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Índice. Prefácio 11. Bibliografia 191. O Rio da Consciência.indd 9 18/10/17 12:35

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Índice

Prefácio 11

Darwin e o Significado das Flores 15

Velocidade 35 Senciência: A Vida Mental das Plantas e das Minhocas 61 A Outra Via: Freud como Neurologista 75

A Falibilidade da Memória 93

Lapsos Auditivos 111

O Eu Criativo 117

Uma Sensação Geral de Mal‑Estar 133

O Rio da Consciência 143

Escotoma: Esquecimento e Incúria na Ciência 163 Bibliografia 191

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Prefácio

Duas semanas antes da sua morte, Oliver Sacks descreveu­ ­nos o conteúdo de O Rio da Consciência, o último livro que viria a rever, e encarregou ­nos de tratar da sua publicação.

Um dos muitos catalisadores deste livro foi o convite que Sacks recebeu, em 1991, de um realizador holandês para par­ ticipar numa série documental para televisão intitulada Um

Magnífico Acidente. No último episódio, seis cientistas — o

físico Freeman Dyson, o biólogo Rupert Sheldrake, o paleon­ tólogo Stephen Jay Gould, o historiador da ciência Stephen Toulmin, o filósofo Daniel Dennett e o Dr. Sacks — juntaram­ ­se em volta duma mesa para discutir algumas das questões mais importantes que os cientistas investigam: a origem da vida, o significado da evolução, a natureza da consciência. Durante a animada discussão, uma coisa ficou clara: Sacks era capaz de se mover fluidamente por entre todas as discipli­ nas. O seu domínio da ciência não se limitava à neurociência ou à medicina; entusiasmavam ­no as controvérsias, as ideias, os problemas de todas as ciências. Essa ampla competência e paixão animam a perspetiva deste livro, no qual o autor inter­ roga a natureza não só da experiência humana, mas também de toda a vida (incluindo a vida vegetal).

Em O Rio da Consciência, Sacks debruça ­se sobre a evolu­ ção, a botânica, a química, a medicina e a neurociência, além

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12 Oliver Sacks

das artes, e invoca os seus grandes heróis científicos e criado­ res — acima de todos, Darwin, Freud e William James. Para Sacks, estes escritores foram, desde tenra idade, constantes companheiros, e muito do seu trabalho pode ser encarado como uma longa conversa com eles. Como Darwin, ele era um obser­ vador sagaz e adorava colecionar exemplos, muitos dos quais extraídos da sua vastíssima correspondência com pacientes e colegas. Como Freud, sentia ­se atraído pela compreensão do comportamento humano no que este tem de mais enigmático. E, como James, mesmo quando aborda temas teó ri cos, como nas suas investigações sobre o tempo, a memória e a criativida­ de, a sua atenção mantém ­se na especificidade da experiência.

Alguns destes ensaios apareceram pela primeira vez na The

New York Review of Books, e o Dr. Sacks quis dedicar este

livro a Robert Silvers, seu editor, mentor e amigo durante mais de trinta anos.

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O Rio da Consciência

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Darwin e o Significado das Flores

Todos conhecemos a história canónica de Charles Darwin: o homem de vinte e dois anos que embarca no Beagle e vai até aos confins da terra; Darwin na patagónia; Darwin nas pampas argentinas (onde consegue laçar as pernas do seu próprio cava‑ lo); Darwin na América do Sul, recolhendo ossos de gigantes‑ cos animais extintos; Darwin na Austrália — ainda religioso — espantado ao avistar pela primeira vez um canguru (“obra, por certo, de dois Criadores diferentes”). E, claro, Darwin nas Galápagos, percebendo como os tentilhões eram diferentes em cada ilha, começando a experimentar a sísmica mudança na compreensão do modo como os seres vivos evoluem, e da qual resultaria, um quarto de século mais tarde, a publicação de

A Origem das Espécies.

A história atinge o seu ponto mais alto aqui, com a publica‑ ção da Origem em novembro de 1859, e tem uma espécie de pós ‑escrito elegíaco: a visão de um Darwin idoso e enfermiço, afadigando ‑se inutilmente nos seus jardins em Down House ao longo dos vinte e poucos anos que ainda lhe restavam, sem qualquer plano ou projeto definido, talvez publicando ainda mais um dois livros, mas com a sua obra principal há muito terminada.

Nada podia estar mais longe da verdade. Darwin permane‑ ceu intensamente sensível tanto às críticas como aos indícios

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16 Oliver Sacks que apoiavam a sua teoria da seleção natural, o que o levou a publicar nada menos do que cinco edições da Origem. Darwin até pode ter ‑se retirado (ou regressado) para o seu jardim e as suas estufas depois de 1859 (a propriedade de Down House incluía extensos terrenos, e cinco estufas), mas para ele estes tornaram ‑se máquinas de guerra, a partir dos quais arremessa‑ ria grandes mísseis de provas aos céticos no exterior — descri‑ ções de extraordinárias estruturas e comportamentos em plan‑ tas, que seria muito difícil atribuir a uma criação ou desígnio especial — um conjunto de provas a favor da evolução e da seleção natural ainda mais esmagadoras do que as apresenta‑ das na Origem das Espécies.

Estranhamente, nem sequer os especialistas em Darwin pres‑ ta ram grande atenção a estes seus trabalhos botânicos, ape sar de os mesmos terem dado azo a seis livros e a setenta e tal ar‑ tigos. Assim, Duane Isely, no seu One Hundred and One Bo ta­

nists, publicado em 1994, escreve que, embora

se tenha escrito mais sobre Darwin do que qualquer outro bo‑ tânico alguma vez existente […] raramente [ele] é apresentado como botânico […] A circunstância de ter escrito vários livros sobre as suas pesquisas com plantas é mencionada em grande parte dos estudos a seu respeito, mas de passagem, um pouco no espírito de: “Bom, o grande homem precisa de se divertir de vez em quando.”

Darwin sempre teve uma especial ternura pelas plantas, e também uma especial admiração. (“Sempre me agradou exal‑ tar as plantas enquanto seres organizados”, escreveu na sua autobiografia.) Darwin cresceu numa família de botânicos — o seu avô, Erasmus Darwin, escrevera um longo poema, em dois volumes, intitulado The Botanic Garden, e o próprio Charles cresceu numa casa cujos extensos terrenos estavam repletos não só de flores, mas de inúmeras macieiras híbridas, cruzadas para lhes aumentar o vigor. Nos seus tempos de estudante em

Referências

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