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A INFLUÊNCIA DAS REDES: IMPACTOS NA ESTRATÉGIA DA INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS DE FRANCHISING

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Academic year: 2021

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A INFLUÊNCIA DAS REDES: IMPACTOS NA ESTRATÉGIA DA

INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS DE

FRANCHISING

Helder de Souza Aguiar

Professor da Faculdade Sumaré

Doutorando pela Universidade de São Paulo em Administração- FEAUSP Mestre em Administração pelo Centro Universitário da FEI

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RESUMO: Nos últimos anos as empresas de franquias brasileiras experimentam um

crescimento substancial em suas operações internacionais. De 2000 até 2012 o crescimento foi de 486%. Os franqueadores, muitas vezes estão inseridos em redes de negócios de onde obtém informação e conhecimento de forma horizontal e vertical. A proposta deste estudo é discutir as redes onde as empresas de franquias estão inseridas e como essa rede impacta na internacionalização da empresa em questão. Um modelo conceitual é apresentado levando em conta o fluxo de informações dentro da rede.

PALAVRAS CHAVE: Internacionalização, Franchising, Rede, Rede de Negócios, Redes de

Franquia.

INTRODUÇÃO

O segmento das franquias nos países emergentes desde os anos oitenta tem se notabilizado pela velocidade e amplitude de crescimento continuado do seu mercado (WELSH, ALON e FALBE, 2006). Nesse cenário o Brasil tem se consagrado como um importante player. Nas duas últimas décadas um fator decisivo foi o ciclo expansivo dos investimentos experimentados nas incorporações de shoppings centers que impulsionaram, consideravelmente, a criação de novas, pequenas e medias empresas (PMEs), principalmente, no segmento de franquias (DAHAB, 1996). Em 2012, segundo dados da Associação Brasileira de Franquias (ABF, 2013), o setor de franchising faturou 103,292 bilhões de reais no Brasil, com um total de 2.426 redes com 104.543 unidades que são responsáveis pela geração de 940.887 empregos diretos. O franchising brasileiro já não é apenas um negócio restrito às suas fronteiras nacionais . Nos últimos anos, mesmo que de forma gradual, o setor inaugurou uma fase de internacionalização dessas operações. As franquias brasileiras buscam expertise e desbravar outros mercados tal qual as franquias estrangeiras fizeram no Brasil desde os anos 1980. A uma quantidade crescente de empresas e diversidade nos negócios. Nos números finais de 2013, com dados obtidos diretamente da ABF, 111 franqueadora com 966 se espalhavam por diversos destinos no mundo.

Uma rede de franquia, para Stanworth e Dandridge (1994), é um negócio que consiste de uma organização ou empresa conhecida como a franqueadora, com um pacote de negócio testado

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em mercado, centrado em um produto ou serviço. A franqueadora, por força de contrato, se relaciona com outras empresas, conhecidas como franqueados, frequentemente, pequenas empresas autofinanciadas e autogeridas, as quais passam a operar sob a marca do franqueador para produzir e/ou comercializar bens e serviços de acordo com formato especificado pelo franqueador.

Nas redes de franquia, internacionalizadas ou não, encontram-se as redes de negócios contratuais. As redes sociais afetam o fluxo e a qualidade das informações (GRANOVETTER, 2005). Dessa maneira, o que ocorre é que existem redes dentro das redes, ou seja, redes de negócios com redes sociais. Redes podem ser entendidas como uma forma organizacional, não são nem mercados nem hierarquias (POWELL, 1990). As redes de negócios são arranjos compostos por diferentes empresas que atuam em diferentes negócios. Quando ela é dominada, contratualmente, por uma organização os outros negócios são complementares e a fidelização das empresas, geralmente, se dá envolta a uma marca (ZACCARELLI et al., 2008).

Para Johanson e Vahlne (2009), pesquisadores da Escola de Uppsala, as empresas que participam de redes têm a sua expansão internacional influenciada pelo desenvolvimento de relacionamentos, e como resultado as empresas que estão envolvidas em relações de rede multilateral conseguiriam mais facilmente alcançar um crescimento internacional (SASI e ARENIUS, 2008).

O trabalho reside no objetivo principal de investigar o como a rede em que a empresa está inserida interfere na intenção de se internacionalizar.

Essas observações induzem à formulação que nortearam a elaboração deste trabalho: As redes em que estão inseridas impactam na decisão de internacionalizar-se das empresas de

franchising brasileiras.

A análise desses elementos é o pano de fundo para o framework desenvolvido quanto às características da relação entre as redes de negócios e a internacionalização, usando-se como objeto de análise as franquias brasileiras.

Como relevância do projeto e seus possíveis resultados o estudo mostra que a habilidade das firmas para acessar recursos de outras organizações, por meio de redes horizontais e verticais, é uma importante variável explicativa no engajamento internacional.

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REVISÃO BILBIOGRÁFICA

O estudo da internacionalização de empresas, especificamente, com foco no caso das franquias brasileiras, permite verificar a importância das estratégias que dinamizam e/ou impedem o sucesso dessas experiências. Por definição, o franchising é um negócio, previamente, formatado e testado (DAHAB, 1996).

A internacionalização de franquias segundo WELSH e ALON (2001) iniciou-se com redes de franquia dos Estados Unidos, Canadá e da Europa Ocidental que buscaram mercados, geograficamente, próximos para iniciarem suas atividades.

O ambiente em que as empresas estão habituadas a negociar no mercado interno pode influenciar, profundamente, quando essas buscam mercados internacionais (JOHANSON e VAHLNE, 2003).

As redes de negócios permitem o acesso a recursos necessários quando a estratégia da firma é internacionalizar-se (CHETTY e WILSON, 2003). Elas também podem ajudar as empresas a expor-se às novas oportunidades, obter conhecimento, aprender com as experiências, e beneficiar-se com o efeito sinérgico de recursos agrupados (CHETTY e HOLM, 2000).

Segundo aponta o estudo de Seppo (2007), a habilidade de usar os recursos disponíveis nas redes de negócios podem agilizar o processo de internacionalização e aumentar o sucesso no mercado internacional, informações importantes sobre mercados estrangeiros são recebidas a partir da rede da empresa e, mesmo que as empresas entrem em mercados estrangeiros por sua própria iniciativa e que uma nova rede de negócios seja estabelecida, ainda assim o apoio de redes de negócios existentes é muito importante.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho busca aprofundar as diversas estratégias que orientam os processos de internacionalização de franquias. Segundo Quinn (1998) as franquias procuram novos mercados motivadas por um comportamento reativo ou proativo. A internacionalização reativa é aquela impulsionada por limitações do mercado interno, sendo reduzidas as oportunidades de crescimento domésticas. Por sua vez, a internacionalização proativa decorre da busca por

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mercados internacionais antes mesmo que o mercado nacional se defronte com limitações. Em ambos os casos, as informações podem influenciar essa tomada de decisão.

A estratégia metodológica para o desenvolvimento do trabalho foi baseada em revisão da literatura. Desse modo, realizou-se uma revisão crítica da literatura recente sobre: o franchising no mercado brasileiro, a internacionalização com foco nas redes de franquia destacando aquelas relativas às estratégias e sua relação com a formação de redes e estudo de redes, com principal enfoque em redes de negócios.

O objetivo desta etapa foi discutir as estratégias dos franqueadores nacionais, e identificar suas principais estratégias de crescimento. O intuito aqui é explorar algumas consequências das empresas estarem ou não inseridas em redes maduras de negócios.

Foram assim, em uma segunda etapa, investigadas quinze empresas por meio de entrevistas semiestruturadas do setor de franchising que se internacionalizaram nesta última década. A ideia foi elaborar um estudo com essas empresas identificando suas redes de negócios. Os dados primários foram coletados, diretamente, mediante contato com as empresas e nas feiras que a ABF promove com seus associados no decorrer do ano.

Os dados secundários foram acessados por meio de sites das empresas, revistas especializadas e relatórios da ABF.

RESULTADOS

A transferência de conhecimento dentro das redes de frachising de forma horizontal se dá dentro de níveis diferentes no interior da rede de negócios na rede de franquia. Ela pode ser adquirida de forma horizontal com o contato com fornecedores, nacionais ou internacionais, com os franqueados que trazem informações à rede sobre a ponta da cadeia, os clientes e, ainda, de forma vertical com as organizações de classe, por exemplo, ABF: outras redes de franquia concorrentes diretos ou não e agências governamentais. A figura 1 sintetiza, de forma básica, essa rede de negócios.

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Figura 1. Rede de negócios do franchising

A figura 1 mostra de maneira resumida como são as interações dentro da rede. Os franqueados podem ter diversos concorrentes, fornecedores e franqueados com um grande número de clientes.

Uma rede de negócios orientada com governança torna os elos mais fortes e assume uma postura diferente de simples parceiros de negócios. No caso das redes de franquia há um envolvimento contratual entre franqueador e franqueado, já nas outras interações nem sempre há um instrumento formal. O que se tem muitas vezes nesse caso é uma governança por parte da marca ou da empresa detentora da rede de franquia que gera essa fidelização a qual Zaccarelli et

al. (2008) chama de entidade supra-empresarial. Segundo Aguiar, Consoni e Bernardes (2014),

as franquias brasileiras podem se beneficiar no momento da internacionalização no que os autores intitulam “Internacionalização Conduzida”. Esse conceito, no estudo citado, mostra que uma das maneiras de internacionalização utilizada pelas franquias brasileiras é o acesso ao exterior via um terceiro fora da organização. Testando esse conceito nas redes analisadas a resposta mostrou que as quinze redes utilizaram um terceiro fora da organização, mas, que de certa forma, foi trazido por conhecimento de uma pessoa dentro da rede.

CONCLUSÃO

As redes nacionais de franquia se internacionalizam a partir de sua rede, não a rede contratual em si mas a rede de negócios ou a rede social que orbita a volta dela. Buscar um

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mercado em outro país é uma atividade de alto risco e a figura de um parceiro de negócios ajuda essa busca.

O tamanho do país e o número de lançamento de shoppings centers também acaba impactando na hora de escolher aumentar a rede aqui ou no exterior.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AGUIAR, H. S.; CONSONI, F. e BERNARDES, R. C. Estratégia de internacionalização

conduzida: um estudo em redes de franquias brasileiras. RECADM- Revista Eletrônica de

Ciência Administrativa. v. 13, n. 1, p. 113-130, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANCHISING - ABF. Associação Brasileira de

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CHETTY, S.; HOLM, D. Internationalisation of small to medium-sized manufacturing

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CHETTY, S.K.; WILSON, H.I.M. (2003) Collaborating with competitors to acquire

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ZACCARELLI, S.B.; TELLES; R. SIQUEIRA, J.P.L.; BOAVENTURA, J.M.G.; DONAIRE, D.

Clusters e redes de negócios: uma nova visão para a gestão dos negócios. São Paulo: Atlas,

Referências

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