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Impairment test e qualidade da informação contábil: a utilização do teste de recuperabilidade de ativos nas empresas Brasileiras de capital aberto

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Impairment test e qualidade da informação contábil: a utilização do teste

de recuperabilidade de ativos nas empresas Brasileiras de capital aberto

Josimar Pires da Silva

Doutorando em Ciências Contábeis pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – Prédio da FACE – Asa Norte – CEP 70910-900 – Brasília/

DF – Brasil

josimarnx@yahoo.com.br

Mariana Pereira Bonfim

Doutoranda em Ciências Contábeis pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, Professora do Departamento de Contabilidade da Universidade Federal Fluminense, Rua Desembargador Ellis Hermydio Figueira, nº 783 – Bairro Aterrado –

CEP 27213-145 - Volta Redonda/RJ – Brasil. marianapbonfim@gmail.com

Jorge Katsumi Niyama

Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo, Professor do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – Prédio da FACE –

Asa Norte – CEP 70910-900 – Brasília/ DF – Brasil jorgekatsumi@gmail.com

César Augusto Tibúrcio Silva

Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo, Professor do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – Prédio da FACE –

Asa Norte – CEP 70910-900 – Brasília/ DF – Brasil cesaraugustotiburciosilva@gmail.com

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RESUMO

O objetivo dessa pesquisa é o de investigar se as evidências relativas ao impairment test indicam aumento ou redução da qualidade da informação das companhias abertas brasileiras e se houve persistência dos lucros, no período de 2010 a 2015. Inicialmente a amostra compreende 464 empresas dos 10 setores da B3, Bolsa Balcão Brasil, compreendendo um período de 6 períodos/anos, i.e., 2010 a 2015. Destas, 53 empresas registraram perdas por redução ao valor recuperável. Os resultados confirmaram as hipóteses 1, 3 e 4 de pesquisas que demonstraram que existem evidências de utilização do teste de impairment de forma oportunista e de não uso do referido teste, quando possivelmente deveriam. Por fim, os resultados apontaram que a persistência do lucro das 53 companhias, é menor com o reconhecimento das perdas por imparidade.

Palavras-Chave: Companhias Brasileiras. Impairment test. Qualidade da Informação. Padrão

IFRS.

ABSTRACT

The objective of this research is to investigate the evidences related to the impairment test indicates increases or reductions of information quality of Brazilian companies listed on the B3 and there was persistence of the profits in 2010 to 2015. Initially, the sample included 464 companies from the 10 sectors from B3, comprising a period of 6 periods/years, i.e., from 2010 to 2015. Of these, 53 companies recorded impairment losses. The results confirmed as hypotheses 1, 3 and 4 of research that demonstrate that there is evidence of use of opportunistic and non-use tests when they should. Finally, the results pointed to the persistence of the profit of the 53 companies, are smaller for the recognition of impairment losses.

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1. INTRODUÇÃO

A adoção do padrão contábil do IASB teve por finalidade, entre outros aspectos, melhorar a comunicação entre usuários da contabilidade, em nível internacional, por meio dos relatórios financeiros. De outro modo, essa finalidade consiste na melhoria da qualidade da informação publicada por meio dos relatórios financeiros das companhias para que os usuários, sobretudo os credores e investidores, pudessem tomar melhores decisões. Assim, a informação de alta qualidade, tal como o lucro, seria melhor preditora dos fluxos futuros de dividendos, sendo então, mais útil aos diversos usuários das demonstrações financeiras.

Pesquisas recentes têm procurado demonstrar se a adoção do padrão do IASB tem melhorado a qualidade da informação contábil ou se tem aumentado o nível de gerenciamento de resultados, em virtude da abertura para o julgamento profissional (Barth; Landsman; Lang, 2007; Chen et al., 2010; Iatridis, 2010; Jeanjean; Stolowy, 2008; Yoon, 2007). Contudo, ainda não existe um consenso na literatura em relação a este fato: alguns estudos apontam que a adoção de um conjunto de padrões contábeis baseados em princípios aumenta o gerenciamento de resultados (Ashbaugh; Pincus, 2001; Bartov; Goldberg; Kim, 2005; Elbannan, 2010; Jeanjean; Stolowy, 2008); enquanto outros, apontam que a adoção de padrões baseados em princípios aumenta a qualidade da informação contábil, diminuindo o gerenciamento de resultados (Barth; Landsman; Lang, 2007; Chen et al., 2010; Christensen et

al., 2015; Iatridis, 2010; Paananen; Lin, 2009; Yoon, 2007).

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Outras pesquisas tem procurado demonstrar o efeito de padrões específicos, tais como estoques, depreciação, valor justo, e sobretudo, impairment test (Chen; Wang; Zhao, 2009), o qual pode produzir impacto significativo nos imobilizados e intangíveis das companhias. A pesquisa de Chen et al. (2009), realizada com empresas chinesas, mostrou evidências de que o

impairment test pode ser utilizado para gerenciar resultados, com reconhecimento das perdas

em determinados períodos, e, subsequentes reversões das perdas previamente reconhecidas no resultado, em virtude do critério de julgamento profissional.

No que tange a realidade brasileira, é possível que o impairment test seja utilizado de forma oportunista, ou não utilizado quando deveria, reduzindo assim, a qualidade da informação evidenciada nos relatórios financeiros. Uma vez que possui características do modelo continental , (Niyama, 2010; Nobes; Parker, 2010), o Brasil, assim como são os casos da França, Alemanha, Itália, Japão, Bélgica, Espanha, países comunistas (Europa Oriental), países da América do Sul, entre outros, destaca-se como características predominantes: a) profissão contábil fraca e pouco atuante; b) forte interferência governamental no estabelecimento de padrões contábeis, notadamente aqueles de natureza fiscal; c) as demonstrações financeiras buscam atender primeiramente aos credores e ao governo, ao invés dos investidores e; d) importância de bancos e outras instituições financeiras, inclusive governamentais, como fonte de captação pelas empresas, em detrimento dos recursos provenientes do mercado acionário. Desse modo, é possível que o impairment test seja usado de forma não ideal, no sentido de não contribuir para melhorar a qualidade da informação contábil (Chen; Wang; Zhao, 2009).

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Recuperabilidade de Ativos tem proporcionado elevação ou redução da qualidade da informação das empresas brasileiras de capital aberto.

Este estudo contribui para a literatura contábil sobre a adoção do padrão IFRS, sobretudo referente ao impairment test, de maneiras distintas: em primeiro lugar, embora numerosos estudos anteriores tenham examinado o teste de recuperabilidade de ativos (Chang; Yen, 2015; Devalle; Rizzato, 2012; Glaum et al., 2013; Husmann; Schmidt, 2008, Kvaal, 2010; Mazzi; Liberatore; Tsalavoutas, 2016; Petersen; Plenborg, 2010), poucos estudos têm investigado sua aplicação no Brasil, bem como os possíveis impactos à qualidade da informação fornecida nos relatórios financeiros.

A maior parte das pesquisas sobre teste de recuperabilidade de ativos foi realizada em países como EUA e os integrantes da União Europeia. Poucos estudos têm focado em mercados emergentes, onde as estruturas de controle e monitoramento são mais frágeis, abrindo oportunidade para uma maior expropriação por parte do gestor, sobretudo em face dos acionistas minoritários.

Essa pesquisa procura mostrar também se o teste de recuperabilidade de ativos é realizado de forma adequada nas empresas brasileiras de capital aberto, evidenciando assim, a essência econômica dos ativos subjacentes reconhecidos no Balanço Patrimonial, bem como se o mesmo é capaz de aumentar ou reduzir a qualidade da informação contábil, presente nos relatórios financeiros.

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ativos. Essa pesquisa procura evidenciar se a persistência do lucro aumentou ou diminuiu com o reconhecimento das perdas por impairment.

Essa pesquisa segue organizada em cinco seções, sendo: a próxima, seção 2, descreve a revisão da literatura, sustentação e o desenvolvimento das hipóteses; a seção 3 apresenta o caminho ou percurso metodológico utilizado, bem como as evidências de práticas oportunistas ou má qualidade da informação, conforme Chen, Wang e Zhao (2009); na quarta seção estão evidenciados os resultados empíricos e as principais discussões; e, por fim, a seção 5 apresenta as considerações finais e sugestões para pesquisas futuras.

2. REVISÃO DE LITERATURA E DESENVOLVIMENTO DAS HIPÓTESES

O Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, correlato a IAS 36 – Impairment of Assets, estabelece os procedimentos para determinação do valor recuperável dos ativos. Se um ativo tiver sido reconhecido por um valor superior ao seu valor recuperável, uma perda por imparidade deve ser imediatamente reconhecida nos resultados. A norma (ou o pronunciamento técnico) exige que os preparadores de demonstrações financeiras revisem pelo menos uma vez ao ano o ágio por expectativa de rentabilidade futura e os ativos intangíveis com vida útil indefinida (CPC, 2010; IASB, 2001). O valor recuperável de um ativo é definido pelo CPC (2010) e pelo IASB (2001) como o maior valor entre o valor justo1 e o seu valor em uso. Caso o valor contábil do ativo ou da unidade geradora de caixa (UGC) seja maior que o valor recuperável, uma perda por imparidade deve ser reconhecida no resultado. Deste modo, os ativos não deverão ser reportados no balanço patrimonial por valor superior aquele passível de recuperação, evidenciando, portanto, a realidade econômica dos ativos previamente reconhecidos.

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Há um longo debate na literatura, principalmente relacionado à implementação e à confiabilidade do resultado do mecanismo do teste de imparidade (Mazzi; Liberatore; Tsalavoutas, 2016). A IAS 36 exige que os gerentes façam julgamentos e suposições substanciais, subjetivas e difíceis de verificar. Trata-se principalmente de questões relacionadas à estimativa do valor recuperável (por exemplo, períodos de projeção de fluxos de caixa, taxas de crescimento, taxas de desconto) e circunstâncias que levam ao reconhecimento de uma perda por imparidade (Glaum et al., 2013; Husmann; Schmidt, 2008, 2011; Kvaal, 2010; Mazzi; Liberatore; Tsalavoutas, 2016; Petersen; Plenborg, 2010).

A literatura prévia argumenta que quando as normas contábeis permitem que os gerentes apliquem tal discricionariedade, eles o usarão para sua vantagem e perseguirão objetivos pessoais (Chen; Wang; Zhao, 2009; Trottier, 2013). Dado que a estimativa de imparidade dos ativos envolve o julgamento subjetivo, ele proporciona uma oportunidade para que os gestores gerenciem resultados (Chang; Yen, 2015).

Em comparação com o impairment de ativos correntes, cuja vida útil é inferior a um ano, o impacto do impairment de ativos de longo prazo é maior, pois as empresas podem tirar proveito da deterioração e reversão do ativo como ferramentas para gerenciar os lucros durante esse período de existência do ativo. Para os executivos que querem aproveitar as reservas (cookie jar reserves) de perdas por redução ao valor recuperável e reversões, os ativos de longo prazo são uma melhor opção do que os ativos circulantes. Esta é uma das razões pelas quais os reguladores da China Accounting Standards (CAS) eliminaram a reversão de perda por imparidade de ativos a longo prazo (Chang; Yen, 2015).

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Mais especificamente, uma vez que os pressupostos necessários para mensurar os valores recuperáveis são difíceis de verificar, a sua divulgação é considerada altamente relevante. Assim, estudos anteriores documentam um alto nível de não cumprimento da norma e uma tendência a padronizar as notas explicativas sobre políticas contábeis, levando a falta de justificativas adequadas nas premissas adotadas na estimativa dos valores recuperáveis dos ativos (Mazzi; Liberatore; Tsalavoutas, 2016).

No contexto das IFRS, estas conclusões são encontradas em alguns estudos acadêmicos (Devalle; Rizzato, 2012; Glaum et al., 2013; Mazzi; Liberatore; Tsalavoutas, 2016). Pesquisas anteriores também examinaram os determinantes desses níveis de divulgação e destacaram que o comportamento não compatível pode ser determinado em conjunto por variáveis de cada país, indicando que as tradições contábeis e outros fatores específicos do país desempenham um papel relevante, apesar do uso de padrões comuns, como o IFRS (por exemplo, Glaum et al., 2013).

Pesquisas que relacionam o uso do impairment de ativos com o gerenciamento de resultados revelaram que as empresas utilizam do teste de recuperabilidade de ativos para técnicas como o big-bath reporting e earnings smoothing (Chang; Yen, 2015). Esses autores observaram que os gestores tendem a registrar mais perdas por imparidade de ativos quando os lucros anuais são elevados, indicando que a realização do teste de imparidade está relacionada com a suavização dos resultados.

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sequer definem uma UGC, e, portanto, não cumprem a IAS 36. Eles também documentam inconsistências na forma como as empresas estimam valores recuperáveis, tais como o cálculo da taxa de desconto, o ajustamento do risco e a estimativa dos fluxos de caixa no período terminal.

Trottier (2013) avalia a decisão dos gestores de registrar uma perda por impairment. Os resultados de sua experiência com gerentes de empresas canadenses mostram que os participantes acreditam que os gerentes estarão mais propensos em reconhecer uma perda se ela puder ser revertida posteriormente, enquanto que eles estarão menos interessados nas situações em que reversões não são permitidas ou tenham plano de bônus. As descobertas acima estão em linha com o fluxo de pesquisas que demonstram que o impairment de ativos de longo prazo está associado a grandes ganhos de remunerações (Mazzi; Liberatore; Tsalavoutas, 2016), enquanto a contratação e incentivos de mercado são capazes de desencadear, especialmente no que se refere à oportunidade da deterioração do ágio (Knauer; Wöhrmann, 2015).

Lucros de alta qualidade podem ser definidos como aqueles que são capazes de aumentar a eficiência dos investimentos e apresentam menor sensibilidade dos fluxos de caixa futuros. (e.g., Biddle et al., 2009; Bushman; Smith, 2001; Dechow et al., 2010; Healy; Palepu, 2001; Lambert; Leuz; Verrecchia, 2007) e fornecem mais informações sobre as características de desempenho financeiro de uma firma que são relevantes para uma decisão específica, tomada por um tomador de decisão específico (Dechow et al., 2010).

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ou esconder o fraco desempenho – ou podem usar este critério para melhorar o valor informativo do lucro – eventualmente para comunicar aos investidores o desempenho de longo prazo da firma (Chaney; Faccio; Parsley, 2011).

Deste modo, a utilização do teste de recuperabilidade de ativos, de forma oportunista ou não (produzindo melhor ou pior qualidade da informação), pode estar relacionado a fatores ambientais, sobretudo, educacionais, legais, culturais, entre outros, que cerca cada país.

Segundo Nurunnabi (2015), a adoção e a implementação das IFRS dependem do alto nível de educação e de conhecimentos necessários para compreender e interpretar informações contábeis. A educação contábil é o pilar para sistemas de contabilidade modernos e complexos (Zeghal; Mhedhbi, 2006) porque um aumento no nível de educação em um país pode aumentar a consciência política e a demanda por responsabilidade corporativa(Cooke; Wallace, 1990). Zeghal e Mhedhbi (2006) descobriram que os países com os mais altos níveis de educação avançam com a adoção das IFRS. Abdelsalam e Weetman (2007) sugerem que alcançar o sucesso na educação e no treinamento é provável que seja mais problemático nos países em desenvolvimento onde existem limitações nos recursos financeiros e técnicos. A pesquisa de Chand, Cummings e Patel (2012) sugere que os sistemas globais de educação contábil podem influenciar a implementação das IFRS. Os autores argumentaram também que não só a educação, mas também o estatuto profissional dos contadores, é importante para explicar os sistemas de contabilidade.

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financiamentos das empresas são baseados principalmente no mercado de capitais, profissão contábil forte, alto nível de desenvolvimento e educação contábil adequada (Ali; Hwang, 2000; Ball; Kothari; Robin, 2000).

Adicionalmente países com sistema code law são associados com reconhecimento de perdas menos oportunas (Ball; Kothari; Robin, 2000) e maiores práticas de suavização do lucro do que em países com sistema common law, que normalmente possuem estruturas conceituais semelhantes às IAS/IFRS (Leuz; Nanda; Wysocki, 2002).

Diante de tais resultados, Klann e Beuren (2012) afirmam que existem estudos apontando que a adoção de um conjunto de padrões baseados em princípios aumenta o gerenciamento de resultados e outros como Barth, Landsman e Lang (2007) e Chen et al. (2010) que a adoção de princípios aumenta a qualidade da informação contábil, diminuindo o gerenciamento de resultados. Ao considerar que o Brasil é um país cujo sistema jurídico está fundamentado no code law – cujas pesquisas apontam uma maior tendência à existência de gerenciamento de resultados – encontra-se um sistema contábil que possui características peculiares e convergentes a práticas oportunistas.

A partir dessas evidências, concernente a realização do teste de recuperabilidade de ativos e a possibilidade de sua utilização de forma oportunista, ou, ainda, sua não utilização de forma adequada, pode-se elaborar as seguintes hipóteses de pesquisa:

𝑯𝟏= existem evidências, com base na literatura prévia, de utilização do teste de

recuperabilidade de ativos de forma oportunista (Income Smothing), na elaboração das informações fornecidas nas demonstrações financeiras das empresas listadas na B3.

𝑯𝟐= existem evidências, com base na literatura prévia, de utilização do teste de

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𝑯𝟑= existem evidências, com base na literatura prévia, de não utilização do teste de

recuperabilidade de ativos, quando deveria, na elaboração das informações fornecidas nas demonstrações financeiras das empresas listadas na B3.

𝑯𝟒= a qualidade do lucro, com base na persistência, reduziu com a realização do teste de

recuperabilidade de ativos das empresas listadas na B3.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesta pesquisa foram utilizados os dados das demonstrações financeiras publicadas e disponibilizadas ao público em geral no sítio eletrônico da B3 e extraídos através do software de divulgação externa EmpresasNet. Inicialmente a amostra compreende 464 empresas dos 10 setores da B3 (bens industriais; construção e transporte; consumo cíclico; consumo não cíclico; materiais básicos; petróleo; tecnologia da informação; telecomunicações; utilidade pública; e, financeiros) compreendendo um período de 6 períodos/anos, i.e., 2010 a 2015.

Não foram analisados os anos de 2008 e 2009 em decorrência da proximidade com o início do processo de convergência no Brasil. Dessa forma, considera-se somente a partir do ano de 2010, em que a obrigatoriedade de adoção alcançou a totalidade das empresas por meio da aplicação dos pronunciamentos técnicos. A amostra final resultou em 53 empresas que reconheceram perdas por redução ao valor recuperável em ao menos um período. Deste modo, exceto para a hipótese 3, explicada posteriormente, estas companhias compreendem a amostra de maior parte da análise desta pesquisa.

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Quadro 1 – Evidências de má qualidade da aplicação do impairment test

Hipóteses de Pesquisa Evidência

H1 = utilização do impairment

para produzir Income Smothing

A empresa relata perdas por dois anos consecutivos, mas é lucrativa nesses mesmos anos (CHEN; WANG; ZHAO, 2009).

H2 = utilização do impairment

para produzir Big Bath

Accounting

A empresa informa lucro em t-1, mas continua a ser rentável em t somente após reversões (CHEN; WANG; ZHAO, 2009).

H3 = não utilização do teste de

impairment

A empresa não reconhece perda em nenhum dos períodos de vigência do pronunciamento técnico CPC 01.

H4 = qualidade do lucro

(persistência) reduziu com a utilização do impairment

β da regressão (1) com o lucro líquido da empresa e com o lucro líquido ajustado pelo teste de impairment. Empresas com lucros mais persistentes apresentam informações mais úteis na avaliação do preço das ações (Dechow et al., 2010; Perotti; Wagenhofer, 2014)

Fonte: Elaborado pelos autores

A métrica persistência foi utilizada a fim de atingir a quarta hipótese de pesquisa. Para isso, usou-se como proxy da qualidade do lucro a métrica Persistência, apresentada pelo coeficiente angular β da equação de regressão (1) com o propósito de observar o comportamento das empresas listadas na B3. A base para mensuração do lucro é o lucro líquido (LL). De forma adicional, os coeficientes também foram estimados utilizando a variável lucro antes do imposto de renda (LAIR).

𝐿𝐿𝑖,𝑡 = 𝛼 + 𝛽𝐿𝐿𝑖,𝑡−1+ 𝜀𝑖,𝑡 (1)

Em que:

𝐿𝐿𝑖,𝑡 = lucro líquido do período t.

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As empresas com lucros mais persistentes têm lucros/fluxos de caixa mais sustentáveis que irão torná-los mais úteis na avaliação dos preços das ações (Dechow et al., 2010; Perotti; Wagenhofer, 2014).

Além do lucro líquido extraído da demonstração do resultando do exercício (DRE), foi expurgado dos resultados os efeitos provocados pelo reconhecimento das perdas e reversões, de forma que se obteve o lucro líquido extraído da DRE e o lucro líquido sem o efeito do

impairment test. Deste modo, foram estimados os coeficientes angulares β através do modelo

da equação (1), com o lucro líquido e o lucro líquido ajustado, a fim de verificar qual apresenta maior persistência, e, portanto, maior qualidade do lucro.

Da mesma maneira, esses ajustes foram feitos no LAIR, de forma que se obteve a persistência do LAIR extraído da DRE e do LAIR ajustado, pela retirada do efeito das perdas por impairment previamente reconhecidas.

4. RESULTADOS

Para verificar se a adoção do Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativo, correlato a IAS 36, apresentou evidências de gerenciamento de resultados, redução na qualidade da informação (ou elevação), e, menor ou maior persistência dos lucros, foram analisadas as demonstrações do resultado do exercício das empresas brasileiras listadas na B3, a fim de verificar, quais evidenciaram perda por redução ao valor recuperável de ativos. Desta maneira, foram analisadas as DREs das 464 empresas, distribuídas nos 10 setores, conforme Quadro 2. Deste total, apenas 53 companhias, reconheceram perdas e/ou reversão, pelo menos uma vez no período pós-convergência, de vigência do referido pronunciamento técnico. Exceto para o setor de Telecomunicações, em todos os demais, foram identificadas empresas que reconheceram perdas em pelo menos um dos períodos analisados.

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# Setor de Atuação Número de Empresas

Empresas que Reconheceram Perdas

1 Bens Industriais 76 4

2 Consumo Cíclico 87 7

3 Consumo não Cíclico 26 5

4 Financeiro e Outros 122 16 5 Materiais Básicos 33 3 6 Petróleo. Gás e Biocombustíveis 11 4 7 Saúde 15 3 8 Tecnologia da Informação 8 2 9 Telecomunicações 7 0 10 Utilidade Pública 68 9 Sem Classificação 11 0 TOTAL 464 53

Fonte: Elaborado pelos autores.

No que tange a quantidade, o setor Financeiro e Outros foi o que apresentou o maior número de empresas que reconheceram perdas por redução ao valor recuperável, i.e., 16 companhias, representando 30% do total. O setor de Utilidade Pública vem em seguida com 9 empresas, representando 17% do total. Quanto a análise individualizada, no setor de Petróleo, 4 das 11 empresas reconheceram perdas, equivalente a 36% das companhias que o compõem, seguido pelo setor de Tecnologia da Informação, em que atingiu 25%.

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companhias em análise. No geral, a soma das perdas nos cinco períodos de análise foram superiores aos resultados líquidos destas companhias.

Tabela 1: Distribuição das variáveis por período de análise

Variáveis 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total LL 97.058.767 99.297.000 (1.752.518) 21.766.699 36.323.914 (46.357.617) 206.336.245 % do Ativo 3,58% 1,57% -0,02% 0,28% 0,42% -0,42% 0,47% PERDAS 14.883.739 21.370.738 53.245.974 42.287.226 39.472.740 85.360.535 256.620.952 % do Ativo 0,55% 0,34% 0,73% 0,54% 0,45% 0,78% 0,58% REVERSÕES 751.413 121.885 4.899 581 0 1.292.954 2.171.732 % do Ativo 0,03% 0,002% 0,0001% 0,00001% 0,00% 0,01% 0,005% ATIVO 2.714.262.590 6334.378.123 7.299.935.301 7.845.357.042 8.687.014.375 11.005.561.722 43.886.509.153 Fonte: Elaborada pelos autores.

De forma complementar, a análise ainda destaca que nos dois períodos de maior reconhecimento de perdas, i.e., 2015 e 2013, em valores absolutos, os resultados líquidos foram negativos (prejuízos).

4.1 Evidências de Gerenciamento de Resultado

Entre as empresas que reconheceram perdas por redução ao valor recuperável, no total de 53, a maioria não apresentou as evidências 1 e 2 (income smothing e big bath accounting, respectivamente), conforme figura 1. Quanto a evidência 1, foi encontrada em 15 companhias, e a evidência 2, em nenhuma delas. Desta maneira, é possível que estas 15 empresas que reconheceram perdas podem tê-las feito de forma a suavizar seus resultados. Por outro lado, não existem indícios de que as empresas tenham praticado big bath accounting, uma vez que, em nenhum momento, a reversão da perda possibilitou que as empresas se tornassem lucrativas no período corrente.

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Fonte: Elaborada pelos autores.

4.2 Evidências de Não Utilização do Teste de Impairment

Quando analisada a evidência número 3 (não utilização do teste de impairment), era esperado que as companhias reconhecessem em ao menos um período de reporte, perdas por redução ao valor recuperável de ativo, em virtude das estimativas concernentes ao valor, vida útil, valor residual, depreciação e amortização de diversos ativos, sobretudo imobilizados e intangíveis, e, em virtude da mudança de padrão, devido a adoção às normas do IASB e a necessidade dos ativos em evidenciar sua essência econômica.

Figura 2: Evidência número 4

Fonte: Elaborada pelos autores.

No entanto, como se observa na figura 2, a maioria das empresas de capital aberto, listadas na B3, não reconheceram perdas por redução ao valor recuperável em nenhum período entre 2010 e 2015. Desta maneira, possivelmente essas 411 companhias não

53 15 0 0 10 20 30 40 50 60

Total de Empresas Evidência 1 Evidência 2

464 411 0 100 200 300 400 500

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atenderam aos pressupostos do padrão IFRS concernentes ao teste de recuperabilidade de ativos, CPC 01 (IAS 36).

4.3 Qualidade da Informação

Para verificar a persistência do lucro, foram utilizados o lucro líquido e lucro antes do imposto de renda, evidenciados na DRE e ajustados pelas perdas e reversões previamente reconhecidas. A análise da estatística descritiva (tabela 2), revela diferença significativa entre as variáveis LL (lucro líquido) e LLSP (lucro líquido sem efeitos das perdas), e, LAIR e LAIRSP (LAIR sem efeitos das perdas). A exemplo, o lucro líquido médio extraído da DRE representa menos de 50% do lucro líquido ajustado pelas perdas reconhecidas, i.e., sem o efeito das perdas previamente reconhecidas.

Tabela 2: Estatística descritiva

VARIÁVEIS Média Mediana Máximo Mínimo Desvio Padrão

LL 648.856,1 4.024,00 37.407857 -67.218.430 7.924.792

LLSP 1.449.011 12.316,00 39.081.144 -53.083.176 8.328.775

LAIR 1.020.637 10.974,50 45.921.673 -96.159.722 10.076.949

LAIRSP 1.820.791 14.681,50 45.921.673 -82.024.468 10.108.739

Fonte: Elaborada pelos autores.

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presume-se a distribuição normal, i.e., o pressuposto da normalidade está restrito para as amostras que contêm menos de 100 observações.

Quanto a autocorrelação dos resíduos, utilizou-se o teste de Durbin-Watson o qual obteve-se valores próximos a 2 para todas as regressões, demonstrando a não existência de autocorrelação dos resíduos. Para o pressuposto da homocedasticidade dos resíduos, utilizou-se o teste de Breusch-Pagan-Godfrey, o qual demonstrou a não existência de heterocedasticidade.

Foram realizados os testes Breusch-Pagan, Hausman e F (Chow) para detectar o melhor modelo e os resultados evidenciaram a não existência do efeito grupo e tempo. Dessa forma, foi realizada regressão em dados em painel a partir da abordagem pooled, para estimar os coeficientes e demais estatísticas, e, subsequentemente compará-los.

A tabela 3 revela os resultados da regressão OLS estimada da equação (1) em que foram destacados os coeficientes, t-value e significância dos coeficientes para as variáveis 𝐿𝐿, 𝐿𝐿𝑆𝑃, 𝐿𝐴𝐼𝑅 e 𝐿𝐴𝐼𝑅𝑆𝑃. Os coeficientes angulares da variável 𝐿𝐿, são apresentados nas

colunas 2 e 3, sendo que, na coluna 2, evidencia-se os resultados da variável conforme extraído da DRE e na coluna 3, resultados dos coeficientes da regressão após expurgar o efeito do impairment no lucro líquido. A persistência do lucro líquido apresentou-se menor com o reconhecimento das perdas por redução ao valor recuperável, i.e., para o 𝐿𝐿 obteve-se

coeficiente 0,72 e 𝐿𝐿𝑆𝑃 (lucro líquido sem o efeito do impairment) obteve-se o coeficiente 0,88. Desta maneira, a realização e reconhecimento de perdas por redução ao valor recuperável reduziu a persistência dos lucros, podendo resultar em menor preditibilidade dos resultados futuros por partes dos investidores.

Tabela 3 – Análise da Regressão das variáveis – Persistência

(20)

coeficiente coeficiente coeficiente coeficiente

t-value t-value t-value t-value

(sig) (sig) (sig) (sig)

INTERCEPTO -88.134,57 52.431,65 86.749,19 273.312,6 -0,2562 0,1813 0,1893 0,7037 0,7980 0,8563 0,8500 0,4821 𝐿𝐿𝑡−1 0,7242 - - - 14,9703 - - - 0,0000 - - - 𝐿𝐿𝑆𝑃𝑡−1 - 0,8820 - - - 23,3926 - - - 0,0000 - - 𝐿𝐴𝐼𝑅𝑡−1 - - 0,6469 - - - 13,4208 - - - 0,0000 - 𝐿𝐴𝐼𝑅𝑆𝑃𝑡−1 - - - 0,7703 - - - 19,7803 - - - 0,0000 0,4149 0,6339 0,3637 0,5539 R² ajustado 0,4130 0,6327 0,3617 0,5525 F 224,10 547,21 180,11 391,26 (sig) 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

Fonte: Elaborada pelos autores.

De forma complementar, foram estimados os coeficientes utilizando a variável 𝐿𝐴𝐼𝑅,

da mesma maneira que a variável 𝐿𝐿.Os coeficientes angulares são apresentados nas colunas 4

(21)

realização e reconhecimento de perdas por redução ao valor recuperável reduziu a persistência do LAIR, podendo, também, resultar em menor preditibilidade dos resultados futuros por partes dos investidores.

Por fim, vale ressaltar que todas as variáveis apresentaram coeficientes significativos em todas regressões realizadas, bem como, o modelo, como um todo, apresentou-se robusto para a estimação dos resultados apresentados.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta previamente destacada para essa pesquisa foi investigar se o teste de Recuperabilidade de Ativos tem proporcionado elevação ou redução da qualidade da informação das empresas brasileiras listadas na B3. Especificamente busca analisar se as evidências relativas ao impairment test indicam elevação ou redução da qualidade da informação das empresas brasileiras listadas na B3, e, se persistência dos lucros tem aumentado ou diminuído.

Com base nos resultados foi possível confirmar as hipóteses 1, 3 e 4. Quanto a hipótese 1, das 53 empresas que reconheceram perdas por redução ao valor recuperável de ativos, 15 delas apresentaram evidencias de utilização do teste de recuperabilidade de ativos de forma oportunista, possivelmente income smothing, na elaboração das informações fornecidas nas demonstrações financeiras das empresas listadas na B3.

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resultariam em alguns ativos ou unidades geradoras de caixa, reconhecidos acima do valor recuperável.

Por sua vez, a hipótese 4 foi confirmada, visto que a persistência dos lucros, tanto lucro líquido quanto LAIR, reduziu com o reconhecimento das perdas por redução ao valor recuperável de ativos. Por outro lado, não existem evidências de que as empresas brasileiras listadas na B3, que registraram as referidas perdas, praticaram o big bath accounting.

No geral, os resultados da pesquisa convergem com aqueles encontrados em pesquisas em nível internacional, conforme previamente destacado na construção das hipóteses. Desta maneira, recomenda-se novas pesquisa relacionadas a teste de recuperabilidade de ativos, procurando elucidar os motivos pelos quais a maioria das companhias não reconheceram as relativas perdas.

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