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EVOLUÇÃO RECENTE DO SISTEMA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR NO BRASIL E MERCADO POTENCIAL

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EVOLUÇÃO RECENTE DO SISTEMA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR NO BRASIL E MERCADO POTENCIAL

Francisco E. Barreto de Oliveira**

Maria Tereza de Marsillac Pasinato***

Fernanda Paes Leme Peyneau****

I. Introdução

A Previdência Complementar vem ganhando cada vez mais espaço na agenda política brasileira. Porém, ao contrário do que alguns possam pensar, a complementação das aposentadorias não é nenhuma novidade. Na verdade, a criação da Caixa de Aposentadorias e Pensões (CAP) do Banco do Brasil, ainda em 1904, pode ser entendida como um marco do sistema previdenciário complementar privado.

Apesar da criação da previdência complementar, no caso brasileiro, ser secular, a sua regulamentação só ocorreu na década de 1970 - Lei 6.435/77-, quando da expansão das grandes empresas estatais e a criação de seus fundos de pensão. Com as transformações macroeconômicas – estabilização econômica, reestruturação produtiva, etc. - e da própria dinâmica social – inclusive, com fortes transformações na organização do mercado de trabalho e da previdência social - ocorridas no país na última década, pode-se observar um aumento potencial do mercado.

O presente trabalho tem como finalidade analisar a evolução e as potencialidades para o crescimento da previdência privada no Brasil. Faz-se necessário, entretanto, uma breve menção às diferenças entre Previdência Social Básica – compulsória e capitaneada pelo Estado, quer seja através do Regime Geral de Previdência Social responsável pela cobertura dos trabalhadores do setor privado, quer através dos regimes especiais que cobrem o funcionalismo público das várias esferas (judiciário, legislativo e executivo - civis e militares) e dos vários níveis administrativos (federal, estadual e municipal) - e, Previdência Complementar – voluntária, subdividida em Previdência

**Técnico de Pesquisa e Planejamento da DIMAC/IPEA *** EPPGG do MPOG

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Complementar Aberta e Previdência Complementar Fechada e, até o momento1

operada por entidades privadas, cabendo ao Estado a sua regulação e fiscalização. O objetivo da Previdência Complementar, como o próprio nome bem o indica, é o de complementar ou suplementar os benefícios e serviços do Seguro Social Básico. Trata-se, conseqüentemente, de uma escolha individual exercida a partir das escalas de preferência dops segurados e sujeita às restrições de seu poder aquisitivo2.

II - Aspectos Institucionais – Legais

O marco legislativo básico do sistema brasileiro de previdência privada complementar é constituído pela Lei n.º 6.435, de 15/07/19773 posteriormente alterada

pela Lei n.º 6.462 de 9/11/1977, e pelos Decretos n.º 81.240 e n.º 81.402, ambos de 19784.

As entidades de previdência privada são definidas, segundo o Art. 1o da Lei 6.435, como aquelas que tem por objetivo instituir planos privados de concessão de pecúlios ou de rendas, de benefícios complementares ou assemelhados aos da previdência social, mediante contribuição de seus participantes, dos respectivos empregadores ou de ambos .

A mesma lei define no Art.4o os dois tipos de entidades de previdência privada: fechadas e abertas.

Entidades Fechadas de Previdência Privada-EFPP’s:

As EFPP’S são também denominadas como “fundos de pensão”5; fundação ou

institutos de seguridade social, caixas de previdência e assistência social. A clientela é

1 Como veremos ao longo do texto, com os ajustes realizados no sistema previdenciário nos últimos anos

e os projetos de reestruturação para o setor, novas modalidades de patrocinadores e instituidores passarão a ser habilitados a criar regimes previdenciários complementares, como por exemplo, os entes federados, as associações de classe, os sindicados, etc..

2É importante notar que o caráter subjetivo daquilo que é básico e daquilo que é complementar deixa esta

definição ao processo político, que, por sua vez, deve espelhar teoricamente a escala de valores de cada sociedade.

3 Existiam antes desta data entidades de previdência privada e capitalização, os denominados montepios e

organizações afins. A falta de regulação estatal adequada e a aceleração inflacionária provocaram extremo aviltamento dos benefícios, que eram fixados em valor nominal, reduzindo-se, muitas vezes, a centavos. Além disto, houve insolvência, por vezes fraudulenta, de algumas instituições.

4 A legislação brasileira de previdência privada foi fortemente calcada no Employment Retirement

Security Act- ERISA, aprovada em 1974 nos Estados Unidos como instrumento básico disciplinador destas atividades naquele país. Ressalte-se que esta legislação teve por motivação um conjunto de problemas com entidades de previdência privada, dentre os quais o mais famoso foi a falência do Fundo de Pensão da Studbaker.

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restrita, ou seja, são acessíveis exclusivamente aos empregados de uma só empresa ou de um grupo de empresas, as quais serão denominadas patrocinadoras. Note que, dependendo do desenho do fundo, só são aceitas empresas com pelo menos 100 empregados.

As entidades fechadas deverão, necessariamente, ser organizadas sob a forma de entidades sem fins lucrativos, assumindo a forma de sociedades civis ou fundações. e, a integralização do capital mínimo é flexível.

A constituição depende da autorização da Secretaria de Previdência Complementar - SPC, sendo esta subordinada ao Ministério da Previdência e Assistência Social- MPAS. Por sua vez, dentro da estrutura do MPAS, os órgãos diretamente responsáveis pela previdência privada fechada são:

a) O Conselho de Gestão da Previdência Complementar -CGPC - colegiado presidido pelo Ministro da Previdência e Assistência Social e integrado por representantes do Governo Federal e das entidades fechadas de previdência privada, a quem cabe, na qualidade de órgão normativo máximo do sistema, fixar diretrizes e normas, regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização, estipular as condições de custeio e investimento6

, estipular as características gerais para planos de benefícios, normas gerais de atuária e contabilidade, dentre outras atribuições.

b) A Secretaria de Previdência ComplementarSPC - órgão executivo, responsável por processar os pedidos para autorização, para constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de controle e reformas de estatutos de entidades fechadas, fiscalizar a execução das normas fixadas pelo CGPC bem como da política de investimentos fixada pelo Conselho Monetário Nacional, inclusive aplicando as penalidades previstas na própria lei no caso de constatação de alguma irregularidade.

Entidades Abertas de Previdência Privada- EAPP’s:

As EAPP’S são destinadas a uma clientela de caráter geral, sem quaisquer outras exigências que não a adesão ao plano através do aporte regular das contribuições requeridas. Embora condições especiais possam ser oferecidas a certos grupos, a

totalmente incorreto, pois trata-se de uma tradução equivocada do termo “pension fund”. Ocorre, entretanto, que “pension”, em inglês, tem o significado de “aposentadoria” e não de “pensão”. Em tempo, o que conhecemos como “pensão”, ou seja o benefício pago aos sobreviventes do segurado (cônjuge, filhos, etc.) corresponde, em inglês, ao “survivor’s benefit”.

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vinculação é de caráter individual. Poderão ter ou não fins lucrativos, e, devem se organizar sob a forma de sociedades anônimas, quando com fins lucrativos, e como sociedades civis e fundações quando sem fins lucrativos.

A constituição depende da autorização do Conselho Nacional de Seguros Privados, sendo este subordinada à Superintendência de Seguros Privados- SUSEP7 e,

quanto ao capital mínimo, pode-se dizer que há uma integralização rígida. Ao contrário das entidades fechadas, a remuneração dos dirigentes pode ser feita, porém sujeita a perda das facilidades fiscais.

Ainda que a Lei 6.435/77 tenha refletido as preocupações e demandas existentes quando de sua promulgação, esta não acompanhou a dinâmica do mercado de previdência privada. Decorridos 23 anos de sua aprovação, já se evidenciam vários aspectos que requerem sua modernização e readequação a nova realidade do setor, que experimentou um pronunciado crescimento após a estabilização monetária, alcançada com o Plano Real, em meados da década de 1990.

Com a aprovação da Emenda Constitucional no. 20 foram introduzidos no texto constitucional os princípios básicos que devem nortear o regime de previdência complementar: autonomia em relação ao regime geral de previdência social, caráter facultativo e, garantias quanto a constituição de reservas que assegurem o pagamento dos benefícios contratados (art. 202 da Constituição Federal) – e, remetida para a legislação complementar, sua regulamentação (PLC 8, 9 e 10 – atualmente em tramitação no Congresso Nacional). A citada emenda constitucional possibilitou também a criação, por parte dos entes federados, de regimes próprios de previdência complementar para seus funcionários, além de estabelecer limites para o aporte de recursos por parte das patrocinadoras do setor público8.

A regulamentação da instituição de regimes de previdência complementar por parte da União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, é tratada no Projeto de Lei Complementar no. 8. As principais medidas constantes neste projeto de lei são:

• condições de elegibilidade adequadas para os planos de benefícios a serem criados, tais como: carência mínima de sessenta contribuições mensais ao plano de benefícios e cessação do vínculo com a patrocinadora9, para se tornar elegível a um

7 Ambos subordinados ao Ministério da Fazenda.

8 Inclusive as concessionárias de serviços públicos que vierem a ser privatizadas. A contribuição máxima

da empresa não poderá exceder a contribuição do segurado.

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benefício de prestação programada e continuada; vinculação de sua concessão a do benefício relacionado ao regime geral de previdência ao qual o participante esteja filiado por intermédio de seu patrocinador.

• regras específicas para os reajustes dos benefícios em manutenção baseadas nos critérios estabelecidos nos regulamentos dos planos de benefícios, sendo vedado o repasse de ganhos de produtividade, abono e vantagens de qualquer natureza para tais benefícios.

• responsabilidade pelo custeio dos planos de benefícios partilhada entre a patrocinadora e participantes, devendo-se ressaltar que a contribuição normal da patrocinadora para o plano de benefícios, em hipótese alguma, poderá exceder a do participante. Além das contribuições normais, os planos poderão prever o aporte de recursos pelos participantes, a título de contribuição facultativa, sem contrapartida da patrocinadora.

O PLC no. 09, por sua vez, estabelece as normas gerais para a instituição de regime de previdência complementar por parte dos mesmos entes governamentais citados no PLC no. 8, quais sejam: existência de apenas uma entidade fechada de previdência complementar por ente governamental; garantia, aos participantes, dos mesmos benefícios de renda programada e continuada oferecidos pelo regime previdenciário ao qual estiver vinculado; além da vedação de concessão de benefícios pela entidade de previdência complementar que, somado ao benefício garantido pelo regime de previdência ao qual se vincule o participante, ultrapasse o valor da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, salvo nos casos dos plano do tipo contribuição definida ou assemelhados, na forma estabelecida pelo órgão regulador.

O PLC no. 10, em tramitação no Legislativo sob o no. 63/99, peça fundamental da nova regulamentação da previdência complementar, tem por objetivo substituir a atual lei 6.435, com a introdução de elementos de flexibilização e modernização do sistema, tais como portabilidade e vesting (benefício diferido). A portabilidade de um plano de benefícios de previdência complementar é a possibilidade de transferência total ou parcial à outras instituições de previdência, por parte dos segurados, dos ativos garantidores de seus benefícios.Já o benefício diferido é a situação em que, após um determinado período de participação no plano, o participante (segurado) passar a fazer juz a um benefício correspondente as contribuições já efetuadas e capitalizadas. A maior

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flexibilidade da legislação proposta se evidencia, ainda, na criação da figura do Instituidor, que amplia as possibilidades de patrocínio10, de forma a permitir que conselhos profissionais, sindicatos e associações classistas possam criar entidades fechadas próprias de previdência privada.

Este projeto de lei incorpora, também, questões controversas como a obrigatoriedade da contratação de resseguro ou adesão a fundos de solvência. Por um lado, têm-se o aspecto social de proteção dos segurados contra os problemas de insolvência das entidades, que gerariam insegurança quanto ao recebimento de seus benefícios. Por outro, levando-se em conta o aspecto mercadológico, a introdução do resseguro, envolve a questão do risco moral (moral hazard), em que a sua simples existência pode resultar em fatores de incentivo a administração irresponsável ou imprudente dos recursos.

No que se refere a regulação e fiscalização do regime de previdência complementar, função precípua do Estado, o projeto prevê a existência de um órgão responsável. Atualmente, como já mencionado na seção anterior, as funções de regulação e fiscalização do regime são executadas por diversos órgãos do Estado, cabendo a Secretaria de Previdência Complementar do MPAS a atuação junto as entidades fechadas e, a Superintendência de Seguros Privados - SUSEP - subordinada ao MF a atuação junto as entidades abertas11.

O projeto de regulamentação avança também na busca da melhoria de gestão das entidades fechadas através da profissionalização da administração, bem como na introdução da responsabilidade civil e penal de seus dirigentes por motivo de má administração. No que se refere a profissionalização e credibilidade do regime complementar, prevê, ainda, a proibição das operações comerciais/financeiras com membros dos órgãos colegiados e pessoas físicas ou jurídicas a eles relacionados.

No que tange especificamente as entidades fechadas de previdência privada, foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional a Resolução no. 2.720, introduzindo o conceito de risco como pressuposto para a alocação de investimentos. A importância desta resolução reside em ser a primeira medida de controle sobre as carteiras de

10 Restritos na Lei 6.435 a figura da patrocinadora, que corresponde as empresas que instituem planos de

previdência complementar fechados.

11 O MPAS encaminhou recentemente à Presidência da República, uma proposta de projeto de lei

transformando a Secretaria de Previdência Complementar em Agência Nacional de Previdência Complementar.

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investimentos das entidades de previdência de cunho qualitativo representando, consequentemente um mecanismo mais adequado para a avaliação das condições de solvência e liquidez do planos. Até sua publicação, o controle apresentava-se unicamente restrito a imposição de limites por modalidades de investimento.O atual momento atravessado pelo sistema de previdência privada no Brasil se caracteriza pelos acertos e ajustes ao marco regulatório (institucional-legal), ponto imprescindível para o desenvolvimento do setor, que só assim será capaz de gerar maiores incentivos para a captação de recursos produtivos e imprimir uma maior credibilidade, cooptando, com isso, novos segurados, de forma a consolidar a cultura de poupança previdenciária no país.

III - Evolução da Previdência Complementar

A evolução dos entidades de previdência complementar apresentou dinâmicas bastante distintas quanto a sua natureza – se abertas ou fechadas. O sistema complementar oferece, basicamente, dois tipos de benefícios. Aposentadoria por idade e invalidez aos filiados e, pensão por morte aos dependentes.

Tanto as entidades fechadas como abertas operam em regime de capitalização, ou seja, mediante a aplicação dos recursos arrecadados sob a forma de contribuições, garante-se o pagamento de benefícios. Os planos de benefícios ofertados por ambas podem ser:

a) de benefício definido, onde há uma determinada renda ou pecúlio que, em função de certas normas que regem as contribuições (usualmente calculado como função dos últimos salários e eventualmente do próprio benefício a ser concedido pela previdência oficial), é previamente definido;

b) de contribuição definida, onde dada uma contribuição fixada, o valor do benefício (renda ou pecúlio) é variável conforme o valor resultante da aplicação de uma certa regra de capitalização;

c) Mistos, que oferecem tanto uma, quanto outra modalidade.

Nas entidades fechadas, todo o rendimento das aplicações- deduzidos os custos administrativos- reverte necessariamente, para os participantes. Já nas entidades abertas, apenas naquelas sem fins lucrativos o patrimônio que se forma é exclusivamente de propriedade dos participantes.Nas entidades abertas com fins lucrativos, o excedente

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sobre as reservas matemáticas12 era apropriado - via de regra - pelos acionistas, e não pelos participantes. Mais recentemente, todavia, tem-se tornado quase regra entre os planos ofertados pelas entidades abertas repartir os excedentes, usualmente revertendo metade ao participante. Por exemplo, vários planos de capitalização tem ofertado uma taxa de juros real fixa de 6% acima da correção monetária; se a rentabilidade das aplicações superar este limite, metade do excedente é distribuído aos participantes.

Como já foi mencionado anteriormente, a existência de planos de aposentadoria complementar no Brasil é observada desde o início do século. Contudo, o primeiro grande impulso para seu desenvolvimento se deu na década de 1970, quando foram criados os fundos de pensão – EFPPs - ligados às empresas estatais, como a PETROBRÁS, ELETROBRÁS, etc.. Com efeito, a PREVI - Fundação Banco do Brasil de Seguridade Social é a herdeira do patrimônio de instituições criadas há mais de um século atrás. Isso se deve ao fato do período em questão ter se caracterizado pelo investimento estatal em infraestrutura – com os vários planos de desenvolvimento econômico capitaneados pelo Estado. Com a criação de empresas estatais ou de economia mista, tornou-se prática comum criar fundos de complementação para os benefícios previdenciários como parte da política de recursos humanos destas instituições. A tabela 1 ilustra a evolução do número de EFPPs desde a promulgação da lei 6.435/77. Vale ressaltar o fato de que nos primeiros anos de vigência da lei, os registros refletem, em grande medida, a adaptação das entidades pré-existentes às novas imposições legais. As EFPP patrocinadas por empresas do setor privado, no entanto, apresentam uma inserção posterior, evidenciando a importância da regulamentação estatal para o desenvolvimento do setor.

12

O termo “reserva” tem, dentro da terminologia atuarial, significado específico e completamente diverso daquele empregado na linguagem comum. No caso específico, é um item de passivo (e não de ativo, como o nome pode sugerir), correspondente ao valor presente esperado dos benefícios a serem pagos, já concedidos ou a conceder.

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Tabela 1 – Evolução do Número de EFPP – 1978-1998

Ano Setor Público Setor Privado Total

1978 4 100% 0 0 4 1979 39 65% 21 35% 60 1980 53 56% 42 44% 95 1981 60 55% 50 45% 110 1982 65 55% 54 45% 119 1983 66 53% 59 47% 125 1984 69 52% 63 48% 132 1985 74 51% 71 49% 145 1986 76 48% 81 52% 157 1987 80 47% 90 53% 170 1988 82 41% 117 59% 199 1989 83 38% 134 62% 217 1990 85 37% 144 63% 229 1991 85 36% 150 64% 235 1992 86 35% 159 65% 245 1993 90 33% 183 67% 273 1994 93 32% 202 68% 295 1995 94 30% 215 70% 309 1996 95 29% 231 71% 326 1997 95 28% 244 72% 339 1998 95 27% 257 73% 352 Fonte: SPC/MPAS - 1999

A tabela 2 ilustra o conjunto de recursos geridos pelas EFPP ao longo das últimas décadas. Como se pode depreender, estas instituições se transformaram nos principais investidores institucionais do país, com um patrimônio correspondente, atualmente, a aproximadamente 12% do PIB. A tabela 3, por sua vez, ilustra que ainda hoje pode-se verificar um predomínio das patrocinadoras públicas – aproximadamente 70% - no total dos ativos das EFPPs. No entanto, deve-se ressaltar que o processo de privatização está modificando este quadro.

Tabela 2 – Evolução dos ativos das EFPPs Ano Ativos em US$ milhões

(correntes ?) 1982 5.000 1986 8.686 1990 12.120 1994 55.081 1998 75.086 1999 64.351 Fonte:Abrapp

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Tabela 3 – Ativos da EFPP’S em 1999

Discriminação Ativos em R$ Part. % Variação nominal em 12

meses do Ativo TOTAL 121.549.035.889 100,00 36,88% Públicas 84.019.182.031 69,12 35,45% Privadas 37.529.853.857 30,88 40,18% Nacionais 29.384.211.290 24,17 39,05% Estrangeiras 8.145.642.567 6,70 44,44%

Fonte: Brasil. Ministério da Previdência e Assistência Social, Secretaria de Previdência Complementar: Informações básicas - Previdência complementar fechada, novembro de 1999.

Uma figura cada vez mais comum no cenário da previdência privada fechada são os chamados Fundos Multipatrocinados. Usualmente, tratam-se de empresas pertencentes a um mesmo grupo econômico ou que tenham atividades afins que decidem formar um fundo de aposentaria e pensões (empresas instituidoras) ou que aderem a um fundo já existente para a previdência complementar de seus empregados. A fundação Petros, por exemplo, tem como patrocinadoras, além da Petrobrás, outras empresas do grupo, tanto subsidiárias quanto coligadas (Braspetro, Petrobrás Distribuidora, Petroquisa, Petrofértil etc.) Finalmente, há o exemplo da Aerus que tem como patrocinadoras diversas companhias de aviação, tais como a Varig, Transbrasil, para citar algumas, e também como empresas outras de serviços correlatos (serviços auxiliares de terra, telecomunicações, aeronáuticas etc.). Há também fundos multipatrocinados por empresas totalmente independentes, embora este tipo de experiência seja ainda muito limitada no Brasil.

O número de filiados ao sistema de previdência complementar fechado observou um forte incremento da cobertura principalmente na primeira década posterior a sua regulamentação, tendo praticamente estagnado seu crescimento a partir dos primeiros anos da década de 1990. Se em 1980 o número aproximado de filiados ao sistema era de 1 milhão, no início da década de 1990 esse número alcançou aproximadamente, 1, 8 milhões de filiados se encontrando atualmente próximo a 1,7 milhões de filiados em novembro de 1999 (ver tabela 4).

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Tabela 4 - População de Filiados

Discriminação Públicas Privadas Total

Participantes Ativos 730.646 970.338 1.700.984

Participantes Aposentados 238.693 124.515 363.208 Beneficiários de Pensões 92.116 43.657 135.773

Dependentes 2.244.893 2.147.588 4.392.481 População Total 3.306.348 3.286.098 6.592.446 Fonte: Brasil. Ministério da Previdência Social, Secretaria de Previdência Complementar: Informações Básicas – Previdência Complementar fechada, novembro de 1999.

A relação participantes ativos / beneficiários no sistema das EFPP vêm apresentando desta forma uma tendência declinante ao longo dos anos, o que é natural dada a maturação do sistema. Em 1981 esta relação encontrava-se em torno de 23; dez anos depois já havia caído para praticamente a metade, encontrando-se atualmente em um patamar pouco inferior a 5 participantes ativos / beneficiário.

No que se refere a previdência complementar aberta, pode-se dizer que, o segmento observou um forte incremento nos últimos anos. Antes da regulamentação da previdência complementar (Lei 6.435/77), muitas entidades abertas – então conhecidos como montepios – não constituíram os ativos garantidores das reservas técnicas, o que resultou em graves problemas financeiros com efeitos perversos para seus participantes. Como resultado desta experiência. no final da década de 80 o mercado brasileiro de previdência privada aberta ainda crescia de forma lenta. Argumenta-se, no entanto, que a partir de 1987 os planos readquiriram crescentemente credibilidade junto ao público e passaram a se adequar melhor às peculiaridades do mercado nacional. Vale ressaltar que nesta época o processo inflacionário era bem acelerado e, por isso, a atualização monetária das contribuições e dos benefícios era feita quase que mensalmente. Destaca-se, nessa época, a resolução 1087 que criou os planos coletivos, alargando consideravelmente as possibilidades previdenciárias das empresas.

Contudo, foi somente na década de 90 que a previdência privada aberta se firmou no mercado, sendo esse fato decorrente tanto do agravamento da situação da previdência social, quanto do amadurecimento do próprio sistema. A verdade é que cada vez mais pessoas estão procurando uma renda complementar através da poupança em fundos específicos. A partir de 1995, quando o mercado segurador foi aberto à concorrência externa, começou um grande movimento de fusões e aquisições. Alia-se a este fato, ainda a estabilização da economia (1995) e a sinalização de reformas planejadas pelo governo, que possibilitaram uma boa alavancagem ao setor de

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previdência privada. Com tais transformações nas políticas macroeconômicas, acreditava-se que a previdência pública daria maior espaço para a previdência privada.

Os números registrados desde o Plano Real indicam que o mercado vem crescendo rapidamente no país. E, com o crescimento do mercado, aumentaram também as opções disponíveis. Além dos planos tradicionais de aposentadoria individual foram criados os Fundos de Aposentadoria Programada Individual – FAPI, e os Planos Geradores de Benefícios Líquidos – PGBL. A tabela 4 apresenta uma evolução do montante da carteira de investimentos e das receitas dos planos previdenciários das entidades de previdência privada aberta.

Tabela 4 – Previdência Privada Aberta (em R$ mil)

Anos Carteira de Investimentos Receitas de Planos Previdenciários 1993 1.575.000 281.815 1994 3.017.627 670.382 1995 3.539.466 1.050.181 1996 5.605.287 1.405.040 1997 6.254.606 2.163.893 1998 8.267.257 3.220.051 1999 10.701.088 * 2.526.574 **

Tabela extraída do Jornal Gazeta Mercantil de 20 de janeiro de 2000, pg. B-4. Fonte: Bloomberg News e Associação Nacional da Previdência Aberta (Anapp) * Até setembro de 1999 ** Receitas de planos de janeiro a setembro de 1999.

Esses planos tem a vantagem de oferecer ao segurado a opção entre um plano mais conservador (renda fixa, por exemplo) e um plano mais ousado (renda variável).Dessa forma, apresentam condições reais de atender uma clientela mais ampla, dada a não restrição das preferências individuais em relação ao risco dos investimentos. Em outras palavras, o plano oferece uma flexibilidade para a diversificação do risco.

Outra vantagem está nas condições de participação, que permite a vinculação de qualquer pessoa física; menores de idade – desde que devidamente representados; e planos empresariais – onde, quando da perda do vínculo com a pessoa jurídica, é facultativo ao segurado a permanência no plano, sendo garantidos os direitos adquiridos. Podem, ainda, ser oferecidas coberturas por morte ou invalidez, mediante contribuição adicional.

O segmento aberto de previdência complementar apresenta, no entanto, uma forte tendência a concentração. Isso se deve em grande medida aos custos fixos para a estruturação dos planos e os gastos com publicidade dos mesmos. De forma ilustrativa

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temos que em 1988 operavam neste mercado aproximadamente 108 entidades, sendo que destas, apenas 2 dessas entidades concentravam 54% das receitas operacionais do sistema. Atualmente, este número se reduziu para 44 entidades em operação, com uma única entidade respondendo por praticamente metade do mercado.

O sistema atende, atualmente, à cerca de 2,4 milhões de participantes e tem experimentado um vigoroso crescimento durante os últimos anos. Apenas no período 1994-96 agregaram-se cerca de 600 mil novos participantes13.

IV – Perspectivas para a ampliação da cobertura do sistema de Previdência Complementar

Esta parte do presente trabalho tem por objetivo realizar projeções do mercado potencial de previdência complementar no Brasil, vis-a-vis as mudanças recentes incorridas pelo mercado, para o horizonte dos próximos 20 anos. Como todo exercício desta natureza, os resultados devem ser interpretados à luz das várias hipóteses simplificadoras adotadas e considerando-se a incerteza que lhes é atribuída e sendo considerados como cenários sob certas hipóteses.

No que se refere as projeções demográficas foram utilizadas as projeções geradas a partir do MAPS ( Modelo Demográfico-Atuarial de Projeções e Simulações de Reformas Previdenciárias IPEA/IBGE) para a População Economicamente Ativa (PEA), PEA urbana e população de contribuintes do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Considerou-se, até mesmo por conservadorismo, que a população rural não se constitui um mercado significativo para as entidades de previdência complementar, dado que se trata de uma economia pouco monetizada.

Utilizando-se os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 1997, estimou-se os contingentes da força de trabalho formal urbana com rendimentos acima de 5, 7 e 10 salários mínimos, que correspondem à, respectivamente, 26%, 17% e 11% da PEA Formal urbana. A utilização dos dados da RAIS é interessante pois incorpora o contingente de funcionários públicos, que de acordo com a EC no. 20 poderão contar, desde que o ente federado ao qual estiverem vinculados assim o desejem, com sistemas complementares de previdência privada. A participação relativa destes contingentes de trabalhadores formais das três faixas de salários no total da PEA

13

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urbana foi mantido constante ao longo de todo o período de projeção (gráfico 1). O corte dos trabalhadores formais com remuneração acima de 5 salários mínimos se deve aos resultados obtidos em uma pesquisa realizada pela ABRAPP (Associação Brasileira de Previdência Privada) em 1992, que apontou para um valor modal dos salários de participação próximo a 5 salários mínimos.

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Gráfico 1 PROJEÇÕES POPULACIONAIS -10.000.000 20.000.000 30.000.000 40.000.000 50.000.000 60.000.000 70.000.000 80.000.000 90.000.000 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 PEA URBANA CONTRIBUINTES CONTRIBUINTES > 5SM) CONTRIBUINTES > 7SM) CONTRIBUINTES > 10SM)

Ainda que o mercado potencial para o sistema de previdência complementar, a princípio, esteja restrito a parcela dos trabalhadores formais da economia com salários superiores ao teto do RGPS (atualmente próximo a 9 salários mínimos), uma vez que o mesmo tem por objetivo a complementação dos benefícios previdenciários – que até a promulgação da Lei 9.876/99 apresentavam uma taxa de reposição próxima a 100% a existência de benefícios suplementares mínimos expande esse mercado para os trabalhadores que recebem acima de 5 salários mínimos, como exposto no parágrafo anterior. Dessa forma o gráfico 1 apresentado acima ilustra um cenário populacional para o mercado potencial de previdência complementar.

No que se refere a previdência complementar fechada – EFPPs – foi utilizada a série histórica da população de participantes ativos e beneficiários até o ano de 1998. Para as projeções da população futura de participantes ativos dessas entidades foi utilizado um ajuste da chance14 de se estar participando de uma entidade fechada em

relação a condição de contribuinte do RGPS. Para a população de aposentados, destas mesmas entidades, o ajuste foi realizado da mesma forma, com a diferença, apenas, de que a proxy utilizada foi a população de beneficiários de aposentadorias por tempo de contribuição (serviço) ao invés da população de contribuintes. O trabalho supõe

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adequada a utilização da população de beneficiário da aposentadoria por tempo de contribuição para o contingente de aposentados do sistema de previdência complementar fechado, uma vez que, a princípio esses contingentes apresentam fortes semelhanças: ambos são constituídos pela parcela da população de trabalhadores formais com remuneração mais alta e, apresentam perfis de histórico laboral mais perenes, que os tornam elegíveis para este tipo de benefício.

Os resultados destas projeções podem ser observados no gráfico 2. Pode-se perceber através da análise do gráfico uma certa estagnação do número de participantes ativos nos últimos anos e a manutenção desta tendência para o futuro com a hipótese adotada. Por outro lado, o número de aposentados vem apresentando uma tendência bem mais acentuada de crescimento, tendência esta que em conjunto com a hipótese adotada perpetua-se no período futuro. O que parece bastante plausível dado o processo de maturação dos planos de benefícios pelo qual atravessam estas entidades.

Gráfico 2

POPULAÇÃO DE ATIVOS E APOSENTADOS DAS EFPP

0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 ATIVOS APOSENTADOS Observado Projetado

Conhecidos o número de potenciais participantes das EFPP para cada hipótese, estimou-se, também, o número médio de participantes por entidade. Para a extrapolação foram utilizadas duas alternativas sobre uma função exponencial ajustada por mínimos quadrados: com ou sem uma restrição assintótica corrrespondente ao nível de 2000

(17)

participantes por entidade. A hipótese implícita na alternativa com a imposição de um limite inferior é que, embora o número médio de participantes por entidade esteja declinando, esta tendência encontraria um limite por considerações de escala15 (gráfico

3). Se por um lado é fato que as maiores empresas foram aquelas que criaram os primeiros e maiores fundos, também é verdade que a tendência a criação de entidades multipatrocinadas poderá frear esta tendência ao declínio do número de participantes por fundo.

Gráfico 3

MÚMERO MÉDIO DE FILIADOS ATIVOS POR EFPP

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 OBSSERVADO Sem Restrição Com Restrição (2000)

A aprovação da EC 20, a atual tramitação dos projetos de regulamentação para a criação dos regimes complementares de previdência para a União, estados, municípios e Distrito Federal16 e, a flexibilização para a constituição de entidades de previdência

complementar fechada – com a introdução da figura do instituidor no PLC no. 10 -, constituem novos incentivos para o potencial crescimento do sistema complementar.

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Além disso o teto da previdência social tende a decrescer em unidades de salário mínimo, se mantidas as diretrizes políticas da atual gestão. Se por um lado os ajustes legais já efetuados ou em tramitação apontam para um potencial crescimento deste mercado, por outro lado, mecanismos com o intuito de restringir benefícios suplementares podem vir a reduzir a inclusão de contingentes com remuneração mais baixa.

Desta forma foram realizadas simulações para o mercado potencial de entidades fechadas de previdência complementar tendo como base os contingentes por faixa de salários anteriormente mencionados – acima de 5, 7 e 10 salários mínimos. O gráfico 4 apresenta os resultados desta simulação. A progressiva inclusão do contingente acima de 10 salários mínimos representa a estabilização do número de participantes deste regime em níveis pouco inferiores aos de 2 milhões de participantes ativos para o período da simulação, enquanto a inclusão do contingente acima de 5 salários mínimos possibilitaria uma potencial duplicação do número de participantes ativos. Assumiu-se que a incorporação de novos participantes / filiados se daria a uma taxa de 3% ao ano da população ainda não coberta por um plano de benefícios previdenciários complementar (ou seja, a não filiação quer a uma entidade aberta ou fechada de previdência complementar).

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PROJEÇÃO DE FILIADOS DAS EFPP

SOB HIPÓTESES ALTERNATIVAS DE NOVOS CONTINGENTES COOPTADOS

-500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000 3.500.000 4.000.000 4.500.000 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 CONTRIB > 10SM CONTRIB > 7SM CONTRIB > 5SM

Como mencionado na seção anterior, o segmento aberto de previdência complementar vem apresentando um enorme crescimento. No entanto, a não disponibilidade de um série de participantes ativos e beneficiários mais longa para o setor (com dados consolidados disponíveis apenas para o período posterior a 1994) e as constantes alterações na legislação pertinente – inclusive com a criação de novos produtos como já mencionado anteriormente -, fragilizam as simulações realizadas, dado ser impossível avaliar se este crescimento é apenas conjuntural ou se verifica como uma real tendência de expansão do mercado. A regulamentação do setor de previdência complementar privada, em tramitação no Congresso, ao estipular várias garantias para os participantes que não constam na atual legislação, somada a perda de credibilidade do sistema público compulsório, constituem importantes incentivos para o desenvolvimento deste segmento previdenciário. Outro fator de grande relevância é a abertura econômica da década de 1990 com a entrada de instituições financeiras internacionais, com larga experiência neste segmento do mercado previdenciário, o que pode sugerir a perspectiva de maior dinamismo ao mesmo através do aumento da competição e profissionalização do mercado.

Utilizando a pequena base de dados disponível, o crescimento observado nos últimos anos e o mercado de previdência complementar construído por faixa de salários

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(ilustrado no gráfico 1), foram realizadas simulações para a inclusão de novos filiados. O gráfico 5 apresenta os resultados e sinaliza para o enorme potencial de crescimento deste segmento. Nesse caso, a taxa anual de incorporação de novos filiados / participantes foi estabelecida em 5%.

Gráfico 5

PROJEÇÃO DE FILIADOS DAS EAPP

SOB HIPÓTESES ALTERNATIVAS DE NOVOS CONTINGENTES COOPTADOS

0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 7.000.000 8.000.000 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 CONTRIB > 10SM CONTRIB > 7SM CONTRIB > 5SM V – Comentários Finais

Na maioria dos países, a previdência social, básica e compulsória, concede benefícios de pequena monta, necessários para a garantia de patamares modestos de padrão de vida. A grande maioria dos países que implementaram reformas em seus sistemas previdenciários procuraram sinalizar para a crescente importância da previdência complementar privada como instrumento de adequação as mudanças verificadas na estrutura demográfica, social e econômica. A supremacia do indivíduo / cidadão, ou seja o entendimento de que o sistema deva ser construído para o bem estar do mesmo em seu período de inatividade traz consigo a noção de diversidade, de possibilidade de escolha. A característica básica do mundo moderno reside, justamente, na diversidade e pluralidade de opções.

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Qualquer que venha a ser o futuro do sistema previdenciário brasileiro, os regimes complementares já representam um importante papel na economia – como principais investidores institucionais – e, como demonstrado ao longo do trabalho, ainda apresentam um enorme potencial para seu desenvolvimento, com o aumento da cobertura e a modernização e flexibilização da regulamentação e fiscalização sobre o setor. Isso significa assumir a importância cada vez maior do sistema de previdência complementar para a garantia do bem-estar quando do afastamento das atividades laborais, através da conscientização e desenvolvimento da cultura de poupança previdenciária no país.

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BIBLIOGRAFIA

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___, Lei no. 6.435 de julho de 1977.- Dispõe sobre as entidades de Previdência Privada. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, 30 de julho de 1977.

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___, Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar

denúncias de irregularidades nas Entidades de Previdência Privada. Congresso

Referências

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