UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Aves em uma unidade de conservação no semiárido nordestino: Floresta Nacional Contendas do Sincorá-Bahia
Cristine da Silveira Figueiredo Prates
Profº. Dr. Helder Farias Pereira de Araujo
João Pessoa - 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Aves em uma unidade de conservação no semiárido nordestino: Floresta Nacional Contendas do Sincorá,Bahia.
Cristine da Silveira Figueiredo Prates
Profº. Dr. Helder Farias Pereira de Araujo
Monografia apresentada ao Curso de Ciências Biológicas (Trabalho Acadêmico de conclusão de Curso), como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.
João Pessoa – 2014
Catalogação na publicação Universidade Federal da Paraíba
Biblioteca Setorial do CCEN
P912a Prates, Cristine da Silveira Figueiredo.
Aves em uma unidade de conservação no semiárido nordestino: Floresta Nacional Contendas do Sincorá, Bahia / Cristiane da Silveira Figueiredo Prates. - João Pessoa, PB, 2014.
46 p. : il.
Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal da Paraíba.
Orientador: Profº Drº Helder Farias Pereira de Araújo.
1. Fauna. 2. Avifauna. 3. Caatinga. I. Título.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Cristine da Silveira Figueiredo Prates
Aves em uma unidade de conservação no semiárido nordestino: Floresta Nacional Contendas do Sincorá,Bahia.
Trabalho – Monografia apresentada ao Curso de Ciências Biológicas, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.
Data: ______________________________________________________
Resultado: __________________________________________________
BANCA EXAMINADORA
Profº. Dr. Helder Farias Pereira de Araujo – UFPB (orientador)
Dra. Flor Maria Guedes Las-Casas – UFPE (1º Membro Titular)
MSc. Antonio Emanuel Barreto Alves de Sousa – CEMAVE (2º Membro Titular)
Prof. MsC. Erich de Freitas Mariano – UFCG (Suplente)
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer aos meus pais por todo o apoio seja ele emocional ou financeiro durante o meu desenvolvimento e formação acadêmica. Sou grata pela liberdade que sempre me ofereceram de nunca me questionarem o caminho que escolhi trilhar para ser feliz e realizada com o meu trabalho.
Agradeço ao meu irmão Ewerton pela amizade e companheirismo que mesmo de longe está presente na minha vida, obrigada pelas aulas e auxilio em vários entraves nesta questão de softwares.
Agradeço a equipe do CEMAVE/ICMBIO principalmente a Manuela que eu perturbei tanto com as tabelas dinâmicas do excel e com as revisões e dicas de texto. Ao Murilo Arantes por me ensinar a usar o ARCGIS e confeccionar o mapa dessa monografia. A Camile Lugarini por me dar autonomia e me proporcionar aprender muito dessa maneira. Por me convidar para participar de vários trabalhos de campo e tornar o meu aprendizado prático e muito mais agradável, definitivamente não nasci para o trabalho de escritório em tempo integral, isto me fez ter mais certeza que escolhi o caminho certo. A Flor Maria por me proporcionar tanto conhecimento desde o inicio do meu estágio ate o final da realização desse trabalho.
Grata pelo auxilio do meu orientador Helder Araujo, por estar disponível quando precisei, agradeço também pela paciência e por compartilhar do seu conhecimento comigo.
A todos os colegas que fizeram parte da minha vida acadêmica, compartilhando alegrias e tristezas nesses longos quatro anos, obrigada pela amizade construída: Sara Pordeus, Rayanne Maciel, Ligia Vieira e Gabriel Malta.
Ao Laboratório de Zoologia dos Vertebrados do Campus de Areia, pelo acolhimento e troca de experiências.
Ao Ciro Albano por compartilhar sua imensa experiência comigo, depois que lhe conheci observar as aves virou uma atividade intrínseca na minha vida, não é mais apenas pesquisa.
Enfim, muito obrigada a todos que me ajudaram direta ou indiretamente na realização deste trabalho.
“Deixei uma ave me amanhecer.”
– Manoel de Barros
RESUMO
Foi revisado e atualizado o inventário da avifauna da Floresta Contendas do Sincorá, por meio de referências bibliográficas, pelo site www.wikiaves.com.br e dados obtidos em expedição de campo em 2013. Levantamentos qualitativos e quantitativos foram feitos através de três metodologias: ponto de escuta, listas de Mackinnon e rede-de-neblina,percorrendo-se trilhas e estradas na área de amostragem. Foram amostradas quatro áreas com dois tipos de fitofisionomia: caatinga arbustiva/arbórea e caatinga arbórea. A lista das espécies publicada em 2011 por Borges e Freitas é composta por 185 espécies, destas sete tiveram seus registros considerados como errôneos. Os registros feitos no site www.wikiaves.com.br contribuíram com mais quatro espécies e 24 foram adicionadas pela expedição(ões?) somando um total de 207 espécies de aves. Os táxons encontrados na lista oficial brasileira de Fauna Ameaçada de Extinção que ocorrem na área são: Penelope jacucaca e Crypturellus noctivagus zabele e outras seis estão na categoria quase ameaçada. Foram registrados 18 táxons endêmicos da Caatinga, 37 que realizam migrações e 24 associadas a ambiente aquático.
Campylorhamphus falcularius teve seu segundo registropara aa Caatinga nesse trabalho, sendo uma espécie mais comum em área de Mata Atlântica. Através de análises estatísticas foi possível verificar que ocorre influência na abundância das espécies nos diferentes ambientes e diferentes períodos amostrais. A proteção encontrada na unidade de conservação se mostrou de grande importância para manutenção das diferentes espécies da avifauna.
Palavras-chave: inventário, avifauna, unidade de conservação, Caatinga.
ABSTRACT
The inventory of the avifauna of Contendas do Sincorá National Forest was reviewed and updated, using references of the literature, data from the site www.wikiaves.com.br and new data from a field expedition in 2013. Three methods were used for sampling the survey area:
listening points, Mackinnon list technique and mist-net. Quantitative and qualitative surveys were conducted riding trails and roads in the sampling area. Four areas distinct areas were sampled, with two different types of vegetation: shrub-arboreal caatinga and arboreal caatinga. The list of species published in 2011 by Freitas Borges and comprises 185 bird species; of these seven had their records considered erroneous. Four new records are from Wiki Aves web site and 24 were obtained during the field expedition, for a total of 207 bird species. Two taxa are considered officially threatened of extinction: Penelope jacucaca and Crypturellus noctivagus zabele and six others are considered as near threatened. Eighteen taxa are endemic to the Caatinga, 37 are migratory and 24 are associated with the aquatic environment. Campylorhamphus falcularius, a species with the distribution more associated with the Atlantic Forest had the second record in the caatinga during the present work.
Through statistical analysis, we found that influence on the abundance of species in different environments and different sampling periods occurs. The protected area (National Forest) has a great importance to the maintenance of the bird diversity in the region.
Keywords: Inventory, avifauna, protected area, Caatinga.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ambientes encontrados na FLONA Contendas do Sincorá ---26
Figura 2 - Mapa da Floresta Nacional Contendas do Sincorá mostrando as localidades das áreas de estudos e suas respectivas fitofisionomias ---28
Figura 3 – Gráfico Termopluviométrico ---30
Figura 4 – Táxons ameaçados de extinção ---40
Figura 5 – Curva de abundância de espécies nos dois períodos de amostragem ---43
Figura 6 - Dendrograma mostrando a relação de similaridade entra as áreas amostradas, baseado na abundância das espécies de aves. ---44
Figura 7 - Curva de rarefação de espécies ---45
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Lista da avifauna registrada na Floresta Contendas do Sincorá --- 33
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ---18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA---20
2.1 Caatinga ---20
2.2 Conservação na Caatinga ---20
2.3 As aves na Caatinga ---21
2.4 Relações espaço-temporal na diversidade das aves---22
3 OBJETIVOS---24
3.1 Objetivo Geral---24
3.2- Objetivos Específicos---24
4 MATERIAIS E MÉTODOS---25
4.1 Área de estudo ---25
4.2 Revisão de registros e métodos de campo ---29
4.3 Análise dos dados ---31
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO---32
5.1 Riqueza e composição da avifauna ---32
5.2 Registros relevantes---39
5.2.1 Endêmicas ---39
5.2.2 Ameaçadas ---39
5.2.3 Migrações ---40
5.3.4 Aquáticas ---41
5.3.5 Comentários sobre outras espécies---42
5.3 Influencia do ambiente na composição da avifauna ---42
6 CONCLUSÃO --- 46
7 REFERÊNCIAS --- 47
1 INTRODUÇÃO
O instrumento mais básico quando se quer conhecer ou descrever a fauna existente em uma determinada região é a elaboração de uma lista de espécies, isto é, um inventário de fauna, que consiste na compilação de dados contendo os nomes científicos das espécies registradas em determinado local e pode vir acompanhada de várias outras informações como ecologia ou biogeografia, por exemplo (STRAUBE et al., 2010).
A partir desse inventário é possível criar uma base para a caracterização da fauna e, com isso, embasar a priorização de locais para a proteção da biodiversidade. Além disso, pode ser utilizado para os programas de monitoramento e manejo fauna, que são ferramentas para avaliar os impactos nas populações naturais e promover diretrizes para a conservação da biodiversidade (STOHLGREN et al., 1995; SILVEIRA et al., 2010).
O semiárido nordestino é composto de 24 unidades de conservação, o que corresponde a 8,4% do território protegido, sendo 2% de proteção integral e 6,4% de uso sustentável (TABARELLI & VICENTE, 2004; FERREIRA & SOUZA, 2012). Dessas áreas protegidas, 16 possuem algum tipo de inventário da avifauna, alguns mais completos, publicados em revistas científicas e outros apenas com uma lista no plano de manejo (FERREIRA &
SOUZA, 2012).
Além da composição de espécies existentes nas unidades de conservação no semiárido nordestino, é importante entender como a dinâmica espaço-temporal influencia essa composição, por exemplo, ao verificar a influência da sazonalidade e da disposição dos habitats sobre a avifauna (ARAUJO, 2009; RUIZ-ESPARZA et al., 2011; ARAUJO et al.
2012; LYRA-NEVES et al., 2012; NUNES & MACHADO 2012; SOUSA et al., 2012).
Existem alguns trabalhos disponíveis sobre a utilização dos habitats pelas aves na Caatinga. Santos (2004) realizou um estudo no estado do Piauí avaliando a diferença das espécies entre os ambientes de caatinga arbórea e arbustiva, citando o Synallaxis hellmayri com ocorrência mais frequente nas áreas arbustivas com bromélias e Herpsilochmus sellowi relacionada com o dossel de caatinga arbórea. Olmos et al. (2005) avaliou as aves em áreas de Pernambuco e Ceará citando a preferência de algumas espécies em ambientes aquáticos, outros em áreas abertas (Columbina spp., Paroaria dominicana e Agelaioides fringillarius), em caatingas arbóreas-arbustivas (Xiphocolaptes falcirostris, Dendrocolaptes platyrostris, Herpsilochmus sellowi e H. atricapillus), em áreas de transição entre a caatinga e área de mata seca, por exemplo.
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A distribuição dos habitats e a preferência pelas aves também foram abordadas no trabalho de Araujo & Rodrigues (2011) que demonstram a diferenças entre as áreas abertas de caatinga no estado de Alagoas. Araujo et al. (2012) descreveu a composição da comunidade de aves numa reserva particular no Cariri paraibano, relacionando essa composição aos habitats onde as espécies ocorrem.
Essas informações sobre a relação da avifauna com a distribuição de habitats são importantes para auxilio no manejo das áreas protegidas, pois demonstram a importância da heterogeneidade de habitats para a manutenção das aves. A conservação deste grupo é de extrema importância do ponto de vista ecossistêmico, pois as aves realizam serviços ecológicos como a dispersão e polinização de muitas espécies vegetais, além do controle populacional de muitos organismos (NEGRET & NEGRET 1981; STOTZ et al., 1996). A ausência de ambientes protegidos pode diminuir as áreas utilizadas na movimentação das aves nos períodos sazonais e pode desencadear um efeito drástico e irreparável em toda a cadeia trófica que evoluiu e se adaptou há milhares de anos à as características do ambiente de caatinga (PEREIRA & AZEVEDO-JÚNIOR, 2013)
Além disso, na América do Sul são evidentes os deslocamentos das aves onde existe vegetação seca. As chuvas modificam drasticamente este tipo de paisagem, atraindo um maior número de espécies (SICK, 1983). As fortes variações pluviométricas influenciam diretamente na oferta de alimentos (POULAIN et al., 1992) e, consequentemente, pode alterar a estrutura trófica de uma comunidade de aves (TELINO-JÚNIOR et al., 2005; PEREIRA, 2010; LAS-CASAS et al., 2012; RUIZ-ESPARZA et al., 2012; PEREIRA et al., 2013). Desse modo, observa-se a importância de compreender influencias dos habitats e da variação temporal em comunidades de aves, principalmente em Unidades de Conservação no semiárido nordestino, locais propostos para manutenção de biodiversidade em uma área com forte sazonalidade climática.
Na Floresta Nacional (FLONA) Contendas do Sincorá, foi disponibilizada uma lista de aves na revista Atualidades Ornitológicas no ano de 2011, oriunda de um inventário realizado por Freitas e Borges. No entanto, problemas taxonômicos e/ou de organização de informação podem ser observados nessa lista, bem como não há disponibilização de outras informações importantes, como a influencia espaço-temporal comentada anteriormente. Nesse sentido, nós pretendemos revisar e atualizar os dados de inventário de aves da FLONA Contendas do Sincorá, bem como colaborar com informações sobre a influência dos habitats e período de amostragem sobre a comunidade de aves que ocorre nessa unidade de conservação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Caatinga
A Caatinga é uma região semiárida que se estende por cerca de 800.000 km2 abrangendo aproximadamente 10% do território nacional, ocupando o interior dos estados do Nordeste brasileiro, o norte de Minas Gerais e noroeste do Espírito Santo (FERRI, 1980;
FERNANDES, 2006). A área é composta por um mosaico de fitofisionomias, com grande diversificação no relevo e variações climáticas (LEAL et al., 2005).
A precipitação média anual varia de 240 a 1.500 mm, sendo que a maior parte das regiões recebem no máximo 750 mm e algumas áreas mais centrais chegam a menos de 500 mm (PRADO, 2003; LEAL et al., 2005). O maior período de pluviosidade esta compreendendo dentro de três meses consecutivos, existindo uma grande variação anual e longos períodos de seca frequente, em relação à temperatura, a média anual, fica em torno de 26ºC – 29ºC (NIMER, 1972).
A interação entre o clima e o solo proporcionam diferentes tipos vegetacionais à região, essa diversidade inclui além das caatingas, vários outros ambientes associados. São reconhecidas 12 tipologias diferentes, com grande diversidade, adaptadas ao hábitat quente e seco, possuindo várias espécies endêmicas. Estima-se, pelo menos, a ocorrência de 932 espécies de vegetais na Caatinga, sendo 318 endêmicas (GIULIETTI et al., 2002).
2.2 Conservação na Caatinga
As atividades humanas desenvolvidas na Caatinga, segundo Garda (1996)têm degradado os solos nordestinos que estão sofrendo um processo intenso de desertificação, relacionados à sua má utilização: como a substituição da vegetação natural por culturas, principalmente através de queimadas, desmatamento e as culturas irrigadas. Esses processos estão levando à salinização dos solos, aumentando ainda mais a evaporação da água e acelerando o processo de desertificação.
Apenas cerca de 8% da Caatinga está protegida por lei (TABARELLI & VICENTE, 2004; FERREIRA & SOUZA, 2012). Esta porcentagem é muito pequena e a região é considerada a terceira mais alterada pelo homem no Brasil, ficando atrás apenas da Mata Atlântica e do Cerrado (CASTELLETTI et al., 2003).
As áreas protegidas são definas pela Convenção sobre Diversidade Biológica como espaços estratégicos para a conservação de ecossistemas e habitats naturais, reconhecidas como um dos principais e mais efetivos instrumentos para preservação da diversidade
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biológica (MMA, 2005). Na região da Caatinga, existe atualmente 24 unidades de conservação, o que corresponde a 8,4% do território protegido. No entanto, apenas 2%
correspondem a UCs de proteção integral e 6,4% são de uso sustentável (TABARELLI &
VICENTE, 2004, FERREIRA & SOUZA, 2012).
2.3 As aves na Caatinga
A Caatinga é apontada como uma importante área de endemismos de aves na América do Sul (CRACRAFT, 1985; PACHECO, 2004), que forma junto com o Cerrado e o Chaco Paraguaio a “Diagonal Seca” do continente, macrorregião que separa a Floresta Amazônica da Mata Atlântica (SILVA, 1996). Pacheco & Bauer (2000) publicaram uma lista de registros de aves em fisionomias de caatinga contendo 347 espécies. Silva et al. (2003) elevou a lista a 510 espécies, incluindo os ambientes associados: matas secas, campos rupestres e brejos de altitude, compondo cerca de 30% da avifauna brasileira. Estas espécies estão distribuídas em 62 famílias, sendo as mais abundantes: Tyrannidae, seguida de Trochilidae, Accipitridae, Thraupidae, Furnaridae e Thamnophilidae (SILVA et al., 2003).
Grande parte da avifauna existente no semiárido nordestino encontra-se associada a formações vegetais arbóreo-arbustivo SILVA et al., 2003; SANTOS 2004; OLMOS et al., 2005; ROOS et al., 2006). Por outro lado, algumas espécies de aves sobrevivem e pode até mesmo prosperar em áreas degradas (OLMOS & ALBANO, 2012).
Apesar desta importância, a Caatinga é o domínio que possui o menor nível de conhecimento sobre as aves além de ser o mais esquecido, principalmente nos quesitos pesquisa e conservação (PACHECO, 2000; VELLOSO et al., 2002). Existe um aumento dos esforços de pesquisa, mas o número de espécies de aves ainda não é preciso. Segundo Tabarelli & Vicente (2004) a quantidade real de espécies na região da Caatinga provavelmente está subestimada, pois 41% da sua área nunca foram estudadas. A produção científica relacionada à avifauna da Caatinga ainda é muito reduzida, tendo pouquíssimos dados publicados referentes a inventários em comparação a outros domínios do país (NASCIMENTO, 2000).
Além dos inventários muitas áreas ainda carecem de estudos mais detalhados sobre abundância e a ecologia das espécies, principalmente nas áreas consideradas prioritárias para conservação estabelecida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2002).
2.4 Relações espaço-temporal na diversidade das aves
Ainda não está muito claro o entendimento dos padrões de distribuição e evolução da avifauna da Caatinga, bem como de várias características ecológicas (SILVA et al., 2003), e estes aspectos são fundamentais para a compreensão da dinâmica ecológica local (VIELLIARD, 2000).
Em teoria, habitats diversificados têm mais espécies que os homogêneos, por oferecer grande variedade de recursos, que estão distribuídos num número maior de unidades espaciais e consequentemente, mais disponibilidade de nichos sujeitos a ocupação (MACARTHUR &
MACARTHUR, 1961; AUGUST, 1983; CODY, 1985; ATAURI & LUCIO, 2001).
Alguns estudos tem demostrando que nem sempre é assim, esse padrão pode depender do grupo taxonômico estudado (MACNALLY, 1990; TEWS et al., 2004). Muitos trabalhos realizados com comunidades de aves confirmam a associação entre a estrutura e composição da vegetação, a diversidade de habitats e a de espécies (MACARTHUR e MACARTHUR, 1961; MACARTHUR et al., 1966; WILLSON, 1974; ROTENBERRY, 1985; SILVA, 1995;
POULSEN, 2002).
Acredita-se que a estrutura da vegetação, sua composição e seus atributos fisionômicos, tenham um papel importante na composição das comunidades ou assembleias de aves (MACARTHUR e MACARTHUR, 1961; WILLSON,1974; ROTENBERRY, 1985;
TERBORGH et al., 1990; WIENS, 1992; LEE & ROTENBERRY, 2005). Ao longo de um gradiente ambiental ou de uma paisagem heterogênea composta por um mosaico de formações vegetais, as aves estão sujeitas ao aumento ou diminuição de sua abundância, ou mesmo ao desaparecimento, à medida que o habitat se torna mais ou menos adequado às suas exigências ecológicas (BLOCK & BRENNAN, 1993; LEE e ROTENBERRY, 2005).
A avifauna da Caatinga, por exemplo, responde à diversidade espacial de habitats podendo ser definida em três categorias ecológicas: aves independentes de floresta (espécies associadas apenas a vegetações abertas); aves dependentes de florestas (ocorrem em ambientes como florestas perenes, estacionais, caatinga arbórea e cerradões) e aves semidependentes (ocorrem nos mosaicos formados pelo contato entre florestas e formações abertas e semiabertas) (RIDGELY & TUDOR 1994; SILVA, 1995, STOTZ et al., 1996, SICK, 1997, SILVA et al., 2003).
Além da percepção do espaço no ambiente, os diferentes táxons de animais percebem uma escala temporal, ditada pelas condições e/ou disponibilidade de recursos (WOLDA, 1978; LEVIN, 1992). Um exemplo são as variações climáticas sazonais, como aumento da
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pluviosidade em determinada estação, pode-se alterar a distribuição e abundância de inúmeros recursos, e com isso espera-se a resposta da ocupação do meio em função dessas alterações (POULSEN, 1996; CHENSSON et al., 2004; YANG et al., 2008).
De acordo com Ricklefs & Hainsworth (1968), a termoregulação de aves pode levar a um uso em diferentes proporções de vários tipos de habitats ao longo do dia, e a sazonalidade pode fazer com que isso se altere ao longo do ano.
Na Caatinga, a sazonalidade climática é um fator marcante o que reflete diretamente sobre a comunidade vegetal (VICENTE et al., 2003; BARBOSA et al., 2003). Esta forte sazonalidade também pode influenciar a estruturação das comunidades de aves em termos de riqueza e abundância de espécies (PEREIRA & AZEVEDO-JÚNIOR, 2013).
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Este trabalho teve como objetivo principal revisar e atualizar o inventário da avifauna da Floresta Nacional Contendas do Sincorá, bem como colaborar com informações sobre a influência dos habitats e de distintos períodos climáticos sobre a comunidade de aves que ocorre nessa unidade de conservação.
3.2- Objetivos Específicos
1. Revisar a composição da avifauna listada no inventário publicado por Freitas &
Borges (2011);
2. Atualizar a composição da assembleia de aves;
3. Verificar a influência de distintos ambientes e períodos de amostragem sobre a composição e riqueza de espécies de aves e abundância.
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4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Área de estudo
A Floresta Nacional Contendas do Sincorá situa-se no sudoeste do estado da Bahia e foi criada em 1999 com cerca de 11.530 ha. Encontra-se em uma região de depressão com pequenas ondulações de relevo, com 300 m a 400 m de altitude, entre duas elevações, uma a leste e outra a oeste, o que contribui para elevadas temperaturas e pouca umidade registrada durante quase todo o ano. Ao norte e noroeste da unidade encontram-se as grandes elevações da Chapada Diamantina, a sudoeste está a caatinga do sertão baiano. Ao sudeste, em pouco mais de 100 quilômetros, está a Mata Atlântica sob a influência do oceano (BRASIL, 2006).
A precipitação média anual fica em torno de 300 a 600 mm e sofre influencia dos ventos alísios de sudeste, levando a uma tendência de aridez no local (BRASIL, 2006, INMET, 2013).
A FLONA encontra-se coberta por uma vegetação de caatinga arbustiva, mais representativa, possuindo alta densidade de arbustos e/ou herbáceas e poucas árvores lenhosas. Pode também ser encontrada uma porção menor de caatinga arbustiva-arbórea, com árvores que podem ultrapassar seis metros de altura, além de faixas estreitas de mata ciliar, encontradas nas margens de córregos (Figura 1). Na encosta da Serra das Grotas, encontra-se uma vegetação mais rala, de caatinga herbácea-arbustiva e lagoas (BRASIL, 2006).
Dois rios intermitentes atravessam a unidade de conservação, da região oeste para leste, o Garapa e o Goiabeira. Próximo à sede existem duas pequenas lagoas artificiais, uma bastante antiga, outra construída em 2002, que conseguem acumular água e, geralmente, mantê-la durante a época seca. Estas lagoas ocupam área de aproximadamente 300 m2 de espelho d’água, quando cheias (BRASIL, 2006).
Figura 1. Ambientes encontrados na FLONA Contendas do Sincorá. A: Caatinga arbustiva; B: Lagoa encontrada próxima a sede; C: Área de mata ciliar; D: Caatinga arbustiva-arbórea; E: Trilho de trem, área antropizada (Fotos A e B: Cristine Prates; C,D,E: Flor Maria Las-Casas)
A B
C
D E
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Foram amostradas quatro áreas dentro da área da FLONA (Figura 2), estas foram escolhidas para serem amostradas o máximo possível de fitofisionomias existentes na UC.
Abaixo estão indicadas as fitofisionomias e as suas respectivas localizações geográficas correspondentes:
P1 – Trilha do Pastor (13°56’04”S, 41°02’55”W, alt. 330m), situada na porção Leste da FLONA. A vegetação encontrada é arbustivo-arbórea, com porte um pouco mais elevado, com presença de paineiras-brancas (Ceiba glaziovii) com tamanhos consideravelmente grandes. Nesta área de amostragem há uma vegetação de Mata Ciliar, com a margem chegando até 4 metros de largura em alguns pontos, porém o rio estava seco em ambos períodos de amostragem.
P2. Trilha da Carvoaria (13°58’51”S 41°06’32”W, alt 335m), situada na porção Sudoeste da FLONA. A vegetação predominante dessa área é de caatinga arbustiva, com muitas bromélias terrestres e um trecho com formação florestal do tipo mata ciliar. Abriga uma área que era utilizada para queima de carvão, desativada há mais de 10 anos e parte da trilha passa por campos com gramíneas, demonstrando ser uma área mais antropizada.
P3. Trilha das Bromélias (13º55'19”S e 41º06'51,56”W, alt 376 m), situada próxima à sede da FLONA. A vegetação encontrada é arbustiva, abrigando espécies de cactáceas típicas da caatinga. Área também antropozida, onde um trilho de trem corta a área. Existe nessa área uma lagoa.
P4. Trilha da Sussuarana (13°55’20”S e 41°07’05 W”, atl 400 m), de vegetação arbustiva e com elevação um pouco maior que as outras áreas. Nesta área também possui uma lagoa.
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Figura 2 – Mapa da Floresta Nacional Contendas do Sincorá, mostrando as localidades das áreas de estudos e suas respectivas fitofisionomias. (Fonte: BRASIL, 2006 com adaptações)
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4.2 Revisão de registros e métodos de campo
Foi realizada a revisão das espécies registradas por Freitas e Borges (2011), que ocorrem na Floresta Nacional Contendas do Sincorá com base em várias bibliografias (SICK, 1997; SIGRIST, 2006, VAN PERLO, 2009; RIDGELY & TUDOR, 2009), bem como, através dos registros disponíveis no site www.wikiaves.com.br. E período amostral Tb. Pq não?
Adições à lista foram feitas também com revisão de registros documentados no www.wikiaves.com.br e de registros oriundos de duas expedições de campo ocorridas em 2013.
As duas expedições foram realizadas na Floresta Nacional Contendas do Sincorá, uma no pico do período histórico da estação chuvosa (10 a 17 de janeiro de 2013) e outra no período histórico da estação seca (16 a 21 de setembro de 2013) (Figura 3).
Durante o trabalho de campo, realizado no ano de 2013, observou-se que o tempo sofria alterações, não coincidindo com os dados históricos de precipitação (Figura 3). Para esclarecer melhor esse fato, em 2012 ocorreram chuvas somando quase 200 mm no mês de novembro e cessando no início de dezembro. Portanto, no mês de janeiro de 2013, já em campo podia ser constatado que o solo e toda área demarcada por nosso estudo, estava seca mesmo no período chuvoso. Ainda, no penúltimo dia, ao termino da expedição, iniciaram-se as chuvas que somaram 100 mm em janeiro de 2013 (INMET, 2013).
Na segunda expedição em setembro de 2013 onde se esperava amostrar na estação seca de acordo com os dados históricos, ocorreram chuvas que, inclusive ajudaram a manter os açudes com água, os quais já estavam cheios.
Figura 3: Gráfico termopluviométrico obtidos no site do INMET, de 1983 a 2013, para o município de Ituaçu, BA. A: Média anual em 30 anos; B: Média anual de 2013.
Para amostragem da área de estudo foram utilizadas três métodos: pontos de escuta com raio limitado, lista de Mackinnon e rede-de-neblina.
O ponto de escuta consiste na observação das aves feitas em pontos fixos que fornecem um índice de abundância relativa. Os pontos foram marcados em trilhas abertas ou já pré-existentes, tendo uma distância mínima de 200 metros entre eles, o que minimiza o risco de o canto de uma espécie com vocalizações de longo alcance sejam detectados em mais de um ponto. A amostragem ocorreu logo ao amanhecer, se estendendo por 3 a 4 horas, período de maior atividade da avifauna (VIELLIARD et al., 2010). O observador registrou todas as espécies de aves ouvidas e vistas durante 10 minutos por ponto de escuta e com limitação de raio em 50 metros, o que diminui a diferença de detectabilidade entre espécies, ambientes e períodos, esse modelo de tempo é adaptado a ambientes de caatinga (ARAUJO, 2009). Em cada localidade de amostragem foram percorridas duas trilhas com seis pontos de escuta em cada uma, totalizando 12 pontos por localidade. Os resultados obtidos permitiram um levantamento quantitativo, podendo ser uma ferramenta para acompanhar as variações da comunidade de aves (VIELLIARD et al., 2010).
A amostragem utilizando a lista de Mackinnon foi feita para obtenção de dados de composição e riqueza da avifauna, método utilizado para agregar um maior número de espécies de forma sistemática para um inventário. O método consiste em percorrer trilhas e/ou estradas nas áreas de amostragem, anotando em uma lista as primeiras 10 espécies observadas de forma que elas não se repitam, após o preenchimento das 10 espécies, inicia-se a segunda lista e os indivíduos já vistos e marcados na primeira lista não devem ser marcados na
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segunda, após 10 espécies diferentes segue para terceira lista e assim por diante (RIBON 2010).
As redes-de-neblina consistem em uma técnica de captura de aves, são redes finas compostas por bolsões, normalmente de nylon, que quando esticadas e presas a varas, formam uma “parede” discreta muitas vezes não detectada pelas aves que acabam sendo capturadas e ficando presas. Foram armados três conjuntos de cinco redes de neblina de tamanho padrão (12 x 2,5 m; malha 36 mm), totalizando 15 redes por localidade, operadas por dois dias. Cada conjunto de redes estava no mínimo 200 m de distância um do outro, em locais fixos, georreferenciados e marcados com estacas permanentes. Após montadas, as redes-de-neblina foram abertas de 15-20 minutos antes do amanhecer e revisadas em média a cada 30 minutos.
As aves capturadas foram retiradas, alocadas em sacos de contenção e transportadas para um local de processamento. Com a ave na mão as espécies foram identificadas, marcadas com o uso de anilhas metálicas e os dados de idade, sexo, estado reprodutivo, muda e biometria foram coletados seguindo Roos (2010).
O esforço de captura por localidade foi de 930,15 horas-rede na localidade Pastor;
952,50 horas-rede na localidade Carvoaria; 946,05 horas-rede na localidade Sussuarana e 474,45 horas-rede na localidade Bromélias.
4.3 Análise dos dados
Os dados obtidos nos pontos de contagem foram transportados para uma planilha de excel para o cálculo do número de indivíduos por ponto de contagem com raio limitado de 50 metros.
Foi elaborada uma curva de abundância que contribui para agrupar 25 espécies que mais contribuíram para a abundância da avifauna amostrada, em cada período de coleta. A partir destas, foi realizada uma análise de similaridade, baseada em uma matriz de Bray-Curtis através do programa estatístico R (R Development Core Team 2007) e o pacote “vegan”.
A análise de variância permutacional (PERMANOVA) foi utilizada para avaliar a significância das diferenças da similaridade obtida, entre as diferentes escalas espaciais e períodos de amostragem. Através do ISA – Indicspecies, avaliou-se a força da relação entre espécies e grupo apontado na análise de similaridade. Essas análises também foram realizadas no programa R, com os pacotes “vegan” e “indicspecies”, respectivamente.
Por fim, foi realizada uma curva de rarefação com cada grupo apontado na análise de similaridade de Bray-Curtis, utilizando o programa Estimates (COLWELL et al., 2009).
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Riqueza e Composição da avifauna
A riqueza obtida com a revisão de informações e com os dados de campo foi de 207 espécies. A lista de Freitas e Borges (2011) contribuiu com 179 espécies aqui consideradas válidas, os dados obtidos na expedição de campo em 2013 contribuíram com 155 espécies e os dados publicados no Wikiaves contribuíram com 111 spp. (Tabela 1).
Das 185 espécies listadas por Freitas e Borges (2011), foram identificados registros errôneos que, depois de corrigidos, chegamos a uma lista com 179 espécies. As correções foram: 1) Amazonetta brasilensis, que foi registrada duas vezes na lista; 2) Lanio pileatus e Coriphospingus pileatus estão incluídos na lista, porém correspondem a mesma espécie,; 3) Casiornis fuscus também foi registrada duas vezes na lista dos autores, porém em uma delas como Casiornis fusca; 4) Saltator maximus foi substituído por Saltator similis, a região da FLONA não faz parte da área de ocorrência de S. maximus. 5), o registro de Dryocopus galeatus foi retirado da lista, visto que sua distribuição é apenas no Sul e Sudeste (VAN PERLO 2009, Wikiaves 2014), o que provoca uma necessidade de documentação para confirmação da espécie.
As 207 espécies registradas pertencem a 21 ordens e 48 famílias. Das famílias registradas, Tyrannidae foi a mais representativa com 27 espécies, seguida por Thraupidae com 19 espécies, Furnariidae com 11 espécies, Trochilidae, Columbidae e Thamnophilidae com nove espécies. Esta representatividade é semelhante à de outros trabalhos em áreas de Caatinga, como exemplo: no estado da Bahia, Nunes & Machado (2012) tiverem resultado com as famílias mais representativas sendo Tyrannidae e Thraupidae, Araujo et al. (2012), tiveram a família Tyrannidae como a mais representativa no Cariri Paraibano, No sul do Piauí, Columbidae, Psittacidae, Trochilidae (SANTOS et al, 2012). Em Pernambuco no Parque Nacional do Catimbau família Tyrannidae obteve o maior número de espécies (SOUSA et al., 2012). Las-Casas et al. 2012 também trata desse tipo de informação, no agreste pernambucano.
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Tabela 1 - Lista da avifauna registrada na Floresta Contendas do Sincorá. Tipos de registro (RG): W:
Wikiaves; FB: Freitas e Borges; C: Captura, P: Ponto, L: Lista, B: busca ativa . Endemismo da Caatinga (EN), Status MMA e IUCN: VU = vulnerável, NT = quase ameaçada, LC = pouco preocupante. Habitats ocupados (HT): CA: caatinga arbustiva; CAA: caatinga arbustiva arbórea e AQ:
ambiente aquático.
NOME DO TÁXON RG EN IUCN MMA HT
Tinamidae Gray, 1840
Crypturellus noctivagus (Wied, 1820) FB, P, L, W NT X* CA, CAA
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) FB LC CA
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) FB, L LC CA, CAA
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) FB LC CA
Nothura boraquira (Spix, 1825) FB, P, L LC CA
Anatidae Leach, 1820
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) L LC AQ
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) FB, W LC AQ
Sarkidiornis sylvicola Ihering & Ihering, 1907 W LC AQ
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) FB, L, W LC AQ
Nomonyx dominica (Linnaeus, 1766) L, W LC AQ
Cracidae Rafinesque, 1815
Penelope superciliaris Temminck, 1815 FB, P, L LC CA, CAA
Penelope jacucaca Spix, 1825 FB, L, W VU X CA
Podicipedidae Bonaparte, 1831
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) FB, L, W LC AQ
Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) FB LC AQ
Ardeidae Leach, 1820
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) FB, L LC AQ
Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) FB LC AQ
Butorides striata (Linnaeus, 1758) FB, L, W LC AQ
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) FB LC CA
Ardea alba Linnaeus, 1758 FB, L LC AQ
Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) FB LC AQ
Cathartidae Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) FB, L LC CA, CAA
Cathartes burrovianus Cassin, 1845 FB, L LC CA, CAA
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) FB, P, L LC CA, CAA
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) FB LC CA, CAA
Accipitridae Vigors, 1824
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) FB LC CA
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) P, L, W LC CA
Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) FB, L, W LC CA, CAA Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) FB, L, W LC CA, CAA
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) FB, P, L, W LC CA, CAA
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) FB LC CA
Rallidae Rafinesque, 1815
Aramides cajaneus (Statius Muller, 1776) FB LC AQ
Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) L, W LC AQ
Gallinula galeata (Lichtenstein, 1818) FB, B, W LC AQ
Porphyrio martinicus (Linnaeus, 1766) FB LC AQ
Charadriidae Leach, 1820
Vanellus cayanus (Latham, 1790) FB LC CA
Vanellus chilensis (Molina, 1782) FB, P, L LC CA
Recurvirostridae Bonaparte, 1831
Himantopus mexicanus (Statius Muller, 1776) FB, W LC AQ
Scolopacidae Rafinesque, 1815
Tringa solitaria Wilson, 1813 FB LC AQ
Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) FB, L LC AQ
Columbidae Leach, 1820
Columbina minuta (Linnaeus, 1766) FB, L LC CA, CAA
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) FB, P, L, C, W LC CA
Columbina squammata (Lesson, 1831) FB, P, L, C LC CA, CAA
Columbina picui (Temminck, 1813) FB, L, W LC CA, CAA
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) P, L, W LC CA
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) FB, L LC CA, CAA
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) FB, P, L LC CA, CAA
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) FB, L LC CA, CAA
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 FB, P, L, C LC CA, CAA
Cuculidae Leach, 1820
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) FB, L LC CA, CAA
Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 FB LC CAA
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 FB, P, L, W LC CA
Guira guira (Gmelin, 1788) FB LC CA
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) FB, P, L LC CA, CAA
Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) FB, L LC CA, CAA
Tytonidae Mathews, 1912
Tyto furcata (Temminck, 1827) FB LC CA
Strigidae Leach, 1820
Megascops choliba (Vieillot, 1817) FB, L LC CA, CAA
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) FB, P, L, W LC CA, CAA
Athene cunicularia (Molina, 1782) FB, P LC CA
Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) FB, L, W LC CA, CAA
Caprimulgidae Vigors, 1825
Antrostomus rufus (Boddaert, 1783) FB, L, W, C LC CA, CAA
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) FB, L LC CA, CAA
Hydropsalis parvula (Gould, 1837) FB, L, W LC CA, CAA
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) FB, L, W LC CA, CAA
Chordeiles pusillus Gould, 1861 FB, L LC CA
Apodidae Olphe-Galliard, 1887
Streptoprocne biscutata (Sclater, 1866) FB, L LC CA
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 L LC CAA
Trochilidae Vigors, 1825
Anopetia gounellei (Boucard, 1891) FB, P, L, C W X LC CA, CAA Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) FB LC CAA
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) FB, L LC CA, CAA
Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) FB LC CAA
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) FB LC CAA
Chrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758) FB, P, L, C, W LC CA, CAA Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) FB LC CAA
Amazilia lactea (Lesson, 1832) P, L, C W LC CA, CAA
Heliomaster squamosus (Temminck, 1823) FB, P, L,W LC CAA
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Alcedinidae Rafinesque, 1815
Chloroceryle amazona (Latham, 1790) FB LC AQ
Galbulidae Vigors, 1825
Galbula ruficauda Cuvier, 1816 FB, P, L,W LC CA, CAA
Bucconidae Horsfield, 1821
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Picidae Leach, 1820
Picumnus pygmaeus (Lichtenstein, 1823) FB, P, L, C, W X LC CA, CAA
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) FB, P, L LC CA, CAA
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818) W LC
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) FB, P, L,W LC CA, CAA
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) FB LC CA
Celeus ochraceus (Spix, 1824) FB, W LC CAA
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) P, L, W LC CA, CAA
Cariamidae Bonaparte, 1850
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) FB, P, L LC CA
Falconidae Leach, 1820
Caracara plancus (Miller, 1777) FB, P, L,W LC CA, CAA
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) FB, P, L,W LC CA, CAA
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) FB, P, L,W LC CA, CAA Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) W LC
Falco sparverius Linnaeus, 1758 FB LC CA
Falco femoralis Temminck, 1822 FB LC CA
Psittacidae Rafinesque, 1815
Primolius maracana (Vieillot, 1816) L, P, W NT CA, CAA
Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820) FB, P, L,W X LC CA, CAA
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) FB, L LC CA, CAA
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) FB, P, L,W LC CA, CAA
Thamnophilidae Swainson, 1824
Myrmorchilus strigilatus (Wied, 1831) FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Formicivora iheringi (Hellmayr, 1909) L, W NT CA
Formicivora melanogaster Pelzeln, 1868 FB, P, L, C, W LC CA, CAA Herpsilochmus sellowi (Whitney & Pacheco,
2000)
FB, P, L, C, W X LC CA, CAA
Herpsilochmus atricapillus Pelzeln, 1868 P, L, W LC CAA
Sakesphorus cristatus (Wied, 1831) FB, P, L, C, W X LC CA, CAA Thamnophilus capistratus (Lesson, 1840) FB, P, L, C, W X LC CA, CAA Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Taraba major (Vieillot, 1816) FB, L, W LC CA, CAA
Grallariidae Sclater & Salvin, 1873
Hylopezus ochroleucus (Wied, 1831) P, L, W X NT CA, CAA
Dendrocolaptidae Gray, 1840
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Campylorhamphus falcularius (Vieillot, 1822) L, W LC CA
Campylorhamphus trochilirostris (Lichtenstein, 1820)
FB LC CAA
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) FB, P, L, C, W LC CA, CAA Xenopidae Bonaparte, 1854
Xenops rutilans Temminck, 1821 FB LC CAA
Furnariidae Gray, 1840
Furnarius figulus (Lichtenstein, 1823) FB, L LC CA
Furnarius leucopus Swainson, 1838 FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) FB, P, W LC CA, CAA
Megaxenops parnaguae Reiser, 1905 FB, P, L, C, W X LC CA, CAA
Pseudoseisura cristata (Spix, 1824) FB, L, W X LC CA, CAA
Phacellodomus rufifrons (Wied, 1821) FB, L, W LC CA, CAA
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) FB, B, W LC AQ
Synallaxis hellmayri Reiser, 1905 FB, P, L, C, W X NT CA, CAA
Synallaxis frontalis Pelzeln, 1859 FB, P, L, W LC CA, CAA
Synallaxis albescens Temminck, 1823 FB, L LC CA, CAA
Synallaxis scutata Sclater, 1859 FB, L, W LC CA, CAA
Tityridae Gray, 1840
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) L LC CA
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) FB, P, L LC CA, CAA Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) FB, P, L LC CA, CAA Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) FB, P, L, C, W LC CA, CAA Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) FB, P, L, C LC CA, CAA
Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye, 1853) FB LC CAA
Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837)
FB, P, L, C, W
LC CA, CAA
Tyrannidae Vigors, 1825
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) FB LC CA
Stigmatura napensis Chapman, 1926 L, C, W LC CAA
Stigmatura budytoides (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837)
W LC
Euscarthmus meloryphus Wied, 1831 P, L, C, W LC CA, CAA
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) FB, P, L, C LC CA, CAA
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) FB LC CAA
Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 P, L, W LC CA, CAA
Suiriri suiriri (Vieillot, 1818) L, W LC CAA
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) P, L, C, W LC CA, CAA
Phaeomyias murina (Spix, 1825) FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) FB, P, L, W LC CA, CAA
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) FB LC CAA
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) P, L, C LC
Casiornis fuscus (Sclater & Salvin, 1873) FB, P, L, C, W LC CA, CAA Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) FB, P, L, W LC CA, CAA
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) FB LC CA
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) FB, P, L, C, W LC CA, CAA Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) FB, P, L, W LC CA, CAA
Myiozetetes similis (Spix, 1825) FB LC AQ
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 FB, P, L, C LC CA, CAA
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) FB, P, L LC CA, CAA
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) P, L LC CA
Fluvicola albiventer (Spix, 1825) FB, P, L LC CA
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) FB, L W LC CA
Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) FB, L LC AQ, CA
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) P, CA, CAA
Xolmis irupero (Vieillot, 1823) FB, W LC CA
Vireonidae Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Vireo chivi (Vieillot, 1817) P, L, C, W LC CA, CAA
Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835) FB, P, L, W LC CA, CAA Corvidae Leach, 1820
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) FB, P, L, C, W LC CA, CAA Hirundinidae Rafinesque, 1815
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) FB LC CA
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Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) FB, L, W LC CA, CAA
Progne tapera (Vieillot, 1817) FB, P, L LC CA, CAA
Progne chalybea (Gmelin, 1789) FB, P, L LC CA, CAA
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) FB LC AQ
Troglodytidae Swainson, 1831
Troglodytes musculus Naumann, 1823 FB, P, L, C LC CA, CAA
Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) FB, P, L, C, W LC CA, CAA Polioptilidae Baird, 1858
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Turdidae Rafinesque, 1815
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 FB, L, C LC CAA
Turdus rufiventris Vieillot, 1818 FB, P, L LC CA, CAA
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 FB, L, C LC CA, CAA
Mimidae Bonaparte, 1853
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) FB LC CA
Passerellidae Cabanis & Heine, 1850
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) FB, L, C LC CA
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) FB, P, L LC CA
Setophaga pitiayumi (Vieillot, 1817) FB, P, L LC CA, CAA
Myiothlypis flaveola Baird, 1865 FB, P, L, W LC CA
Icteridae Vigors, 1825
Icterus pyrrhopterus (Vieillot, 1819) FB, P, L, W LC CA, CAA
Icterus jamacaii (Gmelin, 1788) FB, P, L, W LC CA, CAA
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) FB, L LC CA
Chrysomus ruficapillus (Vieillot, 1819) FB, L LC CA
Agelaioides fringillarius (Spix, 1824) FB, B, W X LC CA
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) FB, L W LC CA
Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) FB LC CA
Thraupidae Cabanis, 1847
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) FB, P, L, C, W LC CA, CAA Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 P, L LC CA Compsothraupis loricata (Lichtenstein, 1819) FB, P, L, W LC CA, CAA
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) FB, P, L, C LC CA, CAA
Lanio pileatus (Wied, 1821) FB, P, L, C, W LC CA, CAA
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) FB, L, C, W LC CA, CAA
Tangara palmarum (Wied, 1823) FB LC CAA
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) FB, P, L LC CA, CAA
Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758) FB, P, L, C, W X LC CA, CAA
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) FB, L, WA LC CA, CAA
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) FB, P, L, W LC CA, CAA
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) FB LC CA
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) FB, L LC CA
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) FB LC CA
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) FB, L LC CA
Sporophila albogularis (Spix, 1825) FB, P, L, C, W X LC CA, CAA
Sporophila leucoptera (Vieillot, 1817) FB LC CA
Sporophila bouvreuil (Statius Muller, 1776) FB LC CA
Cardinalidae Ridgway, 1901
Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823) FB, P, L, C, W LC CA, CAA Fringillidae Leach, 1820
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) Estrildidae Bonaparte, 1850
FB, P, L, W LC CA, CAA
Estrilda astrild (Linnaeus, 1758) FB LC CA
O total de espécies de aves registrada (n = 207) corresponde a 40,5% do total registrado na região da Caatinga, (SILVA et al., 2003), valor este, próximo ao observado em outras unidades de conservação estudadas neste tipo de ambiente: Olmos & Albano (2012) registraram 238 espécies para o Parque Nacional Serra da Capivara - Piauí, abrangendo uma área com quase 130 mil ha, em outra localidade do estado, Silveira & Santos (2012) obtiveram um total de 225 espécies para o Parque Nacional Serra das Confusões, com uma área de 823 436 ha, a Estação Ecológica Raso da Catarina – Bahia, tem 100.000 ha e um total de 191 espécies de aves (LIMA et al., 2003), o Parque Nacional Serra do Catimbau- Pernambuco obteve 179 espécies registradas em apenas duas expedições de 10 dias cada, sua extensão é de 62.300ha, as quais apresentaram uma riqueza media de 211 espécies de aves (SOUSA et al., 2012).
Em áreas que não são protegidas como as Unidades de Conservação a riqueza de espécie tende a ser menor. Por exemplo, Olmos et al. (2005) inventararam oito áreas no Ceará e oeste de Pernambuco obtendo as seguintes riquezas: 96, 109, 102, 101, 72, 93, 94 e 125. No Carimataú da Paraíba foram registradas 94 espécies por Farias et al. (2005). Farias (2007) inventariou quatro áreas do centro-oeste de Pernambuco obtendo 106 espécies em Caraíba, 92 em Brígida, 58 em Icó Mandante e 56 em Apolônio Sales. Araujo & Rodrigues (2011) estimaram 120 espécies no sertão de Alagoas.
Como visto nos exemplos citados acima, as localidades protegidas por unidades de conservação possuem áreas mais extensas e com uma quantidade de espécies significativamente mais elevada. No trabalho de Farias et al. (2005) em áreas do Ceará, de Pernambuco e da Paraíba, as RPPN’s tiveram o maior número de espécies registradas, inclusive apenas nestas áreas estavam os táxons ameaçados e a maioria dos registros endêmicos, isto se deve em função do grau de conservação das fitofisionomias.
Os territórios protegidos por lei são de extrema importância para a conservação, pois funcionam como instrumentos de preservação da biodiversidade, da diversidade genética e de espécies endêmicas e ameaçadas. Atividades antrópicas como a caça, o corte seletivo de madeira, agricultura, atividades agropastoril, queimadas são proibidas dentro das Uc’s, e são as principais causas da perda do habitat e consequentemente da redução da riqueza de aves.