• Nenhum resultado encontrado

Ciênc. saúde coletiva vol.22 número3

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Ciênc. saúde coletiva vol.22 número3"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

687

C

iência & S

aúd e C ole tiv a, 22(3):687-688, 2017 DOI: 10.1590/1413-81232017223.35272016

Cuidados primários, avaliação e ações intersetoriais em promoção da saúde

Primary care, evaluation and intersectoral actions in health promotion

Zulmira M. A. Hartz 1

Pode ser, ainda, que experiências de governança da ação intersectorial venham a contribuir para o grande debate sobre a Agenda do Desenvolvimento Sustentável, mas Manguinhos já tem o que dizer com sua experiência de governança local para o desenvolvimento, que este livro com muita

proprie-dade avalia1.

Inicialmente agradeço a querida Cecília Mi-nayo este convite privilegiado para fazer um breve comentário ao criterioso e bem documentado trabalho analítico, de Daniel Soranz e Luis Pisco, sobre a reforma carioca e lisboeta dos cuidados primários em saúde. Considerando o respeito ao espaço editorial para este fim e minha vivência recente em Portugal, gostaria apenas de realçar a valiosa investigação avaliativa da sua entidade reguladora de saúde e o sistema de acreditação, excelente narrativa de boas práticas implementa-das em âmbito nacional. Vou limitar-me portanto a comentar a experiência da Fiocruz no território de Manguinhos, pois, embora tendo sido referida sua parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro no ensino técnico e cursos pós-graduados para os agentes comunitários e diversos multiprofissionais dos cuidados primários de saúde, ela merece maior destaque uma vez que visava enfrentar o problema da “gestão afastada dos problemas do território”, uma das questões que justificam a necessidade da reforma, e tem uma “orientação para a comunidade com estra-tégias ajustadas às necessidades locais”, princípio reformista fundador.

Como se depreende da epígrafe, Manguinhos foi um projeto catalisador de ações intersecto-riais e constituíram bases locais para políticas de promoção da saúde. No entanto, ao transformar o território em espaço que integra intervenções relativas aos problemas/cuidados de saúde e determinantes sociais, articulando-se ao ensino e pesquisa, estimar sua efetividade se constituía um grande desafio para a avaliação. Em uma apreciação preliminar se constatava diferentes percepções e orientações no planejamento e ges-tão das ações pelos diversos atores envolvidos, e uma dificuldade de compreensão da avaliação de práticas assistenciais ligadas à promoção da saúde. Estas constatações eram agravadas pelas lacunas

1 Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Universidade

Nova de Lisboa. R. Junqueira 96, Belém. 1349-008 Lisboa Portugal. zhartz@ihmt.unl.pt

de conhecimento existentes na literatura sobre as abordagens avaliativas a serem utilizadas nas ações comunitárias.

É nesse contexto que, através do Programa de Cooperação entre a ENSP/Fiocruz, Canadian Public Health Association (CPHA) e ABRASCO, com o suporte financeiro da Associação Canadense para o Desenvolvimento Internacional (ACDI), que passamos a contar com a expertise da Cátedra de Abordagens Comunitárias e Iniquidades em Saú-de (CACIS) da UniversidaSaú-de Saú-de Montreal, nessa área de conhecimento, coordenada por Louise Potvin. Nela se considera a promoção da saúde como um eixo a ser privilegiado na formação e investigação no campo da saúde pública em geral, particularizando-se como focos da avaliação a reorganização do sistema de cuidados e articulação intersetorial. A importância desta etapa, de inte-gração recursiva de práticas-formação-pesquisa, mediando-se pelo “conceito” de espaço socios-sanitário nos estudos avaliativos, serviram para documentar as colaborações entre parceiros de diversos setores e esferas de atividade mostrando também que as colaborações são conflituais já que os diferenciais de recursos e poder que estão na base das desigualdades sociais atravessam tam-bém estes espaços de ação. No entanto, a busca de solução das controvérsias inerentes a estas parce-rias leva a inovações cuja emergência é facilitada pela pesquisa avaliativa que organiza espaços de reflexividade para o conjunto dos atores. Estas condições facilitam o dimensionamento e a insti-tucionalização de soluções inovadoras que devem ser parte dos processos decisórios, contribuindo para que a avaliação seja um instrumento efetiva-mente utilizado para a redução das desigualdades sociais em saúde.

(2)

688

H

ar

tz ZMA

Referências

1. Buss P. Desenvolvimento local integrado e sus-tentável em Manguinhos (1993-2002): O início do processo. In: Hartz Z, Bodstein R e Potvin L,

organizadores. Avaliação em Promoção da Saúde:

Referências

Documentos relacionados

Resumo Considerando a trajetória do Rio de Ja- neiro e da Região de Lisboa no que tange ao forta- lecimento dos seus sistemas de saúde para alcance da saúde para todos e

Abstract Considering the trajectory of Rio de Janeiro e Lisboa region regarding strengths of the their health local systems to achieve health for all and equity, the study aimed

de contratualização e depois a uma análise da experiência e resultados obtidos no ACeS Oeste Norte, em comparação com a média obtida na região de Lisboa, com recurso à base

ity (USP) that operates as a health observatory of the geo-demographical area of the ACeS in which it is integrated, and is responsible, among other things, for the elaboration

Este texto tem como objetivo relatar as experiên- cias de formação em Medicina de Família e Co- munidade (MFC) no município do Rio de Janeiro entre os anos 2008 e 2016, tendo

of this event, the need for professional training in Family and Community Medicine (FCM) as a professional doctor for these new facilities led the municipal management to invest

As pessoas com habilita- ções literárias menores do que o ensino básico apresentaram os melhores índices de satisfação (79,5%); os reformados, devido eventualmente à sua

lesser than the basic education showed the best satisfaction ratings (79.5%); retired people, pos- sibly due to their age, were those who showed the highest satisfaction (80.6);