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ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA

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AIDPI

RESUMO

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AIDPI

ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA

• Finalidade - Promover uma rápida e significativa redução da morbidade e mortalidade a crianças de 2 meses a 5 anos de idade

ESTRATÉGIA AIDPI

• A estratégia se alicerça em três pilares básicos

o Capacitação de recursos humanos no nível primário de atenção, com consequente melhoria da qualidade da assistência prestada

o Reorganização dos serviços de saúde

o Educação em saúde, na família e na comunidade

OBJETIVOS

• Identificar sinais clínicos que permitam a avaliação e a classificação adequada do quadro e fazer triagem rápida quanto a natureza da atenção requerida pela criança:

encaminhamento urgente a um hospital, tratamento ambulatorial ou orientação para cuidados e vigilância no domicilio.

CONDUTAS QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE DEVERÁ TER

• Avaliar sinais e sintomas de doenças, o estado nutricional e de vacinação da criança.

• Classificar a doença, identificar o tratamento adequado para cada classificação e decidir se cabe referi-la ou não ao hospital.

• Administrar tratamentos prévios antes de referir a criança ao hospital (como por exemplo, a primeira dose de um antibiótico, vitamina A, uma injeção de antimalárico ou começar o tratamento para evitar uma hipoglicemia), e como referir a criança.

• Administrar tratamentos no serviço de saúde como, por exemplo, terapia de hidratação oral (TRO), nebulização e aplicação de vacinas.

• Ensinar a mãe a administrar medicamentos específicos em casa, como um antibiótico oral, um antimalárico oral ou um suplemento alimentar específico.

• Recomendar a mãe, pai ou responsável pelo cuidado sobre a alimentação e os cuidados a serem prestados à criança em casa.

• Orientar a mãe, pai ou responsável pelo cuidado sobre quando voltar imediatamente e para a consulta de retorno.

• Reavaliar o caso e prestar a atenção apropriada quando a criança voltar à unidade de saúde.

AVALIAR E CLASSIFICAR

• Perguntar à mãe que problemas a criança apresenta

o Receba bem a mãe e peça-lhe que se sente. Diga seu nome, sua função e pergunte o seu nome e o da criança.

o Pergunte à mãe qual o problema da criança.

o Determine se é a primeira consulta ou consulta de retorno para este problema.

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SINAIS DE PERIGO

• A criança não consegue beber nem mamar no peito

• A criança vomita tudo que ingere

• A criança teve convulsões ou movimentos anormais (<72h)

• A criança está letárgica ou inconsciente

• A criança apresenta tempo de enchimento capilar (TEC) > 2 segundos

• A criança apresenta batimento de asa do nariz e/ou gemência

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

EPIDEMIOLOGIA

o As Doenças respiratórias continuam sendo um dos principais problemas de saúde pública entre menores de 5 anos, particularmente a partir da primeira semana de vida

o A maioria das crianças menos de 5 anos tem de 4 a 8 infecções respiratórias agudas (IRA) por ano, podendo chegar a dez episódios por ano em crianças que permanecem em creches, dessas, apenas 2%-3% evoluem para pneumonia, ressaltando-se que 80% das mortes por IRA são devido à Pneumonia

TOSSE OU DIFICULDADE PARA RESPIRAR

o Deve-se avaliar uma criança com dificuldade para respirar, conferindo:

▪ Há quanto tempo a criança está com tosse ou dificuldade para respirar

▪ Se a criança apresenta sibilância

▪ Respiração rápida

▪ Tiragem subcostal

▪ Estridor

AVALIAR E CLASSIFICAR

o A tosse ou a dificuldade para respirar - A criança está com tosse ou dificuldade para respirar?

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CLASSIFICAÇÃO

o Existem 3 possíveis classificações para uma criança com tosse ou dificuldade para respirar

▪ Pneumonia grave ou doença muito grave

▪ Pneumonia

▪ Não é pneumonia

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SIBILÂNCIA

o A Sibilância é uma condição muito comum nas crianças, sendo uma causa importante da demanda nos serviços de saúde

o Seu aparecimento deve-se às alterações funcionais decorrentes do processo inflamatório crônico, tais como hiper-reatividade brônquica e a obstrução ao fluxo aéreo

QUADROS CLÍNICOS QUE PODEM APRESENTAR SIBILÂNCIA o Asma Brônquica

o Bronquiolite aguda o Pneumonia

o Aspiração de corpo estranho o Tuberculose

o Pneumonia aspirativa

o Fibrose cística (mucoviscidose)

• Deve-se avaliar uma criança com sibilância, conferindo:

o Há quanto tempo a criança está em crise o Se a crise é a primeira ou é recorrente

o Uso prévio de medicação: broncodilatador beta2-agonista o Nível de consciência

o Se há estridor em repouso

o Dificuldade para respirar: tiragem/uso de musculatura acessória (retrações) o Frequência respiratória em um minuto

o Saturação de oxigênio, se disponível

• Deve-se avaliar uma criança com sibilância, conferindo:

o Há quanto tempo a criança está em crise o Se a crise é a primeira ou é recorrente

o Uso prévio de medicação: broncodilatador beta2-agonista o Nível de consciência

o Se há estridor em repouso

o Dificuldade para respirar: tiragem/uso de musculatura acessória (retrações) o Frequência respiratória em um minuto

o Saturação de oxigênio, se disponível

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AVALIAR E CLASSIFICAR

o Sibilância grave ou doença grave o Sibilância moderada

o Sibilância leve

TRATAR CRISE DE SIBILÂNCIA

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CONDUTAS

o Uso de broncodilatadores

Salbutamol ou fenoterol – adm de 6/6hrs por 5 dias

▪ Nebulização 1gt/3kg de peso*, máximo de 10 gotas a cada nebulização, deve-se preparar com 3ml de SF a 0,9%

o Uso de Adrenalina

▪ Via alternativa, pode-se administrar por via SC 1:1000, na dose de 0,01 ml/kg/dose, máximo de 0,3 por dose, não excedendo 3 doses a cada 20 minutos

o Uso de Corticoides

▪ Prednisolona* - 1 a 2mg/kg de peso/dia

▪ Prednisona* - 1 a 2mg/kg de peso/dia

▪ Dose: 1 a 2mg/kg/dia, pela manhã em dose única, durante três dias. Dose máxima de 40mg/dia

DIARREIAS E DESIDRATAÇÃO

• A diarreia aparece quando a perda de água e eletrólitos nas fezes é maior do que a normal, resultando no aumento do volume e da frequência das evacuações e diminuição da

consistência das fezes.

• Diarreia é geralmente definida como a ocorrência de três ou mais dejeções amolecidas ou liquidas em um período de 24 horas

• A doença diarreica aguda é uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil no Brasil, especialmente nas crianças menores de 6 meses que não estão em aleitamento materno exclusivo

CLASSIFICAÇÃO DAS DIARREIAS

o Diarreia aguda: < 14 dias. Esse tipo de diarreia pode causar desidratação e contribuir para a desnutrição

o Diarreia persistente: > 14 dias ou mais. Até 10% dos episódios de diarreia são persistentes e causam problemas nutricionais, fator que contribui para mortalidade na infância

o Diarreia crônica: > 28 dias

o Diarreia com sangue: disenteria, sendo sua causa mais comum a Shigella

DESIDRATAÇÃO

o É a condição clínica consequente à perda de líquido corporal, com equilíbrio negativo de água e, em geral, de eletrólitos.

o A desidratação grave põe em risco a integridade de tecidos e órgãos por lesar e/ou destruir as células.

o A desidratação põe em risco a própria vida por afetar funções vitais.

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CAUSAS

o Diarreia

o Vômitos repetidos o Febre

o Afecções respiratórias com taquipnéia intensa o Ingestão inadequada de água

TIPOS DE DESIDRATAÇÃO

o DESIDRATAÇÃO - ISOTÔNICA

▪ Sede

▪ Mucosas secas

▪ Olhos fundos

▪ Turgor da pele

▪ Taquicardia

▪ Oligúria

o DESIDRATAÇÃO - HIPONATRÊMICA

▪ Pulso filiforme

▪ Hipotensão arterial

▪ Hipotermia,

▪ Extremidades frias

▪ Pele acinzentada Oligúria

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DESIDRATAÇÃO - HIPERNATRÊMICA o Sede intensa

o Mucosas secas o Febre

o Pele quente e seca o Irritabilidade o Oligúria

CLASSIFICAÇÃO

o De acordo com a percentagem de redução do peso corpóreo

Leve – perda ponderal até 5% - desidratação leve

Moderada – perda ponderal entre 5 e 10% - desidratação moderada

Grave – perda ponderal acima de 10% - desidratação grave

CARACTERÍSTICAS

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COMO AVALIAR?

o Deve-se avaliar uma criança com diarreia, conferindo

▪ Se há sinais de desidratação

▪ Por quanto tempo a criança tem tido diarreia

▪ Se há sangue nas fezes para determinar se a criança tem disenteria

CLASSIFICAÇÃO DA HIDRATAÇÃO

o Possíveis classificações quanto ao estado de Hidratação

▪ Desidratação grave

▪ Desidratação

▪ Sem desidratação

CLASSIFICAÇÃO DA DIARREIA

o Após classificar o estado de hidratação da criança, deverá ser classificado como diarreia persistente se a criança tiver diarreia > 14 dias

o Persistente grave: >14 dias e sinais de desidratação o Persistente: 14 a 28 dias sem sinais de desidratação

PLANOS DE TRATAMENTO

o Sem desidratação: Plano A – tratar a diarreia em casa

o Desidratação: Plano B - tratar a desidratação com solução a SRO o Desidratação grave: Plano C – tratar rapidamente a desidratação grave

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PLANO A

o Administrar líquidos adicionais o Continuar a alimentar

o Orientar quanto aos sinais de piora e quanto ao retorno o Recomendações a mãe:

▪ Amamentar com frequência e por tempo mais longo a cada vez

▪ Caso a criança alimenta-se exclusivamente de leite materno, pode-se dar solução SRO, além do leite materno

▪ Caso a criança não esteja em aleitamento materno, pode-se ofertar além do SRO, líquidos caseiros (caldos, soro caseiro) ou agua potável

▪ Em situações nas quais não há acesso à água própria para o consumo, recomende fervura da água durante 20 minutos ou tratamento com duas gotas de hipoclorito de sódio para cada litro de água

o Terapia de Reidratação Oral – TRO

Preparo do SRO: diluir pacote em 1 litro de água filtrada e fervida; manter em vasilhame coberto e oferecer de 15/15 minutos. Desprezar após 24 horas

▪ Ensinar a mãe a quantidade de líquidos adicionais a dar em casa, além dos líquidos dados habitualmente

▪ Até 1 ano: 50 a 100 ml, depois de cada evacuação aquosa

▪ 1 ano ou mais: 100 a 200ml, depois de cada evacuação aquosa

▪ Recomenda-se a mãe ou o acompanhante:

▪ Administrar, frequentemente, pequenos goles de líquidos de uma xícara ou colher

▪ Caso a criança vomite, aguardar 10 minutos e depois continuar, porém mais lentamente

▪ Continuar a dar líquidos adicionais até a diarreia parar

Contraindicações

• Situações que não permitam a ingestão oral

• Ausência de ganho ponderal após 2h com SNG

• Vômitos persistentes após uso de SNG

• Íleo paralítico

• Suspeita de processo infeccioso grave

• Presença de sinais de irritação peritoneal

• Choque hipovolêmico

PLANO B

o Duração = 4 horas

o Quantidade aproximada de SRO a ser oferecida por peso: 75ml/kg de peso - Acrescentar 100-200 ml de água para menores de 6m que não recebem leite materno

o Demonstrar como administrar a solução de SRO

▪ Dar, com frequência, pequenos goles de líquidos usando copo ou colher.

▪ Se a criança vomitar, aguardar dez minutos e depois continuar, porém mais lentamente.

▪ Caso persistam os vômitos, use ondansetrona. Em crianças de 6 meses a 2 anos, dar 2 mg sublingual; acima, 4 mg.

▪ Continuar a amamentar no peito sempre que a criança o desejar.

o Após 4 horas:

▪ Reavaliar a criança e classificá-la quanto à desidratação.

▪ Selecionar o plano apropriado para continuar o tratamento. Se possível, começar a alimentar a criança no serviço de saúde.

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PLANO C

o Começar a dar líquidos imediatamente por via IV

o Se a criança consegue beber, dar SRO por via oral enquanto o gotejador estiver sendo montado

o Fazer expansão com 100 ml/kg de solução de ringer lactato ou soro fisiológico a 0,9%

▪ Em crianças menores de 1 ano, fazer 30 ml/kg na primeira hora e 70 ml/kg em 5 horas

▪ Em crianças maiores de 1 ano, fazer 30ml/kg em 30 minutos e 70ml/kg em 2 horas e 30 minutos

o Reavaliar a criança de meia em meia hora. Se não houver melhora no estado de desidratação, aumentar a velocidade do gotejamento

o Ofertar SRO (cerca de 5 mL/kg/hora) se a criança conseguir beber: geralmente em uma a duas horas

o Reclassificar a desidratação

o Em seguida fazer a solução de manutenção, com SGF 1:1 no volume de 4mL/kg/hora enquanto aguarda transferência

HIDRATAÇÃO PARENTERAL

Quando está indicada:

o Restituição imediata da volemia em pacientes gravemente desidratados o Fase inicial do tratamento do choque

o Reidratação de paciente sem desidratação grave, mas com impedimento da VO o Oferta de taxa hídrica de manutenção

Como avaliar o estado de hidratação

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FEBRE

EPIDEMIOLOGIA

o A febre tem a utilidade de servir como sinal de alerta, e estima-se que entre 20% a 30%

das consultas pediátricas têm a febre como queixa

o Uma criança com febre pode ter malária ou outra doença grave. Pode também um simples resfriado ou outra infecção viral.

MALÁRIA

o A malária e uma doença infecciosa febril aguda causada por parasitas no sangue chamados de plasmódios.

o A área endêmica da doença no Brasil compreende a região Amazônica – responsável 99% dos casos autóclones – incluindo Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins

o A febre é o sinal principal da malária. Pode estar presente o tempo todo ou desaparecer e reaparecer a intervalos regulares

o Outros sinais de malária são calafrios, transpiração e vômitos. Uma criança com malária pode ser anemia crônica como único sinal da doença

AVALIAR A FEBRE

o A Criança tem o sinal principal (febre) se:

▪ Tem uma história de febre; ou

▪ Está quente ao toque; ou

▪ Tem uma temperatura axilar de 37,5 ou mais.

• Existem 3 classificações possíveis para a febre quando há risco de malária o Malária Grave ou doença febril muito grave

o Malária o Doença Febril

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• Há duas classificações possíveis para a febre de uma criança em área sem risco de malária o Doença febril muito grave

o Doença febril

TRATAMENTO DA FEBRE

o Dar paracetamol, ibuprofeno ou dipirona até de seis em seis horas se febre, dor de ouvido ou de garganta.

o O ibuprofeno só deve ser usado em maiores de 6 meses e excluído o diagnóstico de dengue.

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PROBLEMAS DE OUVIDO

• Quando uma criança tem infecção no ouvido, o pus se acumula atrás do tímpano, causando dor e frequentemente, febre, caso não se trate a infecção, o tímpano pode romper, drenando secreção purulenta e diminuindo a dor.

• Apresenta maior prevalência e incidência nas crianças abaixo dos 2 anos

• As infecções de ouvido raramente causam a morte; entretanto levam a muitos dias de doenças nas crianças, sendo a principal causa de surdez, o que acarreta problemas de aprendizagem na escola

AVALIAR

o Deve-se questionar

▪ Se a criança está com algum problema de ouvido

▪ Se há secreção no ouvido e a quanto tempo

▪ Se há secreção purulenta no ouvido o Palpar e observar

▪ Se há tumefação e/ou vermelhidão dolorosa atrás do ouvido

▪ Para classificar como mastoidite , é necessário que haja tumefação ou vermelhidão dolorosa ao toque

TRATAMENTO

o Antibiótico de primeira linha: amoxicilina por oito dias

o Antibiótico de segunda linha: amoxicilina + clavulanato ou eritromicina por oito dias

DOR DE GARGANTA

• As Infecções das Vias Aéreas Superiores (Ivas) são causas importantes de demanda às unidades de saúde na faixa etária pediátrica. Entre as Ivas, se encontra muito frequentemente as tonsilites, que se apresentam como queixa de dor de garganta.

• A etiologia é predominantemente viral, principalmente nas crianças abaixo de 3 anos de idade, sendo os agentes mais comuns o rinovírus e adenovírus.

AVALIAR A DOR DE GARGANTA

o Uma criança com dor de garganta é avaliada verificando:

▪ Se há sinais gerais de perigo.

▪ Presença de gânglios cervicais.

▪ Alteração ao exame da orofaringe

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16 o Se sim, observar/determinar:

▪ Presença de gânglios cervicais aumentados e dolorosos.

o Observar a garganta:

▪ Verificar presença de abaulamento de palato.

▪ Amígdalas com presença de membrana branco-acinzentada, que sangra quando destacada.

▪ Amígdalas hiperemiadas com pontos purulentos ou petéquias em palato.

▪ Presença de vesículas e/ou hiperemia de garganta.

CLASSIFICAR A DOR DE GARGANTA - Existem três possíveis classificações para uma criança com dor de garganta. São elas:

o Infecção grave de garganta o Infecção moderada de garganta o Infecção leve de garganta

INFECÇÃO GRAVE DE GARGANTA

o Uma criança com dor de garganta que apresenta um dos sinais a seguir: sinais gerais de perigo, não consegue engolir, abaulamento de palato, amígdalas rechaçadas para a faringe e trismo, é classificada como INFECÇÃO GRAVE DE GARGANTA, podendo ser um abcesso periamigdaliano.

o A criança com dor de garganta com nenhuma ou apenas uma dose de vacina antidiftérica, apresentando, ao exame da orofaringe, membranas branco- acinzentadas que sangram quando destacadas e envolvem as amígdalas, a úvula e os pilares;

o além de manifestações geralmente associadas com taquicardia, palidez e adenopatia cervical, é classificada como INFECÇÃO GRAVE DE GARGANTA, podendo ser portadora de angina diftérica, que necessita confirmação diagnóstica por exame bacterioscópico direto e por cultura.

INFECÇÃO MODERADA DE GARGANTA

o Criança com dor de garganta apresentando febre alta (acima de 38,5ºC), gânglios aumentados e dolorosos no pescoço, amígdalas hiperemiadas com pontos purulentos ou petéquias em palato, é classificada como portadora de INFECÇÃO MODERADA DE GARGANTA (tonsilite estreptocócica?).

o Podem ser ainda observados sintomas gastrointestinais (disfagia, vômitos, dor abdominal). Esta situação é infrequente em menores de 3 anos de idade.

INFECÇÃO LEVE DE GARGANTA

o Criança com dor de garganta em decurso de resfriado comum, apresentando febre (geralmente abaixo de 38,5ºC), irritabilidade, congestão nasal, tosse leve, inapetência, dor quando engole, hiperemia em faringe e/ou vesículas, é classificada como tendo INFECÇÃO LEVE DE GARGANTA.

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TRATAMENTO

o Antibiótico de primeira linha: penicilina benzatina, dose única

o Antibiótico de segunda linha: amoxicilina + clavulanato ou eritromicina por dez dias

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ESTADO NUTRICIONAL E PALIDEZ PALMAR

• O perfil de saúde e o estado nutricional, em especial entre as crianças menores de 2 anos de idade, estão intimamente ligados ao consumo alimentar.

• Práticas inadequadas de alimentação nos dois primeiros anos de vida estão associadas ao aumento de morbidade, representada pelas doenças infecciosas, pela desnutrição, pelo excesso de peso e pelas carências específicas de micronutrientes, tais como ferro, zinco e vitamina A.

A desnutrição é uma doença de natureza clínico-social, multifatorial, cujas raízes, muitas vezes, encontram-se na pobreza. Uma criança desnutrida está mais exposta a vários tipos de doenças, tem infecções mais graves e maior risco de morrer. Mesmo crianças com desnutrição leve e moderada têm um crescente risco de morte.

• A identificação e o tratamento de crianças com desnutrição podem ajudar a prevenir doenças graves e evolução para o óbito.

• Na maioria das vezes, uma criança desnutrida indica uma família em situação de vulnerabilidade, fazendo com que o profissional de saúde investigue outros membros da família, e também as possíveis causas do problema, e logo aconselhe as mães a melhor maneira de abordá-las

• Dependendo da gravidade da desnutição, alguns casos podem ser tratados em hospitais, em centros de reabilitação nutricional, em ambulatório ou no domicílio.

• Os casos graves devem ser referidos ao hospital para tratar as complicações mais frequentes, receber alimentação especial, antibióticos, transfusões de sangue ou tratamento particular para a doença que contribuiu para a desnutrição.

• Desnutrição é a consequência para o organismo do déficit de nutrientes e deve-se a diversas causas.

• Desenvolve-se a desnutrição proteico-calórica quando a criança não obtém de seus alimentos suficiente energia ou proteínas para satisfazer suas necessidades nutricionais.

• Uma criança com antecedentes de doenças agudas frequentes também pode desenvolver desnutrição proteico-calórica.

• O apetite da criança diminui e o alimento que consome não é utilizado eficazmente. Neste tipo de desnutrição:

o A criança pode sofrer emagrecimento acentuado (marasmo).

o A criança pode desenvolver edema (kwashiorkor).

o A criança pode associar o edema com o emagrecimento acentuado (kwashiorkor- marasmático).

IMPORTÂNCIA DAS VITAMINAS

o Uma criança, cuja dieta não fornece as quantidades recomendadas de vitaminas e minerais essenciais, pode desenvolver carência nutricional específica.

o A criança talvez não receba quantidades suficientes recomendadas de certas vitaminas (como a vitamina A) ou minerais (como o ferro).

o A falta de consumo de alimentos que contêm vitamina A pode levar à deficiência dessa vitamina, com o risco de desenvolver doenças como pneumonia e diarreia, podendo até evoluir para estados mais graves e, consequentemente, para a morte.

o As formas mais graves de hipovitaminose A levam a alterações oculares com risco de cegueira (xeroftalmia e ceratomalácea)

o A instalação da deficiência de ferro ocorre de maneira gradual. Os sinais e sintomas surgem lentamente, guardando relação com os estágios de depleção de ferro corporal.

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AVALIAR O ESTADO NUTRICIONAL

o 1. OBSERVAR se há emagrecimento acentuado visível - Uma criança que apresenta emagrecimento acentuado visível tem marasmo, uma forma de desnutrição grave o É importante observar se:

▪ Existe atrofia muscular nos ombros, braços, nádegas e pernas.

▪ É possível ver facilmente o contorno das costelas.

▪ O quadril parece pequeno se comparado ao tórax e ao abdome.

▪ Há escassez de gordura nas nádegas, com a criança de perfil.

o 2. OBSERVAR E VERIFICAR se há edema em ambos os pés

▪ Uma criança com edema nos dois pés pode ter kwashiorkor, outra forma de desnutrição grave. O edema se produz quando há o acúmulo de uma quantidade acentuada de líquido nos tecidos da criança.

▪ Os tecidos se enchem de líquido e parecem inchados ou tumefeitos. A criança pode apresentar-se retraída, irritável, cabelo fino e ralo, pele seca e escamosa, especialmente nos braços, e uma cara “de lua cheia”

▪ Observe e palpe para determinar se a criança tem edema em ambos os pés.

▪ Muitas das crianças com edema de ambos os pés apresentam também emagrecimento acentuado. São as formas mistas de kwashiorkor- marasmático.

▪ A palidez fora do comum na pele é um sinal de anemia.

o 3. VERIFICAR o crescimento da criança - O estado nutricional é um excelente indicador da saúde global da criança. O acompanhamento de seu crescimento e do ganho de peso permite avaliar se a criança está se desenvolvendo plenamente.

o Avaliar o crescimento implica:

▪ Calcular a idade da criança em meses

▪ Coletar medidas antropométricas com metodologia padronizada

▪ Marcar essas medidas nas curvas de crescimento.

▪ Verificar se os valores encontrados estão dentro dos limites (pontos de corte – linhas vermelhas, na Caderneta de Saúde da Criança) estabelecidos como adequados

▪ Unir o ponto encontrado ao ponto anteriormente registrado com uma linha contínua. A união de vários pontos forma a linha de crescimento, também chamada CURVA de CRESCIMENTO, que sinaliza se a criança está crescendo adequadamente ou não

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INTERPRETANDO os gráficos de crescimento da Caderneta de Saúde da Criança:

Os problemas de crescimento são classificados conforme o índice peso/idade:

o Desnutrição grave o Peso muito baixo

o Peso baixo ou Ganho de peso insuficiente o Peso elevado

o Peso adequado

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CLASSIFICAR A PALIDEZ PALMAR

o Segundo o grau de palidez palmar ou o nível de hemoglobina (Hb), classifica-se a criança como:

▪ Anemia grave

▪ Anemia

TRATAMENTO o Vitamina A

▪ A vitamina A é administrada nas crianças com desnutrição grave, quando a criança não recebeu vitamina A nos últimos 30 dias.

▪ A vitamina A ajuda a combater as infecções oculares e na reparação das camadas das células que cobrem os pulmões, o intestino, a boca e a garganta.

▪ Também pode ajudar o sistema imunológico a prevenir outras infecções.

o Uma criança com palidez palmar pode ter anemia e precisar de tratamento com ferro durante um período prolongado de três meses.

o Dar uma dose por dia, durante 14 dias, no intervalo das refeições, acompanhada de suco de frutas cítricas, se houver disponibilidade

o Informar à mãe que as fezes ficarão escuras o Não dar ferro para crianças com anemia falciforme o Oriente a mãe sobre alimentos ricos em ferro

Referências

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