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Sciencias medicas (Que molestias predominão sobre os que se empregão nas fabricas de tabaco e charutos estabelecidas na cidade Rio de Janeiro? devem por ventura attribuir os resultados da observação exclusivamente ás emanações por que passão durante o seu

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(1)

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APRESENTADA

ÁFACULDADE DEMEDICINA DO RIO DE JANEIRO,

E PERANTE ELLA SUSTENTADA EM9DE DEZEMBRO DE1852

POR

S /

H

/

MUO

tyfea

à

cemen /

a

DOUTOREM MEDICINA PELA MESMA FACULDADE,

NATURALDACIDADEDE CAMPOS(RIO DE JANEIRO), PRESIDENTEDAASSOCIAÇÃOLITTERARIAFLUMINENSE,

FILHO LEGITIMO DE

Felicio

do

Nascimento Silva

.

*

1.0

SCIENCIAS MEDICAS

.

Quemoléstiaspredominãosobreos que se empregão nasfabricas de tabacoe charutos estabelecidas nacidade doRio deJaneiro?

Devem

-

se porventuraattribuir os resultados daobservação exclusivameníe ás emanações,

por quepassãoduranteo seu fabrico ?

2.0

SCIENCIAS ACCESSORIAS

.

Tratardo chumbo,seus oxydosesaes,c meio dereconheceressescorpos

. 3.0 SCIENCIAS CIR

Ú

RGICAS

.

De que dependeamortenas lesõestraumaticas?

Ograndeempenho daintclligcnciahumana

.

devesa

-

loserou transformaprevenirou remover o mal

-

loembem

.

,neutrali

-

(MAXIMASDOMARQUEZ DE MARICáPAO

.

60)

.

RIO DE JANEIRO

.

TYPOGRAPHIADE NICOLÁO LOBOMANNA JUNIOR,

RUA D'AJUDAN

.

°57

.

1852

.

(2)

'

M Ü JiMlK M EUSIHOM

DO RIO DE JANEIRO .

I

DIRECTOR

OEXM

.

®SR

.

CONSELHEIRO DR

.

JOSE1MARTINSDA CRUZJOBIM

.

LENTES PROPRIETáRIOS. Os SRS

.

DOUTORES

.

1

.

®ANNO

.

F

.

DEP

.

CâNDIDO

F

.

F

.

ALLEMAô

2

.

° ANNO

.

. . .

Physica Medica

.

BotanicaMedica, cprincí pios elementaresdr Zoologia

.

Cliimica Medica

,

cprincípioselemental®*»de Mineralogia.

Anatomiagerale descriptiva

.

I

J

.

V.TORRES HOMEM J

.

M

.

NONES GARCIA

3

.

"ANNO

.

J

.

M

.

N

.

GARCIA,Examinador

.

L

.

DEA

.

P

.

DACUNHA

U.*ANNO

.

J

.

B

.

DAROSA,Examinador

. .

J.J.DASILVA

J

.

J

.

DECARVALHO,Presidente.

5

.

® ANNO

.

Anatomiageralcdescriptiva

.

Physiologia

.

Pathologla geralcexterna

.

Palhologia geralcinterna.

Pharmacia,Matéria Medica,especialmentea Brasileira,TherapeuticaeArtede formular

. }

i Operações,

) relhos

.

í Partos,Moléstias demulherespejadasepari

-

S das,c de meninos recem

-

nascidos

.

Anatomia topographlca cAppa

-

C

.

B.MONTEIRO

.

L

.

DAC.FEIIO\

G. ANNO

.

Hygienec Historia de Medicina

.

MedicinaLegal

.

T

.

G

.

DOSSANTOS

.

J

.

M.DAC

.

JOBIM

. . .

ClinicaexternacAnat

.

Pathologica respcctiva

.

. . .

Clinica internacAnat

.

1athologica respcctiva

.

LENTES SUBSTITUTOS

.

'*

I

Secção Medica

.

' ']

^ I

SecSecçãçãooCirde Scicnciasúrgica

.

Accessorias

.

2

.

®aoû

.

°M

.

F

.

P

.

DECARVALHO

. . . .

5

.

ao6

.

°M

.

DEV

.

PIMENTEL

A

.

F

.

MARTINS

M.M

.

DEMORAESEVAI.LE,Examinador

.

V

.

FERREIRADE ABREU

. . . .

.

. . . .

F

.

BONIFáCIO DEABREU,Examinador

. .

A

.

M.DEMIRANDAECASTRO F

.

G

.

DAROCHAFREIRE

SECRETARIO PR

.

LUIZ CARLOSDAFONSECA

.

iV

.

li

.

AFaculdadenãoapprova,nemdesaprovaasopiniões emittidas nas'IVsesmirilu

-

são apresentadas

.

1

(3)

AOS MANES

D E M E L

CARIMIOSO ME

Lina lagrima pungente de d ô r

e

saudade , um adeos

lugubre entre

a

exist

ê

ncia e

a

lembranç a .

(4)

A MINHAMUITO PREZADA MAE

AILLUSTRJSSIMASENHORA

D . JUSTA OCT

À

VL 4 NN

À

DO NASCIMENTO SILVA .

Estampando vossonome em minha these, oprimeiro frueto deminha fracaintelligencia,étudo que posso fazer em recompensadoquanto,fizes

-

tesá vossofilho,afimde chegar a posição, quehojeoccupa nasociedade. Dignae

-

vos,poisrecebel

-

a como a mais cordial expressão demeu amor filial.

A MINHA CARA IRMÃA

AILUSTRÍSSIMASENHORA «!

1). MARIA AUGUSTA DONASCIMENTOSILVA

.

Signalda mais pura amisadefraternal

.

AOMEU RESPEITÁVEL TIO EBOMAMIGO

OEXCELLENTÍSSIMOSENHOR

JOSINO

DO

NASCIMENTO SILVA .

Presidenteda Provínciade S.Paulo,OfficialMaior da Secretariada Justiça,

cx-Dcputado áAssembléaGeraleProvincial do Rio de Janeiro, BacharelFormado emDireitopela Academiade S.Paulo,

Socio Honorárioda AssociaçãoLitteraria Fluminense

.

Hoje, que hei tocadoamela daslides Académicas, hoje que vejorealisa

-

dasasminhasevossas esperanças,e completadaminhaaugusta missão, per

-

mitia,meusegundopae

,

que eu cumpra umdeverdegratidão,

todaaespontaneidade domeucoração,eu vosdôuma mesquinha,massin

-

cerademonstraeção demeureconhecimento pelos inqualificáveisbenefícios que de vós heirecebido

.

Maso que podereifazerneste momento,

digno de vós?

. ..

Assim concedei

-

mea honra de gravarvosso nome nha These, comoexpressão da maisdecididae firme amisade, eda mais eternagratidão

.

e quecom

queseja

emmi

-

(5)

A*MINHA ESTIMADA TIA

AEXM

.

*SR

.

*I)

.

MARÍAJESÜINADA ROCHAESILVA

.

Respeito,amisade, econsideração.

AOSMEUS AFFE1ÇOADOS PRIMOS.

Signaldesympathia.

A1LLM\SR*

.

I)

.

EMERENCI ANA ANTONIA

CAMPISTA.

Tributode gratidãocamisade

.

*

A*MINHA MADRINHA

A ILLM

.

*SR

.

*D

.

JESU1NA EMILIA DA SILVA

.

Signalde lembrança.

A’ ILLM

.

*SR*

.

D

.

ROSA MARIA DE JESUSMARQUES ESUA FAMÍLIA,

E EM PARTICULAR

ASILLM**

.

SR”

.

D

.

ROSATHEODORA DOS SANTOS, ADELAIDE CAROLINA PINTO

.

Expressãoderespeitosaccordial amisade.

AO ILLM0

.

SR.DR

.

JOSE PEREIRA RECO

.

Homenagem aotalento, tributo ao saber.

AOILLM*SR

.

DR

.

MAXIMIANNOMARQES DE CARVALHO

.

Demonstraçãodereconhecimento

.

(6)

AO ILLM

- .

SR

.

ANTONIOJOSÉ VICTORINO DEBARROS

.

O olvidonao será a recompensadevassosobséquios

.

AOILLM

.

° SR

.

JOSE DE CARVALHO E SILVA EA TODASUA FAMÍLIA

.

Exígua,porém sinceracxpressíío de minha verdadeira amisade

.

AOSMEUS PARTICULARES AMIGOS

OSILLUSTRISSIMOSSEMIORES

Padre Mestre Joaquim Ferreira da Cruz Belmonte .

Joaquim Pinto Netto Machado .

Dr . José Maria de Andrade .

Dr . Manuel Francisco Povoa Ferreira .

Firmino

dos

Santos Pacheco .

Jo

ão

Baptista Pereira . Jeronymo Baptista Pereira .

Domingos José de Campos Braga .

Pedro Leite de Souza Bastos .

José Joaquim Pereira d

Azevcdo .

Eraco,mas verdadeirotestemunho deminha constanteamisade

.

AOSMEUSCOLLEGASE AMIGOS

OSSENHORESDOUTORES

Francisco José Vieira . Joaquim de Oliveira Garcia .

Manoel José de Oliveira .

Manoel Teixeira de Souza Leite . Pedro Antonio Vieira

da

Costa .

Antonio Francisco Gomes .

Lembrançadotempoque junto passá mos

.

(7)

AOS II

.

LUSTRISSI\IOSSKNHORES

.

I í orinenegildo Rodrigues de Alvarenga .

José Pereira Tinoco .

Manoel Hil

á

rio Pires Ferr

ão

.

Kduardo Pimenta Bueno .

Pequenaprova de sympalliia e afleição.

Maxiinianno Augusto Pinto .

Gratidão

.

A ASSOCIAÇÃO LITTEIIAR IA FLUMINENSE

E KM PARTICULAR AOS ILI

.

USTRISS1 MOSSENIIORES

Albino Rodrigues de Alvarenga .

José Julio Dreys . Antonio José de Freitas .

Antonio Achilles

do

Miranda Varej

ão

.

Signaldereconhecimento,etributo de gratidão pela confiança quesempre em mim depositasteis

.

AOS MEUSDIGNOS LENTES DA FACULDADE DE MEDICINA

.

OS ILLUSTRISSIMOSSENHORESDOUTORES

Francisco Bonifacio de Abreu .

José Maurício Nunes Garcia . Francisco Ferreira

de

Abreu .

Jos

é

Bento

da

Rosa .

Signal deacatamento,respeitoeveneração

.

AOILLUSTRISSIMO SENHORDOUTORJOÃOJOSÉDECARVALHO.

Agradecimentoeterno, não sópelabondadecom quevosdignasteisacodir á supplicu devosso discípulo,acceilandoa presidência desuathese, como lambem pelas maneiras polidas,delicadas, catleucionaescomquesempreo haveis tratado

.

(8)

saiiail ® mm ®

9

Que mol

é

stias predomiii û o sobre os que sc empreg à o nas labricas de tabaco

,

e charutos

,

estabelecidas na cidade do llio de Janeiro ? Devem - se por ventura atlribuir os resultados da observa

çã

o exclusiva mente

ã emana

çõ

es porque pass â o durante o seu fabrico ?

(9)

HWI WHS ,

9ÎOK

*

Ç arniolestias pr

é

domin

ât)

sobre os que

seemprtgâ

o nas Fabricas de tabaco

,

e cbarulos

,

estabelecidas na cidade do Rio de Janeiro?

Deveni - se por ventura altribuir os resultados da observa

çã

o exclusivamente à emana

çõ

es porque pass â o durante o seu fabrico ?

»

Antes deentrarmos na apreciaçãodenossoponto, epara melhor sabermos que moléstiaspredominSo nosqueseemprcgSo nas differentes preparações dotoria,tabaco, julgamos

seus caracteresconveniente breves considerabotânicos,

e analyse chimicaçõessobre

. —

asua

histo

-

CAPITULO PRIMEIRO .

1)A HISTORIA

.

FoinoséculoXVI queodescobrimentodo tabacoleveorigem ;trèsparles domundo disputarão entre siemqual deseussoloshouveraelleprimeiro bro

-

tadoquerendocadaumaparasiagloria de haver elle nascido primeiro emseu seio;sóa Africanãofez reclamações

.

Alais tarde osgrandes escriptores

,

tentarãoporlongosannos essaporfia,uns em favordaEuropa,outrosda Asia, outros da America;prevaleceuporéma opinião dosúltimos

.

Mas aquestãonão selimitouaisto

,

foi maislonge;jáse não queria saberdondeeraind ígena este importante vegetal,mais simquemfoi seu descobridor,c secomeçou aserco

-

nhecido naEuropapela descoberta da America

.

QuandoColombo abordou á America,certospadres indianos,a quemosnaturaes davãoonomcdcPiaches, tinhão o costume de fumar as folhas deumcerto vegetal paraseparccercmins

-

piradospelasortede excitação mentalemque ficavão

.

Homan Pane, eremita sus

-

(10)

-

i

-

Hespanhol,passa,naopinião dcalgunshistoriadores,por seroEuropèoque primeiro descobrioque estas folhas pertenciãoaotabaco

.

Todosos autores variãonaépoca em que esteimportanteacontecimentoteve lugar ; porém o quenãosoffreamenorduvida éque poucodepois de conhecerestaplanta que produzia estas folhas deque seserviãoosíndios,Fernando Cortez as envioua CarlosV.em1519

.

Alguém porémainda opinaque,deve

-

seo seudescobrimentoao almirante inglezDrak, conquistador daVirgínea,e seuprimeiro introductor,noNorte daEuropa;após estes apresentão

-

seainda Sir WalterRaleigh,emuitos ou

-

tros ;de sortequetorna

-

seimpossível chegar

-

sea um accordo a este res

-

peito,podendo

-

scapenasdizerqueotabaco foi bemconhecido naEuropa no meiado doséculo XVI. Diz D

.

Vllóa,que sendoo tabaco muitoantigfr

noOriente, antesquesetivessedescobertooNovo Mundo,era quasi impos

-

sível,queellenão setivesseespalhadonoOrientepara Europapelocommer

-

ciodo Mediterrâneo;commercio quefaziãoosVenezianos, antes queosPor

-

tugueses tivessemdobradoo CabodaBoa Esperançaem 1487

.

O queunica

-

mentepodíamosasseveraréqueo usodotabacogeneralisou

-

semuitona Europa

depoisdadescobertadoNovoMundo,que tanto concorreu para os progressos da civilisação.

Estaplanta,naturaldaAsia eda America, recebeu cm cadaumadessas Nações nomesdifferentes, assimosMexicanos davão

-

lhe onome de Vett ou deQuauryett; osPeruvianos,de Sayoi,ouSayri; nas Floridasediversas outraspartes daAmerica,o seu nomeconhecidoeraPetumouPetun; no Brasil, diz o Sr

.

Macgrave,queescreveu em1(550,eraella denominadaPe

-

tima,suasfolhasPetimaoba, e oscachimbosem que fumavão osnaturaes, Petimbaoba; no idiomachinez, naslínguas Malaia, Arabica,Tartarae no Sanscrit, osseusnomeserãode Ven,Tambracu,Vouly,Tameck, eDumra

-

patra. Alguns naturalistas,querem queonomedc tabaco venha deuma das cidades mexicanas, chamada Tabasco: (O autor do

Essai politique de la Nouvelle Espagne

observa que estapalavra pertencei» lingua doHaiti S

.

Domingos);algunsBotânicos aindaqueremque o nomedetabaco,pelo qual é hoje conhecida esta planta, tire decannas ocas,chamadasporcertos ind ígenasda America tabacos, e das quaes elles se serviãopara a fumar;po

-

rém aetymologia mais seguida,eameuvermaiscerta:é aquella dos natu

-

ralistas

.

NaEuroparecebeunomesdifferentes conforme osindiv íduosquea intro

-

duzião: na França, em15G5, foique se teveconhecimentodestaplanta, pelo filho deum notáriodeNimes, EmbaixadordeFranciscoII, rei deFrança, nacòrlcde Portugal,onde então reinava D.Sebastião;chamava

-

seelle João ou

(11)

5

Nicot, c aplanta dcnominou

-

se Nicotiana cm honra deseu introductory sendo por talnomeaindahoje conhecida nascicncia:(*)nessa mesma occa

-

siãosendoapresentada á Catharina de Medieis,mãi doRei,cdepois aoGrão

-

Priorde Lorena;assim de Catharina de Medieis tomou

-

lheonomede herva

laRainha,cdo Grão

-

Prior deLorena,o appcllidodehervadoGrão

-

Prior

.

Na Italia recebeu o nome de herva de Sancta Croce e de Torna

-

bona,o primeiro de cardeal Sancta Croce, Nuncio apostolico emLisboa,e osegundo de Nicoláu Tornabona,legadonacortedeFranciscoII

.

OsItalia

-

nos receberãoo tabacocommuitoreconhecimento,emil louvores tributarão aquemlhestinhafeito tãograndefavor

.

OsPortuguezes residentes no Bra

-

silderão

-

lheainda onomede hervaSancta,pelaaltaidéa quefaziãodesuas maravilhosas propriedades: dessa origem lhes vierão iguahncnte ainda o nome de panacea antartica, meimendro doPerú, hervade todososmales,

antídoto dadesgraça:era omaisquesepoderiadizerdeumaunica substan

-

cia !Cercadade tantoprestigio,depressa atrombetadafama se fez séarpor todaparte,sendo então muicubicada;porém logolheappareccrãotambém poderosos antagonistas, e, como Jiz o padre Labat, cilafoi entãocomoo pomode discórdia, que accendeu uma guerra vivaentre os sábios

.

Vários monarchesfizerão lavrar decretoseordenações em »niepunião compenas atrozescmesmo infamantes atodos osindivíduos quede talplantafazião Os Mahomctanosforão de todos osseusantagonistasosmais inexcora

-

*

uso.

vois. AssimAmurat IV,Imperador dosTurcos, prohibio o seu uso coma pena de morte;omesmo fizerãoSha

-

Abas eSeac,filho deMirsa,ambos

sophis daPersia; peloquevirão

-

seosPersas deixarem assuascidades,ere

-

fugiarem

-

senos montes para se entregarem a esteseugosto favorito

.

No en

-

tretanto nem todosos Musulmanos levarãoseu zelo tãolonge

,

pois alguns prohibiãoousodestaplanta,unicamentecoraaamputaçãodo nariz,porser aparte mais culpada, como

-

aconteceu também noDucado de Moscovia

.

Nestepaiz seredigio um codigo deleisem1634contra os apaixonados do tabaco

.

Os christãos, comquantonãosemostrassemtãorígoristascontrao

usodo tabaco,não lheforão por isso muito affeiçoados

.

Assim, naInglaterra, aRainha Elisabeth,pensandoqueseussúbditosseharbarisassem, entregan

-

do

-

seaos mesmos gostos dos selvagens, proscreveu o usodo tabaco:da mesmamaneira,JacquesI

.

Na Suissa tambémfoiseu usomaisoumenos

(*) Outrosquerem queotabacosó fosse introduzido em Françanoanno de 1G‘2G,ealgum tempodepoisdo embarque deDyval de.\ ainbuc, paraconquista das antilhas

,

notempodo ministériodo cardeal Richelieu

.

2

(12)

G

stigmatizado,dizendo

-

se que o crime de fumar eravedado por Deos, como o rouboeoassassínio

.

Na Americamesma

,

onde ellatevenascimento,nem sempre foi livreplantar

-

see usar

-

sedo tabaco; assimnaTransylvania uma ordenança de1689ameaçou de perdade bensaquclles queplantassem, e multasde3 até 200 florins forãoimpostasaquclles quefizessemuso delia

.

Não foisó a poder soberano que se apresentou a guerrear comvehe

-

manciac calorousodo tabaco ;areligiãotambém oacompanhou;paraisso tinha ella bastanterobustez e prestigio, muita coragem eboa disposição

.

Assim umpontífice

,

UrbanoVII, ainda que virtuosoeinstru ído,tomoua pennadeproposito parafazerumaBuliaespecial,em 1024,prohibindo

-

ode

-

baixoda penadeexcommunhãona igrejadeS

.

PedroemRoma:oquecom justarazãodeulugar aapparcccr em Romaumpasquim concebido nestaspa

-

lavras dePsalmos de David:

contra folium quod vento rapilur,ostendisffi

-

potentiamtuam, etstipulamsiceam persequeris

,contra uma folha que o vento arrebata,ostentais o vosso poder e perseguis umafolhasecca

.

Esta Bulladeexcommunhãofoi renovada pelosuccessor deUrbano

,

por Innocen

-

cio II,Bonifacio VIII, lnnoccncioX,Clemente XIcoutros

.

Emalgumasreligiões mais observantesoseuuso foi vedadonas igrejas, comprivaçãodevoz activa e passiva, isto é,sobpena de não poderem ser eleitos enem poderemescolher aoutros para superiores c para outrosoffi

-

cios da ordem

.

Na Hespanha

,

França, Portugal, o púlpitotornou

-

se um

dos meiosde dirigir ao uso desta planta as mais acerbascensuras

.

Amedicina também não sedeixouficar por muito tempomuda e silen

-

ciosa;munindo

-

sedetodo o seuprestigiocinfluencia moral, ellaveiotam

-

béma seu turnointervir na grande questãoquese agitavacontra ousodo tabaco

.

E quejuizmaiscompetente capropriadoqueella ?Suaarmamais poderosa, seuargumentode bronze,erão diversosfactosqueos medicosapre

-

sentavãoc quenãodeixavãodeproduzir amais viva impressão,sobretudoem umséculotãodespidode luzesecivilisação como oXVI; esses factos,cuja maior parte erãopoucodignosdeser referidos,pela razãodeseremfabulosos capochryphos

.

Porém, apezardassatyras reaes c dasbarbaras proscripções dosMaho

-

metanos

,

elle pòdc resistir victoriosamente atodaessa immensacruzadaou liga dopodersoberano, da religião eda medicina;cnãofoiisso o mais:o tabaco invadio todoomundo, epor maneira tal, que,passadosnão muitos annos,um cantinhodaterranãohouve, pormais abjectoe ignotoquefosse emqueseushabitadoresnãooconhecessem eusassem

,

não o estimassem, ainda de preferencia aos alimentos e aobjectesde pura necessidade

.

(13)

CAPITULO SEGim

CARACTERES BOTÂ

NICOS .

Xocotianatabacum

,

dafamilia dasSolancus edas petandria monogynea deLinneo

.

Raiz

ramosa,esbranquiçada e de um sabor acre

.

Caule

rainoso, vertical, pubcscente,viscoso

,

a velludndo,cylindricoc da altura de3a\pés,simples

,

pouco ramificadonasuapartesuperior

.

Folhas

alternas, muigrandes,simples

,

rentes, ovaes

,

agudas, planas,

membranosas, seu apice um pouco agudo,e estreitando

- se

na base

,

suas

nemirasmui salientesnodorso, suacóréverde claro,cheiroviroso

.

Flores

dumabellacôr derosa,cheiro viroso, saboracredispostascm pa

-

nicula naextremidadedosramos, calicetubuloso,persistente;corollamo

-

nopetala, regular,infundibiliforme

,

ligeiramentepubcscente parafóra

,

de

-

vididoem seulimboemcincoponlasagudase curtas,seutuboé cylindrico: estâmesem numerode cinco, do comprimento do tubo,inseridosnomeio desuaaltura; filetes delgados: antheras ovoides, obtusas, bifidasinferior

-

mente, de duos logesoppostas,abrindo

-

sc porumafenda longitudinal:o pistilo secompõemde umovário ovoide,agudo, truncadoemsuabase, ap

-

plicadosobreumdisco hipogynco,amarello

,

poucodistineto

,

exceptopelasua cAr,da parteinferior doovário: ovário de duas logescontendo cadauma um numeroextraordinário depequenosovulos, cobrindo toda a superficie de dois tropliospermas muitosalientes, convexos,adhérentes aosepto pelo meio:o estylete époucomais oumenosdocomprimentodosestâmes

,

liso, cylindrico,umpouco alargado emseuapice,que sustentaumstigma achata

-

do,convexocligeiramente bilobado

.

t

CAPITULO TERCEIRO .

DA ANALYSE CHIMICA

.

O extracto das folhasfrescas da nicotiana tem sidomuitasvezesana

-

lysadas

. —

PosselteRcimann descobrirãoum principiochamadonicotiana, alcoidetransparente, incolorliquido de umcheiro simelhante aodotabaco; saboracre

.

Rerseliusvioque uma gotadesta substanciaera suflicicnte para matar um cão

.

Colhco d'cllaum oleo volatil analogoácamphora, que Hcrmbstacdchamou nicoliamna, extracto amargo

,

gomma

,

alguns

(14)

8

sacs, eresina verde

.

Vauquelin obteve um principio acre, volatil, solú

-

vel noalcool enaagua, designado por muitos chimicoscomo nomede labaccina,e no qual querem queresida apropriedadeembriagantecvirosas do tabaco

. —

Otabaco preparadonasfabricas, e quetem sitio fermentado, varia muito nos seus princípios constitutivos, e desenvolve princípios novos.(Giacomini)

.

CAPITILO QUARTO

.

OLE MOLÉSTIAS PREDOMINÀOSOBRE OS QUE SEEMPREGÂO NAS FABRICAS DE

CHARUTOS

E RAPÉDORIODE JANEIRO?

O tabacoéusado de très formas:em pó, tomado pelonariz; fuma

ï

o

cmascado

.

O tabacoem pó,oué simples,ou lhe misturãoalgunsingredientes,como amoníaco, etc

.

:ao primeiro tem sedado onomedeesturro

.

aosegundoo de rapé

.

Oesturro éusado desde o tempodeCatharina deMedecis;seus medicos o aconselhavão a seufilho CarlosIX,pelas continuas dores de cabe

-

ça quesoffria

.

Otabacoassimtomado

,

entre os indivíduosmalacostuma

-

dos, produz espirrosmaisoumenos violentos,maisoumenosrepetidos, de

-

pendendo dográo de susceplibilidadedamembrana pituitária

.

O espirroas vezeséseguido deaugmentodesecreções desta membrana;os olhos tor

-

não

-

selagrimejantes,etodooorganismosoflrcummovimento convulsivo, pela influenciaque elle exercesobreo systemanervoso, e segundo alguns pódemmesmo sobrevir hemorrhagias bastantes graves

.

Oquesempre acon

-

teceaos tomadoresdetabaco, é o embotamento do olfacto

,

a membrana pituitária perdesua excitabilidade,porquecobre

-

sedeumacamadaimmun

-

da eespessa

.

Inconvenientes mais perigosos, mas não tãofrequentes, se pódemdar maquellesqueabusão do tabaco, comopolypos c afTcoçesulce

-

«

rosasdo nariz

.

Absorvidoelle pódeser levadoaocerebro

,

(pietãoproximo está doorgão desuaimmcdialaacção eoceasionar ahi accidentes graves

.

Umavezcontrahidoo habitodotabaco, édillicil desupportar asua falta, lorna

-

se uma necessidade tão urgente como o propriopão

.

Paraprovar essa verdade, basta citarmoso factonarrado porMerat noGrande Diccio

-

nariodeSciencias Medicas«Lembra

-

me que, havinteannos,dizelle,1820,

herborizandona lloresladeFontainebleau

,

encontreium homem deitadono chãcom umao; pensavalastimosa

-

o morto, quando approximandovoz,secutinhatabaco, lendo

- -

melhe dito que nd

-

clle, perguntouão,tornou a

-

me, cahir immediatameute sem conhecimento

.

Esteestado nãocessou senão

(15)

9

-

quandoeulhetrouxeummateiro quelhedoulogomuitas pitadas, eellenos contou então que se tinha posto a caminho pensando trazer a sua caixa de tabaco,oquepoucodepois vioserfalso ; que tinha andado quanto pôde, que,sentindo umanecessidadeimperiosa, lhe foiimpossívelirmaslon

-

ajuntouqueteriamorrido,seeu o nãosoccorrcsse

.

Comquantofosse tudo bem prova a necessidade extrema que elle mas

ge,e

isto exagerado, com sentia. »

O Jornal dosConhecimentosuteis refere

-

nos também oladoseguinte, igualmente significativo: « Umdiscí pulointerno de primeira classe da Salpétrière, moço muito instru ído e que dava grandes esperanças, conhecendoquantos incommodos traz

.

comsigo o habito do tabaco, tentou deixar

-

se delle

.

Nos primeiros dias sentio singularalegria , inspiraçõespoe

-

ticas, oppostasao seuestadoordinário;depois experimentoumorosidade, taciturnidade, cóleramesmo,apezar de serelle dotadode uracaraclersua

-

ve,cheiodemansidão eter muito império sobre simesmo; duranteanoite teveumacspecie de delirio, ideasextravaganteseincohérentes,estado este quedurou muitos dias.»Cstesdousfactos, além de outros que poderíamos citar,claramentc deixãoveros consequências que comsigotrazohabitodo tabaco. Istodecertoéum dos grandes inconvenientesdo seuuso domestico, poisdestamaneira ohomemsujeitou

-

seamais umanecessidadeimperiosa.

Quandosequizerdeixarsimelhante uso, necessárioé proceder

-

sea issocom

muita prudência,esóleniaegradualmenteseconsegue umtal(im

.

O esturroque hoje époucousado, nãoé moisdo que o tabaco torrado edepois soccadoem um pilãodemadeiraoupedra,atéficar reduzidoapó, essepó é passadoempeneiras maisoumenosfinas,segundo ográ udesubii

-

lesa exigido.O rapéqueestá hojemaisem voga, é compostode muitos cor

-

pos excitantes,queseajunlãoparalhe dar maiorexlracção ;suapreparação é maiscomplicada evarianas differentes fabricas

.

Otabacofumadoéomaisgeralmenteusado. Paizesha,queoprazer da maioriadeseushabitantes,é passarquasi todo otempoem casas proprias unicamente parafumar,oquedão onomedeslaminets, comonota

-

seno

nortedatrança,llelgica ellollanda,e namaior parte da Allemanha

.

No Orienteofumarécommun)aos doussexos,oquetambém acontece emalgu

-

maspartes da llcspanhaeemquasitodasasrepublicasamericanas deorigem hespanhola

.

No Brasil

tambémquasicommumaosdous

Oseu uso nahuropa édoidoaos porluguezes que tinhão estado índiasOccidentacs

.

Na trança começou

-

seafumar no reinaift) de Luiz Kill

.

No Brasil é mui antigo ;porém nacôrte éonde o seuusoé mais algumasprovíncias,(comoS

.

Paulo) o fumar é em

sexos.

nas

3

(16)

l o

-

gerai. Coin effeito,desde omais baixográo da escala socialao mais alto todos fumSo, e seHoracioaindavivesse,talvez nãoduvidasse dizer também do charuto: Equo pulsai pede pauperumque tabernas, reyuniqueturres ! Ospropriosvelhos,que,arreigados desdeasuamocidade aoviciodo,rapé, soffrera maisdepressaafome

,

doque afaltadclle,irestosúltimostempos tem desertadopara o charutoIE das crianças bem se pôde dizer, como Kotzebue failando d'aquellasdas ilhasSandwich, que aprendera a fu

-

mar antesdesaber andar!

Os indivíduos não acostumadosaeste vicio, soffrera abundancia de salivação,fraqueza, vomitos evacuações alvinas, suores frios, íinalmente todos ossymptomasde umaembriaguez ; os dentes, ura dosmais beilos ornamentos dabocca,podem soffrer Jc talabuso;sua còr torna

-

se fer

-

ruginosa, pela perdadoesmalte. Poderá

s

osfumadoresresponder

-

mequ£

aesseinconveniente o asseio e cuidado podemfacilmente remediar; mas para issoer3mister que estivessem sempre em lugar quepudessemfazel

-

o

.

Para que essa camada oleo rezinosa fossedestruída, era precisoser logo tiradacomumaescova molhadaemagua; porém quaes as consequências? O calor demasiadoque produz a fumaçadocharuto, augmenta a tempe

-

ratura d'esses orgãos; oque deverá dar lugar, em virtude de uma das propriedades do calorico a uma dilatação maisou menos notável nas suas moléculas:entretanto,que aaguatem uma temperatura mui baixa rela

-

tivamente áquelia, em que seachaa bocca do indiv íduo que fuma; ora, ofrioobra,emsentidointeiramenteinversodo calor,e pois pelarapidaag

-

gregação das moléculasdos corpos nos cazosdedilatação, tão repentina e brusca poderá seressaacção do frio,que emresultadonão se possa terumaunião perfeita;dabi resultaráconsequentementea fragilidade dos dentes. A experiencia nosmostra queas pessoas que uzãofumar eque abusão dosliquides frios, possuemos dentes quebrados;além deoutros prejuízos,ummáuhálito,edifliculdadeda mastigação.

Ocontactoda fumaça sobreos orgãossalivares,sobre tudo nos indiví

-

duosqueseachão aindapoucoacostumados afumar,dálugara que as se

-

creções do sueco salivarsejãoem grande quantidade; oquealémde outros inconvenientes,deveserprejudicialaotrabalhodigestivo quedepois se haja dcfazer;primeiramentepor que essagrandesecreçãodeverá produziruma faltaou diminuiçãomesseliquido reconhecidamente indispensável para guiarexercício defuneçãotão importante;depoisporqueorgãosaffeitosa umaexcitaçãotão poderosaeforte, deixãoordinariamentede sentir aacção doscorpos*maisfracoscomosãoosalimentos

.

Do uso que fazem do tabaco omais prejudicial ásaude,além deim

-

ore

-

(17)

11

mundo cnojento, ésem duvida alguma omascar

.

Esseusodá logar,mais do queocharuto, á excitação das glandulassalivaes, e necessariamente á pouca digeslabilidade dos alimentos. Tem maiores incovcnientes sobre os dentes,porque aerosta queforma sobreestes, não selimita sómente á suaface posterior e ospontos de juncçãoentre si, massim envolve

-

os

completamente

.

Ainda bem que dos très modos de que nos servimos do tabaco, éesseomenosusadoentre nós

.

Atéaqui temosfeito brevesconsiderações sobreasdifferentes manei

-

ras depreparar, e usar do tabaco, passemos agora adar conta do que sabemos, já por outros, já pornós, a respeito dasmoléstiasque predo

-

rainão sobre os que seempregão nas fabricasdetabaco

.

Rqmazzini,Fourcroy,CadetGassicourt,Tourtelle,Percyc

.

ratapon

-

taiao"Tima infinidade demoléstias, que,segundoelles, ceifâoesta classe

de trabalhadores; mais Parent

-

Duchatelet, considerando como apocry

-

phes osefleitosattribuidos,poresses aulhores,aotabaco,colheuinforma

-

ções dos empregadosdasdiversasfabricas daFrança, eo que d'ellas pode concluirfoi, queosobreirosempregados nasfabricasnão contrahemdoen

-

ças particulares á sua profissão, e que o trabalho não lhes prejudica alongevidade

.

Muitosfactospodíamoscitar para provar esta asserção,mas julgamos sufficiente oter havido em uma fabrica deTolouse 3 homens, um de idade de73 annos, outro de75 eoutrode80 annos

,

dos quaes o primeirooccupava

-

senamanipulação dotabaco havia 40annos.

Quanto ás investigações que com onosso acanhado talento pudemos fazer, nasfabricasde charutos e tabaco do Rio de Janeiro, ellasestão inteiramente de accordo com as de Parent

-

Duchatelet, notamos apenas

que os trabalhadores d'essas fabricas soflrem a principio, antes quese habituem aesseofficio

.

Portanto, concluímosqueessa infinidadede ado

-

çõesnarradas poresses authores , são gratuitas

.

Na verdade na época actual ninguémdirá que os trabalhadoresdasfabricasdecharutose rapé, são sujeitos ácancros,polypos, dcsynterias, c outras muitasdoenças se

-

melhantes, como estabelecerãoos authores citados.E si alguma molés

-

tia pode proviraos que nellas se empregão, pensamos que nãopódeser ontra, senãomoléstias do apparelho respiratório,eporquealém damanei

-

raque elles trabalhão, fazendo rápidosesforçoscom os braços para en

-

rolarem o fumoe comprimindocom o ante

-

braço a caixa thoraxica, oppime lambem o pulmão, impedindodestasorte alivrerespiração, uma outracausamaisfortesedá (principalmente nospretos;estestem em ge

-

ralumacòrmacilenta, e soffrem ainiudoentre nós de bronchite, e algu

-

mas vezes dephthisica pulmonar ; isto seexplica perfeitamentepelains

-

(18)

-

12

pirarãoconstante de part ículas espalhadas naathmosphcra dos lugareson

-

de trabalhão, as quaesentretendo poruma acção physico

-

chimica,uma

irritaçãobronchial constante, podem pelacontinuação deuma acção cons

-

tituir maistardeonúcleo deumaaffecçãotuberculosa.

Qualquer podeter a prova doque avançamos, entrando em uma ta

-

brica de charutos c rapé naforça do trabalho, c fallando ou tomando forte inspiração com a bocaaberta

.

A tosse, c um estado como desu

-

focação serão os primeiros incommodos experimentados. Talvez depen

-

da isso de serem noRio deJaneiro asfabricas decharutos e rapé cm geral cm casas mui baixas,pouco espaçosas e mal arejadas ;porém o factoé verdadeiro,e tal qualoapresentamos.

CAIMTIILO 01

Ï

MO

.

DEVE

-

SE POR VENTURAATTRIBU1R OSRESULTADOS

DASOBSERVAÇÕESEXCLUS1VAMENTE ÁS EMANAÇÕESDOFUMO NOS DIVERSOS ESTADOS

POR QUEPASSADURANTE SEU FABRICO?

Por muito tempo foi considerada a nicotiana como uma substancia narcotica

-

acre, até que o illustreGiacopiiui, erguendo daItaliaum bra

-

do que tem achado echo em toda a parte onde ha intelligeneia e boa fé, nos viesse mostrarcom sua lógica robusta queessa substancia tem uma acção verdadeirameutehyposlhenica

.

Para bemconheceressa\erdadeé mistér quea acção da nacotiana seja estudada empessoa que não faça usod'clla, porque o habito dimi

-

nuo muitoe pode mesmo nullifícarcompleteraenteosseusefleitos

.

A ni

-

cotiana,assim comoIoda a substancia,applicada sobre alibra vivaproduz logouma impressãoque dopendedassuasqualidades mecanicas, physicas ou chimicas;porém desde o momentoemque esta substancia entra milaçãoorganica,perdeessaspropriedades, e adquireuma nova, quese chamadynamica. A primeira acçãolimita

-

sea parte sobre queellaé

aplicada ; a dynamicaexerce uma acção sobretoda a economia

.

Assim temos adistinguir primeiro oefleito primitivo deirritação local, determina asqualidades já anteriormente citadas, como prurido, espir

-

ros,corrimento demuita mucozidade pelasnarinase de lagrimas abundantes

.

Acephalgia maisou menosintensa, atordoamentos,e uma sortede em

-

naassi

-

que

(19)

13

briagucz,sãoos effeitosdiversos dos primeiros, dependendo da absorpção dealgumas parcellas danicotiana

.

Asdifferentes cspcciesde tabacooffc

-

recem

de um d*cstes effeitos éemrazão inversa da outra

.

Estas differençasdependem principalmente do clima, edo terreno em que a planta vegeta, de maneira dea preparar, do estadomaisou menos avançadodescccura, Assimseopódotabaconãoé húmido,emembrana petuitaria não o póde absorver; entãonão há cITeitos dymnamicos, o pó obra necessariamente estimulando a mucosa;ocontrariosedá,sehc bem pulverisado,c um poucohúmido. Afermentaçãotambém pódeinfluirsobre acçãodo tabaco, desenvolvendoprincípios salinosnovosque irrilãoasna

-

rinas, c dãolugar a effeitosdymnamicos diversos

.

A* salivaçãoabundanteque experimentão os indivíduos que fumão

,

é dependenteda acção mecanica ouirritante do tabaco,porque essa acção nos fumadoresé mui fraca e quasi nulla, e dá

-

sccm qualquer indivíduo que trasendona bocaum pedaço de palha, ouumcorpo solido ; devemos pois concluir que oaugmentedesecreção da saliva, quese observa nos fumadores,é devidoao contactodocorpoestranhocoma mucosado paladar. Naverdade nãose nota esse facto nos fumadores, quesómente tocando com os lábios no charuto, sem o introduzir na boca, tirão a fumaça. Nãose pódeattribuirá fumaçadotabacoumaacçãocompletamente irritante, porisso queindiv íduos ha que inspirão quotidianamente,sem comtudo soffrercin amenor tosse, nem mesmoirritaçãonagarganta; phenomenos opposlos,porém se nolãoquandose absorveo vapordotabaco

.

Languidez geral,entorpecimento,epertubação nasideas, sãophenomenosque se re

-

velão na aquellc que pela primeira vez inspira,ou seacha envolvidoem uma atmosphcra de vapor do tabaco.

Quandose tomao tabaco pela boca,os seus effeitos mccanico

-

chimieos

são muitosensíveis,eosdymnamicos

,

nota

-

se, em muito maior escala

.

Dilatão

-

se aspupillas, a vistaseobscurece, ha vertigens,nauseas, vomitos,dearrhea; o rosto torna

-

se lívido, as extremidades frias; nota

-

se suores por todo

ocorpo, o pulsopequenoelento, fraqueza geral,delirio,syncope,asphixia, e por fim a morte

.

Todosestes effeitos, quo se manifeslão, tomando

-

se

o tabaco pela boca; apresentão

-

se com maior energiaseelleé applicado a pelle despida de epiderme, ou em uma ferida.

Lstes phenomenos não são certamente o cffcilo de uma irritação, de phlogozepelo contrario nosmostrãocompleta pvposthenia.Os contrários a Giacomini objectão «dizendoqueaembriaguez,produzidapelo tabacoé simelhantea dos alcoolicos;masé facil aresposta.Presccndindode outros effeitosdynamicos mui variaveis,entretanto sempre a intensidade

uma

ï

(20)

H

caracteresdequenosdiviamos servir para tornar salientes as differençasentre ooutraembriaguez, limitamos as seguintes que julgamossufficientes

.

lie factoimcontestavel que a embriaguez produzida pelos alcoolicosé promptamente destruídapelaacçSo danicotiaua

.

Haja vista

,

queosmelhores bebedores,são osmaiores fumantes

.

Üsefleilostherapeuticos do tabaco

,

nos confirmaoque dissemos pre

-

cedentemente

.

Infcnidadcsde factos clinicos, que temreferencia aeste objecto

,

mais nos confirma

.

Ascuras de cephalgias, de hydropisias obtida por Fowler, Gcrnctt, c Margneu, e deretenção de ourina, pelo mesmo Fowler, eporSimmonis, Carle Bingham e Wcisthery, c muitas outras moléstias

.

No Riode Janeiroapplicou

-

seesta substancia nasvariolas confluentes

,

facto este narrado peloSr

.

Dr

.

Maia naHcvista Medica Flu

-

minense

.

Responderemos a segunda parte do nosso ponto com as sabias obser

-

vaçõesdoDr

.

Perent

-

Duchatelet

,

que fez comque desaparecesse o pre

-

conceito que faziãoos authores, da nicotiana como uma substancia mui irritante,csupunhãoqueas emanações dasfabricas de tabacoerão nocivas ú saude

.

Merat partilha essaopinião,edizcm um art

.

do Dice, deSei

.

Medicas

,

depois dcnotar aflVcções nascidasdas emanações do tabaco, aconselhacomo uma medidasolutara mudança dasfabricasparafóra das cidades ;conselhoeste já lembrado por Fourcroy,c Ramazzini

.

Em nossasobservações,feitascomtodoo cuidado,nasfabricasdestacapi

-

tal, tivemos a fortuna de seguir aoillustre Dr

.

francezcmseus resultados

.

Por quantovimos, quebem examinadasas enfermidadesde(piesequeixão alguns moradores visinhos destes estabelecimentos

,

todas cilassereduzem aiucommodosligeirosde irritação dosbronchcos queo habitomesmoacaba porfazer desapparecer:poisos mesmosqueixosos,aomesmo tempoquese dizião muito incommodados pelas visinhançasdasfabricas,não attribuião aellas a origem dc algumas enfermidades , que tinhão occorrido em suascasas

.

De modoquepodemosconcluir, queasemanaçõesdofumonos diversos estados,porquepassaduranteoseufabrico,nãosão nocivasa saude de empregados

.

uma

seus

CONCLUSÕES

.

1

.

®Os indivíduosquese empregão nas fabricas de charuto e rapé nãotem moléstiaspropriasasuaprofissão, mas oabuso doempregodessa substancia pode darcausasamoléstias

.

(21)

15

2

.

°Todo ovicio deve ser considerado como prejudicial áeconomia

.

3

.

*Queotabaco seja um hypostenisante cephalico

,

cao mesmo tempo cardíaco

-

vascular

,

enão umasubstancia narcóticaacre

,

èincontestável

.

4

.

° Posto que, numerososfactosclínicosvenhão em abono dautilidadee vantagensdotabacocomomeiothcrapcutico,todaviaellenãopodepretender á infabilidade;é variavel

,

efalta muitas\ezcsasuaacção

,

comoade todas as outras substancias empregadas em medicina,inclusivemesmoosditoses

-

pecíficos,comoomercúrio,o enxofre

,

aquina

,

etc

.

5

.

°Achando

-

se nasfabricas,grandenumero de trabalhadores

,

ordinaria

-

mentereunidosem um pequeno espaço

,

o ar vicia

-

see entãodá lugara al

-

gumasmoléstias que podem ser prevenidas

,

trazendo sempre asala bem are

^

a por meio de ventiladores

.

#

(22)

MUI ®® MEW ©

Tratar do chumbo

,

seus oxydos e sacs

,

c meio de reconhecer esses corpos .

(23)

33l

>

aif 2BD©

in in

t I

Tratar

duclmnibo,

sous

oxydos o

sacs

,

c

moio do rcconlieoor

ossos corpos .

-

amuo PRIMEIRO .

*

CHUMBO,(DOLATIMPLUBUM

.

)

O chumboc um dosmclaesconhecidodesde a maisremota antiguidade

.

Os alehimistas lhe derão onomemythologico dcSaturno, porque, segundo elles,estemetal devoravaosoutrosdurante a calcinação

.

Acha

-

seen» 3

estadosnanatureza:l.#noestado dc combinação com oxygeno eochloro; 2.®no estado de sulfureto;3

.

®noestado desacs, carbonatos,phosphates, arseniatos,c chromatos

.

Reprcsenlavão

-

nopelo signal do planetaSaturno. Propriedades

.

( )chumboéum corposimples,metálico,deuincinzento

azulado,tornando

-

scembaciadoempresençado ar, porém muitobrilhante

quando deproximo foi cortado.E muito molle, e pode serempregado facilmenteem laminas, um traçoprofundo mesmo podese fazer com a unha; passado sobre o papel deixa traçosde um cinzento metallico. A densidadedo chumbo é dc11,415; a dochumbodocommcrcio dc 11,302: a razãoé porque ahi elle nunca seacha noestado depureza

.

O pezo especifico desse metal, cmlugar deaugmentarparece diminuir pela acção do martello, o «pie não acontece comos outros

.

Ochumbo entra em fuzãoa 33i grãos;auma temperaturamaiselevada elle volatiliza

-

sc, espargindo fumaçasmuito visí veis. Ochumbogozaa pro

-

priedade de dissolver uma certa quantidade de seu oxydo, o que o faz tornar mais duro. Estasolubilidadedooxydo dc chumbonometal,explica de alguma maneira as alteraçõesque soffrcmas suaspropriedades phisicas, quandoemcontacto com oar setem conservado por muito tempo cm

(24)

20

fuzSo. Misturando-sc um pouco de carvãocom ochumbo assim alterado, elleadquiredenovo todas as suaspropriedades. Ochumbo resfriando lenta- mente,cristaliza-se em pyramides dequatrolaces.

.1cçãodoar

.

Kmcontacto comour, ochumbosetornalogo escuro,

cobrindo

-

se de uma camada tenue de sub

-

oxydo, que priva o restodo metal da oxydação ; noentanto oclmmho..exposto auma athiuosphera provida de acido carbonico, nenhuma alteraçãoexperimenta. O chumbo seoxydacm contacto comoarhúmido,ou com vaporesácidos. Osáci- dos mais fracos mesmodeterminão sua oxydição.

Uma lamina de chumbo mergulhadan*agua dislillada cmcontactocomo ar,se oxyda rapidamente,dandonascimentoaocarbonatodechumbo branco ecrvstallisado;ocontrarioacontecese existemsaesdissohidosna«gua; aindamesmoa agua ordinário,quenãocontém senão pequenas quantidades desaes em dissolução, priva0chumbo deumacompletaalteração, oxy

-

'

dando-oapenassupcrficialmcnte.

Ochumboéatacado pelo acido chloridricoconcentradoefervendo. O acidonitrico o ataca mesmoa frio. Oacidosulfuricodiluídoo atacacm temperaturaelevada.Sob ainfluenciadocalorochumbo se oxyda prompta

-

mente ,transformando

-

se emumpó cinzento ,chamado porBlciachccinza de chumbo.

GAPITILO SEGIMH

)

.

COMBINAÇÃO DOCHUMBO COM OOXVGËNO.

Conhecc

-

schojetrèscombinaçõesdechumbocom ooxygcno,quesão :

0protoxydo de chumbo PbO; deutoxydo Pb203;c0tritoxvdoPb O2.

PHOTOX Y DO I)ECIll.MHO.

Propriedades.

Eamarello,insí pido,anhidrico, insolúvelnaagua.Entra em infusãoumpoucoacimadovermelho escuro. Na temperaturaordinaria ooxygcnonão tem acçãosobreelle; porémumpoucomaisquentelorna

-

se vermelhoe passa para0estado de deutoxydo. O mesmoacontece

Calcinando-se 0 chumbo ao comoar.

ar, formão-se pelliculascinzentas, que pela acçãoprolongada docalor se convertem cmum póamarello, a quese tem dado0nome demassicot

.

Quando0protoxydo dechumbotemsidofundido,

ésusccptivcldecrystallisarcmescamas vermelhas,resfriando

-

se lentamente ao ar,eentãotemno comracrcio0nomedelelharyyrio

.

(25)

21

DEUTOXYDODECHUMBO

.

Propriedades

.

Este corpo6 um composto deprotoxydoeperoxydo de chumbo

.

Apresenta

-

seempó,insípido, deuma bellacôr vermelha alaran

-

jada

.

Éconhecido nocommercio pelo nomedeminium ou zarcão ,mine orange,oxyde rouge de plomb

.

TUITOXYDO OUPER

-

OXYDO DE CIIU

.

MBO

.

Propriedades

.

Pófino,decôr de pulga , esemsabor

.

Em temperatura elevada abandonao oxygeno quecontinha

,

e passa aoestado dedcutoxydo (minium)

.

Naotemacçíiosobreo oxygeno, nemsobre o ar;éinsolúvel nos

ácidosoxygcnados

.

O acido chlorydrico o decompileetransformaemproto

-

chlSlureto de chumbo

.

Foidescobertopor Scheele,e examinadoporM

.

Berselius

. CAPITLLO TERCEIRO .

COMPOSTOS DE CHUMBO

.

IODU11ETO DECHUMBO

.

Propriedades

.

Temumabella côr amarella,inalterável ao ar

,

solúvelna aguaquente,ondeseprecipita peloresfriamento empalhetasbrilhantesde

umamarello dourado

.

SULFUBETODE ClIUMIiO

.

Propriedades

.

Conhecido vulgarmente debaixodonomedogaleno

,

oqual se encontrananatureza

.

Ênegro,brilhante,queremmassa

,

querem pó, nlosendo muitofino, insipido,menosfuzivel doqueochumbo

.

Oferroo decompõeestando quente.

SEI

.

ENUBETO DE CHUMBO

.

Propriedades.

Ochumboune

-

seaoseleneo porumbrandocalor,fornece umamassacinzenta,porosa;inlusivelemumbrandocalor

.

PHOSP1IOKETO DE CHUMBO

.

Propriedades

.

Edeum brancoargentino;achata

-

se debaixodomartello

ese separaem laminas; sua fusibilidade é menordo que a do chumbo

.

Exposto ao ar torna

-

se embaciado, mesmo na temperatura ordinaria; quente,transforma

-

seemacido phosphorieo eem phosphalode chumbo

.

(3

Referências

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