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NEUROCIÊNCIA, ANATOMIA, FISIOLOGIA E EDUCAÇÃO

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NEUROCIÊNCIA, ANATOMIA,

FISIOLOGIA E EDUCAÇÃO

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NEUROCIÊNCIA, ANATOMIA, FISIOLOGIA E EDUCAÇÃO

1. A FISIOLOGIA HUMANA

Se entendermos que do cérebro depende nossa existência, então, nada mais importante do que conhecê-lo por dentro e encontramos na neurofisiologia, meios de nos fazer entender seu intrincado modo de funcionamento, suas nuances e suas particularidades.

O cérebro é o organismo que nos possibilita desde o exercício do pensamento e do raciocínio, até o controle de todas as atividades de nosso corpo, sem entrarmos no campo da parapsicologia, quando ele é considerado o elemento gerador das energias que provocam todos os fenômenos considerados

“paranormais”.

Contrariando os filósofos naturalistas e materialistas, a consciência não é uma simples propriedade biológica dos organismos mais complexos dos seres humanos, embora a sua realidade subjetiva dependa do correto

funcionamento objetivo dos intrincados mecanismos cerebrais.

Mas seja qual for a linha de raciocínio adotada (científica, teológica ou filosófica), o estudo dos intrincados mecanismos neuronais serve tanto para que os extremados espiritualistas “cartesianos” entendam o funcionamento da base de sustentação material da sua mente extracorpórea, quando terão a oportunidade de entender que mente não é só espírito, mas necessita também de um pouco de matéria, como também ajudará os materialistas

“damasianos” a abrir seus horizontes e entender que o homem não deve ser tão auto suficiente como pensam, e que fica muito difícil sustentar como obra de simples acaso, e totalmente independente de qualquer energia superior a nossa, o desenvolvimento de órgãos tão intrincados como nossos sistemas neuronais.

O termo fisiologia humana, cuja definição mais apropriada para os dias de hoje é: “[...] a ciência que descreve como o corpo dos organismos vivos funciona

(...)” (Santos, 1998, p.13); foi primeiramente utilizado pelos gregos, cerca de 600 anos antes de Cristo, para descrever o questionamento filosófico da natureza das coisas.

Etimologicamente a fisiologia humana é entendida como a história da natureza humana; mas, empregada numa acepção mais restrita, designa a ciência dos fenômenos da vida humana ou a ciência que estuda as funções dos seres multicelulares.

Embora a fisiologia dos gregos não tenha sido exatamente a mesma que conhecemos hoje, muitas das ideias que ainda são verdadeiras para o seu desenvolvimento foram formuladas nos livros da Escola de Medicina de Hipócrates, ainda antes do ano 350 a.C., principalmente o tratado “De natura hominis”, que pode ser atualmente interpretada como a teoria da doença causada pelos fatores emocionais.

Também bastante significante para a definição da fisiologia durante a época dos grandes pensadores foi a teleologia de Aristóteles, quando dizia que “cada parte do corpo é formada para uma finalidade e esta função pode ser deduzida de sua estrutura”.

A definição de fisiologia como Anatomia em Movimento apareceu no século XVIII com a publicação de “Elementa physiologiae corporis humani” (Albrecht von Haller, 1757-1766) em 8 volumes.

No século XIX as pesquisas na área da fisiologia de todos os organismos vivos tomou uma importância fundamental devido a curiosidade, às necessidades médicas e aos interesses econômicos.

A descoberta de estruturas semelhantes e funções comuns a todos os organismos vivos resultaram no desenvolvimento de um conceito praticamente unificado de fisiologia geral.

A partir da segunda metade do século XIX a palavra fisiologia passou a significar a utilização de métodos experimentais, assim como técnicas e conceitos das ciências físicas para investigar as causas e os mecanismos das atividades de todas as coisas vivas.

O significado da fisiologia humana desde o final do século XX quase se aproxima ao estudo do comportamento do organismo humano de forma exclusivamente mecanicista ou matemática, ou seja: “[...] os fisiologistas contemporâneos consideram os organismos como máquinas que, embora incrivelmente

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complexas, são compreensíveis pelo estudo de seus componentes (...)” (SANTOS, 1998, p.14) ou, segundo defende Dennett: “[...] todas as relações entre a mente e o cérebro humano podem ser compreendidas com a aplicação de modelos matemáticos (...)” ( Dennett, 1998), pensamento também próximo das ideias de Damásio: “Existo e sinto... logo, penso”(Antônio Damásio em “O erro de

Descartes”) ou ainda, quase da mesma forma: “[...] o ser humano é, na verdade, um autômato, e o fato de sermos dotados de sensibilidade, sentimentos e conhecimentos é parte dessa sequência automática da vida;

esses atributos especiais nos possibilitam existir sob uma ampla variedade de condições que, de outra maneira, tornariam a vida impossível”

(GUYTON, 1986).

2- SISTEMA NERVOSO

A neurociência é o estudo da realização física do processo de informação no sistema nervoso animal e humano. O estudo da neurociência engloba três áreas principais: a neurofisiologia, a neuroanatomia e neuropsicologia.

A neurofisiologia é o estudo das funções do sistema nervoso. Ela utiliza eletrodos para estimular e gravar a reação das células nervosas ou de área maiores do cérebro.

Ocasionalmente, os pesquisadores separam as conexões nervosas para avaliar os resultados.

A neuroanatomia é o estudo da estrutura do sistema nervoso, em nível

microscópico e macroscópico. Os neuroanatomistas dissecam o cérebro, a coluna vertebral e os nervos periféricos fora dessa estrutura.

A neuropsicologia é o estudo da relação entre as funções neurais e psicológicas. A principal questão que a neuropsicologia procura responder é qual área específica do cérebro controla ou media as funções psicológicas. O principal método de estudo usado pelos neuropsicólogos é o estudo do comportamento ou mudanças cognitivas que acompanham lesões em partes específicas do cérebro.

Estudos experimentais com indivíduos normais também são comuns.

2.1 Estrutura e funcionamento do Sistema Nervoso

Observando a estrutura do sistema nervoso, percebemos que eles têm partes situadas dentro do cérebro e da coluna vertebral e outras distribuídas por todo corpo. As primeiras recebem o nome coletivo de sistema nervoso central (SNC), e as últimas de sistema nervoso periférico (SNP). É no sistema nervoso central que está a grande maioria das células nervosas, seus prolongamentos e os contatos que fazem entre si. No sistema nervoso periférico estão relativamente poucas células, mas um grande número de prolongamentos chamados fibras nervosas, agrupados em filetes alongados chamados nervos.

Classes de células no sistema nervoso e regiões morfológicas dos neurônios típicos:

A célula neural, ou neurônio, e as células da glia, ou neuróglia, ou gliócitos, são os dois tipos básicos de células do sistema nervoso.

O neurônio constitui a unidade básica, estrutural e funcional, e tem a função de receber, integrar, processar e transmitir informações.

Os neurônios possuem um corpo celular, um axônio (elemento transmissor) e vários dendritos (elemento receptor).

A neuróglia, por sua vez, desempenha uma série de funções auxiliares fundamentais para permitir o funcionamento normal dos neurônios.

Embora a forma neuronal apresente uma enormidade de variações, o neurônio típico pode ser apresentado como sendo constituído por: dendritos, que são os elementos receptores das informações (impulsos); o corpo celular, que constitui o seu centro metabólico, onde a informação recebida pelos dendritos é processada; e o axônio, que é o elemento que transmite essas informações (impulsos), já processados, para os dendritos dos próximos neurônios. Há também os botões terminais, na extremidade do axônio, por onde a transmissão é efetuada.

Entre o terminal pré-sináptico do axônio de um neurônio e os receptores situados nos dendritos de um neurônio pós-sináptico, existe um estreito espaço intercelular, de

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aproximadamente 200Å a 300Å (Angstrons), chamado de fenda ou fissura sináptica (Santos, 1984, p. 31).

Características dos neurotransmissores Os neurotransmissores medeiam efeitos imediatos e curtíssimos sobre a célula pós-sináptica e atendem aos seguintes requisitos: são sintetizados no neurônio; estão presentes na terminação pré-sináptica, sendo liberados em quantidades suficientes para exercer ação definida sobre o neurônio pós- sináptico ou órgão efetor; administrado de forma exógena em concentrações adequadas, imita a ação do transmissor endógeno liberado; e deve existir um mecanismo específico para sua remoção do sítio de ação.

Quanto à sua função os neurônios são classificados como: aferente ou sensitivo;

eferente ou motor; e interneurônio ou neurônio de associação.

Os aferentes transmitem as informações dos órgãos sensoriais ao sistema nervoso central.

Os eferentes transmitem os comandos motores para os músculos, vísceras, glândulas, etc...

Os interneurônios, localizados no interior do sistema nervoso central, estabelecem os contactos entre os aferentes e os eferentes, e constituem mais de 90% da população neuronal.

A formação do sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico

(SNP)

O sistema nervoso central é composto pelo encéfalo, encerrado na caixa craniana, e pela medula espinhal, encerrada na coluna vertebral.

O encéfalo, por sua vez, compõe-se de:

cérebro (telencéfalo e diencéfalo), cerebelo e tronco encefálico ou tronco cerebral (mesencéfalo, ponte e bulbo).

O sistema nervoso periférico é constituído de: nervos periféricos (31 pares de nervos espinhais, que partem da medula espinhal e 12 pares de nervos cranianos, que partem do

encéfalo); e corpos celulares neuronais (gânglios da raiz dorsal e receptores periféricos).

Parte do sistema límbico desempenha papel importante no controle das emoções com ação sobre o sistema endócrino

A amígdala medeia o prazer e as reações emocionais apetitivas, controlando as emoções, sendo necessária para o condicionamento de um organismo ao ambiente no qual vive, isto é: condicionamento de lugar.

Se não existir o controle das emoções por meio da amígdala, o funcionamento do hipotálamo, que “[...] representa o centro de elaboração e de exteriorização das emoções, sempre sob a ação inibidora do córtex cerebral”

(Santos, 1984, p. 152), passa a ser livre e exagerado, gerando fenômenos do tipo emocional forte, como o medo, a raiva, etc.

Estruturas cerebrais envolvidas nos mecanismos de memória:

O hipocampo acompanhado dos corpos mamilares, núcleos anteriores do tálamo, colunas anteriores dos fórnices e núcleos mediais dorsais do tálamo é o conjunto responsável pela gravação da memória a longo prazo.

A formação hipocampal no lobo temporal, parte do sistema límbico, é importante no mecanismo da memória, principalmente para transferir a memória a curto prazo para memória a longo prazo. Essa afirmativa deriva de experiências efetuadas com pessoas que foram submetidas à remoção de ambos os hipocampos (ou de outras estruturas límbicas associadas) e que conseguem manter a memória pré-existente sem nenhuma alteração, desenvolvendo, porém, o fenômeno da amnésia anterógrada, ou seja, incapacidade de formar novas memórias.

O mesmo tipo de amnésia anterógrada foi observado em pacientes que sofreram lesões:

1) dos corpos mamilares; 2) dos núcleos anteriores do tálamo; 3) das colunas anteriores dos fórnices; 4) dos núcleos mediais dorsais do tálamo.

Tais observações mostram que, para se consolidar a memória, todas essas estruturas cerebrais são essenciais e que a falta de uma só delas impossibilita tal processo (ANDERSEN, 2007).

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O tálamo é o responsável pela codificação, armazenagem e acesso ao arquivo de memória a longo prazo.

O tálamo é o órgão responsável pelo acesso consciente à memória a longo prazo, dirigindo a atenção da pessoa para a informação arquivada, desempenhando importante papel na codificação, armazenamento e lembrança dessas memórias.

Tem sido proposto que lesões na área talâmica provoquem amnésia retrógrada, ou seja, a incapacidade de lembrar memórias acumuladas nos depósitos de memória a longo prazo, reforçando a ideia de que o tálamo seja o principal responsável por tal acesso.

Alterações físicas ou químicas nas sinapses devem constituir o arquivo propriamente dito.

Andersen (2007) ressalta que acredita- se que esse arquivo, que constitui a memória a longo prazo, resulte realmente de certas alterações físicas ou químicas nas sinapses, principalmente devido às observações de pessoas submetidas a anestesia geral, hipoxia, isquemia e resfriamento cerebral. Elas não perderam a memória a longo prazo, significando que esse arquivo não depende da contínua atividade do sistema nervoso.

Lobos cerebrais

Os lobos cerebrais são o lobo frontal, lobo parietal, lobo occipital e lobo temporal, nomes esses oriundos dos ossos cranianos nas suas proximidades e que os recobrem.

O lobo frontal fica localizado na região da testa, o lobo accipital na região da nuca, o lobo parietal na parte superior central da cabeça e os lobos parietais nas regiões laterais da cabeça, por cima das orelhas.

Estrutura responsável pela conexão entre os dois hemisférios cerebrais

O corpo calosoI, localizado no fundo da fissura sagital ou inter-hemisférica, é a estrutura responsável pela conexão entre os dois hemisférios cerebrais.

Essa estrutura, composta por fibras nervosas, seria a responsável pela troca de

informações entre os dois hemisférios cerebrais, mantendo, conforme teorias ainda sem confirmações experimentais conhecidas, muitos arquivos de memória em reservas duplicadas no outro hemisfério.

Dentre as funções mais importantes do lobo frontal temos:

• O comando motor primário referente aos dedos, mão, braço, ombro, tronco, laringe, língua, face, etc.;

• Funções cognitivas e emotivas;

• Programação e preparação dos movimentos e controle da postura;

• Controle do movimento conjugado do olhar;

• Processamento das informações olfatórias;

Função da área de Broca: produção do padrão de respostas motoras que resultam na expressão verbal com sentido;

Função da região homóloga à área de Broca: capacidade de expressão da emoção na palavra falada.

Existe uma síndrome apresentada por pacientes que ignoram um dos lados do seu corpo (e algumas vezes metade do mundo exterior) chamada de negligência da metade contralateral do corpo, ou neglect. Essa síndrome caracteriza-se pelo total abandono mental de metade de seu corpo, como se essa metade não existisse.

É bastante comum que pacientes que estejam sofrendo dessa síndrome deixem de barbear metade de sua face ou vistam apenas metade do corpo. Ela é normalmente causada por algum tipo de lesão do lobo parietal esquerdo.

Divisão do sistema nervoso autônomo que controla as respostas “flight or fight” e as respostas “rest and digest”

O sistema nervoso autônomo é constituído de duas divisões, a divisão simpática e a divisão parassimpática.

A divisão simpática controla as respostas “fight or flight” (luta ou fuga) enquanto que a divisão parassimpática controla as respostas “rest and digest” (repouso e digestão).

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Dentre as estruturas do sistema límbico relacionada ao medo condicionado temos a amígdala que está envolvida diretamente na aquisição do medo condicionado, assim como na sua expressão motora e neuroendócrina.

Abaixo veremos algumas

representações esquemáticas das estruturas discorridas.

Ilustração esquemática dos hemisférios cerebrais ligados pelo corpo caloso. A visão é processada pelo lobo occipital, sendo a audição, aspectos de memória e o “eu” processados pelos lobos temporais. Os lobos parietais abrigam o córtex sensorial e motor. O cerebelo controla os movimentos. Os lobos frontais (área pré- frontal) estão envolvidos com antecipação, planejamento, pensamento ético e religioso (adaptado de RESTAK, 1994).

O sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) é composto de dois tipos básicos de células: o neurônio (1) e a glia que dá suporte estrutural e fisiológico, como o astrócito

(4) e o oligodendrócito (6). O neurônio é composto de corpo celular (1), núcleo (2) e dendritos (3), por onde entra a informação e o axônio (5) e terminais (7) de onde esta sai a informação eletroquímica (adaptado de BRAIN BASICS, 2002).

O funcionamento do sistema nervoso Os nervos (conjunto de neurônios) podem ser divididos em nervos que levam informação para o SNC e nervos que levam informação do SNC. Os primeiros são chamados fibras aferentes e os últimos de fibras eferentes. As fibras aferentes enviam sinais dos receptores (células que respondem ao estímulo sensorial nos olhos, ouvidos, pele, nariz, músculos, articulações) para o SNC. As fibras eferentes enviam sinais do SNC para os músculos e as glândulas.

Os neurônios são formados por três partes: a soma, os axônios e os dendritos. A parte central, corpo celular ou soma, contém o núcleo celular. Pode-se observar que a soma possui grande número de prolongamentos, ramificando-se múltiplas vezes como pequenos arbustos, são os dendritos. É através dos dendritos que cada neurônio recebe as informações provenientes dos demais neurônios a que se associa. O grande número de neurônios é útil a célula nervosa, pois permite multiplicar a área disponível para receber as informações aferentes. Saindo da soma também, existe um filamento mais longo e fino, ramificando-se pouco no trajeto e muito na sua porção terminal, é o axônio. Cada neurônio tem um único axônio, e é por ele que saem as informações eferentes dirigidas às outras células de um circuito neural.

A região de contato entre um terminal de fibra nervosa e um dendrito ou o corpo (mais raramente um outro axônio) de uma segunda célula, chama-se sinapse, e constitui uma região especializada fundamental para o processamento da informação pelo sistema nervoso. Na sinapse, nem sempre, os sinais elétricos passam sem alteração, podem ser bloqueados parcial ou completamente, ou então multiplicados. Logo, não ocorre apenas uma

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transmissão da informação, mas uma transformação durante a passagem.

A transmissão sináptica pode ser química ou elétrica. Na sinapse elétrica, as correntes iônicas passam diretamente pelas junções comunicantes (região de aproximação entre duas células) para as outras células. A transmissão é ultrarrápida, já que o sinal passa praticamente inalterado de uma célula para outra. Na sinapse química, a transmissão do sinal através da fenda sináptica (região de aproximação entre duas células, bem maior que as junções comunicantes) é feita através de neurotransmissores. A sinapse química pode ser exitatória, quando ocorre um aumento no estímulo recebido pelo neurônio pós-sináptico, ou inibitória, quando ocorre uma diminuição do estímulo no neurônio pós-sináptico. São essas transformações ocorridas durante a sinapse que garantem ao sistema nervoso a sua enorme diversidade e capacidade de processamento de informação.

Uma das melhores maneiras de perceber a influência dos neurotransmissores na cognição é observando a quantidade de drogas cujo efeito provém da modificação da atividade dos neurotransmissores, como a nicotina.

Plasticidade

Plasticidade é a capacidade de o sistema nervoso alterar o funcionamento do sistema motor e perceptivo baseado em mudanças no ambiente.

Estudos comprovam a hipótese sobre o desenvolvimento neural e a aprendizagem na qual funções particulares de processamento de informação são controladas por grupos especiais de neurônios, mas quando uma dessas funções fica inutilizada, os neurônios associados a ela passam a controlar outra função. Por exemplo, se os neurônios que normalmente recebiam estímulos do olho esquerdo pararem de receber esse estímulo, eles se tornariam responsáveis pelos estímulos do olho direito. O inverso também é verdadeiro, quando as funções neurais são limitadas, os neurônios podem passar a controlar novas funções.

No entanto, nem sempre esse processo ocorre. A plasticidade é mais comum em crianças.

Memória de curto e longo prazo

Um dos conceitos mais importantes dessa área é a distinção entre memória de curto e longo prazo. Uma razão para acreditar nessa distinção é que, algumas vezes depois de um severo golpe na cabeça, uma pessoa pode ser incapaz de lembrar eventos que aconteceram antes do golpe (amnésia retrógrada), mas continuaria lembrando dos eventos que ocorreram bem antes. A fragilidade das memórias recentes sugere que elas estavam num estado fisiológico diferente das memórias mais antigas.

Uma outra razão para essa distinção é que nós somos capazes de lembrar um pequeno número de itens que nós acabamos de guardar na memória, mas podemos lembrar uma grande quantidade de informação de um passado distante. Esses fatos sugerem que a memória de curto prazo e a memória de longo prazo podem ter propriedades físicas distintas.

Memória de Curto Prazo (MCP):

Capaz de armazenar informações por períodos de tempo um pouco mais longos, mas também de capacidade relativamente limitada.

Memória de Longo Prazo (MLP): Capaz de estocar informações durante períodos de tempo muito longos, talvez até indefinidamente.

Apesar do nosso cérebro ser dividido em dois hemisférios não existe relação de dominância entre eles, pelo contrário, eles trabalham em conjunto, utilizando-se dos milhões de fibras nervosas que constituem as comissuras cerebrais e se encarregam de pô-los em

constante interação. O conceito de especialização hemisférica se confunde com o de lateralidade (algumas funções são representadas em apenas um dos lados, outras nos dois) e de assimetria (um hemisfério não é igual ao outro).

Segundo Lent (2002), o hemisfério esquerdo controla a fala em mais de 95% dos seres humanos, mais isso não quer dizer que o direito não trabalhe, ao contrário, é a prosódia do hemisfério direito que confere à fala nuances afetivas essenciais para a comunicação interpessoal.

O hemisfério esquerdo é também responsável pela realização mental de cálculos matemáticos, pelo comando da escrita e pela compreensão dela através da leitura. Já o

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hemisfério direito é melhor na percepção de sons musicais e no reconhecimento de faces, especialmente quando se trata de aspectos gerais. O hemisfério esquerdo participa também do reconhecimento de faces, mas sua especialidade é descobrir precisamente quem é o dono de cada face.

Da mesma forma, o hemisfério direito é especialmente capaz de identificar categorias gerais de objetos e seres vivos, mas é o esquerdo que detecta as categorias específicas.

O hemisfério direito é melhor na detecção de relações espaciais, particularmente as relações métricas, quantificáveis, aquelas que são úteis para o nosso deslocamento no mundo. O hemisfério esquerdo não deixa de participar dessa função, mas é melhor no reconhecimento de relações espaciais categoriais qualitativas.

Finalmente, o hemisfério esquerdo produz movimentos mais precisos da mão e da perna direitas do que o hemisfério direito é capaz de fazer com a mão e a perna esquerda (na maioria das pessoas).

Fonte: Lent (2002)

E onde entra a aprendizagem?

A aprendizagem é definida por Santos (1999, p. 85) como o processo neural pelo qual a experiência modifica o comportamento centralmente regulado.

Ele pode ser do tipo associativo ou do tipo não associativo, ou seja, pode ter relação

direta com os estímulos, como nos condicionamentos clássicos e condicionamentos operantes, para o aprendizado associativo; ou não depender dessa relação entre estímulos e respostas, como na habituação e na sensitização, para os aprendizados não associativos.

Ou, conforme a classificação apresentada em Krech (1978, p. 50): “[...] os tipos de aprendizagem podem ser agrupados em três categorias de complexidade crescente:

• aprendizagem de resposta condicionada;

• memorização;

• aprendizagem por ensaio-e-erro”.

Implicações dos estudos do sistema nervoso nas Ciências Cognitivas

Existem redundâncias consideráveis no sistema nervoso. A existência de processamento paralelo é amplamente aceita na neurociência e acredita-se que ele seja necessário devido a rapidez e complexidade do processamento da informação no cérebro das criaturas vivas. O poder da computação paralela pode ser observado nos modernos computadores seriais que demoram muito mais que o cérebro humano para processar informações visuais. Nos últimos anos, reconheceu-se que computadores com processamento paralelo são necessários para acelerar o processamento de imagens, aproximando-o da velocidade do cérebro humano.

Esse é um dos caminhos pelo qual a neurociência pode ajudar as ciências cognitivas.

A psicologia cognitiva tem se esforçado para modelar as atividades intelectuais com elementos que interajam numa maneira neurologicamente plausível. Esses modelos estão ajudando a mostrar como a cognição pode ser estruturada através dos princípios básicos de operação da mente (LENT, 2002).

3- FREUD E O CÉREBRO

INTEGRAÇÃO ENTRE

PSICANÁLISE E NEUROFISIOLOGIA

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Sempre existiram, no meio psicanalítico, aqueles que se interessaram em buscar fazer correlações entre a neurociência e os conhecimentos adquiridos na investigação psicanalítica. Com isso, puderam ser mostradas as contribuições que a psicanálise poderia dar para um enriquecimento mútuo nas investigações neuropsicológicas e traduzir em termos psicanalíticos as conquistas neurocientíficas (SOUSSUMI, 2001).

O desenvolvimento da neurociência começa a tornar realidade o vaticínio de Freud de que no futuro as hipóteses psicanalíticas seriam explicadas pela biologia (ANDRADE, 2003).

As aquisições recentes da neurobiologia indicam que a neuroplasticidade pode ser um dos caminhos para a reconciliação entre a psicanálise e a neurociência. Dentre os achados neurocientíficos no âmbito do psiquismo, destaca- se a ação da relação afetiva sobre circuitos neurais de bebês, os quais podem

sofrer atrofia cerebral se cuidados inadequadamente. Também há evidências de que métodos psicológicos podem promover modificações no cérebro. Este ponto é de especial interesse para a psicanálise, cujo método se baseia numa relação afetiva (transferência) (ANDRADE, 2003).

Recentes avanços no estudo interdisciplinar da emoção também indicam possibilidades de uma aproximação bem- sucedida entre a psicanálise e a neurociência. O conhecimento atual dos mecanismos psicobiológicos, por meio dos quais, por exemplo, o hemisfério direito processa informações sociais e emocionais em níveis subconscientes e mediante os quais o córtex orbitofrontal regula o afeto e a motivação, permite uma compreensão mais profunda da

“Estrutura Psíquica” formulada por Freud (SCHORE, 1997 apud LIMA, 2009).

A descrição tradicional de inconsciência como concebida por Freud é de significância histórica e não somente ganhou ampla aceitação, mas também atraiu muito criticismo. Entretanto, hoje se sabe que o modo fundamental de processamento das funções cerebrais é de ordem inconsciente. Partes do processamento simbólico- declarativo e do processamento de

funções emocionais do cérebro são permanentemente inconscientes. Outras partes

desses processos são conscientes ou podem ser trazidas à consciência ou, alternativamente, podem ser excluídas da consciência.

Ressaltando o papel essencial dos processos psíquicos inconscientes, Winograd et al (2005) citam como exemplo a verificação de que o comportamento de pacientes incapazes de se lembrar de acontecimentos passados, por causa de lesões em estruturas cerebrais responsáveis pelo armazenamento de memória, é claramente influenciado pelos fatos “esquecidos”. Esses dados corroboram a teoria de Freud, segundo a qual o inconsciente domina a maior parte dos processos psicofisiológicos.

Segundo estudos de Lima (2010) a neurociência também demonstrou que as estruturas do cérebro essenciais para a formação de memórias conscientes não são funcionais durante os dois primeiros anos de vida, explicando o que Freud identificou como “amnésia infantil”.

Assim como Freud hipotetizou, não poder trazer à luz da consciência a maior parte de nossas memórias de infância não significa que elas não tenham se inscrito em nós nem que não afetem nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos atuais. As experiências da primeira infância, sobretudo entre mãe e bebê, influenciam o padrão das conexões cerebrais e, correlativamente, o padrão de nossos comportamentos e pensamentos.

A vasta contribuição de Freud relativamente à função dos sonhos foi em grande parte ignorada pela ciência, pela falta de um método quantitativo e de hipóteses testáveis.

Felizmente, os avanços da neurociência convergiram nos últimos anos para dois importantes insights psicanalíticos. O primeiro consiste na observação concreta de que os sonhos, frequentemente, contêm elementos da experiência do dia anterior, denominados de

“restos do dia”. O segundo é o reconhecimento de que estes “restos” incluem atividades mnemônicas e cognitivas da vigília, persistindo nos sonhos na medida de sua importância para o sonhador. Assim, ainda que de maneira difusa, a psicanálise prevê que a consolidação de memórias e o aprendizado sejam importantes funções oníricas (SIDARTA, 2003).

Segundo Freud, os sonhos constituem

“uma realização (disfarçada) de um desejo (reprimido)”. A hipótese de que o sistema dopaminérgico mesolímbico- mesocortical,

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NEUROCIÊNCIA, ANATOMIA, FISIOLOGIA E EDUCAÇÃO

relacionado aos estados motivacionais, é essencial para a formação dos sonhos também oferece algum respaldo à teoria freudiana.

Assim, as emoções parecem exercer um papel fundamental na formação dos sonhos (CHENIAUX, 2006).

Estudos experimentais recentes trazem à tona duas grandes contribuições de Freud aos conhecimentos atuais sobre a supressão e/ou inibição de memórias. Ambos os processos, largamente estudados por ele, a repressão e a extinção, já têm boa parte de seus mecanismos conhecidos. Essa inibição ou supressão é inerente à nossa natureza. Por um lado, precisamos impedir o acesso à consciência de muitas memórias, porque sua evocação seria prejudicial ou insuportável. Por outro, precisamos fazê-lo porque devemos recordar ou aprender outras memórias (IZQUIERDO, 2006).

Em seu estudo, Izquierdo cita achados interessantes de outros pesquisadores (Anderson ET al, 2004): no momento em que o cérebro exclui da consciência a expressão de memórias indesejadas, ocorrem: a) inibição da evocação dessas memórias (repressão); b) ativação do córtex pré-frontal anterolateral (envolvido na memória de trabalho); c) inibição da atividade do hipocampo. O hipocampo é o

“diretor” da “orquestra” de áreas corticais envolvidas na evocação de memórias.

O estudo desses cientistas pretendeu explicar casos de bloqueio de memória especialmente nas situações de abusos sexuais sofridos por crianças que não se lembram dos abusos quando se tornam adultas. Sua existência foi percebida por meio da utilização de imagens cerebrais que mostravam os sistemas neurológicos participantes do bloqueio da evocação de memórias indesejáveis. Esses dados corroboram a hipótese de Freud sobre o processo de “recalque”.

Analisando todos esses dados, Lima (2010) considera que as visões psicanalíticas e neurocientífica podem ser complementares e mutuamente enriquecedoras. Tomados em conjunto, esses achados indicam não só a viabilidade, mas a necessidade de reavaliar o legado psicanalítico de Freud, com uma diferente abordagem.

4- NEUROCIËNCIA E

NEUROEDUCAÇÃO

Segundo Ventura (2010) a neurociência está em grande expansão, e foi eleita com destaque pelo Governo dos EUA como prioritária na década de 1990, que ficou conhecida como a

“Década do Cérebro‟ (Library of Congress, 2010).

Muitos também consideram o século XXI o século do cérebro, no qual as grandes conquistas da humanidade estarão dirigidas para a compreensão das funções neurais humanas.

A neurociência estuda também as doenças do sistema nervoso e seus reflexos em todas as funções do indivíduo, procurando métodos de diagnóstico, prevenção e tratamento, além da descoberta das causas e mecanismos.

Desde uma dor de cabeça até a doença de Alzheimer, o custo social e econômico dessas afecções é imenso, e é também muito grande a parcela da economia dedicada ao desenvolvimento e à produção e comercialização de fármacos e de equipamentos de diagnóstico. O aprofundamento da pesquisa traz o reconhecimento de novas doenças, permitindo seu estudo e tratamento. São muitos os exemplos de novas descobertas. No século XIX, Freud descreveu a paralisia cerebral, tendo usado esse nome para distingui-la da paralisia infantil. Nas últimas décadas foi reconhecida a síndrome do pânico e há menos de 10 anos, a morte súbita, as graves consequências de distúrbios do sono e os príons e seu possível envolvimento em patologias neurológicas e mentais. É surpreendente pensar que as doenças do sono, que sempre afligiram a humanidade, só tiveram reconhecimento muito recentemente.

A pesquisa em neurociência visa, dentre seus objetivos, esclarecer os mecanismos das doenças neurológicas e mentais por meio do estudo do sistema nervoso normal e patológico.

As funções do sistema nervoso podem ser alteradas por eventos ambientais como trauma, agentes infecciosos ou tóxicos; por tumores, mutações gênicas e defeitos congênitos; por eventos vasculares e deficiências nutricionais, e por muitos outros fatores. Muitas doenças do sistema nervoso são totalmente incapacitantes, outras provocam prejuízos de diferentes níveis de gravidade. Infelizmente, segundo Ventura (2010) não temos acesso a

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dados de prevalência brasileiros. Para exemplificar alguns números mais relevantes são citadas a seguir informações dos EUA.

Dados do National Institute of Health - NIH (2002) mostram que, na população dos EUA, dentre as doenças neurológicas que em geral se instalam na infância:

• A epilepsia afeta cerca de 2,5 milhões de norte-americanos;

• A paralisia cerebral ocorre em 750.000 nascimentos;

• O autismo atinge 400.000 crianças; e,

• Os tumores cerebrais são a segunda causa de morte por câncer em crianças até 15 anos.

Dentre as doenças que afetam adultos, causando anos de invalidez, perda de vida e impacto econômico, os dados do NIH indicam que:

• acima dos 60 anos, a demência do tipo Alzheimer, o acidente vascular encefálico e a doença de Parkinson são frequentes;

• os acidentes vasculares encefálicos (cerebrais) são a terceira entre todas as causas de morte e uma causa importante de invalidez (mais de 700.000 americanos são afetados);

• o trauma cerebral e as lesões medulares ocorrem principalmente antes dos 30 anos, sendo o trauma cerebral responsável por mais de 5,3 milhões de comprometimentos e mais de 50.000 óbitos;

• a esclerose múltipla começa por volta dos 30 anos de idade. Finalmente, a dor é a principal queixa para a procura de atendimento médico em geral. A prevalência de dor crônica é alta e suas causas difíceis de tratar.

A neurociência contribui também para o esclarecimento das doenças mentais. O National Institute of Mental Health - NIMH (2002) define doenças mentais como aquelas em que há alteração no pensamento, humor ou comportamento (isoladamente ou combinados), acarretando sofrimento e/ou prejuízo funcional.

Dados daquela agência mostram que durante um período de um ano, 22% da população americana adulta (44 milhões de pessoas) têm alguma doença mental diagnosticável por critérios confiáveis; dentre essas pessoas, 3%

associam o abuso de drogas à doença mental.

A neurociência no Brasil está representada principalmente pela Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC), que congrega a pesquisa básica da área. A produção neurocientífica está também presente nas Sociedades Brasileiras de Psicologia, de Farmacologia, de Fisiologia, de Bioquímica, e na Brazilian Research Association on Vision and Ophthalmology. Na área clínica, a neurociência brasileira é apresentada nas Sociedades Brasileiras de Neurologia, de Psiquiatria e de Neuropsicologia (VENTURA, 2010).

A SBNeC, originalmente Sociedade Brasileira de Psicobiologia, tem 34 anos de existência. Foi fundada por Elisaldo Carlini, que reuniu um grupo de psicólogos, psicofarmacólogos, neurofisiologistas, psiquiatras e outros especialistas. A ata de fundação gerada nessa reunião histórica mostra a argumentação desses pesquisadores na época, muito interessados em promover a integração entre psicologia e neurociência. Esse grupo decidiu pela fundação da nova sociedade a partir da Sociedade Latinoamericana de Psicobiologia, cujo sucesso tinha sido comprometido pelas dificuldades políticas dos países da região na década de 1970. O nome Sociedade Brasileira de Psicobiologia perdurou até os anos 1990, quando, para evitar a criação de uma segunda sociedade na mesma área, dedicada à neuroquímica, decidiu-se mudar o nome da entidade para Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento.

A manutenção da palavra comportamento como parte do nome tem grande relevância para a área de Psicologia, pois constitui a forma de integrar os psicólogos experimentais na sociedade, valorizando o enfoque no estudo do comportamento.

Essa ênfase espelha a motivação original do grupo fundador de integrar psicólogos, estudiosos do comportamento, com os demais ramos da fisiologia, farmacologia, morfologia, e

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NEUROCIÊNCIA, ANATOMIA, FISIOLOGIA E EDUCAÇÃO

outras áreas de estudo do sistema nervoso (VENTURA, 2010).

Tokuhama-Espinosa (2008 apud ZARO ET AL, 2010) localiza o início das preocupações da Neuroeducação nos anos 1970, com duas referências principais: Show e Stewart (1972) e Gardner (1974), sendo este último autor bastante conhecido no Brasil, através de sua teoria das inteligências múltiplas.

Ambos os autores, diz, já naquele momento estabeleceram diversos princípios- chave em neuroeducação, incluindo a compreensão de que não existem dois cérebros idênticos, devido tanto à natureza (questões congênitas) quanto à criação (experiência). Em 2007, Howard Gardner apontou diretamente para a falta de um elo, visivelmente necessário, entre a neurologia, a psicologia e a educação, para formar o que seriam “neuro-educadores”

(ZARO, 2010)

Do ponto de vista psicológico, o objetivo principal da Neuroeducação seria explicar os comportamentos da aprendizagem, ressaltando que os neurologistas se ocupam disto através do cérebro, enquanto os psicólogos se debruçam sobre a mente, o que, certamente, para qualquer um que se mantenha em uma razoável distância crítica do tema, aponta para questões complementares e não antagônicas.

Uma destas questões seria, por exemplo, buscar explicações sobre o papel das emoções no aprendizado, nos processos de tomada de decisão e nas várias possibilidades de motivação dos alunos para o aprendizado. Já para os educadores, estas informações seriam usadas para melhorar suas práticas em sala de aula.

Poderiam, por exemplo, aproveitar o conhecimento já consolidado sobre as mudanças neuronais que ocorrem no cérebro, durante o

aprendizado (área de pesquisa das Neurociências), e as técnicas e métodos de observação e documentação dos comportamentos observáveis (área de pesquisa da Psicologia), para fundamentar de forma consistente e verificável a eficiência de tais práticas (ZARO ET AL, 2010).

Possivelmente, cabe às três categorias de profissionais – e a outras categorias hoje integradas às equipes educacionais como, por exemplo, os produtores de mídias, os designers, os cientistas da informação e os produtores de

tecnologias educacionais – identificar as possibilidades de pesquisa e, principalmente, os padrões e metodologias de pesquisa que poderiam dar conta desta integração.

Hardiman e Denckla (2009 apud ZARO, 2010) definem a Neuroeducação como um novo campo do conhecimento que integra

“neurocientistas que estudam a aprendizagem e educadores que pretendem fazer uso de pesquisas desta natureza”. Comentam que, embora esta integração pareça óbvia, nem sempre foi ou será fácil e direta, uma vez que os campos profissionais estruturam linguagens e abordagens diferenciadas, definindo seus respectivos métodos de produção e validação do conhecimento. Talvez por isso recomendam que ambos os grupos se dediquem à busca de um método comum para traduzir resultados da pesquisa científica, através de um caminho cujo sentido inicia nos laboratórios dos neurocientistas cognitivos e segue para o planejamento de estratégias pedagógicas aplicáveis.

Sugere-se que o mesmo caminho continue em direção à produção e ao uso de tecnologias educacionais, como vídeos, multimídia, games e outros produtos educacionais, refletindo sobre a possibilidade de desenvolver e aplicar estes recursos de forma a que possam, comprovadamente, dar suporte a alguma das variáveis dinâmicas que compõem a cognição humana, identificando essas variáveis observáveis e seus processos de inter-relação.

Tokuhama-Espinosa (2008 apud ZARO, 2010) também concorda que os pesquisadores que quiserem integrar-se à área multidisciplinar da Neuroeducação precisam realizar um exercício de flexibilidade das suas próprias formas de pensar, agir e definir prioridades, uma vez que, como todas as áreas de interface de vários tipos de conhecimento, é preciso perceber as abordagens e integrá-las de forma equilibrada, sem que uma se imponha sobre as demais. Daí a importância de seu trabalho, que tratou de delimitar o que seriam alguns dos temas comuns às áreas, como conhecimento já estruturado ou como instrumento ou metodologia de pesquisa. A seguir, resumem-se alguns desses temas, tratados pela pesquisadora como tópicos básicos ou princípios.

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Entre os tópicos citados por Tokuhama-Espinosa (2008 apud ZARO, 2010), a partir de sua pesquisa na bibliografia já existente, que delimitam possíveis abordagens para pesquisa em Neuroeducação, estão as várias técnicas de captação de informações neuronais, por sinais elétricos ou imageamento cerebral como instrumento de observação de aprendizagem, a neurogênese e plasticidade; as teorias da consciência e da inteligência, a neuroética; as diferenças de aprendizado; e as relações corpo-mente (sono e exercícios físicos, entre outros itens a esse respeito).

Enumera ainda o que seriam 14 princípios básicos, a serem usados como fio condutor da Neuroeducação, em torno dos quais se articulariam premissas das três áreas estruturadoras (neurociências, psicologia e educação, segundo a autora), não necessariamente em ordem hierárquica de relevância:

• estudantes aprendem melhor quando são altamente motivados do que quando não têm motivação;

• stress impacta aprendizado;

• ansiedade bloqueia oportunidades de aprendizado;

• estados depressivos podem impedir aprendizado;

• o tom de voz de outras pessoas é rapidamente julgado no cérebro como ameaçador ou não ameaçador;

• as faces das pessoas são julgadas quase que instantaneamente (i.e., intenções boas ou más);

feedback é importante para o aprendizado;

• emoções têm papel-chave no aprendizado;

• movimento pode potencializar o aprendizado;

• humor pode potencializar as oportunidades de aprendizado;

• nutrição impacta o aprendizado;

• sono impacta consolidação de memória;

• estilos de aprendizado (preferências cognitivas) são devidas à estrutura única do cérebro de cada indivíduo;

• diferenciação nas práticas de sala de aula são justificadas pelas diferentes inteligências dos alunos.” (TOKUHAMA-

ESPINOSA, 2008 apud ZARO ET AL, 2010).

Além desses princípios, que seriam relativos a cada aprendiz, individualmente, diz a pesquisadora, outros dizem respeito a qualquer um deles, podendo ser seguido em qualquer prática instrucional. São eles:

• cada cérebro é único e unicamente organizado;

• cérebros são especializados e não são igualmente bons em tudo;

• o cérebro é um sistema complexo, dinâmico e em modificação diária, pelas experiências;

• cérebros são considerados „plásticos‟ e continuam a se desenvolver ao longo de suas vidas;

• aprendizado é baseado em parte na habilidade do cérebro de se auto- corrigir e aprender pela experiência, através da análise de dados e auto-reflexão;

• a busca por sentido é inata na natureza humana;

• a busca por sentido ocorre através de

“padronizações‟;

• aprendizado é baseado em parte na habilidade do cérebro de detectar padrões e fazer aproximações para aprender;

• emoções são críticas para detectar padrões;

• aprendizado é baseado em parte na capacidade do cérebro para criar;

• aprendizado é potencializado pelo desafio e inibido pela ameaça;

• o cérebro processa partes e todo simultaneamente (é um processador paralelo);

• cérebros são projetados para flutuações mais do que atenção constante;

• aprendizado envolve tanto atenção focada quanto percepção periférica;

• o cérebro é social e cresce na interação (tanto quanto na reflexão pessoal);

• aprendizado sempre envolve processos conscientes e inconscientes;

• aprendizado é desenvolvimental;

• aprendizado recruta a fisiologia completa (o corpo impacta o cérebro e o cérebro controla o corpo);

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NEUROCIÊNCIA, ANATOMIA, FISIOLOGIA E EDUCAÇÃO

• diferentes sistemas de memória (curto prazo, de trabalho, longo prazo,

emocional, espacial, de hábito) aprendem de formas diferentes;

• informação nova é arquivada em várias áreas do cérebro e pode ser evocada através de diferentes rotas de acesso;

• o cérebro recorda melhor quando os fatos e habilidades são integrados em contextos naturais; e,

• Memória + Atenção = Aprendizado (TOKUHAMA-ESPINOSA, 2008 apud ZARO ET AL, 2010).

Entre os achados finais da pesquisa de Tokuhama-Espinosa, estão alguns que justificam a relevância e urgência da consolidação da nova área de pesquisa, apontando para a necessidade do diálogo entre a ciência e sua aplicação, de maneira justificada e fundamentada em evidências observáveis:

“[...] enquanto milhares de estudos foram devotados para explicar vários aspectos da neurociência (como animais, incluindo humanos, aprendem), apenas uns poucos estudos neurocientíficos tentaram explicar como os humanos deveriam ser ensinados, para maximizar o aprendizado. (...) das centenas de dissertações devotadas ao „ensino baseado no cérebro‟, ou „métodos neurocientíficos de aprendizado‟, nos últimos cinco anos, a maioria documentou a aplicação destas técnicas, ao invés de justificá-las.” (TOKUHAMA-ESPINOSA, 2008, p. 117 apud ZARO ET al, 2010).

Compreendendo um quadro de múltiplas necessidades, que estruturam a realidade da ecologia educacional contemporânea, sugere-se, então, que a área de pesquisa da Neuroeducação, não se limite a integrar o conhecimento de pedagogos, neurocientistas e psicólogos, mas de todas as demais áreas que constituem as chamadas Ciências Cognitivas, bem como com as áreas de conhecimento da Comunicação e das Ciências da Informação, todas elas imbricadas na ecologia tecnológico-cognitivo-informacional- comunicacional de Internet, sala de aula, entretenimento e interação, aprendizado e aplicação, produção e recepção, entre tantas outras características tanto opostas como complementares que caracterizam a educação no Século XXI. Assim como não há retorno

possível do ser humano ao mundo do telégrafo sem fio, também não é plausível supor que os processos de ensino-aprendizagem voltem a depender apenas de uma boa teoria, ou de um bom quadro-negro, mesmo que estejam integrados a um bom fundamento neurocientífico.

ANEXOS

LINHA DO TEMPO EM NEUROCIÊNCIA

Numa breve linha do tempo temos que:

130.000 a.C. – Surge o Homo sapiens neanderthalensis

30.000/35.000 a.C. – surgimento do Homo sapiens sapiens

7.000a 20.000 a.C. – são descobertos os crânios trepanados (ritual?curas?)

1.700 a.C. - Egito – papiro Edwin Smith descrição clínica de 48 casos clínicos, aparece o termo encéfalo, meninges, liqüor e medula Pitágoras (580-510 a.C.) - encéfalo mente – coração alma e sensações

Hipócrates (460-370 a.C.) - epilepsia distúrbio do encéfalo – sede da inteligência e sensações (tese cefalocentrista)

Platão (427-347 a.C.) – problema corpo e alma - encéfalo (1) sede do processo mental (2) a alma tríplice: coração (alma afetiva), o cérebro (alma intelectual), e o ventre (concupiscência - apetite sexual)

Aristóteles (384-322 a.C.) - (1) coração - centro das sensações, das paixões e da inteligência (tese cardiocentrista), (2) encéfalo (função refrigerar o corpo e a alma)

Cláudio Galeno, (129-200 a.C.) – médico de gladiadores - encéfalo formado de duas partes:

uma anterior, o (1) cerebrum (sensações e repositório da memória) (2) cerebellum (controle dos músculos) (2) nervos eram condutos - levavam os líquidos vitais ou humores. 4 líquidos essenciais (sangue, fleuma, bile amarela e bile negra) que, quando em equilíbrio e harmonia(eucrasia) asseguravam a saúde do indivíduo, enquanto a doença era devida ao seu desequilíbrio e desarmonia(discrasia). Tese dos 4 humores: indivíduo otimista, falante,

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irresponsável (tipo sanguíneo); calmo, sereno, lento, impassível (tipo fleumático); explosivo, ambicioso (tipo colérico); introspectivo, pessimista (tipo melancólico).

Período Medieval – corpo era desprezível e a alma mais importante

Leonardo da Vinci (1452-1519) e Andreas Vesalius (1514-1564) – anatomia através de desenhos e a obra De humani corporis fabrica libri septem

René Descartes (1596-1650) - “je pense, donc je suis” definiu a alma como substância consciente ou pensamento. A alma era diferente do corpo por possuir uma natureza indivisível enquanto o corpo era sempre divisível reestabeleceu a ontologia dualista de que alma e corpo eram constituídos por diferentes substâncias. Definiu a localização da alma na glândula pineal.

Sigmund Freud (1895) - estudos funcionais do inconsciente. Entende que os processos físicos não poderiam ocorrer na ausência dos processos fisiológicos, mas que os físicos precediam ao fisiológico.

Thorndike, Watson e Skinner (....) associacionismo, funcionalismo, behaviorismo comportamentalismo - estudos do comportamento Gestalt (...) a relação funcional entre neurônios decorre da ativação conjunta de uma estrutura difusa de células no córtex, constituindo um sistema fechado, capaz de manter-se integrado por um breve tempo.

Franz Joseph Gall (1758-1828) Pai da Frenologia. Localização cerebral das funções cerebrais. Estudou a relação entre afasia e cérebro tornando-se assim um importante precursor da neuropsicologia. acreditava que o cérebro era na verdade um conjunto de órgãos separados, cada um dos quais controlava uma

“faculdade” (aptidão) inata separada.

Pierre Paul Broca (1824-1880) Suas ideias são baseadas em avaliações clínicas e estudos anatômicos no estudo de dois pacientes e suas posteriores autópsias. Mostrou a relação entre lobo frontal esquerdo e a linguagem. Suas conclusões são consideradas, atualmente o marco inicial da neuropsicologia (afasia motora).

Carl Wernicke (1848-1905) descrevia a relação causal entre a lesão no primeiro giro temporal esquerdo e uma das formas clínicas da afasia, a

afasia sensorial (afasia sensorial) e postulou sobre a afasia de condução.

John M. Harlow (1848-1849) Relata o caso de Phineas Gage, um paciente com alterações comportamentais decorrentes de lesão frontal.

Lev S. Vygotsky (1896-1934) procurou uma alternativa às posições localizacionistas e globalistas Vygotsky considerou as funções corticais superiores em três princípios centrais:

a) relacionamentos interfuncionais, plásticos e modificáveis; b) sistemas funcionais dinâmicos como resultantes da integração de funções elementares; e, c) a reflexão da realidade sobre a mente humana.

Alexander Romanovich Luria (1902-1977) concebia uma ciência que mantinha, ao mesmo tempo, consonância com a fisiologia e a neurologia, sem depender integralmente destas (Cole,1992) e, mais importante, sem nunca perder de vista a perspectiva humanista na compreensão e entendimento das condições clínicas estudadas (Luria, 1992). Outra grande contribuição de Luria refere-se às inovações metodológicas propostas no exame clínico: técnicas aparentemente simples, mas orientadas pela sua visão das funções corticais superiores, ou seja, Luria propõe um modelo teórico que dirige o trabalho neuropsicológico. “desde uma perspectiva da localização sistemática das funções, consideramos os processos corticais superiores como sistemas funcionais complexos dinamicamente localizados”.

Camillo Golgi (1843/4-1926) e do histologista espanhol Santiago Ramón y Cajal (1852-1934) descreveram a estrutura das células nervosas.

Wilder Penfiled (1940) usando métodos de estimulação elétrica estudou e mapeou as funções motoras, sensoriais e da linguagem no córtex humano de pacientes submetidos à neurocirurgia.

Charles Scott Sherrington (1857-1952) propôs os termos “sinapse”, definido como o local de contato entre dois neurônios, e “transmissão sináptica”, definida como a passagem de informações por meio da sinapse.

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