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A GRUPAMENTO DE E SCOLAS DE AMARELEJA

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Academic year: 2021

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Datas da visita: 07 a 09 de Janeiro de 2008

A

GRUPAMENTO DE

E

SCOLAS

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I – Introdução

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um “programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho”.

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Amareleja realizada pela equipa de avaliação que visitou o agrupamento entre 07 a 09 de Janeiro de 2008.

Os capítulos do relatório ― caracterização da unidade de gestão, conclusões da avaliação por domínio, avaliação por factor e considerações finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais da Unidade de Gestão, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pelo agrupamento, será oportunamente disponibilizado no sítio internet da IGE (www.ige.min-edu.pt).

E sca la de ava lia ção ut iliza da

N ív eis de cla ssif ica ção do s cinco domínios na U nidade de Gest ão

Muito Bom ― Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em

procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

Bom ― Revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base

em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

Suficiente ― Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns

aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da Unidade de Gestão. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

Insuficiente ― Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. Não demonstra uma prática

coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

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II – Caracterização da Unidade de Gestão

O Agrupamento de Escolas de Amareleja, com sede na Escola Básica Integrada com Jardim de Infância de Amareleja, situa-se na vila de Amareleja, concelho de Moura, distrito de Beja, na margem esquerda do rio Guadiana, numa faixa raiana do território nacional. A par da escola sede, integra os 6 estabelecimentos de Educação Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico das freguesias de Amareleja, de Póvoa de S. Miguel, de Safara e de Santo Aleixo da Restauração. Entre a sede do Agrupamento e os estabelecimentos de educação e de ensino mais afastados, localizados em Santo Aleixo de Restauração, distam 21 Km.

A população daquelas quatro freguesias, em progressivo decréscimo desde há algumas décadas, era, de acordo com o Censos de 2001, de 5866 habitantes, muitos dos quais idosos. As actividades económicas assentam fundamentalmente no sector primário (cultura cerealífera, olivicultura, vitivinicultura e pecuária). São identificadas algumas indústrias agro-alimentares, além de uma considerável variedade de actividades artesanais (calçado, cestaria de verga, ferraria, rendas e bordados e cadeiras de buinho). A construção civil também adquire particular relevo.

A proximidade da albufeira do Alqueva e a instalação de uma central fotovoltáica de grandes dimensões podem contribuir para o desenvolvimento económico da zona de implantação do Agrupamento e para a fixação de população. O meio em que este se insere, apesar de periférico, está provido de equipamentos sociais, culturais e desportivos.

A oferta educativa do Agrupamento, que se estende da Educação Pré-Escolar ao 9.º ano, incluindo ainda duas Turmas de Percursos Curriculares Alternativos e três Cursos de Educação e Formação (dois de Jardinagem de Espaços Verdes - um de nível 2-Tipo 2 e outro de nível 2-Tipo 3 e um de Ciências Informáticas, Tipo 2), serve uma população educativa e escolar de 746 crianças/alunos. Destes, 55% frequentam a Educação Pré-Escolar e o 1.º Ciclo e 37% os 2.º e 3.º Ciclos. Apenas 15 alunos são de nacionalidade estrangeira. Dos discentes, 14,4% possuem computador pessoal com ligação à Internet. Com base nos dados do Agrupamento, cerca de 44% da população escolar beneficia de acção social escolar. A educação e o ensino são assegurados por 95 docentes dos vários níveis e ciclos de estudo, dos quais 38% do Quadro de Escola, 48% do Quadro de Zona Pedagógica e 14% Contratados. Cerca de 36% dos professores têm menos de 5 anos de experiência profissional e 17% menos de 10 anos. O pessoal não docente é constituído por 32 funcionários (23 auxiliares de acção educativa e 7 assistentes de administração escolar). A partir do perfil do Agrupamento, 26% dos pais/mães têm como habilitações escolares o 1º Ciclo, 37% o 2º Ciclo e 16% o 3º Ciclo. Exercem actividades profissionais diversificadas, predominando os “Trabalhadores não Qualificados” (28%), “Agricultores” (18%), os “Operários, Artífices e Trabalhadores Similares (13%) e o “Pessoal dos Serviços e Vendedores” (10%).

Todos os Jardins-de-Infância e Escolas do 1º Ciclo promovem actividades de prolongamento de horário, de apoio à família e de enriquecimento curricular.

III – Conclusões da avaliação por domínio

1. Resultados Suficiente O Agrupamento analisa, regular e periodicamente, os resultados escolares dos seus alunos, nos diferentes órgãos e estruturas de orientação educativa, comparando as classificações internas com as classificações obtidas nas provas de aferição e nos exames nacionais e com as médias nacionais. No ano lectivo de 2006/2007, as taxas de conclusão foram de 82.9%, no 1.º Ciclo, de 82.8%, no 2.º Ciclo, e de 46.3%, no 3.º Ciclo. Nas provas de aferição, os alunos dos 4.º e 6.º anos tiveram um melhor desempenho a Língua Portuguesa (88,7% e 71,1% de níveis positivos) do que em Matemática (76,2% e 37,3% de entre o Satisfaz e o Muito Bom). No ano em análise, nos exames nacionais do 9.º ano, em Matemática, cerca de 90% dos alunos alcançaram níveis iguais ou inferiores a 2. Em Língua Portuguesa, os alunos atingiram uma média de 3,1. Os alunos estão representados nos Conselhos de Turma e intervieram na identificação das problemáticas do Agrupamento e na definição dos temas a tratar nos domínios da Formação Cívica e de Área de Projecto. Dispõem de um órgão próprio, o Parlamento Estudantil, em que debatem os assuntos que lhes dizem respeito. O mérito escolar é valorizado, tendo sido instituídos Quadros de Excelência e de Valor. Os alunos, embora se identifiquem com o Agrupamento, manifestam um sentido de pertença mais forte à Escola que frequentam.

O clima educativo é de tranquilidade, caracterizado por um bom relacionamento entre alunos e profissionais, com respeito pelas normas de funcionamento estipuladas. A indisciplina é um problema

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localizado, sobretudo, nas turmas dos Cursos de Educação e Formação. Os alunos são assíduos e pontuais, restringindo-se o absentismo à população escolar de etnia cigana.

O interesse das famílias, em relação às aprendizagens dos alunos, diminui ao longo da escolaridade. O Agrupamento atribui uma grande importância ao impacto e à valorização das aprendizagens, alargando a oferta educativa, como forma de corresponder às características e às necessidades dos alunos e das suas famílias. Junto aos Planos de Acompanhamento e de Recuperação, seguem fichas de auto-avaliação dirigidas a pais e alunos, como forma de responsabilização pela consecução dos mesmos.

2. Prestação do serviço educativo Suficiente A coordenação pedagógica é assegurada pelos Conselhos de Docentes da Educação Pré-Escolar e do 1.º Ciclo e pelos Departamentos Curriculares. A articulação vertical e horizontal, assinalada como uma das fragilidades estruturais do Agrupamento, revela-se mais consistente entre a Educação Pré-Escolar e o 1.º Ciclo e entre os 2.º e 3.º Ciclos.

O planeamento didáctico disciplinar tem em conta os programas nacionais e as características dos grupos/turmas. Não há acompanhamento e supervisão interna da prática lectiva dos docentes, a não ser de forma indirecta. A articulação entre os docentes, no trabalho com os alunos, é mais explícita nos Conselhos de Docentes de pólo e nos Conselhos de Turma. Os perfis de competências, por disciplina e por ciclo, bem como os critérios de avaliação, são o principal quadro de referência da avaliação dos alunos.

O Agrupamento procura dar corpo a uma política efectiva de inclusão escolar, respondendo às necessidades da população educativa, mobilizando os recursos de ensino especial e de apoio sócio-educativo e implicando o Serviço de Psicologia e Orientação e a Equipa de Intervenção Precoce. A inclusão escolar e a diferenciação do ensino estiveram na origem do alargamento da oferta formativa.

As diferentes componentes do processo educativo dos alunos decorrem não somente da gestão dos programas curriculares, mas também das diferentes actividades de prolongamento de horário, de enriquecimento e de complemento curricular.

3. Organização e gestão escolar Bom O Projecto Educativo contou com a participação da comunidade educativa no diagnóstico dos problemas/necessidades do Agrupamento. Em função do diagnóstico, foram definidos objectivos e estratégias. O planeamento das actividades decorre das prioridades do Projecto Educativo.

O Projecto Curricular de Agrupamento estabelece os critérios em que assentam a distribuição do serviço docente, a elaboração dos horários e a gestão do tempo escolar. A atribuição de funções obedece a esses critérios e tem em conta as competências pessoais e profissionais dos professores e dos funcionários. Estes foram bem integrados no Agrupamento. Os Serviços Administrativos correspondem às necessidades dos utentes e são reconhecidos pela qualidade.

As instalações e espaços do Agrupamento são adequados aos fins educativos, não obstante o subdimensionamento da escola sede. Todos os estabelecimentos de educação e de ensino reúnem condições de segurança, se bem que alguns dos espaços exteriores dos edifícios dos pólos não disponham das condições mais favoráveis às actividades. Na escola sede, o único laboratório existente, pouco funcional mas bem apetrechado, não permite que todas as turmas de 2.º e 3.º Ciclos realizem nele as actividades decorrentes do desdobramento nas disciplinas de Ciências Naturais e Físico-Químicas. Todas as Escolas do Agrupamento possuem Bibliotecas.

O envolvimento dos pais e encarregados de educação é uma preocupação do Agrupamento, manifestada, por exemplo, na flexibilidade dos horários de atendimento. Aqueles estão representados nos órgãos de administração e gestão escolar e são auscultados, frequentemente, para a tomada de decisões.

A gestão pauta-se por princípios de equidade e de justiça, na procura das soluções mais ajustadas aos problemas diagnosticados.

4. Liderança Bom

A melhoria dos resultados escolares dos alunos, a articulação pedagógica e a maior participação dos pais e encarregados de educação constituem as principais prioridades de intervenção do Agrupamento. O Projecto Educativo e o Projecto Curricular de Agrupamento estão articulados e são uma garantia de intencionalidade e sequencialidade da acção educativa. As acções perspectivadas são reveladoras de uma estratégia interventiva e de uma visão futura, em que o alargamento da oferta educativa é um dos eixos de desenvolvimento da organização escolar.

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Os responsáveis do Agrupamento e das diferentes estruturas intervêm, de forma articulada e cooperativa. Os docentes e os funcionários são empenhados e sentem-se envolvidos na tomada de decisões.

O uso das novas tecnologias de informação e de comunicação e a educação ambiental afirmam-se como as principais vertentes de inovação.

O Agrupamento estabelece relações com várias entidades locais, destacando-se as autarquias de entre os principais parceiros.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do agrupamento Suficiente

O Agrupamento tem vindo a desenvolver acções com a intenção de se conhecer, identificando os seus pontos fortes e fracos. Formou recentemente uma equipa de auto-avaliação, com o objectivo de relançar o processo de avaliação interna, tendo adoptado, como estrutura conceptual, o modelo CAF (Common Assessment Framework). À data desta avaliação, a referida equipa somente havia construído instrumentos para diagnóstico dos principais constrangimentos educativos, com vista ao desenvolvimento de acções de melhoria.

A promoção da qualidade das aprendizagens e dos resultados escolares representa o principal objectivo do Agrupamento, em torno do qual se procura mobilizar a comunidade educativa. A liderança exercida pelo Órgão de Gestão, o clima educativo, a motivação dos profissionais e o envolvimento activo da autarquia e da comunidade permitem ultrapassar alguns dos constrangimentos sócio-culturais impostos pelo meio, com vista a um progresso sustentado.

IV – Avaliação por factor 1. Resultados

1.1 Sucesso académico

No final de cada período lectivo, os Conselhos de Turma fazem o balanço do sucesso e insucesso dos alunos, constroem grelhas para registo das dificuldades/necessidades, estabelecem estratégias de remediação e elaboram Planos de Recuperação e de Acompanhamento. Os resultados são analisados em Conselho Pedagógico, nos Departamentos Curriculares, por disciplina, por ano e por ciclo, e nos Conselho de Docentes. Esse estudo é apresentado na Assembleia, para prestação de contas. Os resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais e nas provas de aferição são comparados com as médias nacionais, com as classificações internas e, no Conselho Municipal de Educação, com os resultados alcançados pelas outras duas escolas do concelho.

O Agrupamento aponta como factores condicionantes do sucesso/insucesso: a desmotivação para a aprendizagem, a falta de expectativas positivas, as dificuldades de aprendizagem de um número muito elevado de alunos, o baixo nível de escolaridade das famílias, o contexto sócio-económico desfavorável e o desinteresse dos pais e encarregados de educação na vida escolar dos seus educandos.

Nos últimos três anos lectivos, de 2004/2005 a 2006/2007, os resultados não apresentam uma evolução contínua de melhoria, com excepção do 8.º ano, em que houve uma progressão, nas taxas de transição, de 75% para 88,5%. De acordo com os dados tratados pelo Agrupamento, as disciplinas onde se tem registado maior insucesso são a Matemática, as Ciências Físico-Químicas, a Língua Portuguesa e as Línguas Estrangeiras. No ano lectivo de 2006/2007, as taxas de conclusão foram de 82,9%, no 1.º Ciclo, de 82,8%, no 2.º Ciclo, e de 46,3%, no 3.º Ciclo.

Nas provas de aferição, no ano lectivo de 2006/07, os alunos do 4º ano tiveram um melhor desempenho em Língua Portuguesa do que em Matemática (88,7% e 76,2% de níveis positivos), embora abaixo dos valores nacionais (90,6% e 83,1%). Também no 6º ano, estes níveis foram superiores em Língua Portuguesa (71,1%), em relação aos de Matemática (37,3%) e, em ambos os casos, inferiores aos nacionais (83,3% e 56,9%). Nos exames nacionais do 9º ano, ainda em 2006/2007, os resultados alcançados em Matemática foram negativos, com uma média de 1,5. Cerca de 90% dos alunos obtiveram níveis iguais ou inferiores a 2, registando-se um agravamento relativamente ao ano lectivo anterior, com média de 2, em que os alunos obtiveram 77,7% de níveis negativos. Em qualquer um dos anos, as médias do Agrupamento ficaram aquém das nacionais (2,4 em 2005/2006 e 2,2 em 2006/2007). Em Língua Portuguesa, no ano de 2006/2007, os alunos obtiveram uma média de 3,1, constatando-se uma melhoria comparativamente a 2005/2006, em que a média foi de 2,6. Estes valores são inferiores em 0,1 aos nacionais. Ao contrário, as classificações internas baixaram de 3,2, em 2005/2006, para 2,5, em 2006/2007.

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No mesmo ano, tendo em conta os dados do Agrupamento, a taxa de abandono escolar no 1.º Ciclo foi de 0.75%, no 6º ano de 4.91% e no 9º ano de 8.5%, não se registando abandono escolar nos restantes anos. 1.2 Participação e desenvolvimento cívico

Os alunos contribuíram para a identificação das problemáticas inscritas no Projecto Educativo. Estão representados nos Conselhos de Turma e possuem um órgão próprio, o Parlamento Estudantil, em que debatem temas relacionados com o funcionamento do Agrupamento e são auscultados sobre assuntos do seu interesse.

Na Área de Projecto e em Formação Cívica, decidem os temas a trabalhar, mediante as propostas que lhes são apresentadas. Ao nível de Formação Cívica reúnem, mensalmente, em assembleias de turma. Assumem, ainda, diversas responsabilidades no âmbito das actividades de enriquecimento curricular e em acções dinamizadas pelo órgão de gestão, como o apadrinhamentodos alunos mais novos e a realização de festas comemorativas de efemérides.

A valorização dos sucessos individuais esteve na origem dos Quadros de Excelência e de Valor, nos 2º e 3º Ciclos, destinados a premiar aqueles que obtiveram melhores resultados académicos e os que se destacaram pela sua conduta exemplar ou por acções marcantes de solidariedade.

Os alunos identificam-se com o Agrupamento e, em especial, com a Escola que frequentam, uma vez que apenas esporadicamente vão à escola sede. O sentido de pertença evidencia-se nas actividades desportivas e nos projectos em que participam, em representação do estabelecimento de ensino.

De um modo geral, os discentes manifestam comportamentos cívicos, sobretudo, através da participação em campanhas de solidariedade e de limpeza da escola. Contudo, é nos níveis mais baixos de escolaridade (Educação Pré-Escolar, 1.º e 2.º Ciclos) que estes revelam atitudes mais responsáveis relacionadas com questões ambientais.

1.3 Comportamento e disciplina

O clima educativo é de tranquilidade, caracterizado por um bom relacionamento entre docentes, funcionários e alunos, com respeito pelas normas de funcionamento estipuladas. Os alunos conhecem os seus deveres e direitos, trabalham-nos na área de Formação Cívica e definem um código de conduta para a respectiva turma.

O agrupamento não tem enfrentado situações de violência. A indisciplina é um problema localizado nas turmas dos Cursos de Educação e Formação e decorre de agressões verbais entre alunos e destes para com os professores e o pessoal não docente. O Conselho Executivo intervém, de forma célere, na resolução das infracções, aplicando medidas disciplinares preventivas e de integração. O Agrupamento tem implementado estratégias que apontam para a diminuição das situações de indisciplina. Para o efeito, no presente ano lectivo, foi constituído um grupo de trabalho, composto por docentes e pelo representante da Associação de Pais e Encarregados de Educação, com o objectivo de monitorizar a indisciplina e propor acções dissuasoras e interventivas.

Os alunos são, de uma forma geral, assíduos e pontuais, restringindo-se o absentismo aos alunos de etnia cigana.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

O nível de participação das famílias diminui ao longo da escolaridade. Na Educação Pré-Escolar e no 1.º Ciclo, verifica-se um grande envolvimento dos pais e encarregados de educação, diminuindo, acentuadamente, nos 2.º e 3.º Ciclos. O baixo nível sócio-económico e profissional das famílias, associado a reduzidos níveis de escolaridade, reflectem-se nas baixas expectativas de pais e alunos.

O Agrupamento, na prossecução dos seus objectivos, zela pelo sucesso escolar e educativo e atribui uma grande importância ao impacto e à valorização das aprendizagens. Para tal, criou duas turmas de Percursos Curriculares Alternativos e três Cursos de Educação e Formação, em resposta às características e às necessidades dos alunos. Estes, bem como os abrangidos por Planos de Acompanhamento e de Recuperação, são responsabilizados pelo sucesso obtido, do mesmo modo que os pais/encarregados de educação tomam consciência da importância do seu papel no desenvolvimento dos planos dos seus educandos, subscrevendo-os. Os Planos de Acompanhamento e de Recuperação são acompanhados por fichas de auto-avaliação dirigidas a pais e alunos, como forma de os implicar na consecução dos mesmos.

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2. Prestação do serviço educativo 2.1 Articulação e sequencialidade

Os Conselhos de Docentes e os Departamentos Curriculares asseguram a coordenação e dão cumprimento às deliberações do Conselho Pedagógico. Em sede daquelas estruturas de orientação educativa, é planificado e avaliado o trabalho realizado, são debatidas temáticas pedagógicas e didácticas disciplinares específicas e perspectivada a articulação entre níveis e ciclos de ensino. Além do trabalho intradepartamental, tem sido desenvolvido outro mais localizado no grupo disciplinar. Cada departamento definiu perfis de competências associados aos níveis e critérios de avaliação. O trabalho interdisciplinar, apesar de incipiente, existe nos Conselhos de Turma e é visível nos Projectos Curriculares.

A articulação vertical e horizontal, embora mais consistente entre a Educação Pré-Escolar e o 1.º Ciclo, principalmente nos pólos, e entre os 2.º e 3.º Ciclos, é assinalada como uma debilidade e assumida, como tal, no Projecto Educativo. Para a sua superação, foi constituído um grupo de trabalho, com o objectivo de propor formas de articulação vertical, na realização de actividades, na gestão programática e na construção de instrumentos de avaliação. Ainda assim, registaram-se, em anos anteriores, situações pontuais de articulação entre os vários ciclos, nas disciplinas de Língua Portuguesa, de História e de Geografia.

Enquanto a transição da Educação Pré-Escolar ao 1.º Ciclo é facilitada pelas dinâmicas instituídas nos pólos, na base do desenvolvimento regular de actividades e de reuniões periódicas de Conselhos de Docentes, já a transição de alunos do 1.º ao 2.º Ciclo é considerada uma fragilidade, consequência da ténue articulação entre estes dois níveis de ensino. A constituição de turmas no 5.º ano envolve os docentes dos 4.º e 5.º anos, na procura de soluções organizativas que correspondam às necessidades educativas dos alunos. A sequencialidade da aprendizagem é garantida, sempre que possível, pelas mesmas equipas pedagógicas, ao longo dos ciclos.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

O planeamento didáctico disciplinar, da competência dos Conselhos de Docentes e dos Departamentos Curriculares, tem em conta os programas nacionais e é adequado, pelos docentes, às características dos grupos/turmas e dos alunos.

Não há acompanhamento periódico e supervisão interna da prática lectiva dos docentes, a não ser de forma indirecta, pelos Departamentos Curriculares e pelos Conselhos de Turma. O Órgão de Gestão e os Coordenadores de Departamento apenas intervêm, em contexto de sala de aula, quando há indícios de situações anómalas.

Os professores articulam-se ao nível dos Conselhos de Docentes, em especial nos dos pólos, e dos Conselhos de Turma, na organização do trabalho, no acompanhamento e na avaliação das actividades. Delineiam estratégias de diferenciação pedagógica, promovem, quando possível, a articulação interdisciplinar, avaliam os alunos e analisam os resultados escolares.

Os perfis de competências, definidos pelo Agrupamento, por disciplina e por ciclo, bem como os critérios de avaliação, constituem-se como o principal quadro de referência e de fiabilidade da avaliação dos alunos. Não existem práticas regulares e sistemáticas de calibração de testes e de classificações, se bem que, pontualmente, alguns professores procedam à elaboração de testes, em conjunto. No ano lectivo de 2006/2007, os docentes tiveram formação em áreas muito focalizadas, em especial, no âmbito das Bibliotecas Escolares e do Plano de Acção da Matemática, em cujas acções participaram 11 docentes, num total de 158 horas. As necessidades de formação identificadas não tiveram a resposta adequada do Centro de Formação de Professores de Serpa, Moura e Barrancos, por falta de financiamento. Assinalam-se, por outro lado, algumas acções, no quadro da formação interna, sobre Alimentação, Sexualidade, Informática e Primeiros Socorros.

2.3 Diferenciação e apoios

O Agrupamento procura dar corpo a uma política efectiva de inclusão escolar e de diferenciação do ensino, respondendo às necessidades da população educativa, alargando a oferta formativa, mobilizando os recursos de ensino especial e de apoio sócio-educativo e implicando o Serviço de Psicologia e Orientação e a Equipa de Intervenção Precoce.

Os docentes da Educação Pré-Escolar e do 1.º Ciclo e os Directores de Turma identificam as crianças/alunos com necessidades educativas especiais e fazem o seu encaminhamento para o apoio educativo. A Psicóloga e os docentes colaboram na elaboração dos Planos Educativos Individuais e dos Programas Educativos. As

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medidas do regime educativo especial adoptadas reportam-se a adaptações curriculares, a condições especiais de avaliação, a apoio pedagógico acrescido e ao ensino especial.

As crianças e os alunos com necessidades educativas especiais, de carácter permanente, beneficiam de apoio directo, dentro da sala de aula, por parte de docentes da educação especial. Estes apoiam, de igual forma, os colegas em cujas turmas estão incluídos outros alunos, do regime educativo especial, com dificuldades menos limitativas, relativamente à organização das actividades e à diferenciação do ensino. Os docentes de apoio articulam com os do ensino regular, no planeamento, na realização e na avaliação das actividades e das aprendizagens. Realça-se o trabalho daqueles docentes na implicação dos pais e encarregados de educação no processo escolar dos filhos e na articulação entre as famílias e os serviços sociais e de saúde.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

As diferentes componentes formativas decorrem não somente da gestão dos programas, mas também das diferentes actividades de prolongamento de horário, de enriquecimento e de complemento curricular, que possibilitam às crianças e alunos a realização de um conjunto mais vasto de experiências de aprendizagem. A dimensão artística ganha relevância pela dinamização do Clube de Teatro, do Jornal Escolar e das modalidades desportivas enquadradas no Desporto Escolar e no Clube Kaskadura.

O Ensino Experimental das Ciências, no 1.º Ciclo, tem tido algum incremento, em resultado do Projecto Ciência Viva e, recentemente, do Programa “Ensino Experimental das Ciências”, os quais, pela atribuição de verbas, permitem, ao Agrupamento, a aquisição de equipamentos. O desenvolvimento de uma atitude positiva face à metodologia científica, nos 2.º e 3.º Ciclos, é condicionado pela inexistência de um espaço laboratorial adequado.

Algumas iniciativas com grande exposição pública, como o desfile de Carnaval, as Marchas Populares, as Estudantinas e a exposição de trabalhos, constituem oportunidades de afirmação e de valorização das dimensões culturais e sociais.

Os saberes práticos associados ao desenvolvimento de uma actividade profissional estão presentes nos Cursos de Educação e Formação, sendo esta vertente um aliciante à sua frequência.

Os pais e encarregados de educação manifestaram interesse no alargamento da oferta de línguas estrangeiras, ao Espanhol, visto que Amareleja se localiza próximo da fronteira com Espanha.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O Projecto Educativo, elaborado para o triénio de 2006/2009, contou com a participação da comunidade educativa no diagnóstico dos problemas e das necessidades. Para a superação das dificuldades diagnosticadas, foram definidas as linhas orientadoras, os objectivos a alcançar e as estratégias a implementar, constatando-se uma articulação explícita entre os documentos estruturantes. O planeamento das actividades decorre, assim, da consecução das prioridades preconizadas no Projecto Educativo.

O Projecto Curricular de Escola contempla os critérios em que assentam a distribuição do serviço docente, a elaboração dos horários e a gestão do tempo escolar. A actividade lectiva distribui-se, de modo equilibrado, pelos cinco dias da semana, dispondo todas as turmas de duas tardes livres, com vista à participação dos alunos nas actividades de apoio e de enriquecimento curricular.

A área de Estudo Acompanhado, dadas as dificuldades reveladas pelos alunos em Língua Portuguesa e em Matemática, foi orientada para o reforço destas disciplinas. Ainda com o objectivo de melhorar o desempenho dos alunos nas referidas áreas programáticas, foi criada a Oficina de Escrita e instituída a co-docência, em Matemática. O Agrupamento decidiu incluir a área das Tecnologias de Informação e Comunicação na matriz curricular dos 2º e 3º Ciclos, como disciplina de oferta de escola.

3.2 Gestão dos recursos humanos

A direcção da escola tem procedido à distribuição do serviço lectivo, de acordo com as competências pessoais e profissionais dos professores, salvaguardando a continuidade pedagógica. Neste sentido, a leccionação dos Cursos de Educação e Formação e das turmas de Percursos Curriculares Alternativos foi entregue, sempre que possível, a professores do Quadro de Escola, cujas características melhor se adequavam àquelas turmas. Os critérios determinados para a distribuição de serviço e para a atribuição de funções atendem às competências pedagógicas e relacionais e à formação especializada dos docentes.

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As competências pessoais e profissionais do pessoal não docente são igualmente consideradas na distribuição do serviço. Existindo rotatividade de funções por parte do auxiliares de acção educativa, o Conselho Executivo tem a preocupação de afectar a cada tarefa o funcionário com melhor capacidade para o seu exercício, sendo coadjuvado pela Chefe de Pessoal Auxiliar e pelos docentes responsáveis de estabelecimento. Este cuidado é extensível à contratação de novos funcionários, procurando o Agrupamento integrar apenas aqueles com perfil apropriado.

Os Departamentos Curriculares e os Conselhos de Docentes, instâncias de apoio e de acompanhamento dos professores na realização da sua prática lectiva, integram uma vertente formativa, não estruturada.

Nos anos lectivos anteriores, os funcionários não tiveram acesso a formação, no entanto, no presente ano lectivo, três deles já frequentaram acções, no âmbito das Bibliotecas Escolares e do Ensino Especial.

Ainda que não exista um plano específico de integração, os docentes e funcionários recém colocados no Agrupamento sentiram-se bem acolhidos, tendo sido recebidos pelo Órgão de Gestão, de forma calorosa, e encaminhados para as estruturas competentes, Departamentos Curriculares ou Conselho de Docentes. Os auxiliares dos Jardins-de-Infância são apoiados pelas educadoras responsáveis por cada sala de actividades. Os Serviços Administrativos, actualmente organizados por áreas, mas a prepararem a sua transição para a gestão por processos, têm correspondido às solicitações dos utentes e às necessidades do Agrupamento, sendo o seu serviço reconhecido pela qualidade.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

As instalações do Agrupamento são adequadas ao fim educativo, apesar de alguns espaços exteriores dos edifícios dos pólos não reunirem as condições mais favoráveis às actividades que neles se desenvolvem. A escola sede está subdimensionada, sendo notória a falta de salas de aula, o que cria alguns constrangimentos, por exemplo, à criação de um Laboratório de Matemática e à existência de mais um laboratório para o ensino experimental das ciências.

Os estabelecimentos têm sido intervencionados, com vista à sua manutenção, possuindo condições de segurança, de higiene e de salubridade. Na EBI de Amareleja, de maiores dimensões, em relação às outras escolas, há um controlo efectivo de entradas e saídas. Os pólos educativos de Safara, Santo Aleixo e Póvoa de São Miguel não dispõem de espaços específicos para a prática da actividade artística e da Educação Física. A EBI da Amareleja possui um plano de segurança e de emergência, testado em Dezembro de 2007, e de meios de combate a incêndios. Os equipamentos para a prática da Educação Física não estão certificados ao nível da segurança, considerando os docentes desta área que os mesmos cumprem todos os requisitos. Na escola sede, para os 2º e 3º Ciclos, existe um único laboratório, o que não permite que todas as turmas tenham o desdobramento nas disciplinas de Ciências Naturais e Físico-Químicas nesse espaço, o qual, embora bem apetrechado, em equipamentos e em materiais reagentes, é pouco funcional.

Todas as Escolas do Agrupamento dispõem de Bibliotecas, integradas na Rede de Bibliotecas Escolares, funcionando as dos pólos em parceria com a Câmara Municipal de Moura. Estas apresentam um acervo bibliográfico satisfatório e estão equipadas com material informático. Na escola sede, os alunos acedem livremente à Biblioteca, onde são acompanhados por docentes e por uma funcionária, podendo utilizar os computadores, unicamente, para a realização de pesquisas e trabalhos escolares.

As salas de actividades da Educação Pré-Escolar e as salas de aula do 1º Ciclo estão apetrechadas com computador, existindo em cada pólo, pelo menos, uma ligação à Internet. Na EBI da Amareleja, os equipamentos informáticos são em número suficiente, porém, obsoletos, o que lhes retira eficácia. Docentes e alunos podem recorrer aos 14 computadores portáteis.

Os docentes da Educação Pré-Escolar e do 1º Ciclo têm conhecimento das verbas atribuídas pela autarquia e que são entregues, de forma equitativa, pelas várias salas. Os Departamentos Curriculares desconhecem os montantes com que podem contar, embora prevejam os custos das actividades insertas no Plano de Actividades. A Assembleia, ainda que analise o projecto de orçamento, não define as linhas orientadoras para a sua elaboração. Na globalidade, o orçamento está alinhado com as prioridades do Projecto Educativo. O Agrupamento, pese embora os condicionalismos do meio, consegue gerar verbas próprias, através do aluguer das instalações desportivas, da candidatura a projectos e programas e da instalação de painéis fotovoltáicos.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

O Agrupamento tem uma preocupação contínua por atrair e implicar os pais e encarregados de educação na vida escolar, em particular, no apoio aos seus educandos. O Conselho Executivo, no início de cada período lectivo, realiza reuniões gerais com os pais e encarregados de educação, nas quais são comunicadas as

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iniciativas a dinamizar, apresentados os resultados escolares e debatidos assuntos relacionados com a aprendizagem dos alunos, tais como formas de participação, de envolvimento e de apoio da família. No início do ano lectivo, é distribuída uma brochura com orientações gerais sobre o funcionamento escolar. Muitas das actividades organizadas são abertas aos encarregados de educação, nomeadamente a comemoração de efemérides e a realização de palestras, de conferências e da Semana da Comunidade. A flexibilidade dos horários de atendimento aos encarregados de educação, por parte dos docentes, e a marcação de reuniões em horário pós laboral são exemplo da disponibilidade por estes demonstrada. Nos contactos com os pais, os docentes informam-nos sobre as aprendizagens dos alunos e acerca do modo como os devem motivar e acompanhar em casa. Contudo, continua a constatar-se uma diminuição da participação dos pais à medida que o nível de escolaridade dos filhos vai aumentando. A caderneta escolar, com o logótipo do Agrupamento, é um dos meios de comunicação utilizados entre docentes e pais.

Estes estão representados nos órgãos de administração e gestão e são auscultados, frequentemente, para a tomada de decisões. A Associação de Pais e Encarregados de Educação é um parceiro de grande importância para o Agrupamento, assumindo-se como entidade promotora das actividades de apoio à família e de enriquecimento curricular, à excepção do Inglês, garantido pela autarquia.

3.5 Equidade e justiça

A gestão pauta-se por princípios de equidade e de justiça e mobiliza os órgãos e estruturas de orientação educativa, na procura das soluções mais adequadas aos problemas diagnosticados. Garante oportunidades iguais a toda a comunidade educativa, na distribuição de tarefas e funções pelos docentes e funcionários, no acesso às ofertas formativas, a experiências escolares estimulantes e a equipamentos pelos alunos, bem como na sua inserção nas turmas e na organização dos respectivos semanários-horários.

A inclusão escolar é uma prioridade dos responsáveis pelo Agrupamento, em especial, na atenção dada aos alunos com necessidades especiais de educação e aos alunos de etnia cigana, com a dinamização dos projectos “7 Vidas “ e “Encontros”, em que se procura envolver a comunidade cigana e motivar as crianças para a frequência das actividades escolares.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

Os órgãos de administração e gestão identificaram, de forma clara, os objectivos da organização, centrados na melhoria dos resultados dos alunos, principalmente no 3º Ciclo, na débil articulação entre as estruturas de orientação educativa e na promoção da participação dos pais e encarregados de educação. Os objectivos, fruto do diagnóstico de necessidades e de debilidades, por parte da comunidade escolar, estão conformes com as prioridades de intervenção. O Projecto Educativo e o Projecto Curricular de Agrupamento, ambos para o triénio 2006/2009, estão articulados e são uma garantia de intencionalidade e de sequencialidade das acções organizativas.

O Projecto Educativo estabelece os objectivos e as estratégias de actuação, face às nove problemáticas identificadas, e identifica os recursos materiais e humanos a alocar, bem como os responsáveis pela sua execução. Embora determine os resultados a alcançar, através de metas claras, nem sempre é notória a forma como estas poderão ser avaliadas.

A diversificação da oferta educativa, com a criação de turmas de Percursos Curriculares Alternativos e de Cursos de Educação e Formação, enquadrou-se na prevenção do insucesso educativo e do abandono escolar, com opção pelas áreas de formação que, tendo em conta o meio envolvente, foram possíveis de desenvolver com os recursos existentes.

O Agrupamento é reconhecido pela qualidade do profissionalismo e do acolhimento. O seu sítio na internet surge como um dos cartões de visita e o meio preferencial de divulgação.

As acções perspectivadas nos documentos orientadores revelam uma estratégia de intervenção e de uma visão futura. Neste sentido, o alargamento da oferta educativa é entendido como um dos eixos de desenvolvimento, se bem que para tal seja imprescindível estabelecer parcerias com entidades exteriores à comunidade local.

4.2 Motivação e empenho

Os responsáveis do Agrupamento e das diferentes estruturas intervêm nas respectivas áreas e exercem as suas competências, de forma articulada e cooperativa. O Órgão de Gestão conhece as capacidades de cada

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um dos profissionais, responsabiliza-os e valoriza as suas intervenções. A forma empenhada e disponível com que recebe todos quantos a ele se dirigem é geradora de um clima de tranquilidade e de motivação. Os docentes e os funcionários são interessados e sentem-se envolvidos na tomada de decisões sobre questões que lhes dizem respeito, sobressaindo a constituição de um grupo de trabalho para debate e análise da indisciplina. Executam as suas tarefas de modo autónomo, disponibilizando-se para acções de embelezamento dos espaços e de reparação de equipamentos e de materiais.

O Agrupamento está atento ao quotidiano das crianças e alunos, actuando, em conjunto, com várias entidades, nomeadamente, com a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e a Segurança Social, quando os direitos dos menores estão ameaçados.

4.3 Abertura à inovação

Uma das vertentes inovadoras está associada ao uso das novas tecnologias, com reflexos na formação de alunos e de professores, na modernização dos serviços administrativos, na utilização do cartão digital e na participação na “Candidatura de Mérito”, com a catalogação on-line dos títulos existentes em todas as Bibliotecas do concelho de Moura. O Agrupamento tem investido no seu apetrechamento informático, dispondo de sistema wireless, de quatro quadros interactivos, recentemente adquiridos, e de uma plataforma Moodle, em fase inicial de utilização.

A educação ambiental afirma-se como uma área de destaque, em particular com o Projecto Eco-Escolas, pelas experiências de aprendizagem que proporciona e pelo reconhecimento público que tem dado ao Agrupamento. A diversidade de actividades desportivas, no âmbito do Clube Kaskadura, ao mesmo tempo que tira partido dos recursos naturais, em especial da albufeira do Alqueva, enriquece as alternativas ocupacionais e educativas dos alunos.

A cooperação com a Câmara Municipal de Moura para a criação de Bibliotecas, simultaneamente escolares e públicas, denota a preocupação pela melhoria dos hábitos culturais das comunidades.

O alargamento da oferta educativa enquadra-se numa outra vertente de inovação, face à carência de alternativas no meio, com impacto numa maior integração escolar e social dos alunos. Da mesma forma, a colocação de painéis fotovoltáicos na cobertura do pavilhão é uma maneira inovadora de gerar receitas próprias, com recurso a uma fonte natural.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

A autarquia é o principal parceiro educativo do Agrupamento, colaborando na dinamização das Bibliotecas Escolares e Comunitárias, na organização de eventos culturais, na atribuição de recursos financeiros e materiais, na colocação de funcionários, incluindo a psicóloga. De referir a ligação com outras entidades locais: a Extensão de Saúde de Amareleja, no âmbito das “Escolas Promotoras de Saúde”, através da realização de palestras sobre alimentação saudável e sexualidade; o Centro Social de Amareleja; a Sociedade Filarmónica União Musical Amarelejense; a Casa do Povo de Safara, no desenvolvimento de actividades de apoio à família e de enriquecimento curricular; a Associação para o Desenvolvimento do Concelho de Moura; a Escola Profissional de Moura, de cujo Conselho Consultivo faz parte um representante do Agrupamento de Escolas da Amareleja e a Amper Central Solar, empresa responsável pela instalação da mini central fotovoltáica na escola sede.

Registam-se alguns intercâmbios transfronteiriços com escolas espanholas: o Colégio El Llano de Monasterio de Badajoz e a Escola de Valência del Monbuy. Nos anos lectivos de 2005/2006 e 2006/2007, o Agrupamento esteve representado no âmbito do Projecto “Puentes”, em Aracena. Recentemente, a Escola do 1º Ciclo de Safara foi convidada a estabelecer intercâmbio com uma escola de Belgrado, ambas inseridas no núcleo de Escolas da UNESCO.

As Escolas dos Concelhos de Moura, Mértola, Vidigueira, Serpa, Barrancos, Cuba e Beja reúnem mensalmente, tendo em vista a definição conjunta de questões de política educativa.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do agrupamento 5.1 Auto-avaliação

A necessidade de se conhecer a si próprio e de identificar os pontos fortes e fracos do seu funcionamento, levou o Agrupamento a encetar processos de auto-avaliação, em três momentos distintos. Nos dois primeiros, fez um diagnóstico, através da inquirição da comunidade educativa, e identificou as áreas de maior fragilidade. Com base nesta metodologia, foram referenciadas as problemáticas de suporte da

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elaboração do Projecto Educativo, em que se esboça um quadro de acção de melhoria. A avaliação das acções desenvolvidas, nas estruturas e órgãos do Agrupamento, só de maneira indirecta tiveram em conta os objectivos traçados. Não foi produzido qualquer relatório de avaliação periódica dos resultados alcançados, por ano, em face dos esperados.

Recentemente, foi constituída uma equipa de auto-avaliação, integrada por representantes dos Conselhos de Docentes, dos Departamentos Curriculares e dos Cursos de Educação e Formação, com o objectivo de relançar o processo de avaliação interna, tendo adoptado, como estrutura conceptual, o modelo CAF. À data desta avaliação, a referida equipa havia construído inquéritos, destinados a docentes, não docentes, alunos e encarregados de educação, visando a reidentificação de problemas educativos, nos diferentes domínios em avaliação.

5.2 Sustentabilidade do progresso

A melhoria das aprendizagens e dos resultados escolares constitui o principal objectivo do Agrupamento, em torno do qual se procura mobilizar a comunidade educativa. A qualidade do clima educativo e a articulação do Conselho Executivo com as diferentes estruturas de coordenação pedagógica favorecem a consecução daquele fim. A liderança exercida pelo Órgão de Gestão, a motivação dos profissionais, o envolvimento activo da autarquia e da comunidade permitem ultrapassar parte dos condicionalismos sócio-culturais impostos pelo meio, com vista a um progresso sustentado.

Embora já estejam identificados alguns constrangimentos com que se confronta a organização, o processo de auto-avaliação, agora lançado, perspectiva um conhecimento mais rigoroso de pontos fortes e fracos, que conduzam ao desenvolvimento das acções de melhoria que se impuserem.

V – Considerações finais

Apresenta-se agora uma síntese dos atributos da Unidade de Gestão (pontos fortes e pontos fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos) que poderá orientar a sua estratégia de melhoria.

Neste âmbito, entende-se por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; oportunidade:

condição externa à organização que poderá ajudar a alcançar os seus objectivos; constrangimento: condição externa à organização que poderá prejudicar o cumprimento dos seus objectivos.

Todos os tópicos seguidamente identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

ƒ O clima educativo potenciador das aprendizagens;

ƒ A oferta educativa, numa perspectiva de inclusão escolar e de diversificação do ensino; ƒ A liderança de topo e a sua abertura às propostas da comunidade educativa;

ƒ A articulação entre o Conselho Executivo e os restantes órgãos e estruturas de orientação educativa.

Pontos fracos

ƒ A fraca articulação pedagógica vertical, em especial entre o 1º e o 2º Ciclos; ƒ A inexistência de supervisão interna da prática lectiva;

ƒ A fraca participação dos pais e encarregados de educação dos alunos dos 2º e 3º Ciclos; ƒ A falta de avaliação sistemática do nível de consecução das acções estabelecidas no Projecto

Educativo. Oportunidades

ƒ O alargamento da oferta formativa em função do desenvolvimento económico e social local. Constrangimentos

ƒ O subdimensionamento da escola sede;

Referências

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