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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Relatório do Estágio Profissionalizante

Mestrado Integrado em Medicina

10 de Setembro de 2018 a 17 de Maio de 2019

Discente Ana Raquel Carvalho dos Santos

Turma 4 | Número 2013138

Orientador Professor Dr. Joaquim Sousa Gago

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Finalizada esta etapa particularmente importante da minha vida, não poderia deixar de expressar o mais profundo agradecimento a todos aqueles que me apoiaram nesta longa caminhada.

Aos vários professores, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, por partilharem os seus inúmeros conhecimentos e a sua experiência, a fim de me proporcionarem uma formação pré-graduada de excelência.

A todos os meus colegas, em especial às colegas e amigas Mariana Pinto e Inês Vieira, por toda a motivação, risos e apoio ao longo destes seis anos.

A toda a minha família pelo amor, apoio incondicional e coragem que sempre me transmitiram.

À minha avó, que me fez querer ser médica e não teve a oportunidade de me ver entrar neste curso, mas que é sempre a inspiração para todas as minhas conquistas.

Ao meu companheiro, por me ter apoiado no processo atribulado que foi conseguir entrar neste curso e, depois disso, ter estado sempre presente quer nos momentos mais felizes, quer nos mais tristes.

Aos meus amigos, por serem a melhor distração de sempre e me porem sempre a sorrir, mesmo nos momentos mais difíceis.

A todos os doentes com quem contactei ao longo destes seis anos por todo o tempo dispensado a fornecer informações clínicas, pelos exames objetivos repetidos vezes sem conta por vários de nós, pelas punções falhadas e, tantos outros gestos que comprometem o seu conforto, pois sem eles nada disto seria possível.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 1

OBJETIVOS ... 1

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 2

ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA GERAL – HBA|10 Set. a 2 Nov. ... 2

ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA – HSAC|5 Nov. a 11 Jan. ... 3

ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA– HVFX|21 Jan. a 15 Fev. ... 3

ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL – CHPL|18 Fev. a 15 Mar. ... 4

ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR – USF Tejo|18 Mar. a 12 Abr. ... 4

ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA – HDE|22 Abr. a 17 Maio ... 5

ESTÁGIO OPCIONAL DE IMAGIOLOGIA/RADIOLOGIA – HVFX|20 a 31 Maio ... 5

ATIVIDADES EXTRACURRICULARES ... 5

CONFERÊNCIAS, ESTÁGIOS E INTERCÂMBIO CLÍNICO ... 5

VOLUNTARIADO ... 6

REFLEXÃO CRÍTICA ... 6

ANEXO ... 9

CERTIFICADOS DE PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES EXTRACURRICULARES ... 9

BIBLIOGRAFIA... 15

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INTRODUÇÃO

A função da educação médica pré-graduada é preparar os licenciados médicos com atributos profissionais adequados e com um núcleo de conhecimentos e competências que lhes permita aprender autonomamente ao longo da carreira médica. Os curricula médicos devem promover e fornecer oportunidades para a auto-aprendizagem e constante procura, para além de incentivar a curiosidade crítica.[1] É neste contexto que

surge o estágio profissionalizante, integrado no plano curricular do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina da NMS | FCM da UNL. Este contribui para a profissionalização do estudante de Medicina com a consolidação, aplicação prática e desenvolvimento de conhecimentos através do ensino tutelado próximo, com uma maior integração na vivência clínica diária e autonomia crescente.

Este estágio decorreu entre 10 de Setembro de 2018 e 17 de Maio de 2019, com duração de 32 semanas, distribuídas por Cirurgia Geral, Medicina Interna, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar e Pediatria. O presente relatório visa: (a) descrever e estabelecer considerações sobre os objetivos propostos; (b) descrever de forma sucinta as atividades realizadas e principais conhecimentos adquiridos; (c) analisar o trabalho desenvolvido e o seu contributo enquanto aluna e futura médica.

OBJETIVOS

A educação médica pré-graduada tem como finalidade a consolidação de conhecimentos de forma sólida e coerente, com desenvolvimento de um conjunto de valores, atitudes e aptidões que permitam a prática médica baseada na evidência com aprendizagem constante, tendo sempre em vista a promoção de saúde e

bem-estar da comunidade.[1] Assim, ao terminar o estágio profissionalizante o aluno deve ser capaz de: (1)

Demonstrar conhecimentos das ciências básicas e clínicas; (2) Utilizar o conhecimento na análise e solução de problemas clínicos, nomeadamente nas doenças de maior prevalência em Portugal; (3) Efetuar uma anamnese e exame físico detalhados, formulando hipóteses diagnósticas pertinentes e implementando um plano de gestão adequado para os problemas identificados; (4) Estabelecer prioridades, reconhecendo situações de perigo de vida e efetuando procedimentos urgentes; (5) Dominar princípios de tratamento de patologias comuns, conhecendo aspetos práticos da prescrição médica; (6) Estimular a prevenção da doença e promoção da saúde; (7) Comunicar eficazmente; (8) Ser capaz de trabalhar como membro de uma equipa multidisciplinar, reconhecendo as limitações de natureza pessoal e profissional, e sabendo referenciar; (9)

Respeitar os direitos do doente, agindo de acordo com as responsabilidades legais e profissionais, aplicando princípios de confidencialidade, consentimento informado, honestidade e integridade; (10) Realizar registos precisos e pertinentes dos doentes, dominando aptidões básicas na área informática; (11) Praticar uma medicina baseada na evidência, sendo capaz de apresentar, interpretar e avaliar criticamente dados; (12)

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próprio trabalho e ao dos outros; (13) Respeitar a existência de recursos limitados aquando da tomada de decisões; (14) Demonstrar comportamento profissional a nível pessoal e interpessoal, tendo consciência da sua própria saúde e comportamentos, bem como o potencial impacto que estes podem ter nas outras pessoas; (15) Adotar uma atitude proativa perante o desenvolvimento de competências pessoais, reconhecendo a importância da formação médica contínua ao longo da vida.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Nesta secção, abordarei as atividades desenvolvidas no decorrer do estágio profissionalizante e algumas atividades extracurriculares relevantes para a minha formação. Destaco que ao longo dos diferentes estágios existiram atividades comuns a todos eles, nomeadamente no que diz respeito ao treino de competências no âmbito da colheita de anamnese, realização de exame objetivo e da consolidação de conhecimentos sobre semiologia, etiopatogenia, diagnóstico e tratamento das patologias mais comuns de cada uma das especialidades. Destaco ainda o caráter particular deste estágio, face aos de outros anos, no qual em todos os serviços onde ingressei foi possível ter uma perspetiva mais organizacional, com a oportunidade de vivenciar o dia-a-dia do serviço como se fosse um elemento integrante da equipa, com maior grau de responsabilidade, permitindo uma visão mais holística de como funcionam efetivamente os serviços.

ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA GERAL –

HBA|10 Set. a 2 Nov.

O estágio teve a duração de 8 semanas, distribuídas por 4 semanas de Cirurgia Geral sob a tutela da Dr.ª Sílvia Silva, 2 semanas em estágio opcional de Anestesiologia, 1 semana em Serviço de Urgência Geral e 1 semana de seminários práticos. Na primeira semana de estágio, decorreram várias sessões teórico-práticas para revisão de temas complementares à formação prática. Decorreu ainda o curso TEAM, onde treinei procedimentos relacionados com abordagem da via aérea, do choque e trauma vertebro-medular. Nas 4 semanas de Cirurgia Geral assisti e participei em diversas atividades, nomeadamente no bloco operatório, enfermaria, consulta externa e SU. No bloco operatório assisti a um total de 19 cirurgias, tendo sido ajudante em 3 dessas, permitindo-me praticar técnicas de assepsia, transversais a muitas especialidades. Na enfermaria observei 20 doentes, tendo sido o local onde tive maior autonomia, avaliando diariamente os doentes, elaborando diários clínicos e notas de alta. Na consulta externa assisti a 21 consultas de Cirurgia Geral e 16 de Senologia, tendo também estado presente em consultas multidisciplinares de neoplasia da mama. O estágio opcional de Anestesiologia foi um ótimo estágio complementar, pois permitiu ter uma perspetiva do evento cirúrgico como um todo, desde a entrada do doente no bloco operatório até ao recobro, tendo acompanhado o doente na consulta externa, bloco operatório e unidade de cuidados pós-anestésicos. Foi possível ainda, de forma tutelada, realizar ventilação manual, entubação oro-traqueal, colocação de máscara laríngea, sonda nasogástrica, acessos venosos periféricos e realização de colheitas sanguíneas. No

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dia 29 de Outubro apresentei um trabalho de grupo no Mini Congresso de Cirurgia, intitulado “Um caso de icterícia obstrutiva: abordagem e revisão teórica”, baseado num doente que acompanhei durante o estágio.

ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA

– HSAC|5 Nov. a 11 Jan.

O estágio teve a duração de 8 semanas, no Serviço 1 de Medicina, sob tutela da Dr.ª Helena Monteiro. O estágio decorreu maioritariamente na enfermaria, onde observei um total de 30 doentes, com o registo de 3 óbitos e 1 reinternamento. Diariamente fiquei responsável por 3 a 5 doentes, realizando a sua avaliação, anotação de observações em diário clínico, apresentação em visita clínica e, quando necessário e sob supervisão, requisitando meios complementares de diagnóstico, prescrevendo e ajustando terapêuticas e elaborando notas de alta. Contactei também colegas de outras especialidades e outros hospitais em pedido de colaboração ou informação, bem como familiares de doentes – tanto para obter dados em falta, como para facultar esclarecimentos relativamente à situação clínica destes. Assisti ainda a reuniões com o Serviço Social para acompanhamento e discussão dos casos sociais da equipa. Por fim, frequentei o SU, onde observei um total de 23 doentes, tendo tido nesta fase oportunidade de abordar os doentes de forma mais autónoma, mas supervisionada, na colheita da anamnese, realização do exame objetivo, requisição de exames complementares e instituição terapêutica. No dia 10 de Janeiro apresentei um trabalho de grupo baseado num caso clínico que observei durante o estágio sobre a Abordagem de Derrame Pleural.

ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

– HVFX|21 Jan. a 15 Fev.

O estágio teve a duração de 4 semanas, sob a tutela da Dr.ª Adriana Franco e Dr.ª Luciana Patrício. Na sua duração assisti e participei em diversas atividades, nomeadamente no bloco operatório, consulta externa e SU. No âmbito da Ginecologia, assisti a 58 consultas: 11 de Ginecologia Geral, 6 de Planeamento Familiar, 16 de Patologia do Colo, 15 de Patologia do Pavimento Pélvico e 10 de Ecografia Ginecológica. Nestas executei diversos procedimentos básicos do exame ginecológico, nomeadamente colocação do espéculo, observação do canal vaginal e colo do útero e realização de palpação bimanual. Observei ainda a colocação de dispositivos intrauterinos e implantes. No âmbito da Obstetrícia, assisti a 68 consultas: 33 de Gravidez de Alto Risco, 11 de Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) e 24 de Ecografia Obstétrica. Na consulta de IVG pratiquei gestos simples de ecografia como a medição do saco gestacional e embrião, a datação da idade gestacional e a avaliação da cavidade uterina. Na consulta de Ecografia Obstétrica assisti a ecografias de rastreio dos diferentes trimestres com realização do diagnóstico pré-natal e realização de 2 amniocenteses. No SU observei 9 urgências de Ginecologia e 47 de Obstetrícia, tendo assistido a um total de 4 partos eutócicos e 1 cesariana. No bloco operatório observei 6 cirurgias, 2 por via vaginal e 4 por via laparoscópica. No dia 14 de Fevereiro apresentei um trabalho de grupo sobre Abordagem da Perda Gestacional Precoce.

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ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL –

CHPL|18 Fev. a 15 Mar.

O estágio teve a duração de 4 semanas, no Serviço de Reabilitação, sob a tutela da Dr.ª Ana Caixeiro e da Dr.ª Helena Máximo. Os 2 primeiros dias de estágio foram preenchidos por seminários teórico-práticos, com a discussão interativa de casos clínicos de algumas perturbações psiquiátricas, nomeadamente: Síndrome de abstinência, Tentativa de suicídio, Ataque de pânico, Abuso de substâncias e Delirium, tendo terminado com a discussão do tema Estigma na Doença Mental. Durante o estágio assisti e participei em diversas atividades, nomeadamente no internamento, consulta externa e SU. No internamento participei em entrevistas a doentes, familiares e curadores, triagem de 2 doentes para entrada no serviço e reuniões multidisciplinares semanais relativas ao progresso e gestão dos 24 doentes internados. Este serviço tem um funcionamento muito particular, sendo um serviço de porta aberta, em que os doentes saem durante o dia para ir trabalhar ou realizar atividades no centro hospitalar, voltando posteriormente para tomar medicação, realizar refeições e pernoitar no serviço. Por estas e outras particularidades, a atividade passa por elaborar um plano multidisciplinar para cada doente à admissão, avaliando a aptidão e gosto de cada doente, definindo um plano individualizado que estimule o doente a aderir, de forma a criar ferramentas para integrar o dia-a-dia da sociedade. Assim, o trabalho diário é sempre diferente, não se observando diariamente todos os doentes, mas sim resolvendo problemas individuais que vão surgindo. Na consulta externa assisti a um total de 25 consultas, maioritariamente de doentes já seguidos há vários anos na Consulta de Psiquiatria Geral e na Consulta de Reabilitação. No SU observei 10 doentes com patologia descompensada, tendo sido um complemento essencial à experiência que vivenciei no Serviço de Reabilitação. Aqui destaco também uma particularidade desta especialidade que é o internamento compulsivo, tendo presenciado 1 internamento destes.

ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR –

USF Tejo|18 Mar. a 12 Abr.

O estágio teve a duração de 4 semanas, sob a tutela da Dr.ª Diana Duarte. Na sua duração assisti e participei em diversas atividades, nomeadamente consulta de Planeamento Familiar, Diabetes, Hipertensão arterial, Saúde Materna e Infantil, Consulta do Dia, Consulta de Intersubstituição e Atendimento Complementar. Este constituiu um estágio particularmente ativo, tendo assistido a um total de 294 consultas e 3 domicílios. Durante o estágio observei alguns doentes numa segunda e terceira ocasiões, tendo também observado vários elementos diferentes de uma mesma família, o que é raro noutras especialidades. Sob supervisão, realizei várias consultas em contexto de Intersubstituição e Atendimento Complementar, recebendo posteriormente feedback sobre pontos positivos e pontos negativos, a melhorar. No dia 3 de Abril apresentei um trabalho individual de 20 minutos para os elementos da equipa médica da USF, intitulado “Exame Objetivo e Patologia da Mão e do Punho”.

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ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA –

HDE|22 Abr. a 17 Maio

O estágio teve a duração de 4 semanas sob a tutela da Dr.ª Catarina Diamantino. Na sua duração assisti e participei em diversas atividades, nomeadamente internamento, consulta externa e SU. Na consulta externa assisti a 12 consultas de Diabetes, 6 de Obesidade, 4 de Desenvolvimento, 4 de Nefrologia e 7 de Imunoalergologia. Destas, destaco a consulta de Diabetes onde aprendi sobre a utilização do sistema de monitorização contínua de glicose, bombas infusoras de insulina e administração tradicional de insulina recorrendo a canetas, cujo manuseio foi raro nos estágios que frequentei até à data. No internamento de Cardiologia Pediátrica, no HSM, observei 7 doentes particularmente interessantes por representarem patologias que falamos sempre em Pediatria, mas é raro contatarmos, como por exemplo, a Tetralogia de Fallot. No SU observei 30 doentes, tendo passado 1 dia no SO. O SU constituiu um ótimo complemento à observação de doentes em contexto de consulta externa, tendo sido possível contactar com grande diversidade de faixas etárias e patologias das várias subespecialidades. No dia 8 de Maio assisti a uma sessão no Serviço de Imunoalergologia, intitulada “Anafilaxia”, com uma abordagem mais prática sobre a observação de doentes urgentes. No dia 3 de Maio participei no workshop de Urgências Pediátricas, durante o qual abordei ativamente um caso clínico de Bronquiolite. No dia 17 de Maio apresentei um trabalho de grupo sobre Baby-Led Weaning, no Seminário dos alunos.

ESTÁGIO OPCIONAL DE IMAGIOLOGIA/RADIOLOGIA –

HVFX|20 a 31 Maio

O estágio teve a duração de 2 semanas sob a tutela da Dr.ª Zita Seabra. Na sua duração acompanhei diversas atividades, nomeadamente a realização e elaboração de relatórios de: Ecografia cervical, mamária, abdominal superior, renal, vesical, pélvica e prostática; Mamografia; Estudos baritados do trato gastrointestinal; Radiografia osteoarticular; Ressonância magnética e tomografia computorizada crânio-encefália, dos seios perinasais, do ouvido, torácica, abdominal, pélvica e articular. Tive ainda oportunidade de acompanhar algumas técnicas de intervenção como várias biópsias aspirativas mamárias guiadas por estereotaxia e ecografia, e uma punção aspirativa guiada por estereotaxia de um nódulo pulmonar.

ATIVIDADES EXTRACURRICULARES

Ao longo dos últimos 6 anos foram inúmeras as atividades extracurriculares em que participei que contribuíram em grande parte para a minha formação. Estas foram uma oportunidade única para explorar gostos pessoais e outras áreas da Medicina. Os certificados de participação das diferentes atividades encontram-se em Anexo.

CONFERÊNCIAS, ESTÁGIOS E INTERCÂMBIO CLÍNICO

Ao longo do curso, participei em palestras organizadas pela AE, conferências hospitalares, nacionais e uma conferência internacional, nas quais adquiri conhecimentos teóricos que transcendem os lecionados nos

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anfiteatros da faculdade e nas enfermarias. Destas destaco apenas algumas das frequentadas este ano, nomeadamente: Prevenção e Controlo de infeção: Precauções Básicas, organizada pelo PPCIRA do CHPL; Resistência aos Antibióticos: da prevenção ao controlo de infeção em uma só saúde e as Jornadas de Cardiologia de Lisboa Ocidental. Participei também num curso de ECG, com um total de 6 aulas e um teste final para avaliação de conhecimentos, organizado pela Medicina Interna do HSAC. Durante este ano, destaco ainda a frequência de aulas teóricas de preparação para a Prova Nacional de Acesso, com 86 aulas de diversos temas que correspondem a cada uma das especialidades que passamos neste estágio profissionalizante, sendo um complemento extraordinário aos estágios parcelares. Ao longo destes 6 anos, realizei ainda vários estágios opcionais, dos quais destaco um estágio de Medicina Geral e Familiar no Centro de Saúde de Torres Vedras, um estágio de Urgência no HVFX, um estágio de Enfermagem e um de Hemato-Oncologia na CUF Infante-Santo e, por fim, um intercâmbio em Medicina de Emergência em Monterrey, no México. Cada um destes estágios permitiu desenvolver e consolidar conhecimentos, confrontando realidades diferentes, privadas e públicas, nacionais e internacionais, importantes para uma visão mais integrada da Medicina.

VOLUNTARIADO

Outra das atividades extracurriculares a que me dediquei foi a realização de voluntariado, sendo este um interesse meu particular. São muitas as atividades em que fui participando ao longo dos anos, que passaram por ações de pequena escala como 1 dia no projeto Apoio aos Sem Abrigo nas ruas de Lisboa; a dias de intervenção comunitária, sob forma, por exemplo, do MedOnTour, em Arcos de Valdevez; e ainda visitas semanais, durante o ano letivo, com o projeto Saúde Porta a Porta, com visitas domiciliárias a idosos que pelas suas doenças e problemas económicos se encontram isolados do mundo exterior. A minha experiência de voluntariado expandiu-se este Verão para o panorama internacional, em que tive a oportunidade incrível de acompanhar a AMI numa das suas missões na Guiné-Bissau.

REFLEXÃO CRÍTICA

A grande finalidade do estágio profissionalizante é a promoção do crescimento pessoal e profissional dos alunos, com crescente aplicação prática de conhecimentos previamente adquiridos e aquisição de novas competências. Na tentativa de cumprir tal finalidade, chego ao fim deste estágio com grande parte dos objetivos propostos cumpridos. Tive oportunidade de utilizar conhecimentos adquiridos ao longo dos 5 anos prévios, nas diversas áreas, para analisar problemas clínicos comuns. Durante esses, desenvolvi a capacidade de colheita de anamnese e realização de exame objetivo, com formulação e discussão de hipóteses diagnósticas e, sugerindo planos terapêuticos e de follow-up para os doentes observados. Sinto que desenvolvi capacidades na área da prevenção de doença e promoção de saúde, sendo esta uma área onde é essencial comunicar eficazmente. Este foi outro objetivo que trabalhei durante este ano, a capacidade de

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comunicar, quer oralmente com o relacionamento com os colegas de outras especialidades ou profissões, doentes e famílias, quer por escrito na elaboração de registos clínicos e notas de alta. Um dos estágios mais difíceis deste ano foi o estágio de Medicina Interna, que de certa forma é representativo de todos os outros nos objetivos que tentamos alcançar, talvez por ser também o estágio em que temos uma maior autonomia. Neste estágio temos doentes pelos quais somos responsáveis e que muitas vezes apenas são observados por nós nesse dia. Foi durante estas 8 semanas em que mais médica, mas simultaneamente mais ignorante me senti. É um momento em que somos confrontados com aquilo que de facto não sabemos e percebemos o quanto ainda temos de trabalhar para saber mais, sendo que esse trabalho nunca acaba realmente. Foi também aqui que me deparei com um dos dilemas mais difíceis de gerir na profissão que é o decidir investir ou não investir num doente, ponderando os riscos e benefícios dessa decisão, tentando racionalizar a morte que para mim, até à data, ainda me é algo irracional. Foi também a primeira vez que vi morrer um doente “meu”, inesperadamente, que mesmo sem ter culpa e ter feito o que podia, dificilmente esquecerei. Uma outra competência que desenvolvi foi o como lidar com doentes e famílias, que pelos seus motivos e por vezes com razão, nem sempre são educados e cordiais. Outro dilema durante este estágio, foi por vezes a frustração com as nossas políticas em que por mais que queiramos não conseguimos ajudar as pessoas na extensão em que gostaríamos, nomeadamente nos casos sociais. Sinto que todas estas experiências foram uma mais valia para a minha educação enquanto estudante de medicina, sendo que uma das maiores aprendizagens este ano não foi em termos de conhecimentos teóricos de patologias específicas, mas sim a perspetiva de como de facto é a realidade da prática da Medicina. Um outro ponto fundamental que desenvolvi um pouco este ano foi o saber como fazer as coisas acontecerem numa enfermaria ou num SU, o saber com quem comunicar para resolver problemas, o saber como receber famílias e doentes de forma a encaminhá-los de forma adequada, entre outros aspetos. No meu estágio de Medicina Geral e Familiar fiquei surpreendida de forma bastante positiva com a tentativa de trabalhar em equipa, nomeadamente com as diferentes especialidades hospitalares, sendo que fui sensibilizada nesta vertente, ao ver inúmeras vezes esta tentativa de articulação por parte da minha tutora. Todos somos sensibilizados para a importância desta medida, e ver isto a ser executado de forma trabalhosa, via email e carta, entre uma USF e inúmeros hospitais e especialidades, numa tentativa de esclarecer pontos fundamentais no plano terapêutico ou follow-up do doente, foi inspirador. Destaco ainda a realização de 3 domicílios, em que os principais problemas raramente foram médicos, nomeadamente: a gestão de um caso de um doente paraplégico vítima de violência doméstica com problemas económicos; a exaustão do cuidador de um doente com Síndrome de Ehlern-Danlos; e a recusa de realização de uma ressonância magnética para estadiamento de uma neoplasia. O meu

estágio de Saúde Mental foi mais um exemplo da importância do trabalho em equipa sendo que no serviço de reabilitação é impossível realizar todo o trabalho sem uma equipa multidisciplinar. Aqui deparei-me com situações sociais, familiares e financeiras muito complexas, que aliadas às limitações impostas pelas

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perturbações psiquiátricas dos doentes, necessitam de um grande trabalho a nível da educação para a doença, necessidade de medicação e cuidados básicos, resolução de problemas financeiros, problemas laborais, problemas legais e problemas familiares. Um dos momentos mais marcantes deste estágio ocorreu após a tentativa de suicídio de um doente no serviço, que teve como espectador um dos psicólogos da equipa, que pelo carácter altamente violento da situação e impotência no seu impedimento, pediu para falar sobre o assunto com toda a equipa, constituindo um momento terapêutico para todos. Este foi um momento em que se viu o quão violentos são alguns dos episódios a que podemos estar sujeitos e o impacto que isso pode ter para a nossa própria saúde mental. Nos estágios de Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia e Pediatria tive oportunidade de consolidar conhecimentos sobre as diferentes patologias e praticar a colheita de anamnese e realização de exame objetivo, tendo em conta as suas particularidades. Estes foram estágios com menor autonomia, em parte devido ao carácter mais técnico e específico das intervenções. Escolhi o

estágio opcional de Imagiologia/Radiologia pois é uma especialidade com competências transversais a todas as outras especialidades, e com a qual temos pouco contacto ao longo do curso. Aqui, tive a oportunidade de compreender o que acontece neste serviço e de treinar a interpretação de imagem, que é uma mais valia, independentemente da especialidade que siga no futuro. Em relação às atividades extracurriculares

mencionadas, penso que estas tenham sido extremamente importantes para a minha formação, permitindo-me adquirir conhecipermitindo-mentos para além dos que são lecionados ao longo do currículo do curso. Destaco aqui o voluntariado, pois penso que este me permite perceber coisas que quando “visto a bata” me passam mais despercebidas. Obriga-me a continuar sensível e “mais humana” face às pequenas coisas, que por vezes vamos perdendo com a prática clínica, quer como forma de defesa pessoal face ao sofrimento que muitas vezes temos de presenciar nesta profissão, quer por frustração com o sistema, que por vezes nos faz sentir impotentes. Em relação a desafios que levo enquanto futura médica, nos quais já fui tentando trabalhar durante este ano, destaco: (a) a capacidade de reação perante emergências, pois o saber fazer é diferente do fazer efetivamente, e sem nunca ter contatado com tais situações na prática, sinto me um pouco mais insegura e desconheço como reagirei nessas situações; (b) a capacidade de prescrição farmacológica, sendo que na nossa educação médica é-nos exigido saber classes de medicamentos a prescrever em cada situação, e não posologias desses fármacos; (c) a visão mais realista do que pode ou não ser feito, e ainda a transição entre o que pode ser feito e o que é eticamente correto fazer, respeitando sempre a vontade do doente. Em conclusão, sinto que adquiri competências para além dos objetivos propostos para este estágio profissionalizante. No entanto, existe ainda muito trabalho a realizar da minha parte, sendo a educação médica uma educação contínua ao longo da vida. Trabalharei por continuar a adotar uma atitude proativa perante o desenvolvimento das competências pessoais inerentes a esta profissão, respeitando os direitos do doente, agindo de acordo com as responsabilidades legais e profissionais, aplicando princípios de confidencialidade, honestidade e integridade.

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BIBLIOGRAFIA

[1] Castelo, HB; Victorino, RM; Guerreiro, AS; et al. (2005). O Licenciado Médico em Portugal Core Graduates Learning Outcomes Project. Coordenação Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa - Projecto do Ministério da Ciência e Ensino Superior. 1ª Edição.

GLOSSÁRIO

NMS | Nova Medical School

FCM | Faculdade de Ciências Médicas UNL | Universidade Nova de Lisboa HBA | Hospital Beatriz Ângelo

HSAC | Hospital Santo António dos Capuchos HVFX | Hospital Vila Franca de Xira

HDE | Hospital Dona Estefânia HSM | Hospital de Santa Marta

CHPL | Centro Hospitalar Lisboa Central

PPCIRA | Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistências aos Antimicrobianos

USF | Unidade de Saúde Familiar Set. | Setembro Nov. | Novembro Jan. | Janeiro Fev. | Fevereiro Mar. | Março SU | Serviço de Urgência SO | Serviço de Observação

TEAM | Trauma Evaluation and Management AE | Associação de Estudantes

Referências

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