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BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A. - BANRISUL

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Academic year: 2021

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Relatório Analítico

Rating

A+

O banco apresenta solidez

financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado,

boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco.

O risco é muito baixo. Data: 29/set/2008 Validade: 28/fev/2009 Sobre o Rating Perspectiva: Estável Observação: - Histórico:

Dez/06: Afirmação: A (estável) Jun/07: Afirmação: A (estável) Dez/07: Elevação: A + (estável) Atribuição: A-2 (CP) Jun/08: Afirmação: A + (estável) Afirmação: A-2 (CP)

Última Revisão: Dez/07 Próxima Revisão: Dez/08

Analistas: Cátia Mota Tel.: 55 11 3377 0718 catia.mota@austin.com.br Rodrigo Indiani Tel.: 55 11 3377 0704 rodrigo.indiani@austin.com.br Austin Rating Serviços Financeiros Rua Leopoldo Couto Magalhães, 110 – conj. 73 São Paulo – SP CEP 04542-000 Tel.: 55 11 3377 0707 Fax: 55 11 3377 0739 www.austin.com.br

FUNDAMENTOS DO RATING

O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião realizada no dia 29 de setembro de 2008, manteve o rating de longo prazo em A+ (“A mais”) e o rating A-2 de curto prazo para o Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. (Banrisul); a perspectiva manteve-se estável.

A manutenção da nota fundamenta-se na boa capitalização, na manutenção da posição ocupada pelo banco, na pulverização de ativos e passivos, na diversificação das fontes de receita, na qualidade dos ativos de crédito, nos adequados patamares de liquidez e rentabilidade e na expansão da área de atuação, com abertura de agências estratégicas, não se limitando ao estado do Rio Grande do Sul.

O banco tem atuado de forma autônoma, apresentando elevado índice de rentabilidade sobre o patrimônio líquido e com reduzida oscilação. O Banrisul é um banco público estadual, de finalidade específica, criado com o objetivo de ser um banco comercial, de desenvolvimento e social. Em função da origem e do propósito de sua criação, é beneficiado pela proximidade ao setor público, com forte penetração no sul do Brasil, especificamente no Estado que é oriundo. O banco possui convênio com o Estado para formalização da manutenção da folha de pagamento dos servidores e prestação de outros serviços, além de acordo com municípios para centralização das finanças e manutenção da folha de servidores. Estes fatos contribuem para a estabilidade dos depósitos, mesmo os de curto prazo, o que favorece a avaliação quanto ao risco de liquidez.

Apesar da diversidade de produtos da carteira comercial, permaneceu focado no crescimento de modalidades de crédito pré-aprovado no segmento de pessoa física, principalmente o crédito consignado para servidores públicos. Na pessoa jurídica, manteve a busca por uma carteira mais pulverizada, procurando operar junto às pequenas e médias empresas, reduzindo a exposição em grandes clientes. Além da carteira comercial, possui carteiras de desenvolvimento, imobiliária e rural, as quais foram mantidas em patamar mínimo para cumprimento das exigibilidades legais. Afora isso, manteve os investimentos em tecnologia, com destaque para novos serviços / facilidades no internet banking e no cartão internet Banrisul e a oferta diversificada de produtos e serviços.

Assim como no ano de 2007, o resultado foi impactado pela ativação de créditos tributários no montante de R$ 86,2 milhões, fazendo com que o lucro líquido alcançasse R$ 308,2 milhões. Desconsiderando-se os eventos não recorrentes de 2007 e 2008, o lucro elevou-se em 12,9% no período de comparação. Assim, a rentabilidade anualizada sobre o PL foi de 15,3%, de acordo com a mediana observada entre bancos de seu porte, porém, abaixo do observado em seu histórico.

O patrimônio líquido teve crescimento de 57,4%, passando para R$ 1.845,9 milhões. Este crescimento está ligado à oferta inicial de ações (IPO) efetuada em julho de 2007, que rendeu ao banco R$ 800 milhões, além da incorporação de reservas de lucros. A ampliação de sua base patrimonial possibilita o aumento no volume de operações ativas, sem esbarrar no limite do índice da Basiléia, uma vez que a determinação do Banco Central estipula o índice em 11% e o Banrisul encerrou 2007 em 22,2%.

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Fatores Positivos

• Estratégia bem definida, em linha com o objetivo de atuar como agente de desenvolvimento do estado e, ao mesmo tempo, gerar valor;

• Expansão da rede de atendimento para outros estados da região sul. Atualmente, mantém 93% de sua estrutura

de agências no Rio Grande do Sul, o que pode limitar o crescimento pela saturação do mercado gaúcho, uma vez que atualmente atende 97,4% da população gaúcha e 97,3% do PIB estadual;

• Manutenção de histórico de indicadores de rentabilidade satisfatórios;

• Estrutura pulverizada de depositantes e de tomadores de crédito, contribuindo para sua gestão de liquidez; • Estrutura de funding diversificada e baixo custo médio de captação relativamente a outras instituições;

• A captação de recursos por meio da oferta pública de ações contribuiu para o aumento da base patrimonial e para expansão da carteira de crédito;

• O Banrisul constitui a principal instituição financeira no recolhimento de impostos, taxas e tributos diversos do Estado do Rio Grande do Sul;

• Profissionalização da cultura organizacional, a despeito da mudança de Gestão com a troca da Diretoria a cada

quatro anos;

• Contrato firmado entre o banco e o governo do estado do Rio Grande do Sul, assegurando a exclusividade da

administração da folha de pagamento dos servidores, assim como outros serviços bancários, pelo prazo de cinco anos;

• Crescimento da economia gaúcha acima da média nacional em 2007, seu principal mercado de atuação;

• Implantação de Plano de Remuneração Variável, de acordo com o alcance das metas estabelecidas, como

forma de motivação aos seus colaboradores, frente ao crescimento da concorrência.

Fatores em Observação

Aumento de concorrência e redução dos spreads;

• Estratégia de crescimento bastante calcada na região Sul, que apesar de agregar um potencial de crescimento no curto prazo, poderá ser um fator limitante no longo prazo;

• No médio e longo prazos tem como desafio continuar sendo competitivo, mantendo os bons patamares de rentabilidade e eficiência, com melhora da qualidade da carteira de crédito, sem deixar de cumprir com o papel de ser um banco voltado para o desenvolvimento econômico.

ESTRATÉGIA DE MÉDIO E LONGO PRAZOS

A estratégia contempla a manutenção do crescimento da carteira de crédito comercial com foco em pessoas físicas, principalmente na modalidade consignada em folha de pagamento e no crédito às médias empresas com boas garantias, reduzindo o ticket médio por operação. Nas outras carteiras, o objetivo é mantê-las no patamar para cumprimento das exigibilidades.

O crescimento da carteira de crédito tem se dado pela exploração da sua base de clientes por meio de cross selling, oferecendo crédito pré-aprovado para seus clientes pessoas físicas e jurídicas e pela ampliação da rede de atendimento, com abertura de novas agências e PABs na região Sul, incluindo os Estados de Santa Catarina e Paraná.

O Banrisul logrou o crescimento da carteira de crédito em média superior a do Sistema Financeiro Nacional, desta forma, a estratégia agora está focada na manutenção da qualidade desta, com o objetivo de melhoria do retorno esperado e mitigação de riscos.

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Além da folga no índice da Basiléia para expandir a carteira de crédito (a meta é chegar em 2010 com uma carteira de aproximadamente R$ 12 bilhões), os recursos serão utilizados para aumentar o número de agências em Santa

Catarina e Paraná, além de postos no Rio Grande do Sul,onde atualmente possui uma agência em Curitiba e outra

em Cascavel.

O investimento de R$ 76,4 milhões em Tecnologia da Informação nos primeiros seis meses de 2008 favorece os controles internos, na medida em que aumenta a transparência / rapidez na coleta de informações e segurança, bem como reduz custos de manutenção com estruturas operacionais mais enxutas e eficientes.

O Banrisul funciona com os produtos tradicionais de um banco comercial e como braço financeiro do Estado do Rio Grande do Sul, detendo carteiras específicas de crédito de desenvolvimento, rural e imobiliário.

Em termos de gestão, o Banrisul concretizou as ações de aperfeiçoamento e modernização dos modelos de gestão e operação de produtos de crédito (principalmente no varejo), incluindo requisitos de melhoria na gestão do atendimento de clientes pela rede de agências. O programa também implantou novos instrumentos de controle, com foco no resultado econômico, integrando os procedimentos de decisão e execução dos diversos níveis hierárquicos. O Banrisul montou mais uma estratégia para crescimento de sua base de clientes, com a criação do Banco SIM Banrisul. Este é direcionado para a população não bancarizada, sem exigência de comprovação de renda e que oferece uma gama de produtos como cartão de débito e crédito da rede Banricompras, movimentação de poupança e conta corrente e acesso a rede de agências e de correspondentes Banrisul.

A estratégia contemplou o aumento da remuneração dos acionistas, passando de 25% para 35% do Lucro Líquido Ajustado. A Austin entende que este pode ser um fator limitante ao crescimento orgânico da instituição, fator agravado pela redução da liquidez no mercado brasileiro e internacional, uma vez que os lucros distribuídos poderiam fazer frente à expansão / suporte ao crescimento de suas operações ativas. Também influenciam neste cenário, os recorrentes déficits de seu controlador, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que pode requerer maior participação nos resultados do banco para amenizar seus passivos.

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA

Balanço

De forma geral, as operações do Banrisul mantiveram no primeiro semestre de 2008 o forte crescimento iniciado no ano de 2007. O total de ativos teve crescimento de 35% entre jun/07 e jun/08, para R$ 23.223,1 milhões, com destaque para as operações com prazo inferior a 360 dias, que variaram 47,7%. A carteira de crédito do Banrisul atingiu R$ 9.951,6 milhões no encerramento do primeiro semestre de 2008, representando um incremento de 44,9%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Com isso, as operações de crédito que representavam 39,5% dos ativos totais do banco em jun/07, passaram a representar 42,9% em jun/08, influenciando na elevação de seu indicador de concentração em crédito (de 43,3% em jun/08), acima da mediana de seu peer group.

O crescimento do crédito direcionado às pessoas físicas foi de 38,2% na comparação entre jun/07 e jun/08, montando R$ 3.446,5 milhões, com destaque para o aumento de 72,8% das operações de crédito consignado, que somavam R$ 2.419,3 milhões e representavam 70,2% deste segmento. Esta variação foi influenciada pela compra do direito de manutenção da folha de pagamento de 322 municípios, o que ampliou seu mercado de consignação para funcionários públicos.

Ao mesmo tempo, a carteira comercial destinada às pessoas jurídicas somou R$ 3.772,0 milhões e teve o significativo crescimento de 75,3% no mesmo período, ressaltando-se a participação da linha de Capital de Giro, que representava 74,0% da carteira comercial pessoa jurídica, com crescimento de 86,6% no período. A carteira total de crédito encontrava-se distribuída em 52,2% para pessoas jurídicas e 47,8% para pessoas físicas. As operações destinadas a empresas de pequeno e médio porte representavam 51,4% da carteira direcionada a PJ.

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O saldo registrado na carteira de títulos e valores mobiliários, em junho de 2008, somava R$ 4.396,1 milhões, 7,5% menor que o observado em jun/07, sendo composta, principalmente, por títulos mantidos até o vencimento, representando 88,8% do total. Estes se encontravam divididos entre LFTs, NTNs, CVS, TDA, Títulos da Dívida Brasileira, Letras Hipotecárias e Certificados de Recebíveis Imobiliários.

Dentro das aplicações interfinanceiras de liquidez, as aplicações de mercado aberto tiveram o substancial crescimento de 87,7%, sendo compostas por Letras Financeiras do Tesouro – LFT, Letras do Tesouro Nacional – LTN e Notas do Tesouro Nacional – NTN. Desconsiderando-se as operações compromissadas – posição financiada, o crescimento foi de 17,3%, para R$ 2.890,2 milhões em jun/08. No mesmo período, o saldo das aplicações em depósitos interfinanceiros aumentou de aproximadamente 7 vezes para R$ 227,3 milhões.

O forte aumento observado nos ativos do banco teve como contrapartida os recursos captados pela oferta inicial de ações (IPO) de R$ 800 milhões, além do crescimento do volume de captação, principalmente via depósitos, que passaram de R$ 10.911,8 milhões em jun/07 para R$ 13.004,8 milhões em jun/08, o que representa crescimento na ordem de 19,2%, e captação no mercado aberto, com incremento de R$ 1.717,3 milhões na carteira de terceiros. Os depósitos a prazo, que representavam 53,6% do total de depósitos, registraram saldo de R$ 6.964 milhões, crescimento de 21,9% em relação ao saldo registrado em jun/07. Os depósitos à vista apresentaram crescimento de 29,2% em relação a igual período do ano anterior. Já os depósitos de poupança, que em junho de 2008 somaram R$ 4.468,0 milhões, registraram evolução de 34,4% no mesmo período de comparação.

O patrimônio líquido do Banrisul cresceu 57,4% entre o primeiro semestre de 2007 e de 2008, alcançando o montante de R$ 2.906,3 milhões. Este crescimento está ligado à oferta inicial de ações (IPO) efetuada em julho de 2007, que rendeu ao banco R$ 800 milhões, além da incorporação de reservas de lucros. A ampliação de sua base patrimonial possibilita o aumento no volume de operações ativas, sem esbarrar no limite do índice da Basiléia, uma vez que a determinação do Banco Central estipula o índice em 11% e o Banrisul encerrou 2007 em 22,2%.

Resultado

O lucro líquido vem mantendo crescimento sustentado ao longo dos últimos exercícios, sendo que em jun/08 alcançou R$ 222,0 milhões frente aos R$ 196,6 milhões em jun/07, variação de 12,9%. Considerando-se os eventos não recorrentes, referentes à ativação de créditos tributários, o lucro líquido montou R$ 308,2 milhões ao final do primeiro semestre de 2008, representando uma queda de 57,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 725,1 milhões. Com isto, a rentabilidade anualizada de 22,8% sobre o PL médio ficou acima da mediana observada em seu peer group.

Assim como no ano de 2007, o resultado do primeiro semestre de 2008 foi impactado pela ativação de créditos tributários e débitos fiscais diferidos de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre diferenças temporárias de exercícios anteriores, no montante de R$ 86,2 milhões.

A receita da intermediação financeira elevou-se em 16,4% em relação à jun/07, passando de R$ 1.359,3 milhões para R$ 1.582,3 milhões. A variação foi impulsionada pelo crescimento das receitas com operações de crédito, alcançando R$ 994,1 milhões, sendo responsáveis por 62,8% das receitas. Ao mesmo tempo, as despesas tiveram variação positiva de 12,8%, para R$ 787,8 milhões, tendo sido afetada pelo aumento do volume de recursos captados, levando ao resultado bruto da intermediação financeira de R$ 794,5 milhões.

As receitas provenientes de prestação de serviços não acompanharam o crescimento observado em outras fontes, alcançando R$ 271,9 milhões em junho de 2008, ou seja, uma variação de 2,0% em relação a jun/07. Impactaram para este resultado as novas regras estabelecidas pelo Banco Central que contemplaram a padronização das tarifas e extinção da Tarifa de Abertura de Crédito, vigentes desde 30 de abril de 2008.

O índice de eficiência que mede a relação entre a soma das despesas de pessoal e administrativa em relação ao resultado bruto de intermediação acrescido da receita de serviços se manteve elevado (45,2% em jun/06, 65,1% em

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jun/07 e 64,0% em jun/08). O Comitê da Austin Rating julga que este índice deve se situar entre 40% e 60% para bancos do perfil do Banrisul.

AVALIAÇÃO DE RISCOS

Crédito

O perfil de risco da carteira de crédito apresentou melhora. Os créditos classificados entre os níveis “AA” a “C” somaram R$ 8.475,4 milhões em jun/08 e representavam 85,2% (jun/07: 80,3%) de toda a carteira. Entre os níveis “D” a “G” estavam classificados R$ 1.171,8 milhões (R$ 1.097,6 milhões em jun/07), correspondendo a 11,8% (16,2% em jun/07) da totalidade. As operações classificadas no nível “H”, e que requerem 100% de provisão, somaram R$ 304,4 milhões e R$ 241,4 milhões em jun/07, representando 3,0% e 3,6% da carteira total.

O Banrisul vem mantendo uma política conservadora no que toca ao provisionamento de crédito, apesar da carteira total apresentar boa qualidade. O indicador de inadimplência medido pela Austin (vencidos > 60 dias / total da carteira) se manteve bastante inferior à mediana observada em seu peer group, em 1,9%, e vem mantendo trajetória de queda ao longo dos últimos anos. Além dos R$ 809,2 milhões de provisionamento obrigatório, a provisão adicional é de R$ 108,8 milhões. A soma de provisionamento cobre em 4,3 vezes o total de crédito em atraso, que no encerramento do primeiro semestre de 2008 somou R$ 211,7 milhões, índice considerado satisfatório pela Austin Rating.

As operações de créditos se concentram em empréstimos e títulos descontados (72,3%), que apresentam garantias de recebíveis, e o restante está distribuído em financiamentos rurais e agroindustriais, imobiliários, infra-estrutura e desenvolvimento, arrendamento mercantil, adiantamento sobre contrato de câmbio e outros créditos.

O Banrisul possui uma carteira de crédito pulverizada e dada a política exercida pela última gestão do banco, de privilegiar o segmento de pessoas físicas e pequenas empresas, a concentração entre os maiores tomadores

diminuiu. Os 20 maiores clientes representavam 10,4% da carteira em jun/08, somando R$ 1.038,3 milhões. De

forma geral, apresenta boa diversificação por cliente, por setor econômico e por produto, limitando o impacto de eventuais situações de inadimplência. Já os 20 maiores inadimplentes representavam 1,1% da carteira com R$ 115,6 milhões.

Mercado

O risco de mercado é controlado por ferramentas estatísticas, como a metodologia Value at Risk (VaR) e o mapeamento de fatores determinados pelo mercado: risco de variação da taxa de juros, de câmbio e risco de liquidez. O VaR, em junho de 2008, era de R$ 24,9 milhões, representando 0,9% do PL do banco na mesma data. O banco monitora as taxas de oportunidade no mercado financeiro, determinando os patamares superior e inferior pactuados nas operações de captação e aplicação de recursos, mensurando, por meio de simulações, as possíveis perdas as quais o Banrisul está sujeito. Os impactos nos resultados, a partir das mudanças nos indicadores econômico-financeiros estruturais, como taxa básica de juros, inflação, taxa de câmbio, etc., são mapeados no final de cada dia.

Dos R$ 4.396,1 milhões da carteira de títulos e derivativos, 88,8% estavam classificados na categoria “mantidos até o vencimento”, os quais não precisam ser marcados a mercado. A totalidade dos títulos classificados como para negociação e disponíveis para venda, R$ 494,8 milhões, está posicionada em ativos pós-fixados. O porte e a estrutura de capital do banco permitem, em nossa opinião, que os títulos sejam mantidos até o vencimento.

Com o objetivo de se adequar às determinações do Banco Central, que entraram em vigor em julho deste ano, em relação ao Novo Acordo da Basiléia II, foram realizadas alterações sistêmicas dos modelos internos de apuração do capital necessário para fazer frente ao risco de mercado.

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De modo geral, a carteira de títulos e derivativos apresentou redução de 7,5% para R$ 4.396,1 milhões, porém manteve a estrutura anterior, com 1,6% classificado em títulos para negociação, 9,7% em títulos disponíveis para venda e 88,7% em títulos mantidos até o vencimento. Dos títulos, prevalecem aqueles que têm prazo de um a três anos, representando 54,1% do total, ou seja, R$ 2.519,4 milhões.

O banco opera instrumentos financeiros derivativos com o objetivo de minimizar sua exposição às variações das taxas prefixadas, variação cambial e taxa referencial – TR, o que somava, no final do primeiro semestre de 2008, R$ 104,4 milhões, crescimento de 6,7%, quando comparado ao montante observado em junho de 2008 (R$ 97,9 milhões).

Liquidez

O risco de liquidez é considerado baixo, em função da estrutura de ativos e passivos ser bastante pulverizada, com a maior parcela dos depósitos sendo captada diretamente na rede e menor participação de aplicadores institucionais. Assim como no ano anterior, os depósitos mantiveram sua representatividade na estrutura de captação do banco, principalmente os depósitos a prazo, que eram responsáveis por 30% dos passivos totais em junho de 2008. Além disso, o banco mantém um caixa elevado sob a forma de aplicações interfinanceiras de liquidez, que no final do primeiro semestre de 2008 correspondiam a 66,1% do total de depósitos a prazo, superior aos 43,0% do ano anterior.

Os indicadores de liquidez têm se mantido, ao longo dos últimos períodos, abaixo da mediana apresentada por seus pares, sendo que o índice de liquidez corrente foi de 90,1% e o de liquidez imediata de 50,3%. Este movimento é explicado, em parte, pela redução da carteira de TVM para negociação e disponíveis para venda, além de alongamento de prazo de suas operações de crédito.

Ainda que a estrutura de ativos e passivos denote liquidez corrente abaixo da mediana dos seus pares, a Austin Rating julga ser muito baixa a probabilidade de que os títulos públicos classificados como mantidos até o vencimento sejam necessários para cobertura de eventuais gaps de prazo, uma vez que sua estrutura de depósitos tem como característica forte a pulverização e a estabilidade, situação ratificada pelo firmamento de convênio para manutenção da folha de pagamento dos servidores públicos estaduais, além de acordo para manutenção das contas de mais de 322 municípios gaúchos pelo prazo de cinco anos, fatores que mitigam o risco de liquidez no banco.

Operacional

O Banrisul possui uma estrutura de gerenciamento de riscos integrada com sua estrutura de controles internos, com avaliações periódicas dos processos internos, monitoramento, controle e mitigação dos riscos do banco, de acordo com as disposições da Resolução 3380 do Banco Central. De forma complementar, adotará a metodologia de Abordagem do Indicador Básico, o que possibilitará a apuração da parcela de capital necessária para a cobertura do risco operacional.

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Classificação da Austin Rating

Solidez Financeira

AAA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excepcional. Normalmente trata-se de grandes instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, excelente situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial podem variar sem, contudo, afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é quase nulo.

AA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excelente. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado,

boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial podem variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é irrisório.

A

O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial podem variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é muito baixo.

BBB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada. Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial podem ter uma variação mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é baixo

BB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, mas vulneráveis às condições econômicas, gerais e setorial que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

B

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, tem uma vulnerabilidade grande às condições econômicas, gerais e setorial que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

CCC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setorial que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é alto.

CC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setorial que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é muito alto.

C

O banco apresenta péssima solidez financeira, exigindo eventual assistência externa. Tais instituições estão limitadas por um ou mais dos seguintes elementos: negócio de questionável valor; condições financeiras deficientes e um ambiente empresarial altamente desfavorável. O risco é altíssimo.

Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma escala de rating.

Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável ou

inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde é considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada.

As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em recomendação de investimento para todos os efeitos.

Para conhecer nossas escalas de rating e metodologias, acesse: www.austin.com.br

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