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Criança com celular: pode ou não pode?

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Academic year: 2022

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Sábado, 15 de Dezembro de 2018

Segmento: PUCRS

15/12/2018 | Zero Hora | Vida | 4

Criança com celular: pode ou não pode?

A MATURIDADE DOS PEQUENOS E AS REGRAS DE CADA FAMÍLIA É QUE DETERMINAM A HORA CERTA DE GANHAR O APARELHO. VEJA O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

Nas mãos de Laura Borges Rabello, 12 anos, está seu primeiro celular. O smartphone a acompanha nas atividades rotineiras - é por ali que ela assiste a vídeos dos youtubers preferidos, conversa com amigos e fica em contato com a família durante o dia. A decisão de dar a Laura o dispositivo partiu da mãe, Ana Paula Borges. Todos os colegas da filha já tinham o seu e, como sobrava um aparelho em casa, a garota ganhou o presente aos 10 anos. Mas Laura não tem total liberdade de uso: regras foram estabelecidas previamente para a mãe ficar tranquila em relação ao tipo de conteúdo acessado e ao tempo gasto com smartphone.

- A condição é que eu veja o que ela faz e conheça as senhas. No começo, ela usava mais para mensagens instantâneas, mas, neste ano, pediu para fazer perfil no Facebook. Deixei, mas a Laura só aceita alguém depois de me mostrar o perfil de quem enviou solicitação de amizade - afirma Ana Paula.

- Fico pouco tempo conectada. Não uso o celular em sala de aula, é mais no recreio mesmo e em casa, para assistir uns canais do YouTube que eu gosto e trocar mensagens - conta a menina, que pode utilizar o aparelho por duas horas diárias (e por meia hora no período de provas).

Celulares já fazem parte da vida dos nativos digitais - aqueles nascidos a partir de 1980. Segundo um levantamento TIC Kids Online Brasil 2017, divulgado neste ano pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, 93% das crianças e adolescentes brasileiros acessaram a internet via mobile em 2017. É um crescimento significativo se comparado a 2012, quando 21%

dos pequenos tinham esse comportamento.

Pais devem analisar capacidade da criança

Para Carolina Lisboa, professora da pós-graduação em Psicologia da PUCRS e especialista em cyberbullying, não há uma idade ideal para ter o próprio celular. Ela ressalta que é preciso levar em consideração que, quanto mais velha, maior a capacidade da criança de cuidar do aparelho e administrar o tempo de uso. Na opinião da especialista, cabe aos pais decidirem o momento certo.

- Os pais precisam analisar a capacidade da criança de gerenciar essa tecnologia. Além disso, é necessário pensar se ela tem maturidade emocional para utilizar de maneira saudável essa ferramenta. Cada família apresenta valores diferentes e é ela quem define se o filho consegue administrar as horas conectado sem atrapalhar o desempenho escolar, a interação social, a escrita à mão, a criatividade etc - pondera Carolina.

A médica Viviane Salis, 41 anos, sempre acompanhou de perto as pesquisas e os usos que a filha Antônia Salis, 10 anos, fazia do tablet. Neste ano, a pequena tinha um passeio da escola, estava insegura por ficar longe da mãe e, por isso, ganhou o que foi chamado de celular da casa. Antes de entregá-lo à filha, Viviane explicou que o aparelho não era para jogos, mas, sim, para comunicação, para falar com a família e os colegas, para resolver os trabalhos escolares.

- Além disso, temos o acordo de que ela só pode ligar o celular na saída do colégio e que, assim como ela pode mexer no meu, eu posso mexer no dela. Minha ideia é protegê-la por meio do diálogo e da crítica construtiva para que aprenda a fazer um manuseio inteligente, seguro e consciente do aparelho - relata Viviane.

EDUCAÇÃO DIGITAL É UM TRABALHO CONJUNTO

Para incentivar o diálogo saudável sobre o uso de celulares e com informações seguras, o Colégio Farroupilha, em Porto Alegre,

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desenvolveu o Guia de Segurança e Ética Digital. Ali foram compiladas dicas sobre a utilização adequada e cuidadosa de redes sociais por parte dos pais, educadores e estudantes para verificar a origem das informações e evitar constrangimento alheio, por exemplo.

Para Luciana Motta, psicóloga educacional da escola, a orientação do comportamento infantil no mundo digital deve ser feita de maneira complementar por professores e familiares:

- São papéis distintos, mas que se completam. Os pais precisam acompanhar de perto, definir limites e regras claras para o uso. A escola deve funcionar como um espaço de reflexão para os estudantes.

O Sindicato do Ensino Privado (Sinepe-RS) não tem uma orientação oficial sobre o tema, já que algumas escolas apresentam perfis mais tradicionais de ensino e outras incentivam e utilizam celulares no processo de aprendizagem. Por meio de nota, a entidade afirmou que respeita as diversas metodologias e tipos de projetos pedagógicos escolhidos por cada instituição de ensino sindicalizada.

Em nível estadual, a lei nº 12.884 proíbe a utilização de celular em salas de aula e reforça que os aparelhos devem ficar desligados enquanto as aulas são ministradas. Entretanto, a assessoria de imprensa do Sinepe-RS afirma que essa lei precisa ser revista e atualizada devido às funcionalidades pedagógicas que a tecnologia apresenta.

NAS REDES SOCIAIS, VIGIAR SEM PUNIR

Quando falamos em celulares, logo pensamos em redes sociais. Muitas plataformas exigem idade mínima para criar um perfil, mas essa é uma regra constantemente burlada pelas crianças e até desconhecida de muitos pais. Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat e YouTube, por exemplo, permitem usuários que tenham 13 anos ou mais. Já o WhatsApp exige 16 anos em seus Termos de Serviço.

Para as psicólogas Carolina e Luciana, dialogar com as crianças é melhor do que proibir a presença delas na internet - a punição gera medo e inibe a aproximação entre pais e filhos, o que costuma piorar na adolescência. Viviane, mãe de Antônia, 10 anos, não acha necessário que a estudante tenha uma conta em redes sociais. Contudo, após o pedido da filha, deixou que ela criasse um perfil no Instagram, desde que mantivesse a conta fechada, seguisse regras e cuidados online e que todas suas atividades pudessem ser acompanhadas.

- Não adiciono pessoas que não conheço e não posto fotos do que faço durante o dia ou que mostram lugares onde estudo ou moro - relata a menina.

A estudante Laura Rabello, 12 anos, tem cuidado redobrado com o WhatsApp:

- As pessoas podem trocar de número e posso estar falando com quem não conheço. Fico atenta a isso e não atendo ligação de números que não estão salvos.

Ana Paula, mãe de Laura, afirma que seu papel é orientar a filha para que faça o que é certo e comunique quando algo fora da normalidade acontecer. Por isso, está sempre antenada ao que a menina faz no celular, não a deixa sozinha no quarto com o aparelho e participa dos encontros que a Escola Marista São Pedro, onde a garota estuda, promove sobre segurança na internet.

CUIDADOS COM OS EXCESSOS

O celular e suas diversas funções trazem muitos benefícios para aprendizagem de crianças: oferecem lazer, informação de qualidade e novos ensinamentos por meio de aplicativos de arte, edição de vídeos e fotos. Porém, o manuseio excessivo, somado a outros fatores, pode aumentar irritabilidade, falta de empatia, imediatismo e ansiedade, porque esses dispositivos superestimulam o cérebro.

Ligue o alerta vermelho caso seu filho ou filha comece a deixar de lado a interação social ao vivo para preferir a virtual ou caso mostre sinais de falta de concentração e memória, avisa a psicóloga Luciana Motta.

A também psicóloga Carolina Lisboa afirma que é importante conversar e trazer exemplos de como deve ser o uso do celular, mas ressalta que as crianças são muito mais influenciadas pela ação do que pela palavra. É preciso evitar a mensagem dupla, ou seja, a dicotomia entre discurso e atitude. Se o responsável fica muitas horas do dia atento ao celular, o filho certamente fará o mesmo, porque sua figura de referência tem aquela atitude.

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- Não há como criar os filhos em uma bolha, sem tecnologia. Crianças que moram em cidades urbanas e que têm acesso a esses bens estão vivendo essa nova era. É praticamente utópico ficar sem celular até aos 15 anos, o mundo está permeado pela tecnologia. O que precisamos fazer é educá-las para um uso inteligente e que alerte para os riscos e vantagens de se ter um celular - destaca Carolina.

DICAS

-Converse, oriente e monitore os usos de seu filho(a) no celular.

Evite que a criança fique mais de duas horas por dia conectada ao aparelho.

Defina limites de horários para utilizar o dispositivo.

Mostre utilidades do aparelho, como aprender novas habilidades por meio de aplicativos, por exemplo.

Alerte de maneira didática sobre os perigos da internet.

Oriente a criança a não postar fotos de onde estuda, mora e lugares que frequenta - isso serve para os pais também.

Fale sobre a importância de proteger a privacidade de outras pessoas. Ou seja: não postar fotos e vídeos ou divulgar informações sem autorização.

Utilize o Controle Parental: é um conjunto de recursos de segurança disponível em diversos sistemas operacionais que restringe o acesso de crianças a determinados sites e conteúdos.

Dê o exemplo de como fazer um bom uso dessa tecnologia. Desgrude do celular durante as refeições e interaja com os pequenos.

15/12/2018 | Zero Hora | Em dia | 16

O tormento da reforma trabalhista

Esta semana, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, reforçou o interesse em aprofundar a reforma trabalhista. Na fala, dois pontos se destacaram. Um foi a afirmação de que "ser patrão no Brasil é um tormento". O outro, como uma consequência do primeiro, é a intenção de aproximar a legislação trabalhista da informalidade.

Não há dúvida de que o Estado torna a vida do empreendedor muito mais difícil do que deveria ser, através da burocracia, dos riscos e da carga tributária envolvida. Muitos acham que isso é, de fato, um "tormento". No entanto, ser empregado também não é nenhuma maravilha - em boa medida, por motivos similares àqueles pelos quais não é fácil ser patrão. Só que dentre as pessoas ocupadas com carteira assinada no Brasil, 75% delas ganha menos de R$ 2 mil; 90% ganha menos de R$ 3,5 mil.

Quando a legislação trabalhista é relaxada, são criadas condições para surgimento de categorias de trabalho com salários médios ainda menores. Assume-se a condição de desigualdade no país e opta-se por agravá-la, pois o barateamento do trabalho é convertido em lucro pelas empresas. O afrouxamento de regras trabalhistas não gera emprego, de forma direta. Só crescimento econômico gera emprego.

A legislação trabalhista tem mais impacto sobre a distribuição de renda, que é regulada pela relação entre salários e lucro, do que sobre a facilitação de investimentos. Mas, a questão da desigualdade pode ser atacada de outras maneiras, certo? Certo! Duas formas eficientes seriam a educação e a estrutura tributária. Sobre educação, a única iniciativa clara do novo governo, até aqui, é o projeto Escola Sem Partido. Mas, mesmo que passemos a levar educação a sério, isso é um movimento de muito longo prazo, de duas gerações, no mínimo.

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Sobre a viabilidade de uma reforma tributária redistributiva, ofereço um exemplo: a discussão do projeto da matriz do IPTU de Porto Alegre. A dificuldade em aprovar o projeto é imposta justamente por aqueles mais ricos, que não querem que seu imposto aumente, a despeito do fato de que o imposto para os mais pobres, que hoje é proporcionalmente maior, diminuiria.

Portanto, não podemos ignorar o mercado de trabalho como importante ferramenta distributiva. Aliviar o "tormento" do empreendedor aproximando o trabalhador da informalidade me parece um equívoco, tanto do ponto de vista social quanto econômico.

ELY JOSÉ DE MATTOS

Economista e professro da Escola de Negócios da PUCRS

15/12/2018 | Zero Hora | Em dia | 16

Próximos dias

SEGUNDA Daniel, R. Randon. vice-presidente de Administração das Empresas Randon QUINTA Gabriela Ferreira, líder de Impacto Social da Tecnopuc e diretora técnica da Anprotec SEXTA Vinicius Ochoa Piazzeta, presidente da Pactum Consultoria Empresarial

15/12/2018 | Zero Hora | Jornada Esportiva | 38

Garimpo de joias tipo exportação

Reportagem revela a rotina de profissionais que avaliam atletas em torneio de base com o objetivo de fazer relatórios para clubes do Brasil e da Europa

A cena se repete: eles vão tomando as arquibancadas, com óculos chamativos, camisas, jeans rasgados, tênis da moda ou sapato.

Neste ano, na Copa Ipiranga Sub-20, eram cerca de 40, todos com conexões com a Europa. Munidos de bloquinho, caneta ou laptop, os olheiros e empresários dividem com os parentes dos jogadores cada centímetro de concreto dos estádios.

Na Europa, eles são chamados de scoutings. Nas arquibancadas do Sesc e da PUCRS, na Capital, da Morada dos Quero-Queros, em Alvorada, e do Homero Soldatelli, em Flores da Cunha, não são percebidos pela ostentação. Anotam as escalações e o esquema tático e o que cada jogador faz de melhor. Identificam com uma estrelinha os que mais se destacam e lançam sobre eles um olhar ainda mais atento na partida seguinte.

Empresários habituados a fechar negócios com a Europa, Rogério Braun e Jorge Machado não hesitam em apontar a Copa Ipiranga como mais atraente do que a Copa São Paulo. Neste ano, enviaram observadores clubes como Barcelona, Real Madrid, Manchester City, Manchester United, Chelsea, Arsenal, PSG, Inter de Milão, Roma, Milan, entre outros. Até olheiros da Major League Soccer (MLS), a liga norte-americana, fizeram reservas em hotéis do bairro Moinhos de Vento.

- Pelo tamanho da cidade, é possível ver três jogos por dia. Em São Paulo, eles precisam percorrer até 400 quilômetros entre um estádio e outro e veem, no máximo, duas partidas - diz Rogério Braun.

A primeira fase da competição é olhada com mais cuidado. Como são jogos demais para pouco tempo, os scoutings dão descontos para uma eventual queda de rendimento do jogador. Dificilmente algum negócio é fechado, tamanha a dificuldade de acesso aos jogadores, que raramente deixam de estar com familiares ou representantes. Mas quando a Copa se encerra, os jogadores mais destacados já entram automaticamente no radar dos clubes da Europa.

O torneio gaúcho, já na sexta edição, pode ser a porta de entrada de muitos para o sonho de fazer as contas em euros. Alexandre Pato, Luiz Adriano, Arthur, Paquetá e, mais recentemente, Martín Sarrafiore, hoje no Inter, ganharam ali os primeiros olhares.

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O torneio trocou de nome em 2016. Antes, era Brasileiro Sub-20. Em 2006, o Inter foi campeão com Muriel, Pato e Luiz Adriano.

Em 2015, a CBF decidiu encampar o torneio e o transformou no Brasileirão de Aspirantes - competição que é disputada o ano todo.

A Federação Gaúcha de Futebol, por sua vez, resolveu abraçar a fórmula tradicional de verão, convidando hermanos como Peñarol, Nacional, Defensor, Racing, River Plate, Independiente e, nesta edição, os mexicanos do Toluca. O Huracán (ARG) não vem mais.

Desde que o Inter contratou Sarrafiore.

- A Copa Ipiranga serve mais para olheiros e empresários do que para os clubes - diz um empresário na Morada dos Quero-Queros, pedindo anonimato devido ao relacionamento com a Dupla. - O atleta sub-20 geralmente já está pronto e o clube o conhece. Assim, o torneio se mostra mais interessante para futuras vendas a europeus. O que, muitas vezes, acaba sendo bom para o clube também - acrescenta ele.

A competição gaúcha é a última da temporada para os empresários. Durante o ano, eles rodam o Brasil assistindo aos torneios estaduais mais as 23 competições de categorias de base que têm mais relevância. O italiano Lucio Di Cesare, 49 anos, e que fez do Brasil sua casa há mais de 20 anos, se diz um "operador de mercado". Advogado de formação e torcedor da Roma, ele se apaixonou pelo país depois que Falcão vestiu a "giallorossa". O advogado italiano trabalha com Roma, Inter, Milan e Sampdoria:

- Não compro jogadores, apenas entro em campo quando consultado. Muitas vezes dou a minha opinião sobre o jogador. Sou intermediário entre clubes e empresários. Para o europeu, é complexo entender como os brasileiros têm seus direitos fatiados entre clube, empresário, pai, empresas. Meu trabalho é acertar as partes para a contratação vingar.

Ainda que a mina de ouro para a Europa sejam jogadores sub-17, os atletas com 18 anos ou mais têm como vantagem poder embarcar direto para os gigantes do velho mundo, uma vez que já são considerados emancipados. Ao contrário de Espanha e Inglaterra, a Itália está em recessão. A compra de Lucas Paquetá por 35 milhões de euros, pelo Milan, é exceção.

- A missão é antecipar o mercado, encontrar e contratar jovens por um valor baixo, que poderão estourar mais tarde na Europa. Tudo é risco - comenta Di Cesare, apontando que o mercado atual pagará, no máximo, 8 milhões de euros por atletas sub-18 no Brasil.

Na mesma arquibancada estava o ex-atacante e ídolo da dupla Gre-Nal Christian Dionísio, que atuou por 13 no Exterior: Portugal, França, Japão, Turquia e México. Agora, coloca a sua experiência à serviço de muitos clubes. Christian e o seu irmão Marcelo fundaram a D&D, empresa de scouting e de monitoramento de talentos.

O antigo camisa 9 acompanhou jogos da Copa Ipiranga:

- Costumo recepcionar emissários de um clube francês. Desta vez, são três importantes clubes da Europa, que procura talentos, independentemente de posição. A Copa Ipiranga é uma competição de observação. Vamos seguir monitorando os que chamarem a nossa atenção aqui, mas nenhum negócio será fechado agora.

Christian salienta que os gigantes da Europa muitas vezes assistem aos vídeos e analisam os scoutings de jovens para descartá-los.

- É utopia pensar que Real Madrid, Barcelona ou City estão aqui para comprar jogadores em agosto. Muitos analisam para tirar dúvidas que restam - diz Christian.

Mateus Rosa, sócio da Soccer House, empresa de agenciamento e análise de mercado, assistiu a 310 jogos neste ano. Na PUCRS, tomava anotações de jogadores na vitória do São Paulo sobre o Vasco, na semifinal. Em duas semanas, estará assistindo à Copa São Paulo, a pedido de Figueirense e Paraná.

- Estamos ampliando o banco de dados. Rodei o país monitorando jogadores, dos 14 anos, na Copa Santiago, até profissionais. A grande vantagem da Copa Ipiranga é que ela nos dá a oportunidade de vermos também os jogadores de fora do Brasil. Evelio Cardozo, de 17 anos, camisa 10 do Racing, é excelente - antecipa Mateus Rosa.

A América do Sul e a África são vistas como grandes mananciais para abastecer as ligas mais famosas. No ano passado, o futebol brasileiro fez R$ 1,16 bilhão na venda de 853 atletas para o Exterior, conforme a CBF. O levantamento final de 2018 será sacramentado na virada do ano. Os números de meio de temporada indicavam um novo recorde: R$ 1,3 bilhão. Até 31 de agosto de

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2018, o Brasil vendeu 116 jogadores para fora. Se considerarmos empréstimos e atletas já sem contrato com clubes, 808 jogadores profissionais saíram do país na janela internacional. Definitivamente, o futebolista brasileiro é um produto de exportação.

- É só você ver quantos garotos nós temos atuando no futebol brasileiro. Temos um continente inteiro dentro de um país. O Brasil seguirá abastecendo o mercado europeu. Nosso talento ainda é, e seguirá sendo, um diferencial aos olhos da Europa - declara o empresário Fernando Otto.

No ano que vem, a Copa Ipiranga promete ser ainda mais atraente. Divulgador voluntário do torneio durante as viagens que faz ao Exterior, Rogério Braun não descarta que clubes da Europa possam participar da próxima edição. Um deles seria o Benfica, de Portugal. Neste ano, o Boca Juniors preparava-se para mandar seus garotos para o torneio, mas um surto de caxumba abortou a viagem.

O Brasil seguirá exportando talentos. Muitos dos quais conheceremos apenas pela TV.

15/12/2018 | Zero Hora | Contracapa | 56

Criança com celular, pode ou não pode?

VIDA

15/12/2018 | Zero Hora | Contracapa | 56

A rotina de quem é olheiro para clubes do Brasil e da Europa

Páginas 38 e 39

Segmento: Outras Universidades

15/12/2018 | Correio do Povo | Ensino | 11

Ações solidárias em alta

A poucos dias do final do ano letivo, estudantes da Educação Básica e do Ensino Superior participam de atividades de celebração de Natal, como ações solidárias e apresentações culturais. Na rede pública estadual, a maioria das escolas têm aulas até 21/12. Já nas particulares, a recomendação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado é encerrá-las até 18/12. Neste sábado, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) vai promover o Concerto Natal em Família na UCS, a partir das 20h30min, no campus sede.

O evento é gratuito e aberto à comunidade.

Já o Concerto de Natal da Universidade de Passo Fundo (UPF) ocorreu quinta-feira (13/12), na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, com apresentações dos grupos artísticos da instituição. Neste mês, o Colégio Marista Rosário, na Capital, promove sua tradicional campanha “Natal Solidário”. Na ação, alunos, familiares e educadores distribuem mais de 470 brinquedos e 340 pares de tênis novos para crianças e jovens das Unidades Sociais Maristas. O Colégio Farroupilha, também em Porto Alegre, e o Instituto Victória Nahon realizaram, nesta semana, ação no Centro Social Padre Pedro Leonardi, incluindo oficinas ministradas por educadores do Colégio. E a Universidade Feevale promoveu atividades esportivas com a comunidade da Escola Edmundo Strassburger, em Campo Bom.

15/12/2018 | Jornal VS | Comunidade | 18

Rua Grande vira palco do Natal São Leo

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São Leopoldo — O fim de semana será de muita música e dança na principal rua da cidade, a Independência. Hoje e amanhã, sempre das 18 às 22 horas, com a presença de estandes da equipe da Economia Solidária, acontecem mais ações do Natal São Leo. O palco fica entre as Ruas Independência e Florêncio Câmara, tendo a Avenida João Correa como parte do cenário. A programação contou nesta semana com o concerto Natal Sinos, com a Orquestra Unisinos Anchieta e grupo vocal Voice In; além do recital do projeto MusiCâmara, com o Madrigal e Camarata Presto. Dois eventos que integraram a iniciativa.

Mas a solenidade de abertura específica do evento municipal será hoje, às 20 horas, seguida de um concerto do projeto Vida com Arte, que é um projeto social da Unisinos de inclusão cultural executado através da música. Em visita ao Jornal VS, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico, Rafael Souza, e o secretário de Cultura e Relações Internacionais, Pedro Vasconcellos, destacaram que o objetivo é aproveitar esse momento natalino e proporcionar para toda a comunidade, em uma área especial da cidade, atividades artísticas.

Cidade mais acolhedora

De acordo com Souza, a proposta é deixar a cidade em um clima mais especial neste mês de dezembro, tornandoa mais acolhedora.

"Não podemos deixar essa data passar em branco. Nossa programação contará com food trucks, atrações artísticas e feirinhas para todos os gostos e idades. Queremos que as pessoas fiquem aqui aproveitando os festejos com a família e amigos. Animação não vai faltar." Além disso, a ideia do Município é, aos poucos, trabalhar para que esses eventos façam parte de forma mais efetiva do calendário da cidade.

Apresentações variadas

Na programação estão apresentações de orquestra, bandas marciais, peças de teatro e espetáculos de dança. Eles explicam que um palco será montado na Rua Independência, próximo da árvore de Natal, com food trucks e feira de artesanato. O Natal São Leo é uma realização da Prefeitura, com apoio da Unisinos, do Sesc São Leopoldo e da Presto Produções e Promoções Artísticas. E a estrutura não provocará muitos transtornos, pois somente uma quadra será bloqueada. O evento segue até o dia 22.

15/12/2018 | Zero Hora | Donna ZH | 3

Refresco no calor

O Donna Café by Canal Cat está com uma pedida deliciosa para você se refrescar neste verão. Quem estiver passeando pelo Donna Beauty Pompéia pode provar a Pink Lemonade (limonada com hibiscos). Para os fás de chás, tem opções geladas nos seguintes sabores: Coral (hibiscos com fintas vermelhas), Canal (laranja com especiarias), Chai (chá preto com especiarias) e Chá Verde.

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15/12/2018 | Zero Hora | DOC | 22

Millenials impõem desafios educacionais

Quando nos propomos a refletir sobre a educação das juventudes contemporâneas, rapidamente reconhecemos que sua formação merece ser pensada a partir de outros enquadramentos, diferentes daquelas normas e padrões que delinearam as gerações que nos precederam. As universidades e os variados sistemas de ensino tanto públicos quanto privados gradativamente estão assumindo a tarefa de repensarem-se, ajustando-se às novas demandas sociais e econômicas e, principalmente, reconhecendo que seus públicos não são mais os mesmos. As crianças e os jovens, nascidos nas últimas três décadas, estão crescendo em um mundo com inúmeras fontes de informação, novos modos de relacionamento social e experienciando aprendizagens de conhecimentos cada vez mais complexos e menos permanentes.

Millenials é um dos inúmeros termos disseminados pela literatura especializada para a descrição subjetiva desses novos indivíduos.

As suas habilidades para o manejo das tecnologias digitais, suas formas de prestar atenção em múltiplos objetos de conhecimento ao mesmo tempo e sua agilidade no tratamento das informações são destacadas por uma vasta produção científica (brasileira e estrangeira) na atualidade. Nossas instituições educativas têm sido interpeladas, a partir deste conjunto de condições, a repensar seus currículos, seus espaços de aprendizagem e, talvez de uma maneira mais urgente, seus modos de relação com o conhecimento.

Esboça-se um consenso: a universidade do século 21 não será mais a mesma!

Todavia, ao estabelecermos uma reflexão séria sobre nossos desenhos institucionais para um novo tempo, precisamos considerar a questão da desigualdade. Foi publicado no início deste mês a pesquisa "Millenials na América e no Caribe: trabalhar ou estudar?", visando traçar um diagnóstico da juventude na região, considerando as respostas de 15 mil jovens na faixa etária de 15 a 24 anos. De acordo com esses dados, constatou-se que cerca de 21% dos jovens não estudam, nem trabalham - no Brasil, esse número equivale a cerca de 33 milhões de jovens. A mesma pesquisa indica também que 41% só estudam, 21% só trabalham e 17% trabalham e estudam ao mesmo tempo. Delinear possibilidades formativas para esses jovens implica necessariamente no reconhecimento da precariedade que perfaz suas existências em nosso continente.

A referida investigação, conduzida por reconhecidos centros de pesquisa, também descreve que os jovens da América Latina e do Caribe evidenciam algum tipo de atraso em suas capacidades cognitivas. O documento final da pesquisa aponta que cerca de 40%

dos entrevistados não conseguem realizar cálculos matemáticos relativamente simples "como dividir certa quantia de dinheiro em partes iguais". Explicita-se também a carência de habilidades técnicas e de conhecimento da dinâmica do mundo do trabalho e das profissões. Por outro lado, no que tange às nomeadas competências socioemocionais, os resultados caminham em direção oposta. Os jovens latino-americanos e caribenhos demonstraram níveis altos de autoestima, autoeficácia e perseverança. Nesse âmbito, a pesquisa nos explicita uma interessante condição de ambivalência, qual seja: ainda que desprovidos de conhecimentos básicos e determinadas habilidades profissionais, nossos jovens são otimistas com relação ao seu futuro.

Para fins deste texto, gostaria de destacar que a gramática formativa centrada em torno das potencialidades dos Millenials - em suas condições de inovação e de promoção de crescimento econômico para a região - precisam ser cotejadas com a questão das desigualdades. A despeito das indiscutíveis habilidades que essa geração possui, as oportunidades educacionais e a inserção intermitente no mercado de trabalho bloqueiam seu pleno desenvolvimento. Nossas instituições de ensino precisam assumir como tarefa seu reposicionamento curricular para atender a pluralidade de demandas advindas dos Millenials; porém, não seria desejável que esquecessem as matrizes de desigualdade que ainda perfazem seus modos de habitar o século 21. Em outras palavras:

precisamos de prudência para que nossa necessidade de inovação não engendre novos dispositivos de precarização existencial de nossos jovens - eis o nosso desafio!

Doutor em Educação e professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisinos robertoddsilva@yahoo.com.br ROBERTO RAFAEL DIAS DA SILVA

15/12/2018 | Zero Hora | Donna ZH | 28

É natal

Para quem quer presentear neste fim de ano com um mimo feito aqui e que valoriza o design autoral, a dica é visitar a Open_Feira de

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Design neste sábado, das 11h às 20h. Mais de cem expositores de moda, décor, acessórios e brinquedos mostram suas novidades para a temporada de festas na feira, que ocorre no Espaço Unisinos (Avenida Nilo Peçanha, 1.500).

Referências

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