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Os efeitos da exposição à música e avaliação acústica do ambiente de trabalho em professores de academia de ginástica /

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(1)

PRQGRAMA

DE

Pos-GRADUAÇÃO

EM ENGENHARiA

DE

PRoDuçÃo

os

EFE|Tos

DA

ExPos|çÃo

À

iviúsic/-\

E

AvAL|AçÃo AcúsT|cA

oo

AMBIENTE

DE

TRABALHO EM

KV.

PROFESSORES

DE ACADEMIA DE

GINÁSTICA

Maria

José de

Deus

Florianópolis - Santa Catarina - Brasil

(2)

UNIVERSIDADE

FEDERAL

DE

SANTA

CATARINA

PROGRAMA

DE

Pos-GRADUAÇÃO

EM ENGENHARIA

DE

PRODUÇÃO

~ 1 1 ~ r

OS

EFEITOS

DA EXPOSIÇAO

A

MUSICA

E

AVALIAÇAO ACUSTICA

DO

AMBIENTE

DE

TRABALHO EM

PROFESSORES

DE

ACADEMIA DE

GINÁSTICA

Dissertação

submetida

à Universidade Federai

de

Santa Catarina para

obtenção

do

grau

de

Mestre

em

Engenharia de

Produção.

Maria

José de

Deus

Florianópolis - Santa Catarina - Brasil

(3)

... \ 1 ~ 1

OS

EFEITOS

DA EXPOSIÇAO

A

MUSICA

E

AVALIAÇAO ACUSTICA

DO

AMBIENTE DE

TRABALHO

EM

PROFESSORES

DE

ACADEMIA DE

GINÁSTICA

Maria

José de Deus

Esta dissertaçao foi julgada

adequada

para

obtençao

do

título

de Mestre

em

Engenharia

de Produção

e

aprovada

em

sua

forma final pelo

Programa de

Pós-

Graduaçäo

E

em

Engenharia

de

Produção.

V/

Prof. Rioardo

Miranda

Barcia, Ph.D.

Coordenador do Curso

Banca

Examinadora:

I

ÁMA/

Prof.

Samir

Gerges,

Ph

D.

Orientador

Proffi. Mariavdeá Fátima

da

Siiva Duarte, Drê.

/I

Profà. Ièda

Chaves Pacheco

Russo, Drë.

(4)

“A

música

é

uma

das expressões

mais nobres das

artes

e

comunicação

humana.

A

música deve

ser agradável

aos ouvidos

e

fazer

bem

ao corpo

e

a alma.

É

a

sonora

demonstração

dos

sentimentos”

(5)

Dedicatória:

Em

memória

de

Maria

Emília e

Joao

Rigon;

duas pessoas que

deixaram

exemplos

de

vida e

sempre

me

incentivaram a

prosseguir,

(6)

Ao

professor doutor

Samir

N. Y. Gerges, pela oportunidade, paciência e apoio

na

orientaçao;

Aos

professores e proprietários

de academias de

ginástica

que

contribuíram

de maneira

fundamental para a realizaçao deste trabalho;

Às

professoras Elvira Viveiros,

Tereza

Bartolomeu e Caroline

de

Oliveira Martins,

que

viabilizaram esta "empreitada",

com

seu

apoio e incentivo;

Aos

doutores Syriaco Kotzias e Ricardo Tavares,

meus

agradecimentos

pelo

apoio, colaboraçao e precisa

amizade nos

momentos

decisivos;

À

fonoaudióloga Janice Brittes, por

sua

dedicação incontestável, por

sua

vontade

de

ajudar

em

qualquer circunstância;

Aos

amigos

Belli, Adilson, Dino,

Anna

Maria, Neiva, Graça, Janete

Didoné

e

Luciane, pelos

momentos

que

convivemos, pela troca

de conhecimentos

e

emoçoes,

por

simplesmente estarmos

juntos;

À

professora doutora Maria

de

Fátima

da

Silva Duarte,

que

acreditou

na

pesquisa, incentivando-me a continuar;

À

professora doutora lèda

Chaves

P. Russo, pelo apoio

na

revisão

de

literatura;

À

fonoaudióloga

Ana

Cláudia Fiorini,

meus

agradecimentos

pelas orientações

e correções

do

trabalho;

Ao

meu

marido Orlando

Cassiano

Mantovani,

que

esteve

sempre

ao

meu

lado,

com

compreensão,

carinho e paciência, principalmente

nos

momentos

mais

difíceis;

A

todos aqueles amigos,

que

embora

não

tenham

sido citados,

também

(7)

suMÁR1o

Lista

de

Figuras

--- --ix

Lista

de

Quadros

--- --x

Lista'

de

Tabelas

--- --x

Lista

de

Gráficos

--- --xi

Lista

de

Anexos

--- --xi

Resumo

--- --xiv

Abstract

... --xV

CAPÍTULO

1-

O

PROBLEMA

... ..1 1.1 Introdução ... ..1 1.2 Justificativa ... ..3 1.3 Objetivos ... ..5 Objetivo Geral ... ._5 1.3.1 1.3.2 1.4

Questõesalnvestigar

.... ... ..5 1.5 Delimitação

do

Estudo ... ..6 Objetivos Específicos ... ..5 1.6

Organização do

Estudo ... ..6

CAPÍTULO

2-

REVISAO

DE

LITERATURA

... ..8

2.1

Som

e

Ruído

... ..8

« 2.1.1 2.1.2

Transmissão do

Som

e Propriedades Acústicas

do Ambiente

... ._ 10

Ruído

e

Ambiente

de

Trabalho ... .. 12

2.2

O

Ambiente de

Trabalho

em

Aõádemias

de

Ginástica

sob

uma

Visão

Ergonômica

... _. 18 2.3 Efeitos

do Ruído na Audição

... ..22

2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4

Mudança

Temporária

do

Limiar ... ..

24

Mudança

Permanente do

Limiar ... ..26

Trauma

Acústico ... ..26

Efeitos Extra-Auditivos ... ..26

(8)

2.4.1 2.4.2 2.4.3 2.4.4

Classificação Clínica

da Perda

Auditiva ... ._

30

Perda

Auditiva lnduzida por

Ruído

- PAIR

... __31

oa

Efeitos

da Música na Audição

... ._

33

Exercício Físico,

Música

e Elevado Nível

de Pressão Sonora

... __

37

2.5 Professores

de

Academias

de

Ginástica e a

Saúde

Vocal ... __4O

2.5.1

Considerações

Básicas

Sobre

os Distúrbios

da

Voz

... __41

2.6

Anatomia

Laríngea ... ..42

CAPÍTULO

3-

METODOLOGIA

... ..49 3.1 Características

da

Pesquisa ... ..49 3.2

População

e

Amostra

... ..49 3.3 Instrumentação ... ..5O 3.4 Coleta

de

Dados

... ..52

3.5 Análise

dos

Dados

... __

55

CAPÍTULO

4-

APRESENTAÇAO DOS RESULTADOS

... ..56

4.1 Resultados

dos

Tempos

de Reverberação

______________________________________________ ..56

4.1.1 4.1.2 4.1.3 4.1.4 4.1.5 Descrição

das

Salas

Estudadas

_______________________________________________________ __

57

Cálculo

de

Tempo

de Reverberação

_________________________________________________ ._

59

Cálculo

do

Tempo

de Reverberação

com

a Sala

Ocupada

______________ __62

Tempo

de Reverberação

para as Salas

de

Ginástica _______________________ __

63

Cálculo

de

Materiais

de Absorção

para o

Tempo

Ótimo de

Reverberação

_________________________________________________________________________________________________ _ _

65

4.2 Resultados

Mediçoes dos

Níveis

de Pressao Sonora

___________________________ __67 4.3 Avaliação

dos

Questionários -

Percepção

Auditiva e

Queixa

Vocal _________ __

70

4.4 Avaliações Audiométricas ________________________________________________________________________ __

76

4.4.1 Avaliação Audiométrica

com

Repouso

Acústico _______________________________ _.

77

4.6 Resultados

dos

Exames

de

Videolaringoscopia ______________________________________ __

78

CAPÍTULO

5-

CONCLUSOES

E

RECOMENDAÇOES

... ..81

5.1

Conclusões

... _. 81

5.2

Recomendaçoes

... ._

83

cAPiTu|_o

6-

RE|=ERÊNc|As

B|Bi_ioGRÁ|=|cAs

... ..ss

(9)

Figura 1 - Valores correspondentes

de

NPS

e

exemplos

(ASTETE,

1980) .... ..9

Figura 2 -

Anatomia

do

ouvido

(GERGES,

1992) ... ..23

Figura 3 - Efeitos extra-auditivos

no organismo

humano (GERGES,

1992)....29

Figura 4 -

Anatomia

da

laringe

(SPENCE,1991)

... ..42

Figura 5 -

Medidor do

nível

de

pressão sonora ... ..5O Figura

6

-

Cabina

audiométrica ... ..51

Figura 7 -

Audiômetro

portátil ... ..51

Figura 8 -

Exame

de

videolaringoscopia ... ..54

Figura 9 - Layout

da

academia

14 ... ..58

Figura 10 - Piso paviflex ... ._

58

Figura 11 - Piso e forro

de

madeira ... ..58

Figura 12 - Piso

de madeira

... ..59

Figura 13 - Piso

de

paviflex e teto

sem

forração ... ..59

Figura 14 -

Representação esquemática

da

sala 14 ... ..6O Figura 15 -

Tempo

ótimo

de

reverberação

em

seg(s)

(MOORE,

1988) ... ..64

Figura 16 Detector

de

Nível

de Pressao Sonora

... ..83

(10)

Quadro

1 -

Tempos

Permitidos

em

Minutos -

Tn

(NEPOMUCENO,

1993) .... _. 17

Quadro

2 - Coeficientes

de Absorção

Acústica (or) ... ..

57

Quadro

3 -

Tempos

de Reverberação

(TR1

em

segundos)

Sala Vazia ... ..61

Quadro

4

- Coeficientes

de Absorção

Total

em

m2

(GERGES,

1992) ... ..62

Quadro

5 -

Tempos

de Reverberação

(TRz

em

segundos)

Sala

Ocupada

.... ..62

Quadro

6 -

Absorção

Total

Ótima

(m2)

- Academia

14 ... ..66

Quadro

7 -

Absorção

Adicional

(AAm2)

- Academia

14 ... ..66

LISTA

DE TABELAS

Tabela

1 - Limites

de

tolerância para ruído contínuo

ou

intermitente ... _. 14

Tabela

2 - Níveis

de Pressão Sonora nas

Academias

de

Ginástica ... ..68

Tabela

3 - Distribuição

das

Academias Segundo

o Valor

Mínimo de

Níveis

de Pressão Sonora

... ..69

Tabela 4

- Distribuição

das

Academias

Segundo

o Valor

Máximo

de

Níveis

de Pressão Sonora

... ..69

Tabela

5 - Distribuição

dos

Professores Avaliados

Segundo Sexo

e ldade....

70

Tabela

6 -

Tempo

de

Profissão

dos

Professores ... ..71

Tabela

7 -

Sensação

de

Redução

da Audição após

as Aulas

de

Ginãstica....73

Tabela

8 - Desconforto a

Som

intenso ... ..74

Tabela

9 - Realização

de

Exames

Audiométricos Anteriores ... ..75

Tabela

10 -

Comprometimento

de

Voz

... ..75

(11)

Gráfico 1 -

Tempo

de Reverberação

X

Freqüência (salas vazias)...

Gráfico 2 -

Tempo

de Reverberação

X

Freqüência (salas

ocupadas)

Gráfico 3 -

Tempo

de Reverberação da

Sala 14

com

TR

ldeal ... ._

Gráfico

4

- Níveis

de Pressão Sonora nas

Academias

... ._

Gráfico 5 - Distribuição

dos

Professores

quanto

ao

Sexo

... ._

Gráfico

6

- Faixa Etária

dos

Professores ... ._

Gráfico 7 -

Tempo

de

Profissão

dos

Professores ... ._

Gráfico 8 -

Jornada de

Trabalho Diária

dos

Professores ... ._

Gráfico 9 - Tipo

de Música

Utilizada ... ._

Gráfico 10 -

Sintomas

Percebidos

após

as Aulas ... ._

Gráfico 11 -

Queixas

Vocais ... ._

Gráfico 12 - Resultados

dos

Exames

Audiométricos ._ ... ._

Gráfico 13 - Resultados

dos

Exames

com

Repouso

Acústico ... ._

Gráfico 14 -

Achados

de

Alterações

dos

Exames

... ._

Gráfico 15 -

Percepção de

Alteração Vocal ... ._

ANEXOS

Anexo1

:Questionário ... ._

(12)

RESUMO

O

objetivo

do

presente estudo foi detectar os possíveis

oomprometimentos

auditivos e vocais

em

40

professores

de

ginástica, expostos à

música

eletronicamente amplificada

no

Município

de

Florianópolis - SC. Para isto, foram

medidos

os níveis

de

pressão sonora

em

14 academias,

como

também,

foram

avaliadas as salas

de

aulas

no

seu aspecto construtivo, a fim

de

determinar os

valores

de

tempo

de

reverberação ideal para este tipo

de

ambiente.

Os

resultados

das medições de

nível

de

pressão sonora

apontaram

para

uma

porcentagem de

86%

das academias

trabalhando

com

valores

acima dos

limites permitidos pela

legislação trabalhista.

Quanto aos

cálculos

dos

tempos de

reverberação,

constatou-se

que

todas as salas

apresentaram

um

alto

tempo

de

reverberação,

prejudicando a inteligibilidade

da

comunicação

entre professor e aluno.

Posteriormente, foi aplicado

um

questionário

com

o intuito

de

identificar qual a

percepção dos

professores quanto à

sua

audição,

como

também,

possíveis

queixas vocais.

No

que

se refere às queixas vocais, os sintomas mais

comuns

foram rouquidão, pigarro,

cansaço ao

falar,

sendo

que, a perda

de voz após

a

aula, foi o sintoma

mais

aparente

com

65%

dos

casos.

Os

professores realizaram

exames

de

audiometria tonal limiar por via aérea e por via

Óssea

em

cabina

acústica. Através

dos

resultados, verificou-se

que

os professores

eram

jovens

com

55%

dos

professores na faixa

de

20

a

30 anos

e

que

a maioria deles exercia

a profissão

no

máximo

5 anos,

sendo

que, o perfil audiométrico geral sugere

início

de

um

processo

de Perda

Auditiva lnduzida por

Ruído

(PAIR).

Dos 23

exames

de

videolaringoscopia realizados

nos

professores,

87%

tiveram disfonias vocais e

13%

apresentaram

exames

normais,

sendo

que, a predominância foi

de

disfonias orgãnico-funcionais.

Os

resultados

da

pesquisa. evidenciaram

que

os

proprietários

das

academias, professores e alunos

devam

ser orientados para a

prevenção de

possíveis lesões auditivas e vocais,

que

se tente controlar os níveis

de

pressao sonora

nas

aulas,

como

também, adequar

acusticamente as salas

de

ginástica.

(13)

The

aim of this study

was

to detect the possible auditory

and

vocal

damage

among

40

physical education teachers

exposed

to electronically amplified music,

in the municipality of Florianópolis, SC.

Sound

pressure levels

were

measured

in

14

gymnasiums, and

the construction of the classrooms

was

evaluted, in order to

determine the ideal reverberation times for this type of environment.

The

results of

the

measurements

of

sound

pressure level indicate that

86%

of

gyms

are working

with levels

above

the limits set by Brazilian law. With regard to calculation of the reverberation time, it

was

found that all the classrooms registered high

reverberation times, resulting in a loss of intelligibility in

communication between

teacher

and

student. Subsequently, a questionnaire

was

carried out with the

intention of identifying the teacher's perceptions of their

own

hearing as well as

possible vocal complaints. With reference to vocal complaints, the

most

common

symptoms

were

hoarseness, buil

up

of

phegnm

and

fatigue

caused

by speaking;

in

65%

of cases, loss of voice after a lesson

was

the

most

apparent

symptom.

The

teachers

were submeted

to pure tone audiometry in a

sound

proof cabin.

From

the

results it

was

shown

firstly that the teachers are young,

55%

being

between 20

and 30

years old,

and

secondly the majority of

them have been

in the profession

for less than 5 years.

The

general audiometric profile suggests the beginning of

the process of noise induced hearing loss.

The

videolaringoscopy examinations

carried out

on

the teachers

demonstrated

that

20 (87%) had

some

kind of vocal disfunction, while only 3

(13%) had no such

problems, indicating a

predominance

of organ related disfunctions.

The

results of this research are evidence that the

owners

of

gymnasiums,

the teachers

and

the students should receive guidance

on

how

to prevent possible vocal

and

auditory

damage.

These

can be

achivied by

trying to control the levels of

sound

pressure in the class, by providing suitable acoustics in the classroom.

Key

Word:

Noise levels;

on

health clubs;

gymnasiums;

hoarseness; noise; hearing loss.

(14)

CAPÍTULO

1

O

Problema

1.1

Introduçao

O

som

faz parte

da

vida diária

das pessoas

e apresenta-se, por exemplo,

como:

música, canto

dos

pássaros,

uma

batida

na

porta, o tilintar

do

telefone, as

ondas

do

mar

e outros. Entretanto,

na

sociedade

moderna

muitos

sons são

desagradáveis e indesejáveis, e

esses são

definidos

como

ruídos

(GERGES,

1992).

Sabe-se

que

o efeito

do

ruído

no

indivíduo

não

depende

somente das suas

caracteristicas (amplitude, freqüência, duração),

mas também

da

atitude

do

indivíduo frente a ele

(GERGES,

1992).

Nos

últimos

cem

anos,

com

a progressiva industrialização e

suas

manifestações

na

sociedade, os

problemas

decorrentes

do

ruido

começaram

a

ser identificados, tornando-se objeto

de

constante

preocupação de

especialistas

na

área e

de

acordo

com

as pesquisas, o nivel

de

ruido

tem

aumentado

na

vida

homem,

tanto

nas

atividades profissionais

como

nas de

lazer.

Em

tempos

recentes, muitos esforços

têm

sido realizados para

combater

a

exposição

ao

ruido ocupacional e

medidas

preventivas

ao

ruido

em

muitas

empresas parecem

ser promissoras. 1

Menos

positivas, porém,

são

as atividades

de

exposição

ao

ruído durante o

tempo

de

atividade

de

lazer.

Determinadas

atividades desenvolvidas no lazer e

no

esporte

também podem

contribuir para o aparecimento

ou agravamento da

perda

auditiva. Dentre

essas

atividades

temos

as exposições a

sons

intensos

que

ocorrem

em

danceterias, apresentações

de

conjunto

de

rock, trios elétricos e até

mesmo

ouvir

música

por

meio

de

aparelhos

com

fones individuais (walkman).

Os

esportes motorizados, o tiro

ao

alvo e as atividades físicas

com

acompanhamento

musical,

também

possuem

um

potencial significativo para a ocorrência

de

lesões auditivas induzidas pelo ruído

(AXELSSON,

1991).

Verificou-se

que há duas

décadas, aproveitando a popularidade

da

atividade aeróbica, difundida pelo

médico Kenneth

Cooper, a professora

(15)

americana Jack Sorensen

introduziu a

música nas

aulas

de

ginástica tradicional,

tornando os exercícios coreografados e animados.

Desde

então, a ginástica

aeróbica,

como

passou

a ser

chamada

tem

evoluído

em

vários aspectos,

como

uniformes, calçados, aparelhagens e

novas

técnicas

(JUCÁ,

1993).

A

música,

no

entanto,

que

é a própria

alma

da

modalidade,

pouco

foi discutida e

não

são raros

os profissionais

da

área

que

acreditam

que

som

muito alto

aumenta

o rendimento

dos

alunos

nas

aulas. Assim, para

manter

os alunos

cada vez

mais "envolvidos"

na

aula, muitos professores deginástica

usam

o

volume do

aparelho

de

som

em

alta intensidade. Esta prática traz

como

conseqüência

uma

desnecessária

competição

entre a

voz do

professor e o próprio

som

da

música, pois

sem

conseguir comunicar-se

adequadamente

com

os alunos, ele

tem

que

gritar,

exigindo

demais das

pregas vocais,

além de

estar prejudicando

sua saúde

auditiva e

de seus

alunos.

Nos

últimos tempos, as

academias de

ginástica multiplicaram-se, pois tiveram aceitação

de

uma

grande

parcela

da população que

busca,

além do

bem

estar e

boa

forma física, a diversão, o entretenimento,

um

circulo

de amizade

e o

gosto pelo ritmo

da música

amplificada utilizada

nas

aulas.

HALPERN

&

SAVARY

(1985) referem-se a

música nas academias de

ginástica

comentando

que, ..."mais

um

fator nocivo para a

saúde

e a

boa forma

física é o fato

da música nesses

lugares ser transmitida

quase

sempre

distorcida

por ser

excessivamente

alta,

enfraquecendo mais

ainda o corpo e dificultando a

comunicação

entre instrutor e alunos".

Por

exercerem

atividades profissionais

em

ambientes

com

altos níveis

de

pressão sonora, os professores

de

ginástica

são

indivíduos susceptíveis a

comprometer sua

audição seja,

sob

forma

de

queixas otológicas

como

zumbido,

sensação de

plenitude auricular

(sensação de

ouvido

tampado)

e dificuldade

em

compreender

a fala,

ou

até

mesmo

configurar o

quadro de Perda

Auditiva

lnduzida por

Ruído

(PAIR).

Estudos

realizados até o

momento

confirmaram

que

os níveis sonoros

gerados

pela

música

amplificada

que

excedem

a

85

dB(A),

sejam

eles

gerados

por fones

de

ouvido,

ambiente de

trabalho ruidoso, brinquedos sonoros,

atividades domésticas e recreacionais, (...)

podem

acarretar

danos

à

saúde

e

(16)

Nos

ambientes

de

trabalho, as condiçoes ambientais desfavoráveis

sao

grandes

fontes

de

tensão e o ruido é

um

dos

fatores

que

influem diretamente

no

desempenho

do

trabalho

humano.

As

academias de

ginástica

não

fogem

desta

realidade,

porque

os professores

que são

os trabalhadores expostos a niveis

de

som

muito alto, estão sujeitos às

conseqüências

mais evidentes

do

ruído

que

são

a surdez, interferência

na

comunicação,

cansaço

e

redução

da

eficiência

(FUSCO,

1995).

Diante

do

exposto e

de posse dos

resultados

da

pesquisa realizada por

DEUS

(1995),

na

qual verificou-se

que

o niveis

de

pressão sonora

nas

academias

de

ginástica

estudadas na

cidade

de

Florianópolis -

Santa

Catarina, estava

acima

do

recomendado

pela Portaria

3214-NR15

do

Ministério

do

Trabalho, considera-

se importante dar continuidade

ao

estudo, realizando-se

uma

avaliação acústica

do ambiente de

trabalho

do

professor

de

academia, utilizando-se para isso

da

Ergonomia.

Enquanto

área

do conhecimento

científico, cuja

preocupação

centra-

se

nos

aspectos

humanos

do

trabalho

em

qualquer situação

onde

este é

realizado,

com

as

seguintes finalidades básicas: o

melhoramento

e a

conservação

da

saúde

dos

trabalhadores e a

concepção do

funcionamento satisfatório

do

sistema técnico

do

ponto

de

vista

da produção

e

segurança

(WISNER,

1987).

Desta

maneira, a

Ergonomia busca

melhorar os postos

de

trabalhos

fatigantes e/ou perigosos, inclusive o

dos

professores, colocando os

trabalhadores

em

melhores

condições

de

trabalho,

de

forma a melhorar o

seu

rendimento e evitar acidentes

ou doenças

ocupacionais.

Através

da Ergonomia pode-se

produzir

uma

"radiografia viva"

das

situações reais

de

trabalho, identificando os principais fatores envolvidos

no

processo,

descrevendo

e analisando

seus elementos

constituintes, predizendo as

conseqüências

para segurança, eficácia e

bem

estar

dos

trabalhadores,

mais

especificamente,

dos

professores

de

academia.

1.2 Justificativa

A

perda auditiva relacionada à exposição a altos níveis

de

pressão sonora

(17)

IBANEZ,

1993).

A

maior parte destes referem-se à exposição

ao

ruído

gerado

por

máquinas

e

motores

no ambiente de

trabalho.

Em

relação à exposição a

música

eletronicamente amplificada (que

tem

evoluído

com

as

novas

tecnologias

da

eletrônica,

aumentando

a potência

dos

equipamentos de

som), as pesquisas restringem-se

apenas

a

músicos

integrantes

de

orquestras,

de

conjuntos

de

rock, trios elétricos, DJ's e usuários

de

fones

de

ouvido (walkman).

A

escassez de

publicações e bibliografias a respeito

da

exposição a

música

eletronicamente amplificada

em

ambiente

de

trabalho por profissionais "não

músicos", torna necessário o

aprofundamento no

assunto.

Pretende-se

com

a investigação

do ambiente de

trabalho

dos

professores

de academia de

ginástica, analisar o nível

de

pressão sonora

no ambiente

para

verificar se os níveis

são

prejudiciais à

saúde

e a partir daí, alerta-los quanto à

sua

exposição à

música

eletronicamente amplificada durante as aulas, pois isso

poderá

ser

um

fator

desencadeante de

insalubridade

em

tais ambientes.

Um

outro aspecto importante a ser ressaltado nesta pesquisa é a voz

humana,

como

principal veículo

de comunicação,

e principal instrumento

de

trabalho

dos

professores.

A

disfonia

do

professor

tem

sido

estudada

e considerada

como

doença

profissional e social

na

maioria

dos

países.

Os

transtornos vocais constituem

uma

preocupação

em

relação

ao

desempenho

do

professor,

que

fica limitado

ao

exercício

da

profissão.

Como

conseqüência, tem-se discutido

cada

vez

mais

sobre a profilaxia deste tipo

de

patologia.

Busca-se

com

este trabalho orientar os professores

de

ginástica quanto a

manutenção

saudável, estética

de sua

voz, garantindo a eles a

permanência

no

mercado

de

trabalho.

"Não

deixar

que

a

música

e o

uso

incorreto

da voz

seja

um

risco

de

lesão

nas

aulas é

uma

missão

que

cabe aos

três interessados diretamente

na

ginástica:

academia, professor e aluno.

Cada

um

tem

uma

função importante neste

(18)

1.3

Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

1. Investigar os efeitos auditivos e extra-auditivos

nos

professores

de academia

de

ginástica

que

trabalham expostos a níveis elevados

de

pressao sonora,

decorrentes

da música

eletronicamente amplificada.

1.3.2

Objetivos

Específicos

C

1. Medir os níveis

de

pressão sonora

em

14

Academias

de

Ginástica,

da

cidade

de

Florianópolis - SC;

2. Avaliar acusticamente as salas

de

aula consideradas

na

pesquisa, a fim

de

determinar-lhes os valores

de

tempo

de

reverberaçâo ideal para

ambientes

fechados de

acordo

com

a

NBR

10152/1987

(Níveis

de Ruído

para Conforto

Acústico);

3. Verificar a ocorrência

de

alterações audiométricas

nos

professores

de

academia de

ginástica;

4. Verificar a existência

de

queixas e/ou alterações vocais

nos

professores

de

ginástica.

1.4

Questões

a Investigar

a)

Quais são

os níveis

de

pressão sonora utilizados

nas academias de

ginástica;

b) Calcular os

Tempos

de Reverberaçäo

para as salas

de

aula consideradas

na

pesquisa;

(19)

d) Investigar possíveis queixas vocais

nos

professores

após

a jornada

de

trabalho e avaliá-las;

e) Realizar

uma

investigação preliminar

da

audição

dos

professores.

1.5

Delimitaçao

do

Estudo

O

enfoque

do

presente estudo limita-se a investigar os

comprometimentos

auditivos e possíveis disfunções vocais

em

professores

de academia

que

trabalham

em

14

academias no

município

de

Florianópolis - SC, expostos à

música

eletronicamente amplificada.

Através

de

um

enfoque ergonômico

busca-se estudar os locais

de

trabalho

destes profissionais, no

que

se refere

aos

níveis

de

pressão sonora utilizados

nas

aulas.

Foram

estudadas somente

as

academias

registradas

na

prefeitura

da

cidade e

que

ofereciam aulas

de

ginástica aeróbica e/ou localizada, por

serem

essas modalidades

as

que

trabalham

com

música

eletronicamente amplificada.

Não

foram consideradas outras variáveis, tais

como

problemas

músculo-

esqueléticos e lesões por esforços repetitivos.

Num

primeiro

momento,

espera-se contribuir para a

prevenção

primária

da

perda auditiva induzida pelo ruído,

na

medida

em

que

procura-se

com

este

estudo, informar

aos

professores envolvidos sobre a importância

da

audição, os

meios de

preservá-la e os

danos causados

ã

saúde

pelos níveis

de

pressão

sonora elevados.

Num

segundo

momento,

pretendeu-se orientar os professores

de academia

quanto

ao uso

correto

da

voz,

apresentando noçoes

básicas e

recomendações

sobre a

fonação

e a

saúde

vocal.

1.6

Organização

do

Estudo

O

presente estudo está organizado

em

seis capítulos.

Este capítulo apresenta a situação-problema, justifica

de

forma resumida, a

importância

do

estudo, definindo objetivos e as questões à investigar.

O

capítulo ll

(20)

na

audição.

Apresenta

estudos sobre

ambientes de

trabalho ruidosos, exercícios

fisicos,

música

e níveis

de

pressão sonora elevados,

como também

trata

de

alguns aspectos

ergonômicos das

salas

de

aula

das academias

e apresenta

pesquisas sobre disfunções vocais e o

uso

indevido

da

voz.

O

capítulo lll apresenta os

Procedimentos

Metodológicos utilizados para a

realização

do

estudo.

O

capítulo IV

ocupa-se dos

Resultados e Discussão, e

no

capitulo

V

serão apresentadas as

Conclusões

e

Recomendações

para Trabalhos Futuros.

Em

seguida, serão apresentado o capítulo Vl

com

as Referências Bibliográficas e o capítulo Vll

com

os respectivos Anexos.

(21)

cAPÍTuLo

2

Revisão

de

Literatura

2.1

Som

e

Ruído

Ruído

e

som

não são

sinônimos.

Um

ruído é

apenas

um

tipo

de

som,

mas

um

som

não

é necessariamente

um

ruído.

O

conceito

de

ruído é associado a

som

desagradável e indesejável

(RUSSO,

1993).

O

fenômeno

acústico

denominado

"ruído" foi definido por

CHAWDICK

(1973)

como

qualquer

som

dissonante, discordante

ou

anárquico.

Segundo

ASTETE

(1979) "ruído é qualquer

som

que

tenha potencialidade para causar

efeitos nocivos

ou

não

desejados

no

funcionamento

do

ouvido

humano, sendo

um

fenômeno

subjetivo

que

depende

das

características intrínsecas

das

pessoas".

A

Assoc|AçÃo

BRAs|LE|RA

DE

NORMAS

TÉcN|cAs

(1987) conceitua

o ruído

como

“a mistura

de

tons cujas freqüências diferem entre si por valor

inferior à discriminação

(em

freqüência)

do

ouvido". Para

COSTA

&

KITAMURA

(1995), ruído (ou barulho) é todo

som

inútil e indesejável,

englobando

neste conceito

"um

aspecto subjetivo

de

indesejabilidade, por ser o

som

assim

definido

como

desagradável

ou

por ser prejudicial

aos

diversos aspectos

da

atividade

humana

ou

mesmo

à saúde".

Por

som

compreendefse

qualquer perturbação vibratória

em

um

meio

elástico, oscilações

no

ar,

que

produz

uma

sensação

auditiva

(MERLUZZI,

1981).

Na

realidade,

sao

variaçoes

da

pressao atmosférica originadas pela própria turbulência

do

ar

ou

por material

em

vibração, e para

que

sejam

audíveis, tais

oscilações necessitam apresentar determinadas características

de

freqüência e

intensidade.

A

freqüência

de

uma

onda

sonora refere-se

ao

número

de

vibrações_por

segundo,

medida

em

Hertz (Hz)

ou

ciclos por segundo.

O

ouvido

humano

é

sensível às

ondas

sonoras na faixa

de

freqüência

que

vai

de

16 a 20.000 Hz,

variando

de pessoa

para pessoa, inclusive

com

a idade.

As

ondas

sonoras

de

baixa freqüência

correspondem aos sons

graves e as

de

alta freqüência

aos sons

(22)

enquanto

que

acima

de

20.000

Hz

são

os ultra-sons,

ambos

inaudíveis para o ser

humano.

O

som

que

chega ao nosso

ouvido é

formado

por

um

espectro

de

várias

freqüências,

com

intensidades diferentes,

sendo que

a

comunicação

se

principalmente

na

faixa

de 500

a

2000

Hertz.

A

faixa

de

maior" sensibilidade

do

ouvido está entre

2000

Hz

e

4000

Hz (ASTETE,

1979).

A

intensidade é a quantidade

de

energia vibratória

que

se

propaga nas

áreas próximas a partir

da

fonte emissora.

Pode

ser definida

em

termos

de

energia (Watt/m2)

ou

em

termos

de

pressão (N/m2

ou

Pascal).

A

intensidade

do

som

é

medida

pelo nível

de

pressão sonora, cuja unidade é o decibel (dB)

(GERGES,

1992).

`

A

figura a seguir ilustra a intensidade e a freqüência

de

alguns

sons mais

comuns.

NPS

(dB)

Pressão

0,00002

Sonora

Exemplos

(N/mz) (N/mz)

140

___

200

Limiar

da

dor

130

Sirene

de

alarme público (a

2m

de

distância)

120

20

Dinamõmetro

motores Diesel (a

1m

de

distância)

110

Serra fita (ol

madeira ou

metais a

1m

de

distância)

100

___

2 “

Prensas

excèntricas

90

Caminhão

Diesel

80 km/h

(a

15m

distância)

80

___

0.2 Escritório barulhento

70

Carro

de

passageiros a

80 km/h

(a

15m

distância

60

0.02

Conversacão

normal (a

1m

de

distãncia)

50

40

___

0.002 Local residencial tranqüilo

30

Tic-tac

de

relógio

20

___

0.0002 Sussurro

10

0

0.00002

Limiar

de

audibilidade

Figura 1 -

Valores correspondentes

de

NPS

e

exemplos (ASTETE,

1980)

De

acordo

com

a

Norma

ISO 2204/1973

(International

Standard

Organization),

os ruídos

podem

ser classificados

segundo

a variação

de seu

nível

de

intensidade

com

o

tempo

em:

(23)

A.

Contínuo

- ruído

com

variações

de

níveis desprezíveis (até

aproximadamente

3 dB) durante o período

de

observação.

Os

ruídos contínuos

são

os

que

apresentam

nenhuma

ou

uma

mínima

variação

de

intensidade.

B. intermitente - ruído cujo nível varia continuamente

de

um

valor apreciável

(superior a

aproximadamente

3 dB) durante o período

de

observação.

Os

ruídos intermitentes

são

os

que

duram

segundos ou no

máximo

alguns

minutos e

podem

ser repetidos.

C.

Impacto

ou Impulso

- aquele

que

se apresenta

em

picos

de

energia acústica

de duração

inferior a

um

segundo.

A

forma

de

onda

deste tipo

de

ruído é

frequentemente descrita por

sua

amplitude e duração.

A

amplitude é

medida

no

pico

máximo;

a

duração

é o

tempo

que

a

onda

leva para cair

20

dB

de seu

nível normal.

O

ruído

de

impacto é

um

fenômeno

acústico associado à

explosões e é considerado

um

dos

tipos

de

ruído mais nocivos à audição,

com

intensidades

que

variam

de 100

dB

para o ruído

de

impacto e

acima de 140

dB

para o ruído impulsivo

(FELDMAN

& GRIMES,

1985).

2.1.1

Transmissão

do

Som

e

Propriedades Acústicas

do

Ambiente

Sabe-se

que

a

propagação das

ondas

sonoras

no

mundo

real

não

ocorre

sem

que encontrem

em

sua

trajetória obstáculos

que ofereçam

uma

resistência

friccional,

fazendo

com

que

a intensidade sonora diminua

com

o

tempo

e

com

a

distância

da

fonte sonora.

A

quantidade

de

som

refletida, absorvida

ou

transmitida

dependerá das

características físicas

do

obstáculo as quais

determinam

a

impedância

específica deste,

ou

seja, a oposição

que

oferecem

ã

passagem

da

onda

sonora

(RUSSO,

1993).

A

reflexão

dos sons

ocorre

quando

estes se

deparam

com

obstáculos

rígidos,

de

superfície lisa,

dando

origem

aos

chamados

ecos

ou

ondas de

reverberação, cuja diferença está

apenas na

distância

do

obstáculo

em

relaçao â

fonte sonora.

A

reverberação ocorre

quando

o

som

refletido retorna à fonte

num

intervalo

de

tempo

inferior a 1/10

de

segundo

e é

um

fenômeno

característico

de

recintos fechados,

nos

quais o obstáculo encontra-se a

menos

de

17 metros

da

(24)

O

tempo

requerido para a

onda

sonora refletida ser

atenuada

em

60

dB,

em

relação

ao

nível

de

intensidade original, é

denominado tempo

de

reverberação, isto é, o

tempo

em

que

o

som

permanece

no

ambiente, realizando

inúmeras

reflexões até

que sua

energia caia

um

milhão

de vezes

em

relação ã

energia original

(RUSSO,

1993).

A

mensuração

do

tempo

de

reverberação é necessária,

não

só para

verificar a

atenuação da

intensidade sonora,

mas também

para determinar as características

de absorção de

uma

sala. Este

tempo aumenta

com

o

volume da

sala e diminui

com

a quantidade

de absorção

desta.

A

perda

na

transmissão

da

onda

sonora é

uma

propriedade relacionada à

parede

e é definida

como

a relação

da

energia transmitida através desta

com

aquela

que

incidiu sobre ela. Esta

atenuação da onda

sonora é expressa

em

decibéis (dB). Já a

absorção

ocorre

quando

o obstáculo

não

apresenta rigidez suficiente para refletir a

onda

sonora, oferecendo

pouca

resistência a

sua

passagem,

dissipando a energia

em

seu

interior

ou

transformando-a

em

calor.

Os

materiais fibrosos e porosos

são

os

mais

comumente empregados

para

esse

fim e, por

sua

vez,

determinam

o

chamado

coeficiente

de

absorção, isto é, a

relação entre a energia abson/ida e a incidente, expresso

numericamente

e

variando

de

O a 1.

Se

um

material é

um

perfeito refletor, o coeficiente

de absorção

será zero, e se for

um

perfeito absorvente será 1.

A

efetividade

de absorção de

um

material varia

em

função

da

freqüência,

sendo

os

sons

graves

mais

difíceis

de serem

absorvidos

do

que

os agudos.

Quanto

mais espesso

for o absorvente,

mais

baixa a freqüência

que

o

mesmo

está apto a absorver

(NEPOMUCENO,

1984).

A

distribuição

da voz de

um

professor

em uma

sala

de

aula

ou de

ginástica ocorre

de

modo

direto e refletido,

dependendo

do

material

que

reveste as

paredes.

Se

somente

superfícies rígidas e lisas forem

empregadas

na

construção

desta sala, a reverberação ocorrerá e,

mesmo

que

apresente

um

nível sonoro

inferior

ao

da

onda

incidente,

dependendo

do

tempo

de

reverberação, a

inteligibilidade

da

mensagem

de

fala estará seriamente comprometida. Deste

modo,

a utilização

de

materiais absorventes

nas

paredes,

no

teto,

no

piso

de

uma

sala

de

ginástica

ou de

aula, só terá êxito, se as condições iniciais e finais

de

(25)

2.1.2

Ruído

e

Ambiente de

Trabalho

O

homem

tem conhecimento da ação do

ruído sobre seu

organismo

desde

tempos

remotos,

em

especial

ao

relacionar certos tipos

de

profissões

com

o risco

de

tornar-se surdo

(WERNER,

1990). `

O

primeiro relato

de nexo

causal entre ruido e perda auditiva foi feito por Plínio, o Velho, sobre a surdez

dos

moradores que

viviam próximo às cataratas

do

rio Nilo,

no

Egito,

no

primeiro século A.C.

Em

1713, o

médico

italiano Ramazzini

publicou o livro

"De

Morbis Artificum Diatriba",

no

qual ele

comenta

sobre

empregados

da

indústria

de

fabricação

de

cobre

com

perda auditiva ocupacional,

devido

ao

método

de

trabalho

com

marteladas.

No

século XVIII,

na

Inglaterra,

Thomas

Barr

documentou

a perda auditiva

de

fabricantes

de

caldeiras, e

Fosbroke descreveu

a surdez ocupacional

dos

ferreiros

(GOMES,

1989).

O

nível

de

ruído

nos ambientes

vem

aumentando

como

conseqüência

inevitável

dos avanços

tecnológicos e constitui

elemento

inseparável

do

convívio

ambiental

do

homem.

O

ruido

não

acompanha

o

homem

no

trabalho,

mas

também,

quando

este se desloca (ruído

de

tráfego),

quando

se diverte (boates,

danceterias,

academias de

ginástica), etc. '

Segundo MAGRINI,

"

(...) lamentável, porém, é o

mau

trato que,

atualmente,

vem

sendo

reservado

ao

ouvido

nas

cidades,

nas

escolas e,

principalmente

nos ambientes de

trabalho,

onde

a transformaçao

da

matéria

em

bens de

consumo

e

de

serviço é

acompanhada

de

intensa

produção de

ruído e,

em

muitos casos,

de

surdos" (apud

SANTOS,

1994, p.81).

Constatou-se

desde

a última

década que

os custos

econômicos

e sociais

dos

altos niveis

de

ruído

em

ambientes

de

trabalho

tornam

indispensáveis

medidas

expressivas visando a

redução da

exposição

dos

trabalhadores

ao

ruído.

Estes custos

não

incluem

somente

as

compensações

econômicas

e o desconforto

daqueles

com

uma

perda' auditiva.

Pressupõem,

também,

fatores

menos

quantificáveis,

como

uma

alteração

na

produtividade,

aumento

de

estresse, distúrbios

na

comunicação

e riscos

de

acidentes para

um

grande

número

de

trabalhadores

(GIERKE

&

ELDRED,

1993).

A

perda

da capacidade

auditiva relacionada

ao

trabalho é

de

abordagem

(26)

homeostase

do

trabalhador se

medidas de

controle sobre a

sua saúde não

forem

estabelecidas.

Essas

perdas auditivas

quando

causadas

por exposição

ao

ruído

com

níveis elevados

de

pressão sonora,

no ambiente de

trabalho,

são do

tipo neuro- sensoriais, tendo

como

característica principal

sua

irreversibilidade. Tais perdas

acontecem

insidiosamente.

São

de

lento desenvolvimento

ao

longo

do

tempo

e

com

agravamento

progressivo,

caso não

haja a eliminação

da

exposição

ou

sua_

diminuição,

obedecendo

os limites

de

tolerância estabelecidos.

Os

trabalhadores,

na

maioria

das

vezes, só se

dão

conta

quando

apresentam

perda

acentuada da

audição

em

caráter irreversível (LEITE, 1996).

No

Brasil, o Decreto

da

Consolidação

das

Leis

do

Trabalho (CLT),

publicado pelo presidente Getúlio

Vargas

em

1934, tratou pela primeira

vez das

doenças

ocupacionais

nos ambientes de

trabalho e

dos

acidentes

de

trabalho,

no

capítulo sobre Medicina e

Segurança do

Trabalho.

Em

O8 de

junho

de 1978

foi

publicada a Portaria 3214,

do

Ministério

do

Trabalho,

com

várias

Normas

Regulamentadoras

(NR's). Entre elas, a

NR

15

anexo

l,

que

estabelece os limites

máximos

de

exposição

ao

ruido (para oito horas

de

trabalho,

85

decibéis

como

nível

máximo

de

pressão sonora). e apresenta as condições

de

avaliação e

(27)

Tabela

1 - Limites

de

tolerância

para

ruído

contínuo

ou

intermitente ' “ ' ' A 1;ââz;;,;1;§§;§id_B(A)>àf1 "¡¡f¡"" ' ifšíšššššëšfifšffíi Permissível11âÍíí'..;§-1i_j'í 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos

Fonte: Adaptado da Portaria n° 3214 de 08 de junho de 1978 - Ministério do Trabalho

As

estatísticas oficiais

colocam

as perdas auditivas induzidas por ruído

como

uma

das

principais

doenças

ocupacionais

observadas

no país devido

ao

elevado

número

de

trabalhadores expostos,

bem como

por conta

das

conseqüências

para as

pessoas

por elas afetadas, muitas

vezes

excluindo-as

precocemente

da

vida laboral.

Segundo K\NlTKO

(1994) "o ruído é

um

dos mais

graves

problemas de

saúde

ocupacional, constituindo-se

no

principal agente nosológico a

merecer

atenção

em

ambientes de

trabalho" (p.14).

O

autor

comenta

também

que

este

agente físico é considerado o maior subproduto industrial

que

continua

causando

perda auditiva

mais ou

menos

acentuada,

em

pelo

menos

50%

dos

indivíduos

expostos, e tendo efeitos entre outros,

na

origem

dos

acidentes,

na

produtividade,

em

erros diários,

no

aprendizado e

comportamento

social.

A ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA

DE

SAÚDE

(1983)

recomenda

limites

de

exposição a ruídos, classificando os diversos ambientes.

Para

os ruídos

(28)

dB(A)

no

horário noturno,

expressando

uma

preocupação

com

o bem-estar geral,

além

de

levar

em

conta a

comunicação

oral.

A

Portaria n°

92

de

19

de

junho

de 1980 do

Ministério

do

Interior,

do

Brasil,

considera prejudiciais à

saúde

e

ao sossego

público os

sons

e ruídos

que

atinjam

no ambiente

interior

do

recinto

em

que tem

origem, mais

de 70

dB(A) durante o

dia e

60

dB(A) durante a noite.

Os

ambientes

em

que

são

praticadas as atividades

de

lazer

com

exposição

à

música

eletronicamente amplificada,

tem

sido

estudados

por especialistas a

partir

da

década

de

60,

nas mais

diversas situações

de

exposição,

como

ocorre

nos

concertos

de

rock,

em

danceterias, trios elétricos, orquestras sinfônicas e

nos

equipamentos de

som

instalados

no

interior

de automóveis

(AXELSSON,

1991).

A

evolução

da

eletrônica e o

conseqüente

aumento

dos

amplificadores

acoplados

aos

instrumentos musicais

modernos,

levaram a

um

aumento

da

intensidade

da música

que, por

sua

vez,

tem provocado

efeitos nocivos à audição,

especialmente

dos

profissionais

que

atuam nessa

área.

A

influência

da música

eletronicamente amplificada

como

fator causal

de

perda auditiva induzida por altos níveis

de

pressão sonora é

uma

questão

que

preocupa

especialistas

de

todo o

mundo.

Os

estudos

que

avaliaram as pressões

sonoras nos

ambientes

e

nos equipamentos

revelaram níveis altíssimos

que

ultrapassaram os limites

de

riscos, inclusive os impostos pelos Órgãos públicos

regulamentadores.

Foram

observados

níveis

de

pressão sonora

que vão de 99

a

130

decibéis

em

ambientes de

danceterias,

de 100

a

115

decibéis

em

concertos

de

rock,

82

a

102

decibéis

nas academias de

ginástica e

de 70

a

113

decibéis

em

equipamentos

com

fones

de

ouvido

(AXELSSON,

1991).

A

Associação

Brasileira

de

Normas

Técnicas

(ABNT)

fixa níveis

máximos

de

intensidade sonora para salas

de

concertos, teatros, salas

de

conferências,

cinemas

e salas

de uso

múltiplo, entre

30

e

45

dB(A). Entretanto,

no

Brasil

não

existe legislação

que

especifique limites

máximos

de

ruídos

no

interior

dos

recintos

onde

são

apresentadas

músicas

eletronicamente amplificadas,

ou

seja, a legislação

em

vigor limita-se

apenas

a regulamentar ruídos produzidos nestes

ambientes que incomodariam

a vizinhança.

Os

ambientes de

trabalho

com

níveis

de

ruído

acima de 85

dB(A)

são

considerados insalubres, o

que

obriga o

empregador

a adotar

medidas de

(29)

do

respectivo adicional

de

insalubridade equivalente a

20%

do

salário mínimo,

assim

como

o direito

ao

benefício

da

aposentadoria especial.

Além

disso,

em

ambientes

com

níveis

de

ruído

acima de 85

dB, os

tempos de

exposição diária

não

devem

exceder

os limites

de

tolerância (Tabela 1).

As

atividades

ou operações que

exponham

os trabalhadores a níveis

de

ruído superiores a

115

dB,

sem

proteção

adequada, são

consideradas risco grave

e iminente,

podendo

levar à interdição

do

estabelecimento,

máquina ou

equipamento.

Para

minimizar os efeitos

da

exposição a ruído

sejam

eles os auditivos

ou

não, foram desenvolvidos

uma

série

de

critérios limitantes incorporados

nas

legislações

que

tratam

da saúde do

trabalhador e

da segurança

e higiene

no

ambiente de

trabalho.

Estas legislações,

em

praticamente todos os países industrializados,

limitam o

tempo

de

exposição,

dependendo

do

nível

de

pressão sonora existente

no

local

de

trabalho.

As

principais diferenças entre as legislações atuais

são

quanto

ao

critério

básico para 8 horas,

85

dB(A)

ou 90

dB(A), e a relação entre o acréscimo

em

dB

para

cada

dobro

de

tempo

de

exposição, conhecido

como

“fator Q”,

ou

“fator

de

dobra

de

tempo”.

Nos

EUA

e

no

Brasil é utilizado o fator

de

5

dB

a

cada

dobro

de

tempo,

enquanto

que

na

Comunidade

Européia e parte

do Canadá,

foi

adotado

o fator

de

3

dB

para

cada

dobro

de

tempo. Especialistas

em

conservação

auditiva e

audiologia ocupacional,

também recomendam

a utilização

de

Q

= 3 dB.

No

Brasil é válido o

Anexo

I

da

NR

15,

da

Portaria

3214/78 do

Ministério

do

Trabalho,

que

parte

do

critério

de 85

dB(A) para 8 horas e

Q

= 5 dB.

O

efeito

do uso da

dobra

de

tempo

em

Q

= 3

dB

e 5 dB,

pode

ser visto

no

Quadro

1,

como

por exemplo,

enquanto que

um

nível

de 95

dB(A) para

Q

= 3dB,

permite

um

tempo

de

exposição

de 48

minutos, e para

Q

= 5 dB, permitirá

120

minutos

(NEPOMUCENO,

1993).

A

perda auditiva induzida por ruído relacionada

ao

trabalho é considerada

no

Brasil,

doença de

notificação obrigatória

ao

Ministério

do

Trabalho,

ao

INSS

e

aos

serviços

de saúde

pública municipais e estaduais,

sendo

que, o Ministério

do

Trabalho e o Sistema Único

de

Saúde

(SUS) são

os responsáveis pela

(30)

Do

ponto

de

vista sensorial, nota-se

que

as

pessoas

atingidas pela surdez

são

afastadas

das

experiências sonoras,

ao

ponto

de

ficarem totalmente isoladas

do

mundo

dos

sons. Já

no

nível intelectual, ficam privadas

da modalidade

primária

no

processo

de

desenvolvimento

das

inter-relações, sofrendo frustrações

e insucessos nas áreas sociais, ocupacionais e emocionais.

A

deficiência auditiva isola a

pessoa de sua

família,

de seus

pares e

de sua

comunidade, sendo

comum

sujeitá-la a atitudes negativas por parte daqueles

que

não

conseguem

entender a natureza desta incapacidade

(BEHRENS

&

LIBERGOTT,

1971).

Quadro

1 -

Tempos

Permitidos

em

Minutos

-

Tn

(NEPOMUCENO,

1993)

60 960 1524 65 460 460 66 416 361 67 364 302 66 317 240 69 276 190 90 240 151 91 209 12o 92 162 95 93 156 76 94 136 60 95 120 46 96 104 36 97 91 30 96 79 24 99 69 19 100 60 15 101 52 12 102 45 9 103 40 6 104 34 105 30 106 26 107 23 103 20 109 17 110 15 111 13 112 11 113 10 114 9 115 7 O-*-\-*-\-^f\Jl\)(›3-#010)

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