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CONTRIBUIÇÃO DAS CAUSAS DE MORTE EVITÁVEIS NO DECLÍNIO DA MORTALIDADE NAS REGIÕES METROPOLITANAS DE BELO HORIZONTE E SALVADOR, 1985-1995

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CONTRIBUIÇÃO DAS CAUSAS

DE MORTE EVITÁVEIS

NO DECLÍNIO DA MORTALIDADE

NAS REGIÕES METROPOLITANAS

DE BELO HORIZONTE E SALVADOR, 1985-1995

1

Daisy Maria Xavier de Abreu2 Roberto do Nascimento Rodrigues3 Elizabeth França Mendonça4

1 INTRODUÇÃO

O Brasil experimentou nas últimas décadas um processo de mudança nos padrões de mortalidade que tem evidentes reflexos na dinâmica demográfica de sua população. Esta tendência relaciona-se com as transformações nos padrões de morbidade e mortalidade que levaram a uma redução da separação entre as camadas da população expostas aos padrões do “atraso”, mais restritas às áreas rurais e urbanas mais pobres, e aos padrões “modernos”, característicos das regiões mais desenvolvidas. Tal indicação sugere uma tendência à convergência dos níveis e padrões de mortalidade das diferentes re-giões brasileiras a longo prazo.

Embora esta seja uma tendência esperada, deve-se consi-derar que, face à superposição ainda prevalecente de padrões de morbi-mortalidade distintos, a redução dos níveis de mortalidade, muitas vezes, tem apresentado um ritmo menos acentuado, o que leva o Brasil a se distanciar de outros países latino-americanos que, com 1 Este artigo está baseado em Dissertação de Mestrado submetida ao Curso de Pós-Graduação em Demografia do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional/CEDEPLAR/UFMG. Ver Abreu (1998).

2 Mestre em Demografia. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Saúde Coletiva e Nutrição/NESCON/UFMG.

3 Professor do Departamento de Demografia e Pesquisador do CEDEPLAR/UFMG. 4 Professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social/DMPS/UFMG.

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indicadores econômicos similares, já atingiram índices de expectativa de vida mais elevados5.

O estudo da estrutura de causas de morte tem oferecido importantes elementos para a compreensão da evolução da mortalida-de. A composição das causas de morte segue uma evolução no tempo que está diretamente relacionada ao nível de mortalidade e ao grau de desenvolvimento de uma região ou país. No processo de queda da mortalidade, existe uma alteração nas principais causas de morte. Com o desenvolvimento de uma região, diminui a mortalidade por causas exógenas, ou seja, aquelas influenciadas pelas condições am-bientais e aumenta a importância das mortes por causas endógenas, mais relacionadas com os avanços médicos e científicos (Yasaki, 1990). Assim, analisar como tem sido o comportamento da estru-tura de causas de morte pode contribuir para a compreensão do processo de declínio da mortalidade, considerando a velocidade das tendências como fator que proporciona a redução ou a ampliação das desigualdades existentes.

Neste contexto, o estudo da estrutura de mortalidade por causas, incorporando a tipologia de causas evitáveis, parece ser uma estratégia razoável para analisar se o comportamento destas causas tem influência no ritmo de declínio da mortalidade. Esta tipologia, originalmente proposta por Taucher (1978), agrupa as mortes evitá-veis em categorias, segundo as ações que podem ter maior influência em sua redução: vacinas ou tratamento preventivo; diagnóstico e tratamento médico precoce; melhoria das condições de saneamento; ações mistas. As demais causas de morte se agruparam em: dificilmen-te evitáveis no estágio atual de conhecimento e desenvolvimento tecnológico; mortes por causas mal definidas; e outras. Portanto, um estudo desta natureza permite determinar quais destes grupamentos de causas estão aumentando ou diminuindo na população e aqueles cuja participação na estrutura da mortalidade está mudando rapida-mente.

Uma análise comparativa da evolução temporal da estru-tura de causas de morte entre regiões metropolitanas brasileiras pode 5 A Argentina apresentou, em 1991, uma expectativa de vida ao nascer cinco anos maior que o Brasil, o Uruguai sete anos e o México quatro anos a mais que o Brasil, apesar dos quatro países terem níveis de renda per-capita similares (Barreto, Carmo, 1994).

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indicar se houve redução nos diferenciais existentes tanto em termos de níveis quanto de estrutura, bem como permite determinar quais as causas cuja participação na estrutura da mortalidade estão se modifi-cando e que tem reflexos sobre o ritmo de declínio da mortalidade.

2 METODOLOGIA

O estudo focalizou duas regiões metropolitanas brasileiras – Belo Horizonte e Salvador –, que são áreas de forte concentração populacional, bens e serviços e, portanto, refletem, em grande medida, como as tendências de mortalidade no País estão se processando. Esta seleção baseou-se nas diferenças existentes entre duas regiões metro-politanas localizadas em estados e regiões brasileiras que têm se caracterizado por diferentes trajetórias de desenvolvimento.

Com o objetivo de comparar as mudanças nos níveis e padrões de mortalidade por causas ocorridas nas duas regiões metropo-litanas selecionadas, foram utilizados os dados de mortalidade segundo causa básica de óbito, oriundos do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, para os períodos de 1985 e 19956.

Uma etapa importante no processo de organização e tra-tamento dos dados diz respeito à avaliação da qualidade dos mesmos quanto ao registro e às proporções de causas mal-definidas. É sabido que as estatísticas vitais no Brasil apresentam problemas de sub-re-gistro, que é diferenciado segundo as condições sócio-econômicas das regiões e por grupos de idade, bem como as causas mal definidas representam óbitos ocorridos com inadequada assistência médica ou mesmo ausência de assistência. Problemas desta natureza podem comprometer a utilização destas informações.

Face à questão da subenumeração de óbitos, optou-se por adotar um procedimento metodológico que permitisse corrigir o sub-registro das estatísticas vitais de óbitos, uma vez que estas foram as fontes básicas para estimar os indicadores principais de mortalidade utilizado no estudo, que são a esperança de vida ao nascer e a estrutura 6 Utilizou-se o número médio de óbitos por idade para os anos de 1984 a 1986 (1985) e 1994 e 1995 (1995) para reduzir os efeitos de possíveis flutuações causadas por fatores estocásticos.

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de causas de morte. Para estimar a mortalidade das duas regiões metropolitanas estudadas foi adotada a técnica de Courbage, Fargues (1979) de avaliação e correção do grau de sub-registro de óbitos. A base do método é o conhecimento das mortes por idade e de uma família de tábuas de vida modelo, à qual esta distribuição pode ser relacionada. Com isso, é possível deduzir o nível real da mortalidade, medido pela taxa de mortalidade acima de uma determinada idade. O nível estima-do é então comparaestima-do com as mortes registradas, obtenestima-do, desta forma, uma estimativa da extensão do sub-registro de mortes e um ajustamento posterior das taxas específicas de mortalidade observadas a partir da aplicação do fator de correção do sub-registro em cada grupo de idade (Courbage, Fargues,1979)7.

Com base nas informações sobre óbitos por grupo etário de cada região metropolitana, foi construída uma base de dados segundo uma classificação das causas de morte por critério de evita-bilidade. Esta classificação baseou-se na concepção original de Tau-cher (1978) e incorporou a proposta de Yasaki (1990), que dividiu o grupamento causas evitáveis por ações mistas em quatro sub-grupos,

considerando a composição variada das doenças deste grupo8.

O principal indicador de mortalidade utilizado, conforme salientado anteriormente, foi a esperança de vida ao nascer, que tem sido freqüentemente aplicado como uma medida do nível da mortali-dade de uma população, bem como tem sido usado para avaliar as tendências e diferenciais de mortalidade.

7 Os resultados obtidos com a aplicação deste método encontram-se em Abreu (1998).

8 Assim, as causas são classificadas como evitáveis, de acordo com as intervenções que poderiam ter efeitos sobre sua redução ou supressão, como apresentadas a seguir:

A – Evitáveis por vacinação ou tratamento preventivo; B – Evitáveis por diagnóstico e tratamento médico precoce; C – Evitáveis por medidas de saneamento ambiental;

D – Evitáveis por medidas mistas: infecções das vias respiratórias; E – Evitáveis por medidas mistas: doenças próprias da primeira infância; F – Evitáveis por medidas mistas: acidentes e violências;

G – Restante das causas evitáveis por um conjunto de medidas; H – Doenças dificilmente evitáveis no estágio atual

de desenvolvimento científico e tecnológico; I – Causas mal definidas;

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Portanto, para analisar as mudanças nos níveis de morta-lidade, utilizou-se o método de decomposição, proposto por Pollard (1982)9. Este método permite analisar os efeitos das mudanças da mortalidade no aumento da esperança de vida e as contribuições da redução da mortalidade por diferentes causas de morte em diferentes idades para a variação da esperança de vida de uma população num dado período de tempo.

No caso do presente estudo, aplicou-se o método para analisar a contribuição de cada grupamento de causas por faixa etária na evolução dos ganhos de esperança de vida. Através deste método, é possível identificar quais as causas e os grupos etários com maior contribuição para a variação da mortalidade e em quantos anos a esperança de vida ao nascer foi aumentada. A análise do comporta-mento das causas de morte no ritmo de declínio da mortalidade permite verificar como tem se dado a combinação entre as probabili-dades de morte, sua variação no período e a estrutura de causas.

3 CONTRIBUIÇÃO DAS CAUSAS DE MORTE

NO PROCESSO DE DECLÍNIO DA MORTALIDADE NAS REGIÕES METROPOLITANAS

DE BELO HORIZONTE E DE SALVADOR, 1985-1995

A década de 80 é identificada como o período no qual ocorreu uma aceleração do declínio da mortalidade, especialmente a infantil, naquelas regiões onde os níveis eram mais altos, como o Nordeste, por exemplo (Simões, 1997). Isto contribuiu para uma redução dos diferen-ciais entre as Regiões (Sudeste e Nordeste), e pode ser também observada no presente estudo no que diz respeito às Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte (RMBH) e de Salvador (RMS).

Embora as duas regiões tenham diferenças em termos de formação e constituição históricas e se localizarem geograficamente em áreas que viveram distintos processos de desenvolvimento, obser-va-se uma tendência de convergência de seus indicadores sociais e econômicos (Abreu, 1998).

9 Sobre a descrição detalhada do método, ver Pollard (1982), Yasaki (1990) e Simões (1997).

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Entre a RMBH e a RMS houve uma redução da diferença entre as esperanças de vida ao nascer, sendo que, no caso dos homens, a queda foi de 24,5%, já que em 1985 a diferença entre as esperanças de vida masculinas era de 3,9 anos, passando para quase 3 anos em

1995. As mulheres, que apresentavam uma diferença entre as regiões de 4,3 anos em 1985, têm este valor reduzido para 2,6 anos, ou seja, um declínio de 38,6%. Os ganhos em anos de vida no período analisado são, obviamente, bem maiores na RMS, tanto para os homens como para as mulheres (Tabela 3.1).

A análise da contribuição dos grupos etários para o aumen-to da esperança de vida ao nascer auxilia no entendimenaumen-to das ten-dências observadas nas duas regiões metropolitanas.

Na RMBH o total de ganhos em anos de vida no período analisado é um pouco maior para as mulheres do que para os homens: 2,05 e 1,93 ano, respectivamente10. A mortalidade infantil foi a prin-cipal responsável pelo descenso da mortalidade geral, para ambos os sexos (21,3% para a população masculina e 19,8% para a feminina). Mas, nas idades jovens, observa-se que a contribuição é negativa para os homens entre 20 e 34 anos (–7%) e para as mulheres entre 10 e 14 anos (–0,4%). Por outro lado, a redução da mortalidade das mulheres

Tabela 3.1

ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER POR SEXO RMBH E RMS, 1985-1995 Anos RMBH (eo) RMS(eo) Diferença RMBH – RMS (em anos)

Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres

1985 60,47 68,11 56,60 63,84 3,87 4,27

1995 63,18 71,43 60,26 68,81 2,92 2,62

Fonte: Elaborada com base em dados dos Censos Demográficos de 1980, 1991 e Contagem Popu-lacional de 1996 e dados do DATASUS-SIM, 1984-1995.

10 Observa-se que os ganhos em anos de vida encontrados através do método de Pollard se diferem daqueles estimados com base nas Tabelas de Sobrevivência. Estas diferenças podem ser decorrentes de aproximações numéricas, uma vez que a fórmula gera resultados aproximados e podem ser aceitos desde que as discre-pâncias não sejam muito grandes (Yasaki, 1990).

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em idade reprodutiva (15-49 anos) representou 33,4% do total de ganhos na esperança de vida ao nascer (Tabela 3.2).

A RMS seguiu esta mesma tendência em relação à contri-buição de cada grupo de idade nos ganhos da esperança de vida mas em uma dimensão maior, especialmente para as faixas etárias abaixo de 5 anos. A contribuição da redução da mortalidade de menores de 1 ano para o aumento na expectativa de vida foi da ordem de 57,8% para os homens e 43,1% para as mulheres, o que representa mais do dobro do observado na RMBH. As mulheres apresentaram um total de ganhos em anos de vida maior do que os homens (3,9 e 3,4 anos, respectivamente). As idades entre 15 e 39 anos foram as que

apresen-Tabela 3.2

CONTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS ETÁRIOS NOS GANHOS DE ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER

POR SEXO

RMBH E RMS – 1985-1995

Grupos de idade

RMBH RMS

Homens Mulheres Homens Mulheres

Anos % Cont. Anos % Cont. Anos % Cont. Anos % Cont.

< 1 0,41 21,30 0,41 19,75 1,97 57,82 1,68 43,12 1-4 0,12 6,24 0,12 6,00 0,66 19,51 0,75 19,28 5-9 0,07 3,53 0,05 2,40 0,09 2,79 0,03 0,81 10-14 0,00 0,05 –0,01 –0,40 0,03 0,94 –0,01 –0,29 15-19 0,04 1,87 0,02 1,11 –0,23 –6,73 0,04 1,10 20-24 –0,04 –1,88 0,02 0,83 –0,33 –9,75 0,05 1,15 25-29 –0,06 –2,87 0,04 2,13 –0,13 –3,71 0,05 1,25 30-34 –0,04 –2,21 0,04 2,17 –0,05 –1,49 0,09 2,31 35-39 0,02 1,19 0,16 7,66 0,15 4,54 0,15 3,80 40-44 0,10 5,36 0,19 9,29 0,08 2,35 0,15 3,84 45-49 0,27 13,98 0,21 10,23 0,32 9,45 0,25 6,46 50-54 0,34 17,78 0,29 14,11 0,18 5,19 0,09 2,32 55-59 0,31 16,21 0,15 7,51 0,22 6,32 0,21 5,43 60-64 0,20 10,19 0,15 7,43 0,34 10,08 0,20 5,11 65 e + 0,18 9,25 0,20 9,78 0,09 2,70 0,17 4,30 Total 1,93 100,00 2,05 100,00 3,41 100,00 3,90 100,00

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taram contribuições negativas para a população masculina (–21,7%), enquanto que para as mulheres as idades entre 10 a 14 anos tiveram também uma contribuição negativa, ainda que pouco expressiva (–0,29%). Já a redução da mortalidade das mulheres em idade fértil significou uma contribuição de cerca de 20% para o aumento da esperança de vida desta população (Tabela 3.2).

Mas se houve similaridade na tendência da contribuição das diversas faixas etárias para os ganhos de esperança de vida nas duas regiões, houve, também, uma marcada diferença com relação ao peso das contribuições dos grupos infantis e adultos. Na RMS, que no início do período tinha mortalidade bem superior à da RMBH, mais de 77% dos ganhos na esperança de vida masculina foram resultantes de redução na mortalidade de crianças menores de 5 anos e no caso das mulheres, a participação deste grupo foi de 62,4%. Os homens adultos com 50-64 anos tiveram uma contribuição de cerca de 24% e as mulheres de 17,2%. Já na RMBH a contribuição da queda na mortalidade de crianças de 0-4 anos foi de pouco mais de 25%, enquanto a diminuição na mortalidade da população adulta entre 50 e 64 anos atingiu os 53,5% para os homens e não passou de 38,8% no caso das mulheres. Padrão similar de diferencial regional também foi encontrado por Simões (1997), que focalizou as variações na esperança de vida das Regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.

A análise da contribuição das causas de morte para a variação da mortalidade oferece maiores elementos para compreender este processo.

No caso da RMBH, o Gráfico 3.1 ilustra quais foram as causas de morte que contribuíram positiva ou negativamente para o aumento da esperança de vida no período estudado. Para a população masculina, não foram as causas evitáveis as principais responsáveis

pelos ganhos em anos de vida e sim, principalmente, as causas dificil-mente evitáveis. Em outras palavras, de um ganho total de 1,93 ano

da esperança de vida, quase 1 ano foi possível graças à estas causas. Dentre as causas evitáveis, as doenças respiratórias e as doenças da primeira infância chegaram a apresentar contribuição

negativa para a variação da esperança de vida (–0,07 e –0,03, respec-tivamente), enquanto as doenças evitáveis por um conjunto de medi-das e os acidentes e violências apresentaram contribuição positiva,

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Gráfico 3.1 RMBH

GANHOS NA ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER DEVIDO À DIMINUIÇÃO DA MORTALIDADE,

POR GRUPOS DE CAUSAS E SEXO 1985-1995

CAUSAS DE MORTE

A – Evitáveis por vacinação ou tratamento preventivo; B – Evitáveis por diagnóstico e tratamento médico precoce; C – Evitáveis por medidas de saneamento ambiental;

D – Evitáveis por medidas mistas: infecções das vias respiratórias; E – Evitáveis por medidas mistas: doenças próprias da primeira infância; F – Evitáveis por medidas mistas: acidentes e violências;

G – Restante das causas evitáveis por um conjunto de medidas;

H – Doenças dificilmente evitáveis no estágio atual de desenvolvimento científico e tecnológico; I – Causas mal definidas;

J – Outras causas.

Fonte: Dados básicos do DATASUS-SIM, 1984-1995.

A população feminina da RMBH apresentou um compor-tamento semelhante ao da população masculina, do ponto de vista da contribuição de cada grupo de causas para o aumento da esperança de vida ao nascer. A maior participação foi das causas dificilmente evitáveis (0,81 ano, do ganho total de 2,05 anos).

A contribuição das causas evitáveis foi relativamente

pe-quena, sendo que causas como doenças respiratórias e da primeira 0,95 0,41 0,34 0,25 -0,03 0,12 0,02 -0,07 0,22 0,03 0,08 0,11 0,81 0,25 0,15 -0,06 -0,02 0,24 0,06 0,09 -0,5 -0,3 -0,1 0,1 0,3 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1,5 A B C D E F G H I J Anos Homens Mulheres

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infância apresentaram ganhos negativos (–0,019 e –0,058 ano,

respec-tivamente). O grupo C (causas evitáveis por medidas de saneamento ambiental) foi o grupo de causas que mais contribuiu para o aumento

da esperança de vida (0,244 ano), seguido das causas evitáveis por um conjunto de medidas (0,154 ano). Deve-se destacar que neste último

grupo estão incluídas as complicações da gravidez e que sua participa-ção positiva no aumento da esperança de vida feminina pode significar uma melhoria na atenção pré e pós-natal. Os demais grupos de causas evitáveis apresentaram uma contribuição bem pequena, como é

pos-sível ver através do Gráfico 3.1.

Além disso, mesmo aquelas causas que no total tiveram uma contribuição positiva apresentaram para algumas faixas etárias contribuições negativas. Este é o caso, especialmente, das causas evitáveis por diagnóstico ou tratamento precoce, as evitáveis por sanea-mento ambiental, as doenças respiratórias e as causas externas e,

ainda, as outras causas. Isto ocorre para ambos os sexos, mas com

diferenças entre eles no que se refere aos grupos de idade que têm este comportamento.

Em anexo, encontram-se os percentuais das contribuições por faixa etária que confirmam algumas tendências já observadas anteriormente. A título de exemplo, tem-se as causas do grupo F

(acidentes e violências), que representaram um ganho reduzido no

aumento da esperança de vida, em especial para a população masculi-na e que, notadamente, este fenômeno se deveu, em boa parte, à contribuição negativa destas causas nas idades adultas jovens.

A RMS, por sua vez, apresentou ganhos em esperança de vida ao nascer mais expressivos do que a RMBH, tanto para os homens quanto para as mulheres: 3,41 e 3,90 anos, respectivamente.

No caso da população masculina, as causas evitáveis, no

seu conjunto, contribuíram com praticamente 50% (1,69 ano) dos 3,41 anos ganhos na expectativa de vida. Já as mulheres tiveram um ganho de aproximadamente 56% devido às causas evitáveis: dos 3,90 anos,

2,17 se devem à estas causas.

O Gráfico 3.2 mostra quais foram os ganhos por grupo de causas segundo o sexo: para os homens, as causas evitáveis por saneamento ambiental levaram a um aumento de pouco mais de 1 ano

na esperança de vida (1,12 anos), seguidas das doenças das vias respiratórias, que apresentaram elevação de quase 1 ano. Já as causas

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dificilmente evitáveis, e as outras causas também contribuíram

posi-tivamente (1,2 e 0,59 ano, respecposi-tivamente). As chamadas causas externas (–0,47 ano), as doenças da primeira infância (–0,28 ano) e as evitáveis por diagnóstico ou tratamento precoce (–0,053 ano) foram as

que contribuíram negativamente para o aumento da esperança de vida masculina.

Gráfico 3.2 RMS

GANHOS NA ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER DEVIDO À DIMINUIÇÃO DA MORTALIDADE,

POR GRUPOS DE CAUSAS E SEXO 1985-1995

CAUSAS DE MORTE

A – Evitáveis por vacinação ou tratamento preventivo; B – Evitáveis por diagnóstico e tratamento médico precoce; C – Evitáveis por medidas de saneamento ambiental;

D – Evitáveis por medidas mistas: infecções das vias respiratórias; E – Evitáveis por medidas mistas: doenças próprias da primeira infância; F – Evitáveis por medidas mistas: acidentes e violências;

G – Restante das causas evitáveis por um conjunto de medidas;

H – Doenças dificilmente evitáveis no estágio atual de desenvolvimento científico e tecnológico; I – Causas mal definidas;

J – Outras causas.

Fonte: Dados básicos do DATASUS-SIM, 1984-1995.

1,23 0,88 -0,10 0,32 -0,28 0,59 -0,47 1,02 1,12 -0,05 0,13 0,13 0,88 -0,03 0,23 -0,29 0,91 0,93 0,02 0,14 -0,5 -0,3 -0,1 0,1 0,3 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1,5 A B C D E F G H I J Anos Homens Mulheres

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Para a população feminina, as causas que apresentaram o maior ganho positivo na variação da mortalidade foram as evitáveis por saneamento ambiental (1,02 ano), seguidas das doenças respirató-rias (0,91 ano) e outras causas (0,08 ano). O grupo de causas que

apresentou menor ganho positivo foi o das causas evitáveis por

diag-nóstico ou tratamento precoce (0,02 ano)11.

Observa-se, também, que as causas atuam sobre as idades de modo diverso, ou seja, muitas das contribuições negativas se con-centram em determinadas idades, nas quais, em um processo de declínio da mortalidade, espera-se uma contribuição maior. Assim, idades jovens, tanto para a população masculina quanto para a femi-nina, são as que têm um percentual menor de contribuição para o aumento da esperança de vida (ver a distribuição relativa das contri-buições das causas por grupo etário, em anexo).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Face aos resultados apresentados anteriormente nas duas regiões metropolitanas, é possível considerar que os ganhos em anos na esperança de vida ao nascer se deram graças à determinadas tendências em relação às causas de morte, idade e sexo, que atuaram sobre o ritmo de declínio da mortalidade.

Fica claro que a diminuição da mortalidade infantil foi expressiva e a principal responsável para o aumento da esperança de vida ao nascer das populações masculina e feminina da RMS e, em menor proporção, para a população da RMBH, onde o que pesou mais no declínio foram as contribuições das faixas de idade mais velhas, especialmente para os homens.

Nota-se, ainda, que as idades adultas-jovens da população masculina, em ambos os casos, deixaram de contribuir de forma mais significativa para o aumento da expectativa de vida, especialmente para a RMS, devido aos valores negativos que apresentaram e que 11 Neste último caso, o comportamento destas causas para as mulheres pode estar relacionado com o fato de que neste grupo estão incluídos os neoplasmas malignos de mama e útero.

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reduziram o ganho total em 0,51 ano nesta região. No caso da RMBH a redução foi de 0,14 ano.

Neste comportamento pesa, em grau elevado, a incidência

das causas externas, que atingem particularmente a população

mas-culina jovem dos grandes centros urbanos. Mas deve-se considerar também que tratam-se de faixas etárias atingidas por doenças como a

Aids e outras patologias associadas.

Salienta-se, ainda, que as causas evitáveis apresentaram

contribuições diferenciadas por grupo de causas nas duas regiões: na RMS elas foram responsáveis, em boa medida, pelo aumento na esperança de vida ao nascer, o que não ocorreu na RMBH. As causas evitáveis por saneamento ambiental tiveram as maiores contribuições

nos ganhos em anos de vida masculinos e femininos da RMS e na esperança de vida feminina da RMBH. Já as causas evitáveis por diagnóstico e tratamento precoce apresentaram valores negativos para

a população masculina da RMS e contribuições positivas para os homens e mulheres da RMBH e mulheres da RMS.

Verificou-se, também, que causas que têm uma contribuição positiva no declínio da mortalidade apresentaram, em algumas faixas etárias, valores negativos. Neste caso, os valores positivos acabam por neutralizar os efeitos negativos no aumento da esperança de vida, mas é um indicador não desprezível das tendências de mortalidade.

O Quadro 4.1 identifica quais foram as causas que mais contribuíram para o aumento da esperança de vida para as populações masculina e feminina das duas regiões. As contribuições positivas apresentam uma semelhança maior para a população infantil e para a população acima de 40 anos, especialmente para o mesmo sexo.

Em termos de participação negativa no aumento da espe-rança de vida ao nascer, existem diferenças entre as duas regiões. Assim, se a população da RMBH deseja reduzir mais a mortalidade, tanto masculina quanto feminina, esforços devem ser concentrados para reduzir, principalmente, as infecções respiratórias, as doenças da primeira infância, as causas externas e as causas evitáveis por diag-nóstico e tratamento precoce. Já a população da RMS deve procurar

atuar mais nas causas evitáveis por diagnóstico e tratamento precoce, por saneamento ambiental, bem como nas causas violentas. O grupo

das outras causas (mais especificamente no caso de doenças como a

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Q u adr o 4 .1 C A U S A S D E MOR TE QUE MAIS CONTR IB UÍRAM P

ARA A VARIAÇÃO DA MOR

TALIDADE SE G UNDO G R U P O S ETÁR IO S E SE X O RMB H E RM S – 19 85-1 995 (Cont in ua) G ru pos etários H omens M u lher e s RMBH R M S RMBH R M S < d e 1 an o O u tras caus as Evitáveis p or saneamento ambie n ta l O u tras caus as Evitáveis p or saneamento ambie n ta l Evitáveis p o r saneamento ambie n ta l Evitáveis p or medidas m is tas: infecções das v ia s resp ir atór ia s Evitáveis p o r saneamento ambie n ta l O u tras caus as Evitáveis p or medidas m is tas: infecções das v ia s resp ir atór ia s O u tras caus as Evitáveis p or medidas m is tas: infecções das v ia s resp ir atór ia s Evitáveis p or medidas m is tas: infecções das v ia s resp ir atór ia s 1-4 a nos O u tras caus as O u tras caus as O u tras caus as Evitáveis p or medidas m is tas: infecções das v ia s resp ir atór ia s Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência Evitáveis p o r saneamento ambie n ta l Evitáveis p or medidas m is tas: vacinaç ão o u t ra tamento m édico preco ce Evitáveis p o r saneamento ambie n ta l Evitáveis p or medidas m is tas: vacinaç ão o u t ra tamento m édico preco ce Evitáveis p or medidas m is tas: infecções nas v ia s resp ir atór ia s Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência O u tras caus as 5-9 a nos Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência Evitáveis p or medidas m is tas: infecções nas v ia s resp ir atór ia s Evitáveis p or medidas m is tas: infecções das v ia s resp ir atór ia s Evitáveis p or medidas m is tas: infecções nas v ia s resp ir atór ia s Evitáveis p o r saneamento ambie n ta l Caus as d ificilm en te e vitá ve is Evitáveis p or medidas m is tas: vacinaç ão o u t ra tamento m édico preco ce O u tras caus as 10-14 ano s Evitáveis p o r saneamento ambie n ta l Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência Evitáveis p or medidas m is tas: vacinaç ão o u t ra tamento m édico preco ce Evitáveis p or medidas m is tas: infecções nas v ia s resp ir atór ia s Caus as d ificilm en te e vitá ve is Evitáveis p o r saneamento ambie n ta l 15-19 ano s O u tras caus as O u tras caus as Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência O u tras caus as R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas Fon te : Elabo rado c om b ase n os dado s do DATAS U S -SIM, 1 9 84-1995 .

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Q u adr o 4 .1 C A U S A S D E MOR TE QUE MAIS CONTR IB UÍRAM P

ARA A VARIAÇÃO DA MOR

TALIDADE SE G UNDO G R U P O S ETÁR IO S E SE X O RMB H E RM S – 19 85-1 995 (C onclus ão) G ru pos etários H omens M u lher e s RMBH R M S RMBH R M S 20-29 ano s R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas O u tras caus as Evitáveis p or medidas m is tas: vacinaç ão o u t ra tamento m édico preco ce Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas 30-39 ano s Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas 40-49 ano s Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas O u tras caus as R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas 50-59 ano s Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas Evitáveis p or medidas m is tas: ac id e n tes e violência R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas 60 e m ai s Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is Caus as d ificilm en te e vitá ve is R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas R es tante d as causa s evitáveis p o r co njunto de medidas

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Frente a este quadro no qual se observa, em termos gerais, uma participação relativamente significativa das causas de morte consideradas como evitáveis no total dos óbitos e uma contribuição pequena dos grupos etários jovens no aumento da expectativa de vida, o processo de declínio da mortalidade em curso nas Regiões Metropo-litanas de Belo Horizonte e Salvador corrobora o argumento de autores como Gwatkin (1980), de que, nos países em desenvolvimento, o padrão de queda da mortalidade sofreu mudanças nas últimas décadas com uma tendência à redução no seu ritmo de declínio.

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5 A NEXOS RM B H P ERCEN TUAL D E CONTR IB UIÇÃO DAS CAUS A S D E MORTE E VITÁVEIS PAR A O AUM ENTO DA E SP ERANÇA DE V IDA AO N ASC ER P OPU LAÇÃO MAS CULIN A E FE M ININ A – 1 985-1995 ( % ) (Cont in ua) Idade C au sa s evitávei s Total e vi táveis H I J Total AB C D E F G Hom e n s < 1 1,89 0,3 7 9 ,2 2 3 ,24 –1,63 –0, 9 9 0,02 12, 1 2 –0,16 –2, 7 2 1 2,06 21, 3 0 1 -4 1,13 –0,0 7 0 ,7 2 0 ,46 0,00 1, 6 4 0,23 4, 1 1 0,27 0, 0 2 1,84 6, 2 4 5 -9 0,14 0,0 9 –0, 0 3 0 ,65 0,00 1, 9 1 –0,10 2, 6 7 0,55 0, 4 9 –0,18 3, 5 3 10-14 0,03 –0,0 2 0 ,1 5 – 0,21 0,00 0 ,0 4 0,06 0 ,0 5 0,08 0 ,1 4 –0,22 0 ,0 5 15-19 0,22 –0,0 1 0 ,0 9 0 ,12 0,00 – 0 ,4 4 0,29 0 ,2 7 0,15 0 ,9 3 0,53 1 ,8 7 20-24 0,18 0,0 8 0 ,0 9 0 ,08 0,00 – 1 ,2 3 0,18 – 0 ,6 1 –0,23 0 ,2 0 –1,24 – 1 ,8 8 25-29 0,09 0,1 4 0 ,0 7 – 0,59 0,00 – 2 ,2 4 0,56 – 1 ,9 7 1,08 0 ,2 9 –2,26 – 2 ,8 7 30-34 0,12 –0,0 1 – 0 ,0 2 – 1,02 0,00 – 0 ,0 1 0,80 – 0 ,1 3 2,25 0 ,2 8 –4,61 – 2 ,2 1 35-39 0,04 0,0 8 0 ,3 7 – 0,54 0,00 – 0 ,0 6 1,53 1 ,4 2 2,23 0 ,8 3 –3,29 1 ,1 9 40-44 0,01 0,0 1 0 ,0 1 – 0,45 0,00 – 0 ,0 9 1,75 1 ,2 4 3,93 1 ,1 9 –0,99 5 ,3 6 45-49 0,07 0,1 1 0 ,0 4 – 0,72 0,00 0 ,3 2 2,82 2 ,6 4 7,25 2 ,4 9 1,59 13, 9 8 50-54 0,07 0,5 3 0 ,0 9 – 0,18 0,00 – 0 ,0 2 1,99 2 ,4 7 9,56 3 ,0 2 2,73 17, 7 8 55-59 0,08 0,2 5 0 ,3 7 – 1,06 0,00 0 ,6 7 1,67 1 ,9 7 8,51 3 ,7 6 1,97 16, 2 1 60-64 0,08 0,4 4 – 0 ,0 3 – 1,65 0,00 1 ,3 0 0,45 0 ,5 8 6,73 3 ,2 2 –0,34 10, 1 9 65-69 0,19 –0,2 1 0 ,4 5 – 1,68 0,00 0 ,2 5 0,67 – 0 ,3 3 7,27 3 ,7 4 –1,43 9 ,2 5 Total 4,31 1,7 8 11, 5 9 3,56 –1,63 1, 0 6 1 2,92 26, 4 8 4 9,48 17, 8 8 6,17 100, 0 0 Fon te : Elabo rada c o m b ase e m dado s do DATASUS – S IM , 1984– 199 5. A – Evitáv ei s p o r va cinaç ão o u tratame n to pre ve ntivo; B – E vitáveis p or diagnó stico e t ratam e nt o m édic o p rec o ce; C – Evit áv ei s p or m ed id as d e s an ea m ento ambie ntal; D – Evit áv ei s p or m ed id as mistas: infe cç õ es das vias re spiratórias ; E – E vi tá ve is por m edidas m istas: do e nças próp rias da p rime ira inf ân cia; F – E vi tá ve is por m edidas m istas : a ciden te s e v io lê nc ias; G – R e st an te das c au sas e vi tá ve is po r um c o njunto de m edidas; H – Causas dific ilme nte evitáveis; I – Causas mal defin idas; J – Outras caus as.

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RM B H P ERCEN TUAL D E CONTR IB UIÇÃO DAS CAUS A S D E MORTE E VITÁVEIS PAR A O AUM ENTO DA E SP ERANÇA DE V IDA AO N ASC ER P O P ULAÇÃO MAS CU LINA E F EMIN INA – 198 5–19 9 5 ( % ) (C onclus ão) Idade C au sa s evitávei s Total e vi táveis H I J Total AB C D E F G Mul h e re s < 1 2,34 –0,3 1 8 ,5 2 3 ,35 –2,83 –0, 4 9 0,01 10, 5 9 1,14 –1, 6 5 9,67 19, 7 5 1 -4 0,94 –0,0 3 0 ,9 1 – 0,08 0,00 0, 8 9 0,41 3, 0 5 0,87 –1, 1 2 3,20 6, 0 0 5 -9 0,24 0,0 2 0 ,3 2 – 0,16 0,00 1, 0 4 0,16 1, 6 3 0,27 0, 1 9 0,32 2, 4 0 10-14 0,28 –0,0 5 0 ,0 1 – 0,08 0,00 – 0 ,1 3 0,08 0 ,1 2 –0,03 – 0 ,0 8 –0,41 – 0 ,4 0 15-19 0,19 –0,1 1 0 ,0 1 0 ,17 0,00 0 ,4 5 0,28 0 ,9 9 0,33 0 ,2 0 –0,42 1 ,1 1 20-24 0,14 0,0 8 – 0 ,0 9 0 ,27 0,00 0 ,0 1 0,25 0 ,6 6 0,16 0 ,0 6 –0,05 0 ,8 3 25-29 0,06 0,0 4 0 ,0 8 – 0,35 0,00 0 ,2 2 0,70 0 ,7 4 1,22 – 0 ,1 7 0,34 2 ,1 3 30-34 0,02 –0,2 7 0 ,1 6 – 0,61 0,00 – 0 ,4 3 1,20 0 ,0 8 1,83 0 ,3 7 –0,11 2 ,1 7 35-39 0,34 1,0 5 – 0 ,2 5 0 ,07 0,00 0 ,5 9 0,71 2 ,5 1 3,22 1 ,6 3 0,30 7 ,6 6 40-44 –0,17 0,3 0 – 0 ,2 6 – 0,39 0,00 0 ,7 0 0,87 1 ,0 4 5,39 0 ,8 4 2,03 9 ,2 9 45-49 0,10 –0,0 3 0 ,6 1 – 0,79 0,00 0 ,6 7 0,73 1 ,2 9 5,26 2 ,2 1 1,47 10, 2 3 50-54 0,20 1,5 5 0 ,1 6 – 0,50 0,00 1 ,0 0 0,56 2 ,9 8 6,20 2 ,4 8 2,45 14, 1 1 55-59 –0,16 0,1 1 0 ,4 5 – 0,43 0,00 0 ,5 1 0,56 1 ,0 3 5,03 2 ,1 7 –0,72 7 ,5 1 60-64 –0,05 0,2 1 0 ,4 3 – 0,56 0,00 0 ,2 2 0,34 0 ,5 9 3,71 3 ,7 2 –0,60 7 ,4 3 65-69 –0,03 0,5 0 0 ,8 2 – 0,86 0,00 0 ,0 0 0,65 1 ,0 8 5,01 1 ,3 2 2,37 9 ,7 8 Total 4,43 3,0 7 11, 8 8 0,93 –2,83 5, 2 8 7,49 28, 3 9 3 9,62 12, 1 6 1 9,84 100, 0 0

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RMS P ERCEN TUAL D E CONTR IB UIÇÃO DAS CAUS A S D E MORTE E VITÁVEIS PAR A O AUM ENTO DA E SP ERANÇA DE V IDA AO N ASC ER P OPU LAÇÃO MAS CULIN A E FE M ININ A – 1 985-1995 ( % ) (Cont in ua) Idade C au sa s evitávei s Total e vi táveis H I J Total AB C D E F G Hom e n s < 1 1,14 0,1 2 27, 3 5 1 9,19 –8,22 –0, 1 4 –0,07 39, 3 7 –0,35 1, 2 6 1 7,54 57, 8 2 1 -4 1,86 0,1 1 4 ,5 3 3 ,94 0,03 1, 3 7 0,60 12, 4 4 0,94 0, 3 2 5,80 19, 5 1 5 -9 0,35 –0,0 6 0 ,3 1 0 ,81 0,00 1, 2 9 0,22 2, 9 2 0,10 0, 0 4 –0,28 2, 7 9 10-14 0,06 0,0 3 0 ,2 0 0 ,11 0,00 0 ,9 2 –0,01 1 ,3 1 –0,05 – 0 ,2 0 –0,12 0 ,9 4 15-19 –0,10 –0,0 9 0 ,0 9 – 0,04 0,00 – 7 ,0 4 –0,07 – 7 ,2 6 0,29 – 0 ,3 5 0,59 – 6 ,7 3 20-24 0,01 0,0 2 0 ,0 4 0 ,31 0,00 – 9 ,9 5 0,12 – 9 ,4 5 0,14 – 0 ,1 8 –0,26 – 9 ,7 5 25-29 –0,08 –0,1 1 – 0 ,0 9 – 0,03 0,00 – 4 ,0 5 0,46 – 3 ,8 9 1,21 0 ,4 7 –1,50 – 3 ,7 1 30-34 0,09 –0,0 1 – 0 ,1 7 – 0,04 0,00 – 0 ,9 4 0,40 – 0 ,6 7 1,89 – 0 ,3 2 –2,40 – 1 ,4 9 35-39 0,11 0,0 5 – 0 ,2 9 0 ,18 0,00 0 ,8 9 1,55 2 ,4 9 2,36 – 0 ,1 7 –0,15 4 ,5 4 40-44 0,15 –0,2 9 – 0 ,0 2 0 ,29 0,00 0 ,3 3 1,22 1 ,6 7 1,57 – 0 ,6 7 –0,22 2 ,3 5 45-49 –0,03 0,0 7 0 ,2 5 0 ,25 0,00 1 ,9 5 1,57 4 ,0 5 5,36 – 0 ,2 7 0,32 9 ,4 5 50-54 0,04 –0,1 7 0 ,0 3 0 ,11 0,00 0 ,3 0 1,38 1 ,6 8 5,11 – 0 ,7 0 –0,90 5 ,1 9 55-59 –0,09 –0,1 1 0 ,2 3 0 ,45 0,00 – 0 ,4 6 0,98 0 ,9 9 5,73 – 1 ,0 8 0,68 6 ,3 2 60-64 0,09 –0,6 9 0 ,0 5 1 ,01 0,00 1 ,2 3 0,54 2 ,2 3 8,49 – 0 ,3 2 –0,32 10, 0 8 65-69 0,22 –0,4 1 0 ,3 0 0 ,74 0,00 0 ,5 0 0,42 1 ,7 7 3,38 – 0 ,9 3 –1,52 2 ,7 0 Total 3,82 –1,5 5 32, 7 9 2 7,27 –8,19 –13, 8 0 9,31 49, 6 5 3 6,17 –3, 0 8 1 7,27 100, 0 0 Fon te : Elabo rada c o m b ase e m dado s do DATASUS – S IM , 1984– 199 5. A – Evitáv ei s p o r va cinaç ão o u tratame n to pre ve ntivo; B – E vitáveis p or diagnó stico e t ratam e nt o m édic o p rec o ce; C – Evit áv ei s p or m ed id as d e s an ea m ento ambie ntal; D – Evit áv ei s p or m ed id as mistas: infe cç õ es das vias re spiratórias ; E – E vi tá ve is por m edidas m istas: do e nças próp rias da p rime ira inf ân cia; F – E vi tá ve is por m edidas m istas : a ciden te s e v io lê nc ias; G – R e st an te das c au sas e vi tá ve is po r um c o njunto de m edidas; H – Causas dific ilme nte evitáveis; I – Causas mal defin idas; J – Outras caus as.

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RMS P ERCEN TUAL D E CONTR IB UIÇÃO DAS CAUS A S D E MORTE E VITÁVEIS PAR A O AUM ENTO DA E SP ERANÇA DE V IDA AO N ASC ER P OPU LAÇÃO MAS CULIN A E FE M ININ A – 1 985-1995 ( % ) (C onclus ão) Idade C au sa s evitávei s Total e vi táveis H I J Total AB C D E F G Mul h e re s < 1 1,52 0,2 8 20, 5 8 1 3,89 –7,38 –0, 1 8 0,37 29, 0 8 –2,20 1, 0 9 1 5,15 43, 1 2 1 -4 1,82 –0,0 4 5 ,4 0 5 ,93 0,03 1, 2 4 0,34 14, 7 1 0,33 0, 0 0 4,24 19, 2 8 5 -9 0,00 0,0 1 0 ,1 6 0 ,63 0,00 –0, 2 1 0,15 0, 7 3 0,00 0, 0 6 0,02 0, 8 1 10-14 –0,03 0,0 0 0 ,0 8 0 ,26 0,00 – 0 ,1 8 –0,03 0 ,0 9 –0,20 – 0 ,1 3 –0,05 – 0 ,2 9 15-19 –0,01 –0,0 3 – 0 ,0 3 0 ,28 0,00 – 0 ,2 7 0,37 0 ,3 1 0,30 – 0 ,0 9 0,58 1 ,1 0 20-24 0,02 0,0 1 – 0 ,0 7 0 ,12 0,00 – 0 ,0 5 0,02 0 ,0 6 0,43 – 0 ,0 4 0,71 1 ,1 5 25-29 –0,01 –0,1 7 – 0 ,0 4 0 ,09 0,00 0 ,7 0 0,26 0 ,8 4 0,45 – 0 ,2 0 0,16 1 ,2 5 30-34 0,28 0,1 8 – 0 ,0 5 0 ,09 0,00 0 ,2 8 0,41 1 ,1 9 0,96 0 ,0 1 0,15 2 ,3 1 35-39 0,01 0,0 3 0 ,0 1 0 ,43 0,00 0 ,4 2 0,71 1 ,6 1 1,36 – 0 ,1 6 0,99 3 ,8 0 40-44 0,04 –0,3 5 0 ,2 4 0 ,41 0,00 0 ,2 0 0,64 1 ,1 8 2,18 0 ,0 6 0,42 3 ,8 4 45-49 0,23 0,9 2 – 0 ,1 0 0 ,08 0,00 0 ,2 0 0,74 2 ,0 8 3,47 – 0 ,3 6 1,28 6 ,4 6 50-54 –0,04 –0,0 9 – 0 ,0 1 0 ,17 0,00 0 ,4 4 0,45 0 ,9 1 2,29 – 0 ,8 0 –0,08 2 ,3 2 55-59 –0,08 0,1 6 – 0 ,0 4 0 ,27 0,00 – 0 ,1 4 1,01 1 ,1 9 5,22 0 ,0 7 –1,05 5 ,4 3 60-64 –0,08 0,2 2 – 0 ,0 8 0 ,34 0,00 0 ,5 3 0,11 1 ,0 4 3,92 – 0 ,3 1 0,46 5 ,1 1 65-69 0,04 –0,6 4 0 ,1 2 0 ,29 0,00 0 ,4 2 0,44 0 ,6 7 4,04 – 0 ,0 6 –0,35 4 ,3 0 Total 3,70 0,5 0 26, 1 6 2 3,29 –7,36 3, 3 9 6,00 55, 6 9 2 2,55 –0, 8 7 2 2,63 100, 0 0

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6 BIBLIOGRAFIA

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