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Professor Ricardo da Cruz Assis Sociologia - Ensino Médio TEORIA GERAL DO ESTATO

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TEORIA GERAL DO ESTATO

Professor Ricardo da Cruz Assis

Sociologia - Ensino Médio

(2)

“As pessoas que, desgostosas e decepcionadas, não querem ouvir falar em política, recusam-se a participar de atividades sociais que possam ter finalidade ou cunho políticos, afastam-se de tudo quanto lembre atividades políticas, mesmo tais pessoas, com seu isolamento e sua recusa, estão fazendo política, pois estão deixando que as coisas fiquem como estão e, portanto, que a política existente continue tal qual é. A apatia social é, pois, uma forma passiva de fazer política.”

Marilena Chauí

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BIBLIOGRAFIA

AGNEW, J., MITCHELL, K e TOAL, G. (Org.). A companion to Political Geography. Oxford, Blackwell, 2003.

ARISTÓTOLES. Política. Brasília, UNB, 1985.

AZAMBUJA, Darcy - Teoria Geral do Estado;

Bastos, Celso Ribeiro. Curso de teoria do Estado e Ciência Política,, 6ª edição-2004.

BOBBIO, N. A teoria das formas de governo.

_____. O futuro da democracia.

BOVERO, M. Contra o governo dos piores. RJ, Campus, 2002.

CHÂTELET, F. e KOUCHNER, E. P. As concepções políticas do século XX. RJ, Zahar, 1983.

COTRIM, Gilberto Vieira. Direito e Legislação, Introdução ao Direito, 18ª edição-1995, DALLARI, Dalmo de Abreu - Teoria Geral do Estado.

FINLEY, M. Democracia antiga e moderna.

FOUCAULT, M. Segurança, Território, População, SP, Martins Fontes, 2003.

HERÓDOTO. Histórias. Brasília, UNB,

KELSEN, Hans - Teoria Geral do Direito e do Estado;

LEFORT, C. A invenção democrática. SP, Brasiliense, 1983.

MAQUIAVEL. O Príncipe. SP, Abril, Col. Os Pensadores, 1979.

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Teoria geral do Estado (TGE) é a disciplina que estuda os fenômenos do Estado, desde sua origem, formação, estrutura, organização, funcionamento e suas finalidades, compreendendo-se no seu âmbito tudo que considera existindo no Estado ou sobre ele influindo.

Essa teoria sistematiza conhecimentos jurídicos, filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, geográficos, antropológicos, econômicos e psicológicos.

Busca o aperfeiçoamento do Estado, concebendo-o, ao mesmo

tempo, como um fato social e uma ordem, que procura atingir os

seus fins com eficácia e com justiça.

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SOCIEDADES x COMUNIDADES

PODER SOCIAL RECONHECIDO

PELA

ORDENAÇÃO JURÍDICA

OBJETIVO COMUM DEFINIDO POR ATO DE VONTADE MANIFESTAÇÃO DE CONJUNTO

ORDENADAS POR VINCULO JURÍDICO

SOCIEDADE ESTADO

NÃO HÁ

REGRAS JURÍDICAS NEM FINALIDADES A ATINGIR

= NÃO HÁ PODER SOCIAL. PRESERVAÇÃO DA

PRÓPRIA COMUNIDADE NÃO HÁ VINCULO JURÍDICO,

MANIFESTAÇÕES DETERMINADAS POR SENTIMENTOS COMUNS

COMUNIDADE NAÇÃO

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1. Primeiras ideias

1.1. Estado e governo

Vulgarmente, não se distingue Estado de governo. Entretanto, considerando o conceito técnico de Estado, a ideia de

“governo” está ligada à noção de poder soberano, de modo

que, conceitualmente, governo (ou a capacidade de governar)

é um dos atributos do Estado como ente que detém soberania.

(7)

O que é o ESTADO?

“O Estado é a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território.”

Hely Lopes Meirelles (2005, p.60) conceitua:

“O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis:

Povo é o componente humano do Estado;

Território, sua base física;

Governo Soberano, o elemento condutor do Estado que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo.

Não há, nem pode haver Estado independente sem Soberania , isto é, sem este

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Evolução e revolução

• O Estado pode sofrer mudanças gradativas por evolução ou bruscas por revolução.

• A evolução representa o desenvolvimento natural e progressivos das ideias e dos costumes, das constantes adaptações do Estado às novas condições de vida social.

• Quando o Estado não permite a integração de novos fatores de influência que formalize uma ordem conflitante com a realidade.

Somente a revolução pode transformar o Estado, adequando-o às

novas exigências sociais.

(9)

A revolução pode representar uma mudança abrupta

no poder político ou na organização estrutural de

uma sociedade que ocorre em um período

relativamente curto de tempo, ou também o

abatimento de uma ordenação jurídica e a

instauração de outra nova, através de meio ilegal.

(10)

• Estado possui 3 elementos morfológicos:

População Território e Governo

Quanto à população o Estado pode ser nacional (Japão) ou plurinacional (Grã-bretanha)

Quanto ao território pode ser central (Paraguai) ou marítimo (Chile)

Quanto ao governo pode ser república ou monarquia (ORGANIZAÇÃO POLÍTICA)

FORMAÇÃO DO ESTADO

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• Pode ser de direito e de fato

Governo de direito – é aquele constituído de acordo com a lei.

Um estado que se origina de um governo de direito é aquele q encontra legitimidade na consciência jurídica dos juristas e dos leigos. É um governo q não se baseia na arbitrariedade.

Governo de fato – tem sua legitimidade implantado pela violência ou fraude ( ex. estados ocupados durante a 2ª guerra – Polônia, França entre outros)

TIPOS DE GOVERNO SEGUNDO

SUA ORIGEM

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• O governo pode se desenvolver legalmente ou despoticamente. Presume-se q todo governo legal seria legítimo, mas isso não acontece sempre. Às vezes temos um governo legal, mas sem o consenso da população e mantido pelas forças armadas.

Governo legal é aquele que se desenvolve no estrito cumprimento das leis

Governo despótico é aquele que se desenvolve com o arbítrio dos governantes, sempre se movendo por interesses pessoais. Infelizmente a história tá cheia de exemplos. Tivemos inclusive os déspotas que se diziam esclarecidos, que faziam suas leis dizendo-se de interesse do povo, pois o povo não saberia o que poderia ser melhor para si mesmo. Tudo para o povo nada pelo povo, era o lema deste tipo de governo.

TIPOS DE GOVERNO SEGUNDO SEU

DESENVOLVIMENTO

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• Pode ser constitucional ou absolutista

Governo constitucional é aquele que se baliza e se desenvolve à luz de uma lei maior que assegure o exercício do poder em 3 funções distintas (3 poderes), alem de garantir os direitos fundamentais

Governo absolutista é o governo que concentra poder em um só órgão. Normalmente sua origem é divina que garante legitimidade plena para o governante.

TIPOS DE GOVERNO SEGUNDO A

EXTENSÃO DO PODER

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FORMAS DE GOVERNO SISTEMAS DE GOVERNO

REGIMES DE GOVERNO

FORMAS DE ESTADO

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1. Primeiras ideias

Forma de governo: é o modo de atribuição do poder na sociedade mediante o qual se estabelece quem deve exercê- lo e como deve ser exercido. (República)

Sistema de governo: é o modo de organização e de relacionamento entre as instituições políticas que exercem o poder. (Presidencialismo)

Regime de governo: é o modo efetivo por meio do qual se exerce o poder num determinado Estado e num certo momento histórico. (Democracia)

Forma de estado: é a forma como o estado se organiza

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2. Formas de governo

2.2. Tipologias atuais

Ainda hoje, as formas de governo são divididas em apenas duas tipologias básicas: (a) monarquia e (b) república. Tal distinção, aliás, já havia sido proposta por Maquiavel em O príncipe, ocasião em que afirmou que “todos os Estados, todos os domínios que exerceram e exercem poder sobre os homens, foram ou são Repúblicas ou Principados”.

Basicamente, estas tipologias distinguem-se pelo número de pessoas a quem é atribuído o exercício do poder sobera-no e de representação do Estado.

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2. Formas de governo

2.3. Monarquia

Ressurgida no nascimento dos Estados Modernos (séc. XV), a monarquia é a forma de governo mediante a qual o poder é atribuído a uma única pessoa que o exercerá de maneira vitalícia e irresponsável, até que seu herdeiro o suceda. Por isso, os elementos caracterizadores da monarquia são:

1) vitaliciedade

2) hereditariedade

3) irresponsabilidade

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2. Formas de governo

2.4. República

Ressurgida no contexto das lutas contra a monarquia abso-lutista e no da afirmação da soberania popular, a república é a forma de governo mediante a qual o poder é atribuído a representantes eleitos pelo povo, que o exercem por um determinado período de tempo, prestando contas àqueles a quem representa. Por isso, seus elementos caracterizadores são:

1) temporariedade 2) eletividade

3) responsabilidade

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2. Formas de governo

2.4. República

Nos dias de hoje, a distinção entre república e monarquia é bem menos nítida que outrora, principalmente porque os re-gimes monárquicos da Europa ocidental diferenciam-se nas demais repúblicas apenas pela existência da figura do mo-narca exercente da chefia do Estado. Por outro lado, mesmo em regimes marcadamente antidemocráticos, percebem-se tentativas de legitimação do poder pela adoção (meramente formal e aparente) da forma de governo republicana. Ex.: a República de Cuba (art. 1º, Constituição Cubana de 1976); República Popular Democrática da Coréia (DPRK), confor-me Constituição da Coréia do Norte.

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2. Formas de governo

2.4. República

Seja como for, em essência, a forma republicana de governo tem (e deve continuar a ter) como principal característica a temporariedade do mandato eletivo. “Sem temporariedade, não há representação, porque todo poder, que vem do povo e em seu nome é exercido, deixa de vir do povo para consa-grar-se como poder onipotente do representante” (STF, Pleno, Representação 322, Relator Ministro Candido Mota Filho, DJ 12/12/1957). Eis o motivo do porquê de o Supremo Tribunal Federal já ter declarado a inconstitucionalidade de prorrogações de mandatos de Governadores de Estado.

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2. Formas de governo

2.4. República

Há quem entenda que, além da temporariedade do mandato eletivo, a forma republicana também tem como característica necessária a obrigatória alternância no poder ou, segundo afirma JOSÉ AFONSO DA

SILVA, a não vitaliciedade dos car-gos políticos. Contudo, há dificuldades teóricas em se deli-mitar até onde há efetiva alternância e a partir de quando há perpetuação indevida nos cargos políticos, uma vez que não há parâmetros objetivos e universais a estipular um máximo período de tempo tolerável para o exercício do poder por um mesmo representante eleito.

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2. Formas de governo

2.5. Forma republicana no Brasil

Adotada pela Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (1891), a forma republicana sofreu significativa mu-dança com a Emenda Constitucional nº. 16/1997, pela qual foi instituída a reeleição por uma única vez para os cargos de Chefes do Poder Executivo. Contra o art. 14,

§ 5º, CF/88, os partidos PDT, PT, PC do B e PL ajuizaram a ADI 1.805, porém não contra a reeleição propriamente dista, mas sim quanto à não- necessidade de o atual exercente do mandato ter de se afastar 6 meses antes da eleição.

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2. Formas de governo

2.5. Forma republicana no Brasil

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que a reeleição prevista no art. 14, § 5º, CF/88 não permite o chamado “prefeito itinerante” ou “prefeito profissional”, isto é, aquele que se elege indefinida e alternadamente por diversos Municípios. Assim decidiu com base no princípio republicano, que “impede a perpetuação de uma mesma pessoa ou grupo no poder” (STF, Pleno, Recurso Extraordinário 637.485, Relator Ministro Gilmar Mendes, DJe 20/05/2013).

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2. Formas de governo

2.5. Plebiscito sobre a forma e o sistema de governo do Brasil (1993)

Por opção política da Assembleia Constituinte de 1987, foi determinada a realização de plebiscito em 1993 para que o povo decidisse acerca da forma (república ou monarquia constitucional) e do sistema (presidencialismo ou parlamen-tarismo) de governo a ser adotado no Brasil. Nele, decidiu-se pela manutenção da forma republicana (66% dos votos) e pelo sistema presidencialista (55% dos votos).

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3. Sistemas de governo

3.1. Ideia preliminar

Enquanto a análise das formas de governo tem por objetivo descrever e explicar como o poder é atribuído pelo povo a seus governantes, o estudo dos sistemas de governo busca esclarecer como o poder é exercido dentro da estrutura de um Estado, tomando como referência o modelo clássico de separação de poderes propostos por MONTESQUIEU em “O espírito das leis”. É por isto que se afirma que o “sistema de governo diz respeito ao modo como se relacionam os Poderes, especialmente o Legislativo e o Executivo” (SILVA, José Afonso, Curso de direito constitucional positivo, 25ª ed., São Paulo, Malheiros, 2005, p. 104).

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3. Sistemas de governo

3.1. Ideia preliminar

Adotando-se como referencial a divisão clássica de poderes, observamos que os sistemas de governo ocidentais podem ser classificados em 3 (três) vertentes:

CONFUSÃO DE PODERES

inexistência de divisão de poderes

SEPARAÇÃO DE PODERES

existência de divisão e independência

COLABORAÇÃO DE PODERES

existência de divisão de poderes ausência de independência

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3. Sistemas de governo

3.2. Sistema diretorial

Também conhecido como sistema de assembleia ou sistema convencional, o sistema diretorial é o que mais se aproxima da noção de inexistência de separação de poderes. Nele, as funções legislativas e executivas são exercidas por uma Assembleia. Difere dos demais sistemas porque, no mais das vezes, a Assembleia é composta pelos próprios cidadãos, e não por representantes populares. Por causa disto, guarda similaridades com a democracia direta exercida na Grécia Antiga. Atualmente, encontram-se resquícios deste sistema na Suíça.

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3. Sistemas de governo

3.3. Sistema parlamentarista

O surgimento do parlamentarismo como sistema de governo é fruto de longa evolução histórica. Não foi concebido por algum teórico, nem instituído por movimentos políticos determinados. Ao contrário, suas características foram sendo construídas ao longo de séculos na Inglaterra, até se transformar em um modelo a ser aplicado em outros Estados.

Historicamente, o princípio do parlamentarismo inglês data de 1265, com a revolta ensejada por Simon de Montfort contra o então rei Henrique III.

Nela, convocou-se reunião com barões e membros do clero para tratar de assuntos do reino. Após, em 1295, o rei Eduardo I oficializou as reuniões, consolidando a criação do Parlamento inglês.

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3. Sistemas de governo

3.3. Sistema parlamentarista

Com o absolutismo monárquico, o Parlamento inglês perdeu força política, só a retomando com a Revolução Gloriosa ocorrida em 1688. Com a revolução, o governo inglês passa a ser exercido mediante a colaboração estabelecida entre o monarca e o Parlamento. Instituiu-se, assim, o costume de o monarca escolher seus ministros dentre a corrente majoritária do Parlamento. Surgiu, consequentemente, uma das marcas características do parlamentarismo: identidade política dos ministros com a maioria parlamentar.

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3. Sistemas de governo

3.3. Sistema parlamentarista

Entretanto, com a morte da filha do rei Guilherme de Orange, a rainha Ana, ascende ao trono o príncipe alemão Jorge I (sucedido por Jorge II). Por pouco entenderem e se importarem com os problemas políticos ingleses, os ministros continuaram a se reunir e tomar decisões independentemente da presença do rei. Nesta ocasião, desponta o ministro Robert Walpole, o qual passa a ser chamado de Primeiro-Ministro, por se sobrepujar aos demais ministros, controlar o rei e ditar a política governamental. Daqui surgiu outra característica marcante do parlamentarismo: a distinção entre o Chefe de Governo e o Chefe de Estado.

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3. Sistemas de governo

3.3. Sistema parlamentarista

Tentando reagir contra a submissão dos monarcas ao Parla-mento, o rei Jorge III escolheu Lord North para Primeiro-Mi-nistro (1770). Todavia, por diversas pressões políticas (acusações de incapacidade de fixar a política do Estado, crise com a independência das colônias norte-americanas, etc.), o rei foi obrigado a destituir Lord North como Primeiro-Ministro (1782).

Surge a obrigação de que a escolha do Primeiro-Ministro seja aprovada pela Câmara dos Comuns inglesa, ocasião em que mais uma marca característica do parla-mentarismo é firmada: a representação popular na escolha do Chefe de Governo.

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3. Sistemas de governo

3.3. Sistema parlamentarista

Posteriormente, surge no Parlamento a prática de pressionar os ministros a se demitirem quando sua maioria parlamentar discordava dos rumos políticos tomados. Inicialmente, usou-se o impeachment como instrumento de demissão e afastamento do cargo. Para evitar tal constrangimento, os ministros passaram a adotar o costume de voluntariamente deixar de exercer o cargo quando houvesse descontentamento do Parlamento.

Surgiu, assim, uma das principais características do parlamentarismo: a responsabilidade política do Chefe de Governo diante da desconfiança parlamentar.

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3. Sistemas de governo

3.3. Sistema parlamentarista

Aperfeiçoado no século XIX, o sistema parlamentarista ganha seus contornos definitivos, quais sejam:

a) distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo: a Chefia de Estado é exercida por um Monarca ou Presidente (com mandato longo), enquanto que a Governo é exercida pelo Primeiro-Ministro, aprovado pelo Parlamento.

b) responsabilidade política do Chefe de Governo: o Primeiro-Ministro perde o cargo quando há perda da maioria parlamentar ou voto de desconfiança.

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3. Sistemas de governo

3.3. Sistema parlamentarista

c) possibilidade de dissolução do Parlamento: admite-se a que o Chefe de Estado dissolve o Parlamento, geralmente a pedido do Primeiro-Ministro.

d) cooperação e colaboração entre as funções executivas e legislativas: o Primeiro-Ministro depende do apoio da maioria parlamentar para manter-se no poder, enquanto que o Parlamento pode ser dissolvido a pedido do governo, con-vocando-se novas eleições.

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3. Sistemas de governo

3.4. Sistema presidencialista

O presidencialismo é sistema de governo criado no século XVIII pelos norte-americanos na Convenção da Filadélfia que instituiu a Constituição dos Estados Unidos da América. Surgiu a partir da repulsa à monarquia absolutista inglesa e da influência do princípio dos freios e contrapesos propagado por MONTESQUIEU na doutrina da separação de poderes. Os ideais de liberdade, igualdade e soberania popular também influenciaram na instituição do presidencialismo, pois por ele confere-se a um cidadão eleito a função que, na Inglaterra, competia ao monarca.

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3. Sistemas de governo

3.4. Sistema presidencialista

São características gerais do presidencialismo:

a) separação institucional entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo: as três funções do Estado (legislar, julgar e governar) são atribuídas a três órgãos independentes entre si, uma vez que, em regra, não há interferência recíproca.

b) identidade entre a Chefia de Governo e a de Estado: o Presidente exerce poderes de representação de Estado e detém a prerrogativa institucional de comandar as políticas governamentais.

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3. Sistemas de governo

3.4. Sistema presidencialista

São características gerais do presidencialismo:

c) exercício da Presidência por tempo determinado: a fim de distinguir- se efetivamente do modelo monárquico e de evitar a perpetuação (e abuso) no poder, instituiu-se mandato com prazo certo para o exercício da Chefia de Governo

d) eleições populares para a escolha do Presidente: em regra, o presidencialismo rege-se por eleições diretas para a escolha do Presidente.

Contudo, tal como ocorre no EUA, o Presidente é escolhido pelo voto de um colégio eleitoral composto de representantes de cada Estado norte- americano que indica o candidato mais votado por seus eleitores.

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3. Sistemas de governo

3.4. Sistema presidencialista

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 não distingue dentre as funções privativas do Presidente da República aquelas que são típicas de chefia de Estado das que caracterizam a chefia de Governo, uma vez que ambas concentram-se num único cargo político. Contudo, há de ser feita a necessária distinção para que se consiga saber em que hipóteses o Presidente da República atua como autoridade máxima do Poder Executivo Federal, ou como representante da República Federativa do Brasil (do Estado brasileiro).

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3. Sistemas de governo

3.4. Sistema presidencialista

Em linhas gerais, por chefia de Estado entende-se a prerrogativa atribuída a alguém para representar, interna e externamente, a unidade do Estado soberano. Por isso, “o titular dessa chefia é quem simboliza, aos olhos do estrangeiro, o Estado, aos olhos do cidadão, a unidade nacional” (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves,..., p. 254), cabendo a ele moderar conflitos entre os poderes. Em geral, suas atribuições são apartidárias e, na medida do possível, não orientadas ideologicamente. Daí porque, em sistemas que em as chefias de governo e de Estado são distintas, o exercente da chefia de Estado normalmente não é eleito diretamente pelo voto popular.

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3. Sistemas de governo

3.4. Sistema presidencialista

Também em linhas gerais, por chefia de governo entende-se a prerrogativa de exercer a liderança da política governamental através da “orientação das decisões gerais e pela direção da máquina administrativa” (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves,..., p. 255). Ao chefe de governo incumbe traçar as metas para as ações governamentais e os escolher os meios aptos a alcançá-las. Por esta característica, normalmente a chefia de governo é exercida por representantes do povo, eleitos direta (maioria absoluta do povo) ou indiretamente, a partir de disputas partidárias.

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4. Regimes de governo

4.1.Ideia preliminar

“Regime de governo é o modo efetivo por que se exerce o poder num determinado Estado em determinado momento histórico. Deveria coincidir com o sistema se a Constituição, na qual este se inscreve, fosse rigorosamente cumprida. E na sua letra e no seu espírito. Mas, sempre, a prática da Constituição afasta das linhas na mesma traçadas, a corrupção e a deturpação de suas instituições, seja pelo influxo do tempo que ora desgasta ora valoriza certos princípios” (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves, Curso de direito constitucional, 39ª ed., São Paulo, Saraiva, 2013, p. 108).

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4. Regimes de governo

4.2. Tipologias

TOTALITÁRIO

ideologia oficial partido único

poder concentrado e inacessível

DEMOCRÁTICO

livre formulação de preferências políticas liberdades políticas asseguradas

AUTORITÁRIO

pluralismo político limitado

poder exercido com limites mal definidos

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• Estado unitário –único centro de poder, os órgãos são unos para todo território nacional

• Federação – forma especial de Estado, politicamente descentralizado cuja competência política de seus órgãos decorre de previsão constitucional

• A união de comunidades públicas dotadas de autonomia tanto constitucional como política decorrente de previsão constitucional não permite que o poder se concentre em uma só pessoa jurídica de direito público.

FORMAS DE ESTADO

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• Puro - Absoluta centralização do Poder

• Descentralizado administrativamente – algumas ações administrativas são descentralizadas nas mãos de terceiros que executam a atividade estatal

• Descentralizado administrativa e politicamente – modelo europeu (França Reino Unido)as decisões são tomadas no governo central mas as pessoas jurídicas têm autonomia para decidir o caso concreto em determinada região.

• A China é principalmente um Estado unitário formado com o governo central tendo autoridade direta sobre as províncias.

ESTADO UNITÁRIO

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ESTADO FEDERAL

• Origem – EUA em 1787

• Em 1776 foi proclamada a república dos 13 estados americanos que passaram a ser soberanos e autônomos.

• Estes resolveram fazer um pacto confederativo, para se fortalecer e se proteger das constantes ameaças inglesas. Neste pacto era permitida a retirada dos estados, permitia-se a assim o direito de secessão, que ao invés de proteger, aumentava ainda mais o problema das ameaças inglesas.

• Com isto resolveram se juntar e formar a federação de estados norte americanos, onde era proibido o direito à secessão.

• Cada Estado cedia parte de sua soberania a um Estado central que centralizava e formava os Estados Unidos da América, passando os estados a serem autônomos dentro do pacto federativo.

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ESTADO FEDERAL

Tipos de Federalismo

• Agregação– os estados independentes resolvem abrir mão de parcela da soberania para formar um estado federal (EUA, Alemanha e Suíça), movimento centrípeto – de fora para dentro – movimento de aglutinação

• Desagregação – um determinado estado unitário que resolve descentralizar – Brasil com a proclamação da república e com a Constituição de 1891, movimento foi centrífugo, de dentro para fora, um Estado unitário se dividiu e foram surgindo os estados

• Pela história da federação americana nos faz entender o motivo da autonomia maior dos estados americanos em relação aos brasileiros, inclusive com relação à legislação

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CARACTERÍSTICAS - FEDERAÇÃO

• -Descentralização política - os entes da federação possuem autonomia, são núcleos de poder político

• -Repartição de competências – garantia da autonomia e do equilíbrio da federação

• -Constituição rígida como base jurídica - as competências dos

entes da federação estão estabelecidas em constituição rígida,

proporcionando aos entes certa estabilidade institucional

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CARACTERÍSTICAS - FEDERAÇÃO

-Inexistência do direito de secessão - não é permitido o direito de retirada de algum ente da federação, até a tentativa de retirada enseja a intervenção federal. Como a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal (art. 1º da CF), não pode ser objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de estado (art. 60, §4º, I da CF).

• -Soberania do Estado Federal - o País é soberano, enquanto os estados são autônomos entre si, nos termos da Constituição Federal. A soberania é a característica do todo... do país...

• -Intervenção – para assegurar o princípio federativo. É um instrumento de manutenção da federação

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CARACTERÍSTICAS - FEDERAÇÃO

• - Auto-organização dos estados-membros: Os Estados organizam-se através da elaboração das constituições estaduais.

• - Órgão representativo dos estados-membros: Senado. Art. 46 CF

• - Órgão guardião da Constituição: Supremo Tribunal Federal.

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Confederação:

• É uma espécie de tratado em que os Estados unem-se

visando um empreendimento comum e benéfico a ambos que,

neste aspecto, confunde-se com a Federação. No entanto, é

disponível a cada um, tanto sua autonomia quanto sua

soberania, além de prever a possibilidade de secessão

(separação do Estados), sendo estes últimos as características

diferenciadoras entre Confederação e Federação.

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Revisão

Sistemas de Governo:

– presidencialismo: chefia de Estado e chefia de governo são atribuídas a uma mesma pessoa.

– parlamentarismo: chefia de Estado é atribuída ao Presidente da República e chefia de governo é atribuída ao Primeiro-Ministro

Forma de Governo

– Monarquia: tem como características a hereditariedade, a vitaliciedade e a irresponsabilidade.

– República: tem como características a eletividade, a temporariedade e a responsabilidade do Chefe de Estado.

Forma de Estado

– Confederação: União entre Estados Soberanos que não perdem a autonomia do poder. Existe direito de secessão.

– Federação: União entre Estados, em que as unidades conservam autonomia política e a soberania é transferida para o Estado Federal. Difere da confederação, porque não existe direito de separação (secessão).

– Estado Unitário: Formado por um único Estado.

Regime de governo

– Não-democráticos: não prevalece a vontade popular

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(55)

LIBERALISMO E

NEOLIBERALISMO

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LIBERALISMO

Conjunto de princípios e teorias políticas que o ponto principal é a defesa da liberdade política e econômica

BOBBIO entende o liberalismo como uma concepção nova de Estado na qual o poder absolutista imperou na Idade Média e Moderna.

O Estado liberal não necessariamente é democrático

O Estado com poderes e funções limitados, se contrapõe ao que hoje conhecemos como um Estado de Bem estar social – Welfare State

Locke considerado o pai do liberalismos (Dois tratados de governo civil)

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LIBERALISMO

• Apesar de Locke acreditar no lado positivo da liberdade e igualdade, também admitia que a mesma não estava imune a inconvenientes como a violação da propriedade

• Solução seria o contrato social no qual o Estado seria o “dono”

do poder político para preservar os direitos individuais

• Estado como garantidor do direito

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LIBERALISMO

• O pensamento liberal se preocupa com a defesa dos direitos dos homens

• A valorização do individualismo é consequência do Estado Liberal

• BOBBIO acrescenta – sem individualismo não há liberalismo

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• A origem é no séc. XVII através dos trabalhos sobre política do filósofo John Locke

• No séc. XVIII o liberalismo ganhou forças com as ideias defendidas pelo filósofo e economista Adam Smith.

LIBERALISMO

(60)

• Princípios

• Defesa da propriedade privada

• Liberdade econômica (livre mercado)

• Mínima participação do Estado nos assuntos econômicos da nação

• Igualdade perante a lei (Estado de Direito)

• Supremacia da Constituição como norma limitadora do poder governamental

LIBERALISMO

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O sentido histórico do Estado Liberal se iniciou com o 1º Bill of Rights em 1215. Em 1215 o que se requeria era a prevalência da liberdade individual dos ingleses

No sentido jurídico, o Liberalismo tem suas bases no 2º Bill of Rights (1689) declaração de direitos individuais imposta pelo Parlamento à Coroa Inglesa

Nos EUA o documento de maior impacto inicial foi a Declaração de Virgínia (1776) ao que se seguiu a Constituição Federal (1787) e as demais Constituições Estaduais

LIBERALISMO

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O preâmbulo da Constituição americana prevê o espírito de liberdade:

"os homens foram criados iguais; com direitos inalienáveis – como à vida, liberdade e felicidade; os governos devem defender esses direitos, porque foram formados pelo consentimento dos governados; o povo pode invocar o direito à insurreição, contra toda forma de governo que atente contra tais direitos, garantias e liberdades".

LIBERALISMO

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• Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia.

• Prega a total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.

• Na década de 1970 surgiu o neoliberalismo, numa realidade econômica pautada pela globalização e por novos paradigmas do capitalismo.

NEOLIBERALISMO

(64)

• - mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;

• - pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;

• - política de privatização de empresas estatais;

• - livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;

• - abertura da economia para a entrada de multinacionais;

CARACTERÍSTICAS NEOLIBERALISMO

(65)

• - adoção de medidas contra o protecionismo econômico;

• desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas

• - diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;

• - posição contrária aos impostos e tributos excessivos;

CARACTERÍSTICAS NEOLIBERALISMO

(66)

• - aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;

• - contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços;

• - a base da economia deve ser formada por empresas privadas;

• - defesa dos princípios econômicos do capitalismo.

CARACTERÍSTICAS NEOLIBERALISMO

(67)

"O Estado totalitário não é um Estado onde a arbitrariedade flagela. É um Estado que em seu principio denega o direito, denega o livre exercício do pensamento. Aqueles que desprezam a democracia considerando-a como 'burguesa' acabam, mesmo sem querer, aliando-se à ideologia totalitária. Acreditam no fantasma da 'Revolução' como a separação absoluta entre o velho e o novo, entre uma sociedade pervertida e uma boa sociedade, e com isso não enxergam a obra da revolução democrática, que, caminhando desde há moto, através de numerosos episódios violentos ou não, permanece sempre o teatro de um conflito entre forças que querem roer os seus efeitos ou explorá-los a serviço de interesses dominantes, e aquelas que buscam alargá-la, que buscam inventar ou legitimar novos direitos democráticos (...) A partir do momento em que os direitos do homem são postos como referência última, o direito estabelecido está destinado ao questionamento. Ele é sempre mais questionável à medida que vontades coletivas, ou se se prefere, agentes sociais portadores de novas reivindicações mobilizam uma força em oposição à que tende a conter os efeitos dos direitos reconhecidos e a sua ampliação. O Estado de direito sempre implicou na possibilidade de uma oposição ao poder fundada sobre o direito. Mas o Estado democrático excede os limites tradicionalmente atribuídos ao Estado de direito. Experimenta direitos que ainda não lhe estão incorporados, é o teatro de uma contestação (...) que se forma a partir de focos que o poder não pode dominar

(68)

“A ética absoluta, a ética do evangelho, é uma ética do 'tudo' ou 'nada'. Ela nos diz: 'Não resista ao mal pela força'. Mas aquele que pensa em termos políticos dirá o contrário:

'Devemos nos opor ao mal pela força ou então seremos responsáveis pelo seu triunfo'.

Aquele que professa uma ética absoluta deve renunciar a fazer greve, pois a greve é uma coação, e deve acima de tudo abster-se de falar em 'revolução'. Há ainda o dever da verdade. Também ele seria incondicional do ponto de vista da ética absoluta. A ação política, por outro lado, percebe que essa maneira de agir pode ocasionar sérios danos, pode desencadear paixões e consequências desagradáveis. Por sinal a ática absoluta só se preocupa com os princípios e nunca com as consequências das ações.

Desembocamos aqui na questão decisiva: toda atividade orientada pela ética pode ser subordinada a duas máximas apostas: a ética da convicção [dos princípios] e a ética da responsabilidade [das consequências]. Esta última diz: 'Devemos responder pelos previsíveis efeitos dos nossos atos'.(...) A nenhuma ética é dado ignorar o seguinte ponto: para alcançar fins 'bons' vemo-nos com frequência compelidos a recorrer a meios 'maus'. Sabemos há muito tempo que o bem não gera unicamente o bem e o mal unicamente o mal: muitas vezes se constata o inverso (...) Vemos assim que a ética da convicção e a ética da responsabilidade não se contrapõem, mas se complementam."

MAX WEBER

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