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A relevância da puericultura para prevenção da obesidade infantil

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Academic year: 2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS (UNA-SUS) - NÚCLEO DO CEARÁNÚCLEO DE TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EM SAÚDECURSO DE ESPECIALIZAÇÃO, PESQUISA E INOVAÇÃO EM SAÚDE DA

FAMÍLIA

JULIANA FREIRE CUNHA PONTES DE FREITAS

PUERICULTURA PARA PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE BANGUBRAS

FORTALEZA 2018

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JULIANA FREIRE CUNHA PONTES DE FREITAS

PUERICULTURA PARA PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE BANGUBRAS

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Coordenação do Curso de Especialização em Saúde da Família, modalidade semipresencial, Universidade Aberta do SUS (Una-SUS) - Núcleo Do Ceará, Núcleo de Tecnologias em Educação a Distância Em Saúde, Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista.

Orientadora: Profº. Ms. Maria Fabiana de Sena Neri

FORTALEZA 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

F936p Freitas, Juliana.

PUERICULTURA PARA PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE BANGUBRAS / Juliana Freitas. – 2018.

31 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina, Especialização NUTEDS - Saúde da família, Fortaleza, 2018.

Orientação: Prof. Me. Maria Fabiana de Sena Neri.

1. Puericultura. 2. Obesidade Infantil. I. Título.

CDD 362.1

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RESUMO

A obesidade infantil vem aumentando em todo o mundo, tendo como consequência o crescimento do número de adultos obesos e o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis. O Brasil passa por um período de transição epidemiológica, caracterizada por uma mudança no perfil dos problemas relacionados à saúde pública. Esta transição acompanha-se de modificações demográficas e nutricionais, com a desnutrição sendo reduzida a índices cada vez menores e a obesidade atingindo proporções epidêmicas. Os dois primeiros anos de vida são de alto impacto na diminuição das doenças crônicas não transmissíveis do adulto, como diabetes, hipertensão e obesidade, devido à programação do organismo, conferida pelo aleitamento materno. Com isso, este estudo pretende contribuir alertando que a obesidade é uma doença que precisa ser prevenida ainda na primeira infância, orientando a população que essa afecção é passível de se prevenir com uma intervenção precoce, atuando em todo o contexto familiar para uma melhor qualidade de vida e, consequentemente, uma redução do número de crianças obesas. Assim, o objetivo geral é desenvolver estratégias de educação em saúde para prevenção da obesidade infantil na Unidade de Atenção Primária em Saúde (UAPS) Bangubras, em Pacajus, Ceará. Espera-se que apesar da sobrecarga de serviço, escassez de recursos humanos e materiais, seja possível assistir as crianças obesas, orientando suas famílias e acreditando nas possibilidades de mudança deste problema de saúde pública que é a obesidade infantil.

Palavras-chave: Puericultura. Obesidade Infantil. Promoção da Saúde.

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ABSTRACT

Childhood obesity is increasing worldwide. Thereby increasing the number of obese adults and the prevalence of chronic diseases. Brazil is going through a period of epidemiological transition, characterized by a change in the profile of problems related to public health. This transition is accompanied by demographic and dietary changes, with malnutrition being reduced to increasingly lower levels and obesity reaching epidemic proportions. The first two years of life are high impact on the reduction of chronic non-communicable adults, such as diabetes, hypertension and obesity, due to the programming of the body, conferred by breastfeeding. Therefore, this study aims to contribute warning that obesity is a disease that needs to be further prevented in early childhood, guiding the population that this condition is likely to be prevented with early intervention, working around the family context for better quality life and, consequently, a reduction in the number of obese children. The general objective is to develop health education strategies for the prevention of childhood obesity in the Primary Health Care Unit (UAPS) Bangubras, in Pacajus, Ceará. It is expected that despite the service overload, lack of human and material resources, you can watch the obese children, guiding their families and believing the changing possibilities of this public health problem that is childhood obesity.

Keywords: Child Care. Child obesity. Health promotion.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 6

2 PROBLEMA ... 8

3 JUSTIFICATIVA ... 9

4 OBJETIVOS ...11

4.1 Objetivo geral ... 11

4.2 Objetivos específicos ...11

5 REVISÃO DE LITERATURA ... 12

5.1 Definição e diagnóstico de obesidade infantil ...12

5.2 Causas da obesidade infantil ...13

5.3 Consequências da obesidade infantil ...14

5.4 Prevenção e controle da obesidade infantil ...17

6 METODOLOGIA ...20

6.1 Delineamento do estudo ...20

6.2 Processo de aquisição de literatura ...20

6.3 Local de estudo, população e amostra ...20

6.4 Desenvolvimento / Coleta de dados ...21

6.5 Instrumentos de Coleta de Dados ...21

6.6 Análise dos dados ...22

6.7 Aspectos Éticos ...22

7 RESULTADOS INICIAIS ... 23

8 CRONOGRAMA ... 24

9 RECURSOS NECESSÁRIOS ... 25

10 CONCLUSÃO ... 26

REFERÊNCIAS ... 27

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...30

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1 INTRODUÇÃO

A globalização e a enorme velocidade da informação padronizam modos de vida, com mudanças semelhantes em todo o mundo, mostrando um padrão alimentar inadequado associado à inatividade física cada vez maior. O Brasil, assim como outros países em desenvolvimento, passa por um período de transição epidemiológica, caracterizada por uma mudança no perfil dos problemas relacionados à saúde pública, predominando as doenças crônico-degenerativas, embora as doenças transmissíveis ainda desempenhem um papel importante. Esta transição acompanha-se de modificações demográficas e nutricionais, com a desnutrição sendo reduzida a índices cada vez menores e a obesidade atingindo proporções epidêmicas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012).

A obesidade vem se tornando um grande problema para as crianças, principalmente em países ocidentais. A partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou em 2012, que os brasileiros vêm aumentando de peso corporal nos últimos anos, no qual vem resultando na diminuição de crianças com desnutrição e aumentando os índices de obesidade infantil (MORAES; DIAS, 2013).

O conhecimento correto e atualizado sobre a alimentação da criança é essencial para a avaliação e a orientações adequadas acerca de sua nutrição. A alimentação saudável deve possibilitar o crescimento e desenvolvimento adequados, otimizar o funcionamento de órgãos, sistemas e aparelhos, de forma a atuar na prevenção de doenças em curto e longo prazo (anemia, obesidade, doenças crônicas não transmissíveis, dentre outras).

A cada mês em que se adia a introdução de alimentação complementar, se iniciada antes dos 6 meses de vida, o risco de obesidade na vida adulta diminui de 6% a 10%. Com a prevenção da obesidade, a criança se beneficia da diminuição em 40% da incidência de diabetes mellitus tipo 2, isto devido ao controle de peso resultante do controle da saciedade, que adquirem as crianças amamentadas. Ocorre também uma diminuição nas taxas de hipertensão, pois o leite humano tem menos teor de sódio e tem na sua composição substâncias que protegem os vasos sanguíneos (SCHACK-NIELSEN et al., 2010).

Os dois primeiros anos de vida são de alto impacto na redução das doenças crônicas não transmissíveis do adulto, como diabetes, hipertensão e obesidade, devido à

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programação do organismo, conferido pelo aleitamento materno. Alguns fatores são determinantes para o estabelecimento da obesidade exógena na infância: desmame precoce e introdução de alimentos complementares não apropriados, emprego de fórmulas lácteas incorretamente preparadas, distúrbios do comportamento alimentar e inadequada relação familiar. Todos esses fatores devem ser pesquisados durante a consulta de puericultura com a finalidade de orientar os pais sobre a importância de uma alimentação saudável desde o nascimento, como o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, complementado até os dois anos e uma adequada introdução alimentar (FISBERG, 2005).

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2 PROBLEMA

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada dez crianças em todo o mundo é obesa, o que representa cerca de 155 milhões (OMS, 2003). No Brasil, pesquisa da Associação Brasileira para Estudos de Obesidade mostra que a obesidade infantil triplicou nos últimos vinte anos (ABESO, 2009).

Hoje em dia, entende-se que a obesidade tende a ser acompanhada por um conjunto de riscos adversos para a saúde das populações. Contudo, apesar das desvantagens para a saúde e dos estigmas sociais subjacentes a este estado, os percentuais de indivíduos com excesso de peso e obesidade continuam a aumentar. Considerada uma doença grave, a obesidade condiciona o aparecimento de outras doenças crônicas debilitantes e potencialmente fatais, e que nas crianças e jovens está associada a um risco de doenças cardiovasculares, sobretudo, quando chegam à faixa etária adulta.

Sendo a obesidade considerada um acúmulo excessivo de gordura no organismo, resultado do desequilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto calórico individual. Como tal, as alterações nos hábitos alimentares e padrões de atividade física, revelam-se fundamentais para promover um equilíbrio energético negativo, sendo essenciais para a redução da massa gorda em indivíduos com excesso de peso.

A obesidade precoce favorece sua continuidade na idade adulta e acarreta um aumento dos riscos à saúde e das taxas de morbimortalidade. Diante dessa realidade, será delimitada a seguinte questão de pesquisa: Como os médicos das Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) podem intervir na redução da obesidade infantil?

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3 JUSTIFICATIVA

A OMS denominou de Epidemia Global da Obesidade as modificações ocorridas em diversos países caracterizados pela redução da desnutrição e aumento acentuado da obesidade. Esta condição nutricional tem afetado tanto adultos como crianças (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2003).

A realidade atual tem demonstrado aumento considerável da prevalência da obesidade nos países em desenvolvimento, onde o excesso de peso é ainda mais prevalente nas classes econômicas mais altas, demonstrando como o fator socioeconômico interfere no seu aparecimento. A transição nutricional por que passa o Brasil é constatada pelo aumento progressivo da obesidade em substituição à desnutrição protéico calórica, acontecendo mais rapidamente na faixa etária adulta que na pediátrica (BRASIL; FISBERG; MARANHÃO, 2007).

Nos últimos 20 anos, o público infantil vem se tornando alvo do excesso de peso, principalmente, causado pelos maus hábitos alimentares e sedentarismo. A mudança acelerada de vida, o aumento da carga horária em escolas, refeições rápidas e feitas fora de casa, assim como a pouca atenção dos pais, também vêm contribuindo para o aumento da obesidade infantil (PIRES; NEVES, 2014).

Um ponto relevante quanto à prevalência da gordura corporal excessiva na infância, refere-se à precocidade com que podem surgir os efeitos danosos à saúde, além de que o excesso de peso na infância é um importante fator de risco para o desenvolvimento da obesidade na vida adulta, ou seja, há um risco aumentado de a criança obesa permanecer nessa condição quando adulta, se comparado aos indivíduos eutróficos.

No Brasil, de acordo com o IBGE (2006), encontrou-se excesso de peso em 40,6% da população. Na faixa etária pediátrica, estudos nacionais demonstram prevalências de excesso de peso que variam entre 10,8% a 33,8% em diferentes regiões (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012b).

Dados do IBGE ainda mostram que o excesso de peso e a obesidade estão presentes em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras. Em 2009, uma em cada três crianças de cinco a nove anos estavam acima do peso recomendado pela OMS. O número de crianças acima do peso mais que dobrou entre 1989 e 2009, passando de 15% para

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34,8%. O número de obesos aumentou mais de 300% nesse mesmo grupo etário, indo de 4,1% em 1989 para 16,6% entre 2008 e 2009. Entre as meninas, esta variação foi ainda maior, de 11,9% para 32% (IBGE, 2010).

Com o aumento de casos de obesidade infantil, as complicações associadas tornam-se mais comuns e podem levar às enfermidades metabólicas, cardiovasculares, pulmonares, traumatológicas, psicológicas e algumas formas de câncer que poderão se desenvolver na fase adulta (SZER; KOVALSHYS; GREGORIO, 2010).

Na pediatria, as ações da puericultura são voltadas, principalmente, para os aspectos de prevenção e de promoção da saúde, no intuito de manter a criança saudável para garantir seu desenvolvimento, de modo que chegue na vida adulta sem influências desfavoráveis e trazidas da infância (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2011).

Na medicina preventiva, prioriza-se a saúde em vez da doença, contemplando-se a promoção da saúde infantil, prevenção de doenças e educação da criança e de seus familiares.

Nesse tempo de importantes mudanças nutricionais que podem envolver a criança, o médico da família tem papel fundamental, pois conhece e compreende a criança em seu ambiente familiar e social, além de suas relações e interações com o contexto socioeconômico, histórico, político e cultural. Sem dúvida, tanto de forma individual como coletiva, pode-se contribuir para o controle das doenças relacionadas direta e indiretamente com a nutrição infantil.

Diante dos dados supracitados, um projeto de intervenção será direcionado a prevenção da obesidade infantil cujas taxas vem em crescimento no país.

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4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

Desenvolver estratégias de educação em saúde para prevenção da obesidade infantil em Unidade de Saúde Bangubras, em Pacajus, Ceará.

4.2 Objetivos específicos

• Compreender a importância da atenção primária à saúde na prevenção da obesidade infantil e DCNT;

• Descrever os fatores de risco associados ao desenvolvimento da obesidade infantil;

• Discorrer sobre os tratamentos propostos sobre esta temática;

• Elaborar estratégias de educação em saúde para prevenção da obesidade infantil com mães e cuidadores de crianças menores de 2 anos.

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5 REVISÃO DE LITERATURA

5.1 Definição e diagnóstico de obesidade infantil

A obesidade é considerada como uma doença na qual o excesso de gordura corporal se acumula a ponto de afetar a saúde do indivíduo (LEÃO; ARAÚJO; MORAES, 2003).

Podendo ser classificada como endógena ou primária, que deriva de problemas hormonais, como alterações do metabolismo tireoideano, gonadal e síndromes genéticas; ou como exógena, secundária ou nutricional que é multifatorial, derivada do desequilíbrio entre a ingestão e gasto calórico, devendo ser planejada com orientação alimentar, especialmente mudanças de hábitos e atividade física (FISBERG, 2005).

Segundo Fisberg (2005), alguns fatores são determinantes para o estabelecimento da obesidade exógena na infância: desmame precoce e introdução de alimentos complementares não apropriados, emprego de fórmulas lácteas incorretamente preparadas, distúrbios do comportamento alimentar e inadequada relação familiar.

O ganho de peso na criança é acompanhado por aumento de estatura e aceleração da idade óssea. No entanto, depois, o ganho de peso continua, e a estatura e a idade óssea se mantêm constantes. A puberdade pode ocorrer mais cedo, o que acarreta altura final diminuída, devido ao fechamento mais precoce das cartilagens de crescimento.

Existem vários métodos diagnósticos para classificar o indivíduo em obeso ou com sobrepeso, o mais usado para indicar riscos relacionados ao excesso de peso corporal é o Índice de Massa Corporal (IMC) e, quando se trata de crianças e adolescentes, deve-se levar em conta a faixa etária analisada. Os parâmetros antropométricos devem ser cuidadosamente aferidos e devem ser plotados em gráficos os valores encontrados, com distribuição em percentis ou escores z segundo sexo e idade (0 a 19 anos); utilizando-se como referenciais os instrumentos propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As crianças de 0 a 5 anos são consideradas com risco de sobrepeso quando estão entre os percentis 85 e 97 ou com escore z entre +1 e +2; com sobrepeso quando estão entre os percentis 97 e 99,9 ou com escore z entre +2 e +3; e com obesidade quando no estão em percentil maior que 99,9 ou com escore z maior que +3 (SBP, 2012b).

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Tabela 1- Pontos de corte de IMC por idade em crianças de 0 a 5 anos

Fonte: Adaptado de: (SBP, 2012b).

A Caderneta de Saúde da Criança é o instrumento usado para orientar o monitoramento nutricional de crianças menores de 10 anos durante a puericultura. Nela são apresentadas as curvas para avaliação de crescimento peso/idade, comprimento e altura/idade e Índice de Massa Corporal (IMC)/idade de meninas e meninos.

5.2 Causas da obesidade infantil

As mudanças demográficas e econômicas, associadas ao desenvolvimento científico de nossa época, propiciaram o aumento da expectativa de vida da população, controle das doenças infectocontagiosas contribuindo para a mudança no perfil alimentar e de morbimortalidade dos países do ocidente. Neste contexto, as doenças crônico-degenerativas e o alto consumo de alimentos processados industrialmente, têm assumido um aumento do número de casos de obesidade e doenças relacionadas (SBP, 2012a).

Para Oliveira et al. (2004) são muitos os fatores relacionados na gênese da obesidade, como os genéticos, os fisiológicos e os metabólicos. No entanto, o que pode explicar este crescente aumento do número de indivíduos obesos provavelmente está mais relacionada às mudanças no estilo de vida e aos hábitos alimentares, como o aumento no consumo de alimentos ricos em açúcares simples e gordura, com alta densidade energética, e a diminuição da prática de exercícios físicos.

O desenvolvimento da obesidade sofre influência de fatores biológicos, psicológicos e socioeconômicos. Há uma grande variabilidade biológica entre os indivíduos em relação ao armazenamento do excesso de energia ingerida condicionada por seu patrimônio genético, como se esses fatores tivessem ação permissiva para que os fatores ambientais atuassem, criando uma espécie de “ambiente interno” favorável à produção do ganho excessivo de peso

Valores Diagnóstico nutricional

Percentil entre 85 e 97 Escore z entre +1 e +2 Risco de sobrepeso Percentil entre 97 e 99,9 Escore z entre +2 e +3 Sobrepeso

Percentil maior que 99,9 Escore z maior que +3 Obesidade

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(COUTINHO, 1999). Considerando-se que o estilo de vida começa a ser formado na infância, pode-se afirmar que crianças com baixo nível de atividade motora podem tornar-se adultos sedentários e, consequentemente, não terem um bom índice de qualidade de vida.

De acordo com Bray (2002), o excesso de peso se tornou uma doença frequente na sociedade contemporânea, uma vez que as pessoas estão muito mais sedentárias e consumindo uma grande quantidade de alimentos ricos em gordura. Neste sentido, o autor afirma: o peso corporal aumentado está associado a um risco de mortalidade também aumentado.

Agras et al. (2004) afirmam que a obesidade dos pais é um grande fator de risco para o desenvolvimento da obesidade infantil. Estudos clássicos em famílias de obesos revelaram que se ambos os pais forem obesos, 2/3 dos filhos serão obesos. Se somente um dos pais for obeso, o risco de obesidade nas suas crianças cai para 50%. Se ambos os pais forem pessoas magras, as suas crianças terão um risco de menos de 10% para obesidade (VIUNISKI, 2000).

Fatores de grande influência nas causas do sobrepeso da criança são atribuídos ao aumento no consumo de produtos ricos em gorduras e com alto valor calórico, diminuição da prática de exercícios físicos, tempo de televisão diária e avanços tecnológicos da sociedade moderna (FERREIRA et al., 2006). A prática de assistir televisão durante várias horas por dia, os jogos eletrônicos e o abandono da amamentação são fatores que devem ser considerados na determinação do crescimento da obesidade infantil.

Em estudo realizado foi evidenciado que os adolescentes que assistiam a mais de duas horas de televisão por dia, consumiram lanches e bebidas com maior densidade energética e tinham uma menor ingestão de frutas, possuíam mais obesidade. Constatando que muito tempo gasto em assistir televisão está associado com preferências alimentares e hábitos alimentares pouco saudáveis (BRUUN et al., 2011). Os quais podem estar sendo mediados pela influência dos comercias sobre suas preferências alimentares e o costume de “petiscar”

enquanto assistem à televisão (FIATES; AMBONI; TEIXEIRA, 2008; PEARSON; BALL;

CRAWFORD, 2011). Diante do exposto, conclui-se que a mudança do estilo de vida e dos hábitos alimentares está relacionada com o aumento da obesidade pediátrica.

5.3 Consequências da obesidade infantil

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A obesidade na infância e na adolescência tem aumentado de forma progressiva.

Doenças que antes eram diagnosticadas apenas na população adulta têm sido observadas e diagnosticadas frequentemente em idades mais precoces. A importância de saber como a gordura está distribuída no corpo, se deve ao fato de que dependendo de onde a gordura esteja mais localizada, o indivíduo tem mais ou menos chances de adquirir certas doenças e tem aumentada ou diminuída a probabilidade de mortalidade. Segundo Dionne e Tremblay (2003), os tipos de obesidade sob uma perspectiva anatômica são: tipo I, caracterizada pelo excesso de massa corporal ou porcentagem de gordura distribuída por todo corpo; tipo II, que se constitui a forma andróide, caracterizada pelo acúmulo de gordura do tronco, particularmente no abdômen.

As crianças normalmente apresentam gordura tipo I, ou seja, a gordura não está centralizada em determinado local do corpo. Para entender melhor, Viuniski (2000), enfatiza que nas crianças menores encontra-se mais frequentemente a obesidade generalizada, sem um nítido predomínio de distribuição da adiposidade. À medida que vão crescendo, o tipo de obesidade é melhor definido.

A obesidade central ou abdominal é a mais importante como fator de risco de doença cardiovascular. A gordura visceral, associada a outras doenças, pode trazer graves problemas de saúde, principalmente, se for acumulada no abdome, relacionando-se à maior incidência de diabetes e alterações de lipídios no sangue (LAMOUNIER; ABRANTES, 2003).

O excesso de gordura corporal, principalmente a abdominal, está diretamente relacionado com alterações do perfil lipídico, com o aumento da pressão arterial e hiperinsulinemia, considerados fatores de risco para doenças crônicas, como o diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares (OLIVEIRA, 2004).

O expressivo aumento da prevalência de obesidade na faixa etária pediátrica tem determinado incremento significativo dos casos de aparecimento de morbidades associadas.

Certas doenças habitualmente observadas em adultos, como dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, dentre outras, passam a fazer parte do dia-a-dia do pediatra (SBP, 2012b).

Mello, Luft e Meyer (2004) considera que as complicações da obesidade são:

articulares (maior predisposição a artroses, osteoartrite, entre outras); cardiovasculares (hipertensão cardiovascular sistêmica e hipertrofia cardíaca); cirúrgicas (aumento do risco

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cirúrgico); crescimento (idade óssea avançada, aumento da altura, menarca precoce); cutâneas (maior predisposição a micoses, dermatites e piodermites); endocrinometabólicas (resistência à insulina e maior predisposição ao diabetes, hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia);

gastrointestinais (aumento da frequência de litíase biliar, esteatose hepática); mortalidade (aumento do risco de mortalidade); neoplásicas (maior frequência de câncer de endométrio, mama, vesícula biliar, cólon/reto, próstata); psicossociais (discriminação social e isolamento, afastamento de atividades sociais, dificuldade de expressar seus sentimentos); respiratórias (tendência à hipóxia, devido a aumento da demanda ventilatória, aumento do esforço respiratório, diminuição da eficiência muscular, diminuição da reserva funcional, microectasias, apneia do sono, infecções, asma).

De acordo com Xavier et al. (2013), a aterosclerose inicia-se na infância, com o depósito de colesterol na íntima das artérias musculares, formando a estria de gordura. Essas estrias nas artérias coronarianas de crianças podem, em alguns indivíduos, progredir para lesões ateroscleróticas avançadas em poucas décadas, podendo ser reversível no início do seu desenvolvimento. É importante ressaltar que o ritmo de progressão é variável. A determinação sistemática do perfil lipídico na infância e adolescência não é recomendável. Porém, deve ser realizada entre os dois e 19 anos de idade em situações de risco. Os valores de lipídeos desejáveis, limítrofes e aumentados são, respectivamente, para a idade de 2 a 19 anos:

Colesterol total (CT) menor que 170mg/dl, de 170mg/dl a 199mg/dl e maior ou igual a 200mg/dl; LDL (lipoproteína de baixa densidade) menor que 110mg/dl, de 110mg/dl a 129mg/dl e maior ou igual a 130mg/dl; para menores de 10 anos o HDL (lipoproteína de alta densidade) deve ser maior ou igual a 40mg/dl; e para a idade de 10 a 19 anos deve ser maior ou igual a 35mg/dl; já os triglicerídeos (TG) para menores de 10 anos, é recomendável valor menor ou igual a 100mg/dl e considerado aumentado maior que 100mg/dl, para a idade de 10 a 19 anos, o recomendável é menor ou igual a 130mg/dl e aumentado maior que 130mg/dl.

Além de desenvolverem comportamentos inadequados ou buscar meios impróprios para melhorar sua socialização com o grupo, por exemplo, envolvendo-se com bebidas alcoólicas, cigarro e outras drogas, embora tais hábitos sejam mais comuns na adolescência.

Problemas psicológicos também são corolários graves da obesidade. Para crianças com sobrepeso, preconceito e discriminação fazem parte da vida cotidiana. Com isso, as consequências de atitudes induzidas pelo preconceito, como isolamento ou retraimento social,

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podem contribuir para a exacerbação da obesidade, por meio de vulnerabilidades psicológicas que aumentam a probabilidade de comer em excesso e de atividades sedentárias (ANDRADE;

MORAES; ANCONA-LOPEZ, 2014).

Tabela 2 - Valores referencias do perfil lipídico para a faixa etária entre 2 a 19 anos

Fonte: Adaptado de: Xavier et al. (2013).

5.4 Prevenção e controle da obesidade infantil

Como a obesidade é considerada um grave problema de saúde pública por sua elevada prevalência e pelas importantes repercussões orgânicas e psicossociais, torna-se necessário implementar medidas de prevenção e controle cada vez mais abrangentes. Dentre elas estão a ampliação de políticas de saúde que envolvem a educação nutricional e o desenvolvimento de infraestrutura apropriada para práticas recreativas e de exercícios físicos, assim como de legislação apropriada para a rotulagem e o controle da propaganda e publicidade de alimentos, com a participação compartilhada de setores da saúde, da educação e dos esportes. Além dessas medidas, é de extrema importância a atuação do pediatra no atendimento individualizado da criança e do adolescente com excesso de peso (BUTTE;

NGUYEN, 2010).

As estratégias de tratamento da obesidade e do sobrepeso infantil são pouco documentadas, comparando-se com os trabalhos existentes sobre adultos. Apesar de não haver tratamento considerado padrão, pela inconclusividade derivada de problemas metodológicos frequentemente encontrados nos trabalhos disponíveis, as recomendações atuais para o

Variáveis lipídicas

Valores (mg/dl)

Limítrofes Elevados

CT 150-169 ≥ 170

LDL 100-129 ≥ 130

HDL

TG 100-129 ≥130

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manejo clínico do excesso de peso em crianças e adolescentes, baseiam-se no controle de ganho ponderal e das comorbidades eventualmente encontradas (ABESO, 2009). Por isso, a importância de uma equipe multidisciplinar para o atendimento das crianças e seus familiares.

A participação da equipe multiprofissional e da família é essencial no processo de transformação dos hábitos alimentares e de atividades físicas, uma vez que as crianças compõem um grupo vulnerável (TASSARA, 2012).

A equipe de saúde deve identificar pacientes em risco através de história familiar, peso ao nascer ou fatores socioeconômicos, étnicos, culturais ou comportamentais; além de calcular e registrar o IMC uma vez ao ano em todas as crianças e adolescentes, identificando taxa excessiva de ganho de peso relativo ao crescimento linear; incentivar e apoiar o aleitamento materno, além de orientar pais e educadores a promover padrões alimentares saudáveis, com degustação de lanches nutritivos; encorajar a autonomia das crianças no controle da sua alimentação, criando limites apropriados nas escolhas; promover como rotina a atividade física, incluindo jogos lúdicos em casa, na escola e na comunidade; ensinar e supervisionar um tempo limite de duas horas por dia para assistir televisão e vídeo (MELLO;

LUFT; MEYER, 2004).

O exercício físico regular é de grande relevância na prevenção e tratamento tanto da obesidade como de várias outras doenças, como o diabetes e as doenças cardiovasculares e os benefícios podem ser adquiridos geralmente como consequências de melhoras cardiorrespiratórias e alterações na composição corporal (OMS, 2003).

A atividade física, tanto a lúdica como a recreacional, deve fazer parte do cotidiano da criança desde os primeiros anos de vida. Com a adoção de um estilo de vida mais ativo, reduz-se o sedentarismo e mantém-se o peso adequado. O envolvimento da família por meio do incentivo e da participação na prática de atividade física também é importante (SBP, 2012b).

Demonstra-se associação inversa entre nível de atividade física e desenvolvimento da obesidade, principalmente em estágios iniciais da vida, o que justifica a adesão a essas práticas especialmente em crianças. Enquanto, para a população adulta, estão bem estabelecidas as recomendações da prática de atividade física no combate à obesidade e aos seus efeitos, para a população pediátrica, a magnitude do volume, da intensidade e da frequência de atividade ainda é controversa (TAVARES; BOUZAS; ANDREAZZI, 2015).

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Em relação à farmacoterapia, a indicação mais óbvia refere-se àqueles casos em que são detectadas situações de agravo à saúde que têm influência direta do aumento de peso e necessitam ser tratamento paralelo ao processo de reeducação alimentar. Outra situação comum surge quando, ao invés de medicar, é preciso suspender ou substituir medicações que levam ao ganho de peso como efeito colateral. A regra básica inicial é: jamais iniciar um tratamento com medicamentos. Pelo menos nos primeiros seis meses, crianças e adolescentes, em sua maioria, devem ser tratados de forma conservadora. Deve-se, também, tomar cuidado com a falsa idéia de que um remédio é a solução salvadora; pois pode fazer com que o paciente e a família, se perceberem que o médico tem essa atitude, não se esforcem para ajudar no tratamento. Assim, o uso de medicamentos deve ser considerado um recurso a mais, que só faz sentido dentro de um conjunto de medidas e que precisa de uma indicação muito conscienciosa, na medida em que apresentará, quase sempre, efeitos colaterais e riscos potenciais à saúde (SBP, 2012b).

O tratamento de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade não deve ser protelado, pois as possibilidades de persistência dessas condições na vida adulta estão relacionadas com o tempo de duração da doença e a sua gravidade. Cerca de 30% dos adultos obesos foram crianças obesas, e entre os casos graves essa proporção aumenta para 50% a 75% (SBP, 2012b).

Conclui-se que, devido às consequências para a vida das crianças, e até mesmo para os gastos públicos, são graves as complicações advindas da obesidade infantil, tratando- se de uma afecção que requer um atendimento realizado de forma ampliada, por uma equipe multiprofissional.

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6 METODOLOGIA

6.1 Delineamento do estudo

O trabalho foi desenvolvido seguindo os preceitos do estudo exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica, que “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído por livros e artigos científicos” segundo Gil (2008), seguida do desenvolvimento de uma proposta de intervenção.

O princípio metodológico que orienta o desenvolvimento desse projeto fundamenta-se por uma abordagem qualitativa.

6.2 Processo de aquisição de literatura

Foram acessados artigos científicos sobre a temática publicados no período de 1999 a 2015, utilizando os seguintes termos de busca: puericultura, obesidade infantil e promoção da saúde. As bases de dados utilizados foram SCIELO, LILACS e MEDLINE, onde artigos, teses e monografias foram consultadas e verificadas a concordância entre o tema escolhido e as informações contidas no material.

A elaboração do estudo foi dividida em 3 partes: primeiro, foi realizada a seleção das literaturas que atendessem ao objetivo proposto; segundo, foi feita uma filtragem das bibliografias encontradas; e terceiro, procedeu-se a análise dos textos levando em conta as idéias desenvolvidas.

6.3 Local do estudo, população e amostra

O projeto será realizado com a mães e cuidadores de crianças menores de 2 anos cadastrados na unidade básica de saúde (UBS) Bangubras, na cidade de Pacajus. Serão selecionados a partir dos seguintes critérios de inclusão: ser mãe ou cuidadora de crianças menores de 2 anos e estar cadastrados na área de abrangência da UBS selecionada. E como critérios de exclusão: possuir incapacidade mental que permita participar das estratégias educativas propostas.

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6.4 Desenvolvimento / Coleta de dados

O plano de intervenção será implementado de acordo com as seguintes etapas:

1a Etapa: Capacitação da equipe da UBS Bangubras, inclusive das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), sobre o que é obesidade infantil e alimentação saudável e como podem estar enfrentando esse problema na unidade de saúde e comunidade. Será ministrada uma aula expositiva, em uma sala de reuniões, nas dependências da UBS, para que possam desenvolver ideias e planos para estar ajudando essas famílias no enfrentamento da obesidade infantil, como estimulando a alimentação saudável e a prática de atividade física, bem como realizando o convite para participação das mães e cuidadores de crianças menores de 2 anos a um evento: “Dia de conscientização da importância da consulta de puericultura”. Essa atividade será realizada na recepção da UBS pela equipe.

2a Etapa: Realização do Dia de conscientização da importância da consulta de puericultura com a participação de mães e cuidadoras de crianças de 0 a 2 anos assistidas pela UBS. Nesse evento serão ministradas palestras pelo médico e enfermeiro sobre definição e ações que podem ser realizadas para diminuir o índice desta doença, além de atividades de educação em saúde, como palestras e momentos de perguntas e respostas, para sensibilização sobre os malefícios da obesidade infantil. Nesse mesmo evento, as ACS também serão estimuladas a prestarem orientações sobre alimentação saudável e atividade física na infância.

6.5 Instrumentos de Coleta de Dados

Os resultados serão coletados a partir da caderneta da criança, a qual viabiliza o acompanhamento mensal do peso das crianças, relação peso/altura e IMC; paralelo será realizado entrevista com perguntas abertas com as mães e cuidadores sobre os hábitos alimentares da criança e família, bem como o conhecimento aprendido durante o evento: “Dia de conscientização da importância da consulta de puericultura” pelas mães e cuidadores das crianças menores de 2 anos. Anterior a entrevista com as mães e cuidadores será contexualizado o projeto de intervenção e a proposta de dar seguimento com o

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acompanhamento das crianças e a realização da entrevista. A confirmação da participação das mesmas será por meio da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

6.6 Análise dos dados

A organização e analise dos resultados, inicialmente, foi feita obdecendo as etapas de uma revisão bibliografica; e seguirá com a Analise de conteúdo de Bardin, utilizando a técnica de análise por categorias temáticas, para registrar e analisar a implementação da proposta de intervenção. Para codificar os elementos em categorias é preciso identificar o que eles têm em comum, permitindo seu ajuntamento (BARDIN, 1977).

A Analise de conteudo de Bardin, se compõe de três fases: a) pré-análise; b) levantamento do material; c) explorer os resultados. A primeira etapa consiste na fase de organização: leitura superficial, hipóteses, objetivos e elaboração de parametros que fundamentem a interpretação. Na segunda etapa os dados são codificados a partir das unidades de registro (peso, altura, IMC e falas). Na última etapa se faz a categorização, que consiste na classificação dos elementos segundo suas semelhanças e por diferenciação, com posterior reagrupamento, em função de características comuns (BARDIN, 1977).

6.7 Aspectos éticos

O projeto será submetido à Plataforma Brasil para o Comitê de Ética em Pesquisa (COMEPE) da UFC. Após sua aprovação, será iniciada a coleta, respeitando-se os aspectos éticos legais relacionados à pesquisa envolvendo seres humanos, preconizados na Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde.

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7 RESULTADOS INICIAIS

Quanto ao desenvolvimento das estratégias educativas que estão sendo implementadas: já foi realizado o evento “Dia de conscientização da importância da consulta de puericultura”, após está sendo feito o levantamento comparativo das variáveis peso, relação peso/altura e IMC; hábitos alimentares da criança e família, bem como do aprendizado das mães e cuidadores que participaram do evento, dados coletados durante consultas de puericultura.

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8 CRONOGRAMA

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 2018

Janeiro a Junho

Agost o

Agosto a Dezembro Desenvolvimento do projeto, revisão de literatura e

formatação X

Defesa do TCC X

Submissão do projeto ao Comitê de Ética em

Pesquisa da UFC X

Capacitação da equipe da UAPS X

Realização do Dia de conscientização da importância da consulta de puericultura

X

Acompanhamento das crianças nas consultas de puericultura e no domicílio

X

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9 RECURSOS NECESSÁRIOS

Toda a equipe de saúde da família da UBS Bangubras na cidade de Pacajus, Ceará, atua nas ações propostas pelo projeto, o que envolve o médico, a enfermeira, a técnica de enfermagem e as três agentes comunitárias de saúde, bem como, a mães e cuidadoras do território desta unidade de saúde, que será estudada.

O orçamento do plano de intervenção será custeado pela pesquisadora principal, Juliana Freire Cunha Pontes de Freitas.

Quadro 1 – Orçamento do plano de intervenção. Fortaleza-CE, 2018.

Itens Quantidad

e

Valor unitário Valor total

Panfletos 200 R$50,00 R$50,00

Banner 2 R$60,00 R$120,00

Material interativo

1 R$100,00 R$100,00

Glicosímetro 1 R$100,00 R$100,00

Tensiômetro 1 R$99,00 R$99,00

TOTAL R$ 469,00

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10 CONCLUSÃO

A partir da busca de literatura a respeito da temática, percebe-se que a obesidade infantil vem crescendo no Brasil e no mundo cada vez mais. É alarmante o índice de crianças acima do peso. Os médicos, devido ao lugar privilegiado que ocupam junto das comunidades, podem e devem, desempenhar um papel crucial em relação à prevenção e educação em saúde sobre esta temática. Atitudes simples como orientação alimentar, incentivar a determinação do IMC e estímulo à atividade física podem despertar condutas que melhorem a sua qualidade de vida e previnam o aparecimento de comorbidades.

A puericultura não pode ser entendida apenas como o mero controle da criança saudável, em visão estreita e higienista. Deve ser compreendida também como um momento de discussão dos fatores e determinantes do adoecer, da necessidade do auto-cuidado e da participação efetiva das mães, cuidadores e família no controle social da saúde pública.

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