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NORBERT ELIAS E PIERRE BOURDIEU: redimensionando as possibilidades de aproximações teóricas

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Academic year: 2021

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NORBERT ELIAS E PIERRE BOURDIEU: redimensionando as possibilidades de aproximações teóricas

MARCHI JR., Wanderley Doutor em Educação Física Deptos. de Educação Física e Ciências Sociais Universidade Federal do Paraná/CEPELS

marchijr@ufpr.br Resumo

Para melhor entendermos as características que definem o desenvolvimento do conjunto estrutural da sociedade contemporânea, inevitavelmente, teremos que passar por determinados autores que concentraram seus estudos em torno da compreensão e entendimento das relações sociais que se estabeleceram fundamentalmente nos séculos XIX e XX. Dito de outra forma, é imprescindível o estudo das teorias que explicitam as relações e interdependências existentes entre as representações sócio-econômicas e as manifestações culturais-civilizacionais de uma sociedade. Neste sentido, encontramos nos trabalhos dos sociólogos Norbert Elias e Pierre Bourdieu a potencialidade desejada, sendo que ambos nos remetem a conceitos ou categorias explicativas das relações sociais que oferecem condições de entendimento dos mecanismos de constituição e desenvolvimento da sociedade. Assim sendo, procuramos neste ensaio identificar sumariamente a arquitetura teórica de Norbert Elias redimensionando as possibilidades de aproximações com o modelo de análise de Pierre Bourdieu.

Palavras-chave: teoria sociológica, Norbert Elias, Pierre Bourdieu.

NORBERT ELIAS AND PIERRE BOURDIEU: rethinking the possibilities of theoretical approaches

Abstract

For best we understand the characteristics that define the development of the structural group of the contemporary society, unavoidably, we will have to pass for certain authors that pondered your studies around the understanding of the social relationships that it was established, fundamentally, in the centuries XIX and XX. In another way, the study of the theories is indispensable to show the relationships and existent interdependences between the socioeconomic representations and the manifestations cultural-civilizacionals of a society. In this sense, we found in sociologists Norbert Elias and Pierre Bourdieu´s works the wanted potentiality, and both send us to concepts or explanatory categories of the social relationships that offer conditions of understanding of the constitution mechanisms and development of the society. Like this being, we wanted in this rehearsal to identify summarily the theoretical architecture of Norbert Elias rethinking the possibilities of approaches with the model of Pierre Bourdieu analysis.

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* * * Apresentação

Há seis anos, mais precisamente no ano de 2001, estivemos presentes na sexta edição do Simpósio do Processo Civilizador, realizado pela Universidade Estadual Paulista na cidade de Assis/SP, no qual apresentamos uma comunicação onde buscávamos responder algumas questões que foram formuladas especificamente no momento da nossa qualificação para o doutorado. Basicamente foram questões que visavam uma justificativa para a utilização de referenciais teóricos supostamente próximos.

Dito de outra forma, as questões remontavam as seguintes discussões: Como trabalhar um estudo sobre a história do voleibol brasileiro em aproximadamente três décadas e ter como referência um dos conceitos de Norbert Elias, a saber, a longa duração? Como se define a longa duração? Qual o intervalo temporal que traduz esse conceito? Como situar esse conceito na teoria eliasiana e ainda associa-la à teoria bourdiesiana? Em síntese, esses foram os questionamentos que nos foram colocados naquele momento.

Diante dessa situação buscamos interlocutores e obras que nos dessem sustentação argumentativa para enfrentarmos os questionamentos e, fundamentalmente, termos ciência das possibilidades de aproximação dessas duas teorias sociológicas e a devida apropriação conceitual do arcabouço teórico desses autores no nosso estudo de doutorado.

Assim sendo, tivemos uma singular oportunidade no ano de 2001 de estabelecer um contato presencial com nomes que provavelmente podem ser considerados como a “segunda geração” eliasiana. Foram eles: Stephen Mennell, Johan Goudsblom e Eric Dunning.1 Na esteira das conferências realizadas, e nos momentos informais de discussões entre os mais variados assuntos, foi possível estabelecer um link entre a construção teórica eliasiana e as nossas necessidades específicas para aquele momento de tal forma que o assunto “relações Elias-Bourdieu” tomou corpo e consistência sendo, inclusive hoje, agraciado com uma mesa temática específica na décima edição do Simpósio.

Fruto desses questionamentos, encontros e profícuas discussões, consolidaram-se alguns posicionamentos, posturas e, porque não dizer, comprometimentos metodológicos para a pesquisa sociológica. Também surgiram outras leituras e outras possibilidades de reuniões de trabalho, podemos nos referir a também singular oportunidade de participar da

Conference Elias in the 21th century, realizada na Universidade de Leicester/UK em abril

de 2006, na qual tivemos contato com novas leituras e novos colegas que abordaram e abordam essa mesma problemática. Podemos aqui mencionar especificamente François Depelteau da Universidade de Laurentian/CAN.

Nesse contexto, buscamos nos apropriar dessas novas leituras, as quais nos remeteram ao propósito desse ensaio, qual seja, revisitar e avaliar as proposições defendidas em 2001 visualizando a consolidação das mesmas ou, numa situação hipotética, identificar pontos de divergência buscando estabelecer um diálogo consistente e construtivo na perspectiva metodológica de teorias sociológicas.

Para tanto, estaremos revendo alguns posicionamentos assumidos naquela publicação, e naquele momento acadêmico, articulando as possíveis “aproximações e distanciamentos” pautados especificamente na arquitetura teórica de Norbert Elias e nessas novas leituras e interpretações referentes à associação desses dois conceituados sociólogos.

1

O material dessas reuniões e encontros informais de Assis compõe a coletânea de entrevistas realizadas pelo professor Ademir Gebara as quais foram sistematizadas, ampliadas e constituíram o livro “Conversas sobre Norbert Elias”.

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A arquitetura teórica de Norbert Elias: repensando a aproximação com Pierre Bourdieu

Ao estudarmos as teorias sociológicas de Norbert Elias e Pierre Bourdieu, objetivamos realizar, primeiramente, uma apropriação teórica e, num segundo momento, ousamos propor uma aproximação de suas supostas ou possíveis similaridades. Esta não é uma tarefa inédita tampouco acabada. Entretanto cabe destacar que inúmeras serão as descobertas, e os avanços teórico-metodológicos, cada vez que o contato com as respectivas produções ocorrer de forma sistemática, criteriosa e com profundidade.2

Nesse sentido, iniciamos nosso percurso buscando, mesmo que de forma sumária, uma introdução aos preceitos constitutivos da Sociologia Configuracional proposta pelo sociólogo alemão Norbert Elias.

Na arquitetura da Sociologia Configuracional, encontramos conceitos que fundamentam a análise da sociedade, sua constituição e as relações existentes. Originariamente, ELIAS aborda aspectos de história política, da psicologia e da sociologia repensando temas fundamentais que envolvem o indivíduo e o grupo. O autor trabalha, essencialmente, com padrões mutáveis de interdependência relativos às manifestações de poder entre os homens na sociedade.

Pela apropriação dos constructos eliasianos, alguns pressupostos são postos para reflexão. O primeiro deles é o modo de alguns estudiosos tratarem a sociedade como objeto de estudo da sociologia não tendo a sensibilidade, ou o cuidado, de visualizar que os problemas sociais e a sociedade, de uma maneira geral, são construídos por nós e pelos outros. Decorre desta constatação, o equívoco de determinar-se o objeto distanciado do pesquisador, ou seja, o que está sendo estudado não faz parte da realidade de quem o estuda.3

Esse entendimento limitado demonstra um modelo que reporta a uma visão egocêntrica da sociedade na qual a mesma é transformada em uma estrutura hierarquizada pela reificação das relações sociais existentes de forma exterior ao indivíduo. Observamos que para estudar o processo social na longa duração, na evolução do pensamento e do conhecimento, é necessário “a substituição da pessoa individual, enquanto sujeito do conhecimento, pela sociedade.”4 Dessa forma, Elias demonstra que para compreendermos a problemática sociológica, e a composição do seu modelo de análise, é necessário um trabalho de reorientação do termo sociedade. Tem-se que redirecionar a idéia de que a mesma é composta por estruturas que nos são exteriores – na qual os indivíduos estão “rodeados” -, e avançarmos para o conceito de teias de interdependências ou configurações, o que, no limite, nos encaminha para uma visão mais realista das disposições dos indivíduos nas suas variadas maneiras de relação social.

2

Exemplos, entre outros, podem ser encontrados nos trabalhos de Ademir GEBARA, Norbert Elias & Pierre Bourdieu: Novas abordagens, novos temas. VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO ESPORTE, LAZER E EDUCAÇÃO FÍSICA. Coletânea. Rio de Janeiro: UGF, 1998, pp. 75-81; Sergio MICELI, Sociologia. Jornal Folha de São Paulo, 13/Abril/1997, p. 11, caderno 5 – Mais!; Jurandir MALERBA. Entre la sociolgía y la historia. Pensar la sociología figurativa en el contexto de la América portuguesa. Revista Mexicana de Sociología. Instituto de Investigaciones Sociales, vol. 61, nº 2, abr-jun 1999, pp. 77-105; Ademir GEBARA, História do Esporte: novas abordagens. In: PRONI, Marcelo; LUCENA, Ricardo (org.). Esporte: história e sociedade. Campinas: Autores Associados, 2002; François DEPELTEAU. Was Bourdieu a relational sociologist? Some fundamental differences between Elias and Bourdieu. Draft Paper at Conference Elias in the 21th century, University of Leicester, april. 2006.

3

ELIAS, Norbert. Introdução à Sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 1980, p. 11.

4

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Nesta re-interpretação do conceito de sociedade é preciso perceber que as relações, ou melhor, que as teias de interdependências ou configurações são orientadas por forças sociais, tidas como forças compulsivas e, como tais, são de fato exercidas pelas, sobre e entre as pessoas. Neste sentido, o que é relevante na teoria eliasiana é a maneira pela qual podemos encontrar significados nessas forças compulsivas de modo que elas se tornem mais inteligíveis e transparentes. Desse objetivo eliasiano, encontramos não só a necessidade de interpretação das forças que atuam sobre os indivíduos nos grupos de observação empírica da sociedade, mas também, como podemos libertar o discurso e a ação social relativos à compulsividade dos modelos heterônomos remanescentes do egocentrismo ou antropomorfismo primário.

Nesses termos, defendemos um primeiro ponto de suposta convergência com os objetivos das análises sociológicas de Bourdieu, qual seja, o de explicitar os fundamentos ocultos de dominação e os mecanismos de reprodução das leis sociais. O sociólogo francês é reconhecidamente notado pelas suas incursões em movimentos sociais em nome de causas que supostamente acabam sendo “esquecidas” de serem trabalhadas pela intelectualidade acadêmica e não chegam a atender o compromisso social para com as maiorias populacionais. Em suas últimas aparições e escritos, era comum perceber o tom combativo com o qual Bourdieu orquestrava suas intervenções, fundamentalmente, contra a política e a ideologia do neoliberalismo, por exemplo. O próprio título “Contrafogos”, na versão 1 e 2, corrobora com essa argumentação.

Entretanto, esse não parecer ser o único fundamento para essa preliminar aproximação. Johan Heilbron, no periódico Figurations da Fundação Norbert Elias, ao prestar homenagem póstuma a Bourdieu, destacou nuances dessas proximidades e compromissos científicos, intelectuais e sociais. Segue o seguinte registro:

Besides mutual respect and sympathy, Pierre Bourdieu and Norbert Elias shared some fundamental views on sociology and social science. Although they belonged to different generations and were trained in different national traditions, both incarnated a sociological approach which transcends the main dichotomies that divide the social sciences up to this day. Bourdieu, just like Norbert Elias, effectively refused narrow specialisation, combated sterile oppositions and consistently combined empirical research and theoretical reflection. Pierre Bourdieu has contributed a wide range of exemplary sociological studies, and his reflexive sociology offers a lucid and refreshing perspective on the practise of social science today.5

Ainda na Sociologia Configuracional, encontramos outros conceitos gerais para o estudo das relações humanas como concepções que, em primeira instância, apresentam-se respaldadas em acontecimentos com certos graus de interdependência. No sentido que a construção conceitual e a inovação da interpretação dos fenômenos sociais são posturas a serem tomadas na emergência de um modelo sociológico, Elias defende o argumento de que as transformações sociais, ou melhor, o processo civilizacional efetua-se com o desenvolvimento de várias gerações, por isso a incorporação do conceito de longa duração

5

Além do respeito mútuo e simpatia, Pierre Bourdieu e Norbert Elias compartilharam algumas visões fundamentais em sociologia e ciência social. Embora pertencentes a gerações diferentes, e treinados em tradições nacionais diferentes, ambos encarnaram uma aproximação sociológica que transcende as principais dicotomias que dividem as ciências sociais até hoje. Bourdieu, assim como Norbert Elias, recusou efetivamente estreitas especializações, combateu oposições estéreis e combinou consistentemente pesquisa empírica e reflexão teórica. Pierre Bourdieu contribuiu com uma gama extensiva de estudos sociológicos exemplares, e a sociologia reflexiva dele oferece uma perspectiva lúcida e refrescante na prática da ciência social hoje. (tradução WMJr.). Obituary Pierre Bourdieu 1930-2002. Johan HEILBRON. Figurations. Norbert Elias Foundation. Amsterdam, Netherlands. nº 17, june, 2002, p.17.

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na sua teoria não como um conceito cronológico, mas sim como um conceito que avalia e é avaliado pela natureza dos processos. 6

Na esteira da longa duração, desenvolve-se o conceito de auto-controle. Este é entendido como um dos componentes necessários para a transição social e para o “estádio” de autoconsciência, de “racionalização” das emoções e da violência, e por fim, de conhecimento das disposições e do nível civilizacional da sociedade. Para ilustrar o “calibre” desse conceito, podemos lembrar que o desenvolvimento de conflitos sociais e as tentativas de resoluções pragmáticas, dadas em momentos de crise, por vezes não foram suficientemente satisfatórias dentro de um processo de efetiva racionalização, basta pensarmos nos pressupostos e nas conseqüências das ações no período do nacional socialismo alemão.

Contextualmente, um dos objetivos fundadores da Sociologia Configuracional de Elias foi mostrar como e porquê a interpenetração de indivíduos interdependentes forma um nível de integração social na qual sua organização, estrutura e processos não são adequadamente explicados pelos modelos reducionistas de investigação das ciências naturais. Para Elias,

torna-se necessário não só explorar uma unidade compósita em termos das suas partes componentes, como também explorar o modo como esses componentes individuais se ligam uns aos outros, de modo a formarem uma unidade. O estudo da configuração das partes unitárias ou, por outras palavras, a estrutura da unidade compósita, torna-se um estudo de direito próprio. Esta é a razão pela qual a sociologia não se pode reduzir à psicologia, à biologia ou à física: o seu campo de estudo – as configurações de seres humanos interdependentes – não se pode explicar se estudarmos os seres humanos isolados.7

Para atingir objetivos dessa magnitude, segundo Elias, é importante a efetivação de um pesquisador especializado em processos sociais de longo curso e responsável por responder questões remanescentes das idéias religiosas, das especulações metafísicas e do absolutismo presente nas teorias positivistas, em suas palavras, esse cientista deve ser uma espécie de “destruidor de mitos”.

Um outro dado a ser destacado na estruturação da Sociologia Configuracional é a necessidade do instrumental conceitual passar, gradativamente, da perspectiva de ação para função. O sociólogo alemão alerta que o conceito de função não deve ser interpretado como expressão de desempenho de uma ação unitária - que omite reciprocidade, bipolaridade e multipolaridade -, mas sim compreendido de forma relacional, principalmente com o poder. Com esse cuidado, é possível analisarmos funções sociais ao entendê-las como interdependências que são estabelecidas e que constrangem os indivíduos conforme o seu grau de intensidade e pesos na balança do potencial de poder.

Nessa linha de argumentação, podemos destacar que o desenvolvimento e as transformações ocorridas na sociedade durante o processo de industrialização nos séculos XIX e XX apresentaram alterações no equilíbrio social de poder. Esse sintoma foi percebido em determinadas relações com a redução das diferenças de poder entre os diferentes estratos sociais. O aparecimento das organizações populares e trabalhistas, de

6

Stephen MENNEL, em conferência realizada no IV Simpósio Internacional do Processo Civilizador: Corporeidade, 08 e 09/Novembro/1999 – Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, destacou que o conceito de longa duração se traduz pelo conjunto de fatos históricos que compõem um processo de transição e transformação social, não restringindo-se meramente à uma representação cronológica, ou seja, é a natureza do processo que define a longa duração.

7

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caráter partidário, neste período foi uma forma apresentada desta re-distribuição de poder. Diante desta constatação, Elias afirma:

só por estes factos se vê bem como um aumento de interdependência acarreta uma transformação do pensamento sobre a sociedade e a formação de programas relativamente impessoais para a melhoria das condições sociais, também conduz, consequentemente, à percepção das sociedades como relações funcionais de pessoas interdependentes.8

Concomitantemente a esta oscilação de potencial de poder, ocorre uma transformação das relações sociais no sentido de um maior grau de dependência multipolar recíproca, ou seja, os indivíduos ou grupos sociais tornam-se cada vez mais funcionalmente dependentes de um número maior de pessoas. Essas cadeias de interdependências aumentam e diferenciam-se, tornando limitada a sua transparência e o seu controle por parte de interesses individuais ou de grupos isolados. Pensando nesse “emarranhado” de relações sociais interconectadas e interconectando indivíduos com uma linha definida pelo potencial de poder atribuído, ou melhor, conquistado na longa duração e mediado pelo auto-controle das emoções, temos condições de introduzir e entender o conceito eliasiano de configurações o qual, mesmo que de forma superficialmente similar, pode ser equiparado ao conceito de campo de Pierre Bourdieu. Todavia, e articulando as aproximações entre as teorias sociológicas desses autores, encontramos em Bourdieu considerações sobre a existência desta rede de relações ou interconexões que se estabelece no desenvolvimento dos campos sociais. Relata o sociólogo francês:

[...] a rede de ligações é o produto de estratégias de investimento social consciente ou inconscientemente orientadas para a instituição ou a reprodução de relações sociais diretamente utilizáveis, a curto ou longo prazo, isto é, orientadas para a transformação de relações contingentes, como as relações de vizinhança, de trabalho ou mesmo de parentesco, em relações ao mesmo tempo, necessárias e eletivas, que implicam obrigações duráveis subjetivamente sentidas (sentimentos de reconhecimento, de respeito, de amizade, etc.) ou institucionalmente garantidas (direitos).9

Podemos destacar a centralidade do conceito poder, tanto na Sociologia Configuracional de Norbert Elias quanto na Teoria dos Campos de Pierre Bourdieu, muito embora, em ambos seja destacada a diversidade na apropriação do mesmo, dito de outra forma, podemos entender em Elias o potencial de poder como uma conquista acumulada na longa duração fruto do desenvolvimento das inter-relações nas diversas configurações estabelecidas pelo indivíduo social, já em Bourdieu, temos o acúmulo de capitais geradores de disposições sociais num determinado conjunto de relações ou rede de relações com perspectivas estruturais e supostamente estáveis.

Analisando o conceito pela Sociologia Configuracional, temos que o poder vem revestido, invariavelmente, de um aspecto de desigualdade no desenvolvimento das relações sociais e apresenta-se de maneira bipolar ou, usualmente, multipolar. A busca por um equilíbrio na balança do potencial de poder constitui-se num elemento fundador de todas as relações humanas, ou seja, o poder e a busca pelo seu equilíbrio na balança das relações sociais estão constantemente em movimento, e presentes, onde estiver havendo

8

ELIAS, op. cit., p. 71.

9

BOURDIEU, Pierre. O capital social – notas provisórias. In: NOGUEIRA, Maria Alice e CATANI, Afrânio Mendes. Escritos de Educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1998, p. 68.

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uma interdependência funcional de indivíduos. Cabe ainda destacar que a percepção de poder como algo que possa ser detido de forma pessoal, individualizada, é resquício de um ideário místico e conservador. O poder é, como destacado anteriormente, uma característica estrutural das relações humanas, o que, em princípio, torna o modelo do jogo competitivo uma pertinente metáfora explicativa e interpretativa das interdependências funcionais existentes na sociedade.Para Elias “os modelos de jogo ajudam a mostrar como os problemas sociológicos se tornam mais claros e como é mais fácil lidar com eles se os reorganizarmos em termos de equilíbrio”10, não obstante, os modelos sociológicos devem analisar as interpenetrações contínuas como representações de pessoas que estão ligadas umas as outras, no tempo e no espaço, e essa seqüência de movimentos é compreendida e explicada em termos da dinâmica imanente das suas interdependências.

Esta estruturação e finalidade do modelo sociológico eliasiano pode ser apontada como um ponto de convergência quando a comparamos com o modelo de análise de Bourdieu, fundamentalmente porque nele é prescrita, como condição essencial de pesquisa, a constituição do campo identificando os agentes, as estruturas, a formação dos habitus ou disposições/estratégias de ação e, principalmente, o que move esse “móbile” social, os objetos de interesse e de disputas.

Ainda que tenhamos apontado preliminarmente algumas similaridades entre os modelos teóricos, podemos apresentar outras argumentações com outros autores e fontes que contribuam para a consecução dos objetivos propostos neste ensaio. O próprio Pierre Bourdieu, ao ser indagado sobre uma suposta proximidade conceitual, no que se refere às matrizes comportamentais sociais, responde:

Sinto-me mais próximo de Norbert Elias, mas por outras razões. Não tenho em mente o Elias das grandes tendências históricas, do “processo de civilização” etc., mas, antes, aquele que, como em La société de cour, capta mecanismos ocultos, invisíveis, baseados na existência de relações objetivas entre os indivíduos ou as instituições. A corte, tal como Elias a descreve, é um belíssimo exemplo do que chamo um campo em que, como num campo gravitacional, os diferentes agentes são arrastados por forças insuperáveis, inevitáveis, num movimento perpétuo, necessário para manter as hierarquias, as distâncias, os afastamentos.11

François Depelteau, em conferência apresentada na Universidade de Leicester, discorre sobre algumas diferenças fundamentais entre Norbert Elias e Pierre Bourdieu, entretanto, inicia seu paper apontando e justificando quatro inegáveis, porém superficiais, similaridades que podem ser encontradas quando comparamos as teorias dos sociólogos francês e alemão.12 São elas: 1) a rejeição aos determinismos; 2) as origens sociais na formação da noção de habitus; 3) a recorrência do jogo e dos grupos sociais para definir campo e configuração; e por fim, 4) a relativa afinidade epistemológica no conhecimento científico ao tratar a objetivação e o distanciamento nos seus conceitos e trabalhos de campo.13

Na busca pelas similaridades, também encontramos supostas diferenciações entre as teorias de Elias e Bourdieu. Especificamente nesse momento, procuramos destacar como

10

ELIAS, op. cit., p. 81.

11

BOURDIEU, Pierre. O Campo Econômico: a dimensão simbólica da dominação. Campinas, São Paulo: Papirus, 2000, p. 48.

12

DEPELTEAU, François. Was Bourdieu a relational sociolgist? Some fundamental differences between Elias and Bourdieu. Draft version. Conference Elias in the 21th Century, University of Leicester, 10-12th april, 2006

13

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os conceitos de representação, habitus e campo são apresentados e analisados por determinados autores em suas respectivas publicações. Jurandir Malerba, por exemplo, discute exaustivamente as definições e o cenário teórico dos autores situando, interpretando e relacionando esses conceitos da seguinte forma:

[...] o habitus tem a ver com fluido, o vago. Essa espontaneidade geradora, que se afirma na confrontação improvisada das situações que não cessam de renovar, que definem “le rapport ordinaire au monde”, guarda uma afinidade conceitual íntima com o conceito de habitus e de configuração social (sua matriz geradora) em Norbert Elias.

Assim como as representações não são “projeções”, reflexos de uma realidade material, o conceito de habitus em Bourdieu evidencia suas capacidades “criadoras”, formadoras, mas não no sentido de uma razão universal ou espírito absoluto. Ao contrário, o habitus talvez melhor se defina como os limites de ação, das soluções ao alcance do indivíduo em uma determinada situação concreta. É, portanto, um produto da história que produz práticas individuais e coletivas e que estabelece os limites dentro dos quais os indivíduos são “livres” para optar entre diferentes estratégias de ação. [...]

É no habitus que assenta outro princípio fundamental da hierarquia social. Enquanto princípio gerador e unificador que configura as características intrínsecas de uma posição social em um estilo de vida homogêneo, é ele que instaura a distinção social. O conceito de habitus em Elias não se apresenta explicitamente definido como em Bourdieu, mas constrói-se a partir de sua teoria do processo civilizador. A civilização é um devir no qual um conjunto de interações forma um sistema não-planejado e se estrutura progressivamente: as relações entre unidades ou grupos sociais são em realidade as relações de força que ligam, opõem e, dessa forma, inscrevem os indivíduos em estruturas hierarquizadas, que presumem “campos de forças”, “tensão”, “equilíbrio”, “competição”. Neste sentido, a “configuração” de Elias é muito próxima do conceito de campo de Bourdieu, o qual traduz a idéia de um espaço estruturado de posições onde se desenvolvem as relações de luta.[...], seu conceito de campo é mais flexível que o de Bourdieu: trata-se de uma rede de relações estruturadas em espaço de posições, mas aberta e constantemente trabalhada pelas contingências históricas, que fazem agora funções de variáveis exógenas e que, por certo, transforma a hierarquia das posições.14

Para Sergio Miceli, ambos, Elias e Bourdieu, estão preocupados em conhecer os impactos exercidos pelos sistemas simbólicos na modelagem do mundo social. Para tanto, o conceito bourdieusiano de habitus e o conceito eliasiano de interdependência “fariam as vezes de mediações entre os determinismos sistêmicos e os comportamentos individuais”15 oportunizando uma familiarização - independentemente da posição estabelecida na hierarquia social - com os símbolos e com as representações sociais.

Roger Chartier também analisou com profundidade a constituição teórica e conceitual eliasiana16, mas foi no estudo comparativo, realizado por Jean-Hugues Déchaux, que encontramos uma síntese finamente tecida entre as possibilidades de “aproximação e distanciamento” dos referenciais dos respectivos sociólogos no que tange a questão da historicidade. Segundo Déchaux:

14

MALERBA, Jurandir. Conhecimento, linguagem e representações sob a ótica da teoria simbólica elisiana, mimeo., pp. 14-15.

15

MICELI, Sergio. Sociologia. Jornal Folha de São Paulo. 13/Abril/1997, p. 11, caderno 5 – Mais!

16

CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990, pp. 91-119.

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ambos reconhecem a noção de habitus, mas não lhe atribuem o mesmo lugar na análise. Bourdieu desconsidera a contingência histórica – diferentemente de Elias, cujo objeto é claramente histórico, genético;

o habitus, por ser “estrutura estruturante e estruturada” para Bourdieu, faz com que nele se conceda um papel, senão ausente, meramente marginal à historicidade. Norbert Elias trabalha uma teoria da civilização; uma vez estabelecido e descrito o processo, a pergunta que se coloca é: porque os habitus evoluem e se transformam? A orientação da sua sociologia é claramente genética: compreender e explicar a gênese do habitus humano. Para Bourdieu, ao contrário, não se trata de explicar o habitus. Mais precisamente, seu objetivo é, uma vez identificado, explicar a imutabilidade das estruturas sociais, e mais ainda a lógica, o “senso prático” das ações que concernem a tal imutabilidade;

assim os dois autores se referem a quadros de análise próximos, mas para fins opostos: Bourdieu privilegia as estruturas sociais, dando ênfase ao campo e marginalizando as contingências históricas. Ao contrário, Elias se interessa pela gênese do habitus e as razões de sua evolução.17

Mesmo apontando as inegáveis e superficiais similaridades, François Depelteau tem como proposta argumentativa central o relato e a defesa sobre as distinções entre essas duas perspectivas de estudo, que no seu ponto de vista, são fundamentalmente diferentes. Cinco itens são tratados com profundidade por Depelteau para justificar esse posicionamento e “negar” Norbert Elias como um “structuralist in denial”18. Resumidamente, são eles:

1º - a percepção do universo social: na qual Elias tem uma visão relacional e Bourdieu um percepção egocêntrica na ocupação dos espaços e estruturas sociais.

2º - a natureza das estruturas sociais vistas como “campos” ou “configurações”: em Elias os “jogos” sociais não são vistos como campos de relações objetivas de poder - o “estruturalismo genético” de Bourdieu -, mas sim, como espaços de trans-ações concretas entre indivíduos que encampam estratégias, escolhas, metas, habilidades e emoções, dito de outra forma, configurações são processos sociais que compreende relações entre atores e não entre posições objetivas.

3º - visões epistemológicas gerais sobre o objetivo da pesquisa social: processos sociais não são dirigidos por qualquer lei social ou mesmo por mecanismos causais, em Elias há uma inevitável evolução das figurações diante de um processo relacional que envolve estruturas e agentes interdependentes em trans-ação, ao passo que em Bourdieu há uma percepção co-determinista pela qual estruturas sociais interagem e interferem na composição das disposições dos atores.

4º - o conceito de poder: em Elias poder não é um recurso em si mesmo, ele é um efeito, o resultado de uma relação competitiva entre atores que tentam excluir outros atores dos acessos, usos ou chances. Ele se manifesta em “power ratios”19 e não, como em Bourdieu, pela noção de concentração de capitais que tornou-a uma concepção substancialista e possessiva. A principal diferença é que para Elias poder é uma competição referente ao acesso e controle das oportunidades e recursos, é definido por uma

17

DÉCHAUX, Jean-Hugues. N. Elias et P. Bourdieu: analyse conceptuelle comparée. Archives Européenne de Sociologie, XXXIV: 364-85. Apud MALERBA, Jurandir. Conhecimento, linguagem e representações sob a ótica da teoria simbólica elisiana, mimeo., p. 16.

18

“Estruturalista da negação”, trad. WMJr.

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forma de relação social, e para Bourdieu poder vem da possessão de algumas fontes de recursos, os capitais.

5º - grupos sociais e habitus: mesmo tendo percebido que Elias e Bourdieu partiram do estudo das origens de grupos sociais para elaborarem o conceito de habitus, Depelteau afirma que há diferenças fundamentais, como por exemplo, a tradição epistemológica de Bourdieu ao tratar da análise dos grupos sociais sugerindo um “co-determinismo” entre estrutura e agente na definição do habitus, sendo que em Elias o conceito é talhado de forma relacional, comportamental, como é criado, apropriado e desenvolvido num processo de interdependência de pessoas. Objetivamente, trata-se de uma contraposição entre propostas de uma sub-figuração numa figuração maior ou de uma posição objetiva numa relação estruturalizada.20

Considerando estas abordagens, até certo ponto avaliativas do corpus conceitual dos autores, procuramos localizar onde poderíamos identificar uma referência de análise comum ou convergente em Elias e Bourdieu e a mesma evidenciou-se, primariamente, na interpretação das interdependências estabelecidas em situações de “jogo”. Estas, especificamente, receberam um tratamento teórico-metodológico no modelo eliasiano. Em incursões na sua obra, Bourdieu recorre ao exemplo dos jogos e a ação dos agentes no campo esportivo para evidenciar seus preceitos analíticos.

A imagem do jogo certamente é a menos ruim para evocar as coisas sociais. [...] Pode-se falar de jogo para dizer que um conjunto de pessoas participa de uma atividade regrada, uma atividade que, sem ser necessariamente produto da obediência à regra, obedece a certas regularidades. O jogo é o lugar de uma necessidade imanente, que é ao mesmo tempo uma lógica imanente. Nele não se faz qualquer coisa impunemente. E o sentido do jogo, que contribui para essa necessidade e essa lógica, é uma forma de conhecimento dessa necessidade e dessa lógica. Quem quiser ganhar nesse jogo, apropriar-se do que está em jogo, apanhar a bola, ou seja, por exemplo, um bom partido e as vantagens a ele associadas, deve ter o sentido do jogo. [...] Para construir um modelo do jogo que não seja nem o simples registro das normas explícitas, nem o enunciado das regularidades, mas que integre umas e outras, é preciso refletir sobre os modos de existência diferentes dos princípios de regulação e regularidade das práticas: há, naturalmente, o habitus, essa disposição regrada para gerar condutas regradas e regulares, à margem de qualquer referência a regras; e, nas sociedades onde o trabalho de codificação não é muito avançado, o habitus é o princípio da maior parte das práticas.21

Diante do exposto, entendemos que o modelo de análise do jogo de competição de Norbert Elias, permite, mesmo que preliminarmente, efetivar uma aproximação entre os autores além de possibilitar incursões teóricas num modelo analítico sociológico que pode vir a ter um valor singular no processo de compreensão do atual estado performático, violento e mercantilizado das relações sociais na contemporaneidade.

Considerações finais

A guisa de considerações finais, destacamos que o modelo de análise sociológica de Elias foi construído num momento de busca da autonomia de uma ciência e, paralelamente, com a intenção de transparecer os níveis de poder existentes nas interpenetrações mutáveis

20

DEPELTEAU, op. cit., pp. 16-31.

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das teias de interdependências sociais. Pela definição desses objetivos, indiscutivelmente, já é permissível uma aproximação à Bourdieu, pois no conjunto de sua obra o autor sempre buscou o questionamento das desigualdades sociais, das leis de reprodução social e dos desequilíbrios obscurecidos pelos fundamentos ocultos de dominação.

Eric Dunning, numa entrevista concedida a Ademir Gebara, no citado Simpósio de Assis, corrobora e contribui para essa possibilidade de aproximação dos modelos sociológicos quando afirma:

não tenho certeza se o próprio Norbert Elias teria concordado, mas é o tipo de coisa que o Wanderley falou hoje; quer dizer olhar para o Norbert juntamente com algumas pessoas que pode ter elementos sérios nessa conexão, como Bourdieu e em uma pequena escala o Foucault. Eu não consigo pensar em nenhum outro trabalho.22

Em que pese essas considerações, não podemos deixar de mencionar que no contexto da discussão teórica sobre as possíveis “aproximações e distanciamentos” surgem diálogos profícuos e posicionamentos diferenciados em alguns pontos, fato que, em última instância, garante a pertinência, a continuidade e a relevância desse debate o qual nos parece estar aberto e ser convidativo a outros intelectuais das ciências humanas e sociais.

Referências

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BOURDIEU, Pierre. O Campo Econômico: a dimensão simbólica da dominação. Campinas, São Paulo: Papirus, 2000.

CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

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DEPELTEAU, François. Was Bourdieu a relational sociolgist? Some fundamental differences between Elias and Bourdieu. Draft version. Conference Elias in the 21th Century, University of Leicester, 10-12th april, 2006

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GEBARA, Ademir. Conversas sobre Norbert Elias: depoimentos para uma história do pensamento sociológico. 2 ª ed. Piracicaba: Biscalchin, 2005.

GEBARA, Ademir. Norbert Elias & Pierre Bourdieu: Novas abordagens, novos temas. VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO ESPORTE, LAZER E EDUCAÇÃO FÍSICA. Coletânea. Rio de Janeiro: UGF, 1998.

HEILBRON, Johan. Obituary Pierre Bourdieu 1930-2002. Figurations. Norbert Elias Foundation. Amsterdam, Netherlands. nº 17, june, 2002.

MALERBA, Jurandir. Conhecimento, linguagem e representações sob a ótica da teoria simbólica elisiana, mimeo.

MALERBA, Jurandir. Entre la sociolgía y la historia. Pensar la sociología figurativa en el contexto de la América portuguesa. Revista Mexicana de Sociología. Instituto de Investigaciones Sociales, vol. 61, nº 2, abr-jun 1999.

MICELI, Sergio. Sociologia. Jornal Folha de São Paulo. 13/Abril/1997, p. 11, caderno 5 – Mais!

22

Eric Dunning in: GEBARA, Ademir. Conversas sobre Norbert Elias: depoimentos para uma história do pensamento sociológico. 2 ª ed. Piracicaba: Biscalchin, 2005, p. 143.

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NOGUEIRA, Maria Alice e CATANI, Afrânio Mendes. Escritos de Educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

PRONI, Marcelo; LUCENA, Ricardo (org.). Esporte: história e sociedade. Campinas: Autores Associados, 2002.

Endereço:

Universidade Federal do Paraná Departamento de Educação Física

Rua Coração de Maria, 92, BR 116, Km 95 – Jardim Botânico Curitiba – Paraná – Brasil

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