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ESTUDO ANALÍTICO DE ILHAS MAGNÉTICAS EM UM TOKAMAK COM LIMITADORES ERGODICOS POR APLICAÇÃO DO MÉTODO DAS MÉDIAS.

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(1)

MARIO SÉRGIO TEIXEIRA DE FREITAS

ESTUDO ANALÍTICO DE ILHAS MAGNÉTICAS EM UM TOKAMAK COM LIMITADORES ERGODICOS

POR APLICAÇÃO DO MÉTODO DAS MÉDIAS.

Dissertação apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Física da Universidade Federal do Paraná, como requisito à obtenção do grau de Mestre em Ciências.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luiz Viana.

CURITIBA

(2)

Agradecim entos

Entre todos que colaboraram parâ a execução desta dissertação, agradecemos espe­

cialmente ao professor orientador Ricardo Luiz Viana e aos professores Valdir Okano e Iberê Caldas pelos esclarecimentos e discussões sobre o método empregado; à Vera, pela atenciosa e eficiente assessoria administrativa durante todo o curso de mestrado.

Ao Departamento de Física do CEFET-Pr, pelo apoio concedido.

(3)

R e s u m o

Neste tra b alh o abordam os o problema geral de descrição da e stru tu ra m agnética de um plasm a que tem sua sim etria destruída por um a pequena perturbação m agnetostática.

Aplicamos um m étodo de médias desenvolvido em 1992 por Kucinski et al. estudando a ação de lim itadores magnéticos ergódicos sobre um plasm a confinado em um Tokamak. O referido m étodo possibilita a inclusão dos efeitos toroidais n a aproximação de ordem zero, m ediante um a escolha adequada de coordenadas. Por analogia com o espaço de fases de um pêndulo não-linear, é obtida a largura de ilhas m agnéticas prim árias em função da corrente nos lim itadores.

(4)

A b stract

In this work, we deal w ith the general problem of descripting the m agnetic struc­

tu re of a plasm a which sym m etry is broken by a small m agnetostatic p erturbation. An averaging m ethod developed in 1992 by Kucinski et al is applied to study the action of ergodic m agnetic lim iters on a plasm a confined in a Tokamak. This m ethod allows the inclusion of toroidal effects in zeroth-order approximation, by means of an adequate choice of coordinates. P rim ary m agnetic islands widths, as a function of the lim iter current, are obtained by analogy to the phase space exhibited by a nonlinear pendulum .

(5)

ín d ice

0

IN T R O D U Ç Ã O ... 1

CA PÍTULO UM : CONFINAM ENTO DE PLASMAS EM TOKAM AKS 1.1. P arâm etros descritivos de um Tokam ak... 5

1.2. Equações da M agnetohidrodinâm ica... 6

1.3. Superfícies m ag n éticas...8

1.4. F ator de segurança e transform ada rotacional... 10

1.5. A equação de G rad-Shafranov... 11

1.6. O lim itador ergódico n a form a de anel de co rren te...13

CA PÍTU LO DOIS : RESUMO TEÓ RICO DO M ÉTODO DAS MÉDIAS 2.1. Sistem a de equações n a form a original... 26

2.2. Sistem a de equações m odificado...29

2.3. Solução aproxim ada... 31

2.4. Aplicação em coordenadas toroidais polares helicoidais...33

C A PÍTU LO TRÊS : MODELO DE EQUILÍBRIO 3.1. Justificativa para escolha do m odelo... 36

3.2. Solução p ara seção re ta e perfil de corrente a rb itrá rio s...37

3.3. Aplicação a um plasm a com seção aproxim adam ente c irc u la r...39

3.4. Particularização p a ra um perfil conhecido da densidade de corrente to ro id al... 39

3.4.a. Caso 0 < pt < a... 40

3.4.b. Caso a < pt < b... 42

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C A PÍTU LO QUATRO : CAMPO PERTURBATIVO CRIADO PELOS ANÉIS DE C O R R E N TE

4.1. Influência do campo perturbativo na largura das ilhas m agnéticas...47

4.2. Expansão em série de Fourier do campo ra d ia l... 48

4.3. Coeficientes n a form a alternativa da série de F ourier... 49

4.4. Cam po perturbativo obtido pela equação de Laplace... 51

4.5. Associação do campo calculado com os coeficientes da expansão a lte rn a tiv a ... 55

4.6. Coeficientes de Fourier para a expressão do campo p erturbativo radial a ser aplicado no M étodo das M éd ia s... 56

C A PÍTU LO CINCO : APLICAÇÃO DO M ÉTO DO DAS MÉDIAS PARA CÁLCULO DA LARGURA DE ILHAS MAGNÉTICAS 5.1. E xpansão em série de Taylor do fluxo magnético m éd io ...58

5.2. Expressão p ara a derivada segunda do fluxo de eq uilíbrio... 59

5.3. Expressão p a ra o fluxo p e rtu rb a tiv o ... 61

5.4. Com paração da função de fluxo m édia com a ham iltoniana do pêndulo n ã o -lin e a r...55

5.5. Expressão p ara a largura das ilhas m agnéticas... 67

CA PÍTU LO SEIS : RESULTADOS NUMÉRICOS OBTIDOS 6.1. P arâm etros do Tokamak (TB R 1) ... 71

6.2. Perfil radial das quantidades de equ ilíb rio ... 74

6.3. C oordenada radial correspondente aos modos e stu d a d o s... ! ... '75

6.4. L argura das ilhas m agnéticas... 76

6.5. A plicabilidade dd Método ao cálculo da largura de ilhas satélites...78

(7)

CONCLUSÕES 90

A PÊN D IC E A : COORDENADAS CURVILÍNEAS

A .l. C oordenadas covariantes e contravariantes... 94

A.2. O peradores diferenciais vetoriais em coordenadas curvilíneas g en eralizad as...98

A PÊN D IC E B : SISTEMAS DE COORDENADAS ENVOLVIDOS N ESTE TRABA LHO B .l. C oordenadas re tan g u lares...102

B.2. C oordenadas cilíndricas...103

B.3. Coordenadas cilíndricas helicoidais... 107

B.4. C oordenadas toroidais convencionais...109

B.5. C oordenadas toroidais p o lares... 111

B.6. C oordenadas toroidais polares helicoidais...114

A PÊ N D IC E C : EQUAÇÃO DE GRAD-SHAFRANOV EM COORDENADAS CURVILÍNEAS GENERALIZADAS C .l. Função de fluxo e função de c o rre n te ...128

C .2. Aplicação na equação do equilíbrio de pressões... 130

Lista dos Símbolos E m p re g a d o s...133

/ índice das Ilu s tra ç õ e s ... 138

R E F E R Ê N C IA S ... 141

(8)

I N T R O D U Ç Ã O

No estudo de plasm as em dispositivos toroidais, enfrenta-se o problem a da instabili­

dade do confinamento magnético. A duração da corrente de plasm a é com prom etida, entre outros fatores, pela interação entre as partículas carregadas e a parede in tern a do toro, responsável pelo desprendim ento de impurezas que contam inam o plasm a. A intensidade desses efeitos será significativamente reduzida se for produzida um a pequena região de cam po m agnético estocástico na periferia da coluna de plasm a, que auxilie no controle do transporte de energia. Isso pode ser obtido pela aplicação de correntes externas ao toro, m ediante o uso dos chamados lim itadores ergódicos na form a de anéis de corrente [Martin e Taylor 1984]. A perturbação ressonante gera então cadeias de ilhas m agnéticas, que in­

teragem entre si am pliando a cam ada estocástica que circunda as separatrizes, perm itindo assim a difusão das linhas de campo magnético através d a região desejada. Pretende-se que um reforço nessa difusão uniformize o transporte de calor, bem como o de partículas, na parede interna, reduzindo p o rtan to a contaminação do plasm a pelo desprendim ento dessas impurezas [Feneberg e Wolf 1981].

Nesse sentido, p ara o estudo analítico da estru tu ra m agnética de um plasm a p ertu r­

bado, é de im portância fundam ental o equacionamento das superfícies m agnéticas, sobre as quais repousam as linhas de cam po e que, caracterizando-se por um valor constante da pressão do plasm a, são indispensáveis ao confinamento. A condição básica para a existência dessas superfícies está associada à presença de algum tipo de sim etria espacial no campo m agnético de confinamento, que possibilite a caracterização de um invariante do problema.

P a ra plasm as não-perturbados, a condição de confinamento im posta pelo equilíbrio en­

tre as forças de n atu reza cinética e eletromagnética assegura a disposição dessas superfícies n a form a de toros aninhados. As equações básicas que regem esta e stru tu ra são fornecidas

(9)

pela Teoria MHD (M agnetohidrodinâm ica), que combina as Equações de Maxwell com as equações d a M ecânica dos Fluidos. Na ausência de perturbação, a sim etria possibilita a obtenção de um sistem a de equações diferenciais, cuja solução de equilíbrio, n a form a de um fluxo m agnético constante em termos das coordenadas, é o invariante que descreve essas superfícies m agnéticas .

Se for im posta ao equilíbrio um a pequena perturbação, por exemplo, o cam po gerado pelos anéis de corrente, perde-se a sim etria e, consequentemente, o invariante exato, mas a topologia não chega a ser totalm ente danificada. Alguns toros podem ser destruídos no caso de ressonância, com a criação de ilhas em sua vizinhança, sendo os outros toros ligeiram ente deformados. Isso perm ite o uso de métodos perturbativos p a ra a obtenção de um a função de fluxo aproxim ada, que será o novo invariante, p ara descrever satisfa­

toriam ente as superfícies m agnéticas do plasm a perturbado. P a ra tan to , o sistem a (dito quase-integrável) deve sofrer certas modificações algébricas que o tornem integrável. É nos critérios seguidos p ara essa transform ação no sistem a que residem as principais diferenças entre os métodos.

0 M étodo das Médias [Bogolyubov e M itropolskii 1961] é um m étodo perturbativo aplicável a sistem as dinâmicos quase-integráveis onde o movimento exiba periodicidade segundo duas escalas diferentes, um a d ita ’’variável rápida” e a o u tra ’’variável lenta” . Efetuando um a m édia do cam po perturbativo sobre a escala ráp id a e tom ando a evolução desse valor médio ao longo d a escala lenta, forja-se um invariante aproxim ado, integrabi- lizando assim o sistema. Na aplicação deste método realizada por [Kucinski et al. 1992]

a um plasm a confinado em Tokamak com perturbação não-sim étrica, a periodicidade é estu d ad a n a acepção espacial; redefine-se convenientemente as coordenadas p a ra obter o invariante médio, de form a análoga à exposta por [Morozov e Solov’ev 1966] . O critério fundam ental a ser seguido é a exigência da inclusão dos efeitos de ressonância n a solução de prim eira ordem. A função de fluxo obtida faz o papel de um invariante aproxim ado

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que, equacionando as ”superfícies magnéticas m édias” , substitui com boa aproxim ação a descrição ham iltoniana das linhas de campo do plasm a perturbado, cuja obtenção seria de mais difícil acesso [Lichtenberg e Lieberman 1983].

As principais abordagens de que se dispõe como referência iniciam com o modelo teórico proposto em 1984 por M artin e Taylor p a ra o lim itador ergódico [M artin e Tay- lor 1984]. Considerando negligenciáveis os efeitos toroidais p ara o Tokamak estudado, este é suposto como um tubo cilíndrico com um lim itador magnético com posto por um único anel, proporcionando um efeito espacialmente periódico. Como a ação do lim itador é efetiva unicam ente n a região interna próxim a à parede do tubo, foi utilizada a cham ada

”aproxim ação de b o rd a” , n a qual adota-se um sistem a de coordenadas retangulares válido apenas n a referida região. É apresentada então um a solução p ara as componentes do campo m agnético gerado pela configuração de corrente. Em 1989, Camargo abordou analitica­

m ente o problem a de um plasm a toroidal p erturbado por hélices ressonantes, em pregando p ara a descrição das ilhas um invariante médio, obtido pelo Método de C ary [Camargo 1989]. Em 1991, partin d o do modelo de M artin e Taylor, V iana e Caldas reobtiveram o cam po m agnético gerado por um a grelha infinita de condutores de corrente, solucionando o problem a de valores de contorno em coordenadas retangulares, por abordagem d a na­

tureza ham iltoniana das equações das linhas de cam po magnético [Viana e Caldas 1991].

No ano seguinte, Kucinski et al. desenvolveram um m étodo de médias p a ra o modelo toroidal, aplicando-o n a perturbação criada por hélices ressonantes [Kucinski et al. 1992].

O mesmo m étodo foi empregado por Monteiro n a análise d a e stru tu ra m agnética d a um plasm a cilíndrico em pinch de campo reverso (R F P ), p ertu rb ad o por dois m odos helicoidais ressonantes [Monteiro 1995]. Em 1994 Pereira obteve a expressão analítica p a ra largura de ilhas m agnéticas prim árias, criadas pelo anel de corrente num modelo cilíndrico, por aplicação do m étodo de M atsuda e Yoshikawa, verificando os resultados com os obtidos num ericam ente por m apas de Poincaré [Pereira 1994]. Em 1995 Vasconcelos utilizou a

(11)

formulação ham iltoniana para linhas de campo e obteve, sim ulando a ação do lim itador por meio de u m a perturbação impulsiva, um outro tra ta m e n to analítico p ara o problem a, tam bém num modelo cilíndrico; foram focalizados, em especial, critérios p ara indicar a formação de estocasticidade na região periférica da coluna de plasm a, bem como a ex­

pressão p a ra a larg u ra das ilhas magnéticas [Vasconcelos 1995].

Reconhecendo, no cam po perturbativo gerado pelos anéis de corrente, conforme apresentado po r P ereira [Pereira 1994] para o modelo do cilindro periódico, os requisi­

tos p ara a aplicação do M étodo das Médias, este trabalho m ostra a obtenção analítica da função de fluxo e a sua interpretação em termos de posicionam ento e dimensões das ilhas m agnéticas prim árias (ilhas satélites tam bém podem ser estudadas pela aplicação deste m étodo ce form a totalm ente análoga, partindo de um a redefinição adequada das coorde­

nadas; neste trabalho, como prim eira etapa, são analisadas apenas ilhas prim árias, em aproxim ação de prim eira ordem). 0 objetivo p a ra um trabalho futuro é o confronto dos resultados obtidos nesta etap a com um a simulação num érica m ediante o traçado de m apas de Poincaré; n a sequência, pode-se estudar a formação de estocasticidade por inclusão da análise das ilhas satélites e, se necessário, estender a aproximação até segunda ordem, ainda com a possibilidade de aprim orar o modelo p a ra o lim itador.

O prim eiro capítulo aborda noções prelim inares sobre confinamento m agnético de plasm as em Tokamaks; o capítulo dois consiste num resum o teórico do M étodo das Médias;

o capítulo três e o capítulo quatro descrevem, respectivam ente, o modelo de equilíbrio utilizado e o cam po p erturbativo provocado pelo lim itador ergódico; o capítulo cinco expõe o objeto principal deste trabalho, que é a aplicação do m étodo (cap. 2) ao modelo (caps.

3 e 4). Os resultados obtidos são apresentados no capítulo seis; p a ra os valores numéricos, foram tom ados alguns parâm etros do Tokamak T B R -1, em operação no In stitu to de Física da USP. Ao final, é apresentada um a conclusão, seguida de três apêndices, que focalizam esclarecimentos sobre os cálculos desenvolvidos.

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C A P ÍT U L O U M

C O N F I N A M E N T O D E P L A S M A S E M T O K A M A K S

Neste capítulo, são expostas algumas noções preliminares: descrição de um Tokamak, equações MHD, superfícies m agnéticas, fator de segurança, equação de G rad-Shafranov e, finalmente, descrição do lim itador ergódico na forma de um anel de corrente.

1.1. P a r â m e tr o s d escritiv o s de u m Tokamak

O dispositivo p ara confinamento de plasmas conhecido como Tokamak consiste num recipiente m etálico em form a de toróide que, mediante a aplicação de campos magnéticos apropriados, m antém o plasm a afastado das suas paredes internas, restringindo-o a um a

”coluna de plasm a” . A estabilidade desse confinamento é um pouco m aior nesse sistema, quando com parada àquela obtida em dispositivos alternativos [Furth 1975] ; daí o atual interesse no estudo do Tokamak com o propósito de construir reatores a fusão nuclear.

P a ra descrever com objetividade a geom etria de um Tokamak, são em pregados geralmente os term os toroidal, poloidal e radial, que se referem às direções indicadas n a figura ( 1.1, pag.15).

Um parâm etro im portante p ara caracterização de um Tokamak é a cham ada razão de aspecto A, definida por

onde Ro é o raio m aior e 6 o raio m enor, conforme indicado n a figura ( 1.2, pag.16).

A coluna de plasm a tem seção reta suposta aproxim adam ente circular e com raio médio a, conforme indicado n a figura (1.3, pag.17).

O cam po m agnético de confinamento é produzido pela superposição de suas com­

ponentes toroidal e poloidal, geradas independentem ente um a da outra: são instaladas

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espiras de corrente que envolvem externam ente o Tokamak n a direção poloidal, e que são responsáveis pelo cham ado campo toroidal B^,, onde o índice (pé a variável angular as­

sociada à direção toroidal; um transform ador elétrico, que induz um a variação no fluxo m agnético, cria, segundo a direção toroidal, a cham ada corrente de plasm a 7p, que por sua vez gera um cam po poloidal Bg, onde o índice 6 ê a variável angular associada à direção poloidal; a intensidade desse campo poloidal é tipicam ente menor que a do cam po toroidal.

# * A som a vetorial desses dois campos resulta no chamado campo de equilíbrio B = Bg + B ^ , com linhas de campo m agnético helicoidais, conforme indicado n a figura (1.4, pag.18), e que é o principal responsável pelo confinamento do plasma. Esse cam po de equilíbrio, p o rtan to , via de regra tem nula sua componente B p, onde o índice p está associado à direção radial; é de uso, quando existe um a pequena componente radial, incorporá-la ao cam po poloidal; nessas condições, o campo total de equilíbrio é representado n a forma B = B p + B^p, sendo B p = Bg + B p.

1 .2. E q u a ç õ e s d a M a g n e to h id r o d in â m ic a

A descrição quantitativa de um plasm a m agneticam ente confinado é fundam entada, p a ra o caso de equilforio, no grupo de equações chamado de equações MHD (magne- tohidrodinâm icas), onde são combinadas as equações de Maxwell com as equações da M ecânica dos Fluidos. 0 plasm a é considerado um fluido condutor, sem cargas elétricas isoladas. Nessa abordagem tem-se, constituindo o grupo de equações MHD ( é utilizado aqui como sistem a de unidades o SI, ou MKSA) [Wesson 1987] :

a) Conservação da m assa

^ + V - 0 > i T ) = 0 , [1.2]

onde v é a velocidade macroscópica do plasm a e p a sua densidade de m assa;

(14)

b) Equação do movimento

dv -* -

P = ~ V p + j x B , [1.3]

onde j é a densidade de corrente, B a indução m agnética e p a pressão cinética exercida • pelo plasm a, e ainda + (v • V)v ;

c) Lei de O hm generalizada

Ê + v x B = rjj , [1.4]

onde E é o cam po elétrico e 77 a resistividade do plasma, suposta nula n a teoria MHD ideal;

d) Lei de Gauss p ara o magnetismo

V - R = 0 ; [1.5]

e) Lei de Faraday

V x á = - _ ; [1.6]

f) Lei de Gauss p ara o campo elétrico

V • Ê = 0 , [1.7]

onde a distribuição macroscópica de carga elétrica é considerada nula devido à quase- neutralidade local do plasma;

g) Lei de Am père

V x B = po3 , [1.8]

n a qual foi negligenciado o term o referente à corrente de deslocamento, visto que n a teoria MHD são estudados fenômenos a baixas frequências, se com paradas à girofrequência ou à frequência de plasm a.

Nesse contexto, tom ando o plasm a em equilíbrio, ou seja, tendo anuladas todas as derivadas tem porais, e supondo a velocidade do fluido como igual a zero, obtém -se o cham ado equilíbrio MHD «estático, descrito por:

(15)

V • B = 0 , [1.9]

V x B = fjioj , [1-10]

Vp = j x B . [1-11]

Estas três últim as equações servirão de base p a ra o estudo das cham adas superfícies m agnéticas , essenciais p a ra a descrição analítica do com portam ento do plasm a.

1.3. S u p erfícies m a g n é tic a s

P artin d o d a [1.11], pode-se extrair um a im portante propriedade das linhas de campo magnético ; m ultiplicando-a escalarmente por B tem-se

B • Vp = 0 , [1.12]

ou seja, as linhas de cam po magnético repousam sobre superfícies de pressão constante, conforme a figura (1.5,pag. 19). O mesmo pode ser afirmado sobre as linhas de corrente, m ultiplicando escalarm ente a mesma expressão por j :

j - V p = 0 . [1.13]

Tais superfícies de pressão constante podem ser caracterizadas adequadam ente por um a variável que seja função da pressão, por exemplo o fluxo magnético \fr. Na con­

figuração de equilíbrio, essas superfícies 'Q = consiante estão topologicamente dispostas na form a de toróides aninhados em torno de um eixo m agnético , e são conhecidas como superfícies m agnéticas . O significado preciso de 4' depende do tipo de seção transversal tom ada como referência; em grande parte dos casos , é ad otada a superfície caracterizada por um valor constante d a variável poloidal, conforme indicado n a figura (1.6, pag.20); a grandeza 'P assim definida é cham ada ’’fluxo m agnético de fita poloidal” [D’haeseleer et. al.

(16)

1991]. Neste trabalho, a escolha do sistem a de coordenadas, associada à sim etria helicoidal considerada, orienta p ara um a redefinição dessa superfície, tom ada como ”fita helicoidal”

e caracterizada por um valor constante da variável helicoidal u = mô — mp (com m e n inteiros, conforme esclarecido no apêndice B), como ilustra a figura (1.7, pag.21).

Uma característica fundam ental, que distingue essas superfícies em duas categorias, se refere ao conjunto de linhas de campo magnético helicoidais que existem sobre cada um a delas; esses dois grupos são as ditas superfícies m agnéticas racionais e irracionais.

U m a superfície m agnética é racional se um a linha de cam po que p arte de um dado ponto P reto rn a a este ponto após percorrer um núm ero finito de revoluções nas direções poloidal e toroidal, fechando-se sobre si mesma num a tra je tó ria periódica, e portanto interceptando o plano poloidal que contém o ponto P em um núm ero finito de pontos, conforme esclarecido n a figura ( 1.8.a, pag.22).

A superfície é irracional se a linha de campo p arte de um ponto P e só retorna a ele depois de percorrer infinitas revoluções poloidais e toroidais, ou seja, depois de ter preenchido densam ente to d a a superfície magnética, conforme esclarecido n a figura ( 1.8.b, pag.22).

O utro parâm etro im portante p a ra caracterização de um plasm a m agneticam ente confinado é a razão (3 entre a pressão cinética e a pressão m agnética [Caldas e Vannucci 1985] :

0 = t e U-W]

2/io

Analogamente, tom ando a pressão m agnética provocada pelo cam po poloidal, pode ser definido o ”b e ta poloidal” :

(3p = - & r , [1.15]

2/i0

o qual tem especial interesse neste trabalho, por seu valor estar incluído no cálculo do coeficiente de assim etria do campo poloidal A (conforme exposto no capítulo três).

(17)

1.4. Fator d e seg u ra n ça e tr a n sfo r m a d a rotacional

Conforme exposto anteriorm ente, as linhas de campo que repousam sobre um a dada superfície m agnética têm geom etria helicoidal. O passo dessas hélices pode ser quantificado por um parâm etro conhecido como fator de segurança e definido por

ou seja, representa a variação no ângulo toroidal, em relação ao ângulo poloidal, ao longo da linha de campo; quanto m aior for o fator de segurança , menos pronunciado será o

” enrolam ento” das linhas de cam po magnético .

N um a seção poloidal <p = constante , o perfil radial do fator de segurança costum a ser crescente do centro até a borda. P a ra valores pequenos de q (q < 1) , o plasm a fica sujeito a um a instabilidade, d ita de disru p tu ra interna, critério este conhecido como lim ite de Kruskal-Shafranov de instabilidade [Manheimer e Lashmore-Davies 1989] , o que justifica o nome ” fator de segurança ” .

A variação de q com 0 se deve à geom etria toroidal; próximo ao equador externo do Tokamak, o deslocamento toroidal é máximo, conduzindo p o rtan to a um valor m áxim o de q (verifica-se o oposto ju n to ao equador interno).

É possível definir um fator de segurança médio q efetuando a m édia do valor de q ao longo de um a revolução poloidal completa. A diferença q(p, 6) — q(p) recebe o nome de p arte oscilante do fator de segurança , tendo seu valor máximo denotado aqui por q.

P a ra salientar a distinção entre q(p) e q(p, 6) , denomina-se este últim o de fator de segurança local. O fator de segurança médio q , p ara as superfícies m agnéticas racionais, é identificado com a razão ^ ) sendo m o núm ero de revoluções toroidais correspondente às n revoluções poloidais.

O u tra form a de quantificar o passo das linhas de campo m agnético é acom panhar o ângulo poloidal descrito ao longo de um a revolução toroidal completa; essa razão, levada

(18)

ao lim ite —> 0 , fornece a grandeza cham ada transform ada rotacional t [Caldas e Vannucci 1985]

[1.17]

/ ^ M

c(P,e) = 2 * - .

Por com paração da [1.17] com a [1.16] , observa-se que a transform ada rotacional se relaciona com o fator de segurança por

2n [1.18]

Como o valor de t costum a ser diferente p a ra cada superfície m agnética , pode ser definido um cisalham ento magnético , que corresponde à prim eira derivada radial d a tra n s­

form ada rotacional [D’haeseleer et al. 1991] . 1.5. A eq u a çã o de G rad-Shafranov

Tom ando como referência um sistem a de coordenadas genérico (x 1, X2 > X3)> um plasm a que exiba algum a form a de sim etria (axial, translacional ou helicoidal) tem seu campo m agnético de equilíbrio descrito por um a função de fluxo tf = tf (x 1 >X2> X3)> a qual deve satisfazer à equação diferencial cham ada ’’equação de Grad-Shafranov” , aqui exposta, con­

forme o apêndice C, em coordenadas generalizadas:

<733

y/9

d V ã ( 11

d x 1 933

V

d xr * + <712

d x 2tf +

d x2933

A2 22 8 $

dp 2 , ^ , t 933

Po dq , + fX° l ^ g

9 d x 1 " d x2 d / *723 \ _ d í9i3\

dX l {933} d x2 933 , [1.19]

onde gij, g t} e g são, respectivamente, as componentes covariantes, contravariantes e o determ inante do tensor m étrico do sistem a de coordenadas curvilíneas ( x ^ X ^ X 3)» um a explanação porm enorizada desse formalismo encontra-se no apêndice A; I é o fluxo de densidade de corrente, cuja expressão I = /( tf ) deve ser previam ente conhecida, assim como a d a pressão cinética p = p (tf), para que se possa proceder a integração d a equação

(19)

[1.19], obtendo a função = ^ ( x : , x 2, x 3), a p artir da qual se pode extrair as componentes do cam po m agnético de equilíbrio, assim como outras grandezas de interesse como o fator de segurança, em função das coordenadas utilizadas.

A [1.19] pode ser aplicada a qualquer sistem a de coordenadas; por exemplo, em co­

ordenadas cilíndricas (p, 0, z') (segunda modalidade, conforme o apêndice B), ao tom ar-se a m étrica e as componentes covariantes e contravariantes do tensor m étrico (obtidas por [B .ll], [B.10] e [B.14]), a [1.19] assume a forma

+ V w - - w v m . [i-20]

onde a linha nas funções I e p indica a prim eira derivada em relação a 4'.

Pode-se integrar a [1.20] desde que se disponha de um a distribuição radial d a densidade de corrente toroidal conhecida. A solução ^ = 4/(p, 8) descreve as superfícies m agnéticas do plasm a, suposto retificado como um cilindro de com prim ento 2ttRq. No caso de se considerar a seção re ta c a coluna de plasm a como sendo aproxim adam ente circular, o fluxo perde a dependência em 6 e fica-se com 'F = 'k(p)-

Em 1960, Shafranov obteve um a solução com uso de coordenadas toroidais conven­

cionais (£,w,cp) (este sistem a é apresentado no apêndice B), adm itindo perfis constantes p ara a prim eira derivada d a pressão cinética e p ara a segunda derivada do fluxo de cor­

rente, e im pondo como condições de contorno a anulação do cam po e do fluxo m agnético na superfície do plasm a [Shafranov 1960]. Conforme será exposto no capítulo três, esta solução não se m o strará adequada para aplicação aos parâm etros do T B R -1, o que pode ser constatado p o r um a acentuada discrepância no perfil q(p) do fator de segurança fornecido, que m ostra pouca variação radial em relação aos resultados experim entais conhecidos. Será p o rtan to ado tad a, neste trabalho, outra solução, proposta por Kucinski et al. [Kucinski et al. 1990], que se ad a p ta melhor ao Tokamak aqui estudado. Serão em pregadas coor­

denadas toroidais polaxes (pt ,0t,(p) (conforme o apêndice B); um a expansão do fluxo 4/

(20)

m ostra que sua aproximação de ordem zero #0 pode ser identificada com a solução da equação de G rad-Shafranov para um plasm a suposto cilíndrico (desde que respeitadas as diferenças entre as coordenadas). 0 desenvolvimento pormenorizado do equacionam ento da e stru tu ra de equilíbrio está exposto nos capítulos três e cinco.

1.6. O lim ita d o r ergódico na form a de anel de corrente

A duração da corrente de plasm a é com prom etida por diversos fatores, sendo um dos mais nocivos a contam inação do plasm a por im purezas liberadas pela parede in tern a do toro, que deterioram a qualidade do confinamento. A instalação dos lim itadores ergódicos visa, conforme foi comentado na introdução desse trabalho, uniformizar o tra n sp o rte de energia, m inim izando o processo e consequentemente aum entando a duração da corrente de plasm a.

As figuras (1.9 e 1.10, pags.23 e 24), esquematizam, respectivamente, a geom etria sim­

plificada dos anéis de corrente e a sua distribuição ao longo do percurso toroidal adotada neste trabalho; cada anel é constituído por L segmentos condutores sim etricam ente ori­

entados n a direção toroidal, ao longo de um com prim ento g, de form a que fios adjacentes conduzam correntes elétricas em sentidos contrários, com intensidade / . (São negligencia­

dos os efeitos de borda provocados pelos segmentos orientados na direção poloidal).

O efeito da corrente I na estru tu ra m agnética do plasm a é o de um a pequena per­

turbação, que destrói a superfície racional dita ressonante, criando em seu lugar cadeias de ilhas m agnéticas, conforme esquematizado n a figura (1.11, pag.25); o aum ento dessa corrente im plica num a configuração estocástica das linhas de campo em torno dessa região.

Conforme será exposto nos capítulos três e quatro, as grandezas físicas aqui estudadas são, em sua m aioria, definidas em termos do perfil radial; ou seja, p ara o cálculo dos valores de interesse, é necessário localizar radialm ente a superfície racional ressonante.

Conforme sera exposto no capítulo seis, a escolha dos modos de perturbação é feita tendo

(21)

em vista a produção de estocasticidade na periferia do plasma; p a ra tanto, escolhe-se um núm ero L de fios p a ra o anel, que fixa o numerador m = | d o fator de segurança q = das superfícies racionais a serem perturbadas; cada valor obtido p ara q, levado n a expressão do perfil radial do fator de segurança, fornece a coordenada radial (”raio da ressonância” ) por resolução de um a equação por tentativas. 0 capítulo seis inclui tam bém um esclarecimento sobre a distinção entre os parâm etros utilizados neste trabalho e aqueles correspondentes ao lim itador ergódico construído para o Tokamak T B R -1, conforme [Araújo 1993].

(22)

Figura 1.1

Direções de Referência em um Toro

(23)

II

Figura 1.2

Parâm etros Geométricos Básicos de um Toro

= raio maior b = raio menor

16

(24)

Figura 1.3

Geometria da Coluna de Plasm a

a = raio do plasma b = raio menor do toro

17

(25)

Figura 1.4

Linha de Campo Magnético

A configuração helicoidal de B se deve à soma dos campos poloidal Bg e toroidal B^.

18

(26)

Figura 1.5

Superfícies Magnéticas na E stru tu ra de Equilíbrio (dispostas como toros aninhados)

19

(27)

F igura 1.6

Superfície de ’’F ita Poloidal”

(28)

Figura 1.7

Superfície de ’’F ita Helicoidal”

(29)

Figura 1.8

Superfície M agnética Racional (a) e Irracional (b)

(a) U m a única linha de campo se fecha sobre si m esm a após descrever m trânsitos toroidais (e n poloidais), interceptando um a seção = const em um núm ero finito m de pontos.

(b) U m a única linha de campo descreve infinitos trânsitos toroidais, de form a que intercepta a seção <p = const preenchendo-a densamente.

(30)

Figura 1.9

Esquema Geométrico do Anel de Corrente

23

(31)

Figura 1.10

Distribuição dos Limitadores no Percurso Toroidal

24

(32)

F igura 1.11 Ilhas M agnéticas

E stru tu ra m agnética do plasm a com a ação do lim itador ergódico: são representadas duas cadeias de ilhas, form adas nas vizinhanças das superfícies racionais destruídas pela pequena perturbação. Os toros não destruídos são apenas ligeiramente deformados.

(33)

C A P ÍT U L O D O IS

R E S U M O T E O R IC O D O M É T O D O D A S M É D I A S

Neste capítulo, é exposto, inicialmente em termos gerais, o equacionam ento do método que será utilizado [Kucinski et al. 1992]; em seguida, é particularizado p a ra a aplicação no sistem a de coordenadas toroidais polares helicoidais.

2.1. S iste m a d e eq u a ç õ e s na fo rm a original

P a ra um cam po m agnético to tal B constituído pelo cam po de equilíbrio Bq p ertu r­

bado por um cam po mais fraco b (no caso deste trabalho, criado pelos anéis de corrente que constituem o lim itador m agnético ergódico), ignora-se a resposta dinâm ica do plasm a (supondo baixo /3) e pode-se escrever

B = Bq + b . [2.1]

Utilizando um sistem a genérico de coordenadas curvilíneas (x 1,X2>X3) > as equações das linhas de cam po m agnético, vindas de

B x dt = 0 , [2.2]

podem ser expressas como um sistem a bidimensional de equações, n a form a dX1 B 1

dX3 B3 dX2 B 2

[2.3]

[2.4]

dXz B3 ’

# *

onde B l = B • Vx* são as componentes contravariantes do cam po to ta l B dado pela [2.1] (um a explanação geral sobre o formalismo envolvido no tra ta m e n to de coordenadas curvilíneas encontra-se no Apêndice A).

(34)

0 sistem a [2.3]/[2.4] se refere a um problema dinâmico geral; p a ra sua aplicação no estudo da estru tu ra m agnética de plasm as toroidais, supondo os campos como sendo mag- netostáticos, a variável tem poral não é envolvida no equacionamento; em seu lugar, toma-se um a das variáveis espaciais segundo a qual o sistema exiba um a certa sim etria (no caso, X2). Assim, as grandezas físicas tra ta d as no problema têm sua dinâm ica param etrizada em termos dessa coordenada (dita ’’ignorável” ). Se nesse tra ta m e n to são empregados termos como ” m ovimento” e ”periodicidade rápida” ou ”len ta” é por um a extensão de lin­

guagem, sem envolvimento d a grandeza ” tem po” em sua acepção usual. (Tal tratam en to é tam bém indicado ao se aplicar o formalismo ham iltoniano às linhas de cam po magnético:

a adaptação de ( x S x ^ X 3) ao modelo de coordenadas canônicas (g,p, t) que respeitam as equações de H am ilton leva a um com portam ento ’’dinâmico” no qual x 3 desem penha o pa­

pel de parâm etro ’’tem poral” ; a dependência da ham iltoniana nessa coordenada caracteriza um sistem a não-autônom o).

Cada componente B x é, a princípio, função das três coordenadas x* adotadas; por­

tan to o sistem a não pode ser categorizado como autônomo (só o poderia se fosse indepen­

dente da coordenada ignorável); em consequência disso, p ara plasm as perturbados, nas regiões da e stru tu ra de equilíbrio onde o campo perturbativo provoca ressonâncias, as lin­

has de cam po não estarão dispostas exatam ente sobre superfícies m agnéticas; espera-se, p ara b Bq, um a distribuição dessas linhas de campo ao redor de superfícies ’’virtuais” , cham adas superfícies m agnéticas m édias, criando as configurações conhecidas como ’’ilhas m agnéticas” ; um acréscimo n a intensidade do campo perturbativo to rn a mais pronunciada a estocasticidade espacial nessas regiões.

P a ra pequenas perturbações, o Método das Médias apresentado por Kucinski et al.

[Kucinski et al. 1992] propõe um a expressão analítica p a ra as superfícies magnéticas medias, sem a necessidade de envolver integração numérica das linhas de campo, e tam bém evitando a complexidade de um tratam en to ham iltoniano. Os resultados, testados para a

(35)

configuração de ilhas m agnéticas prim árias e satélites em plasmas confinados em Tokamak [Kucinski et al. 1992] e Pinch de Campo Reverso (R F P ) [Monteiro 1995 ] e perturbados por pares de hélices ressonantes, m ostraram -se bastan te satisfatórios .

O m étodo exige que a simplificação exposta n a [2.1] possa ser adotada; além disso, os campos em estudo devem exibir periodicidade (no caso, espacial) segundo duas escalas, um a ráp id a e um a lenta. A escolha adequada das coordenadas levará, por ocasião da aplicação da m édia segundo a escala rápida, ao desaparecim ento de certos detalhes da e stru tu ra m agnética, e é o que se deseja p ara que o sistem a possa se to rn a r integrável.

Porém , p a ra que os aspectos de interesse não sejam tam bém perdidos nesse processo, é fundam ental o cuidado quanto ao critério p ara esta escolha de coordenadas.

De início, é conveniente tom ar x 1 como um a coordenada radial ou, mais precisam ente, um a quantidade de superfície; assim, [2.3] fica em p arte simplificada quando se supõe nulo o cam po radial de equilíbrio

B \ = B 0 • V x 1 = 0 . [2.5]

Escolhida a variável radial x X> pode-se tom ar x 2 como a coordenada ignorável, ou seja, aquela segundo a qual o sistem a em equilíbrio exibe sim etria (no caso deste trabalho, tom a-se a variável helicoidal); assim, a perda de sim etria é caracterizada pela dependência em x 2 do cam po perturbativo b. P ara x 3 tom a-se o u tra coordenada relevante do sistem a (no caso, optou-se pela variável poloidal).

P a ra exprim ir o sistem a dado por [2.3] e [2.4] num a notação apropriada à aplicação do m étodo, deve-se considerar [2.1] e em seguida [2.5], obtendo, para b Bq-

d x 1 b1

d x * = B 3 + b3 b1

« ( ! + £ ) '

B 3 V B 3) [2.6]

dx 2 _ Bç + b2 _ Bq + 62y 1 , b3 \ ~ ' d x 3 B 3 + b3 B 3

(1 +* )

(36)

~ g ° + i l V i ( b3 \ u b 3 ) „ 7 1

B l l + V ~ B J + B3 B l B l ' ,2'71

onde Bq e bl representam os conjuntos de componentes contravariantes do cam po m agnético de equilíbrio e do cam po perturbativo, respectivamente.

Em resum o, a form a final do sistema, antes da aplicação do método, pode ser apre­

sentada, a p a rtir de [2.6] e [2.7], na forma

d X 1 r l / 1 2 , , 3

d x 3 = e f (X ,X ,X ) [2.8]

^ 3 = F 2( x 1,X 2) + e f 2( x \ x 2, X 3) , [2.9]

onde e é um p arâm etro adimensional, comparável a -g-j e introduzido p ara indicar o grau da aproxim ação (ao final dos cálculos pode ser feito e = 1); /* , F 2 e f 2 são funções dadas por

+ -2 *10-

B 2

F - 4 f2-11]

r2 b2 B l b3 r

£ / “ B l B l B l ■ l2 -121

O próxim o passo é to rn ar integrável o sistem a dado por [2.8] e [2.9] (pois até o m om ento só foram feitas pequenas modificações algébricas, a menos das suposições Bq = 0 e 6 Bq);

p ara tanto, proceder-se-á um a modificação no sistema, conforme o equacionam ento previsto no M étodo das Médias.

2.2. S is t e m a de eq u a çõ es m odificado

O sistem a dado por [2.8] e [2.9] não é integrável, visto a inexistência de um invariante ou integral do ’’m ovim ento” ; o método utilizado impõe ao referido sistem a determ inadas transform ações, de form a que se torne integrável e adm ita p o rtan to um a solução analítica

(37)

na form a de um a função de fluxo magnético, a qual fornecerá a descrição das superfícies m agnéticas médias. P a ra isso, são envolvidas coordenadas modificadas (x H x 3)) X2(x 3)iX3) que se ajustam ao modelo do novo sistema. Este deve assum ir a form a

= t(f'(x\x2 +X2,X1)> + 0(c2) [2.13]

^ = W . * ‘)) + OW, [2-14]

onde a notação

(f)(x \?) = l J L f(x',x2,x3)dx3 [2.15]

indica o procedim ento de m édia na função arbitrária / sobre um período L da variável

’’ráp id a” (no caso, x 3); a integração é conduzida com valores fixos de x*e x 2; a parcela x 2 n a [2.13] aparece em função de um a exigência que será apresentada m ais adiante e que diz respeito às correções de segunda ordem.

D esta forma, a complexidade do com portamento das linhas de cam po m agnético fica incorporada às novas coordenadas, proporcionando assim a integrabilidade do sistema.

E im portante ressaltar a interpretação dessas novas coordenadas: elas não representam posições aproxim adas, sendo mais correto dizer que apenas se aju stam ao sistem a aproxi­

mado; a notação x* foi escolhida porque essas variáveis decorrem de um m étodo envolvendo médias.

As correções referentes à diferença entre as coordenadas originais e as modificadas são expressas como

ÍX1(X1,X2,X3) = X1-X1, [2.16]

^ ( x 1,*2^ 8) = X2 -X2 -X^X1,*2^ 3) • [2.17]

A parcela x 2 é envolvida porque se exige que á x 1 e <^X2 sejam d a m esm a ordem; assim, a solução de prim eira ordem pode ser conseguida fazendo á x 1

= <^X2 =

0 n a função de fluxo obtida, o que será explicado mais detalhadam ente n a seção seguinte.

(38)

2.3 S olu ção a p r o x im a d a

A fam ília de superfícies magnéticas médias é extraída como solução do sistem a modificado [2.13], [2.14] n a form a da função de fluxo

^ ( x S x 2) = constante ; [2.18]

ou, em pregando [2.16] e [2.17],

^ ( x 1 “ < ^x \x 2 ~ X2 ~ SX2) = constante . [2.19]

Os critérios apresentados por Kucinski et al. têm em vista, principalm ente, a inclusão dos fenômenos de ressonância n a solução de prim eira ordem, ou seja, mesmo fazendo ÍX 1 ~ S x 2 ~ 0 n a [2.19], a função de fluxo 4' descreverá, com boa aproxim ação, a con­

figuração das ilhas m agnéticas. P ortanto, a escolha adequada das coordenadas modificadas que constam no sistem a [2.13]/[2 .14] deve ser coerente com esses critérios.

P a ra apresentação das funções envolvidas nessa escolha, será utilizada um a notação sem elhante à de Morozov [Morozov e Solov’ev 1966], que inclui a convenção indicada na [2.15] e ainda:

{ f } { x \ x 2, X 3) = f ~ ( / ) , [2.2C1 / ( X \ X 2,X3) = { f { f } d X3 } =

J 0

= j f { f } d X3 - ( j T { f } d X3 ) [2.21]

onde / é um a função a rb itrá ria e { /} é cham ada parte oscilante de / , a qual descreve o com portam ento da função / a menos da parte fixa, dada pela m édia ( / ) conforme a [2.15].

A notação f d a [2.21] é definida devido ao aparecimento da referida operação em algumas etapas interm ediárias do desenvolvimento.

Dispondo d a notação d ad a em [2.15], [2.20] e [2.21], pode-se apresentar a formulação o p tad a por Kucinski et al. p ara a escolha de x \ X2i X2 e 4*. É preciso esclarecer que

(39)

certos detalhes d a formulação que se segue foram arbitrados tendo em vista resultados co­

erentes com o modelo estudado; o êxito conquistado por esse método pôde ser comprovado num ericam ente m ediante o traçado de m apas de Poincaré para a perturbação com hélices ressonantes [Kucinski et al. 1992]. No presente trabalho, será seguido o mesmo equaciona- m ento, porém orientado para o estudo da perturbação criada pelo lim itador ergódico na form a de anéis de corrente.

De início, m ostra-se adequado identificar a ”p arte oscilante” x 2 envolvida n a [2.19]

com um a função relacionada a g£; tom ando [2.11] e realizando a operação indicada em [2.21] tem-se

X2 = F 2( x 1,X3) . [2.22]

De [2.13] e [2.10] decorre diretam ente

£ - < * > ( ■ ♦ < * » '

A função de fluxo deve ser expressa pela superposição de duas parcelas, a prim eira (’F0) devida ao cam po de equilíbrio e a segunda ('F1) devida ao campo p ertu rb ativ o , na form a

+ [2.24]

De acordo com a definição de função de fluxo apresentada no apêndice C, o fluxo p ara o equilíbrio, que corresponde à solução do sistem a não-perturbado, pode ser escrito n a forma:

* V ) = J * {VêBKxKx3)} dx‘ . [2.25]

P a ra a parcela do fluxo referente ao campo perturbativo b, o m étodo recom enda a expressão

^ 1(X1,X2) = - ^ v ^ &1( x \ x 2>X3)<*x2^ , [2.26]

(40)

sendo c um a constante que pode ser arbitrada convenientemente de form a a anular a m édia (y/gb2( x x, c, x 3)), ou seja, segundo este método, a contribuição da componente do campo pertu rb ativ o n a direção correspondente à coordenada ignorável perde a relevância na estru tu ra m agnética descrita pela parcela do invariante aproxim ado \&1; conforme a [2.26], apenas o cam po perturbativo radial interfere n a formação das ilhas m agnéticas.

E sta foi a escolha ad o tad a por Kucinski et al. p ara o problem a de um plasm a toroidal perturbado por hélices ressonantes. Neste trabalho serão seguidos os mesmos critérios, adotando a form ulação acim a p ara a descrição das ilhas m agnéticas criadas pelos anéis de corrente. O objetivo é desenvolver os cálculos tom ando a solução de prim eira ordem , com S x X = <^X2 = 0 n a [2.19]. P a ra um estudo mais acurado, o emprego da solução de segunda ordem requer a integração das equações diferenciais que levam à obtenção das expressões p ara í x H x ^ X ^ X 3) e ^ X ^ x S x ^ X 3)» e 9ue constam em [Kucinski et al. 1992].

2.4. A p lica çã o e m co o r d e n a d a s toroidais polares helicoidais

Foi adotado o mesmo sistem a de coordenadas utilizado por Kucinski et al. [Kucinski et al. 1990] com a introdução de um a variável helicoidal, p ara descrever a e stru tu ra m agnética do plasm a p e rtu rb a d o (a explicação sobre essas coordenadas está incuída no apêndice B).

No referido sistem a, dito ’’toroidal polar” (pt ,6t,íp), as superfícies coordenadas pt — const são deslocadas no sentido do equador externo do Tokamak (um a seção (p = c o n s t, n a figura (B.5.b), ilu stra esse com portam ento), acom panhando m elhor a topologia das superfícies m agnéticas (fig. B.7)) em comparação com o sistem a de coordenadas pseudo-toroidais (fig* B.2.d)) ou com o de coordenadas toroidais convencionais (£, u>, <p) (fig. B.4)).

Contudo, ao longo de um a superfície magnética, pt não é exatam ente constante. P a ra que um a das três variáveis funcione como quantidade de superfície, será ad o tad a a variável po, constante ao longo da superfície magnética, e que difere de pt por um a pequena parcela dependente do coeficiente de assim etria do campo poloidal A [Kucinski et al. 1992] (o

(41)

parâm etro A(pt ) será exposto com mais pormenores no capítulo três). Uma opção possível é tom ar po igual ao valor de pt na posição $t = j d a superfície magnética. Além disso, para caracterizar a dupla periodicidade, é introduzida a variável helicoidal como escala lenta; a variavel poloidal, portanto, caracteriza a escala rápida. Tem-se assim:

X 1 = Po

X = u = m ô t - mp [2.27]

X3 = Ot , onde m e n são núm eros inteiros positivos.

Nesse contexto, a função F2 que será necessária para o equacionamento é, conforme a [2.8],

, 2 _ B 2 B 0 . V X2 B o - V u 1

F 2 = -=§■ = B 0(mdt - n<p) =

Bl B0 • Vx3 Bo • V9t Bo • V0í BqV ê t Bo • V<p

= m —---n — = m — nq , [2.281

Bo • V 6 t B o - V d t 1 J

onde ç(po>0t) é o fator de segurança local, descrito com pormenores no capítulo três e fornecido, no modelo de equilíbrio aqui empregado, por

q(po, Ot) = q(po) - q(po) cos $t , [2.29]

onde q e q representam respectivamente o valor médio (’’p arte fixa” ) e a ’’p arte oscilante”

do fator de segurança, conforme explicado no capítulo um.

Tem-se, p o rta n to , levando [2.29] em [2.28],

F 2 = m — nq + nq cos 6t . [2.30]

Tam bém será necessário antecipar o cálculo de {F2} e de F 2 ; aplicando [2.21], [2.20], e [2.15] em [2.30],

1 í 2n

( F 2) = — j (m - nq + nq cos 0t )d0t — m - nq ;. [2.31]

(42)

assim

{ F 2} = F 2 - ( F 2) = n q c o s 6 t , [2.32]

e, finalm ente,

F 2 = { I ( nqr°* cos ôt ) dêt} = {n q sen $t} = n q sen 6t — ( n q sen 6t ) , [2.33]

Jo

ou

F 2= n q sen ê t , [2.34]

onde o fator q ( po)depende do modelo de equilíbrio, conforme será exposto no capítulo três.

Esse últim o resultado, levado na [2.26] ju ntam ente com o campo p ertu rb ativ o gerado pelos anéis de corrente (fornecido pelo capítulo quatro) e em seguida n a [2.24], com o fluxo de equilíbrio (dado no capítulo três), perm itirá a obtenção da função de fluxo que descreve as superfícies m agnéticas médias (capítulo cinco).

(43)

C A P ÍT U L O T R Ê S

M O D E L O D E E Q U IL ÍB R IO

Neste capítulo, são obtidas as expressões para as quantidades referentes ao equilíbrio.

Escolhido o modelo, particulariza-se para a situação de interesse, que envolve o perfil de corrente dado pelo ’’peaked model” em um plasm a com seção re ta aproxim adam ente circular, aplicando-se p ara os casos de superfícies m agnéticas internas ou externas à coluna de plasm a.

3.1. Ju stificativa para esco lh a do m o d elo

A solução da equação de Grad-Shafranov para o equilíbrio toroidal obtida analitica­

m ente por Shafranov [Shafranov 1960], quando aplicada aos parâm etros do T B R -1, leva a um fator de segurança medio cujo perfil radial q(p) é praticam ente uniform e dentro do plasm a, m ostrando um a variação aproxim ada de q(0) f» 3.8 até q ( a) » 4.2 , do eixo magnético até a superfície do plasm a [Okano 1990]. Observaçõesexperimentais dos modos MHD no T B R -1 indicaram um a variação que vai de ç(0) 1 até q ( a) « 3 [Vannucci e Gill 1989]; constata-se p o rtan to que o modelo de Shafranov não se m ostra adequado para descrever os diferentes modos m agnetohidrodinâm icos observáveis no T B R -1.

Uma solução que se a d a p ta ao perfil q ( p) que se tem em vista é aquela obtida por Kucinski et al. [Kucinski et al. 1990]. A equação de G rad-Shafranov é resolvida de form a aproxim ada, com distribuição de densidade de corrente arb itrária, considerando um plasm a com seção reta circular. E adotado um novo sistem a de coordenadas, dito toroidal polar {pti Oti A solução toroidal e escrita em termos da solução c de um plasm a cilíndrico, e em aproximação de ordem zero já inclui o efeito toroidal. Este novo sistema, cuja descrição porm enorizada pode ser encontrada no apêndice B, se reduz, no limite de

(44)

grande razão de aspecto 1 , ao sistema pseudo-toroidal (p, 0, ip = ^ ) . Este será o modelo adotado neste trabalho p ara descrever o equilíbrio.

3 .2 . S o lu ç ã o p a r a s e ç ã o r e t a e p e rfil d e c o r r e n te a r b i t r á r i o s

Tomando a equação de Grad-Shafranov em coordenadas generalizadas [C.16]e apli­

cando a m étrica e os componentes covariantes e contravariantes do tensor m étrico para o sistem a toroidal polar (pt, 0 t , p ) (obtidos por [B.37], [B.36] e [B.39]), esta assum e a forma

i d ( d ^ í \ i a 2$

p, dp, \ p' d p , ) + p

?

d«}

/ T \ Tl/ 2 d P ( p t Pt ■ 2 /I \ Pt COS 9t ( n d 2<$> 1 \

Po j 3o (^ ) + PoRq cos 6t + ~ ~ 2 sm 6t 1-1 — ( 2 ■ 2 -|-—— 1 +

d ^ \ R'o R t f ) K \ d p i Pt d p t )

p tsin 6t ( 1 d # 2 d 2^

R' \ p2 d9t Pt dOtdptJ ’ [3’1]

onde

/ T X r, , 2 d P d pI I2

P o n o W = - PoRq > [ 1

e R!q é o raio m aior do sistem a, conforme explicado no apêndice B e definido por Rq = R o ( l — R? ) 2 O cam po m agnético de equilíbrio tem suas componentes contravari­

antes radial e poloidal dadas por

= £ 0 . V , 1 = _ _ i _ ! * . [3.3.a]

1 d4>

= = 13'3'6]

e o cam po toroidal dado por:

B03 ~ R B V = —poI • [3.3.c]

A solução pro p o sta por Kucinski et al. envolve um a expansão da função 4/ cujo termo 4ro(pti^t), calculado n a aproxim ação de ordem zero de -gr, satisfaz

1 d ( d4>0 \ 1 d24>0 . . .

V ‘T ^ ) + = W3o(* o) • M

(45)

E exigido que a últim a função de fluxo m agnético #0 coincida com a fronteira do plasm a, m ediante aplicação de condição de contorno de Dirichlet.

Pode ser observado que a equação [3.4] se m ostra idêntica em form a à equação de G rad-Shafranov no modelo cilíndrico [1.20], a menos das diferenças entre as coordenadas.

Como as condiçõesde contorno são as mesmas, a solução de um plasm a cilíndrico 'ífcip, @) pode ser to m ad a como a aproximação de ordem zero \Ifo(pt,6t) da solução ^°H(pt, &t) do plasm a toroidal, com a vantagem de que boa p arte dos efeitos da toroidalidade estarão incluídos nessa aproximação, através das coordenadas utilizadas. Cabe aqui ressaltar que a diferença de significados entre e ^ c ( p i ^ ) reside na não-coincidência das su­

perfícies coordenadas correspondentes.

Considera-se ainda as seguintes expansões p ara j30(*£) e nas quais í\l> = <]> — \I>0:

j s o W « h o ( * o ) + r- ^ - Í 3 o ( ^ o ) n SV ; '3.5' -uWo

dp(fr) _ dp(^o) r ^ M ^ o )

dtf ' d V 0 ' L dV* ^ - 6]

A correção de prim eira ordem mostra-se m uito pequena; quando aplicada aos parâm etros do T B R -1, desloca as superfícies m agnéticas por menos de 2% do seu raio médio [Kucinski et al. 1990].

Resum indo a notação adotada para as diferentes funções de fluxo: tra ta n d o do equilíbrio, é a solução de um plasm a cilíndrico, equivalente a que é a aproximação de ordem zero da solução tyjj de um plasm a toroidal (o sub-índice em \&o se refere a ordem de aproximação, ao passo que o super-índice em indica a ausência de perturbação e o sub-índice f f a sim etria helicoidal considerada). P ara o fluxo devido ao campo p erturbativo, e p a ra o fluxo total do sistem a pertu rb ad o (no capítulo cinco), serão usadas respectivam ente as notações e ^ h-

(46)

3.3 . A p lic a ç ã o a u m p la sm a co m seção a p r o x im a d a m e n te circular

P a ra o caso de seção reta aproximadam ente circular, considera-se 'ko independente de êt, e obtém -se a p a rtir de [3.4]:

~pt^pt = fJ'0^ 30^ 0^ = 5 [3-7]

onde foi tom ado p a ra o perfil de pressão em aproximação cilíndrica:

[3-s|

onde (3p é dado pela [1.15].

Escolhido o perfil de densidade de corrente, a solução desta equação fornece o term o de ordem zero \I/o da função de fluxo (neste trabalho, conforme será exposto n a seção seguinte, o perfil de corrente adotado é o chamado ’’peaked model” ). A correção de prim eira ordem é ob tid a por [Kucinski et al. 1990]:

M = % { p t ) c o s 6 t í -^ -A( p ) d p , [3.9]

JPt ^ 0

onde A(pt) é o coeficiente de assim etria do cam po poloidal, obtido de

H p t ) = \ u ( p t ) + ( 3 p - l , [3.10]

com

= ' r »r o2( p ) dp • [3.11]

1 P t % ( pt ) Jo

sendo ti a in d u tân cia in terna normalizada por unidade de comprimento [Mukhovatov 1971];

a linha n a função de fluxo indica sua prim eira derivada radial.

3 .4. P a r tic u la r iz a ç ã o para u m perfil co n h ecid o d a d en sid a d e d e corren te to r o id a l

Neste item serão obtidas todas as quantidades referentes ao cam po m agnético de equilíbrio, ta n to p a ra a região da coluna de plasm a como p ara a região com preendida entre a fronteira do plasm a e a parede interna do Tokamak.

(47)

3.4.a. Caso 0 < pt < a

Parte-se do perfil da densidade de corrente conhecido por ’’peaked m odel” sugerido por Egorov et al. p ara o caso 0 < pt < a [Egorov et al. 1987]:

^ ) = ( 7 + 1 ) ^ ( 1 - § ) \ [3.12]

onde Ip é a corrente de plasm a e 7 um núm ero positivo (pode-se observar n a figura (3.1, pag.46) que, com o aum ento de 7 , a [3.12] descreve o perfil radial de j v com um decaimento m ais pronunciado); o fator (7 + 1) ^ - representa o valor máximo da densidade de corrente, verificado próximo ao eixo magnético (pt = 0), e geralmente denotado por j 0. Em resumo, é um modelo de distribuição caracterizado por um pico de corrente bem definido no centro do plasm a.

Considerando 7 inteiro, a solução da equação de G rad-Shafranov encontrada por Okano foi [Okano, 1990]

*•(*> = ^ [I 1 - O - £)] + £[1 - (1 - %?) + • • • +

+ - + 7 Í í [ 1 - ( > - â ) ,+Il]' M

lem brando que # 0(pt) representa a aproximação de ordem zero da solução do plasm a toroidal, equivalente em form a a solução de um plasm a cilíndrico, conforme argum entado n a seção precedente, e Rq e o raio m aior do sistema, conforme esclarecido no apêndice B.

Derivando a [3.13] e levando n a [3.11] e em seguida na [3.10], é o b tida a expressão p ara o coeficiente de assim etria do campo poloidal A (pt) (necessário nesta eta p a por estar incluído n a expressão do perfil radial da cham ada ’’parte oscilante” ç(pt) do fator de segurança):

A(' >,) = 2 [! _ (! _ I1 - (* - % ) } + ■ ■ ■ + I1 - ( i - % T l )

7 T 2 [1 - (1 - § ) n + . . . + j i _ [ l - (1 - } + * - ! . (3.14]

(48)

A coordenada pt não é constante ao longo das superfícies m agnéticas = constante;

então será mais conveniente adotar um a coordenada que funcione como rótulo dessas su­

perfícies. Uma alternativa é a variável po> que difere de pt por um a pequena parcela que depende de A [Kucinski et al. 1992], conforme explicado n a seção (2.4). A dotando po como coordenada radial, pode-se tom ar os resultados, em aproximação de ordem zero, supondo p a ra todas as quantidades envolvidas que

f Í P t) = f(po + &Pt{ôt)) & f(po) , [3.15]

onde f( p t ) é um a função a rb itrária de pt.

Nesse modelo, o fator de segurança local, definido por dtp = B 0 • V y

dOt B 0 • V0t ^ ^

pode ser aproxim ado considerando sua dependência periódica em 6t como tendo a forma

9 = QÍPo) ~ q(po) cos Bt , [3.17'

onde q é o fator de segurança médio, dado por

PoBq 1 .m m

Ro 1 1

sendo a m édia em Of do cam po poloidal fornecida em termos de \&o por

= [3.19]

1Í0

q é o cham ado valor m áxim o da p arte oscilante do fator de segurança, obtido a p a rtir de A(po) por [Kucinski et al. 1991]

q = q

o.

R'0 ~ ( 2 + A(po)) ~ ~ í £ Hp) dp

a Po Jpo a [3.20]

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