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Edição I | Ano I| Maio de 2015
CDC
em movimento
Prearando
Este boletim faz parte do projeto Comunica CDC, realizado pelo Instituto Camargo Corrêa e InterCement Brasil, em parceria com a Oficina de Imagens.
Instituto Camargo Corrêa
Diretor Executivo: Francisco de Assis Azevedo Coordenadora de Comunicação e Voluntariado: Bianca Kapsevicius
Coordenador de Investimento Social em Plantas: Flávio Seixas
Analista Regional S. Paulo/Sul: Renata Costa Contato: instituto@institutocamargocorrea.org.br
Comitê de Desenvolvimento Comunitário de
expediente
editorial
Foto-Legenda
Nova Santa Rita: Associação de Moradores Morretes,
Secretaria Municipal de Educação, MANSARI, Primeira Infância Melhor (PIM), Gabinete Prefeita, Vice-prefeito, Conselho Tutelar, Escola de Educação Infantil Vó Luíza, APAPNE, Secretária Municipal de Saúde, Cras, Coordenação da Mulher e Aços Tubos Tabaí
Oficina de Imagens
Coordenador executivo: Adriano Guerra Edição: Gabriella Hauber e Bárbara Pansardi Site: www.oficinadeimagens.org.br
Projeto Gráfico: Ronei Sampaio
Diagramação: Gabriella Hauber e Anna Cláudia Pinheiro Foto da capa: Arquivo CDC
Impressão: Gráfica Formato | Tiragem: 1.200 exemplares No final de 2014, foi realizado o primeiro baile de debutantes de adolescentes que integram o Programa Bolsa Família em Nova Santa Rita. Além do baile, as debutantes participaram de um curso de 40h no Centro de Referência da Assistência Social (Cras), sobre autoconhecimento e mercado de trabalho, com testes vocacionais, palestras e passeios.
Você está recebendo a primeira edição do boletim CDC em Movimento. Este informativo é produzido pelo Comitê de Desenvolvimento Comunitário (CDC) de Nova Santa Rita.
O CDC é uma articulação entre representantes do poder público, de
instituições da sociedade civil organizada e de empresas, criada para discutir o investimento social privado nos municípios onde há atuação do Grupo Camargo Corrêa e da InterCement. (p. 3)
Nesta primeira edição, abordamos temas relevantes da área da infância, como vínculo familiar (p. 4), o trabalho articulado em rede (p. 5) e a importância da leitura (p. 6 e 7). O trabalho de voluntariado desenvolvido pelo Civico também não poderia ficar de fora (p. 8).
Não deixe também de aproveitar a programação da nossa Semana do Bebê, com diversas atividades.
Boa leitura!
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O Comitê de Desenvolvimento Comunitário (CDC) é um grupo de pessoas constituído por representantes da sociedade civil, do poder público e do Comitê de Incentivo ao Voluntariado e Interação com a Comunidade (Civico), com o apoio do Instituto Camargo Corrêa.
O CDC faz parte da estratégia de investimento social das empresas do Grupo Camargo Corrêa, que procura contribuir com o desenvolvimento das comunidades onde atua. Foi criado por
iniciativa do Instituto Camargo Corrêa, em parceira da InterCement Brasil em Nova Santa Rita, com o objetivo de identificar as principais demandas sociais do município. É um espaço consultivo para implantação de programas e projetos, com recursos totais ou parciais oriundos do Instituto Camargo Corrêa.
Entre algumas das principais ações desenvolvidas pelo CDC de Nova Santa Rita, estão: campanhas do agasalho, de arrecadação de fraldas ou de brinquedos para o Natal e Dia das Crianças, formatura de novas turmas do Projeto Pescar, Dia do Bem Fazer, projeto de auxílio na elaboração do Plano Municipal de Educação e Semana do Bebê.
Esta última, que está acontecendo entre os dias 11 e 17 de maio, é uma iniciativa que tem o objetivo de tornar a primeira infância (0 a 6 anos) uma prioridade no município, já que esta é uma fase de desenvolvimento cognitivo fundamental na vida da criança.
Representantes do poder público e da sociedade civil,
constituem grupo para desenvolver projetos sociais
Semana do Bebê está entre as iniciativas e acontece pelo segundo ano consecutivo
em Nova Santa Rita
Por Margela Suliani, da InterCement, e Artur Colvara, da APAPNE
CDC de Nova Santa Rita desenvolve projetos na área social para melhorar a qualidade de vida no município
artigo
3 Foto: Henrique Laubine
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Políticas Públicas
Família desempenha papel essencial no desenvolvimento
das crianças
As primeiras experiências de meninos e meninas acontecem no âmbito familiar e
influenciam seu comportamento e seus valores
Por Vera Regina Nunes Pereira, professora de Educação Infantil
O fortalecimento de vínculos é importante para as crianças e está previsto no ECA
Com as mudanças econômicas, políticas e sociais que ocorreram na sociedade e com o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, a responsabilidade da educação das crianças passou a ser compartilhada com as instituições de educação infantil. Meninos e meninas passam muito tempo longe de suas famílias, mas a educação infantil complementa a ação da família, não a substitui.
A família desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da criança, pois as primeiras experiências do ser humano acontecem nesse meio. É ela que define seu biotipo, sua identidade, que atende suas necessidades básicas e contribui para seu desenvolvimento integral.
A própria Constituição Federal reconhece a importância do meio familiar, como pode ser visto no artigo 226: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”. O legislador, por certo, buscou, através do ordenamento jurídico, não apenas proteger a família, mas também deixar clara a obrigação desta em relação à prole. A Carta Magna também salienta, no artigo 227, que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Com as contribuições de pais, mães, avós, avôs, tios, tias e irmãos, a criança aprende, reconhece e mantém as tradições culturais, as crenças, os costumes e os valores de suas origens, pois a família é sua referência como formação humana.
A família é o primeiro espaço para a formação psíquica, moral, social e espiritual da criança. Essa convivência é, para a criança, mais do que uma necessidade pedagógica, existencial ou formativa, é também uma necessidade afetiva de fortalecimento dos vínculos familiares.
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Um trabalho articulado é fundamental para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes
Políticas Públicas
Trabalho articulado em rede é fundamental para
garantir a defesa dos direitos de meninos e meninas
Em Nova Santa Rita, grupo é composto por equipe multidisciplinar que se reúne
mensalmente para discutir temas do município
Por Marilene Silva, do Conselho Tutelar; e Andreia Fochezatto, da Secretaria Municipal de Saúde
A rede de atendimento tem o objetivo de unir o poder público a parceiros da sociedade civil organizada para discutirem por um bem comum. Políticas públicas, demandas a serem implantadas e quais as melhores formas de atendimento são algumas das pautas de discussão. Em um contexto de exclusão e desigualdade social, o trabalho articulado e intersetorial da rede é o que faz a
diferença e garante direitos à classe vulnerável e empobrecida.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, formam a rede: a família, a comunidade, a sociedade em geral e o poder público, os quais devem assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos humanos de crianças e adolescentes, sejam eles referentes a vida, saúde, alimentação, educação, esporte, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade ou convivência familiar e comunitária.
No município de Nova Santa Rita, a rede é formada por secretarias municipais, como as Secretarias de Educação, Assistência Social e Habitação, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Atenção Psicossocial (Caps 1), Conselho Tutelar, Gabinete da Prefeita, Polícia Civil, Brigada Militar, associações de moradores, sindicatos, Associação dos Pais e Amigos dos Portadores de Necessidades Especiais (Apapne), entre outros da sociedade civil organizada.
As reuniões são mensais e compreendem, em um primeiro momento, uma explanação ampla a respeito das atividades que estão acontecendo no município em cada setor. Num segundo momento, a discussão é mais técnica e são relatados casos específicos a serem debatidos por professores, diretores, coordenadores pedagógicos, conselheiros tutelares, assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras.
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A literatura infantil, como gênero, surgiu no Brasil com o saudoso Monteiro Lobato, que fez de seu primeiro livro, A menina do Narizinho Arrebitado, um marco histórico na educação das crianças brasileiras. Essa menina e o Sítio do Pica-Pau Amarelo, com toda a fantasia que não encerrava em si, mas abria para o mundo, aos poucos foram ganhando as casas, as escolas e a vida das crianças desse país.
Lobato escreveu primeiro para adultos e, frustrado com a crítica negativa, resolveu então caminhar por veredas lúdicas e criativas, dando voz a personagens inusitados, como um sabugo de milho e uma boneca de pano. Essa ludicidade dialogou não só com crianças, mas também com adultos, uma vez que o ser humano é um quebra-cabeça em constante formação e que, a partir da realidade de outros, reflete e reorganiza sentimentos.
Leitura na primeira infância
Esse processo começa muito cedo, ainda na primeira infância, quando as crianças lá na escolinha escutam histórias e, a partir da vida e das experiências dos personagens,
reorganizam os próprios sentimentos, uma vez que mundo real e mundo das histórias não são separados por elas. Tudo é real. Tudo é possível. Tudo é parte dela.
O próprio Ministério da Educação (MEC) e outros órgãos ligados à educação listaram alguns dos principais benefícios da leitura: desenvolve o repertório, uma vez que ler é uma forma de buscar informações; estimula o senso crítico; amplia os conhecimentos gerais, aumentando nossa capacidade de comunicação; aumenta o vocabulário; estimula a criatividade, já que ler é fundamental para soltar a imaginação; e facilita a escrita e a pronúncia das palavras.
Leitura na primeira infância oferece estímulos para que
meninos e meninas aprendam a lidar com o mundo
Ludicidade é elemento-chave na formação das crianças e contribui para o
desenvolvimento cognitivo
Por Léia Cassol, contadora de histórias e escritora de literatura infantojuvenil
A leitura e a contação de histórias devem se tornar parte do cotidiano das crianças, seja na escola ou em casa
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Articulação
Articulação
Ler para as crianças é um incentivo para que elas tomem gosto e comecem a ler sozinhas quando crescerem. Mas também há outras formas de estimulá-las e de incentivar a leitura. Pequenos gestos e atitudes podem fazer toda a diferença. Deixar os livros ao alcançe das crianças para que elas peguem e folheiem quando quiserem, ou seja, para que sintam a curiosidade de ver o que tem ali, que tipo de história é contada para poderem até mesmo inventar a sua própria história. No caso dos pequenos, que ainda não sabem ler, é importante um livro atraente visualmente, com bastante cores e desenhos. É importante também reservar o momento diário de leitura para se criar o hábito. Frequentar livrarias e bibliotecas também é uma forma de deixar os pequenos (e os grandinhos) já familiarizados com um ambiente de livros, leituras e histórias. Mas é essencial também não forçar a barra, o interesse pela leitura deve vir de maneira natural e espontânea, com apenas pequenos incentivos, como os citados acima.
O papel do educador e dos responsáveis
Alegra-me saber e ver que, hoje, cada vez mais cedo, os livros entram na vida das crianças, e que nesse processo de democratização da leitura, muitos pequenos são iniciados e
beneficiados a partir da prática da leitura e contação de histórias, que acontece nas escolas de educação infantil. O educador deixa de ser apenas quem cuida e passa a ser quem ajuda a montar esse jogo de quebra-cabeças que é o ser humano, em que grande parte das peças do “como eu sou” e “quem sou eu” são montadas até os seis anos de idade. Um jogo que é mais prazeroso de se fazer quando há interação e ludicidade, no qual o livro infantil e o brincar deixam de ser “coisa” de criança e passa a ser elemento essencial para o desenvolvimento humano.
A leitura e a contação de histórias, mais que modismo e discurso, devem ser práticas diárias, pois possibilitam que o diálogo afetivo entre os pequenos e os grandes se estabeleça e desenvolva laços que não serão apenas enfeites temporários. Serão arquivos guardados para a vida e que, automaticamente, acessaremos quando necessário. Afinal, como está no Pequeno Príncipe: “somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos”.
Foto: Retratte Fotografia
realização:
Boas Práticas
O Comitê de Incentivo ao Voluntariado e Interação com a Comunidade (Civico) tem como objetivo mobilizar e engajar a comunidade e os profissionais da InterCement a realizarem atividades voluntárias, contribuindo para o fortalecimento do seu vínculo. Além disso, tem como função apoiar o relacionamento da fábrica com instituições governamentais e parceiras.
A atuação do Civico deve ocorrer sempre em conjunto com as estratégias definidas pelo Grupo Camargo Corrêa. Os Civicos trabalham em prol do desenvolvimento comunitário, orientando na definição da implementação de projetos sociais e ações voluntárias no local onde a fábrica está inserida.
A principal ação desenvolvida durante o ano é o Dia do Bem Fazer, que ocorre no último domingo do mês de agosto. Além disso, o Civico procura ajudar nas ações dos Grupos de Ação Ideal Voluntário (Gaivs), tal como na Campanha do Agasalho, Campanha de Natal para as crianças e Campanha da Páscoa, sempre com foco na comunidade em situação do risco social do município.
O Civico geralmente é formado pelo gerente da unidade, por um profissional de Comunicação, Recursos Humanos ou Assistência Social e multiplicadores de Sustentabilidade da unidade. Em Nova Santa Rita, os colaboradores são: Roney Pires (gerência), Margela Suliani (Recursos Humanos), Cristina Larrossa (Sistema de Gestão), Suzana Nagel (Laboratório), Silvio Leote (Produção) e Charlie Soares (Logística).
parceria:
O Dia do Bem Fazer é uma das atividades de voluntariado desenvolvidas pelo Civico
Voluntariado fomenta ações que promovem a melhoria das
condições de vida no município
Projetos sociais e campanhas de arrecadação estão entre as iniciativas que têm como
foco comunidades vulneráveis
Por Cristina Larrossa e Suzana Nagel, da InterCement