Construtoras
nacionais
reforçam
presença
no
mercado
angolano
Construtoras
reforçam
presença
no
país
de
Eduardo
dos
Santos
É
um
mercado
de
risco,
mas
é
dos poucos onde
ainda há
obras e,
por
isso,
tanto
as
grandes,
como
as
pequenas
construtoras
querem
estar presentes.
ELISABETE SOARES
el113bete.soaresy economtco.pt
Angola
é um mercado difícil, com muitos riscos, mas édos
poucos onde ainda há obras. Por essa razão asempresas de construção nacionais que es-tão presentes neste país eses-tão
a
facturar,
permitindo,
emalguns casos, que algumas delas continuem
em actividade.
Assim asempresas que expandiram aactividade para este mercado tem que ter em conta aspectos
como os atrasos nos pagamentos, especialmente por parte das empresas públicas, as dificuldades
em transferir odinheiro e,até hápoucas
sema-nas, as limitações impostas na disponibilização
dos vistos para ostrabalhadores nacionais. Apesar destas dificuldades asmaiores empresas
.nacionais e as construtoras de média dimensão
conseguiram nos últimos anos garantir, em mé
-dia, 30% daactividade neste mercado. A
Mota-Engil, Soares daCosta, Somague, Teixeira Duar-te, MSF, Opway eaEdifer lideraram na última
década a construção do conjunto de equipa-mentos ede infra-estruturas lançados pelo go-verno, tais como construção de estradas, pontes
e edifícios públicos. Também um conjunto de médias empresas, como é o caso da Monte
-driano, Casais, Alberto Couto Alves (ACA), FDOe a Conduril, conseguiram implantar-se e em alguns casos alargar a actividade aoutros seg-mentos do mercado que vão desde aagricultura, indústria eturismo. Éocaso daACA que temum
volume de negócios de 230 milhões de euros,
sendo que cerca de 80% são conseguidos neste
mercado. "Em Angola somos quatro vezes maiores que em Portugal", adianta Luísa
Duar-te, administradora do grupo ACA. Na verdade a
empresa AngolACA, dedireito angolano, criada em 2003, mas que passou ater grande desenvol-vimento apartir de 2007, está já presente em cinco províncias, onde desenvolve um negócio vertical. Actua na área da construção de
infra-estruturas eobras públicas, tem forte presença na reabilitação urbana eno saneamento das
ci-dades, mas também tem presença no turismo, imobiliário, na distribuição, na agricultura, nó ambiente etratamento deresíduos, jardinagem,
emesmo na área industrial.
Outros grupos, como éocaso da Monte
Adri-ano, implantaram -se em cidades de interior,
no Huambo, ealargaram aactividade à
manu-tenção de jardins, limpeza urbana ena
panifi-cação. Os resultados conseguidos nos últimos
quatro anos satisfazem os responsáveis do grupo,
já
que este mercado teve, em2008, um peso de 83% do volume de negócios interna-cional, representando cerca de 109 milhões de euros. "Em 2009 e em 2010 reduziramum
pouco adependência deste mercado mas
mes-mo assim significou perto de 2/3dovolume de negócios noexterior.
Angola é prioritária também para a Edifer. De acordo com Miguel Mateus, da comissão
exe-cutiva da Edifer Angola, aactual carteira de
en-comendas neste país atinge os 217 milhões de euros, cerca de 35% da carteira total do grupo.
Já as empresas que apostaram no mercado da
habitação, especialmente as que tem
em-preendimentos de habitação em Luanda, têm
sido prejudicadas pela queda dos preços epela
forte diminuição da procura.
As
limitações
da
actividade
As empresas que expandiram aactividade para o mercado angolano
tem que ter em conta aspectos como os atrasos
nos pagamentos,
especialmente por parte das empresas públicas.
Dívidas prejudicam actividade
A apreciação feita pelos responsáveis das
em-presas do sector da construção, presentes no mercado angolano édeuma forma geral
positi-va. Também Manuel Agria, até há poucos meses
vice -presidente da ANEOP
-
que actualmente lidera oprocesso de fusão com aAECOPS (As-sociação de Empresas de Construção e Obras Públicas), considera que este "é mercado de risco, mas onde ainda há trabalho. Em Portugal não háalternativa porque não há obras" . A verdade é que, neste momento, continua a ser um dos poucos mercados "onde asempre-sas continuam a ganhar dinheiro", alerta o
responsável de uma grande empresa presente
há,perto de duas décadas neste país. Adianta,
"mesmo quando seatrasam com os
pagamen-tos consegue-se facturar".
Menos positivo é o facto de os acordos feitos entre oGoverno angolano eo Governo
portu-guês para pagamento faseado das dívidas da
administração pública às empresas nacionais não estarem a ser cumpridos na integra
-
jáque nos últimos meses tem havido atrasos na sua concretização. Recorde-se que a ofensiva
diplomática do Governo e do Presidente da República português conduziu aum programa de pagamentos, segundo o qual os credores
acima dos 54 milhões de euros receberiam uma primeira prestação de 30%. No total,
fo-ram 360 milhões de euros a
distribuir
porconstrutoras como a
Mota-Engil,
Somague,Conduril,
Edifer,
Monte Adriano,
TeixeiraDuarte e Eusébios. A generalidade das
cons-trutora reduziu a actividade (e o número de
expatriados) no mercado angolano, fugindo
das obras financiadas pelo Orçamento de Es-tado angolano. Os fundos em causa
referem-se às dívidas por obras públicas realizadas até
Junho de 2009, sendo que o Estado angolano