• Nenhum resultado encontrado

TÍTULO: KAMAKO - TRANSPORTE DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "TÍTULO: KAMAKO - TRANSPORTE DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS."

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

Realização: IES parceiras:

TÍTULO: KAMAKO - TRANSPORTE DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS CATEGORIA: CONCLUÍDO

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: Design

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA - CEUN-IMT AUTOR(ES): VINICIUS FORTUNA ACCORINTI, VINICIUS VILELA LOPES

ORIENTADOR(ES): CLAUDIA ALQUEZAR FACCA

COLABORADOR(ES): ANA PAULA SCABELLO MELLO, APARECIDO ROBERLEY BORGHI, EDISON PAULO DE ROS TRIBOLI, EVERALDO PEREIRA, IGOR ZUCATO, JOSÉ ANTONIO CORREA, JOSÉ CARLOS

CARREIRA, MARCIA CRISTINA DE OLIVEIRA HOLLAND, VIVIANE TAVARES DE MORAES

(2)

1. RESUMO

O presente artigo refere-se ao desenvolvimento de um projeto de design relacionado ao transporte de animais silvestres e exóticos, tendo em vista a demanda em um mercado que não oferece muitas soluções práticas e eficientes para tal. Biólogos e veterinários, bombeiros e policiais, além de outros profissionais em contato com a vida animal, se veem frequentemente na situação de salvar ou resgatar um animal e levá-lo a um centro de reabilitação ou triagem, ou mesmo têm de transportá-lo para ser solto na natureza após a reabilitação completa. Nas condições atuais esse processo de transporte é feito, muitas vezes, com ferramentas e equipamentos inapropriados, improvisados ou inadequados, colocando em risco a segurança tanto dos animais como dos usuários. Este projeto, portanto, baseou-se na busca de uma solução inovadora para alcançar um maior conforto, praticidade e segurança tanto aos seres humanos envolvidos neste processo quanto aos animais a serem

transportados, por meio do design de um novo produto.

2. INTRODUÇÃO

O Brasil possui uma das maiores biodiversidades do mundo, integrando o grupo dos 17 países megadiversos, segundo a United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). São estimados que 15 % das 103 mil espécies animais e 20 % das espécies vegetais de todo o globo, estão em território brasileiro (VILELA, 2013). Em meio a conflitos políticos, instabilidade jurídica, crises sanitárias e monetárias, o papel de suporte à fauna mais rica do mundo acaba não sendo pautada como problema prioritário dos governantes e da população. Como exemplo, para 2021 era previsto um corte de 184,4 milhões de reais no orçamento para o Ministério do Meio Ambiente (MAZIEIRO e TEMÓTEO, 2021). Neste contexto, o descaso com a natureza gera grandes prejuízos sociais e econômicos. Afinal, não há indústria, mercado ou economia que sobreviva sem um ambiente saudável ao seu redor. Daí a importância da abordagem de temas atuais, como o ciclo retornável de produtividade industrial e economia circular, movimentos de conscientização e educação, limitação da ação negativa humana nos territórios naturais que geram riqueza por meio da natureza, entre outros (SENAI, 2016). O objetivo número 15 - Vida Terrestre – dentre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) das Organizações das Nações Unidas (ONU) trata justamente deste tema:” Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma

(3)

sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade” (BRASIL, 2021).

A partir desses dados e da pertinência em se tratar dos ecossistemas, optou-se neste trabalho por aprofundar no estudo da fauna brasileira.

Segundo o dicionário brasileiro de ciências ambientais, “fauna” pode ser definida como “todos os animais de um determinado local”; já no Glossário de Ecologia a fauna vem definida como “toda a vida animal de uma área, um habitat ou um estrato geológico num determinado tempo com limites espacial e temporal arbitrários”.

(ABDALLA, 2007)

Contudo, a fauna brasileira vem sofrendo de diversas formas o impacto da ação humana no ecossistema. Não são poucas as vezes que são relatados casos de animais invadindo perímetros urbanos por falta de condições de sobreviverem em seu habitat original, de animais atropelados em rodovias e estradas, de queimadas em grandes áreas que afetam diretamente a vida silvestre daquela região, além do tráfico de espécies em extinção, que traz enormes prejuízos ao meio ambiente como um todo. Segundo uma projeção do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, da Universidade Federal de Lavras (MG), em 2015 foram mortos 475 milhões de animais por atropelamento no país, dos quais 40 milhões são de médio porte e 5 milhões de grande porte (GUIMARÃES, 2015).

Nesta perspectiva, a ação de agentes de fiscalização, polícia ambiental, bombeiros, órgãos e instituições ligadas à preservação da fauna se faz indispensável, uma vez que cabe a eles fazer todo o possível para minimizar os impactos e as

consequências, ainda que muitas vezes não tenham todos os recursos e apoio necessários.

A partir disso, este projeto engloba uma das esferas do contexto de salvamento e reabilitação de animais silvestres, que é o transporte desses animais, seja do local de salvamento a um centro de triagem ou a uma clínica veterinária, de um recinto a outro, ou mesmo de um centro de reabilitação ao local de soltura.

3. OBJETIVOS

O objetivo do trabalho é desenvolver uma solução para melhorar e facilitar o processo de locomoção de animais silvestres ameaçados de extinção ou que possuem algum tipo de deficiência, traumas e sequelas causados por acidentes naturais ou pelo ser humano, transportando-o assim desde seu ambiente natural ou

(4)

de resgate até zoológicos ou instituições de tratamentos capacitadas, prevenindo assim futuros impactos negativos que possam ser causados no ecossistema e melhorando a relação entre a fauna e os seres humanos. O projeto tem ainda a intenção de incentivar e conscientizar a população sobre o estado que se encontra o mundo dos animais silvestres e sua importância para a sociedade como um todo.

4. METODOLOGIA

O desenvolvimento do projeto se deu por meio de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido por uma equipe de alunos e professores de Design. O processo foi realizado a partir de uma pesquisa exploratória, por meio de entrevistas em profundidade com biólogos e veterinários, que relataram as recorrentes

dificuldades que enfrentavam quando necessitavam deslocar um animal de um recinto para outro, resgatar ou soltar algum animal na natureza. Também foi feita uma visita técnica a um mantenedouro de fauna, na qual foi possível vivenciar e confirmar os dados obtidos nas entrevistas. Atrelado a isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica por meio de artigos e livros relacionados à preservação

ambiental da fauna e da flora, que contribuíram para o entendimento do tema e suas peculiaridades.

Após essa primeira etapa de pesquisas, e graças a ela, foi possível elencar os requisitos que o projeto deveria abranger, levando em consideração as

necessidades das diferentes e várias espécies que seriam beneficiadas, bem como os pontos de contato em que os seres humanos tinham dificuldades ou problemas no processo, e que certamente deviam ser corrigidos, buscando proporcionar uma melhor experiência a todos os stakeholders envolvidos no projeto.

Com todos os requisitos pré-estabelecidos, passou-se à fase do que se chamou de

“criação macro”, compreendendo os estudos para a criação do produto físico que solucionaria os problemas relatados. E, após isso, passou-se à etapa de “criação micro”, na qual foi possível detalhar e aprimorar o produto proposto e selecionado na fase anterior, como um todo, chegando ao conceito final do projeto.

5. DESENVOLVIMENTO

Para o desenvolvimento do projeto foi necessário buscar inicialmente as

necessidades não atendidas e os problemas dos usuários do produto, no caso os animais e as pessoas, analisando as dores de cada perfil.

(5)

No cenário estudado, percebeu-se uma grande dificuldade em se encontrar os equipamentos adequados para carregar animais. As caixas utilizadas nos transportes atualmente não correspondem às necessidades apresentadas na prática, sendo, muitas vezes, caixas de pets improvisadas, encomendadas inadequadamente a terceiros ou feitas com materiais frágeis e até perigosos.

Consequentemente, os resultados não são os melhores possíveis e lacunas são deixadas. Como exemplo dos problemas levantados, podem-se citar: a ergonomia incorreta para os seres humanos carregarem a caixa de transporte muito pesada; a falta de segurança para colocar e retirar o animal de dentro da caixa; o difícil

transporte em terrenos acidentados, entre outros.

A imagem a seguir mostra como uma caixa aparentemente bem reforçada e

preparada para o transporte apresenta dificuldades para quem a carrega (Figura 1).

Figura 1 Transporte de um animal de médio porte pelo Zoológico de São Paulo

Fonte: Zoológico de São Paulo, 2012

Além disso, ainda é preciso levar em conta as características e necessidades dos animais a serem carregados. Para isso, foi feito um levantamento bibliográfico sobre os animais mais comuns presentes em centros de recuperação e os que mais

precisam de atendimento, incluindo seus pesos e dimensões, e características específicas de cada um, o que representou um grande desafio ao projeto (Figura 2).

(6)

Figura 2 — Dimensões e peso dos animais

Fonte: Os Autores, 2021.

Com esses casos, é possível citar algumas peculiaridades das espécies, e que foram levadas em conta no projeto: o veado campeiro por exemplo, por conta de altos níveis de estresse, não pode ver o que está acontecendo do lado de fora da caixa, e nem pode haver luz entrando no local; em contraposição, não há nenhum problema que o macaco veja o ambiente externo e interaja com ele; o tamanduá possui garras fortes, fazendo-se necessário um material resistente em toda a caixa.

Alguns animais, por exemplo, precisam do cuidado e supervisão humana de tempos em tempos, o que exige que seja possível visualizar e alimentar o animal em viagens mais longas, sem retirá-lo da caixa e com segurança.

Com essas informações, e após uma série de estudos, geração de ideias e

validações, chegou-se a uma solução que consiste em: uma caixa única de alumínio, com 2 metros de comprimento, 1 metro de largura e 1 metro de altura, capaz de comportar confortavelmente os animais de maior porte estudados, estando eles tanto em pé quanto deitados, em caso de sedação; a inclusão de uma divisão interna, caso seja necessário transportar dois animais de médio porte; a colocação de barras laterais ergonômicas para o transporte manual e uma possível divisão do peso entre os carregadores; a existência de uma grade e uma chapa de metal em cada extremidade, possibilitando a entrada e saída do animal em uma única direção, além da regulagem de entrada de luz; uma lona para cobrir toda a caixa e os furos da estrutura em caso de intempéries ou para impedir a entrada de luz; e um carrinho

(7)

de transporte, que pode ser elevado ou abaixado, e que auxilia a locomoção e posicionamento em caminhões e caminhonetes.

A figura a seguir mostra como se deu a evolução dos conceitos (Figura 3).

Figura 3 — Sketches e evolução das ideias

Fonte: Os Autores, 2021.

6. RESULTADOS

Portanto, a partir de todos os estudos prévios, conceitos e definições, foi possível desenvolver um produto que atendesse à maioria dos requisitos, que fosse seguro, confortável e agradável para todos os envolvidos (animais e usuários), denominado

“Kamako”, um trocadilho único e divertido com as palavras macaco, caixa e maca.

O produto ser visto em mais detalhes nas figuras a seguir (Figura 4, Figura 5, Figura

6 e Figura 7).

(8)

Figura 4 Transporte de um primata de pequeno porte com carrinho elevado

Fonte: Os Autores, 2021.

Figura 5 — Caixa fechada sendo colocada em um veículo

Fonte: Os Autores, 2021.

(9)

Figura 6 — Detalhe da perfuração e dos recortes para acomodar as grades, as portas e a divisão interna

Fonte: Os Autores, 2021.

Figura 7 Caixa coberta com a lona

Fonte: Os Autores, 2021.

As perfurações nas laterais e topo da caixa trazem formas orgânicas e padronizadas, algo comum na natureza, e que remetem à semântica das manchas de uma onça pintada. Para cobrir estes vãos em ocorrência de chuva ou para impedir a entrada de luz, uma lona pode ser colocada e presa à caixa por meio de elásticos nas extremidades.

O carrinho de transporte é um ótimo aliado para facilitar a locomoção, sendo possível utilizá-lo abaixado enquanto se realiza o movimento, e quando é preciso

(10)

colocar a caixa em um veículo, basta elevar o carrinho. Além disso, quando o terreno ou ambiente permitem apenas o carregamento manual da caixa, pode-se retirar o carrinho, destravando os ganchos posicionados nas laterais e que se acoplam às barras laterais, dando flexibilidade ao uso do produto.

Para manter o animal fechado dentro da caixa, as duas grades de metal sempre são usadas, sendo fixadas por uma trava na parte superior, impedindo que ela se mova verticalmente, e com dois pinos na parte inferior, impedindo que se mova

horizontalmente.

Da mesma forma são fixadas as chapas de metal usadas como portas e como divisão interna. Estas, porém, são de uso opcional, conforme a situação e o animal demandarem.

Assim, tem-se um produto completo, que atende às necessidades mais importantes durante o transporte animal.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em um meio tão negligenciado pela sociedade e tão carente da atuação do design, este projeto pretende colaborar na prática no dia a dia de veterinários, biólogos, e tantos outros profissionais dedicados à manutenção da fauna no território brasileiro, tendo ainda um olhar atento sobre as necessidades e sentimentos dos animais, ponto fundamental do projeto. É necessário ainda sempre ressaltar a importância do tema de preservação dos ecossistemas e envolver o tema em paralelo a questões tecnológicas e de desenvolvimento da sociedade, para que não se perca essa dimensão e se conscientize sobre a relevância do meio ambiente em todas as esferas da vida.

8. FONTES CONSULTADAS

ABDALLA, A. V. D. A proteção da fauna e o tráfico de animais. Universidade Metodista de Piracicaba. Piracicaba. 2007.

BRASIL, N. U. D. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável. Nações Unidas Brasil, 2021. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/15. Acesso em: 22 set. 2021.

GUIMARÃES, T. A principal causa da morte de animais silvestres no Brasil. BBC News, 2015. Disponível em:

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/150924_atropelamentos_fauna_tg . Acesso em: 20 set. 2021.

(11)

MAZIEIRO, G.; TEMÓTEO, A. Meio Ambiente. UOL, 2021. Disponível em:

https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-

noticias/redacao/2020/08/31/governo-bolsonaro-corta-r-1844-mi-do-meio-ambiente- para-2021.htm. Acesso em: 15 mar. 2021.

SENAI. Preservar a natureza é bom para a indústria? SENAI, 2016. Disponível em:

https://www.senaipr.org.br/preservar-a-natureza-e-bom-para-a-industria-2-31193- 318454.shtml. Acesso em: 05 mar. 2021.

VILELA, D. A. D. R. Triagem e reabilitação de fauna silvestre apreendida. [S.l.].

2013.

Referências

Documentos relacionados

In: VI SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISADORES DA HISTÓRIA DAS COMUNIDADES TEUTO-BRASILEIRAS (6: 2002: Santa Cruz do Sul).. BARROSO, Véra Lúcia

Todavia, nos substratos de ambos os solos sem adição de matéria orgânica (Figura 4 A e 5 A), constatou-se a presença do herbicida na maior profundidade da coluna

13 Além dos monômeros resinosos e dos fotoiniciadores, as partículas de carga também são fundamentais às propriedades mecânicas dos cimentos resinosos, pois

Depois de considerar a confidência, conteúdo, distribuição, e assuntos de oportunidade associadas com a distribuição de um relatório, um controlador pode, então,

modo favorável; porem uma contusão mais forte pode terminar-se não só pela resolução da infiltração ou do derramamento sanguíneo no meio dos. tecidos orgânicos, como até

costumam ser as mais valorizadas. B) Uma soma de fatores, como fácil acesso à água, possibilidade de utilizar os rios como meio de transporte e o baixo custo imobiliário devido

No código abaixo, foi atribuída a string “power” à variável do tipo string my_probe, que será usada como sonda para busca na string atribuída à variável my_string.. O

Se você vai para o mundo da fantasia e não está consciente de que está lá, você está se alienando da realidade (fugindo da realidade), você não está no aqui e