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Violência de Género. Violência Doméstica. Filipa Fernandes Sara Alferes. Trabalho para a Unidade Curricular: Pensamento Crítico e Trabalho Académico

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Academic year: 2021

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Filipa Fernandes Sara Alferes

Violência de Género Violência Doméstica

Trabalho para a Unidade Curricular:

Pensamento Crítico e Trabalho Académico Curso: Animação e Intervenção Sociocultural 1º Ano/ 1º Semestre

Docentes: Isabel Henriques de Jesus Maria do Rosário Rodrigues Novembro 2014

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Conteúdo

Resumo ... 3

Introdução ... 4

Conceito de Violência de Género ... 5

Violência doméstica ... 6

Diferentes vítimas de Violência Doméstica: ... 6

Problemas sociais: O que acontece à vítima e ao agressor depois da denúncia? ... 7

Conclusão ... 8

Referências ... 9

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Resumo

A Violência de Géneros pode gerar vários tipos específicos de violência, um deles é a Violência Doméstica, um dos tipos de violência com maior número de vítimas.

Este género de violência consiste num conjunto de comportamentos violentos, que ocorrem dentro de um núcleo familiar.

Existem diferentes tipos de vítimas: mulheres, crianças, idosos e homens. Os homens são as vítimas menos desconhecidas e que sofrem um maior preconceito social.

A violência é feita de preconceitos, de mentalidades muito focadas no passado e na tradição e de obsessões.

São muitas as vítimas que não têm coragem de denunciar o agressor, devido a pena, medo ou falta de amor-próprio. No entanto, também existem vítimas que ganham coragem e fazem um longo caminho até à denúncia.

Palavras-chave: Violência de Género, Violência Doméstica, Vítima, Agressor, Sociedade.

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Introdução

No âmbito da Unidade Curricular Pensamento Crítico e Trabalho Académico, foi-nos proposto a abordagem de vários temas para a realização de um trabalho:

Violência de Género, Adoção e Co adoção e Pegada Digital.

O tema que optámos por fazer foi Violência de Géneros, que consiste em comportamentos e atitudes violentas, de caráter físico ou psicológico, que ocorrem em função do género. Gostaríamos de entender melhor, de descobrir algumas possíveis soluções para este problema e, também, de poder entender o porquê de a Violência de Género, ou a Violência Doméstica estarem mais associadas às mulheres do que aos homens. Será que há algum motivo, ou alguma história por detrás disso? Será que esta violência contra a mulher faz parte da tradição?

Neste trabalho iremos dar os conceitos de violência e género e alguns dos motivos que podem dar origem a esses comportamentos.

Iremos, também, aprofundar o conceito de Violência Doméstica, que é um dos tipos de violência que surge através da violência de género, devido aos preconceitos que existem entre o sexo feminino e o sexo masculino.

Existem vários tipos de violência que se enquadram na Violência de Género: a violência emocional, social, física, financeira, sexual e a perseguição. Neste trabalho iremos explicar, sucintamente, cada um destes tipos de violência.

Para além dos diferentes tipos de violência, existem também diferentes vítimas dentro da violência doméstica: as mulheres, as crianças, os idosos e os homens. No entanto, iremos focar-nos apenas na Violência Doméstica contra os homens, pois queremos que este trabalho sirva, de algum modo, para desmistificar a ideia de que apenas as mulheres sofrem de Violência Doméstica.

Vamos incluir, também, neste trabalho uma breve explicação do percurso que a vítima tem de fazer para ser feita justiça e daquilo que acontece à vítima e ao agressor após a denúncia às autoridades.

Por fim, iremos fazer uma reflexão sobre estas questões de violência, tentando entender o que leva aos agressores terem este tipo de comportamentos. Será que a sociedade, de certa forma, “incentiva” esta violência? Será algum dia a Violência de Género deixará de existir? Estas são algumas das questões que iremos tentar dar resposta após a realização do trabalho.

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Conceito de Violência de Género

Para definirmos a violência de género, temos de definir, primeiramente, os conceitos de violência e de género em separado.

Entendemos por violência o uso propositado de força e/ou poder contra nós próprios, outra pessoa, ou contra um grupo de pessoas, que pode ter consequências drásticas como ferimentos físicos ou psicológicos, e até mesmo a morte (Félix, 2012).

Por sua vez, o género é uma qualidade individual, que nos distingue do sexo feminino e masculino. Na maioria das vezes a sociedade distingue os comportamentos e as mentalidades de acordo com o género (Félix, 2012).

Há muito tempo que somos influenciados por ideias pré-concebidas daquilo que deve ser um homem ou uma mulher. As nossas características, os nossos comportamentos e o nosso estilo, são influenciados pelos estereótipos na sociedade onde vivemos.

A junção destes dois conceitos conduz-nos à violência de género, que é considerada um tipo de violência que ocorre em função do género (Félix, 2012). Isto é, a violência de género é praticada de forma discriminativa, através de estereótipos e preconceitos contra o género, seja ele feminino ou masculino. No entanto, esta pode acontecer, também, entre dois indivíduos do mesmo género. Rita Borges dá um exemplo na sua tese de mestrado, através de um outro autor, de como isto acontece: “ (…) quando num grupo de rapazes existe um rapaz que é constantemente vítima de insultos porque gosta e pratica ballet, ou num grupo de raparigas alguém é posta de parte porque gosta de jogar futebol” (Borges, 2011).

Existem vários tipos de violência de género, a violência doméstica é um deles, pois esta é uma das violências que pode derivar da violência de género, mas no contexto doméstico, ou seja, privado. A ideia de que a mulher é um ser inferior e que apenas lhe compete as tarefas domésticas e a educação dos filhos, uma ideia já antiga que provem de séculos passados, pode levar à discriminação por parte do marido e, consequentemente, à violência contra a mulher (violência de género). Esta violência de género dá lugar à violência doméstica pelo simples facto de ocorrer entre marido e mulher, num contexto doméstico.

A violência emocional, social, física, sexual, financeira e a perseguição, podem ser considerados vários tipos de abusos e violências de procedem da violência de género (APAV - Violência Doméstica, 2012).

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Violência doméstica

Violência Doméstica é um conjunto de comportamentos violentos, que ocorrem num relacionamento ou ex.: relacionamento, dentro de um núcleo familiar.

Todos nós podemos ser vítimas de Violência Doméstica: as pessoas envolvidas podem ser ricas ou pobres; do mesmo sexo ou do sexo oposto; de qualquer idade, grupo étnico, cultura, religião, orientação sexual, formação ou estado civil (APAV - Violência Doméstica, 2012).

Diferentes vítimas de Violência Doméstica:

Há diferentes tipos de vítimas, que se podem distinguir entre o género e a faixa etária. As vítimas são maioritariamente mulheres e crianças, no entanto os idosos e os homens são também vítimas de Violência Doméstica. Iremos destacar os homens, visto que são as vítimas menos conhecidas e mais discriminadas.

Os homens vítimas desta violência, maioritariamente não a denunciam, por vergonha e medo de serem rejeitados na sociedade. Por vezes a família e os amigos não acreditam na vítima e ridicularizam a situação.

Segundo a Direcção-Geral da Administração Interna, 15,5% das vítimas de Violência Doméstica são homens. Uma psicóloga da Universidade do Minho, Andreia Machado, através de um inquérito, chegou à conclusão de que “ (…) embora 70% dos inquiridos afirmem ter sido vítimas de um comportamento abusivo (…), apenas 9%

deles se afirmam vítimas de violência.” (Vilarinho,2013). Estes números comprovam o medo que estas vítimas têm do preconceito social.

Andreia Machado acredita que o número de homens vítimas de violência é bastante idêntico aos números de mulheres vítimas de violência nos anos 70. Esta acredita, ainda, que a “feminização do fenómeno e a invisibilidade de outras faces do problema” (Vilarinho, 2013) origina desconhecimento deste tipo de vítimas na sociedade, levando a que muitas pessoas fiquem chocadas quando se fala em homens como sendo vítimas de Violência Doméstica.

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Problemas sociais: O que acontece à vítima e ao agressor depois da denúncia?

Observámos que há vários motivos que levam os indivíduos a tornarem-se agressores, como por exemplo: a falta de confiança, problemas derivados ao stress, problemas psíquicos, obsessão excessiva pela vida da vítima, serem alvos de manipulação por parte de amigos ou familiares, tendo uma falta de autoconfiança.

Após a denúncia, as autoridades começam a investigação procurando provas do crime. A vítima ou a pessoa que fez a queixa e/ou as testemunhas devem contar exatamente o que sucedeu às autoridades, se o caso for a tribunal devem repetir tudo o que já tinham contado anteriormente. No fim da investigação ou o arguido é acusado e preso ou o caso é arquivado, isto se não existirem provas suficientes.

Porém são muitas as dúvidas em relação ao que se deve fazer com o agressor.

Algumas pessoas defendem a ideia de que o agressor não deve ser apenas castigado, mas sim reeducado, através de acompanhamento psicológico, de modo a voltarem a ter capacidade de viverem em sociedade, no entanto, algumas associações, inclusive a APAV1, não concordam com esta medida.

Outra dúvida em relação aos agressores é em relação aos seus filhos: será que o agressor deve ser afastado dos filhos? O Partido Socialista acredita que o agressor deve ser afastado na casa da vítima, e consequentemente, dos filhos. No entanto, a Associação Portuguesa para a Igualdade Parental é contra esta proposta, pois irá afastar as crianças de um dos progenitores.

No passado dia 7 de janeiro o projeto de lei do PS foi debatido na Assembleia da República, de modo a propor “ (…) uma alteração ao Código de Processo Penal para permitir o afastamento do agressor da casa da vítima, de forma a prevenir e combater os homicídios conjugais.” (TVI 24, 2015).

Ainda não se sabe o que foi decidido em debate, no entanto, a APIPDF2 afirma que “Se fosse aplicado o mesmo princípio que está por detrás” da proposta do PS,

«teriam sido privadas ou condicionadas injustificadamente do convívio com um dos progenitores 5.746 crianças” (TVI 24, 2015).

1 Associação Portuguesa de Apoio à Vítima

2 Associação Portuguesa para a Igualdade Parental e Direitos dos Filhos

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Conclusão

Após a realização deste trabalho, concluímos que a Violência de Género surge devido a um conjunto de estereótipos criados pela sociedade. Os agressores masculinos acreditam que a mulher deve obedecer cegamente ao marido, tal como acontecia nos séculos passados, como por exemplo, na Idade Média, em que as mulheres no dia do casamento, para além de terem de jurar amor, respeito e fidelidade ao marido, tinha ainda de prometer obediência. Por sua vez, os agressores femininos acreditam que os homens são por natureza machistas e devem sofrer por o serem. Estas mulheres acreditam, ainda, que devem ter total controlo sob os homens e tornam-se violentas quando estes não as obedecem.

Existem vários tipos de violência, no entanto, demos maior relevância à Violência Doméstica, porque é uma das práticas violentas mais comuns, e porque queremos, com este trabalho, desmistificar a ideia de que apenas as mulheres, crianças e idosos são vítimas deste tipo de violência, querendo, assim, destacar que os homens sofrem, igualmente, desta prática.

Os homens são as vítimas com maior repressão e vergonha, pois têm uma

“reputação” a defender, originada pela ideia que a sociedade tem de que os homens são fortes, o sustento da família, que são eles que devem ter “mão nas mulheres”, entre outras. Ainda em relação aos homens, concluímos que são bastante discriminados, até mesmo, pelas autoridades, a quem vão recorrer. Num dos artigos de jornais online que investigámos, deparámo-nos com um em que uma testemunha afirmou que as “(…) pessoas desatam-se a rir na nossa cara, mesmo quem está destacado na esquadra para tratar de assuntos de violência doméstica” (Vilarinho,2013).

Na nossa opinião, a sociedade de hoje em dia tem ainda uma mentalidade muito retrograda que, por vezes, inconscientemente, “incentiva” os agressores à prática da violência. Os familiares são quem mais “manipula” estes indivíduos: o simples facto de os familiares ou amigos insinuarem que a vítima é um/a má ou mau parceiro/a, dizendo

“Vais deixar que ela ande assim na rua?”, ou “ Vi-o com uma mulher na rua. Se fosse a ti tinha mais cuidado com o que ele anda a fazer e ponha-o na ordem!”.

Em suma, enquanto a sociedade mantiver esta mentalidade, e enquanto as vítimas não perderem o medo e a vergonha de denunciarem o agressor, muito dificilmente a Violência de Género deixará de existir.

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Referências

APAV - Violência Doméstica. (2012). Obtido de Tipos de violência:

http://apav.pt/vd/index.php/vd/tipos-de-violencia

Borges, R. A. (2011). A prevenção da violência de género em jovens e em contexto escolar : um olhar sobre a intervenção da CIG. p. 5.

Félix, D. S. (2012). Crenças de legitimação da violência de género e efeitos de campanhas de prevenção : um estudo exploratório. p. 4.

Vilarinho, N. (2013). 15% das vítimas de violência doméstica são homens.

Público

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