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Vivências M usicais: entrelaçando saberes através da prática pedagógica no PIBID M úsica/u F RN

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Vivências M usicais: entrelaçando saberes através da prática pedagógica no

PI B I D M úsica/U F RN

Catarina Aracelle Porto do Nascimento1

Mestranda em Música - PPGMUS (U FRN) catarinaaracelle@yahoo.com.br

Washington Nogueira de Abreu2

Mestrando em Música - PPGMUS (U FRN) washingtonlmusic@yahoo.com.br Resumo: Partindo da realização de uma oficina de vivências musicais ministrada em um Encontro Integrativo do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da UFRN, este artigo tem como objetivo principal refletir como os saberes musicais contribuem

com a formação inicial ao se entrelaçarem com os saberes de outras áreas do conhecimento,

buscando oferecer estratégias pedagógico-musicais significativas para a prática docente dos bolsistas participantes do programa. Como metodologia, utilizamos o relato de experiência fundamentado nos aspectos pedagógico-musicais que norteiam a prática pedagógica e as ações no PIBID Música/UFRN, como também na avaliação feita pelos próprios bolsistas participantes da oficina. Como resultados alcançados, podemos destacar o envolvimento dos bolsistas na oficina, possibilitando ações integradas e interdisciplinares na realização das atividades desta ação, bem como um maior conhecimento dos conteúdos musicais, reforçando a importância da música no processo de ensino-aprendizagem na educação básica.

Palavras chave: Vivências Musicais; PIBID; Prática Pedagógica.

Contextualizando o PI B I D M úsica/U F RN

Na busca por uma melhor qualidade de ensino, o governo tem investido em políticas públicas brasileiras voltadas para a qualificação e valorização da docência na formação inicial e continuada no ensino básico. Segundo Montandon (2012, p. 48), uma dessas políticas de formação de professores que tem crescido significativamente é o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Este programa foi criado em 2007 e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que tem como principais objetivos incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica; contribuir para a valorização do magistério; elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e

1 Supervisora do Subprojeto PIBID Música/ UFRN. 2 Supervisor do Subprojeto PIBID Música/ UFRN.

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educação básica e inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem3.

O PIBID Música/UFRN está em andamento em uma escola da rede estadual de ensino desde o primeiro edital, lançado em 2007, junto com as áreas de Língua Portuguesa, Matemática, Física, Química e Biologia, e em 20114 renovou suas atividades desenvolvendo os mais diversos tipos de ações: Minicursos de formação em habilidades específicas, ligadas ao ensino da música; atividades a serem realizadas no âmbito da sala de aula, com o objetivo de sistematizar uma habilidade ou fixar um conteúdo; ações a serem realizadas com o objetivo de formar plateia ou discutir ideias relacionadas ao papel da música e seu poder como agente social, político e educacional e eventos a serem realizados fora da escola (ou entre as escolas participantes), com o objetivo principal de integrar estruturas acadêmicas da UFRN com grupos de alunos da escola participante, entre outros (SUBPROJETO PIBID MÚSICA, 2011, p. 4). Diante dessas perspectivas, Montandon nos afirma que

[...] o projeto abre possibilidades de realização de trabalhos colaborativos entre professores da universidade, professores em exercício e licenciandos, em várias dimensões: coparticipação do professor em exercício na formação do licenciando, formação continuada dos professores em exercício, e estímulo para que o professor universitário, formador de futuros professores, conheça o mundo de trabalho real. A ideia é estar com alunos na escola básica, formando grupos de trabalho e desenvolvendo ações, em constante processo de diálogo, reflexões, troca de conhecimentos e experiências compartilhadas nos e para os diversos momentos e situações da escola (MONTANDON, 2012, p. 55).

Esse subprojeto é pioneiro no Brasil na área de música (MONTANDON, 2012, p. 54) e tem como principal objetivo fomentar a iniciação à docência, através da prática presencial e da análise reflexiva, numa ação junto a profissionais qualificados de ensino, incentivando a formação de educadores musicais para atuarem na educação básica, pois

3 Disponível em: < http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid >, acesso em 13 de julho de 2013 (grifo

nosso).

4 Neste edital, o PIBID Música/UFRN ampliou a quantidade de bolsistas de 6 para 15, mais um supervisor

(professor de música da rede pública de ensino) foi somado ao grupo e também mais uma escola, sendo esta da rede municipal.

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diferentemente da maioria das outras disciplinas do projeto, que têm como foco de observação o ensino mais avançado, realmente praticado nas turmas de ensino médio, a música pode ser ensinada e praticada, em todas as suas nuances, e envolvendo todos os processos didático pedagógicos em qualquer faixa etária, observando-se os aspectos cognitivos de cada uma delas (SUBPROJETO PIBID MÚSICA, 2011, p. 2).

Partindo da perspectiva da ação dos minicursos de formação em habilidades específicas, ligadas ao ensino da música, os supervisores do subprojeto de Música, a convite do coordenador institucional do PIBID/UFRN, ministraram uma oficina intitulada ³9LYrQFLDV Musicais: ferramentas interdisFLSOLQDUHV SDUD D DSUHQGL]DJHP´ Seu público-alvo eram os bolsistas participantes do programa das mais diversas áreas do conhecimento presentes no VI Encontro Integrativo PIBID/UFRN que ocorreu nos dias 7 e 8 de junho de 2013. O principal objetivo era proporcionar aos participantes estratégias de ensino a partir de vivências musicais, desenvolvendo a interdisciplinaridade, utilizando a música como um instrumento de significação na construção do conhecimento que permeia o processo de ensino e aprendizagem escolar do aluno.

O Encontro Integrativo é uma estratégia que o PIBID da UFRN utiliza com o objetivo de reunir e integrar todos os participantes (coordenadores institucional e de gestão, coordenadores de área, professores supervisores e bolsistas licenciandos) de todas as áreas do conhecimento que o programa contempla. São proporcionados também aos participantes momentos de formação docente através de oficinas, palestras e mesas redondas, além de troca de experiências através da exposição dos trabalhos desenvolvidos nas escolas conveniadas. O PIBID da UFRN já realizou seis encontros integrativos e sua periodicidade é semestral.

Diante disso, este artigo tem como objetivo refletir como os saberes musicais contribuem com a formação inicial ao se entrelaçarem com os saberes de outras áreas do conhecimento, buscando oferecer estratégias pedagógico-musicais significativas na prática docente e reforçar a importância da música na formação do aluno da educação básica.

PI B I D M úsica/U F RN: entrelaçando saberes através da prática pedagógica

$RILFLQD³9LYrQFLDV0XVLFDLVIHUUDPHQWDVLQWHUGLVFLSOLQDUHVSDUDDDSUHQGL]DJHP´ ocorreu no dia 7 de junho de 2013 no período da manhã durante o VI Encontro Integrativo PIBID/UFRN com a participação de 32 bolsistas licenciandos das mais diversas áreas do

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conhecimento como Letras ± Língua Portuguesa, Educação Física, Teatro, Pedagogia, Filosofia, História, Matemática, Geografia e Música.

As vivências musicais desenvolvidas nesta ação contemplaram quatro eixos do processo de formação do aluno: Socialização através de dinâmicas que motivaram as relações sociais entre os participantes; Ritmo e Musicalização por meio de atividades corporais que desenvolveram a musicalidade e a percepção rítmica; Improvisação mediante exercícios que trabalhavam a concentração e a prontidão e, por fim, Criação e Apreciação por intermédio de práticas que estimulavam a criatividade e a atenção. Acreditamos que dessa maneira, a fundamentação e a interdisciplinaridade de cada atividade desenvolvida foi melhor explorada e vivenciada pelos participantes, proporcionando a eles a construção de um conjunto de ferramentas pedagógico-musicais a partir da prática.

Apenas para citar um exemplo, apresentamos DDWLYLGDGH³%ULQFDQGRFRPRVFRSRV´ que executamos com os envolvidos durante a oficina. A escolha desse exercício se deu por diversos motivos: primeiramente porque ela trata de conteúdos musicais como timbre, duração, intensidade, composição, pulso e ritmo, elementos estes que estão presentes durante todo o processo de formação do aluno da educação básica. Por termos como fundamento norteador da oficina a interdisciplinaridade, utilizamos como recurso D SDUOHQGD ³9LYD HX viva tu, vLYD R UDER GR WDWX´ onde trabalhamos elementos como lateralidade, psicomotricidade, coordenação motora, contagem, performance, socialização, letramento, diversidade, concentração, prática de conjunto e processos criativos. E, principalmente, pela necessidade de se desenvolver a prática em sala de aula, levando o aluno a construir esses conceitos a partir da vivência, tornando esse aprendizado muito mais significativo. Dentro dessas perspectivas, iremos ilustrar essa reflexão com trechos de depoimentos escritos pelos participantes ao final da oficina. É como nos afirma o depoimento da bolsista A do PIBID Educação Física/UFRN:

'HSRLV GD SDUWLFLSDomR QD 2ILFLQD ³9LYrQFLDV PXVLFDLV IHUUDPHQWDV interdiscLSOLQDUHVSDUDDDSUHQGL]DJHP´pude observar algumas atividades relacionadas a uma área muito importante na Educação Física, a Psicomotricidade, onde um dos seus fundamentos trabalhados é a noção de ritmo dos nossos alunos. Observamos o ritmo no caminhar e na corrida, a maneira como o aluno desenvolve a atividade irá depender do seu ritmo corporal. Além disso, de se encaixar em um dos conteúdos trabalhados na escola: atividade rítmica e expressiva, a oficina proporcionou uma lembrança do que estudei até aqui em meu curso, abrangendo ainda mais o meu olhar em ferramentas para o desenvolvimento motor dos nossos alunos,

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ampliando assim a cultura corporal do movimento dos mesmos através das mais diversas vivências (Depoimento da bolsista A concedido em 7 de junho de 2013, grifo da autora)5.

E também o depoimento da bolsista B do PIBID Letras/UFRN:

A oficina não foi como eu esperava que fosse! Foi muito melhor do que eu poderia imaginar. Pois, no encontro anterior tinha sido remanejada para uma oficina na qual não foi do meu agrado. Quando optei por esta, o nome foi o que me chamou atenção. E assim foi, bem proveitosa do início ao fim. (X YLP EDVWDQWH PRWLYDGD SRLVD P~VLFD SUHHQFKH RTXH DV ³/HWUDV´ QmR conseguem. Faço um trabalho de literatura que trata da análise de uma canção e precisa de oficinas/dinâmicas com motivação e a partir de hoje as LGHLDV HVWmR ³SLQWDQGR´ QD FDEHoD (P VtQWHVH p LVVR *RVWHL EDVWDQWH D turma mostrou-se bastante entrosada (Depoimento da bolsista B concedido em 7 de junho de 2013, grifos da autora).

Kraemer (2000) nos afirma que a pedagogia da música está entrelaçada com outros saberes, pois ela possui uma peculiaridade que a destaca de outras disciplinas. Diante disso, a proposta foi desenvolver atividades que envolvessem aspectos pedagógico-musicais e interdisciplinares, oportunizando aos bolsistas participantes acesso a uma gama de ferramentas pedagógicas visando um processo de aprendizagem significativo para os alunos da educação básica. De acordo com Martinez; Pederiva,

a atividade musical é característica da convivência do homem em grupos e contribui para a formação de sua identidade. A música possibilita que o homem evolua com relação a sua forma de estar no mundo e, por isso, ela é tão importante para a sobrevivência do ser humano, e para a organização social (MARTINEZ; PEDERIVA, 2011, p. 55).

Dentro das várias possibilidades de atividades, a oficina de educação musical propôs uma conexão entre saberes, proporcionando aos pibidianos6 cursistas uma experiência vivencial com a música, quebrando, dessa forma, o paradigma de que a música só serve para diversão e entretenimento. E essa busca pela compreensão musical, só foi possível devido à construção coletiva do conhecimento através da prática, ou seja, todos os envolvidos faziam parte do processo de ensino e aprendizagem musical. A avaliação da bolsista C do PIBID Geografia/UFRN ilustra essa perspectiva:

5 Todos os depoimentos dos bolsistas sobre a oficina foi feito por escrito, por isso preservamos o texto na íntegra

apresentando-os em itálico e fazendo referência a cada um deles por um pseudônimo com uma letra do alfabeto.

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A maioria das atividades lúdicas foi de singular relevância e divertimento, além de divertir os alunos estas atividades servem como treino na parte de percepção, agilidade, destreza, imaginação e criatividade, que podem ser utilizadas pelas diversas áreas do saber e nos mais diversos níveis ± fundamental, médio e até superior (Depoimento da bolsista C concedido em 7 de junho de 2013).

Partindo da perspectiva de que a busca pelo conhecimento deve ser uma constante do educador em formação inicial ou continuada, os conhecimentos construídos e vivenciados a partir da oficina contribuem de forma significativa no processo de formação inicial dos bolsistas, pois os mesmos se encontram em fase de (re) construção desses conceitos e dessas ações pedagógicas em suas áreas específicas. Podemos observar isso na afirmação da bolsista D, onde ela considera que³Esta oficina foi de inteira relevância para a nossa prática no dia a dia da sala de aula, nos trazendo sugestões para isto´ 'HSRLPHQWRGDEROVLVWD' concedido em 7 de junho de 2013). Diante dessa realidade, nós utilizamos o próprio corpo e objetos do cotidiano para desenvolver as atividades por acreditar que o aluno da educação básica conseguirá se inserir melhor no contexto proposto pelo professor por possuir uma relação de identidade com ferramentas que fazem parte do seu dia a dia e também porque na maioria das escolas da rede pública de ensino onde o PIBID/UFRN atua, não há materiais específicos necessários para que as práticas pedagógicas sejam desenvolvidas de maneira adequada. Com isso, houve uma interação entre os participantes na (re) construção do conhecimento, buscando sempre pensar na atividade dentro da sua área específica, como destaca a bolsista E: [...] ótima a oficina, primeiro porque pensei que seria a apresentação de músicas, e não essa interligação (relação) com o nosso corpo. E assim podemos descobrir os sons que estão até mesmo no silêncio. E também pela importância de sentir o outro, ouvir e tocar ± D ³PHOKRU´ IRUPD GH socialização (Depoimento da bolsista E concedido em 7 de junho de 2013, grifo da autora).

As atividades eram musicais, mas esse contexto não interfere na (re) adaptação das mesmas para outras áreas do conhecimento, desenvolvendo assim, habilidades e confecções de seus próprios materiais. Citando um projeto realizado em Londrina, Kleber; Cacione refletem sobre interdisciplinaridade destacando que

os participantes, ao serem incentivados à busca, a aventurar-se, exercitando interagir com outras áreas do conhecimento, imprimiram uma conotação positiva aos erros e acertos que, nessa perspectiva, funcionou como um

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valioso instrumento pedagógico ao permitir voltar, refletir, reestruturar o processo em desenvolvimento (KLEBER; CACIONE, 2010, p. 77).

No PIBID, todos são convidados a ser um docente reflexivo em suas atitudes, conceitos, práticas e metodologias de forma que o pensamento em atividades práticas se torne uma constante para se produzir a teoria, ou seja, o educador deve sempre criar e experimentar alternativas pedagógicas a partir da observação e do conhecimento prévio que seus alunos trazem consigo para que novos conhecimentos sejam constantemente gerados e modificados. Para isso, é necessário que sejam oferecidas, desde a formação inicial, disciplinas favoráveis a essa prática, bem como articuladas com as escolas de educação básica. Preocupada com esse aspecto, Penna nos afirma que,

já a formação do professor reflexivo requer, obviamente, um outro modelo GHIRUPDomREDVHDGRQDµUDFLRQDOLGDGHSUiWLFD¶. Neste, a prática é o eixo da formação do professor, de modo que as disciplinas pedagógicas e científicas são propostas no currículo de modo concomitante e articulado. O contato com a prática docente ocorre desde o início do curso, pois desse envolvimento com a realidade prática deveriam se originar os problemas e questões a serem levados para discussão nas disciplinas teóricas (PENNA, 2010, p. 31).

Diante disso, podemos afirmar a importância da educação musical na construção do conhecimento e na formação do ser humano, onde a música com sua característica interdisciplinar fomenta, modifica e (re) significa todo esse processo educacional. E o PIBID Música/UFRN vem consolidando seu trabalho de formação docente de maneira consistente e inovador, proporcionando aos futuros professores de música e de outras áreas do conhecimento um conjunto de estratégias e ferramentas eficazes no processo de ensino e aprendizagem da educação básica.

Vejamos que em apenas uma atividade, são contemplados vários conteúdos de diversas áreas do conhecimento dando, assim, uma contribuição interdisciplinar na aprendizagem. A atividade começou pensando em um diagnóstico da turma, observando os acertos e erros e, com isso, conseguimos que todos participassem. A mediação foi feita respeitando o nível de desenvolvimento de cada um e concomitante o auxílio dos colegas foi incentivado nos desafios propostos. A atividade dos copos dentro da oficina de educação musical possibilitou trabalhar a integração dos conteúdos diversos, pensando também na diversidade dentro do grupo. Daí a importância de uma oficina que tem como base a vivência

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musical para prática pedagógica, pois entendemos que sempre é importante que cursos dessa natureza auxiliem na dialogicidade, pois

[...] concorre para o sucesso dos processos de ensino e de aprendizagem e, através destes, para a formação e o trabalho docentes. Por tudo isso, afirmamos que as oficinas pedagógicas musicais servem tanto para a formação contínua do educador quanto para a construção criativa e coletiva do conhecimento pelos educandos (KEBACH; DUARTE; LEONINI, 2010, p. 67).

A formação inicial e continuada dos professores ministrantes da oficina foi fator primordial para o planejamento, onde se buscou pesquisar conhecimentos de outras áreas que fossem contemplados nas atividades propostas durante o minicurso, como também na execução e nos resultados alcançados na ação proposta pelo PIBID Música/UFRN, cujo programa contribuiu de forma direta no processo formativo de ambos.

Considerações F inais

O PIBID proporciona uma ampla oportunidade de o licenciando estar desde cedo em contato com a prática pedagógica em sala de aula como bolsista, pois ao observar, analisar, intervir e até propor alternativas que enriqueçam o processo educacional do aluno, ele estará fomentando a busca e a construção do conhecimento que deve ser uma constante por parte de todos os envolvidos nesse processo formativo. Como nos diz Melsbach et al.,

entendemos que, para que o licenciando perca o receio de atuar na educação básica, faz-se necessária uma formação que lhe proporcione ferramentas para uma atuação consciente e crítica neste contexto. Para tanto, participar de um projeto de iniciação à docência é uma oportunidade de, ao vivenciar a dinâmica da escola pública, conhecer sua realidade e adquirir subsídios que dêem apoio às suas práticas (MELSBACH et al., 2010, p. 4338).

Com isso, podemos observar que a formação inicial do educador é de suma importância para a reflexão e quebra de paradigmas das concepções e conceitos, em especial, aqui, a música. Por ser uma área do conhecimento que necessita de estudo, prática e reflexão, a música tem seu lugar na escola e ela deve ser inserida no dia a dia escolar de forma significativa junto com as outras áreas do conhecimento para que novos saberes sejam construídos (BELLOCHIO; FIGUEIREDO, 2009, p. 37).

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A oficina nos proporcionou uma atuação interdisciplinar pensando sempre que a união de várias áreas do conhecimento pode ser um grande aliado na prática pedagógica educacional, pois segundo Cavalcante (2004), a interdisciplinaridade ocorre quando ³duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para aprofundar o conhecimento´ (CAVALCANTE, 2004, p. 52).

Da mesma forma que houve uma apreensão de saberes musicais pelos pibidianos, os ministrantes, supervisores do subprojeto PIBID Música/UFRN, também ampliaram seus conhecimentos pela troca de experiências entre os envolvidos.

A partir das reflexões apresentadas, esperamos que este artigo contribua para a ampliação das discussões sobre o processo de formação de professores e que o PIBID possa cada vez mais conduzir o licenciando à busca constante pelo conhecimento.

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Referências

BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro; FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. Cai, cai balão... Entre a formação e as práticas musicais em sala de aula: discutindo algumas questões com professoras não especialistas em música. Música na Educação Básica, Porto Alegre, vol. 1, n. 1, p. 36-45, 2009.

CAPES. Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência ± Pibid. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid >, acesso em 13 de julho de 2013. CAVALCANTE, Meire. Interdisciplinaridade ± um avanço na educação. Revista Nova Escola. Agosto, 2004.

Disponível em: < http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/interdisciplinaridade-avanco-educacao-426153.shtml >, acesso em 15 de julho de 2013.

KEBACH, Patrícia; DUARTE, Rosangela; LEONINI, Márcio. Ampliação das concepções musicais nas recriações em grupo. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 24, 64-72, set. 2010. KLEBER, Magali Oliveira; CACIONE, Cleusa Erilene dos Santos. Uma experiência interdisciplinar no curso de Licenciatura em Música da Universidade Estadual de Londrina. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 23, 75-83, mar. 2010.

KRAEMER, Rudolf-Dieter. Dimensões e Funções do conhecimento pedagógico-musical. Trad. Jusamara Souza. Em Pauta, Porto Alegre, v. 11, n. 16/17, p. 50-73, 2000.

MARTINEZ, Andréia Pereira de Araújo; PEDERIVA, Patrícia Lima Martins. As concepções dos professores de Educação Infantil acerca da atividade musical. In: CONGRESSO ANUAL DA ABEM, 20., 2011, Vitória. Anais... Vitória: ABEM, 2011. p. 52-61.

MELSBACH, Detlef Lothar Matthias et al. O Ensino de Música no Colégio Dom Abel: experiências do programa de iniciação à docência (PIBID). In: CONGRESSO DE

PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO, 7., 2010, Goiânia. Anais... Goiânia: CONPEEX, 2010. p. 4337-4341.

MONTANDON, Maria Isabel. Políticas públicas para a formação de professores no Brasil: os programas Pibid e Prodocência. Revista da ABEM, Londrina, v. 20, n. 28, p. 47-60, 2012. PENNA, Maura. Mr. Holland, o professor de música na educação básica e sua formação. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 23, 25-33, mar. 2010.

SUBPROJETO PIBID MÚSICA. Subprojeto PIBID de licenciatura em Música. Natal, 2011. Disponível em: <http://pibid.ufrn.br/documento.php?c=3&id=76674648>, acesso em 15 de julho de 2013.

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