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A INTERCULTURALIDADE NAS AULAS DE INGLÊS: UM ESTUDO QUALITATIVO REALIZADO COM OS PROFESSORES DAS ESCOLAS PÚBLICAS E MUNICIPAIS DE BLUMENAU.

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Academic year: 2021

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A INTERCULTURALIDADE NAS AULAS DE INGLÊS: UM ESTUDO

QUALITATIVO REALIZADO COM OS PROFESSORES DAS ESCOLAS PÚBLICAS E MUNICIPAIS DE BLUMENAU.

Karina Gebien (PMB)

karinagebien@yahoo.com.br

1. Introdução

Durante muitos anos a história do ensino e aprendizagem da Língua Inglesa baseou-se em diferentes métodos de abordagem onde o foco era quase sempre a melhor forma de se aprender a língua alvo. Assim, desde o método de gramática e tradução até as habilidades baseadas em ‘tarefas’ (task based skills) ou a abordagem comunicativa, métodos diversificados vieram à tona e fizeram com que muitos alunos, inclusive os próprios professores, aprendessem a Língua Inglesa. Alguns destes métodos costumavam abordar em suas lições aspectos culturais, onde acabavam prevalecendo aqueles do círculo interno (Kachru, 1985) ou melhor dizendo – Estados Unidos e Inglaterra.

De um outro lado, mas não se opondo a estes métodos, atualmente o que passamos a encontrar nos estudos mais recentes da Linguística Aplicada é justamente como estes aspectos culturais devem ser levados em consideração durante as aulas. Desta forma, não somente a cultura americana e/ou britânica devem ser levadas em consideração durante as aulas, mas sim todas as culturas onde o inglês é usado devem ser levadas em consideração.

Quando todas as culturas onde o inglês é usado são levadas em consideração, podemos dizer que há um ensino intercultural da língua. Este assunto já foi e vem sendo discutido por alguns pesquisadores como Kramsch (1993) que aborda o conceito de cultura 3 (C3) que é o espaço intermediário entre a cultura da língua materna (C1) e a cultura da língua alvo (C2). Ainda, Crozet, Liddicoat e LoBianco (1999) propuseram três diferentes níveis de interculturalidade: aprender sobre a cultura, comparar culturas e exploração da interculturalidade. No Brasil pesquisas como de Gimenez (2002) e Sarmento (2004) despertam o estudo da interculturalidade diante de nossa realidade e do que pensam os professores de inglês sobre o assunto.

Nesta pesquisa aqui relatada somente uma parte da análise dos dados, os professores de Língua Inglesa das escolas públicas e municipais de Blumenau foram convidados a

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participarem, primeiramente, a responderem um questionário sobre questões diversificadas – como o nível de escolaridade, horas trabalhadas semanalmente, entre outros aspectos pessoais e profissionais – e também daquelas específicas da linha de pesquisa como – o que é cultura, o que entende por interculturalidade entre outras, como poderão ser observados nos relatos e explanações das seções a seguir.

2. Discussão teórica

2.1 A visão de Kramsch’s sobre interculturalidade: o terceiro espaço.

Claire Kramsch acredita que a cultura faz parte da vida das pessoas e por isso afeta o ensino e a aprendizagem também. Baseado nesta ideia é praticamente impossível ter, na sala de aula, as rotinas diárias de modo neutro com relação à cultura, pois: “Ela (a cultura) está sempre conectada aos valores morais, noções de bom ou mau, certo ou errado, bonito ou feio”1 (Kramsch, 1993, p. 2 traduzido por mim). Como podemos perceber, a sala de aula é a oportunidade, então, que temos para trabalhar essas diferenças culturais.

De acordo com Kramsch (1993), há três modos2 de abordagem cultural quando ensinamos uma língua que se diferem de acordo com os objetivos que tentam alcançar. O primeiro está de acordo com a ‘cultura como informação’ – são informações estatísticas da cultura (pp. 23-24). Essa abordagem está mais preocupada com os fatos acima de seus significados, o que não oportuniza os estudantes a pensarem sobre as atitudes estrangeiras, os valores deles em relação aos outros e consigo mesmos.

A segunda abordagem discutida pela autora é ‘ a cultura interpretativa’ (p. 24). Essa definição vem da psicologia ou antropologia que fazia uma relação entre culturas. De acordo com Kramsch (1993), são dados conceitos chaves para que os estudantes de línguas interpretem um fenômeno da língua alvo (p. 24). Os estudantes são receptores passivos e eles precisam interpretar aspectos culturais de acordo com a sua própria realidade, não sendo instigados a conhecer os conflitos e contradições quando deparam-se com o ‘outro’.

A terceira abordagem é aquela que defendo como fundamental para o ensino de qualquer língua estrangeira. Para Kramsch (1993), língua e cultura têm uma relação muito próxima. Essa relação entre língua e cultura é que leva ao método intercultural que faz com que os estudantes reflitam sobre seus próprios significados e àqueles dos falantes ‘nativos’ e

1 It [culture] is always linked to moral values, notions of good and bad, right and wrong, beautiful and ugly. 2 Todos esses modos foram traduzidos e adaptados para o português por mim.

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“é entre este diálogo com os outros, falantes nativos e não nativos, que os estudantes descobrem quais formas de falar e pensar eles compartilham com os outros e quais são únicas para eles”3

(Kramsch, 1993, p. 27, traduzido por mim).

2.2 Crozet, Liddicoat and Lo Bianco’s intercultural approach.

Crozet, Liddicoat e Lo Bianco (1999) definem quarto importantes paradigmas que representam as mudanças no ensino de línguas com relação à cultura: ‘o tradicional ‘estudos culturais’, ‘cultura como práticas’ e a ‘abordagem intercultural’. Um breve resumo deles será apresentado a seguir.

O primeiro paradigma – o tradicional – a forma escrita é a primeira forma de mediação cultural. É através dos textos escritos – como a literatura e a linguagem da literatura – que os valores culturais residem, ou seja, para o estudante o modelo é o falante nativo, mas há poucas expectativas de comunicação com este. A relação da língua e da cultura é muito pequena.

Outro paradigma é o ‘estudos culturais’ Este paradigma substitui o anterior no sentido de que este significa aprender sobre os países, ou mais especificamente aprender a história, geografia etc. É mais uma questão de situar-se no país estudado do que priorizar textos, é mais lidar com políticas do que com pessoas, como os autores mencionam (p. 8). Nesta perspectiva, a função da lingual é a comunicação, diferente do anterior, ou como os próprios autores comentam, é mais uma questão de ‘guia-se turisticamente com o outro’. A conexão entre língua e cultura é bem mais tênue, pois aqui a língua é usada para nomear as coisas, não há conexão entre ela e a cultura do país.

‘Cultura como práticas’ é o terceiro paradigma. Aqui as práticas e valores que tipificam uma cultura são levadas em consideração quando são usadas de forma coletiva. Porém, nesta abordagem o estudante acaba ficando com a sua própria interpretação do outro, somente observando e interpretando as palavras e ações de um outro interlocutor de outra realidade cultural (p. 9). O problema desta abordagem é justamente a distância entre língua e cultura, pois os valores e práticas do outro acabam ficando desconectados do contexto lingüístico e cultural de onde são usados. A cultura aqui é estática e homogênea, deixando, pois, o risco de estereótipos muito elevado.

A última abordagem discutida pelos autores é a intercultural. Muito similar às ideias de Kramsch, Crozet e Liddicoat (1999) constroem seu conceito intercultural em três níveis de

3 it is through dialogue with others, native and non-native speakers, that learners discover which ways of talking

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aprendizagem intercultural: ‘aprender sobre a cultura’, ‘comparar culturas’ e ‘exploração intercultural’. Depois de aprender sobre a cultura, temos que estar aptos a compará-las, e para isso, é preciso ensinar a ‘línguacultura’ e constratá-la com a ‘línguacultura’ da língua aprendida (Crozet & Liddicoat, 1999, p.117). Finalmente, a ‘exploração intercultural’ acontecerá quando tivermos a habilidade de criar um terceiro espaço, que é o intermediário entre as duas culturas (Crozet & Liddicoat, 1999, p.118) similar à teoria de Kramsch (1993) sobre a perspectiva intercultural.

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2.3 Autores brasileiros sobre a abordagem intercultural: os trabalhos de Gimenez e Sarmento.

Tal qual as ideias de Kramsch e Crozet et al (1999), Gimenez (2002) discute também alguns aspectos fundamentais para se trabalhar a cultura em sala de aula, bem como a importância da abordagem intercultural. Para a autora três diferentes abordagens são percebidas quando observado o ensino de cultura em sala: a tradicional, onde a cultura é vista como um ‘produto’ (literatura, música etc) e está mais ligada a fatos e informações. Na segunda abordagem, a cultura como prática social, a cultura é vista como um jeito de agir coletivamente através da linguagem. A língua está próxima à cultura, porém o foco está no modo de agir e pensar do outro. Por fim, na última abordagem temos o foco da interculturalidade, onde a cultura é um modo de ver o mundo e o objetivo do ensino desta é a criação de um terceiro espaço, aquele defendido por Kramsch (1993, p. 210)4, entre a cultura nativa e a língua nativa e a cultura do outro e a língua do outro.

Esta importância dos aspectos culturais serem discutidos em sala também foram discutidos pela pesquisadora Sarmento (2004) que propôs uma pesquisa muito interessante para descobrir aspectos culturais que eram negociados em sala de aula pelos professores. No seu estudo ela identificou diferentes visões sobre cultura apresentadas em sala: ‘cultura como comportamento/costumes; cultura como informação; cultura como língua e cultura como história.

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The only way to start building a more complete and less partial understanding of both C1 and C24 is to develop

a third perspective, that would enable learners to take both and insider’s and outsider’s view on C1 and C2. It is precisely that third place that cross-cultural education should seek to establish.

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3. Análise de dados

Em Blumenau temos 50 escolas públicas e municipais com aproximadamente 22.000 estudantes regularmente matriculados. 11 dessas são consideradas isoladas e por isso não oferecem o ensino da Língua Inglesa - somente da Língua Alemã - por conta da forte influência germânica nessas localidades mais isoladas de Blumenau. Das outras 39 restantes 13 possuem implantado um projeto chamado PLURES onde tanto a Língua Inglesa como também a Língua Alemã são oferecidas desde o 4º ano.

No ano desta pesquisa que foi 2012, a Prefeitura Municipal de Blumenau contava com 22 professores de Língua Inglesa efetivos e 20 temporários – 42 professores no total. Somente 24 participaram espontaneamente desta pesquisa. Todos esses professores foram convidados em uma das formações continuadas de início de ano letivo, bem como puderam tomar conhecimento da pesquisa através de uma pequena explicação da pesquisadora naquele momento. Após algumas semanas sem resposta, emails foram mandados a afim de lembrá-los da entrega dos questionários, fechando então no número de participantes acima mencionado.

Desses 24 professores que entregaram seus questionários respondidos, os professores trabalham em uma média de 40 horas semanais, ou seja, o dia inteiro quatro vezes por semana. O gráfico a seguir ilustra melhor o resultado:

Figura 1: Horas trabalhadas por semana.

21% 4% 33% 17% 8% 4% 13%

Horas trabalhadas por semana

20 hours 35 hours 40 hours 45 hours 50 hours 60 hours Absent

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Outro item importante para se levar em consideração nesta pesquisa são os anos de experiência dos professores envolvidos na pesquisa. A maioria deles – 38% - possui de 1 a 10 anos, sendo que bem próximo a esta primeira porcentagem podemos perceber que 21% têm de 15 a 20 anos. Isto mostra a maioria dos participantes desta pesquisa não são professores novatos ou que ainda não tem experiência suficiente em sala de aula.

Figura 2: Anos de experiência.

Uma das perguntas chave que permeou o desenvolvimento desta pesquisa foi: “Defina o conceito de cultura que você usaria para ensinar inglês na sala de aula”. Esta pergunta é central para que pudéssemos entender as ideias que os professores pesquisados tinham do ensinar inglês dentro dos aspectos culturais e interculturais da língua.

Baseando-se nas quatro definições de cultura de Crozzet, Liddicoat, Lo Bianco (1999, p.8), as respostas dos professores para esta pergunta foram analisadas e encaixadas de acordo com as definições dadas pelos autores.

A primeira abordagem é a tradicional: o foco principal de abordagem da cultura está no texto em si e os aspectos culturais podem ser estudados nesta literatura escrita. Já a segunda abordagem são os estudos culturais: é a aprender sobre o país da língua alvo, a aprendizagem do outro. – nenhum professor foi classificado nestas duas definições.

Já a terceira abordagem é conhecida como ‘culturas como práticas’, ou seja, são as práticas e valores que caracterizam determinada cultura. 13 professores puderam ser encaixados nesta definição, pois não conectaram a cultura com o processo de ensino-aprendizagem. É por este motivo que também foi decidido também entrevistar alguns

4% 38% 21% 25% 4% 8% Anos de experiência 0 1 a 10 15 a 20 25 32 não resp.

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professores com respostas dúbias no questionário escrito, porém esta já é outra parte da pesquisa.

Por causa do grande montante de respostas classificadas de acordo com esta definição de cultura, duas subcategorias foram elaboradas para aprofundar a análise das respostas. Na primeira o conceito mais amplo de ‘cultura como práticas’ podem ser percebidas nas respostas que possuem a noção de cultura como povos ou nações e que estão relacionadas aos aspectos que tipificam e unificam as tradições, hábitos, pensamentos etc. Essa visão de cultura pode também ser considerada essencialista, pois as pessoas são consideradas homogêneas quando analisadas. As respostas a seguir comprovam esta visão:

“(...) Seus estudos e regras de convivência. Ao ensinar uma língua inglesa, automaticamente transmitimos todo esse estilo de viver.”

“Tudo que caracteriza modo de viver, tradições de um povo, etc.”

“Cultura é o modo, a forma de um povo ou uma comunidade vive”

“Cultura são os costumes, hábitos, conceitos e preconceitos de um povo”

“É a maneira de ser de um povo: suas crenças, os costumes, sua arte, a lei, a moral;

“Modo de vida, costumes de uma determinada nação”.

“São as manifestações de um povo, que engloba tudo, desde sociais, artísticas, linguísticas, comportamentais, fazem parte da cultura, música, etc.”

“Cultura: conjunto de hábitos, crenças, costumes que permeiam uma sociedade”.

“É a soma de conhecimentos de um povo, raça, nacionalidade, é o modo de viver de uma região, país, comunidade”.

“Cultura como manifestação humana e construção de relações na sociedade e da história de um grupo.”

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Na segunda subcategoria podemos perceber respostas que também lidam com as práticas culturais que podem ajudar as pessoas na construção de seu crescimento individual e não mais tão coletivo como na subcategoria anterior:

“Creio que a cultura é algo em constante desenvolvimento. As pessoas que conhecemos, os lugares que visitamos, os livros que lemos tudo isso contribui para nossa evolução cultural”

“Cultura é tudo aquilo que os alunos trazem dos ambientes que frequentam, das atividades que participam.”

Somente um professor respondeu à pergunta de acordo com o que pratica em sala de aula, porém sua resposta não pode ser analisada em outra categoria se não a mesma: “Uso da linguagem prática músicas. Textos, outdoors, costumes e formas de comunicação entre diferentes nações”.

A quarta e última abordagem é, finalmente, a intercultural, porém os autores mencionam três etapas para que esta abordagem seja alcançada: aprender sobre a cultura, comparar culturas e exploração intercultural. Os três professores escolhidos foram classificados de acordo com a primeira etapa, por isso suas respostas podem ser interpretadas como contendo uma percepção inicial de ensino intercultural em sala de aula:

“Não sei se entendi muito bem essa pergunta, mas respondendo ao que eu entendi eu uso a cultura de acordo com o que estou ensinando dando exemplos dos aspectos semelhantes e dos que diferem.”

“Faço um comparativo entre as culturas brasileira e estrangeiras em sala.”

Uma das respostas ilustra perfeitamente a interculturalidade em sala de aula:

“Vejo a cultura como uma identidade. Dos costumes a alimentos, tudo é cultural. Desta forma, ensinar Inglês é desvendar e aproximar os alunos de uma outra cultura, ao mesmo tempo que relacionamos/comparamos com a nossa.”

Neste trecho pode-se perceber que o professor sintetiza tudo o que define a cultura: identidade, costumes gerais e o mais importante: a relação entre o outro e a cultura do próprio aluno quando ensina-se a língua.

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Interessante que um dos professores parece ter uma visão intercultural, porém com uma atitude patriótica ao mesmo tempo:

“Gosto de trabalhar Língua Inglesa dentro de nossa realidade, nossa cultura e festas. Menciono a cultura dos países onde fala o Inglês como língua maternal, mas não as reforço e nem as trago para o nosso dia, ou seja, Valentine’s day para nós é no dia 12/06 e pronto”.

Outros sete professores tiveram respostas que não puderam ser analisadas de acordo com a proposta de Crozet, Liddicoat and Lo Bianco (1999). Vale ressaltar que para se fecharem 24 respostas falta um professor, porém este que falta recusou-se responder as perguntas subjetivas alegando falta de espaço para escrever tudo o que seria necessário para responder a questão. As respostas diferenciadas tem a ver com a questão de identidade: “O que nos constitui. O que nos fez chegar até aqui e nos fará seguir”; inglês como língua internacional:

“Visto a cultura ser o padrão de comportamento e atitudes que caracterizam determinada sociedade, é importante ressaltar para os alunos os aspectos positivos e também negativos dos países nativos da língua inglesa, valorizando o uso desta língua a nível mundial.”

O inglês como língua global ou internacional com relação ao desenvolvimento tecnológico;

“Somos cidadãos em um mundo globalizado onde inglês é a língua internacional para comunicação e futuramente, ou melhor, atualmente contribui para nossa (minha) prática pedagógica e profissional. Daí vem cada vez mais o uso da tecnologia, especialmente do computador e todos seus atributos. São eles os alunos a geração tecnológica, cultura mundial.”

Outro também relaciona a sua resposta com questões de imperialismo linguístico: “Ensinamos a língua inglesa em função do imperialismo Americano. Na verdade sempre foi assim, posto que na idade média ensinava-se latim e assim por diante” e:

“Não há como ensinar uma outra língua sem mostrar ao aluno o que é a língua do país de origem e quais motivos nos levam a “necessitar” dela em nosso país. Como ela (a língua inglesa) invade nossa vida, as formas, a velocidade e o impacto disso em nosso cotidiano.”

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4. Considerações finais

No intuito de classificar as definições dadas pelos professores de Língua Inglesa das escolas públicas e municipais de Blumenau através de uma pesquisa qualitativa realizada através de questionários como primeira forma de abordagem, as quatro definições para abordagem cultural defendidas por Crozet, Liddicoat e Lo Bianco (1999) foram utilizadas – forma tradicional, estudos culturais, cultura como praticas e a abordagem intercultural.

Dos vinte e quatro professores que devolveram seus questionários respondidos, treze foram classificados com respostas próximas à teoria ‘cultura como praticas’, sete com respostas que não se encaixaram em nenhuma das categorias, e somente quatro com respostas do primeiro de três pilares de um ensino intercultural de inglês. É claro que, como mencionado anteriormente, muitos desses professores foram entrevistados, porém podemos adiantar que os mesmos três professores continuaram com as suas respostas classificadas como interculturais.

Os professores ainda precisam de mais informação sobre o ensino intercultural de inglês, mas esta informação somente chegará ao seu conhecimento se pudermos cada vez mais divulgar e realizar pesquisas dentro deste tema, pois infelizmente a cultura de muitos alunos e até professores está enraizada na visão de que temos falantes e países que devem ser o nosso objetivo de Língua Inglesa e é esta visão que muitas vezes é também disseminada aos nossos estudantes.

Para isso, faz-se necessária ainda mais pesquisas na área, não somente com questionários, mas a observação de sala é de suma importância para o crescimento da pesquisa nesta área. Além disso, cada vez mais precisamos fomentar em nossos professores a prática da educação reflexiva onde a pesquisa entra como uma forma de refletir sobre a prática, e não somente observar e registrar esta prática.

5. Referências

Crozet, C., Liddicoat, A. J. & LoBiaco, J. (1999). Introduction Intercultural Competence: from Language Policy to Language Education. In Crozet, C. Liddicoat, A. J. & Lo Bianco, J.(Eds.), Striving for the Third Space. Intercultural competencethroughLanguageEducation (pp. 113-125). Melbourne: LanguageAustralia.

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Gimenez, T. (2002). “Eles comem cornflakes, nós comemos pão com manteiga”:Espaços para reflexão sobre cultura na aula de Língua Estrangeira. Anais do IX EPLE – Encontro de Professores de Línguas Estrangeiras. Londrina: APLIEPAR.

Kramsch, C. (1993). Context and Culture in Language Teaching.UK: Oxford University Press.

Sarmento, S. (2004) Aspectos culturais presentes no ensino da língua inglesa. In S. Sarmento & Muller, V. (Eds.) O Ensino do inglês como língua estrangeira: estudos e reflexões. Porto Alegre: Apirs.

Referências

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