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Pra não levar essa fama... Negociação sexual e violência em narrativas de jovens brasileiros

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Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de 2008 Pra não levar essa fama...

Negociação sexual e violência em narrativas de jovens brasileiros

Fabíola Cordeiro1 (UERJ)

Negociação sexual; Masculinidade; Violência ST 20 - Juventudes, Gênero e Violência

Este trabalho é um desdobramento da pesquisa mais ampla “Negociando Significados: Coerção sexual em narrativas de jovens brasileiros” (CORDEIRO, 2008), apresentada como dissertação de mestrado ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (área de concentração em Ciências Humanas e Saúde), do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Nessa pesquisa foi examinada uma sub-amostra de 46 entrevistas com jovens heterossexuais (22 mulheres e 24 homens, entre 18 e 24 anos,) residentes em três capitais brasileiras (Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador), extraída do conjunto de 123 entrevistas em profundidade efetuadas na etapa qualitativa da pesquisa GRAVAD (Gravidez na Adolescência: Estudo Multicêntrico sobre Jovens, Sexualidade e Reprodução no Brasil)2. Os relatos de rapazes e moças referiam distintas situações em que travaram contatos e/ou intercursos sexuais contra vontade e em que haviam se utilizado de estratégias de coerção sexual3 para obter sexo de seus parceiros. Os eventos reportados vão desde beijos, carícias pelo corpo, manipulação genital até o intercurso sexual. Já as formas de coerção abarcavam: muita insistência (pressão verbal), ofensas e acusações, chantagem emocional (chorar, ameaçar ser infiel), impedir ou tentar impedir que a pessoa vá embora (segurando, agarrando, abraçando) e uso da força física (utilizar o peso do corpo, de modo a dificultar a reação do outro, e agressões propriamente ditas).

A análise das trajetórias individuais, das representações sobre gênero e sexualidade, dos modos de aproximação sexual e das experiências de conflito na negociação sexual narradas pelos entrevistados revelaram que certos tipos de constrangimento são considerados constitutivos das interações entre os gêneros no universo investigado. Os jogos de sedução entre esses jovens envolvem uma dinâmica de avanços masculinos e embargos femininos. Cabe aos homens tomar a iniciativa, tentar obter contatos sexuais, insistir e convencer as parceiras a permitirem tais avanços. As mulheres, por sua vez, devem regular do desejo masculino com vistas ao estabelecimento do vínculo e, até mesmo, o comprometimento do parceiro para com um projeto conjugal/familiar. Na medida em que a relação se estabiliza, as mulheres se tornam mais assertivas sexualmente, passando a iniciar muitas das interações sexuais. Para moças e rapazes, de camadas médias e estrato popular, a satisfação sexual – a própria e a de seus parceiros – desempenha um papel fundamental na manutenção da reciprocidade entre o casal. Deste modo, em alguns contextos, o ceder aos desejos

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do(a) parceiro(a) pode ser concebido como uma escolha legítima pelos sujeitos, uma prova de afeto, ou um meio de assegurar a harmonia entre o casal. Assim, consentimento sexual nem sempre implica desejo mútuo. Isto conduziu a problematizar a abordagem dada por parte da literatura internacional ao tema da coerção sexual e à questão da assimetria de poder entre homens e mulheres na negociação sexual (CORDEIRO, 2008).

Tendo em vista os resultados desse estudo preliminar, buscou-se aqui discutir de maneira mais detalhada algumas ambigüidades e nuances dos relatos masculinos através de casos ilustrativos. O interesse por desenvolver uma análise mais acurada de tais depoimentos decorre da relevância de se abordar o tema do conflito e da violência nas negociações sexuais a partir das experiências dos homens. Em geral, as mulheres têm sido os sujeitos privilegiados nos estudos sobre gênero e violência. Pouco se sabe sobre as motivações, sentidos e representações que informam as práticas e vivências masculinas envolvendo, por exemplo, sexo contra vontade, seja como agentes ou como alvos de constrangimento. Mesmo considerar que homens também possam ser coagidos para se engajar em contatos e intercursos sexuais tende a ressoar de forma controversa. Neste sentido, Sarti (2006) enfatiza que a perspectiva essencializada das relações de poder como domínio masculino torna, muitas vezes, inconcebível a idéia de que homens ocupem posição de submissão em uma relação tida como violenta.

No debate acerca da questão da negociação sexual também tende a prevalecer uma perspectiva que concebe a assimetria de poder entre os gêneros de forma estanque, desconsiderando a dimensão de barganha que as negociações em torno do exercício sexual pressupõem (BARBOSA, 1997). As condições e possibilidades de negociação são constantemente contestadas, reinventadas e ajustadas; e as mulheres participam ativamente deste jogo. Em alguns contextos específicos, os mesmos códigos de gênero que engendram a “dominação masculina” (BOURDIEU, 2007 [1998]) podem implicar no relativo empoderamento das mulheres em suas relações com os homens, como será demonstrado.

As análises brevemente apresentadas neste trabalho foram orientadas por uma perspectiva construcionista da sexualidade, entendida como um complexo e contínuo processo de aprendizagem sociocultural. Esse processo envolve a apreensão de significados, padrões de comportamento, técnicas corporais, bem como a produção de identidades, sentimentos e sensibilidades. Deste modo, não se pode falar em uma essência do sexual; atos sexuais são fatos sociais (GAGNON & SIMON, 1973). O aprendizado da sexualidade ocorre pela inserção dos sujeitos em roteiros sociais complexos que variam cultural e historicamente (GAGNON & SIMON, 1973). Tais roteiros refletem os processos de socialização vivenciados pelos indivíduos ao longo de suas trajetórias biográficas – na escola, na família e em suas redes de sociabilidade (HEILBORN, 2006). Na juventude, enquanto processo não linear de transição para a vida adulta, esses roteiros adquirem

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especial relevância. Dentre o elenco de rituais de passagem que modelam a socialização dos jovens, a iniciação sexual figura como transição de maior repercussão, na medida em que o ingresso na sexualidade com parceiro(a) é o principal fator que impulsiona a construção de uma esfera de autonomia individual (HEILBORN, 2006). As carreiras afetivo-sexuais dos indivíduos expressam o modo como crenças, práticas e representações sociais constroem e modelam subjetividades, corpos e condutas no decorrer de suas trajetórias. Os distintos percursos individuais somente podem ser compreendidos se considerados condicionantes sociais, como gênero, classe, escolaridade, cor. O gênero, sobretudo, é um fator determinante.

O modo como estão organizadas as relações entre os gêneros em diferentes cenários culturais é fundamental à compreensão dos roteiros e das diferenciações no que concene à construção de si, às expectativas e aos comportamentos sexuais dos sujeitos, e aos significados atribuídos por eles à sexualidade. Neste sentido, os discursos dos participantes da pesquisa GRAVAD reforçam a afirmativa de que os códigos de gênero, “ao modelar práticas sexuais e reprodutivas, pautam os processos de negociação sexual” (BARBOSA, 1997:1). Os depoimentos demonstraram que, quando se trata de trajetórias afetivo-sexuais, há semelhanças intragêneros que se sobrepõem às distinções em termos de pertencimento social e à constituição de preferências individuais. Os valores e crenças em torno da sexualidade e as práticas de negociação sexual (como se negocia, o que se negocia e com quem) entre os entrevistados não diferiram significativamente em razão do segmento social em que se inserem, o que justifica a escolha por não separar os depoimentos analisados em dois blocos comparativos.

Realizada esta explanação acerca da origem do material empírico, dos pressupostos que norteiam a abordagem dada aqui ao tema do conflito na negociação sexual e de alguns resultados preliminares relevantes à discussão que se segue, passemos às narrativas dos rapazes.

Carlos (22 anos, extrato popular, residente na cidade do Rio de Janeiro) relata que, aos 12 anos seu primeiro intercurso sexual ocorreu em meio às pressões da parceira, uma moça mais velha (de dezoito anos) com quem se relacionara por cerca de três meses. Na época, tinha medo de deixar rolar a transa, pois não acreditava ser “a hora certa” de começar a transar. Contudo, a insistência da parceira foi se tornando insustentável e ele “teve” que ceder:

“Não foi uma coisa que eu quis, foi uma coisa que ela quis. Eu não podia dizer não, não é ? (...) Homem, né? Homem é fogo. (...) Eu já disse não, sim. Mas só que parceiro fixo. Que já está acostumado um com outro”.

Ao longo da narrativa de Mário (18 anos, segmento popular, Salvador) sobre sua trajetória afetivo-sexual sobressai a importância que ele atribui ao sexo como meio de afirmação de sua masculinidade e a preocupação que tem em não “ficar mal falado”. Por ocasião da entrevista, estava namorando e aguardava o nascimento de seu primeiro filho. O relacionamento com a namorada era

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o mais longo em que já havia estado, cerca de um ano. Antes disso, seus namoros não costumavam durar mais de dois ou três meses, pois sempre que uma mulher dava “mole”, se via obrigado a “pegar” para não passar por “viado” mesmo que isso comprometesse seu relacionamento com a namorada. Ele conta que já se viu obrigado a se engajar em relações sexuais contra vontade para manter sua reputação como homem:

“Foi porque tava, tava marcado, tinha... a gente tinha marcado, tinha 4 rapazes, eu e e mais 3, e mais 4 meninas a gente tinha... um rapaz armou pra gente, cada um ficar com uma, só que eu já tinha dito que não queria, que eu tava com uma dor de cabeça. Aqui embaixo tava doendo. Não queria, só que as meninas ficaram... perguntando se eu era viado, eu peguei, tive que ir pra não levar a fama, né?”

Mário afirma que se “aquietou” após a gravidez da namorada atual e que não “fica” mais com outras mulheres, mesmo que elas dêem “em cima” dele. A gravidez da parceira parece tê-lo isentado da obrigação de comprovar constantemente sua virilidade através da freqüência sexual e do número de parceiras.

Os três exemplos acima, bastante ilustrativos dos 24 relatos masculinos analisados, são reveladores dos valores, crenças e representações que norteiam a construção da masculinidade no contexto sociocultural investigado. Para esses jovens, ser homem está estreitamente vinculado ao exercício ativo da heterossexualidade. A tentativa de recusa ao intercurso sexual coloca os rapazes no papel inverso ao prescrito para eles no jogo de insistências (masculinas) e resistências (femininas) que pauta as interações sexuais entre os gêneros neste cenário, o que pode implicar em certa feminilização, o que é capaz de pôr em risco sua honra. Acrescente-se que, embora afirmem nem sempre estar dispostos para o sexo, prevalece entre os informantes a representação da sexualidade masculina como “incontrolável”, guiada por um impulso irresistível. A libido sexual é descrita em termos uma de “necessidade” fisiológica que se manifesta de formas distintas em homens e mulheres. Para os rapazes, é ativa e implica em disposição permanente para o sexo, enquanto para as mulheres, é reativa, até quando se trata de desejo tão intenso quanto o masculino.

Em suas reflexões sobre a dominação masculina e o lugar de submissão destinado às mulheres na vida social e no mundo simbólico, Bourdieu (2007 [1998]:65) afirma que: “O privilégio masculino é também uma cilada e encontra sua contrapartida na tensão e contenção permanentes, levadas por vezes ao absurdo, que impõe ao homem o dever de afirmar, em toda e qualquer circunstância, sua virilidade”. A manutenção da honra masculina depende da capacidade de afirmar sua virilidade para o grupo social no qual se está inserido, com referência ao conjunto de valores, crenças e atitudes que constituem “ser homem” em tal universo simbólico. Há um imperativo moral para os homens de ter de afirmar, sempre que possível, seu valor diante dos pares. Assim, a possibilidade de que comportamentos dissonantes das expectativas do grupo tornem-se públicos são uma grave ameaça. Somente com parceiras confiáveis – namoradas e esposas – é

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possível se negar ao sexo, ainda que, não raro, mesmo elas façam uso de pressão moral ou tentem se utilizar de força física diante da recusa masculina. Ao ser indagado se já fora constrangido ou obrigado a ter intercursos sexuais contra vontade, Matheus (18 anos, segmento popular, morador do Rio de Janeiro), por exemplo, afirmou que isso ocorria de forma recorrente com uma ex-namorada. Quando não estava disposto para o sexo, a parceira questionava sua fidelidade e seus sentimentos por ela. Assim, ele se via obrigado a ter relações sexuais mesmo estando “sem saco” e cansado: “Eu fazia só para ela não ficar chateada, não ficar com raiva”.

A narrativa de Renato (24 anos, segmento popular, Rio de Janeiro) demonstra que o ideal de masculinidade não apenas se traduz em expectativas sociais, mas também, em expectativas individuais, que pautam a construção de si e a auto-imagem dos sujeitos. Quando questionado se já havia alguma vez “forçado a barra” para transar com alguma parceira, respondeu incisivamente que já o fizera pelo motivo inverso:

“Teve uma menina que ela queria transar de qualquer jeito. Aí, eu com esse negócio de segurança, eu sempre andava dentro da bolsa uma algema. Aí, eu tava num pagode, ela ficou me perturbando. Eu tava saindo com ela já. Aí, eu falei com ela... não tô afim de transar... tô cansadão. Aí, ela falou umas gracinhas lá que eu não gostei. Aí, eu falei com ela “agora vão pro hotel. (...) Cheguei lá, meti uma só, ela queria mais. Meti a porrada nela, botei a algema. Ela queria de qualquer jeito, mas eu não queria mais. Eu nem queria ir pro hotel, ela que ficou me perturbando (...) Botei ela deitada no chão, com a cara pro chão até de manhã. De manhã, eu soltei ela e mandei ela ir embora. Porque eu ia tomar banho, não ia dar mole pra ela com as minhas coisas lá dentro”.

Ao longo de seu depoimento, não é citada qualquer outra situação em que tivesse agredido uma mulher, inclusive afirma sentir-se constrangido quando alguma parceira pede para apanhar durante o sexo. Inúmeras vezes, já havia tido intercursos sexuais “por obrigação”, sem que isto lhe provocasse revolta. No dia do evento, não estava “a fim” de transar, o que contradiz as declarações enfáticas em outros momentos da entrevista de que “seu pau levanta à toa” e de que sempre quer ter relações sexuais. Ele cede à pressão moral exercida pela moça, tem o intercurso, mas não consegue satisfazê-la sexualmente. Ela, então, o desafia a provar sua virilidade, partindo de uma representação também presente no discurso entrevistado: um homem não se recusa ao sexo, não “dá mole”, para não ser “esculachado”, não arrisca sua reputação. A brutalidade do entrevistado parece ser antes uma reação à mácula em sua identidade, por não ter provado à parceira sua potência sexual. Ele a pune severamente por deixá-lo vulnerável à desonra. Ao invés de submetê-la pelo sexo, ele a submete pela força física. Neste sentido, Bourdieu (2007 [1998]:65) ressalta que: “A virilidade entendida como capacidade reprodutiva, sexual e social, mas também como aptidão ao combate e ao exercício da violência (sobretudo em caso de vingança), é, acima de tudo, uma carga. (...) A exaltação dos valores masculinos tem sua contrapartida tenebrosa nos medos e nas angústias

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que a feminilidade suscita: fracas e princípios de fraqueza enquanto encarnações da vulnerabilidade da honra (...)”.

O relato de Fernando (20 anos, classe média, residente na cidade de Porto Alegre) põe em evidência outra conexão possível entre o exercício da violência e a atualização da masculinidade, entendida pelos entrevistados como sinônimo de heterossexualidade. Seu depoimento assume claramente um tom exibicionista, sendo permeado por observações e exemplos sobre a excelência de seu desempenho sexual. Ele se gaba por sempre satisfazer sexualmente suas parceiras e descreve em detalhes sua técnica sexual. Enfatiza que, quando um homem “faz bem feito”, é inevitável que a parceira aproveite a transa. Para ele, mesmo no caso de resistência inicial ao sexo, quando a mulher começa a sentir o prazer sexual, se deixa levar pelas sensações. Sua narrativa culmina na descrição minuciosa de um episódio de estupro, concebido por ele como um evento de conquista sexual.

O episódio é ilustrativo do estupro, em sua forma mais ordinária. Contudo, permite acessar a percepção do agressor sobre esta experiência, a qual tende a permanecer silenciada em investigações sobre violência sexual.

O que chama atenção no discurso de Fernando é que a utilização da força física para obter o intercurso sexual não se reduz à busca pelo prazer sádico de submeter sexualmente uma pessoa. A cena narrada sugere que o prazer advém, em especial, do fato de o entrevistado acreditar que foi capaz de transformar a situação, por sua virilidade e domínio da técnica sexual, tornando o que inicialmente era uma experiência de violência, em prazer compartilhado. Sua fala revela a idéia de que, quando uma mulher sofre um estupro e, em algum momento, pára de resistir, se rendendo ao agressor, ela lhe dá o consentimento para que prossiga com a violação, o que, por sua vez, legitima que ele a tenha atacado. Esta forma de culpabilização feminina presente no discurso do entrevistado consiste em uma representação social mais ampla que repercute, inclusive, no aparelho jurídico-legal do Estado (a maior ou menor gravidade e validade dos casos violência sexual tende a ser pautada pelo número e intensidade de agressões físicas e lesões genitais apresentadas pela vítima).

Como se pode perceber, as narrativas dos entrevistados indicam que um conjunto de fatores concorre para que a realização de práticas sexuais indesejadas e a utilização de estratégias de coerção sexual sejam consideradas ou não aceitáveis pelos jovens entrevistados, bem como para a percepção de tais condutas como consensuais e legítimas; dentre eles: o tipo de envolvimento entre os parceiros; os valores e convenções locais em torno do gênero e da sexualidade; a maior ou menor flexibilidade dos roteiros sexuais prescritos; as expectativas quanto ao modo como os parceiros se apropriarão de tais roteiros. Os depoimentos são ilustrativos do caráter relacional e contextual dos roteiros sexuais, do que pode ser caracterizado como violência e da própria assimetria de poder entre os gêneros. Os homens aparecem como agentes e alvos das estratégias de coerção constitutivas dos processos locais de negociação em torno do exercício da sexual. Tal afirmação não

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implica questionar a condição de vulnerabilidade das mulheres, sobretudo, às violências mais graves e praticadas por parceiros íntimos, ou as variadas articulações entre violência e masculinidade na cultura brasileira. Ela revela a complexidade das dinâmicas que engendram as relações de poder entre os gêneros, evidenciando o equívoco de reduzi-las a uma oposição simplista agressores/homens x vítimas/mulheres.

Referências bibliográficas

BARBOSA, R. Negociação Sexual ou Sexo Negociado? – Gênero, sexualidade e poder em tempos de AIDS. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), do Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

BOURDIEU, P. A Dominação Masculina. Betrand Brasil, Rio de Janeiro, 2007 [1998]. CORDEIRO, F. Negociando Significados: Coerção sexual em narrativas de jovens brasileiros. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), do Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). GAGNON, J.; SIMON, W. Sexual Conduct: the social sources of human sexuality. Aldine, Chicago, 1973.

HEILBORN, M.L. Experiência da Sexualidade, Reprodução e Trajetórias Biográficas Juvenis (Cap. I). In HEILBORN, Maria Luiza et al. (orgs.) O Aprendizado da Sexualidade: Reprodução e

trajetórias sociais de jovens brasileiros. FIOCRUZ e Garamond, Rio de Janeiro, 2006.

SARTI, C.A; BARBOSA, R.M.; SUAREZ, M.M. Violência e Gênero: Vítimas Demarcadas. In: ___ PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, 16. Brasil, 2006.

1

Cientista Social e mestre em Saúde Coletiva pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva – área de concentração em Ciências Humanas e Saúde (PPGSC), do Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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O pesquisa GRAVAD foi coordenado por Maria Luiza Heilborn (IMS/UERJ), Estela M. L. Aquino (MUSA/UFBA), Daniela Knauth (NUPACS/UFRGS) e Michel Bozon (INED/Paris, França). A pesquisa foi desenvolvida, entre 1999 e 2001, por três centros de pesquisa: Programa em Gênero, Sexualidade e Saúde, do IMS/UERJ; Programa de Estudos em Gênero e Saúde, do ISC/UFBA; e Programa em Antropologia do Corpo e da Saúde, da UFRGS. O estudo também contou com uma etapa quantitativa em que foi realizado um inquérito populacional com 4.635 jovens. Os principais resultados do inquérito populacional bem como a listagem de todos os pesquisadores envolvidos no projeto encontram-se no livro O aprendizado da encontram-sexualidade: reprodução e trajetórias sociais de jovens brasileiros (Heilborn et al., 2006).

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