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BEATRIZ VIEIRA DE OLIVEIRA DEPRESSÃO: TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E PECULIARIDADES NO DIAGNÓSTICO. Bacabal MA 2020

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BEATRIZ VIEIRA DE OLIVEIRA

DEPRESSÃO: TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E

PECULIARIDADES NO DIAGNÓSTICO

Bacabal – MA 2020

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BEATRIZ VIEIRA DE OLIVEIRA

DEPRESSÃO: TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E

PECULIARIDADES NO DIAGNÓSTICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras como requisito parcial para a obtenção do título de graduação em Farmácia.

Tutora: Prof.ª Esp.: Jéssica Rufino.

Bacabal – MA 2020

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BEATRIZ VIEIRA DE OLIVEIRA

DEPRESSÃO: TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E

PECULIARIDADES NO DIAGNÓSTICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras como requisito parcial para a obtenção do título de graduação em Farmácia.

BANCA EXAMINADORA

Tutora: Prof.ª Esp.: Jéssica Rufino

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pois sem Ele não teria chegado até aqui.

A minha vó e minha mãe que apesar de todas as dificuldades, me ajudaram na realização do meu sonho.

Aos meus amigos de trabalho e parceiros de pesquisa, por toda a ajuda e apoio durante este período tão importante da minha formação acadêmica.

Aos meus professores e mestres que alicerçaram meu saber repassando seus conhecimentos e experiências para que eu pudesse ter uma educação de qualidade. Em especial à minha tutora Prof.ª Msc Jéssica Rufino pelos seus ensinamentos e orientação segura e precisa neste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Aos demais profissionais que atuam na Faculdade Pitágoras Polo Bacabal que em sua excelência realizam um trabalho de alta qualidade e eficiência na educação superior.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização da minha pesquisa.

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Nunca despreze as pessoas deprimidas. A depressão é o último estágio da dor humana.

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OLIVEIRA, Beatriz de. Depressão: tratamento farmacológico e peculiaridades no diagnóstico. 2020. 32 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Faculdade Pitágoras, Bacabal – MA, 2020.

RESUMO

A temática que aborda a depressão está sempre em evidência, pois para muitos estudiosos este é o mal do século, sendo analisadas em vários campos do estudo humano como a Psicologia, a Psiquiatria dentre outros, tendo destaque principalmente por não ter em si padrões em suas características, pois tanto o branco quanto o negro, o pobre quanto o rico, ou os mais jovens quanto os mais velhos podem estar em risco desta condição clínica. Deste modo, o presente estudo caracteriza-se pelo interesse e a importância em se conhecer as peculiaridades do diagnóstico da depressão, e também o seu tratamento farmacológico. Sendo de grande valia para a busca e captação de informações que são imprescindíveis para a formação no curso de Farmácia da Faculdade Pitágoras. Neste exposto o referido Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) teve a seguinte problemática: Quais as peculiaridades no diagnóstico e tratamento farmacológico da depressão? Assim, o presente proposto teve como objetivo geral expor as peculiaridades no diagnóstico e tratamento farmacológico da depressão, já seus objetivos específicos permeiam conceituar e caracterizar a depressão, além de demonstrar os tipos de diagnóstico e tratamento farmacológico da depressão e destacar como os fármacos agem no organismo das pessoas com depressão e seus benefícios. O estudo tem caráter descritivo com o uso da metodologia qualitativa, caracterizando-se como um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com referencial teórico, sendo que o teor do estudo refere-se a obras datadas de 2009 aos dias atuais que embasam o seu bojo e alicerçam os conceitos e concepções da referida temática em questão, exceto publicações com dados e marcos histórico. Para isso foi realizada uma revisão literária utilizando as bases dos dados LILACS e da MEDLINE, além da SciELO no intuito de identificar artigos científicos que foram publicados entre os anos de 2010 a 2019. Foi usada também a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Ao término do estudo percebeu-se que o tratamento farmacológico é complexo, pois muitos indivíduos não conseguem assimilar que têm esta patologia, atribuindo que ela não é inerente ao seu comportamento. O diagnóstico possui peculiaridades em sua realização, logo, para muitos não fica evidente esta condição clínica, sendo necessária a intervenção de uma equipe multidisciplinar e multiprofissional no qual o Farmacêutico é o mais indicado para direcionar quanto aos cuidados da terapia farmacológica juntamente com esses outros profissionais.

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OLIVEIRA, Beatriz de. Depression: pharmacological treatment and peculiarities in the diagnosis. 2020. 32 sheets. Course Conclusion Paper (Graduation in Pharmacy) - Faculdade Pitágoras, Bacabal - MA, 2020.

ABSTRACT

The theme that addresses depression is always in evidence, because for many scholars this is the evil of the century, being analyzed in various fields of human study such as Psychology, Psychiatry, among others, being highlighted mainly because it does not have standards in its characteristics, because both white and black, the poor and the rich, or the younger and the older may be at risk for this clinical condition. Thus, the present study is characterized by the interest and the importance of knowing the peculiarities of the diagnosis of depression, as well as its pharmacological treatment. Being of great value for the search and capture of information that are essential for training in the Pharmacy course at Faculdade Pitágoras. In this exposed, the referred Course Completion Work (CBT) had the following problem: What are the peculiarities in the diagnosis and pharmacological treatment of depression? Thus, the present proposal aimed to expose the peculiarities in the diagnosis and pharmacological treatment of depression, since its specific objectives permeate conceptualize and characterize depression, in addition to demonstrating the types of diagnosis and pharmacological treatment of depression and highlighting how the drugs act in the organism of people with depression and its benefits. The study has a descriptive character with the use of qualitative methodology, being characterized as a Course Conclusion Work (TCC) with theoretical framework, and the content of the study refers to works dated from 2009 to the current days that support its bulge and underpin the concepts and concepts of the aforementioned subject in question, except publications with data and historical landmarks. For this, a literary review was carried out using the LILACS and MEDLINE databases, in addition to SciELO in order to identify scientific articles that were published between 2010 and 2019. The Virtual Health Library (VHL) was also used. At the end of the study, it was realized that pharmacological treatment is complex, as many individuals are unable to assimilate that they have this pathology, attributing that it is not inherent to their behavior. The diagnosis has peculiarities in its realization, therefore, for many this clinical condition is not evident, requiring the intervention of a multidisciplinary and multiprofessional team in which the Pharmacist is the most indicated to direct the care of pharmacological therapy together with these other professionals. .

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LISTA DE QUADRO

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Depressão sem o uso dos antidepressivos 25 Figura 2– Mecanismo de ação dos antidepressivos diante da depressão 25

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LISTA DE TABELA

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12 2 A DEPRESSÃO E SUAS PECULIARIDADES ... 14 3 TIPOS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA

DEPRESSÃO ... 19 3.1 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DEPRESSÃO ... 22 4 MECANISMOS DE AÇÃO E BENEFÍCIOS DOS FÁRMACOS NO ORGANISMO

DAS PESSOAS COM DEPRESSÃO ... 24 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 28 REFERÊNCIAS ... 29

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1 INTRODUÇÃO

A temática que aborda a depressão está sempre em evidência, pois para muitos estudiosos este é o mal do século, sendo analisadas em vários campos do estudo humano como a Psicologia, a Psiquiatria dentre outros, tendo destaque principalmente por não ter em si padrões em suas características, pois tanto o branco quanto o negro, o pobre quanto o rico, ou os mais jovens quanto os mais velhos podem estar em risco desta condição clínica.

Diante do exposto, o presente estudo trata sobre a depressão, tendo um olhar mais atento ao tratamento farmacológico e às peculiaridades no seu diagnóstico. Assim aponta-se que as causas da depressão ainda são desconhecidas, pois vários fatores tanto biológicos quanto psicológicos e sociais podem elevar os riscos da sua ocorrência.

A abordagem sobre a depressão tem grande relevância, uma vez que é pertinente pesquisar a respeito de um transtorno tão presente nos dias atuais e que acomete centenas de milhares de pessoas por todo o mundo, mas que muitas vezes passa desapercebido até mesmo dentro dos lares ou nas rodas de amigos, estando qualquer indivíduo suscetível à sua ocorrência.

Deste modo, o presente estudo caracteriza-se pelo interesse e a importância em se conhecer as peculiaridades do diagnóstico da depressão, e também o seu tratamento farmacológico. Sendo de grande valia para a busca e captação de informações que são imprescindíveis para a formação no curso de Farmácia da Faculdade Pitágoras. Neste exposto o referido Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) teve a seguinte problemática: Quais as peculiaridades no diagnóstico e tratamento farmacológico da depressão?

Assim, o presente proposto teve como objetivo geral expor as peculiaridades no diagnóstico e tratamento farmacológico da depressão, já seus objetivos específicos permeiam conceituar e caracterizar a depressão, além de demonstrar os tipos de diagnóstico e tratamento farmacológico da depressão e destacar como os fármacos agem no organismo das pessoas com depressão e seus benefícios.

O estudo tem caráter descritivo com o uso da metodologia qualitativa, caracterizando-se como um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com referencial teórico, sendo que o teor do estudo refere-se a obras datadas de 2009 aos dias atuais que embasam o seu bojo e alicerçam os conceitos e concepções da referida

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temática em questão, exceto publicações com dados e marcos históricos. Para isso foi realizada uma revisão literária utilizando as bases dos dados LILACS e da MEDLINE, além da SciELO no intuito de identificar artigos científicos que foram publicados entre os anos de 2010 a 2019. Foi usada também a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

Utilizou-se como termo indexador, depressão, diagnóstico, tratamento farmacológico e seu correspondente da Língua Inglesa depression, diagnosis, pharmacological treatment. Com isso, as publicações foram selecionadas de acordo com seus títulos, no qual deveriam ter como critério de busca o termo completo ou que fizesse referência à depressão e seu tratamento farmacológico citando as suas peculiaridades no diagnóstico. Neste âmbito, foram incluídas apenas publicações em português atendendo de uma pesquisa científica, um estudo de intervenção ou estudo descritivo.

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2 A DEPRESSÃO E SUAS PECULIARIDADES

A depressão é um dos temas mais estudados e analisados tanto na psicologia como na psiquiatria. Sob os mais diferentes ângulos, existem estudos acerca da depressão: visões que enfocam aspectos meramente organicistas enfatizando, então, a prescrição medicamentosa, ou, ao contrário, visões que destacam a depressão como uma ocorrência englobada no rol das psicopatias modernas (CURATOLO; BRASIL, 2015).

Vários estudos procuram fugir de tais parâmetros, buscando, antes de qualquer outra premissa, compreender a depressão como manifestação existencial e que, muitas vezes, pode ser uma manifestação de defesa de uma determinada pessoa frente às vicissitudes da existência. Assim, um estudo sobre a depressão não poderia deixar de abordar o sofrimento existencial de sua ocorrência, que, muitas vezes até maior do que o próprio sofrimento orgânico necessita de um olhar de complacência à sua manifestação (BRENTON, 2012).

Diante deste contexto, o tema relacionado à depressão e o tratamento farmacológico é tido como um dos essenciais para a captação de dados que elevem os conhecimentos acerca desta patologia tão presente no dia a dia das pessoas. Tornando-se de alta relevância para o meio acadêmico na área de Farmácia, pois traz uma gama de informações fundamentais para a formação na referida área de estudo (CHEUNG et al., 2015).

Kaplan, Sadock e Grebb (2017) ressaltam que o avanço da psicofarmacologia fez reduzir a depressão a algo simplesmente "curável", considerando suficiente para isso a ingestão de alguns comprimidos mágicos. Igualmente os conceitos recentes da psiquiatria, a maioria deles imbricados com os avanços da psicofarmacologia.

Embora pareça fácil, não se pode negar que a depressão ainda é considerada como um mal do século, pois tem-se a certeza de que ainda falta muito a ser estudado e também compreendido sobre a depressão, que a cada dia torna-se mais evidente na sociedade em todos os cantos do mundo e, embora com a modernidade, com o conforto de bens ou financeiro, muitas pessoas cometem até mesmo o suicídio por estarem depressivas (ANDRADE, 2014).

Fica sempre o desafio para os estudiosos, compreenderem mais este paradoxo da vida moderna. Sem dúvida e também por isso, torna-se uma questão

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importantíssima dentro das pesquisas em todos os campos acadêmicos no qual Bauer (2014, p. 127) explica que:

A depressão é um mal que atinge 10% da população geral. E que tira do trabalho a grande maioria que é acometida deste mal. A maioria das formas de depressão vêm por causa interna, ou seja, não dependem de motivos aparentes. A vida pode estar ótima, o trabalho, os amores, a saúde e, mesmo assim, a pessoa sofre um período de depressão, que a leva ao desânimo completo.

Mas, de fato, a depressão sempre existiu. Ela está presente entre as descrições em textos de várias civilizações antigas, inclusive no Antigo Testamento, quando tem-se que o rei Saul, apresentou sinais clássicos de depressão, sendo atormentado por um “espírito mau” cometendo suicídio, por conta disso. Antigos textos ingleses mencionam a melancolia, palavra usada durante séculos para descrever distúrbios de humor. Os literatos ingleses Chaucer e Shakespeare escreveram sobre ela citando-a como “melancolia” (FORLENZA, 2010).

As primeiras descrições clínicas da depressão remontam a Hipócrates. Ela atribuía a doença mental a causas naturais e não a forças sobrenaturais. Segundo sua teoria, a melancolia era resultado de um excesso de bile negra (melan: negro, e colia: bile). Para superar a depressão, ele recomendava o reequilíbrio dos sistemas corporais, com estratégias de relaxamento e vida saudável, usadas ainda hoje como parte de um tratamento global (FRAGA, 2015).

Muitas pessoas dizem que estão deprimidas quando se sentem tristes, sós, desanimadas ou rejeitadas, mas a doença é mais do que um momento de desânimo ou um período de estresse. A verdadeira depressão, aquilo que os médicos chamam de doença depressiva ou depressão clinica, é diferente da tristeza normal e do desespero (SITTA; JACOB FILHO, 2018).

É importante relatar que a depressão pode ocorrer sozinha, em reação a um medicamento, e pode ser uma complicação de outra doença. Pode surgir após o parto e também em consequências do abuso de álcool ou drogas. Pode ser uma reação ao estresse causado por uma mudança de emprego, pela perda de alguém amado ou por outro momento difícil (BRENTON, 2012).

Stoppe Júnior (2017) revela os sintomas ou comportamentos mais comuns quando o indivíduo está depressivo, no qual cita que além do humor, a depressão afeta vários aspectos da vida, podendo alterar os padrões de sono e de alimentação e enfraquecer o impulso sexual. A doença interfere no modo de pensar, tornando os

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pensamentos mais negativos e pessimistas. Afeta o que a pessoa sente sobre si mesma, diminuindo seu senso de valor, e tem impacto sobre o modo de agir. Os deprimidos ficam mais irritáveis e ambivalentes.

Muitas vezes a depressão simplesmente acontece, sem motivo aparente. Em contraste com a aflição e o pessimismo, a depressão permanece por um longo tempo. Ela pode também ser decorrente de fatores genéticos no qual os sentimentos de tristeza e de estar no fundo do poço persistem e são acompanhados por outros, tais como ansiedade, raiva, irritação, culpa, desesperança. Além disso, a depressão pode ser debilitante (BEÇAK; FROTA-PESSOA, 2017).

Segundo Stoppe Júnior (2017), em muitos casos, quem convive com a pessoa percebe as alterações produzidas pela depressão antes que o deprimido o faça, tais como alterações do humor: Um sintoma emblemático é o humor deprimido. A pessoa se sente infeliz, desesperançada, tem acessos de choro. É comum a ocorrência de uma queda vertical da autoestima e da autoconfiança durante os períodos de depressão.

Muitos sentem culpa e desvalor. A pessoa pode ficar agitada, cada vez mais irritável, aborrecer-se facilmente ou se sentir entediada e se desinteressar por tudo. Atividades usualmente agradáveis não mais despertam prazer ou interesse ocorrendo ainda alterações cognitivas, interferindo nos processos de pensamento e memória (ANGERAMI-CAMON, 2011).

A pessoa pode sentir dificuldade de concentração, e cada decisão vira um dilema. Até decisões relativamente simples, como decidir a roupa que vai vestir ou a refeição que vai preparar, podem parecer complicadas e tomar muito tempo. Em consequência, tudo se torna mais difícil (BAUER, 2014).

Diversas áreas do funcionamento físico podem ser afetadas. Os hábitos de sono e alimentação, por exemplo, podem sofrer uma verdadeira catástrofe. A pessoa pode acordar ás quatro ou 5 horas da madrugada e não conseguir voltar a dormir ou sentir sonolência o dia inteiro e passar horas a fio na cama. Pode comer demais e engordar ou perder o apetite e emagrecer. O impulso sexual pode diminuir e até desaparecer (BRENTON, 2012).

A depressão pode causar diversas modificações no comportamento. A pessoa normalmente vaidosa, que anda sempre bem arrumada, pode começar a negligenciar sua aparência. Quem sempre manteve o pagamento de suas contas em dia pode perder o controle das datas de vencimento. Pode começar a evitar as

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pessoas, preferindo ficar em casa. Os conflitos com o cônjuge ou com os parentes se tornam mais frequentes. No trabalho, torna-se mais difícil cumprir os prazos (FRAGA, 2015).

Os sinais e sintomas da depressão variam e nem sempre seguem um padrão estabelecido. Na verdade, a pessoa pode estar deprimida sem se sentir "deprimida". A irritabilidade, as perdas de interesse e de prazer podem ser manifestações da depressão (KAPLAN; SADOCK; GREBB, 2017).

Baptista e Golfeto (2015) apresentam os sintomas da depressão, conforme mostrado no Quadro 1:

Quadro 1 – Sinais e sintomas da depressão.

SINTOMAS FUNDAMENTAIS SINTOMAS ACESSÓRIOS

 Humor deprimido  Perda de interesse  Fatigabilidade

 Concentração e atenção reduzidas  Autoestima e autoconfiança reduzidas  Ideias de culpa e inutilidade

 Visões desoladas e pessimistas do futuro  Ideias ou atos autolesivos ou suicídio  Sono perturbado

 Apetite diminuído

Fonte: Baptista e Golfeto (2015).

Esses autores ressaltam ainda os tipos de episódios que ocorrem quando um indivíduo está com depressão, classificando-os em episódio leve: quando são notados dois sintomas fundamentais + dois acessórios; episódio moderado: quando se observa dois sintomas fundamentais + três ou quatro acessórios; e episódio grave: quando se tem três sintomas fundamentais + quatro ou mais sintomas acessórios.

Deste modo, Coutinho (2013) aduz que, em geral, a depressão se caracteriza por diversos sinais e sintomas como a tristeza persistente, o abatimento, tristeza ou sensação de vazio. Choro frequente, sensação de torpor – nem alegre, nem triste, além disso, sempre ocorre a irritabilidade quando a pessoa se irrita facilmente, e se aborrece com eventos que não a incomodavam antes e a ansiedade no qual a presença do nervosismo incomum, aborrecimento ou preocupação com coisas pequenas. Inquietação, problemas de digestão ou bolo no estômago se faz presente.

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Muitos indivíduos apresentam perda da capacidade de ter prazer com pessoas, hobbies ou outras atividades anteriormente consideradas agradáveis, ocorrendo também a negligência com responsabilidades ou com cuidados pessoais, no qual se destaca o baixo rendimento no trabalho, começar a faltar ás aulas. Pode dar menos atenção à higiene pessoal, sair de casa com roupas amarrotadas (STOPPE JÚNIOR, 2017).

As mudanças de hábitos alimentares são geralmente descritas, no qual a pessoa pode passar a não sentir fome ou emagrecer sem motivo aparente ou comer demais e engordar. O cansaço e perda de energia além da diminuição do nível de energia, sensação de cansaço todo o tempo. Movimentos mais lentos, pensamento mais lento, a redução da concentração, da atenção e da memória, torna mais difícil manter a mente focalizada em tarefas, Dificuldade de tomar decisões, mesmo as mais simples, e esquecer as coisas facilmente (ANDRADE, 2014).

Portanto, além dessas características, pode-se ver ainda mudanças extremas de humor com a presença de fortes oscilações de humor, passando da euforia ao desespero em curto período de tempo, gerando com isso pensamentos negativos constantes como o pessimismo, a baixa autoestima, onde o indivíduo pode até pensar em se matar (COUTINHO, 2013).

Cheung (2015) revela que as diferenças entre os sinais e sintomas implicam na evolução do quadro depressivo e acabam por atrapalhar na tomada de decisões acerca do tratamento farmacológico, fazendo com que em muitos casos não ocorra o sucesso tão almejado. Outra característica importante é saber que a frequência da depressão modifica-se em razão da faixa etária, além das condições de vida e de saúde dos indivíduos.

A coleta e análise desses dados é importante para que se possa ter um demonstrativo do tipo de sintomas e do comportamento dos indivíduos para que possa ser elaborado um plano ou tratamento farmacológico de maneira individual e assim tentar obter o sucesso diante desta patologia tão presente nos dias atuais.

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3 TIPOS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DEPRESSÃO

A depressão é, segundo Rufino et al. (2018) um agravo mental com frequência comum nos indivíduos, tendo seu curso crônico e recorrente, no qual se caracteriza pela associação da incapacidade funcional e do comprometimento da saúde física, ou seja, ela acomete a saúde física e mental. Os estudos mais recentes apontam que essa patologia ou condição clínica tem frequência conforme a faixa etária do indivíduo, além das condições de vida, da saúde e da forma como estes se comportam diante dela.

Barcellos et al. (2017) apontam que o diagnóstico desta patologia se dá através da busca ativa por sintomas que possam identificar um possível quadro depressivo com a utilização de escuta, conversas atentas aos indivíduos para que se possa estabelecer um parâmetro que indique a sua presença. Ela tem como característica ser um fenômeno multifacetado, dimensional e multifatorial que pode estar disfarçada, em muitos casos, em sorrisos, mas ao mesmo tempo estar presente em quem menos se suspeita.

De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) que é um manual que tem a função de diagnosticar os tipos de perturbações mentais por profissionais da área da saúde mental da Associação Americana de Psiquiatria (APA) define a depressão seguindo parâmetros clínicos que podem ser a persistência, duração, abrangência, tipo de perturbação da função psicológica e a desproporção em relação ao tipo de fator que a desencadeia (CORDIOLI et al., 2014).

Atualmente tem-se o DSM-5 que estipula critérios diagnósticos para a depressão em um total de nove, no qual cinco deles devem estar presentes para um melhor diagnóstico e classificação. Para isso é necessário que os sintomas desta condição clínica estejam presentes pelo menos por duas semanas e também representem alterações em relação ao comportamento do indivíduo, dos quais tem-se: humor, desinteresse nas atividades rotineiras, perda ou ganho de peso, insônia diária, agitação, fadiga ou perda de energia diária, sentimentos, pensamentos de inutilidade ou culpa, dificuldade em concentrar-se ou raciocinar, pensamentos de morte com ideias ou tentativas de cometer suicídio (SOARES, CAPONI, 2011).

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que as doenças ou transtornos mentais acometem cerca de 30,8% da população mundial, causando sintomas físicos e mentais. Tinha-se a estimativa de que até 2020 aproximadamente 15% desses indivíduos estariam presentes nas estatísticas de morbidade com origem neurológica e desordem mental (OMS, 2011).

Segundo o DSM-5 e observando-se os sintomas dos indivíduos, a depressão pode ser classificada em três grupos: depressão menor, com dois a quatro sintomas, distimia, com três ou quatro sintomas fazendo-se uma verificação do estado deprimido durante dois anos e a depressão maior com cinco ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo-se o estado deprimido ou anedônia (CORDIOLI, 2014).

Dentre as queixas mais comuns da depressão ou de seus episódios tem-se o sofrimento mental que tem como características a ansiedade, a tristeza com episódios de desânimo e as somatizações que são os sintomas físicos. Essas queixas são muito frequentes e ajudam a diagnosticar qual tipo de depressão o indivíduo está acometido. Além disso, essas pessoas costumam ter outros sintomas como perda do sentido da vida, ansiedade, irritabilidade, medo, insônia seguido de fadiga no dia posterior, inapetência, palpitações e o pior de todos, pensamentos de suicídio (STOPPE, 2017).

Apesar de ser uma patologia antiga, os critérios diagnósticos deste transtorno só foram estabelecidos no ano de 1970, e com vários aspectos polêmicos não havendo um consenso entre os estudiosos e especialistas, pois vários deles consideravam, por exemplo, que a depressão na infância poderia ser diagnosticada igualmente a do adulto, usando-se os mesmos instrumentos para avaliação, enquanto que outros diziam que ela era um transtorno da própria infância com características diferentes das do adulto, não havendo critérios considerados padrões para essa patologia (FRAGA, 2015).

Calçada (2014) reforça a tese de que o comportamento das crianças e adolescentes são diferentes dos do adulto e idoso quando se trata da depressão, pois os indivíduos mais jovens estão em processo de desenvolvimento neural e os adultos, em geral, apresentam sensações ou ações que são inerentes à fase em que vivem, como por exemplo, a baixa autoestima ao não serem promovidos no trabalho, ou por não conseguir comprar um produto que tinha vontade, assim como a perda de um ente querido da família. Há ainda o sentimento de culpa quando isto não

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ocorre por um motivo ou outro, já nos mais jovens, o ciúme patológico de um irmão mais novo pode desencadear comportamentos depressivos, o que não acontece com os mais vividos.

Sobre os tipos de diagnósticos da depressão deve-se observar os critérios e as diretrizes que são utilizadas para diagnosticar esta patologia nas diferentes etapas da vida dos indivíduos. Em muitos casos os sintomas e comportamentos são iguais tanto para adolescentes quanto para os idosos e quanto antes este for verificado e diagnosticado melhores são as chances de tratamento (CURATOLO; BRASIL, 2015).

A melhor forma de diagnóstico da depressão é o acompanhamento psicológico, no qual deve-se observar os comportamentos dos indivíduos e avaliar sobre a possibilidade da presença desta patologia. É importante citar que essa avaliação é realizada por profissionais capacitados, pois um diagnóstico inadequado poderá trazer consequências para os indivíduos, com o desencadear de comportamentos, uso inadequado e irracional de medicamentos e, inclusive, eventos de suicídio (LANNES, 2018).

Existem várias hipóteses para a presença de depressão nos indivíduos entre as quais tem-se, segundo Carlson (2012) a monoaminérgica, que tem como consequência a redução dos neurotransmissores noradrenalina e serotonina na ação das sinapses. Já na hipótese biológica genética a parte mais afetada diz respeito aos neurotransmissores resultando na disfunção do seu número e na sensibilidade destes. A terceira hipótese diagnóstica refere-se à fisiopatologia da depressão envolvendo o sistema neuroendócrino, em especial o eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA), que tem a função de regular a liberação do hormônio de crescimento e do cortisol através do controle dos hormônios através dos neurotransmissores. Sobre isso, Lannes (2018) cita que alguns critérios dificultam o diagnóstico e a avaliação do diagnóstico da depressão como eventos estressantes, por exemplo.

A forma mais comum da depressão é o Transtorno Depressivo Maior (TDM) cujas causas, como um todo, são multifatoriais, mas que há teorias que descrevem possivelmente a presença de um tipo de distúrbio na função neurotransmissora, necessitando-se do uso dos antidepressivos, cuja forma de atuação se dá pela alteração da concentração das substâncias principais que estão envolvidas na neurotransmissão, que são a serotonina, noradrenalina e a dopamina (ANS, 2019).

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Fraga (2015) aponta que um fato negativo é que o Brasil ocupa o primeiro lugar em diagnósticos da depressão de acordo com os dados da OMS. Com isso estima-se que até 2030 existam mais de 350 milhões de pessoas convivendo com esse tipo de transtorno ou que estejam incapacitadas com a sua presença.

No setor da saúde pública, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são os responsáveis pela formulação das diretrizes e das estratégias de saúde mental no país, fazendo parte da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Essas unidades passaram a atender os casos de depressão, onde são realizadas ações com uma equipe multidisciplinar que atua em conjunto com esses indivíduos no sentido de criar estratégias que venham a melhorar o quadro depressivo e psiquiátrico. Participam da equipe, psicólogos, psiquiatras, nutricionistas, assistentes sociais, mas a presença do farmacêutico ainda é um ponto negativo (ARANTES, 2017).

Apesar disso, de acordo com Lannes (2018), mais da metade dos brasileiros que são diagnosticados com a Depressão não procuram tratamento, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo ainda um desafio a ser superado no país. Outro fato que chama a atenção é a desinformação e a carência de profissionais adequados e capacitados para realizar o diagnóstico clínico, o que acaba por atrasar o início do tratamento desta patologia, trazendo consequências negativas para os indivíduos.

3.1 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DEPRESSÃO

De acordo com Beck e Alford (2011), dentre os tratamentos mais utilizados após o diagnóstico da depressão tem-se a utilização da psicoterapia e o uso de psicofármacos, além da estimulação magnética transcraniana. É importante ressaltar que as intervenções aplicadas variam de acordo com o indivíduo avaliado e seu diagnóstico considerando suas dimensões biológicas, psicológicas e sociais.

O uso dos medicamentos antidepressivos se dá pela presença da depressão que, de acordo com segundo Fleck et al. (2019) é considerada até mesmo uma condição comum na atualidade. Seu curso transcorre de maneira crônica e recorrente, sendo esta frequentemente associada a incapacitação funcional e ao comprometimento da saúde física, sendo que os indivíduos, em geral, demonstram limitação física diante de atividades simples, reduzindo também o seu bem-estar físico e mental gerando gastos para a saúde pública.

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A partir dos anos 50 com a descoberta de drogas antidepressivas e a sua utilização clínica houve um avanço de grande importância no tratamento dessa condição clínica, no qual passou-se a dar mais importância para o entendimento dos mecanismos e fatores que prevalecem a depressão, passando esta a ser considerada como um problema clínico passível de ser tratado como outras patologias (BARCELLOS et al. 2017).

Já nos anos 80, com o avanço das pesquisas, foram lançadas duas novas classes de antidepressivos, os chamados tricíclicos (ADTs) e os inibidores de monoaminooxidase (IMAOs), que, apesar de serem eficazes na época, tinham efeitos adversos causados pela sua ação farmacológica, sendo até mesmo letais quando eram usados em demasia (COSER, 2013).

Moreno, Moreno e Soares (2013) relatam que nesta época cerca de 70% dos indivíduos depressivos se beneficiaram com o uso dos ADTs, porém entre 30% a 40% deles tiveram resposta negativa no primeiro contato com esses fármacos, sendo preciso a utilização de outros tipos de antidepressivos ou eletroconvulsores.

O uso dos antidepressivos corrigem as condições anômalas, não influenciando de maneira acentuada o organismo normal. Com isso, é interessante ainda abordar que o uso desses medicamentos em pessoas sem depressão não dá nenhum tipo de estímulo ou euforia como no caso das anfetaminas (COSER, 2013).

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4 MECANISMOS DE AÇÃO E BENEFÍCIOS DOS FÁRMACOS NO ORGANISMO DAS PESSOAS COM DEPRESSÃO

Os fármacos utilizados no tratamento da depressão, ou também chamados de antidepressivos, no qual fazem parte os de origem psicoativos e psicotrópicos são uma categoria de drogas que tem o potencial de agir no Sistema Nervoso Central (SNC), sendo estes introduzidas por volta da década de 1950 na prática da Biomedicina, na chamada Era da Psicofarmacologia. Em estudos anteriores, Henri Laborit na década de 40 já havia notado o efeito tranquilizante de algumas substâncias que possuíam ação anti-histamínica, mas veio a tratar pessoas com sintomas de depressão somente a partir de 1952 juntamente com Pierre Denicker e Jean Delay em um hospital psiquiátrico francês. Esses últimos desenvolveram então o conceito de fármacos neurolépticos provocando, assim, uma verdadeira revolução terapêutica fortalecendo a Psiquiatria com raízes biológicas (LANNES, 2018).

Cunha e Gandini (2019) apontam o tratamento da depressão no qual se utilizam os antidepressivos cujo objetivo é inibir a receptação dos neurotransmissores reduzindo, assim, o seu potencial destrutivo por ação da Monoaminaoxidase (MAO) aumentando os níveis de neurotransmissores que atuam na fenda sináptica, reestruturando o humor dos indivíduos, estabelecendo certo controle sobre o SNC.

O mecanismo de ação dos fármacos antidepressivos age em torno de 3 a 4 semanas após o início do tratamento. É um tempo razoável no qual muitos indivíduos respondem positivamente ao tratamento antidepressivo e até mesmo antes disso, porém, em outros casos o tempo pode ser maior que oito semanas para se obter um resultado esperado (GOODMAN; GILMAN, 2012).

Quando os indivíduos não respondem bem ao tratamento após as primeiras oito semanas recomenda-se modificar a estratégia farmacoterápica utilizando-se de fármacos com ação diferente do primeiro. Podem ser adicionados ainda outros fármacos no tratamento, uma vez que o objetivo ainda não tenha sido alcançado. Com o sucesso da ação desses medicamentos no tratamento inicial, é realizada então uma nova fase, a de manutenção que tem em média a duração de seis a dozes meses para logo depois o(s) fármaco(s) ser(em) retirado(s) gradualmente (LANNES, 2018). Aconselha-se para indivíduos que estão com sintomas de depressão por mais de dois anos o uso de antidepressivos ao longo da vida.

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Quanto ao mecanismo de ação dos antidepressivos, Kaplan, Sadock e Grebb (2017) destacam na Figura 1 e 2 a forma como estes agem no organismo.

Figura 1 – Depressão sem o uso dos antidepressivos.

Fonte: Kaplan, Sadock e Grebb, 2017.

Percebe-se na Figura 1 a diminuição do Neurotransmissor (NT), além dos receptores aumentados, a presença de poucos sinais no neurônio para liberar esses NT em maiores quantidades, enquanto que na Figura 2, nota-se a presença dos Inibidores Seletivos Recaptação Serotonina no qual os fármacos antidepressivos bloqueiam a receptação dos NT nos dentritos e no axônio resultando em uma melhora no quadro depressivo e nos sintomas inerentes a esta patologia.

Figura 2– Mecanismo de ação dos antidepressivos diante da depressão.

Fonte: Kaplan, Sadock e Grebb, 2017.

No mercado atual, segundo Neves (2015) existem várias substâncias antidepressivas, no qual a escolha pelo fármaco depende do tipo de depressão dos indivíduos, assim como os sintomas apresentados nas crises depressivas e segundo

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as características dos efeitos secundários, ou seja, se o mesmo oferece algum tipo de efeito colateral diante do seu consumo. Deve-se atentar ainda para a história pessoal e familiar, além da idade, do quadro clínico dentre outras características individuais.

 Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs)

Foram os primeiros fármacos utilizados clinicamente com a função antidepressiva, sendo então superados por outros tipos de medicamentos com maior eficácia e menos efeitos colaterais. Seu mecanismo de ação se dá através da inibição da MAO resultando no aumento da concentração dos NTs no SNC (RANG et al., 2018).

 Antidepressivos tricíclicos (ADTs)

Seu mecanismo de ação se dá na inibição da receptação das aminas biogênicas a nível pré-sináptico, em especial a Noradrenalina e a Serotonina, tendo ainda a Dopamina em menor proporção (NEVES, 2015).

 Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs)

Tem como mecanismo de ação o bloqueio da receptação de Serotonina, elevando e prolongando a neurotransmissão serotoninérgica. Os ISRSs são cerca de 10 vezes mais eficazes na inibição de Transportadores de Serotonina (SERT) em comparação com os Transportadores de Norepinefrina (NET) (GOODMAN e GILMAN, 2012).

Quanto aos efeitos colaterais os medicamentos antidepressivos apresentam, em geral, três tipos de sintomas que são os mais frequentes, menos frequentes e os raros estando disponíveis na Tabela 1, conforme Moreno, Moreno e Soares (2013) explicam:

Tabela 1 – Efeitos colaterais dos medicamentos antidepressivos.

TIPO EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS

Frequente

Hipotensão ortostática grave (vertigens e tonturas, especialmente ao levantar; podem ocorrer quedas); dividir ou reduzir as doses quando necessário.

Menos frequentes

Diarreia, edema nos pés e tornozelos (pode ceder espontaneamente em semanas); caso persista, monitorar eletrólitos para verificar a existência da síndrome de secreção inadequada do hormônio antidiurético; estimulação simpática (taquicardia e palpitação), menos frequentemente nervosismo e excitação.

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Raros

Hepatite, leucopenia, síndrome de Parkinson, síndrome serotonérgica na combinação com medicamentos serotonérgicos (amitriptilina, clomipramina, doxepina, imipramina; fluoxetina, sertralina, paroxetina ou trazodona). A síndrome pode se manifestar por confusão mental, hipomania, inquietação, mioclonias, hiperreflexia, arrepios, calafrios, tremores, diarréia, incoordenação e febre. A melhora é rápida com a retirada das substâncias

Fonte: Moreno; Moreno; Soares, 2013.

Por outro lado, os medicamentos antidepressivos possuem benefícios que vão desde a melhoria dos quadros depressivos, mas a principal mudança é a alteração do humor dos indivíduos, causando alterações fisiológicas que são induzidas pela ação química desses fármacos, mas que tem duração limitada e podem causar efeitos colaterais não compreendidos ainda nos dias atuais em toda a sua extensão (COSER, 2013).

Quando diagnosticada nos adolescentes, a depressão pode causar um alto índice de morbidade ou estender-se até a fase adulta do indivíduo gerando custos financeiros à família ou ao Sistema Único de Saúde (SUS) representando um grave problema de saúde pública com impactos em todos os níveis da sociedade. Outro agravante é que há um maior risco de suicídio quando ele se apresenta nesta faixa etária (HORWITZ et al., 2010).

Outra preocupação se dá pelo uso inadequado e irracional de medicamentos antidepressivos sem a prescrição de um profissional qualificado, no qual, por vários motivos, mas principalmente pela indicação de amigos, os adolescentes passam a consumir antidepressivos sem conhecer o potencial desses fármacos e seus efeitos colaterais, podendo até mesmo causar o seu óbito (ARRAIS et al. 2016).

Cabe aos profissionais farmacêuticos o papel de orientar os indivíduos sobre os cuidados com o uso irracional dos antidepressivos, em especial a família ou cuidador desses adolescentes, pois sabe-se que há uma elevação do pensamento suicida nos jovens que estão em estado depressivo carecendo um olhar mais clínico deste profissional para essa possibilidade, atuando de maneira preventiva no uso inadequado desses medicamentos (BRASIL, 2014).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A depressão é um grave problema de saúde pública e, infelizmente, de prevalência absurda na população. Em geral está associada a vários fatores, tais como histórico familiar, transtornos psiquiátricos, estresse, ansiedade, disfunções hormonais, traumas psicológicos, dependência química seja por álcool ou outras drogas ilícitas, conflitos conjugais, além disso, as doenças cardiovasculares, neurológicas, endocrinológicas e as neoplasias também contribuem para este quadro.

Outros motivos também podem contribuir para o quadro de depressão como a falta de emprego, a mudança brusca de condições financeiras, o sentimento de fracasso etc. Tudo isso fez com que a referida temática que envolve a depressão e o tratamento farmacológico e as suas peculiaridades no diagnóstico fosse abordada, devido à sua alta complexidade e relevância na atualidade, acometendo centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.

Ao término do estudo percebeu-se que o tratamento farmacológico é complexo, pois muitos indivíduos não conseguem assimilar que têm esta patologia, atribuindo que ela não é inerente ao seu comportamento. O diagnóstico possui peculiaridades em sua realização, logo, para muitos não fica evidente esta condição clínica, sendo necessária a intervenção de uma equipe multidisciplinar e multiprofissional no qual o Farmacêutico é o mais indicado para direcionar quanto aos cuidados da terapia farmacológica juntamente com esses outros profissionais.

Ressalta-se que este estudo não diz respeito à depressão em si, mas às peculiaridades no diagnóstico e do tratamento farmacológico desta patologia, abrangendo ainda os tipos de diagnóstico e tratamento farmacológico, além de destacar a forma de atuação dos fármacos no organismo das pessoas.

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