_______________________________________________________________________________________ Mini curriculum
Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor em Pós Graduação e Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil 1ª e 2ª Fases da OAB/FGV.
Contatos:
E‐mail: prof.custodionogueira@gmail.com
Facebook: fb.com/custodio.nogueira
2ª FASE OAB GRÁTIS (site do Legale)
www.custodionogueira.com.br
Instagram - prof.custodionogueira
_______________________________________________________________________________
AUDIÊNCIA TRABALHISTA
DOS PODERES DO JUÍZO
O Magistrado conta com ampla liberdade de formar seu convencimento diante das
provas produzidas:
Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do
processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar
qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
O moderno conceito de prova não está vinculado à ideia de busca da prova do fato
(verdade real), e sim da prova das alegações do fato (verdade formal).
Portanto o FATO narrado nos autos, não é um evento da realidade, mas sim, uma
construção teórica que representa a interpretação da pretensão do reclamante e
também da resistência do reclamado.
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.
José Aparecido dos Santos adverte, com razão, que:
“Seria muita pretensão imaginar que no processo a verdade real pudesse ser
apreendida, pois a verdade que ali se obtém, por mais adequada que seja, é sempre
uma verdade dirigida exclusivamente ao próprio processo e à decisão pretendida.
Não é por outro motivo que os "fundamentos", ou seja, a "verdade dos fatos"
admitida na sentença, não transitam em julgado (art. 469, II, do CPC). Isso não
representa desprezo da verdade, mas honestidade para com ela. Há, de fato, uma
exigência ética de busca da verdade, mas essa busca está em relação direta com as
afirmações das partes e, qualquer que seja, essa verdade só é produzida no próprio
processo ( ... ) Em resumo: a verdade real corresponde ao interesse de adequar a
verdade construída no processo com outros discursos existentes fora dele, como o
de interesse social”.
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
Dos PROTESTOS
Por não existir previsão legal de recursos face a decisões interlocutórias, a parte deve
requerer seja consignado os PROTESTOS como forma de marcar o processo para
posterior discussão no Triunal.
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá
nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes
litigantes.
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das
partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em
audiência ou nos autos.
Durante a produção da prova oral, atentar para que se faça a transcrição fiel na ata de
audiência dos depoimentos das partes e testemunhas. Analogicamente aplicando:
Art. 360, V do CPC - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos
apresentados em audiência.
DO JUS POSTULANDI
Art. 839, “a” da CLT - A reclamação poderá ser apresentada:
a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e
pelos sindicatos de classe;
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua
defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas
as partes.
Do juz postulandi:
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente
perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se
representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado,
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Limite do Jus Postulandi?
Súmula 425. JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. O jus
postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória,
a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal
Superior do Trabalho.
AUDIÊNCIA TRABALHISTA
Segundo a CLT, a audiência é UNA, ou seja, para atender os Princípios da Celeridade e da
concentração de atos, tudo deve ocorrer num só ato.
DAS AUDIÊNCIAS
Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e
realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito)
e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo
quando houver matéria urgente.
§ 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das
audiências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a
antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências
extraordinárias, observado o prazo do parágrafo anterior.
Dos Tipos de Audiência
INICIAL: busca a conciliação tão somente e em caso negativo, recebe a defesa da
reclamada, abrindo-se vista ao reclamante, designando-se nova audiência em
continuidade (de instrução) Súmula 74 TST.
INSTRUÇÃO E JULGAMENTO: realizada na sequência da audiência inicial ou então
quando designada como audiência UNA, visando a oitiva das partes, das testemunhas do
reclamante e reclamado, ou o inverso em caso de inversão do ônus da prova, e demais
provas necessárias, julgando ou não o feito.
Esta também poderá parar na entrega da defesa quando de pedido de produção de
prova via perícia ou vistoria. Daí se designará nova audiência, como visto acima.
JULGAMENTO: Destinado somente ao Juízo para o julgamento do processo, sem a
presença das partes, sendo que as partes terão ciência da decisão, via postal, oficial de
justiça, imprensa oficial ou pela Súmula 197, que declara que as partes dão-se por
notificadas no dia e hora marcados para a publicação da decisão.
Súmula nº 197 do TST. PRAZO
O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em
prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação.
Para melhor entender a dinâmica das Audiências:
AUDIÊNCIA UNA. Regra Geral
• 1. Comparecimento.
• 2. Primeira tentativa de Conciliação
• 3. Defesa do Reú
• 4. Prova oral
• 5. Debates Orais Finais
• 6. Última tentativa de conciliação
• 7. Sentença
AUDIÊNCIA UNA. (BIpartida)
• 1. Comparecimento.
• 2. Primeira tentativa de Conciliação
• 3. Defesa do Reú
• 4. Prova oral
• 5. Debates Orais Finais
• 6. Última tentativa de conciliação
7. Sentença
AUDIÊNCIA UNA. (TRIpartida)
• 1. Comparecimento.
• 2. Primeira tentativa de
Conciliação
• 3. Defesa do Reú
• 4. Prova oral
• 5. Debates Orais Finais
• 6. Última tentativa de
conciliação
7. Sentença
AUDIÊNCIA INICIAL
• 1. Comparecimento.
• 2. Primeira tentativa de Conciliação
• 3. Defesa do Reú
Ainda no saquão, ANTES de adentrar a Sala de Audiência - Cautelas
1ª - Dica.
Oitiva das Partes na Inicial?
Ao chegar no Fórum, faça contato imediatamente com seu cliente e testemunhas,
conheça todos pelo nome, faça comentários sobre o processo, identifique visualmente
todos da parte contrária, mantendo-os sob sua vigilância.
Momento de preparar a contradita, afinar o “discurso” e apresentar a sala de audiência
para o cliente.
REFORMA TRABALHISTA - NOVIDADE QUANTO A TESTEMUNHA
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à
testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos
essenciais ao julgamento da causa.
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a
pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por
cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que
esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que
efetuou.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um
na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que
se coligaram para lesar a parte contrária.
Ao ser apregoada a audiência em que irá atuar, adentre a sala, cumprimente o juízo e
demais pessoais presentes, ocupe o lugar adequado, e apresente a Carteira da OAB e os
documentos da parte que represente, tendo sempre às mãos, uma boa caneta,
ORIENTANDO o cliente desligar os telefones celulares e qualquer aparelho eletrônico.
2ª – Dica.
POSSIBILIDADE DE GRAVAR A AUDIÊNCIA?
Art. 367 do CPC - O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em
resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões
e a sentença, se proferida no ato.
§ 5
oA audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em
meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos
órgãos julgadores, observada a legislação específica.
§ 6
oA gravação a que se refere o § 5
otambém pode ser realizada diretamente por
qualquer das partes, INDEPENDENTEMENTE de autorização judicial.
3ª – Dica.
Do Pregão!
Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo
feita pelo secretário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais
pessoas que devam comparecer.
Atraso?
Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou
presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o
ocorrido constar do livro de registro das audiências.
A previsão acima é para o juízo.
OJ 245 da SDI-1: Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de
comparecimento da parte na audiência.
Há julgados na SDI-1 confirmando a revelia da parte que se atrasou oito minutos –
processo 626385-60.2005.5.12.0014.
4ª – Dica.
DA COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Art. 114 da CF - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I as ações oriundas da relação de trabalho, ...
5ª – Dica.
DEPOIS de adentrar a Sala de Audiência - Cautelas
VERIFICAR AUSÊNCIA DAS PARTES NA 1ª AUDIÊNCIA
NOVIDADE – REFORMA TRABALHISTA
Da Ausência do Trabalhador na 1ª Audiência quer UNA ou Inicial
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o
arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa
revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
EFEITOS
– Da Ausência do Reclamante na 1ª audiência UNA ou INICIAL?
( ) Arquivamento OU ( ) Confissão
Art. 841, § 3º da CLT - Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o
reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, DESISTIR da ação.
Art. 847, Parágrafo único da CLT - A parte poderá apresentar defesa escrita pelo
sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.
1º Tese - Reclamada:
O arquivamento da RT equivale a desistência da ação, pois o reclamante poderá distribuir
novamente a ação.
Art. 485 do CPC - O juiz não resolverá o mérito quando:
VIII - homologar a DESISTÊNCIA da ação;
2º Tese - Reclamante:
Antes do oferecimento da defesa deve, necessariamente, tentar o acordo.
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua
defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas
as partes
.Art. 841, § 3º da CLT - Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o
reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, DESISTIR da ação.
O termo, ainda que eletronicamente, significa que, seja qual for a modalidade da defesa,
eletrônica (PJE), física ou ainda verbal, depois de oferecida, não poderá o reclamante
desistir.
Ainda que eletrônica, a defesa continua vindo aos autos, SOMENTE após a frustração da
tentativa de acordo!
Art. 844, § 1º - Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento,
designando nova audiência.
§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento
das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, AINDA que
beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que
a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º É CONDIÇÃO para a
propositura de nova demanda.
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos
arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à
propositura da ação.
Da Ausência do Empregador na 1ª Audiência
A ausência da Reclamada, seja INICIAL ou UNA, importa em revelia e confissão da
matéria de fato (art. 844 da CLT) sendo importante ressaltar que, se a ação se funda em
matéria de fato, o reclamante deverá na ocasião, reafirmar os fatos em depoimento
pessoal.
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o
arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa
revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Da Revelia e da Confissão
No Processo Civil:
Art. 344. SE O RÉU NÃO CONTESTAR A AÇÃO, será considerado revel e
presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
No Processo do Trabalho a REVELIA e a CONFISSÃO, podem ocorrer no mesmo instante
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o
arquivamento da reclamação, e o NÃO-COMPARECIMENTO DO RECLAMADO
IMPORTA REVELIA, ALÉM DE CONFISSÃO QUANTO À MATÉRIA DE FATO.
(tudo
que demanda prova)
NOVIDADE – REFORMA TRABALHISTA.
Art. 844, § 5º AINDA QUE AUSENTE O RECLAMADO, presente o advogado na
audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente
apresentados.
POR OUTRO LADO - A Reforma Trabalhista, NÃO deixa expresso se a defesa será aceita
QUANDO ausente o Reclamado e também seu Advogado(a)!
O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) baixou a Resolução nº 136/2014, por
meio da qual foi instituído o Sistema Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho
(PJe-JT) como sistema de processamento de informações e prática de atos processuais
no âmbito desta Especializada.
Art. 29 da Resolução - Os advogados credenciados deverão encaminhar
eletronicamente contestação, reconvenção ou exceção, e respectivos
documentos, antes da realização da audiência designada para recebimento da
defesa.
§ 1º A parte reclamada poderá, JUSTIFICADAMENTE, atribuir sigilo à contestação,
reconvenção ou exceção e aos respectivos documentos juntados.
§ 2º Fica facultada a apresentação de defesa oral, por 20 (vinte) minutos, conforme
o disposto no art.847 da CLT.
E a Confissão:
REFORMA TRABALHISTA
Art. 844, § 4º da CLT - A revelia não produz o efeito
(CONFISSÃO)
mencionado no
caput deste artigo se:
I – havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Súmula nº 74 do TST. CONFISSÃO.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para
confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I,
do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de
provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
DA AUSÊNCIA DAS PARTES NA AUDIÊNCIA EM CONTINUAÇÃO
E agora quais os efeitos da ausência do Reclamante e da Reclamada. Ambos sofrerão a
pena de confissão.
Súmula nº 74 do TST. CONFISSÃO.
Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação,
não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
Jurisprudência:
AUDIÊNCIA EM CONTINUAÇÃO. NÃO COMPARECIMENTO DO RECLAMANTE.
CONFISSÃO FICTA CONFIGURADA. O não comparecimento da Autora à audiência
de instrução a confissão ficta quanto à matéria fática a qualquer das partes, Autor
ou Réu, que, devidamente intimada, não comparece à audiência em que deveria
depor. Entendimento consolidado nas Súmulas nº 9 e 74 do C. TST. Recurso da
Reclamante a que se nega provimento.
Porém se as 02 (duas) partes faltarem na Audiência em Continuação ocorrerá o
julgamento da lide de acordo com as regras de ônus da prova (art. 818 da CLT).
Uma vez presentes as Partes,...
DA REPRESENTAÇÃO DAS PARTES
Capacidade de Ser Parte
Capacidade de ser parte (reclamante X reclamado);
Capacidade de estar em juízo (dependentes X sócios/responsável) e,
Capacidade de postular (pedir e resistir).
Empregado na CLT:
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Da Representação do Empregado na 1ª Audiência
Lei 6.858/80 - Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os
montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do
Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares,
serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a
Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e
militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará
judicial, independentemente de inventário ou arrolamento.
Oportunidade para advogado(a) da Reclamada questionar a representação obreira.
Empregador para a CLT:
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de
emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores
como empregados.
Da Representação do Empregador na 1ª Audiência
A pessoa jurídica deverá ser representada pelo sócio ou preposto com carta de
preposição, nos termos do art. 843, § 1º da CLT, não sendo obrigatório a condição de
empregado.
Art. 843, § 1º da CLT - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente,
ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações
obrigarão o proponente.
NOVIDADE – REFORMA TRABALHISTA
Art. 843, § 3º - CLT - O preposto a que se refere o § 1º deste artigo NÃO PRECISA
SER EMPREGADO DA PARTE RECLAMADA.
A Reforma Trabalhista derrubou a Súmula 377 do TST.
Súmula 377 do TST Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou
contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente
empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Ter conhecimento dos fatos não é sinônimo de ser empregado, podendo ocorrer com um
representante comercial autônomo, com o contador que presta serviços para a empresa,
com consultores e outras pessoas ali relacionadas
Jurisprudência:
PREPOSTO EX-EMPREGADO. REGULARIDADE DA REPRESENTAÇÃO. REVELIA. A
empregadora deve se fazer representar por gerente ou qualquer outro preposto
que tenha conhecimento dos fatos. A regra do § 1º do artigo 843, da CLT, tem o
escopo de assegurar o máximo aproveitamento dos atos praticados em audiência, à
luz do princípio da oralidade e da concentração, evitando-se, assim, a utilização de
prepostos profissionais, que nada ou muito pouco contribuem com a busca da
verdade real.
TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00007317020125010018 RJ (TRT-1) Data de publicação: 07/05/2014
Preposto Único. Possibilidade:
Em caso de tese comum de defesa para duas ou mais reclamadas que façam parte de
GRUPO ECONÔMICO, nos termos do art. 2º, § 2º da CLT, ou seja, uma única defesa
aproveita a todas as reclamadas.
ADVOGADO PREPOSTO:
É infração disciplinar a atuação simultânea de advogado e preposto, no mesmo processo,
para o mesmo empregador - art. 23 do Código de Ética da OAB.
É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como
patrono e preposto do empregador ou cliente.
Outra situação, o advogado também é empregado da Reclamada, poderá adentrar à sala
de audiência e NÃO exibir procuração, juntará defesa e se manifestará como preposto.
Só não poderá juntar procuração em seu nome, nem assinar nenhum ato.
E a Carta de Preposição:
Verificar na notificação da Reclamada.
Jurisprudência:
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE COMINAÇÃO REFERENTE A
NÃO APRESENTAÇÃO DA CARTA DE PREPOSIÇÃO. REVELIA AFASTADA E
NULIDADE DA SENTENÇA CONFIGURADA. A apresentação da carta de preposição,
por não se fundar em previsão legal, mas em prática processual, só se faz
obrigatória quando da alegação pela parte contrária de que o preposto não faz
parte do quadro da empresa, nos termos da Súmula nº. 377 do c. TST, o que não
ocorreu no caso em tela. Destarte, se ao entendimento do Juízo é necessária a
apresentação do referido documento, deve fazer constar a cominação legal
expressa de que na falta deste, incorrerá em reconhecimento de confissão ficta,
nos termos do item 1 da Súmula nº. 74 do TST. No caso em tela, a revelia foi
aplicada e a audiência de instrução encerrada, o que incorre no cerceamento do
direito de defesa, razão pela qual acolho a preliminar e declaro a nulidade da
sentença para determinar a remessa dos autos à Vara do Trabalho originária,
reabertura da instrução processual, colhimento do depoimento pessoal das partes e
oitiva das testemunhas e prolação de nova sentença. Preliminar acolhida.
TRT-23 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 175201107123000 MT 00175.2011.071.23.00-0
Grupo Econômico.
NOVIDADE – REFORMA TRABALHISTA
Art. 2º, § 2º da CLT - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada
uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas
obrigações decorrentes da relação de emprego.
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo
necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse
integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas
dele integrantes.
DA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL DAS PARTES
Da Representação PROCESSUAL do Empregador na 1ª Audiência
Caso processo físico, a reclamada deverá neste momento apresentar o instrumento
procuratório caso esteja representada por advogado, a carta de preposição e cópia do
contrato ou estatuto social.
Caso processo eletrônico bastará apenas, JUNTA-LOS quando da Habilitação e na
audiência apresentar os documentos pessoais.
OJ 255 SDI-1. MANDATO. CONTRATO SOCIAL. DESNECESSÁRIA A JUNTADA.
(atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em
22, 25 e 26.04.2016. O art. 75, inciso VIII, do CPC de 2015 (art. 12, VI, do CPC de
1973) não determina a exibição dos estatutos da empresa em juízo como condição
de validade do instrumento de mandato outorgado ao seu procurador, salvo se
houver impugnação da parte contrária.
Súmula nº 456 do TST
REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO. INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO
DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE. (inseridos os itens II e III em
decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e
26.08.2016
I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que
não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração,
pois estes dados constituem elementosque os individualizam.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o
juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência
couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe
couber (art. 76, § 1º, do CPC de 2015).
Presentes as Partes devidamente representadas, poderão surgir alguns Incidentes,….
COMO PEDIR O ADIAMENTO DA AUDIÊNCIA
Caso surta interesse no adiamento da audiência, pela ausência de testemunhas (art. 825,
parágrafo único ou art. 852 (sumaríssimo), “H”, §3º da CLT), ou por qualquer outro
motivo, manifeste-se imediatamente à instalação da audiência, sob pena de preclusão,
inclusive sobre oitiva de testemunhas por carta precatória.
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de
notificação ou intimação.
Art. 852 § 3º - Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente
convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o
juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva.
E no CPC?
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele
arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a
intimação do juízo.
§ 1
oA intimação deverá ser realizada por carta com aviso de recebimento,
cumprindo ao advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 3
(três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do
comprovante de recebimento.
§ 2
oA parte pode comprometer-se a levar a testemunha à audiência,
independentemente da intimação de que trata o § 1
o, presumindo-se, caso a
testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua inquirição.
§ 3
oA inércia na realização da intimação a que se refere o § 1
oimporta
desistência da inquirição da testemunha.
§ 4
oA intimação será feita pela via judicial quando:
I - for frustrada a intimação prevista no § 1
odeste artigo;
Cuidado com regulamentos do seu TRT!
Pedir para ligar para a testemunha!
Como Pedir para EMENDAR ou ADITAR a Peça Inicial
Súmula nº 263 do TST. PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO
OBRIGATÓRIA DEFICIENTE (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res.
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento
indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal,
somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze)
dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte
não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).
Emenda à Inicial – significa adequar a inicial à forma legal e a previsão para a prática
deste ato está no art. 321 CPC. Ocorre, por exemplo, quando o Juiz considerar que o
pedido não está claro – determina que o reclamante melhor esclareça o pleito.
Assim, se o Juiz determinar que você esclareça algo, devemos nomear a
petição/manifestação de EMENDA À INICIAL e não aditamento à inicial.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos
arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição
inicial.
Aditamento à Inicial – significa acrescer algo ao pedido e a previsão para a prática deste
ato está no art. 329 do CPC. Poderá o reclamante alterar o pedido ou a causa de pedir,
ou seja, quando se verificar após a distribuição da RT que o reclamante trouxe novas
informações ou que houve equívoco na confecção da peça inicial. É uma falha processual
que devemos corrigir.
Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação
(notificação)
, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir,
independentemente de consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo,
(na 1ª audiência)
aditar ou alterar o pedido e a
causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a
possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado
o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva
causa de pedir.
Se necessitar ADITAR ou EMENDAR A INICIAL, faça imediatamente à instalação da
audiência, antes da tentativa conciliatória e sempre antes da entrega da contestação.
O juízo, poderá, redesignar a audiência para que a reclamada tenha prazo para adequar a
defesa.
É possível que a parte apresente como prova, elementos de outro processo judicial, que
pela semelhança de fatos, poderá ajudar na elucidação das situações apresentadas no
processo em que se atua.
Caso a parte contrária apresente o documento em audiência, deve o advogado pedir
prazo para manifestação.
Até que momento poderemos juntar provas nos autos:
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados
das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
DA CARTA PRECATÓRIA
Poderá a testemunha ser ouvida em outro Juízo Trabalhista, por meio de carta
precatória, devendo ser requerida logo na abertura da audiência de instrução.
Deve formar a Carta Precatória, apresentado cópias dos autos ou ao menos das
principais peças. Sendo facultado as partes comparecerem na audiência da Carta
Precatória para oitiva da testemunha no Juízo deprecado. Requisitos previstos no art.
260 do CPC.
Superados Incidentes, começará a Audiência...
DA 1ª - TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO
A 1ª tentativa conciliatória ocorrerá logo na abertura da audiência art. 846 CLT:
Art. 846 – Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
E ainda no Rito Sumaríssimo Art. 852-E CLT:
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as
vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução
conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. Não havendo qualquer
impedimento para a conciliação entre as partes em qualquer fase do processo.
ORIENTAÇÕES FACE A CONCILIAÇÃO EM AUDIÊNCIA
FUNDAMENTAL para um bom desempenho nesta fase, é importante que as partes
saibam antecipadamente os valores de suas pretensões e as prováveis formas de
pagamento ou recebimento.
Durante a conciliação, usar de todos os argumentos possíveis para sustentar a pretensão,
usando frases afirmativas e jamais de indagações.
NUNCA decida pelo cliente, mas apenas indique as vantagens e desvantagens de cada
caso. Interessante pedir para sair da sala de audiência para alinhar os desdobramentos
do acordo, sempre deixando muito claro que a decisão é do cliente e nunca do
advogado.
I) A possibilidade de provar o alegado;
II) A capacidade financeira da parte contrária e a necessidade do cliente.
III) As vantagens financeiras para ambos os lados, onde o reclamante beneficia-se com o
recebimento antecipado, e a reclamada com a redução do valor principal, tendo em
vista, o prazo do regular andamento do processo.
CAUTELAS NO MOMENTO DE CONCILIAR
Acordo realizado antes de entrar na sala de audiência:
Provavelmente o Juízo determinará o comparecimento do reclamante na sala de
audiência para validar o ato e para que o reclamante ratifique o acordo, evitando assim
simulações de acordos em prejuízo ao empregado.
Acordo sem a presença da parte, mesmo em audiência:
É possível aos advogados, sem a anuência de seus clientes chegarem a um acordo, vez
que possui poderes para tanto.
Todavia, na JT não é recomendado, porque o cliente que não participou do acordo, pode,
não se satisfazer com os valores estabelecidos.
Acordo realizado antes do dia da audiência:
Caso já tenha feito e protocolizado o acordo antes da audiência, observar se o acordo foi
homologado e sobretudo, se a audiência foi retirada de pauta.
Simulações de processos e acordos:
Jamais participar de simulações de processos trabalhista com objetivo de obter a
homologação em Juízo de acordo realizado extrajudicialmente, podendo estar
caracterizado o crime de tergiversação previsto no art. 355 do Código Penal, além de
infração ética gravíssima.
DO ALCANCE DO ACORDO:
– “....o reclamante outorga quitação do OBJETO DO PRESENTE PROCESSO...” Aqui
poderá propor outra RT para discutir outros direitos.
OU
_ “...o reclamante outorga QUITAÇÃO DO EXTINTO CONTRATO DE TRABALHO E DA
RELAÇÃO JURÍDICA HAVIDA ENTRE AS PARTES...” Aqui será dado quitação para o
processo e eventual outros pedidos que poderiam ser realizados
Cautela com processos de reclamantes que possuem dois processos trabalhistas contra
a mesma reclamada, porque, realizando conciliação em um dos processos estará
outorgando quitação dos demais, exceto se houver ressalva expressa.
Sempre, em conta bancária do Advogado do reclamante.
ALCANÇADA A CONCILIAÇÃO
Interrompe-se a Audiência seja que ponto estiver.
Art. 846, § 1º da CLT – Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo
presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu
cumprimento.
§ 2.º Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser
estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer
integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do
cumprimento do acordo.
Limites da Multa pela inadimplência no cumprimento do acordo:
OJ 54 da SDI-1 – MULTA. CLÁUSULA PENAL. VALOR SUPERIOR AO PRINCIPAL. O
valor da multa estipulada em cláusula penal, ainda que diária, não poderá ser
superior à obrigação principal corrigida, em virtude da aplicação do artigo 412 do
Código Civil de 2002.
Art. 412 CC – O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode
exceeder o da obrigação principal.
A Ata do Acordo com os termos da conciliação será homologada pelo juízo, tal valerá
como decisão que extingue o processo com exame de mérito irrecorrível.
Art. 831 – A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de
conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como
decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que
lhe forem devidas.
Este termo somente poderá ser atacado por via da ação rescisória (art. 836 da CLT e art.
966 do CPC).
Súmula 100, inciso V do TST: O acordo homologado judicialmente tem força de
decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório
transita em julgado na data da sua homologação judicial.
Súmula 259 do TST: TERMO DE CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA. Só por ação
rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do art.
831 da CLT.
A conciliação, benéfica para ambas as partes, jamais poderá ter caráter fraudulento ou
simulado.
Súmula 418 do TST. MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À CONCESSÃO DE
LIMINAR OU HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO. A concessão de liminar ou a
homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e
certo tutelável pela via do mandado de segurança.
NÃO ALCANÇADA A CONCILIAÇÃO
INSTRUÇÃO PROCESSUAL
ÔNUS DA PROVA
Art. 818. O ônus da prova incumbe:
I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do reclamante.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas
à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos
deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá
o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir
do ônus que lhe foi atribuído.
§ 3º A decisão referida no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
DA INVERSÃO DA ORDEM DA PROVA
Art. 775, § 2
oAo juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de
produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de
modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
(Incluído dada pela Lei nº
13.467, de 2017)
DOS PEDIDOS QUE DEMANDAM PROVA PERICIAL
Pedidos que demandam realização de perícia médica ou vistoria técnica, devem ser
imediatamente requeridos quando do início da 1ª audiência (UNA ou Inicial)
Insalubridade e Periculosidade:
Art. 195 – A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade,
segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo
de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do
Trabalho.
§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja
por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado
na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão
competente do Ministério do Trabalho.
Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência
de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação
entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida
motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças
(CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento.
§ 1
oA perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando
demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo.
§ 2
oA empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do
nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo,
da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da
Previdência Social.
Caso o Juízo venha estabelecer Depósito Prévio de Honorários Periciais:
OJ-SBDI-2 nº 98. MANDADO DE SEGURANÇA. CABÍVEL PARA ATACAR EXIGÊNCIA
DE DEPÓSITO PRÉVIO DE HONORÁRIOS PERICIAIS.
É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a
incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de
segurança visando à realização da perícia, independentemente do depósito.
NOVIDADE – REFORMA TRABALHISTA.
Art. 790-B, § 3º - O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para
realização de perícias.
Caso o Juízo venha redesignar Audiência por conta da perícia, pedir para as testemunhas
saírem cientes da próxima audiência.
Do contrário, segue a Audiência com a entrega/liberação da Contestação…
RÉPLICA ou IMPUGNAÇÃO À DEFESA
No processo do trabalho, não há previsão legal para a prática da réplica. Daí, o
advogado(a) do reclamante poderá pedir prazo com fundamento art. 351 do CPC e na
grande quantidade de laudas e documentos da contestação.
Art. 351 - Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz
determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a
produção de prova.
Se restar indeferido, faça a manifestação oralmente.
Ex.: Em caso de preliminares:
Meritíssimo Juiz, as preliminares processuais arguidas pela Reclamada não merecem
acolhimento, vez que desprovidas de fundamentos fáticos e jurídicos, aliado ao fato de
que confundem-se com o mérito da causa, devendo ser julgadas improcedentes. Desta
forma, requer o Reclamante o afastamento das preliminares suscitadas, pelos motivos
expostos, prosseguindo-se o feito em seus ulteriores trâmites processuais, eis que a peça
inicial obedece, fielmente, o § 1º do art. 840 da CLT. E mais, basta verificar que a
Reclamada impugnou exaustivamente, no mérito, todos os pedidos da peça inicial. Razão
pela qual este d. juízo não deve acolher nenhuma das preliminares arguidas. É o que se
requer.
Ex.: Quanto ao mérito:
Meritíssimo Juiz, a contestação apresentada pela reclamada não merece prosperar, vez
que avessa a fiel relação empregatícia vivida entre as partes mostrando-se carecedora de
fundamentos fáticos e, sobretudo jurídicos, denotando apenas o intuito de defender o
indefensável por meio de meras alegações desprovidas de amparo legal, sendo em tese,
peça procrastinatória, restando inclusive impugnados todos os documentos juntados.
Razão pela qual, ratifica o Reclamante, os termos da inicial, protestando pela
procedência da ação.
Ex.: Do Protesto:
Insta consignar o inconformismo do Reclamante com a decisão deste d. juízo que não
concedeu prazo para a apresentação de réplica à contestação da Reclamada,
fundamentando tal asserção no art. 351 do CPC. Consigna-se que a celeridade processual
JAMAIS poderá ceder aos princípios da ampla defesa e do contraditório. Registra-se que a
decisão ora hostilizada fere estes princípios constitucionais. Esclarecendo que a falta de
concessão de prazo para réplica, sobretudo, no rito ordinário, impede o manejo técnico
do processo pelo que resta consignados os protestos do trabalhador.
Interessante verificar no TRT da sua Região sobre eventual Portaria regulando a matéria.
No TRT da 2ª Região, o art. 33 da Consolidação das Normas da Corregedoria, também
conhecida como GP/CR Nº 23/2006, publicado em 01/09/2006 prevê que a parte
reclamante terá ciência da defesa, antes do início da instrução processual:
Art. 33. Nas Varas do Trabalho em que funciona a sistemática de audiência UNA,
para evitar a ocorrência de nulidade processual, os Magistrados darão ciência
expressa à parte reclamante dos termos da defesa, antes de dar início à instrução
processual, em razão dos princípios da paridade de tratamento e da reciprocidade
do contraditório.
1º Ato – Interrogatório Pessoal das Partes = Confissão.
No Processo Civil:
Art. 385 do CPC - Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a
fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem
prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o
presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar
os litigantes.
A interpretação gramatical afasta a possibilidade das partes requererem o depoimento
pessoal da parte contrária.
Todavia, a interpretação mais razoável face o Princípio da Primazia da Realidade é a
interpretação sistemática do art. 848 com o art. 820 da CLT que garante:
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente,
podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das
partes, seus representantes ou advogados.
Inquirir (art. 820) tem o mesmo significado de interrogar (art. 848).
Portanto, se o juiz não interrogar (art. 848) as partes poderão requerer, por seu,
intermédio, o interrogatório recíproco (art. 820).
Inquirir:
1. transitivo direto e bitransitivo
fazer perguntas; interrogar, perguntar, indagar.
"após inquiri-lo devidamente, despachou-o"
2. transitivo direto e transitivo indireto
procurar ou tomar informações sobre (algo); pesquisar, investigar.
"inquirindo velhos documentos, conseguiu descobrir a verdade"
Interrogar:
verbo
1. transitivo direto e bitransitivo e pronominal
fazer perguntas (a alguém ou a si mesmo); indagar(-se), perguntar(-se).
"preferiu não i. o marido"
2. transitivo direto e bitransitivo
apresentar questões acadêmicas a; arguir, examinar.
"interrogou o aluno (sobre a Segunda Guerra)"
Tudo ao fundamento no Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório:
Art. 5º, LV da CF - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
O juízo poderá indeferir, devendo a parte Protestar. (art. 795 da CLT)
Em sentença deverá o juízo fundamentar a decisão por conta de outros elementos
probatórios contantes dos autos.
Do contrário, restará configurado cerceamento de defesa, pois impedirá a parte de
consigar a confissão da parte contrária.
INDEFERIMENTO DE REQUERIMENTO DO DEPOIMENTO PESSOAL DA PARTE
CONTRÁRIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. CONFIGURAÇÃO. NULIDADE. A
observância dos princípios da ampla defesa e do contraditório, decorrentes do
princípio baluarte do devido processo legal, implica, entre outros fatores, assegurar
às partes o direito de produzirem as provas necessárias à resolução do litígio. Nessa
perspectiva, há que se reconhecer a ocorrência de cerceamento de defesa quando
demonstrado que o acervo fático-probatório dos autos não fornece elementos
suficientes para a composição da lide estabelecida em torno da maioria dos pedidos
formulados na exordial, e a Reclamada foi obstada de obter o depoimento pessoal
da parte contrária. Nesse contexto, vale ressaltar que, a partir de uma
interpretação sistemática dos arts. 848 e 820 da CLT, concluí-se que a tomada do
depoimento pessoal da parte ex adversa, quando requerida pela outra parte, não
se trata de uma mera faculdade do magistrado, mas, sim, de um autêntico direito
fundamental desta à produção de prova, pois, a partir deste meio de prova, se
pode granjear a confissão real do adversário e, quando não muito, um melhor
esclarecimento acerca dos fatos controvertidos.
TRT-23 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 1321200903623002 MT 01321.2009.036.23.00-2
Atenção I: Depoimento Pessoal
Art. 387 do CPC - A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não
podendo servir-se de escritos anteriormente preparados, permitindo-lhe o juiz,
todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.
Jurisprudência:
O fato de o preposto admitir que estava estudando o processo, não causa surpresa,
pois ele deve ter conhecimento dos fatos, pois suas declarações obrigarão o réu.
Além do que, a parte pode comparecer em juízo e prestar depoimento auxiliado por
notas, como assegura o artigo 346 do CPC, subsidiariamente aplicável.
O fato de o preposto ter se preparado para prestar depoimento produzindo um
questionário não pode ser interpretado como se houve a intenção de mentir em
juízo, como entendeu o Magistrado. Importante lembrar que a parte não presta
compromisso e a ela não cabe a imputação de falso testemunho.
A oitiva das partes no processo tem como objetivo principal a obtenção da
confissão. E a leitura do teor do depoimento que se seguiu ao incidente envolvendo
o documento confiscado, revela que foi esse o objetivo do juízo ao inquirir a parte.
Diante deste quadro, estou convencido de que o depoimento de preposto restou
comprometido, não podendo ser considerado como meio de prova, muito mais
ainda, pode ser tido em conta para agravar a situação da parte, que foi tida por
confessa.
Assim, tenho por caracterizado o cerceamento de defesa, e como consequência,
dou provimento ao recurso do Banco reclamado para declarar a nulidade dos atos
decisórios que se seguiram à audiência de instrução (sentença e decisão de
embargos de declaração), determino, o retorno dos autos para retomada da
audiência de instrução com a coleta de novo depoimento do preposto e a oitiva das
testemunhas das partes.
TRT-4 - Inteiro Teor. Recurso Ordinário: RO 4161820115040851 RS 0000416-18.2011.5.04.0851
Em regra, não é permitido aos advogados intervirem quando do interrogatório das partes
ou testemunhas.
Art. 361, Parágrafo único CPC - Enquanto depuserem o perito, os assistentes
técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério
Público intervir ou apartear, sem licença do juiz.
Todavia, nos termos do art. 7º, X da lei 8.906/94 o Advogado poderá:
X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante
intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a
fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para
replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;
Dispensa do Depoimento Pessoal:
É possível a parte requerer a dispensa do depoimento pessoal da parte contrária.
Contudo, perderá a oportunidade de conseguir a CONFISSÃO REAL.
DA CONFISSÃO REAL e DA CONFISSÃO FICTA
Da Confissão Real:
Goza de presunção absoluta.
Art. 393 do CPC - A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de
erro de fato ou de coação.
Art. 389 do CPC - Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a
verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
Ensina o Prof. Carlos Henrique Bezerra Leite.
O objetivo principal do depoimento pessoal das partes é a obtenção da confissão
real, que é a principal prova, a chamada rainha das provas.
Na confissão real, portanto, visa-se ao reconhecimento da veracidade dos fatos
alegados pelas partes, obtida com seu próprio depoimento ou feita por procurador
com poderes expressos para tal ato, no processo do trabalho, em regra, pelo
preposto.
A confissão real goza de presunção absoluta, portanto:
a) a parte a quem ela aproveita retira de si o onus probandi do fato confessado;
b) o juiz tem o dever de acatá-la como fator determinante para o deslinde da
questão, sendo-lhe lícito, inclusive, relevar pequenos defeitos formais da petição
inicial ou da defesa se improcedente o pedido;
c) é indivisível, isto é, deve ser considerada por inteiro, não podendo ser aceita no
tópico em que beneficia a parte e rejeitada no que lhe for desfavorável (CPC, art.
395).
Art. 395 do CPC - A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que
a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la
no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela
aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito
material ou de reconvenção.
Jurisprudência:
DEPOIMENTO PESSOAL DA RECLAMANTE. CONFISSÃO REAL. Nos termos do art.
348, do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho (art. 769, da CLT),
há confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu
interesse e favorável ao do adversário. O objetivo principal do depoimento pessoal
das partes é a obtenção da confissão real, considerada a rainha das provas, pela
doutrina majoritária. Na confissão real, que goza de presunção absoluta, visa-se ao
reconhecimento da veracidade dos fatos alegados pelas partes.
TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00000173420135010032 RJ (TRT-1)