PARA
VERIFICAÇÃO DE TITULO
oAPRESENTADA
A
FACULDADE DE
MEDICINA
DA
BAHIA
E PERANTE A MESMA SUSTENTADA
EM
MAIO
»E
l$7i
tor
BAHIA
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA.
DIRECTOR
O Fx.mo Snr. Conselheiro I)r. Vicente Ferreira de Magalhães.
OSSUS.I>0LT0RKS l.*ANNO. MATlíaiASQlI!LECCIONAM
Cons.Vicente Ferreirade Magalhães.
[ Vh
^^l!ÍS!^
atm0,n(:vm suas FranciscoRodriguesd.»Silva ' ChimicacMineralogia.
AdrianoAlvesde LimaGordilho . . . Anatomiadescripliva.
•J.*ANNO. Antonio deCerqueira Pinto Chimicaorgânica.
JerouymoSodré Pereira.
...
. Physiologia.AntonioMarialiodoMondim MotanicaeZoologia.
AdrianoAlvesde LimaGordilho. . . . Repetição dcAnatomiadescripliva*
5.' ANNO.
Cons. EliasJoséPedroza Anatomiageralepalhologica. Joséde GoesSequeira Palhologiageral.
JerouymoSodré Pereira Physiologia.
í.' ANNO.
Cons.ManoelLadisláoAranhaDantas. . Palhologia externa.
Palhologia interna. ConselheiroMatinasMoreiraSampaio )
B
re^nnaslSÍK
^
IRUlhCrcS™
mlaseúen>™":<>s
5.»ANNO.
• Continuação dePalhologia interna. JoséAntoniodeFreitas
j
^^Sn?^*
1*^»
WWetaaoperatória, e , Matéria medica,ctheraçeutiea.G.° ANNO,
Pharmacia.
Salustiano FerreiraSouto Medicinalegal.
Domingos RodriguesSeixas Uygiene,eHistoriada Medicina.
Clinicaexternado3.*cVoanno.
AntonioJanuário dc Faria Clinicainternadoo.- e 6.'anno.
RozendoAprígio PereiraGuimarães. .)
Ignacio JosedaCunha
f
PedroRibeirodeAraujo /Secção Aceessoria.
José Ignacio de Barros Pimentel. . .\
VirgilioClymaco Damazio /
Jose AITonso Paraizode Moura. . . .\ Augusto Gonçalves Martins 1
DomingosCarlosdaSilva > Secção Cirúrgica.
AntonioPacificoPereira
...
.\DemétrioCyriacoTourinho
Luiz Alvares dos Santos
^
\
O
Sr.Dr.CinciniiHto PintotiaSilva.O
Sr. fl&r. Tlioninz «1'Aquino (iaspar.PREFACIO.
JBIDECTOMIA
é de todas as operações ocularesa que é mais frequentemente empregada,
porém
>Jjh}&
também
a mais delicada. N'este pequeno trabalhoremos appreciações resultantes de numerosas
observa-ções por nós feitas
em
um
dos mais importantes cursosclí-nicos de Paris.
O
fimque temosem
miranestas poucas paginas não c daruma
descripç ão detalhada desta operação,mas
somente fazerDA
IRIDECTOMIA
E
SUA
APPLICACÃO.
oTrataremos primeiramente do
mecanismo
dairidectomia;depois,do resultado que se obtém desta operação, encarada therapeutica
—
óptica—
e mecanicamente.MECANISMO
DA IRIDECTOMIA.Sabemos
que a operação da iridectomia compõe-se de trestem-pos,que são:
j.
A
secção na córnea ou na sclerotica.2.
A
extracção deuma
parte do iris pela ferida. 3. Excisão da parte destamembrana
pela ferida.A
secção é a parte mais difficil da operação, assimcomo
a maisimportante; porque c ella que determina o
comprimento
e alar-gura da pupilla artificial.
Quanto mais periphericamente se fizera secção, tanto maior
será o comprimento do coloboma. Para se ter pois
um
coloboma
cujo comprimento deva ter a
mesma
extensão que a do iris?
deve-se fazer a incisão na sclerotica no nivel d'elle, i. e. deve se
fazer a incisão a
um
millimetrodo bordo da córnea. Seao contrarioa extensão do iris, a incisão deve approximar-se mais do bordo da córnea ou ser feita nesta
mesmo,
A
largura da incisão determinando a do coloboma, pode-scajuizar exactamente da largura da pupilla artificial desejada. Taes
são os dous princípios essenciaes da operação, Antes de
começar
a operação, applica-se o dilatador palpebral de
ramos
encrusados e o operador immobilisa o olhocom
uma
pinça appropriada. Disrpensa-se quasi
sempre
o cbloroformio nestaoperação. Para ainci-são serve^-se ordinariamente da faca
em
forma de lança, angularou recta,
O
manejodesteinstrumento requer toda a attenção do operador,para que elle possa conseguir, que os dous fios da faca fiquem
igualmente afastadosdobordo da córnea, afim de que aferida seja
vegular e por consequência a pupilla. Depois
convém
que a pontada faca não fira a capsula do crystallino porqueistocausaria
iné-vitavelmente
uma
cataracta traumática, seguida muitas vezes decyclite, iritc. e outros accidentes prejudiciaes ao interior do olho
e á vista.
Começando
a secçãoconvém
ler a facaem uma
posição quasi perpendicular paracom
o olho, (suppomos odoente deitado) paraque o bordo interno da ferida se acheo maispróximo possível da
inserção do iris.
Desde
o instante que se conheceque
a ponta dafacanão acha maisresistência, abaixa-seo cabo do instrumento de
modo
que a sua ponta se dirija cada vez mais para a face poste^rior da córnea, ficando o mais afastado possível da capsula do
crystallino, que, pela sabida do
humor
aquoso se acha quasiem
contacto
com
a face posterior da córnea.Para evitar-se o ferimento da capsula do crystallino
convém
não introduzir-se a faca até a largura toda que se pretende dar a
incisãoeaugmentar esta até onde sequer, por
um
golpe dado porum
dos fios do instrumento na occasião de reliral-o da ferida.Para o fim proposto épreferível a faca curva (isto é,
uma
cuja la-,mina
fazum
angulocom
o cabo) á recta.Afim de evitar as difficuldades inherentes ao
emprego
da facaes-licitade deGraefe,porque esteinstrumento introduzido na
camará
anteriordo olho é separado da capsula pelo iris; podendo-se alem
disto
com
elle regular ns condições exigidas na ferida.A
faca dede Graefe mostra sobretudo a sua superioridade nas iridectomias
praticadas
em
olhos glaucomatosos, quetem
uma
camará anteriormuitoestreita.
No
casoem
queaincisão for pequena demais deve-seaugmen-tal-a
com uma
faca obtusa (couteau mousse).Porém
quando
nâose receia ferir a capsula,
bem
como
na iridectomia que se fizerem
casos de cataracta secundaria, então é preferível alargarcom
uma
tesoura.A
experiência tem demonstrado que a pequenafe-rida pela acção contundente deste instrumento cura-se facilmente
por primeira intenção.
Um
accidente que sobrevem algumas vezes durante o acto delazcr-sc a incisão é a bemorrhagia na camará anterior, produzida
pela lesão das pequenas veias que se achão no canalde
Schlemm;
elleéalgumas vezesprejudicial, (apezardos authoresnada dizerem
á respeito desta sua nocuidade) sobretudo no caso do iris estar
affectado, ou queesta
membrana
tiver tendência á produzirexsu-dações.
O
sangue neste caso não éresorvido senãoincompleta-mente
e pode occasionar a occlusão total da pupilla.Além
disto osangue impede algumas vezes o ver-se a pupilla, o que é
entre-tanto indispensável para o segundo
tempo
da operação.Antes pois de continuara operação,
convém
favorecer a sabidado sangue por meio de ligeiras compressões
com
a pálpebrasu-perior ou inferior, (o que depende do jogardaincisão) abrindo os
bordos da ferida por meio da curetadeDaviel.
Em
casodeneces-sidade repetir-se-ha diversas vezes esta
manobra
porintervallos dealguns minutos até que a camará anterior esteja completamente
vasia delle.
Uma
vez feita a incisão, resta puchar para fora o iris, o que seobtém
introduzindo na camará anterior a pinça pupiilar até juntodo bordo do spbincter;
porém
tendo sempre cuidadoem
que asabre-se a pinça e pega-se
uma
parte maior oumenor
doiris, con^tbrme o fim que se
tem
em
mira.Podemo-nos
servir ordinariamente da pinçaindicada peloprofes^sor de Graefe ou da que o Dr. Liebreich inventou recentemente, e
que permitte abrir largamente os dous ramos,
mesmo
quando
aincisãoé pequena.
Este
tempo
da operação é delicado, porque aindaque
aextre-midade
dosramos da pinça seja obtusa, pode-seem
consequênciade
um
movimento
inopportunocorrero riscode abrir o crystalloide.Para evitar-se este accidente é util fazer
uma
pressão sobre obordo sclerotico da ferida por meio de
uma
cureta de Daviel,afim de obter o apartamento dos bordos da ferida, que é quasi
sempreseguido da procedência do iris e que porconsequência
dis-pensa a introducção da pinça na camará anterior.
Tendo-se agarrado
com
apinça o prolapso do irisdeve-secom-pletamente cortal-o
em
todo ocomprimento
da feridacom
ate-soura curva (ciseaux coudées) para que não fiquem partes do iris
encravadas.
Em
regra geralconvém
não introduzir a pinça pu-? pillar segunda vez na camará anterior, pois que acapsula nãoes-tando mais protegida pelo iris,poder-se-hia facilmente lesar.
Ve-remos
mais adiante que os encravamentos do iris na ferida sãomuito prejudiciaes sob o ponto de vista therapeutico.
O
mesmo
operador deve segurar o prolapso do irise cortal-o;isto é melbor do que encarregar deste trabalho outra pessoa.
Como
essetempo
daoperação é o maisdoloroso, deve serabrevia-do, pois ha a temer
movimentos
do doente,embora
o olho estejaimmobilisado.
Operadores ha que fazem o segundoe terceiro
tempo sem
deixarfixar o globo ocular,
porem
esta pratica parece-nos má, porquedeixa muitas vezes a pupiila arteíicial incompleta,
com
encrava-mento
do irisna ferida, e hemorrhagias nacamará
anterior.O
Dr. Liebreich serve-se deuma
tesouracom
ramos
muitofinosque
podeseryircom
vantagem nos casosem
queo crystallino nãoexiste, en'aquelles
em
que o iris estádegenerado, afim de evitar—
9—
terfrito«aincisão,não se deve puxarpara fora o iris, pois ter-se-hia
inevitavelmente sangue,
porem
introduzirum
dosramos
da tesouraatrás do iris e cortal-o; far-se-ha depois o
mesmo
em
um
outroponto do irisde
modo
áretiraruma
parte sufficientemente largad'elle.
Com
estemodo
de operar alcança-se sempremelhoramento
da vista.
Quanto
a escolha do lugarem
quese deva fazer a iridectomiaha diversospontosque nos
devem
guiar.Praticando-se a operação naparte inferiorha muito
menos
diííi-culdadc do quena parte superior; o olho
tem
sempreuma
tendên-cia a volver-se para cima, deixando conseguintementelivre o
cam-po operatóriona parte inferior,
emquanto
que para operar-se naparte superior, é preciso forçal-o para baixo se o doente é pouco
dócil.
Porem
cumpre
advertir que praticando-se a operação naparteinferior,se descobreo espaço comprehendidoentre o equador
do crystallino e a região ciliar, o que faz
com
que osraios lumino-sos atravessemem
parte o crystallino, eem
parte os médiosre-fractáriossituados entre as regiões acima indicadas.
O
doente experimentará deslumbramento que não se daria, sea pupilla fosse feita na parte superiorporque a pálpebra superior
cobriria a parte superiordo coloboma.
Esta
vantagem
óptica obriga á tazer a pupilla naparte superiorsalvo nos casos de opacidade na parte superior da córnea, e da
extracção de cataracla
em
queaquella consideração não tem valor.Terminada a operação limpa-se as feridas dos coágulos e do
pigmento que n'ella se
podem
achar eem
caso de necessidadeinstilla-se solução de atropina logo depois, porque nunca con-testamos a irritação dos bordos da ferida por este liquido que
al-guns autbores dizem terobservado.
Applica-se a ligadura compressiva sobre
ambos
os olhosdu-rante quarenta e oito horas,mudando-a, depoisde vinte e quatro.
A
reunião por primeira intenção faz-se ordinariamentealgumashoras depois da operação.
Nunca
vimos suppuração da ferida,que é causada pela poucalargura e altura do retalho.
-
10—
DO FIM DA IRIDECTOMIA.
Como
já dissemosnocomeço
(Testa thesepropomo-nos
á obtertres resultados
quando
praticamosa iridectomia.Encaremos
esta operação sob o ponto de vista tberapeutico eexaminemos
os casosem
que ella é indicada.Sabemos
que a iridectomia é empregadacontra o glaucomaem
todas as suas formas, e que os resultados são surprehendedores,
se tivermos escolhido
bem
a occasião azada, para pratica-la.É
um
factobem
verificado que a iridectomia diminue a tensãointra-ocular
augmentada
e queé esteaugmento
detensão quepro-duz todos os
symptomas
doglaucoma.A
causa da dureza do olhoé provavelmenteaconsequênciade
uma
tensão interiorpathologicado iris, que por seu turno é causada por
uma
disproporção entrea acção do sphincter e do dilatador do iris.
Ao
menos
asexperiên-cias que
temos
ensaiado sobre a causa doglaucoma
tornão estahypothese muitoprovável.
Uma
vez admittido este desaccordo entre osdous músculos do
iris e atensão interior
augmentada
comprehende-se queairidecto-mia
deve fazer cessar esta causa. Para que a iridectomiacorres-ponda
ao fim therapeuticocom
que é empregada,convém que
apupilla artificial seja larga e oceupe toda a alturado iris,isto é, a
distancia comprehendida entre o bordo do sphincter e o bordo
peripherico do iris. Eis as duas condições essenciaes que
devem
pesar no espirito do operador.
Uma
questão assás difficil é a de saber aoccasião opportuna defazer a operação.
O
glaucoma apresenta-se sob diversas formas:aguda, sub-aguda, chronica ou
com
a forma de accessosinflam-matorios.
No
casoem
que o glaucoma fôr agudo não deve haverhesitação
em
operaro mais breve possível, porquecadamomento
que se perde é mais
um
passo dado para funestas consequênciascausadas pela compressão do nervo óptico, que nãotardará a
pro-—
11—
longada. Ainda que
menos
apressadamente praticar-se-ha domesmo
modo
nos outroscasos.Para o caso de glaucoma que se apresenta sob a forma de
ac-cessos inílammatorios separados por intervallos mais ou
menos
longos, ha muitas vezes hesitação da parte do operador, porque
praticando elle a iridectomia
em
um
momento
em
que a vista énormal, o doente lhe será pouco reconhecido, por causa da dimi-nuição de vista, que a pupilla artificial e o astygmatismo que se
manifesta muitas vezes nas feridas da córnea e da sclerotica, lhe
causarem; sobretudo
quando
o doente sabe por experiênciaqueosaccessos inílammatorios desapparecem muitas vezes,
sem
dimi-nuição da agudeza da vista.Além
do que, acontece algumas vezes que o diagnostico doglaucoma é difficil, e que não se pode estar certo de encontrar
uma
excavação atrophica do nervo óptico; porquenem
sempre
seráfácil decidirpormeio dos dedos se a tensãodoolho está
real-mente
augmentada.Não
temosainda, infelizmente,um
tonometro,que indique satisfactoriamente a tensão doolho.
Nos
casos difíiceiscremos que é preferível retardar a operação eobservar exactamente, por intervallos mais ou
menos
longos, o estado da vista central e peripherica, paraemprehender
a opera-çãoquando
um
accesso inílammatorio poserem
risco as funcçõesdo nervoóptico.
É
evidente que nos casos de glaucoma absoluto, isto é,n'a-(juelles casos
em
que não hasensação da luz, a operação não deve sorfeita senàoquando hadores quedependem
da compressão dosnervos ciliares.
Uma
razão de mais pela qual a iridectomia deveserevitada
mesmo
nos olhosque seacham
incluídosno caso acimaencionado, é que alguns authores
tem
observado queairidecto-mia praticada
em
um
olhoaffectado de glaucoma, provoca algumasvezes
um
glaucoma no outro olho ouum
accesso inílammatorio,nocaso de já existir
um
glaucoma chronico.Na
iridochoroiditechronicaa iridectomiapreserva oolho dosata-ques inílammatorios desta moléstia e diminue a tensão do globo
—
12—
occlusão da pupilla.
Além
disto faz-seuma
abertura atravez daqual
passam
os raios luminosos.A
pupilladeve ser larga ecom-pleta, o que
nem
sempre
é possível conseguir-se, porque o tecidodo iris se acha na maioria dos casos degenerado, e despedaça-se
facilmentepela tracção
com
a pinça,derramando
muitas vezessan-gue que mais tarde se torna frequentemente
uma
causa muitocommum
deum
resultado mau, especialmente sob o ponto devistaóptico.
Convém
pois evitar ou diminuir o mais possível o grão detracção
com
a pinça nos casos de irido-choroidite chronicacom
occlusão da pupilla consecutiva á extracção de cataracta.
A
pe-quena tesoura de
ramos
muito finos usada por Liebreich pode nosservir
com
vantagem.Contra a irite chronica
em
que a atropina nãotem
uma
acçãoapreciável emprega-se a iridectomia,
porem cremos
que á ellapode
com
vantagem substituir a paracenthese dacamará
anterior,operação esta muitosimples e que é
recommendada
pelo Dr.Spc-rino de Turin.
Muitas vezes por meio d'e!la vimos curar rapidamente a irite
chronica,rebeldeatodos osoutros tratamentos.
É
evidente queestaoperação (que
em
verdade deve ser repetida diversas vezescom
pequenos intervallos) tem vantagens reaes sobre a iredectomia
ainda que fosse só por evitar-se o asíygmatismo causado muitas
vezes pela secção.
Além
d'istosabemos
com
quantavantagem
uma
pupilla estreita substitue a perda de aceomodação.Duas
vezes notamos depois da iridectomia que os doentes soffriarn de
um
astygmatismo mixto muito forte, doqual não padeciam antesda operação.
Na
extracção linear da cataracta pratica-se a iridectomia para obterum
effeito therapeutico além do mecânico.O
iris cujo spbincter é cortado inflamma-semenos
facilmente pela acção ir-ritante da sahida do crystallino epeio resto da substancia corticalque
pode ficar no olho.Quanto
ao resultado óptico que se quer obter pela iridectomia,sua applicação é muito frequente na cirurgia ocular.
É
claroque
-
13-sensivelmente a vista; a indicação pois será fazer
uma
outrapu-pilla e collocal-a
em
face deuma
parte transparente da córnea;Mas
antes de tudo serábom
certiíicar-se o operador da maiorou
menor
opacidade damancha
da córnea ede sua extensão.Quanto
mais opaca e circumscripta é a
mancha
tanto mais util será airi-dectomia; porqueas
manchas
opacas espalhãomenos
a luz sobreo fundo do olho e
mudam
menos
inconvenientemente a relaçãoentre a claridade da
imagem
da retina e a do fundo do olho, doque as opacidades ligeiras e extensas.
Eis a razão porque a irideclomia praticada nos casos de
opaci-dades ligeiras
mas
geraes da córnea deverá ser seguida de poucoaugmento
da vista.À
iridesis, infelizmente éuma
operação muito perigosa quanto as consequências qued'ellapodem
resultar (segue-semuitas vezes o glaucoma,) para que sua opplicação seja tentada, porquesem
isso, poder-se-hia collocar a pupilla no Jogarconveniente e evitarao
meímo
tempo
a acção expansiva dasmanchas
da córnea.Na
iridoehoroidite chronicaou na irite chronica
com
oclusãodocam-po
pupillar, a iridectomia é indicada tanto sob o ponto de vistatherapeutico,
como
acabamos
de mostrar, quanto sob o ponto devista óptico.
N'estes casos o prognostico dependerá entre outros
symptomas
da intensidade da exsudação pupillar pela
mesma
rasão, queaca-bamos
de demonstrar paraasmanchas
da córnea..Na
cataracta stratificadanão muito extensa, a iridectomia ópticatem
grandes vantagens sobre a discissão e a extracção, processosestes longose perigosos.
Temos
aqui de observar a extensão e ográo de opacidade do crystallino: se a opacidade do crystallino for
tão pouca que
mesmo com
a maiorcontracção da pupilla os raioslumiósos
podem
atravessar entrea peripheria da opacidade centrale o bordo do sphincter pupillar evidentemente a iridectomia não
éindicada; entretanto desde que, por
um
gráo de qualquercon-tracção, aspartes transparentes docrystallino estão fora da
direc-ção da passagem dos raios luminosos, a iridectomia é indicada e
—
J4—
refractorios comprehendidos entre o bordo do equador edo corpo
ciliar sejam cobertos pelo iris, de sorte que a
imagem
da retinanão seja formada senão pelosraiosque atravessarem o crystallino,
como
já dissemos para as opacidades da córnea.Quanto
maisintensa é aopacidade,
menor
será a quantidade de luz diffusa quepenetrará no interior do olho e maior será o contraste entre a
cla-ridade da
imagem
da retina e a do resto do fundo do olho.Bastantesvezessuccede,na extracção dacataracta
com
aberturada capsula, ficar
uma
grande quantidade de substancia cortical,além da capsula espessa e opaca no interior do olho, cobrindo o
campo
pupillareadherente ao iris. Nos casosde cataractasecun-daria póde-seseguirdousmethodos de praticar
uma
abertura paraa passagemdos raios luminosos.
Se a cataracta secundaria forma
uma
camada
ténue, a discissaocom
asagulhas deBowmann
éindicada; seao contrario amembrana
obstruidoraé espessa, melhor é praticar-se a iridectomia; porque
fazendo a discissao, amassa do crystallino nãotardará ainchar ea
obstruir de novo o
campo
pupillar.Como
o tecidodo irisestáalgumas vezes degenerado nos casosdecataracta secundaria, a iridectomia provoca muitas vezes
uma
hemorrhagia; para prevenireste accidente deve-seservirde tesou-ra de pernas muito finas.
Nos
casosde synechia anterior,quando
todo o sphincter estáencravadona cicatriz dacórnea e
quando
a abertura pupillartem
desapparecido,a iridectomia ópticaé indicada;
somente
n'este casosomos
obrigadosáfazerum
grande coloboma,ásacrificarum
poucodavista para assim precavermo-nos contra o glaucoma
sympto-matico, que muitas vezesnão tarda
em
manifestar-seem
seguidaás tracções do iris.
Tratemos agorado resultado mecânico da iridectomia.
Já dissemos que na extracção linear da cataracta, a iridectomia
foi introduzida não sópara obter-se
um
resultado therapcutico, maistambém
um
effeito mecânico.Quando
ohumor
aquoso sahe,a pupilla se conlrahe apezar da—
15—
estreita e realmente ella o pode fazer,
como
nos provão oscasos daextracção porretalho e os casos que vimos operar por
uma
secçãolinearda córnea
sem
iridectomia. Entretanto o tecido do iris éfor-tementeestirado e tanto mais o é quanto mais resistência a
cata-racta soífre noacto de sahir pela ferida; na secção por retalho este
ultimo é facilmente levantadopelo crystallino,
em
quanto que osbordos
d'uma
ferida linear seaffastam difficilmente, d'onde resul-taráuma
projecção adiante doiris, que então applica-se sobre aface posterior da córnea, de tal
modo
quea cataracta deve vencera acção do spbincter pupi liare alargar a abertura da ferida. Eis
principalmente, porquenasferidaslineares a iridectomiaé indicada
se não se quer exporoiris á
uma
forte contusão.Examinemos
pois as condições que a iridectomia requer naoperação da cataracta.
O
dilatador palpebral deve ser applicadoe o olho immobilisado,porque
sem
esta precaução, toda a sorte de accidentes,como
hemorrhagias, tracções doiris,forma irregularda pupilla artificial,
podem
apresentar-seem
consequência dosmovimentos
inoppor-tunos do olho operado.A
grandeza dairidectomia depende da largura e lugardaferida,póde-se regular a altura da pupilla fazendo a secção na córnea ou
na sclcrotica. Deve-se
sempre
extrahir a parte do iris quetem
como
altura a distancia comprehendida entre o bordo pupillar ea linha de secção; porque excisando
uma
parte menor, tem-seatemer
um
encravamento do iris.Comvém
especialmente cortar oiris nos ângulos da ferida, porque é n'estes lugares queo
encra-vamento
se produz facilmente, quando a largura do coloboma doiris não está
em
relaçãocom
a da ferida ou quando a forma docoloboma é irregular:não esqueçamos que os ensaiospara a
reduc-ção dos bordos do iris são raramente
bem
succedidos, tanto quequando
a cicatrisação não estáfeita, othumor
aquoso sahindo,ar-rasta estas partes para os ângulos da ferida.
O
encravamento do iris nas feridas lineares não prejudica deum
modo
sensível amarcha
da cura; a suppuração dos bordos—
16—
accidente,
mas
este encravamento produzuma
forma irregular dapupilla, podendo augmentar o astygmatismo e serseguidode
sta-phyloma
do iris.A
iridectomiatem
ainda avantagem
essencial, isto é, facilita aevacuação dos restos da substancia cortical, ella permitte
evacua-los mais facilmente e torna mais difficeis as accumulações d'esta
substancia, atraz do iris.
Na
iridectomia feita para dar passagemá cataracta,convém
nãohaver sangue e não castigar o iris; porqueestes accidentes
podem
ter n'este caso
uma
influencia mais nociva sobre a cura e a vistado que nos casos
em
que o systema crystallino está intacto.A
irite pode sobrevirem
consequência d'este accidenteedeve-se
temera
formação deum
diaphragma mais oumenos
opaco,es-pesso e muitas vezes persistente, que algumas vezes occupa todo o
campo
pupillar, entretémairitee oppõe-seápassagem
dosraiosluminosos.
Nos
casos de hemorrhagiaduranteesta operação deve-seespe-rar que ella cesse e que o
humor
aquoso se reproduza, paraeva-cuar o sangue por ligeiraspressões
com
apálpebra sobrea córneaPHYSICA.
Nos
phenomenos
cãpillares descnvolve-se calor.CHi
MICA
MINERAL.\i provável que diversos metaes sejamcorpos compostos.
ANATOMIA
OESCRÍPTIVA.lia
um
musculo dilatador especial da pupilla.CMIMICA ORGÂNICA.
A
quina Calyssaia é a mais rica de todas as quinasem
quinina. BOTÂNICA.l)eve-se cobrir de matériaimpermeável as faces dasfolhas para
saber-se o papel que cilas representam na respiração vegetal.
PHY3IQLQ91A.
A
pelle ó omoderador
do calor animal.ANATOMIA
PATKOLGGICA.O
pus é o sangue da pathologia.PATHOLOGIA
GERAL.A
thrichinose deve ser collocada no quadro das moléstiasin-feriu osas.
PATHOLOGIA
EXTERNA.O
exame
da ourina nas moléstias cirúrgicasémuitas vezes im-portante.PATHOLOGIA
INTERNA.A
lepra dos Árabes não se propaganem
por desenvolvimento—
18—
PARTOS.
Para abreviar o trabalho do parto não se deve daro centeio
es-pigado senão
quando
houvercerteza deque
o parto se possa fazerem
poucotempo
depois da sua administração.MEDICINA
OPERATÓRIA.A
extracção da cataracíaem
sua capsula poruma
secção lineare pela iridectomia é o melhor methodo.
MATÉRIA
MEDICA.O
chloral no tetanos deve ser preferido as outras preparaçõesaté agora empregadas.
HYGIENE.
Os
hospitaes e cemitériosdevem
ser afastados do meio dasci-dades.
MEDICINA
LEGAL.O
exame
das nódoas de sangue por meio da analyse speetraldeve ser preferido aos outrosmethodos.
PHARMACIA.
A
preparação do acido prussico segundoapharmacopéa
de No-ruega 6 preferível á lodos os outrosmethodos
de preparal-o.CLINICA EXTERNA.
O
apparelho de Javal merece, tanto sob o ponto de vistapra-tico
como
sob o ponto de vista theorico, a preferencia sobre os outros methodos para determinaro astygmatismo.CLINICA INTERNA.
.Na moléstia chronica de Bright é indicado substituir o mais
:n
I.
Ubi fames non opportet laborare.
{Sec.
5>
ÍÔ.)Ií.
In
omni morbo
mente valere, et bene babere ad ea quseoffe-nintur,
bonum
est.{Sec. 2.* Aph, 33.)
III.
Somnus, vigília, ntraque
modum
cxcedentia,malum.
(Sec. 2.* Aph. 3.o)
IV.
Ad
extremosmorbos
extrema remedia, exquisité óptima.(Sec. 1.* Aph. 6.0)
V.
Ubi
sommus
deliriam sedai,bonum.
(Sec. 2.* Aph. 2.")
VI.
In moibis acutis
extremarum
partium frigidus,malum.
(Sec. ii. Aph. 46.)£&ernetàc/a a féommtféão £/cev/âcla. £Sa/íea e &/aca/c/ac/e c/e ^/éeo/i-cina J c/e <sf6a<o c/e
Satã con^otmeoj Sd/a/ufoJ. ^acu/í/ac/e e/e es/6cc/c'ctna a'a £Sa4ta 6c/e
xsw£>a/o c/e sêy*.
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j/m/ii/ma-ae. &a4t'a e &/acu/c/ac/e c/e ^s/úec/tctna £a"e %s0&at'o </e /ér<
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