulfieiencia d'essemeio:
em
apoiopodemos
citar as vantagens dos nossos sertões:ou
quando
approximando-se otempo
dodesmamar
convier iraccommo-dando
omenino
ápassar-se á outros alimentos;porqueentãoestemeio acha toda applicação e outros aindapreenchem
omesmo
fim, taescomo, papas, sopasetc...,
com
tanto que sejam compostos desubstan-cias que
em
pequeno volume encerrem muitos princípiosassimilá-veis, e cuja quantidade sejaproporcional a idadee força do menino.
O
quinto. Esta espécie de aleitamento applicadaquando
aquanti-dade não é suíficiente ou quando a qualidade, doleite, não é satisfac-toria, ou
quando
um
accidentevem
interromper esta secreção não a-presenta tantos inconvenientes quanto o antecedente,
com
tanto queo leite quese
emprega
seja de boa qualidadee reguladoconveniente-mente.
Não
é tão fácil determinar a épocha dodesmamar
como
parece a primeira vista:com
eíTeito o trabalho da dentição causa tanto abaloao
menino,acompanha-se
desymptomas
locaes e geraes ás vezes tão graves, apresenta tanta irregularidadeem
sua apparição,marcha
eterminação que seria absurdoprecisarmos.
A
dentiçãofaz-se porgru-pos, os quaes oSr. Trousseau devideda maneiraseguinte: i.° os dous
incisivos inferiores apparecem de seis áoito mezes, gastam de
um
á dez diasem
preencher sua evolução, e deixamuma
pausa de dous átrez mezes: 2.°os quatro incisivos superiores, principiando pelos
14
'.lios, apparecem de dez á doze mezes, levam quatro á seis
semanas
em
preencher sua evolução e deixamuma
pausa de dous mezes: 3.°os quatro primeiros mollares e os dous incisivos lateraes inferiores
apparecem de dozeá quinze mezes, levam
um
ádous mezespara sair e deixamum
pausa de quatro á cinco mezes; 4.° os quatro caninos,apparecem
de desoito á vinte edousmezes, gastam dousá trezmezes
â sair e
deixam
longo repouso: 5.° osquatro últimos mollares gastamigual
tempo
em
sua evolução. Vistoamarcha
nãocontinua que segueeste trabalhoe os
incommodos
quecostumam
acompanhal-o,amulher
deverá aproveitar
uma
das pausas paradesmamar,
ecomo
seja maiora deixada pelaerupção dos dentes caninos, os quaes mais difficuldade
experimentam
em
sairemais
perigo acarreiam, deveráser ellaprefe-rida.
CAPITULO TERCEIRO.
Influencias queas moléstiasda
mãe
ouamado
menino exercem
so-bre a saúde d'elle.Umas
vezes as modificações da saúde domenino
seguem
detão perto ásda saúde da mulher, que torna -se-nos fácilapreciarsuas relações; chama-se influencia immediata: outras vezes
um
certoespaço decorrido entreumas
e outrasvem
tolher-nos a pos•sibilidadede aprecial-as ed'esta sorte afugenta toda certeza;
chama-se mediata.
No
primeiro caso divide-se em:A.
Moléstiasque trazem alteração do leite. Aquidevemos
incluir as varias alterações, dequejátratamos: para maismethodo
redusil-as-hemos
com
os auetores á cinco espécies: 1.°quando
onumero
dosglóbulos, o qual nosleva á apreciar dariqueza doleite
como
jadeixa-mos
dito, éem
excesso; então o leite assim enrequecido torna-sepe-sado e indigesto para o menino, cujo estômago ainda não dispõe da
energia que requer este alimento que não guarda a relação exigida. 2.°
quando
o leite épobre, isto é, os glóbulossam
diminuídos e depequeno
volume ou mal elaborados;oleite apresenta-seclaro esorosoembora
contenha relativamentecaseumeassucarem
excesso: ascausasque mais
comummente
produzem
esteestadodoleitesam,amá
alimen•tacão, amiséria, ostubérculospulmonares eas afifecções agudas inflam-matorias: vê-sequese aquelle peccava por excesso, este pecca por
di-lã
muição fornecendo poucos princípios nutritivos e irritando as vias
di-gestivas: sua maléfica inílencia demonstra-se nos por vómitos, cólicas
e diarrhéa, 3.°
quando
oscorpúsculos granulosos reapparecem no lei-te fazendo-o assim voltar ao estadode colostro; oleite produz ainda vómitos, cólicas e diarrhéa ao menino: as causas ha poucoenumera-das, e os abscessos, íleumões,volta das regras, e prenhez, taes
sam
ascausas capazes de produzir este estado. 4.°
quando
de envoltacom
oleite
vem
púsdivido á íleumões, ouá galactophoriteosefifeitos produzi-dossam
ainda vómitos, diarrhéa, as vezes erysipélas e abscessosgan-grenosos, 5.° finalmente poder-se-ha dar a mistura doleite
com
san-gue, estado aindanão observado na espéciehumana, porém
de queos auetoresdam
noticianos animaes inferiores.Se attendermosao grande
numero
deestados pathologicos, quepro-duzem
uma
mesma
espécie de alteração no leite, se attendermos maisáque estasalterações
quando
influemsobre asaúde domenino
sam
pe-los poucosprincípios nutritivos, que o leite fornece, e pela irritação,
quecausa ás vias digestivas, reconheceremos que as moléstiasnão
in-fluem de
um
modo
particular, e especial a cadauma
d'ellas, e sim deuma
certa maneira, eque muita vez não patentea-sephenomeno
al-gum.
11. Moléstias que não trazem alteraçãodoleite.Parece,que sendo o
leite o intermediário entrea mulher eo menino, as moléstias
daquel-la não fossem capazesde produzir accidentes na saúde d'este
sem
queellc tivesse sofírido
alguma
modificaçãoem
sua composição;mas
fac-tos se
mostram
em
contrario, e nós não temos remédiosenão reconhe-cer a insuflicienciade nossos meios e esperarmos que a scienciasem-pre infatigávelleve suaperfeiçãoa maisalto gráo, descubra esta ou a-quella alteração e seá isto não poder chegar reconheça
como
mysterio:figuram principalmente n'este quadro as aííecções moraes, paixões,
terror, cólera, relações sexuaes e voltadas regras:
como
esta ultimaja figurasse na classe precedente,devemos
dar algumas conclusões doSr. Bouchut a respeito d'ella: l.a as regras reapparecem do quinto ao
s.eptimo
mez
doaleitamento: 2.° muitas vezes sóapparecemuma
vezporquea prenhez
vem
obstar sua suecessão; 3.° a maior parte dosmeninos
não parece soffrer por esse estado da mulher: 4.°algunsIS
dias antes, durante, e depoisdamenstruação, decólicas,vómitos,
diar-rhéaas vezesfebre: 6.° oleiten'essas circunstancias não apresenta
mu-danças apreciáveis pelosnossosmeios.
C.
Moléstias transmittidaspor contacto. Aquiacham
lugar todas as moléstias,quesam
assignaladas no quadronosologicocom
este cunho;sarnas, ophtalmia, variola etc... cuja trasmissão podeser feita por qualquerpessoa accommettida.
No
segundo caso, isto é, de influencia mediata, sópoderemos
terprobabilidade por escaparem-nos nãosó as modificações do leite
como
até as relações, que
prendem
as moléstias domenino
ás desua mãe, ou ama, e porissodevemos
aconselhar ámulher
queseacha debaixoda influenciade
uma
diathese, cachcxia e affecções nervosas que nãoamamente,
porqueseria expor omenino
á perigos, deque depoisnão poderíamossalval-o.TERCEIRA
FARTE.
RA&iXNinisiHi®.
$yiionÍBiiia.--
-Os auetorestêm denominado
esta moléstia por este ou aquellephenomenono
physico que maislhes impressionou:as-sim, rachites, articuliduplicati,chartre
sam
expressões tiradas dacur-va do rachis, do
volume
das articulações e da impossibilidade dosmo-vimentos.
Definição»—
-O rachitismo éuma
moléstia geralcaracterisada poruma
alteração geralou parcial nadirecção, longitude,volume
eestruetura dos ossos. Existe
uma
molaslia-osteomalaciaque
tendo osmesmos
caracterestem
sido encarada por alguns auetorescomo
dis-tincta:
O
Cazeaux por exemplo diz que no rachitismoha
uma
parada nodepositodossaes calcareos, naosteomalaciahaumaabsorpção:
seria preciso que este Sr. nos desseaexplicação porque os ossosnomenino
offerecendo agora
uma
certa resistência d'aqui ha poucotempo
estamesma
resistência, que devia persistir,tem
desapparecido á pontod'elles não
poderem
sustentar o pesodocorpoecederem
aomenor
esfor-ço: outrosporem
consideramcomo
sendo amesma
moléstia, e nós,1*
digamos desdeja, partilhamos a opinião d'estes últimos: vejamos
em
cada paragrapho se haalguma
ditterença naosteomalacia.Aiiatouiiaiiatliologica.—
Convém
que dividamoscomos
auetoresa moléstia
em
períodos para melhor estudarmos as alteraçõesque
sedam
em
cadaum
delles: 1.° dederramen
ou de incubação ou de rarefacção: 2.°de amollecimento, e transformação, ou dedeforma-ção: 3.° de reconstituição, e consolidação, ou de terminação: 4.° de consumpção.
No
primeiro nota-seum
derramento de sangue negro,mu
nosviscoso c consistente do que o normal, entre os interstícios ós-seos: assim cartilagens,epiphyses, diaphyses, canal medullar, finalmen-todas as partes ósseasacham-se infiltradasetumefeitas peloafastamen-toquesoflrom as arcolas e laminas, do que resulta
menos
consistência e mais elasticidade para o osso: este sangue vacperdendo a côr, cto-mando
as apparencias deuma
manteria gorda,e gelatinosa: asmem-branas, externa e interna, acham-se vermelhas, injectadas e espessas.
No
segundo período a matéria derramada sendoem
maior quantidadeproduz maiorafastamento das areolas e laminas e
mesmo
a desorga-nisaçãod'ellas; d'esta sorte torna o osso mais molle: vae transforman-do-seem
um
tecido de côrmenos
intensa e muito elástico: asmem-branas manifestam os
mesmos
phenomenos
que no primeiroem
maisalto grão;
quando
ha deformaçõesnota-sequeo periostio espessa- semais na parte concava e o canal medullar tende á desapparecerd'esta parlee proeminarpara aconvexa,
No
terceiro,quando
a moléstia tende parauma
terminação favorável, a matéria continua aorgnanisar-se e apre-senta-secomo
cartilagem incrustada de pontos ósseos, e finalmente transforma-seem
osso mais consistente do que o antigo, d'onde veioo
nome
de eburnação para esteperíodo; issoporem
na diaphyse,por-que
nas epiphyses, ossos chatos e curtos haum
trabalho de absorp-ção quetem
por fim tornar o novo osso de consistência esponjosaco-mo
o normal;quando
se nãodera
consolidação entrará no quartope-ríodo
em
que o osso fica reduzido áum
invólucro delgado contendo a matéria gordurosa eporções de laminas. quevemos
naosteomala-cia?
O
osso esponjoso e mollepela interposiçãode sangueem
suaspar-tes conslituentes e todas as modificações porquepassa o osso no
rachi-tismo, principalmente no quarto período, o que deolugar á alguns considerar
como
gráo rhais elevado, cquesuppomos
não ser precisof
*
admitiir, vistotermos
uma
explicação satisfacloria, ciamaior moííe/a efragilidadeque adquiremos ossos, nacomposição (Telles;
predominan-do osprincípiosculcareos nosossosdosadultos a sua destruição deve
tornal-os
menos
consistentes.Otâolofgsa.—-
O
desmamar
prematuro, alimentaçãoinsufíicienleemá,
ar viciado, faltadeluz edeexercício, climas húmidos,efrios,final-mente
todasascausas,que foremcapazesdeabater oorganismotemsidoconsideradas
como
tendograndeinfluenciana manifestação damoléstia,que nos occupa; tem-se visto moléstias graves agudas, ou chroni
-cascollocando oorganismon'essas condições de abatimento tornarem
indistinguíveisos
symptomas
precursoresda moléstia dos da convales-cença.Na
osteomalacia as causas que figuramem
sua producçãosam
damesma
categoria: quantoá quererse considerar a idadepara servirdedistineção, não-concordamos, esludemal a sim
em
seus caracteres especiaes para melhor compenetrar-nos das modificações quepodem
imprimirá moléstia: jativemos occasiãode ver qual suainfluencia na anatomia pathologica pelacomposição differente que
tem
os ossos:ha-vemos
aindaacharna idade a explicação da irregularidade damarcha
das deformações,do pouco aproveitamento do tratamento
na
osteoma-lacia e da tristeza dos meninos: todos nós
sabemos
da influenciaque
exercem nas deformações os movimentos, as pressões c atlitudes esabemos
também
que diversificamcom
as idades: a dupla assimilaçãoílequegosao
menino, a maior impressão ereacção deseu organismosobre assubstanciasmedicamentosas explicam-nos o maior
aproveita-mento
em
seu tratamento: a maiorsomma
de sensibilidade, deque
gozam
estes indivíduos, e por tantomaiorsomma
de impressões áque
estam sujeitos dá-nos a razãoda maior tristeza.8yan|»toaaB»io3oijist
—
O
primeiro período da moléstia acom-panhasse desymptomas
que só poderiam servir para d'ellcs deduzirum
juizo certo á médicos experimentados.A
tristeza, a dorprovoca-dapelo
menor
movimento, os suores aomenor
exercício, a pallidez,magrem,
o appelilemais vezesaugmentado que
diminuído, o desen-volvimento do ventre pelo accumulo degazes, a acceleração do pulso,taleo quadroque se nos apresenta. Antes que continuemos á
apre-ciar estequadro no segundo período, façamos
uma
digressão, eIO
Nos
meninos cujassuturas efontanellasnãoseacham
ainda ossificadasr,nota-seo grande volume
que
adquire a cabeça, a maior saliência das bossas parielacsetc...: assimcomo
esta, asoutras deformaçõesdepen-dem
da idade; a do thorax, dosmembros
superiores, baeia, emem-bros inferiores eis a ordem,
em
que se succedem, quando omenino
não anda;quando porem
ataca omenino
fora destas circumsíancias,ou
o adulto, a cabeçanão torna-se volumoza e as deformaçõessucce-dem
se debaixo para cimamembros
inferiores, bacia, tronco emem-bros superiores: a deformação thoracica, pela influencia que exerce
so-bre o funccionalismo dos órgãos n'ella contidos, merece ser estudada
maisparticularmente: o achatamentolateral
com
abaulamento doester-no e do dorso éamais frequente e dá a conformação do peito dos
indi-víduos ádo peito das aves; as outras deformações,(festa e das outras
partes, deixamos de descrever por não acharmos
uma
basequetomemos
como
typo.As
fracturas tamfrequentesn'eslascircumsíanciassaiudifli-ceis de ser reconhecidas, tantopeloespessamentodo perioslio,
obstan-do assim a deslocação dos fragmentos, quanto pela ausência de
cripta-ção divida a faltade aspereza eresistência dassuperfícies. Prosegámos.
O
desenvolvimento da intelligencia, o embaraço da respiraçãoecir-culação, adiminuição do talhe, o deposito de saescalcareos pelo
res-friamentodaourina, a perda doappetite, perturbaçãodadigestão,
cons-tipação alternando
com
diarrkéa rebelde, desenvolvimento doabdómen
e exageração dos symptoinas
enumerados
noprimeiro período taessam
os do segundo.
No
terceiro a moléstia tende parauma
terminaçãofa-vorável oufatal:no primeiro caso osindivíduos tornam-se mais alegres,
reapparece o appetite, os suoresdiminuem,asdoresmitigam-se,
final-mente
lodosossymptoinasvam
perdendode intensidadeatésua ausência completa: as deformaçõesquasi semprevam
se corrigindo,e não éraroque esses indivíduos fiquem
sem
omenor
vestígio; outras vezesporem
subsistem por todavida, tornandoosindivíduosdeformese
embaraçando
á funeções esseneiaes, por exemplo nas mulheres os vicios de
confor-mação
da bacia difucultando o trabalho do parlo: no segundo caso, ouo individuo
suecumbe
aosprogressos do mal, casoem
que cadasympto-ma
torna-seum
inimigo encarniçado á arrancar á sua viclima o ultimosuspiro, ou
alguma
moléstia intercurrente,lendo seu sitio nothorax ouabdómen,
vem
dar-luecibo dosdias.Os
symptomasda
osteomalaeiasam
s
o
dores nos ossosdos
membros,
bacia erachis,desenvolvimento
dasarticu-lações,enfraquecimento, suoresedeposito de saescalcareosnasourinas.
Marcha, duração eterminação.
A
marcha
ascendente dasdeforma-ções á que
dam
tanto valor não podeser sustentada; o Sr. Grisolle dizque é muitoabsoluta essa maneirade ver; e o Sr. Trousseau
inostra-nos a toda evidencia, que não é verdadeira, e
acham
sua explicaçãono
exercício mais frequente d'esta ou d'aquella parte do corpo.O
rachitismo podeteruma
marcha
aguda ou chronica;quando
agu-da dura mais, oumenos
mezes,quando
chronica duraannos: atermi-nação é mais vezes felizque fatal.
A
osteomalaciatem
uma
marcha
chronica,dura annos e tem
uma
terminação mais vezes fatal. Atéa-qui ainda não descubrimos distineção;
com
effeito amarcha
algumasvezes aguda do rachitismo pode achar sua explicarão na fraquezada
organisação dos pequenos seres:
quem
nãocomprehenderá
queuma
causa capaz de obrar
com
maior oumenor
intensidade possa,quando
accometlecom
toda energia, destruirem
menor tempo
áum
organis-mo
que nãotem
attingido ásua perfeição, doque ao quetem
adquerí-doseu perfeito desenvolvimento?
A
terminação da osteomalacia não tem essecunho de fatalidade,quealguns auetores lhe dam: o Sr. Trousseau
tem
conseguido curascom
oemprego
dooleode fígadode bacalháo, o quevem
ainda maisarraigar nossas crenças pela verdade enunciadapelo pae da medicina
morborum
naluram curaiiones oslendunt.IMagnostico.—
Ha
vícios que á primeira vista poderiam pare-cerdepender do rachitismo,mas
quebem
appreciados distinguem-secompletamente: o desvio lacteral dorachis está n'este caso;
mas
a au-sênciade deformações de outras partes e de syinptomasgeraesexclui-rão toda suspeita de rachitismo: a anatomia pathologica
vem
ainda mostrar-nosque ahi os ossosmudam
somente suasrelações,mas
nem
uma
modificação soffremem
sua eslructura.Os
tubérculos dos ossoscausando
também
o desvio dorachispodem
fazer suppor o rachitismo,mas
toda confusãocessa desde que attentarmos para a dorlocal,que
precedea manifestação da deformação, ásua predilecção paraos ossos
esponjosos, finalmente á destruição mecânica do osso, e não na
com-posição.
adian-ti
lamentoda moléstia, da gravidade de seus
symplomas
edo esladoge-ral doindividuo devefazer variar o nosso juizo tornando-o tanto mais
desfavorável, quanto mais desesperados forem estes estados.
Natureza.—
Variassam
as interpretações dadas pelos auetoresacercada causa próxima da moléstia,
como
porem
suas hypothcsesnão se possam sustentar eos auetores
modernos
nãotenham
podidodescortinal-a, confessaremos
com
ellesque nãoé conhecida.
Tratamento.—
-0 primeiro cuidadodo medico deverá consistirem
afaslar o paciente das causas que influem na manifestação damo-léstia:
cm
segundo lugar procurará reabilitar a constituição, únicomeio
porem
quanto sanecionadopela experiência,como
capaz dede-bellaro mal:
tem
para satisfazer á esta indicação agentes fornecidospela hygicnnee outros pela matéria medica; os primeiros
sam
directos e indirectos, os directos pertencem a classe dos ingesta; noemprego
(Telles o medico deve attender sempre á sua qualidade e quantidade, aindano primeiro
anno
da vidaquando
o único alimento éo leite,de-ve dirigirsua applicação de conformidade
com
as regras d'arle: osindirectos
sam
agentes dasclasses dos applicala, circumfusa e gesta,os quaes exigem,
em
sua escolha e opportunidade de emprego, igualsomma
de conhecimentos.A
matéria medica fornece-lheum
arsenalnão
menos
vasto que a hygiennc: o ferro, e seus preparados têm sidomuito preconizados n'esta'moléstia, e sua applicação é racional: a
vista do quadro que temos descripto, onde sevê o organismo
despere-cer, a côr perder-se, o que prova que o liquido nutritivo nãose acha
em
sua qualidade normal, nada mais lógico doque reconstituir o san-gue, o qual presta-se á todos os actos nutritivos e funecionaes: o ferroexige a associação de alghia substancia que corrijasua acção
consti-padôra, o rhuibarbo, sabão medicinal, carbonato demagnesia ctc...
satisfazem á esse fim; costuma-se ainda addiciomir substancias exci-tantes,
quando
reconhece-se que o estômago é morosoem
seu func-cionar.O
café feitocom
a gland de carvalho tem sido empregado, não aliançamossecom
o intuito de curar o rachitismo, ou dedebel-lar algunssymptornas abdominaes, o que é mais provável.
A
quinadeve ter sua opporlunidadequando
for preciso tonificar osystema nervoso da nutrição, o qual ordinariamentesolTrequando ella soflre e
suppomos
que outronãotem
sidoofimdospraticoserevcm.
O
Si*. Mouriés vendo o papel que goza o phospbato de eal notrabalho da ossificação eattribuindo á este sal
uma
acção especial so-brea irratabilitade,sem
a qual nãose darianem
assimilaçãonem
nu-tricção, e chegando a reconhecer por suas analyses que os alimentos nas grandes cidades
contêm
menor
proporção, d'elle, do que faz*se mister; que oleite das mulheres manifestava a
mesma
pobrezad'este principio; pretendeo achar a razão do maior
numero
derecem-nascidos mortos, de moléstias c de mortalidade, na insufficienciatf
es-te agente essencial para o desenvolvimento e existência: fez
uma
preparação de
uma
matériaalbuminóidecom
este sal, e diz ter pores-te meio prevenido a mortedos recém-nascidos, moléstias e curado as
que não poderá prevenir. Cazeauxjulga rasoavel, visto a perda de phospbato de cal que dá-se pelo escorrimento menstrual e a repercus-são d'ella sobre o leito, estabelecer-se
uma
relação de causalidadeen-treo rachilismo, e a menstruaçãodurante a maior parte do
aleita-mento.
As
ideias emitlidaspor estes Senhores precisam ser confirma-daspor observações, c experiências, mais as preparações alcalinas, jaempregadasantes de Mouriés na cura dorachilismo, não
corresponde-ram
a espectativados médicos.Alguns outros medicamentostêm
sidopreconisados, dos quaesdeixamos de fallar
como
exercendo muito pou-ca influencia na cura da moléstia.Apresenta-se finalmenteum
medica-mento
heróico e que desputa primazia á todos os outros, é o óleo defígado de bacalháo: esteagente, collocadopelo Sr. Trousseau na
clas-se dos alterantes, obrará d'esta maneira na cura do rachitismo?
Cre-mos com
omesmo
Sr. que seus bons effeitos n*esta moléstiasam
de-vidos ásua acção tonica-analeptica, maneira de ver que é justificada pula melhora rápida que manifestam osmeninos;
nem
se pôde dizerque seja
como
alterante, pois o iodo ebromo
que entre outros princí-pios entramem
sua composição,sam
em
tão pequenaproporção, que estamos certosnem
um
medico tendo de applicar essa medicaçãopre-fereria o
emprego
do óleo ao d'estasmesmas,
ou de outras substanciascujopoder é
bem
reconhecido.A
qual dosprincípios constituentes d'este corpo competirá a gloria?Em
especial ánem
um;
ehaja vista osbons resultados, que setem
colhido
com
oemprego
de outras gorduras animaes aoemvez
d'ellc.ta
que não faltaram invenções, emodificaçõesde apparelhos afim de pre
venil-asoucural-as;
quem
porem
folhear osauctoresmodernos
ha de admirar-sede não ouvir aconselharem tal meio, todossam
de opiniãoque estas deformações desapparecem
com
acura do mal; de maisseos apparelhosdevem
serempregados quando os ossos estam molles, enão permittem movimentos, sua applicação torna-se infructifera; se
quando
osossoscomeçam
á ter consistência e a permittir movimentos,é intempestiva, ou defeituosa por não sabermos se
sam
ou não preci-sos apparelhos e porseopporem
ao exercício tamnecessário: se quan-do tem adquerido toda sua resistência, é inútil ou perigosa.Foi
sem
duvida ousadia nossa escolhermos paradissertaçãoum
pon-to para cujasolução faz-semistera analyse e a observação, dados
que
nós, quedurante seisannos apenas lemos feito porcumprir os deveres
escholares, não temos e
nem
aomenos achamos
guias fornecidos pelos mestresque nos fizessem marcharcom
passossegurose certos ámeta
queaspirávamos:mas
o dever impostopelalei, odesejo de estudarmoseste ponto, aesperança de vermos outros collegas dárem-lhe
melhor
desenvolvimento, e a certeza devermos os mestres
bem
decifral-o ecompenetrados desua difficuldade
darem
de^onto a insufíiciencia deseudesenvolvimento fizeram
com
que, excedendo nossas forças, não medíssemosseu alcance. Parece quea altençãodos práticos não tendoaindasidodespertada para o estudo, tal qual deve serfeito, do ponto que encerra a pergunta feita pela congregação, não se deve esperar
que nós, que mal trilhamos osseus passos,
demos
uma
resposta decisi-va.Uivemos
empregar
todos os nossos esforços afim de que a parte razoável de nossa conclusão seja invulnerável, ja que a outra nãopo-demos
satisfazer.Encaremos
a questão sobtrez aspectos, cadaum
dosquaesencerrará
uma
proposição que depois será analysadae concluí-da. l.aoleite sendo alterrado pela menstruação, esta alteraçãopode-rá ser acausada manifestaçãodorachilismo? 2.a
a hypothese dos Srs.
Monriés e Caseara é justificadapelaanalyse chimica?
Que
valor podera-34
chilismono
menino
ea mulher queamamenla-o
émenstruadase po-derá concluir que essa sua verdadeira causa?A.
Quando
o leite for alterado pela menstruação c exercerimpune
seus effeitossobre a saúde do menino, os desarranjos produzidos
na
funcçãodigestiva
podem
perturbar de tal sorte a nutrição geral, quecolloquc o organismo
em
condições favoráveis paraa manifestação damoléstia: mais
devemos
nós dizer que o rachitismo deo-se por causada menstruação? Ja vimos que a menstruação as mais dasvezes não produz alteração no leite; que esta alteração assim
como
as outraspodem
ser devidas á muitos estadosdifferentes; que a alteraçãoou
alterações não influem infalivelmente sobre a saúde do menino, e
quando
influem oseffeitossam
sempreosmesmos.
Ora se amenstrua-ção nãoó única
em
alterar oleite e as vezes altera as vezes não; se a alteraçãocausadapela menstruaçãotambém
não é únicaem
per•turbara saúde do
menino
eora perturba ora não; e se a perturba-ção podeumas
vezesprovocar outras moléstias outras vezes não:como
descubrir relaçãode causa para effeito?Respondemos
que nãoexiste.IB.
As
analysesprovam
que a mestruação não produz desfalque na proporção dos principios inorgânicos do leite, que fazem-no somentevoltar ao estado de colostro, estado
em
quecontem
saes: o deposito desaesnasourinasprovaque osangue accarreta estes principios
em
gran-dequantidade, e quepor tanto o organismo não soffre porque ellesnão
sejam fornecidosdoexterior: a medicação alcalina
empregada
sobes-tasvistas não
tem
corroborado essa maneira de ver;issovem
provar oque dissemos ha pouco: por tanto respondemos que ainda aqui não descobrimos relação decausa para effeito.C
Se attendermosaqueo rachitismo, e a osteomalaciasam
ames-ma
moléstia,como
deixamosprovado: se attendermos á que o adultonão estásubmettido á influencia do aleitamento durante a
menstrua-ção, e que a moleslia não respeita-o: se attendermos finalmente a
que
a boa saúde anteriorde grandenumero
de indivíduosaccominetti-dosoppõe-se a que admitíamos queessa influencia estava incubada
pa-ra manifestar depois osseuseffeitos,
nem
uma
outra conclusãopode-remos
tirar senão que não harelação de causalida entre a existênciaregular da menstruação durante o aleitamento, eo rachitismodos
me-ninos; eo contrario d'isso éusai-se do sophisma
—
posthoc, ergo
SECCÂO
MEDICA.
nrftsiOLo&iA.
Funcçõcs da medulla espinhal,
PROPOSIÇÕES.
i.
Os
feixes posteriores damedulla, parte dos lateraes e as raízes pos-terioressam
sensivés ccommunicam
suasensibilidade pelas raízesan-teriores até os feixes anteriores e a outra parte doslateraes.
II.
As
experiênciasdo Sr. C. Bernardprovam
que cada raiz anterior recebe essa sensibilldade-rawrrêftfe da raiz posterior correspondente;queo ponto de tramissãoe aperipheria,
eque
amesma
sensibilidadedecresce da raizposterior para a anterior.
III.
As partes que vimos receberem sensibilidade
sam
maisespecialmen-leencarregadas das excitações motoras; as
quecommunicam,
darecep-ção das impressões.
IV.
As
impressõessam
transmittidas ao cérebro pela substanciacinzen-ta, substanciainsensível, ahi
sam
sentidas ecorrespondidas voftffltou conscienciosamente por excitações motoras,que voltandopelo
m
co-mo
caminho
vam
provocarmovimentos
por intermédio das raizes an* tenores.v.
A' impressões sentidas
podem
correspondermovimentos
involuntá-rios, que
sam
collocados na classe dosreflexos.VI.
A
interrupção dasubstancia cinzenta não faz perder ás partes quesam
influenciadas pelosnervos provindos da porção peripherica suasensibilidade, e movimentos,
mas
faz desapparecer a consciênciaque
^caracterisava aquelles
phenomenos.
Til.
Os movimentos
inconscientesquesesuecedem
á impressõesdames-ma
naturezasam
osque tem
propriamente onome
de reflexos: ase-de da transformação éa substancia cinzenta.
VIU.
Âs
connexões intimas do systema nervozo da vida orgânicacom
emedulla fazem
com
que este estejaem
grande parte subordinado áel-la, o que
vamos
corroborarcom
alguns exemplos.IX.
As
impressõesdo grande sympathicoou
da meduttapodem
mutua-mente
provocarmovimentos
nos músculos deuma
e outra vida.X.
A
sensibilidade e osmovimentos
do grande sympathicosam
in-conscientes: casos haporem
em
que a sensibilidade pode se tornarconsciente.
XI.
As
experiências do Sr. C. Bernardprovam
suficientemente a in-fluencia quea medulla exerce sobre osmovimentos
docoração acir-culaçãoe as secreções.
XII.
Algunspontosda medulla
sam
centros quetèm
debaixo de suaSECÇÃO
eiftORGICl.
PATHOLOGIA
1\II
H
\
A
Aneurismasem
geral;PROPOSIÇÕES.
1.Os
aneurismassam
espontâneos ou traumáticos, estes dividem-seem
falso primitivo, falso consecutivo, e artcrio-venoso quecompre-hende
muitas variedades, aquellesem
verdadeiro e mixtoexterno.II.
Quanto ao
sitiosam
internos e externosr osprimeirosmuito difficcisde serem diagnosticados, os segundos
podem
bem
ser conhecidos edistinclosdeoutro qualquer tumor.
DL
Na
etiologia dos aneurismasfiguram causas predisponentes eocca.-sionaes,
comas
quaespodem
concomitar condições orgânicas, ou estasultimaspor sisós conformealguns auctores.
IV.
Varias
sam
as formas quepodem
revestir: muitas as alterações quepodem
cauzaraos órgãosvesinhospelacompressão que exerceme pelaspulsações, deque
sam
dotados.V.
A
cura espontâneados aneurismas é rara; predomina a terminaçãopor hemorragia, abscessos, e grangrena quasi