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Henriette Morato - Aconselhamento Psicológico Numa Perspectiva Fenomenológica Existencial

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A C O N S E L H A M E N T O P S IC O L Ó G IC O N U M A P E R SP E C T IV A F E N O M E N O L Ó C IC A E X IS T E N C IA L

Uma Introdução

C O O R D E N A Ç Ã O H rn rirtte T ognrtti IV nh j M o u to C inm etn l.ú rU Brito T iv arv * Bitt<rto A ndn í P rjilo \ u n o

tlíirO KES DA SÉRIE

E d i t l !» Ferreira ik- MjUim S l r a r u

F r a n c istu B j j i i í M í i A w iin p v Jw Ju n io r U u (VivrVolnlk

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Fundamentos de Psicologia

ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO

NUMA PERSPECTIVA

FENOMENOLÓGICA EXISTENCIAL

Uma Introdução

COORDENAÇÃO

Henriette Tognetti Penha Morato

Carmem Lúcia Brito Tavares Barreto

André Prado Nunes

EDITORES DA SERIE

Edwiges Ferreira de Mattos Silvares

Francisco Baptista Assumpção Junior

Léia Priszkulnik

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A C O N S E L H A M E N T O

P S I C O L Ó G I C O

N U M A PERSPECTIVA

F E N O M E N O L Ó G I C A

E X I S T E N C I A L

U

m a

I

n t r o d u ç ã o

C O O R D E N A Ç Ã O

H ENRIETTE TO G N ETTI PENHA MORATO

Professora-Doutora e Pesquisadora do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Coordenadora do Laboratório de

Estudos e Prática em Psicologia e Fenomenologia Existencial do IPUSP E-mail: hmorato@usp.br

CARMEM LÚCIA BRITO TAVARES BARRETO

Psicóloga Clínica. Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Professora Adjunta da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Vinculada à Graduação e ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica. Coordenadora do

Laboratório de Psicologia Clínica Fenomenológica Existencial (LACLIFE — UNICAP). Membro do Laboratório de Estudos e Prática em Psicologia Fenomenológica Existencial (LEFE — USP)

E-mail: carmemluciabarreto@hotmail.com

ANDRE PRADO NUNES

Mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo. Membro e Pesquisador do Laboratório de Estudos e Prática em Psicologia e Fenomenologia Existencial da Universidade de São Paulo.

Professor Membro Colegiado do Curso de Pedagogia da Universidade Camilo Castelo Branco E-mail: andrepn@usp.br

E D IT O R E S D A SÉ R IE

Ed w i g e s Fe r r e i r a d e Ma t t o s Si l v a r e s

Professora Titular do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP Orientadora e Supervisora no Curso de Graduação junto ao Departamento de

Psicologia Clínica e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP

Fr a n c i s c o Ba p t i s t a As s u m p ç ã o Ju n i o r Professor Livre-Docente pela Faculdade de Medicina da USP.

Professor Associado do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP

Lé i a Pr j s z k u l n i k

Professora-Doutora do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP. Docente do Curso de Graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da USP.

Docente e Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP. Psicanalista

* * *

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Chameda |

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Tombo

Os autores e a editora empenharam-se para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo- se a possíveis acertos caso, inadvertidamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida.

Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2009 by

EDITORA GUANABARA KOOGAN S.A.

Uma editora integrante do GEN I Grupo Editorial Nacional

Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na internet ou outros), sem permissão expressa da Editora.

Travessa do Ouvidor, 11

Rio de Janeiro, RJ — CEP 20040-040 TeL: 21-3543-0770 / 11-5080-0770 Fax: 21-3543-0896

gbk@grupogen.com.br www.editoraguanabara.com.br

Editoração Eletrônica: vÔanthares

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, R J

A167

Aconselhamento psicológico numa perspectiva fenomenológica existencial: uma introdução / coordenação Henriette Tognetti Penha Morato, Carmem Lúcia Brito Tavares Barreto, André Prado Nunes ; editores da Série Edwiges Ferreira de Mattos Silvares, Francisco Baptista Assumpção Junior, Léia Priszkulnik. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2009. il. - (Fundamentos de psicologia)

Inclui bibliografia ISBN 978-85-277-1556-0

1. Aconselhamento. 2. Psicoterapia centrada no cliente. 3. Psicologia fenomenológica. 4. Psicologia existencial. I. Morato, Henriette Tognetti Penha, 1949-. II. Barreto, Carmem Lúcia Brito Tavares. III. Nunes, André Prado. IV. Série.

09-0975. CDD: 158.3

CDU: 159.923

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Albenise de Oliveira Lima

Professora da Graduação e do Mestrado em Psicologia Clínica da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Doutorado em Família e Saúde pela Universidade Católica de Bilbao, Espanha. Vinculada ao Laboratório de Pesquisa em Família e Interação So­ cial da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Desenvolven­ do Pesquisa Sobre Família em Situação de Risco e Vulnerabilidade Social

E-mail: albenise@unicap.br

Ana Maria Monte Coelho Frota

Psicóloga. Professora Adjunta do Departamento de Economia D o­ méstica da Universidade Federal do Ceará. Mestre em Educação. Doutora em Psicologia pelo IPUSP. Psicoterapeuta Existencial Fenomenológica

E-mail: anafrota@ufc.br

Ana Maria de Santana

Psicóloga Clínica no Ambito da Saúde Pública. Mestrado em Psico­ logia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Vinculada ao Laboratório de Psicologia Clínica Fenomenológica Existencial (LACLIFE — UNICAP), Desenvolvendo Pesquisa Sobre a Prática Psicológica em Saúde Pública

E-mail: sant.anm@terra.com.br

André Prado Nunes

Mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo. Membro e Pesquisador do Laboratório de Estudos e Prática em Psicologia e Fenomenologia Existencial da Universidade de São Paulo. Professor e Membro do Colegiado do curso de Pedagogia da Universidade Camilo Castelo Branco E-mail: andrepn@usp.br

Barbara Eleonora Bezerra Cabral

Especialista em Saúde Mental em Contextos de Saúde Pública. Mes­ trado em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernam­ buco (UNICAP). Vinculada ao Laboratório de Psicologia Clínica Fenomenológica Existencial (LACLIFE — UNICAP). Docente do Colegiado de Psicologia da Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)

E-mail: bebcabral@hotmail.com

Carlos Frederico de Oliveira Alves

Psicólogo Clínico. Sanitarista Especialista em Saúde Pública. Profes­

sor Universitário. Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Professor da Faculdade Inte­ grada Tiradentes de Maceió, AL (FITS), e do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC). Psicólogo da Universidade Es­ tadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) e do Programa de Medicina Física e Reabilitação da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, AL

E-mail: fredpsi@bol.com.br

Carmetn Lúcia Brito Tavares Barreto

Psicóloga Clínica. Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Professora Adjunta da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Vinculada à Graduação e ao Programa de Pós-Gradua- ção em Psicologia Clínica. Coordenadora do Laboratório de Psico­ logia Clínica Fenomenológica Existencial (LACLIFE — UNICAP). Membro do Laboratório de Estudos e Prática em Psicologia Fenome­ nológica Existencial (LEFE — USP)

E-mail: carmemluciabarreto@hotmail.com

Carolina Bacchi

Doutora em Psicologia Clínica pelo Wright Institute. Professora Uni­ versitária e Psicoterapeuta. Atualmente Reside na Califórnia, onde Leciona para Alunos de Doutorado em Psicologia Clínica e Atende Adultos, Crianças e Adolescentes em Consultório Particular. Desen­ volve Pesquisas na Área de Criatividade em Atendimento Clínico, Principalmente na Interface entre Psicanálise, Arte e Literatura E-mail: carolbacchi@yahoo.com

Célia Maria Souto Maior de Souza Fonseca

Professora na Área de Avaliação Psicológica. Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Membro do Laboratório de Família e Interação Social. Membro do Grupo de Pesquisa do CNPq — Família e Interação Social. Profes­ sora da UNICAP nas Áreas de Avaliação Psicológica e Psicologia da Organização e do Trabalho na Orientação de Monografias. Pesquisa­ dora da UNICAP — Área de Família e Interação Social

E-mail: celiasoutomaior@yahoo.com.br

Cristina Maria Souza Brito Dias

Psicóloga Clínica e da Família. Doutorado na Universidade de Bra­ sília. Coordenadora do Laboratório de Família e Interação Social. Professora e Pesquisadora da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

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vi Colaboradores

Darlindo Ferreira de Lima

Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernam­ buco (UNICAP). Vínculo com o Laboratório em Psicologia Clínica (LABCLIN — UFPE). Professor Assistente Colegiado da Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) E-mail: darlindo.ferreira@univasf.edu.br

Eda Marconi Custódio

Professora-Doutora e Pesquisadora do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do Insti­ tuto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Curso de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo

E-mail: edamc@cebinet.com.br

Elaine T. Dal Mas Dias

Doutora e Mestre em Psicologia Escolar e Desenvolvimento Huma­ no pela Universidade de São Paulo (USP). Psicóloga pela Universi­ dade de Mogi das Cruzes (UMC). Professora do Programa de Pós- Graduação em Educação e do Curso de Psicologia da Universidade Nove de Julho (UNINOVE)

E-mail: elaine.mas@uninove.br

Gohara Yvette Yehia

Mestre e Doutora pelo PEPG em Psicologia Clínica da PUC-SP. Colaboradora do LEFE — USP

E-mail: goharal@terra.com.br

Heloísa Antonelli Aun

Psicóloga e Mestre em Psicologia pelo IPUSP. Colaboradora do LEFE — USP. Coordenadora Social da OSCIP Brasil Habitat — Projeto e Implantação

E-mail: heloaun@hotmail.com

Henriette Tognetti Penha Morato

Professora-Doutora e Pesquisadora do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do Ins­ tituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Coorde­ nadora do Laboratório de Estudos e Prática em Psicologia e Fenome- nologia Existencial do IPUSP

E-mail: hmorato@usp.br

Josélia Quintas Silva de Souza

Psicóloga da Saúde. Mestre pela Universidade Católica de Pernam­ buco (UNICAP). Vinculada ao Laboratório de Psicologia Clínica Fenomenológica Existencial (LACLIFE — UNICAP). Docente da Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE). Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Psicologia Clínica em Hospitais da FAFIRE. Psicóloga do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital da Restauração, PE

E-mail: joseliaquintas@yahoo.com.br

Lucyanna dê Farias Fagundes Pereira

Psicóloga Clínica. Mestre em Psicologia Clínica pela Universida­ de Católica de Pernambuco (UNICAP). Vinculada ao Laboratório de Psicologia Clínica Fenomenológica Existencial (LACLIFE — UNICAP)

E-mail: lucyannafarias@hotmail.com

Marcus Túlio Caldas

Psicólogo Clínico. Doutor pela Universidade de Deusto, Espanha. Membro do Laboratório de Psicologia Clínica Fenomenológica Exis­ tencial (LACLIFE — UNICAP). Vínculo com o Laboratório de Es­ tudos e Prática em Psicologia e Fenomenologia Existencial da Univer­ sidade de São Paulo (LEFE — USP). Professor Adjunto I do Curso de Psicologia da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) E-mail: marcus_tulio@uol.com.br

Maria Luisa Sandoval Schmidt

Professora Livre-Docente e Pesquisadora do Departamento de Psi­ cologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Coordenadora do Serviço de Aconselhamento Psicológico e do La­ boratório Imaginário do IPUSP

E-mail: maluschmidt@terra.com.br

Marígia Ana de Moura Aguiar

Pós-Doutorado pela Universidade de Birmingham, Reino Unido. Professora Aposentada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professora Adjunta da Universidade Católica de Pernam­ buco (UNICAP). Pesquisadora do CNPq. Bolsista de Produtividade em Pesquisa

E-mail: marigia@hotlink.com.br

Marina de Ulhôa Flosi Mendes

Psicóloga Especialista nas Áreas Clínica e Jurídica. Mestre em Psico­ logia do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Pau­ lo. Professora Supervisora na Área Clínica e da Psicologia Jurídica da Universidade Paulista (UNIP). Professora e Subcoordenadora do Curso de Especialização em Psicologia Jurídica do Instituto Sedes Sapientiae. Professora e Assessora Técnica da Comissão de Desen­ volvimento Profissional dos Psicólogos do Tribunal de Justiça de São Paulo (Proteção à Infância). Psicóloga Judiciária do Tribunal de Jus­ tiça do Estado de São Paulo, na Vara da Infância e Juventude e da Família e Sucessões do Fórum de Pinheiros

E-mail: marinaufm@hotmail.com

Marina Halpern-Chalom

Psicóloga e Mestre em Psicologia pelo Departamento de Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento Humano da USP. Professo­ ra da Universidade Paulista das Disciplinas de Oficina de Criativida­ de e Plantão Psicológico. Atua Também na Área Clínica

E-mail: mhchalom@uol.com.br

Patrícia Wallerstein Gomes

Psicóloga Clínica e da Educação. Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Vinculada ao Laboratório de Psicologia Clínica Fenomenológica Existencial (LACLIFE — UNICAP). Professora Adjunta I da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

E-mail: patriciawg@oi.com.br

Rodrigo Giannangelo de Oliveira

Psicólogo e Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP. Psicoterapeuta de Orientação Fenomenológica Existencial. Planto­ nista e Supervisor de Atendimentos em Plantão Psicológico no LEFE — USP Desde 2002. Colaborador do Instituto Gestalt de São Paulo,

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onde Leciona em Cursos de Pós-Graduação. Diretor Geral da Facul­ dade de Tecnologia Álvares de Azevedo (FAATESP)

E-mail: rodrigo.go@ig.com.br

Severino Ramos Lima de Souza

Formado em Psicologia Clínica e Psicologia Institucional. Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Professor da Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE). Psicólogo da Fundação da Criança e do Adolescente (FU N D A C - PE). Psicoterapeuta

E-mail: sevlima@yahoo.com.br

Suely Emilia de Barros Santos

Formada em Psicologia Clínica e Social. Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Professora/ Supervisora da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), Psicoterapeu­ ta Associada da O N G A-colher

E-mail: suemilia@uol.com.br

Tatiana Benevides Magalhães Braga

Psicóloga pela Universidade de São Paulo. Doutoranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Psicóloga Clínica na Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima e em Consultório. Docente da Universidade Nove de Julho. Pesquisadora e Supervisora Clínica do

Laboratório de Estudos e Prática em Psicologia e Fenomenologia Existencial (LEFE — USP)

E-mail: tatibmb@gmail.com

Virgínia Teles Carneiro

Psicóloga Clínica. Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco. Vinculada ao Laboratório de Psicologia Clínica Fenomenológica Existencial (LACLIFE — UNICAP) e ao Laboratório de Estudos e Prática em Psicologia Fenomenológica Existencial (LEFE — USP). Professora da Universidade Estadual da Paraíba

E-mail: virginiateles@gmail.com.

Walter Cautelia Junior

Psicólogo, Doutorando e Mestre em Psicologia pelo IPUSP. Colabo­ rador do LEFE — USP. Coordenador de Serviços Muitidisciplinares da Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima

E-mail: wcautella@ig.com.br

Wilma Magaldi Henriques

Professora Supervisora de Estágios da Universidade de Mogi das Cru­ zes. Especialista em Psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae. Mes­ tre em Psicologia Clínica pela PUCAMP e Doutora em Psicologia pelo IPUSP

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P

e r s p e c t i v a

F

e n o m e n o l ó g i c a

E

x i s t e n c i a l

Pareceristas (Ad hoc)

que colaboraram na seleção de capítulos

Prof4 Dr3 Angela Nobre de Andrade Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Pro£ Dr3 Heloísa Szymanski

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP Prof. Dr. Roberto Novaes de Sá

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É com imenso prazer que apresentamos a Série Fundam entos de Psicologia. Ela consiste em textos básicos destinados ao aluno de Curso de Graduação, de Curso de Especialização ou de Curso de Pós-Graduação em Psicologia de qualquer Universidade do país. Esses textos encontram-se organizados de maneira prática, acessível e com sugestões de aprofundamento nos temas estudados de maneira a dispor ao leitor um guia de leitura para um curso acadêmico na área.

A obra visa, principalmente, a estruturação de um núcleo básico de pensamento, objetivando o conhecimento e a compreensão do campo em estudo, de modo a otimizar o ingresso do leitor nesse campo.

Como a finalidade desta Série não é substituir os textos clássicos, mas sim orientar e sistematizar a compreensão dos principais temas estudados, uma maior reflexão, visando o aprofundamento deles, é recomendável. Assim, leituras complementares são sugeridas pelos diferentes autores a cada título.

O projeto, aparentemente simples, envolve grande parte da temáti­ ca de relevância na área da Psicologia. Assim, engloba seu conhecimen­ to enquanto história, fundamentos, epistemologia e ética, a Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, a Análise Experimental do Comportamento, a Etologia, a Psicopatologia nos aspectos clínicos e estruturais. Várias especificidades da área, como a Psicologia do Ex­ cepcional e a questão da deficiência física, mental e sensorial, a Psico­ logia dos processos cognitivos, a Psicologia dos processos sensoriais, a Psicologia da Personalidade, a Neuropsicologia, a relação Psicologia

e doenças somáticas, bem como a Psicologia e Morte, são igualmen­ te contempladas. Do ponto de vista das diferentes escolas de pensa­ mento, procura ainda abordar seus fundamentos, uma introdução à Psicanálise, envolvendo as idéias de Freud, Jung, Klein, Winnicott, Lacan, Reich, uma introdução à Terapia Comportamental-Cognitiva e à Gestalt-Terapia, como também os modelos fenomenológicos e processos grupais e familiares. Busca ainda caracterizar, mesmo que de maneira geral, um panorama atual da Psicologia Social, da Psicolo­ gia Institucional, da Psicologia do Trabalho e das Organizações, bem como a interface Psicologia e Religião. Finalmente, o projeto propõe um último volume referente a questões específicas de cada um dos temas desenvolvidos, visando uma avaliação sistemática delas. O ob­ jetivo é facilitar o estudo do leitor iniciante em cada uma das áreas contempladas.

Todos os temas são desenvolvidos por especialistas com capacidade reconhecida nacional e internacionalmente.

É um trabalho de fôlego, sem similar na literatura nacional, e visa suprir uma lacuna existente em nosso mercado editorial.

Esperamos que seus objetivos sejam alcançados com o agrado de todos.

Pro£ Dr3 Edwiges Ferreira de M attos Silvares Prof. Dr. Francisco Baptista Assumpção Junior Pro£ Dr* Léia Priszkulnik

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Historicamente, o campo de Aconselhamento Psicológico (AP), foi uma das áreas de atuação que, juntamente ao diagnóstico psicológico e à orientação profissional, garantiu a prática profissional do psicólogo, em 1962, com a lei 4.119. Desde o seu início, compreendido como prática psicológica restrita à solução de problemas de ajustamento, o AP foi se constituindo direcionado tanto para a vertente de instituições de ensino quanto para a vertente das instituições e organizações sociais e empresariais. Nesta direção, sofreu grande influência dos processos de diagnóstico que ofereciam subsídios para a “orientação” do bom conselheiro, enquanto a psicoterapia, ação clínica de tratamento, era exercida exclusivamente pelos médicos por excelência.

A publicação, em 1942, do livro Counseling and Psychotherapy, de Cari Rogers, possibilitou um deslocamento progressivo da abordagem psicométrica no processo de aconselhamento, que passou a ser centrado na pessoa do cliente e na relação cliente-conselheiro. Estavam, então, lançadas novas bases para a ação do psicólogo que, gradativamente, foi se vinculando à prática psicoterapêutica. Inicialmente, essa prática encontrava-se marcada pelo modelo médico e vinculada a aspectos técnicos e científicos, voltada para o atendimento individual dirigido às classes média e alta. Só a partir da década de 1980, quando da inserção do psicólogo na rede pública de saúde, a ação desse profissional passou a abarcar uma população de baixo nível socioeconômico.

As práticas psicológicas tradicionais foram gestadas em diferentes

países da Europa e dos Estados Unidos, assumindo a influência da composição de forças do tecido social e cultural do país de origem e marcadas pela esperança na ciência como conhecimento que so­ lucionaria os problemas humanos. Diante de tal contexto, a prática psicológica apresenta-se respaldada por diversas teorias e sistemas psicológicos.

Enquanto alguns buscavam desconhecer a singularidade do sujeito, ressaltando sua realidade independente apoiada no modelo científico de ciência, outros reconheciam e sublinhavam a especificidade do sujeito e desenvolveram um conhecimento que buscava a articulação entre processos cognitivos e outras dimensões das práticas sociais. No entanto, ao permanecerem no eixo da polaridade sujeito/sociedade e natureza, tentavam anular a possibilidade de uma medida comum entre o mundo dos sujeitos e dos objetos.

É essa impossibilidade de purificação entre humanos e natureza que é apontada, segundo Latour, no seu livro Jam ais Fomos Modernos, de 1994, pelas filosofias que vieram depois das consideradas modernas e que representam um momento de transição. Trata-se de momento norteado pela crença de que o sujeito falante é incomensurável ao objeto natural e à eficácia da técnica, necessitando de uma expansão pelo território da hermenêutica.

Tal compreensão norteia as reflexões dos diversos autores que com­ põem o presente livro. Partem da prática psicológica em instituição, campo inicial e privilegiado da constituição do Aconselhamento Psico­ lógico, e vão descobrindo e (des)construindo essa prática, apontando para a necessidade de outras modalidades além da psicoterapia. Em tal percurso abdicam da necessidade de compartimentalização e ci­ são acerca do que é o homem, dirigindo-se para uma compreensão do ser humano ancorada na possibilidade de cuidado de si, partin­ do da atenção psicológica compreendida como intervenção clínica, socialmente contextualizada e engendrada a partir de um encontro intersubjetivo.

Nesse contexto, um livro que ressalte e marque a relevância do Aconselhamento Psicológico como um campo fundamental, histórica e socialmente no Brasil e no contexto mundial, toma-se desejável e necessário. Firma-se por ele um comprometimento para a formação de profissionais preocupados com a seriedade e a importância da con- textualização histórica, social e cultural de sua formação e para profes­ sores de graduação que busquem propiciar uma formação ancorada na tradição e rigor da Psicologia.

A partir da tradição constitutiva do campo de Aconselhamento Psicológico, o presente livro apresenta a aproximação cuidadosa des­ se campo com a perspectiva fenomenológica existencial, apontando para a constituição de um novo olhar clínico investigativo, que busca interrogar ao próprio fenômeno o que necessita ser desvelado. Desse modo, a ação clínica, ao aproximar-se da condição humana apresen­ tada por Heidegger, busca propiciar que o cliente se tome narrador de si mesmo pela escuta atenta (atenção psicológica) do psicólogo, que cuida de exercer um dizer encarnado, afinado pelas interpelações do cliente gestadas numa trama de relações significativas constituídas pelo próprio mundo.

A ação clínica assim compreendida rompe com o modo de contato construído numa concepção técnico-explicativa, constituindo-se numa disponibilidade para acompanhar o outro (cliente) em seu cuidar das suas possibilidades mais próprias, dispondo delas livremente e com responsabilidade. Nessa direção, envolve-se çom um procedimento co-humano criativo, não-apreensível por teorias que descendem do subjetivismo e do conceito cartesiano de mundo.

D o livro

É nessa direção que os diversos autores deste livro empreendem suas reflexões, transitando por aspectos teóricos, metodológicos e de pesquisa. A organização do livro segue essa estrutura temática: agrupa os capítulos de modo a facilitar uma compreensão do olhar fenome- nológico existencial para a prática psicológica, ampliando, também, a

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compreensão instituída pelo Aconselhamento Psicológico. Ao mesmo tempo, revela como o Aconselhamento Psicológico pode se aproximar dessa perspectiva pela metodologia de investigação de psicólogos sobre a prática ou pela pesquisa interventiva refletindo a prática ou, ainda, pelas teorizações fundamentadas nessa prática. Ou seja, partindo sem­ pre do questionamento da prática, todos (ou a maioria) dos trabalhos resultaram de teses de doutorado e dissertações de mestrado de 2000 a 2006, defendidas nos Programas de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de São Paulo e da Universidade Católica de Pernambuco.

Nesse sentido, o bloco “Teoria” é constituído por quatro capítulos que trabalham a historicidade, a contextualização e a amplitude do campo de Aconselhamento Psicológico. O texto de Maria Luisa Sch- midt revela o elemento fronteiriço constituinte do campo de AP. O texto de Henriette Morato discute cuidadosamente as implicações das reflexões entre compreensões de Rogers e Gendlin, autores fundamen­ tais para AP. O texto de Carmem Barreto ressalta as contribuições do pensamento heideggeriano, apontando para a ampliação do pensar a clínica psicológica via fenomenologia hermenêutica. Por último, o tex­ to de Marcus Túlio Caldas apresenta as contribuições do pensamento fenomenológico existencial para a compreensão da psicopatologia.

No bloco “Reflexão e Pesquisa”, o capítulo de Gohara Yvette Yehia faz uma articulação entre o AP e o Psicodiagnóstico Colaborativo, ressaltando a possibilidade de interlocução entre essas práticas psico­ lógicas. O texto de Virgínia Carneiro traz uma reflexão crítica sobre a articulação entre teoria e prática no contexto de formação do psicólogo clínico. Nessa mesma direção, os textos de André Nunes e Tatiana Braga revelam uma perspectiva de formação crítica por meio de um laboratório universitário com projetos de extensão e a Atenção Psico­ lógica como um estágio clínico de graduação. Já os textos de Heloísa Aun e Rodrigo de Oliveira apresentam uma modalidade de prática no campo de AP, conhecida como Plantão Psicológico, que se instituiu a partir de pesquisas interventivas demandadas, respectivamente, pelas instituições da FEBEM e da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo. Ainda em textos complementares, porém diversos, os capítulos de Waíter Cautella Junior e Josélia Quintas trabalham a perspectiva de Plantão Psicológico a partir de pesquisas interventivas em instituições hospitalares de São Paulo e Recife. Por sua vez, o texto de Darlindo Lima contempla a dimensão da escuta como dispositivo de cuidado, nutrida por diversos contextos culturais.

O último bloco, “Metodologia”, apresenta trabalhos de perspectivas teóricas variadas, mas cuja investigação e colheita das experiências fo­ ram realizadas a partir de uma escuta e de um modo fenomenológico existencial. Assim, o capítulo de Barbara Cabral faz a ligação entre as reflexões sobre o Plantão Psicológico e as pesquisas desenvolvidas em instituições com programas de saúde pública, discorrendo sobre as possibilidades metodológicas de pesquisa nessa perspectiva. Também contemplando o questionamento da modalidade de Plantão Psicológi­ co como abertura à experiência de si mesmo, Marina Halpern-Chalom encaminha-se pela metodologia fenomenológica recorrendo ao contar histórias como esclarecimento da demanda de dizer de si.

Nesse bloco ainda, Ana de Santana apresenta a experiência de pa­ cientes usuários de serviços de Saúde Mental, visando ressignificar a prática clínica psicológica na unidade ambulatorial, enquanto Carlos Frederico Alves revela as experiências dos cuidadores que trabalham em serviços de saúde. O texto de Lucyanna Pereira discute a fala clí­ nica em terapia e como essa fala pode ser acolhida em uma pesquisa fenomenológica existencial. Por outro lado, Carolina Bacchi e Wilma Henriques mantêm-se na perspectiva dos estágios clínicos de formação,

iniciada por Lucyanna, porém discutindo não a atitude do aluno mas o fenômeno de espelhamento e a supervisão clínica, respectiva e complementarmente.

Por sua vez, acompanhando possibilidades metodológicas, os textos de Ana Frota, Elaine Dias, Célia Fonseca e Severino de Souza traba­ lham e articulam, em diversas perspectivas e contextos, o complexo fenômeno da adolescência em nossa sociedade. Já o texto de Marina Mendes apresenta uma elaborada discussão sobre a prática do psicólogo em instituição jurídica sob o olhar fenomenológico existencial. Suely Santos percorre a experiência de ser ex-esposa, vinculando a perspectiva fenomenológica existencial e a sociodramática enquanto modalidade de prática clínica. Por fim, o texto de Patrícia Wallerstein apresenta uma necessária reflexão sobre a Gestalt-terapia por suas rupturas e continuidades, propiciando frutíferas idéias sobre movimentos aproxi­ mados ao campo de AP, através de revisões críticas metodologicamente encaminhadas.

Da proposta

Contemplando temáticas e leituras atuais da prática psicológica, o presente trabalho procura abrir outras perspectivas para reflexões pertinentes ao fazer da Psicologia compromissada com o humano e seus desafios existenciais. Parafraseando Hannah Arendt (Homens em Tem­

pos Sombrios. São Paulo: Companhia das Letras, 1987), é preciso “estar

disposto a arriscar a vida”, pois “somente podemos ter acesso ao mundo público, que constitui o espaço propriamente político, se nos afastarmos de nossa existência privada” (p. 73-74). É essa a proposta deste livro.

Dando voz àquilo que exercemos como trabalho, a prática psico­ lógica, procuramos abrir espaços que, ao mesmo tempo, contemplem uma singularidade e uma pluralidade de olhares no coletivo de nosso pertencimento: o campo do Aconselhamento Psicológico como lugar legitimamente próprio de um fazer profissional ético e político. Afinal, o mundo atual pode ser compreendido como uma “administração doméstica coletiva”, um “conjunto de famílias economicamente orga­ nizadas”, uma “família sobre-humana” (Arendt, 1987, p. 38).

Contudo, este trabalho contempla uma dimensão que não se limita apenas a essa familiaridade. Para Arendt (1987, p. 45-46),

Na medida em que se constroem corpos políticos sobre a família e são compreendidos como uma imagem dela, considera-se que os parentescos podem, por um lado, unir os mais diversos e, pelo outro, permitir que figuras semelhantes a indivíduos distingam-se umas das outras [...] Em ambos os casos, a ruína da política resulta do desenvolvimento de corpos políticos a partir da família, a que nossa vida está unida.

Para não agirmos nessa direção antipolítica apontada por Arendt, recorremos à multiplicidade mesma da Psicologia em suas teorias e técnicas para sugerir outra possibilidade de compreensão do fenô­ meno humano: a ótica fenomenológica existencial. Por ela é possível ocorrerem reflexões que percorrem encontros com o estrangeiro que somos em nossa própria cultura e em nossa humanidade de homens entre homens.

Preocupados com o desalojamento da prática psicológica em tempos

sombrios do humano, dedicamos este livro a todos os psicólogos entre o

passado e o futuro, para criarem ações pertinentes em seu fazer. Aban­ donar seguranças e arriscar-se à imprevisibilidade foi o desafio que aqui deixamos testemunhado. Porém, esperamos apresentar possibilidades para agir em Psicologia como início para experienciar outras formas no ofício de psicólogos.

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Com o destaca a Prof* Dra. Henriette M orato na apresentação deste livro, o que norteia e singulariza a obra na diversidade de suas contribuições é o diálogo entre o campo do aconselhamento psicológico e a perspectiva fenomenológica existencial. Essa aproxi­ m ação tem como conseqüências uma compreensão da irredutibili- dade da existência humana às objetivações técnico-científicas e uma maior abertura dos modelos de práticas psicológicas, já que essas, ao encontrarem sua fundamentação na noção essencial de cuidado, prescindem de formatações rígidas que compensem a falta de uma identidade intrínseca. Nesse sentido, faremos algumas considerações sobre as noções de “existência” e “cuidado”, oriundas da fenomeno- logia hermenêutica de Heidegger, e seus possíveis desdobramentos no âmbito da clínica. Essas palavras iniciais não devem ser tomadas como alguma espécie de introdução teórica aos trabalhos aqui publi­ cados, não apenas pela sua insuficiência óbvia, mas também porque adentrar nos campos tanto da fenomenologia quanto das práticas psicológicas nunca se dá pela mera intelecção lógica de conceitos. Nosso objetivo é apenas convidar o leitor a uma atitude mais propícia ao espírito da obra.

O nome de Heidegger suscita, nos colóquios intelectuais cotidia­ nos, uma aura caricatural de complexidade e hermetismo, às vezes utilizada para mitificações motivadas pelo prazer narcíseo e outras para detrações que passam completamente ao largo de seu pensamento. Seria irresponsável negar as dificuldades inerentes à compreensão de sua obra, tanto aquelas circunstanciais para leitores que não dominam sua língua original e não possuem uma formação filosófica sistemática, quanto aquelas essenciais, relativas à radicalidade própria de seu pensa­ mento. Entretanto, não devemos confundir a dificuldade intelectual, no sentido mais corrente de complexidade lógica e conceituai, que costumamos atribuir à lógica, às matemáticas e às ciências, com a dificuldade própria ao pensamento filosófico autêntico, pois esta diz muito mais respeito às nossas próprias dificuldades existenciais de ex­ perimentar modos mais livres e singulares de ser e olhar. A aproximação das práticas psicológicas com o pensamento heideggeriano tem prescin­ dido, algumas vezes, de uma conceitualidade mais rigorosa, cedendo diante daquelas dificuldades circunstanciais por nós já apontadas, mas também é verdade que construções conceituais rigorosas, complexas e elegantes podem ser totalmente estéreis, de uma perspectiva clínica, se perderem de vista a co-pertinência entre ser e pensar. Apesar das falsas aparências, Heidegger está muito longe de ser um cultor da erudição vazia e do elitismo intelectual:

... qualquer pessoa pode seguir os caminhos da reflexão à sua

maneira e dentro dos seus limites. Por quê?Porque o homem éoser

(Wesen) que pensa, ou seja, que medita (sinnende). N ão precisamos portanto, de modo algum, de nos elevarmos às ‘regiões superiores’ quando refletimos. Basta demorarmo-nos (verweilen) junto do que está perto e meditarmos sobre o que está mais próximo: aquilo que diz respeito a cada um de nós, aqui e agora... (Heidegger, 2000,

p. 14)

O maior testemunho do quanto Heidegger tinha em alta conta o diálogo de seu pensamento com a clínica foram os seminários de Zollikon, ministrados por ele periodicamente, durante cerca de 10 anos, para um grupo de médicos e estudantes, sob a organização do psiquiatra suíço Medard Boss. Nesses encontros, o filósofo se propôs a árdua tarefa de iniciar seus interlocutores, treinados na tradição técnico-científica de abordar a realidade, no exercício de um novo olhar para o sentido dos entes, principalmente daquele ente cujo significado deveria estar sempre em questão nas práticas psicológicas: o próprio homem. Para desconstruir a atitude científica, Heidegger aborda os fenômenos do tempo, do espaço e da existência humana, mostrando como sua objetivação científica entulha o acesso ao seu modo de ser mais essencial, fazendo com que nos contentemos com meras representações arbitrárias e distantes do “mundo da vida”, para usar a expressão de seu mestre Husserl.

N ão é por acaso, nem por algum interesse particular pela antropo­ logia filosófica, que a obra mais famosa de Heidegger, Ser e Tempo, cuja motivação fundamental é a “questão do ser”, acaba se constituindo em uma investigação ontológica criteriosa sobre o modo de ser deste ente que somos nós. Ser e Tempo aborda a questão do ser por um caminho distinto daquele que foi privilegiado pela tradição: não pergunta o que é o ser, mas interroga, sim, o seu sentido. O objetivo da ontologia, que era, para a metafísica, determinar os entes em seu ser substancial simplesmente dado, em sua qüididade, transforma-se, com Heidegger, em uma questão hermenêutica.

Se a tradição ocidental consagrou a definição grega do homem como “o ser vivo dotado de fala”, traduzindo-a posteriormente como “animal racional”, e se toda predicação pressupõe uma habitação prévia no sentido do ser, podemos pensar, então, o traço essencial e diferen- ciador do modo de ser do homem, como a sua referência originária ao ser. Este ente, que somos nós, assume, portanto, o lugar de primeiro interrogado com relação à questão do ser. Nossa existência factual já é sempre tacitamente pré-ocupada com tal questão nas relações com os entes que nos vêm ao encontro e consigo mesma. Por isso, o projeto de

Ser e Tempo tem como tarefa inicial de uma ontologia geral a “analítica

da existência humana”, isto é, a explicitação das estruturas ontológicas do modo de ser do homem.

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Essa referência originária do homem ao ser não se restringe, para Heidegger, ao âmbito da mera representação dos entes. A condição ontológica de possibilidade de representar e de formular juízos ver­ dadeiros ou falsos sobre os entes repousa, antes, no fato de que ser homem já é, desde sempre, existir na presença dos entes. A existência, entendida como o modo específico de ser do homem, é a própria abertura de sentido em que algo como um ente por si subsistente pode se dar. Existir já é, ontologicamente, um “ser-junto-às-coisas” e um “ser-com-os-outros”. “Existência” (“ec-sistência”, no sentido de ser para “fora”), “ser-aí” (Dasein) e “ser-no-mundo” não são apenas novas designações para enfatizar o caráter relacional de um sujeito entendido como unidade substancial, ontologicamente separada dos objetos que apreende; expressam uma compreensão completamente diferente acerca do modo essencial de ser do homem como puro reíacionar-se com o que lhe vem ao encontro enquanto alguma coisa. Uma bola de bilhar que se choca contra outra se relaciona com esta, produzindo, entre outras conseqüências, a mudança de sua trajetória; mas não diríamos que essa bola se relaciona com a outra “enquanto” uma bola de bilhar, ou sequer diríamos que ela se relaciona com a outra bola enquanto alguma coisa, seja lá o que for. Adotando uma perspectiva da física moderna, podemos dizer que tudo no universo se encontra de alguma forma relacionado; no entanto, apenas o homem se relaciona com as coisas enquanto coisas, só o existir humano se relaciona com o ser coisa das coisas. Existir é ser na abertura de sentido em que as coisas se desvelam como coisas.

Nesse nível de experiência do ser homem, não é suficiente para Heidegger a noção de intencionalidade apenas enquanto a propriedade fundamental da consciência de estar sempre dirigida para um obje­ to. Ele nos propõe um deslocamento da imanência da “consciência” para o aberto da “ec-sistência”. A fenomenologia de Heidegger não é, portanto, idealismo transcendental no sentido de Husserl, mas sim hermenêutica. O sentido que se desvela através do homem nunca se dá a partir de algum apriori transcendental; ele só é na medida em que se desvela historicamente. Não se trata somente de uma consciência que é sempre “consciência de”, mas de um existir concreto que é sempre um “ser-junto-às-coisas” e um “ser-com-os-outros”. Posição estranha e surpreendente, tanto para a nossa atitude cotidiana quanto científica de compreender a realidade, pois isso significa que o mundo não está aí simplesmente pronto à espera de ser descoberto nem é arbitrariamente produzido pelo sujeito. Homem e mundo são co-originários.

Em Ser e Tempo, Heidegger (1989, § 41 e 42) opta por uma palavra bastante significativa para condensar essa dinâmica ontologicamente estruturante da existência que é o “já ser desde sempre no mundo enquanto ser-junto-a e ser-com” : utiliza ele o termo “cuidado” (Sorge), deixando claro que não devemos entendê-lo em um sentido ôntico como cuidar bem ou descuidar de algo. Somente porque somos entes cujo modo de ser é ser-junto-a, desvelando o sentido daquilo que nos vem ao encontro, podemos ser cuidadosos ou descuidados no sentido ôntico habitual. Um sistema eletrônico de vigilância não pode cuidar bem nem mal das coisas que supostamente protege, pois ele simples­ mente não se relaciona com as coisas enquanto coisas. O cuidado, como estrutura ontológica da existência, é cuidado pelo ser enquanto tal, naquela compreensão já referida aqui de que apenas na livre aber­ tura de sentido que constitui o ser-no-mundo podem se dar as coisas, os outros e a própria existência a si mesma. Em uma carta publicada em 1947 com o título Sobre o Humanismo, Heidegger exprime de forma poética a mesma idéia dizendo: “O homem é o pastor do Ser” (1967, p. 51). Se mesmo as coisas apreendidas como simplesmente

subsistentes dependem do ser-junto-a da existência para se desvelar desse modo, então sua verdade, isto é, o seu modo de ser desveladas, não jaz em nenhuma suposta qtiididade, indiferente ao modo como o homem se coloca ao lado delas como desvelador. A verdade dos entes, seu modo de aparecer, é correlativa ao “olhar pré-compreensivo” com o qual o ser-aí humano lhes co-responde. É a essa dimensão ontológica de pré-compreensão, dotada sempre de tonalidades afetivas, que se refere o cuidado existencial.

Para cuidar de alguém no sentido de piedosamente lhe oferecer esmolas, é preciso que nosso “olhar” já tenha previamente encontrado essa pessoa como desvalida. Conta a tradição budista que Sidharta Gautama, após a iluminação, costumava estender sua tigela de mendi­ cante aos mendigos que encontrava no caminho. Esse relato não quer nos mostrar uma atitude descuidada da parte de Gautama para com seus próximos, como poderia interpretar uma compreensão estreita. Ao contrário, ela nos aponta para aquela dimensão mais originária do cuidado como desvelamento de sentido. Através da compreensão da natureza insubstancial e incondicionada do ser, Buda podia dar, através do seu olhar, um “nascimento” mais elevado para aquelas pessoas. Ao invés de vê-las apenas como seres necessitados e dependentes, a tigela estendida em sua direção era um convite para que elas pudessem experienciar em si mesmas a possibilidade da doação.

Entendido como um modo desvelador de olhar, no qual já sempre nos encontramos, o cuidado possui uma relação intrínseca com a verdade e a liberdade. Os limites das nossas possibilidades específicas de cuidar são os limites da nossa própria existência enquanto abertura de sentido. Tudo aquilo que vem à luz através do nosso olhar se insere na “paisagem” existencial que sempre carregamos conosco. Se a nossa “visão” está limitada à mesma paisagem em que o outro é prisioneiro de suas identificações restritivas e geradoras de sofrimento, nosso cuidado por ele, por mais empenhado e bem intencionado que seja, só poderá confirmar essas identificações. N a medida em que habitamos uma paisagem mais livre e aberta, poderemos compreender sua experiência como uma verdade parcial, convidando-o a liberar a partir de si mesmo outras possibilidades de ser. N ão podemos decidir voluntariosamente sobre nosso modo ontológico de cuidar, como supostamente fazemos em relação aos modos ônticos, mas entendemos que os cuidados psi­ cológicos se diferenciam em relação a outras modalidades do cuidar por voltarem a sua atenção para esse âmbito constituinte de sentido, e não apenas para os significados já constituídos.

Se as práticas psicológicas, na diversidade de suas realizações fac­ tuais, são modos do cuidado e se, para a perspectiva fenomenológica existencial, o cuidado pertence à constituição ontológica do existir humano, então essas práticas não retiram sua condição interna de possibilidade de nenhuma teorização científica ou de procedimentos técnicos estruturados, mas, sim, da própria constituição fundamental da existência. N a realidade, o modo técnico-científico de desvelar os entes já é um modo específico do cuidado, que, embora possa ser, eventualmente, de utilidade terapêutica, encobre por sua natureza própria aquele âmbito essencial e não-objetivável da existência do qual depende em última instância. Nenhum modo ôntico específico do cuidado, por mais cientificamente embasado que seja, pode pleitear a posição de fundamento das práticas psicológicas, pois isso seria limitar arbitrariamente o horizonte de sentido da existência, ocultando-lhe a liberdade essencial que pode produzir ou curar todos os sofrimentos humanos.

Roberto Novaes de Sá

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H EIDEGGER, M. Seminários de Zollikon. Rio de Janeiro: Petrópolis, Vozes, 2001.

______________ . Ser e Tempo. Partes I e II. Rio de Janeiro: Petrópolis, Vozes, 1989, 1990.

_______________ . Serenidade. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.

_______________ . Sobre o Humanismo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967.

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T e o r i a

I O No m e, a Ta x o n o m i a e o Ca m p o d o

Ac o n s e l h a m e n t o Ps i c o l ó g i c o, i

Marta Luísa Sandoval Schmidt

1,1 11,2 III,3 IV, 4 V, 8 VI, 12 VII, 13 VIII, 15 Referências Bibliográficas, 19 Questões Comentadas, 20 I I At e n ç ã o Ps i c o l ó g i c a e Ap r e n d i z a g e m Si g n i f i c a t i v a, 2 2

Henriette Tognetti Penha Morato

Gendlin: O Sentido da Experiência, 22 Befindlichkeit: Uma Condição de Ser, 25 Encontrando a Ação Psicológica Fundante, 28

Abrindo Possibilidades à Ação Psicológica: D a Experiência à Aprendizagem, 31 Aprendizagem Significativa, 33 Referências Bibliográficas, 37 Questões Comentadas, 39 I I I A Aç ã o Cl í n i c a e a Pe r s p e c t i v a Fe n o m e n o l ó g i c a Ex i s t e n c i a l, 4 1

Carmem Lúcia Brito Tavares Barreto e Henriette Tognetti Penha Morato

Referências Bibliográficas, 50 Questões Comentadas, 51

I V Ps i c o p a t o l o g i a, Fe n o m e n o l o g i a E Ex i s t ê n c i a, 52

Marcas Túlio Caldas

Fenomenologia Descritiva, 53 Fenomenologia Genético-estrutural, 53 Fenomenologia Categorial, 56 Referências Bibliográficas, 63 Questões Comentadas, 63 Re f l e x ã o e Pe s q u i s a V En t r e Ps i c o d i a g n ó s t i c o e Ac o n s e l h a m e n t o Ps i c o l ó g i c o, 65

Gohara Tvette Yehía

Dos Procedimentos Utilizados, 66 D a Abordagem, 68

Follow-up, 71

Interlocuções Entre o Plantão Psicológico e o Psicodiagnóstico Interventivo, 71

Referências Bibliográficas, 72 Questões Comentadas, 73

VI Co m o n o s To r n a m o s Ps i c ó l o g o s

Cl í n i c o s?, 75

Virgínia Teles Carneiro

A Experiência Vista com Outros Olhos, 77 Método: O Caminho Percorrido, 81 Uma Interpretação, 82

Acolhendo as Aprendizagens, 86 Tópicos Orientadores de Estudo, 86 Referências Bibliográficas, 87 Questões Comentadas, 87 V I I En t r e Ap r e n d i z a g e m Si g n i f i c a t i v a e Me t o d o l o g i a In t e r v e n t i v a: Pr á x i s Cl í n i c a d e u m La b o r a t ó r i o Un i v e r s i t á r i o c o m o Ac o n s e l h a m e n t o Ps i c o l ó g i c o, 89

André Prado Nunes e Henriette Tognetti Penha Morato

Apresentação, 89

A Organização do Laboratório Universitário, 89 Aconselhamento Psicológico nos Contextos

Norte-americano e Europeu, 90

A Constituição do Aconselhamento no Contexto Nacional, 91

Metodologia, 93

Considerações Possíveis da Cartografia Realizada no Laboratório, 94

Referências Bibliográficas, 98 Questões Comentadas, 99

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V I I I O Se n t i d o d a Pr á t i c a Cl í n i c a p a r a u m a

Cl í n i c a d o Se n t i d o: A Fo r m a ç ã o n o

Co n t e x t o d a At e n ç ã o Ps i c o l ó g i c a e m

In s t i t u i ç õ e s, i o i

Tatiana Benevides Magalhães Braga e Eda Marconi Custódio

Uma Perspectiva para o Conhecimento em Psicologia, 101 Ensino, Prática e Pesquisa em Psicologia: Algumas

Considerações Sobre o Contexto Brasileiro, 102 Psicologia e Redemocratização: Em Busca de

Articulações Teórico-práticas Contextualizadas, 104 A Perspectiva da Atenção Psicológica em Instituições

como Movimento de Reinvenção Teórico-prático- pedagógica, 105

Perceber, Compreender, Expressar: Encontros Teórico- práticos na Formação Clínica, 107

Algumas Interfaces da Trajetória, 107 Desconstruir— Crise e Desalojamento, 108 Re-conhecer: Deixar-se Afetar e Tecer Espaços de

Pertencimento, 109

Dizer: Rememorar a Experiência e Construir a Própria Palavra, 111

Compreender — Entender e Abarcar, 112 Contemplar: Teorizações, 113

Algumas Considerações: Aprendizagem na Fronteira Entre Clínico e Pedagógico, 115 Referências Bibliográficas, 117 Questões Comentadas, 118 I X At e n ç ã o Ps i c o l ó g i c a e m In s t i t u i ç ã o: Pl a n t ã o Ps i c o l ó g i c o c o m o Ca r t o g r a f i a Cl í n i c a, 1 2 1

Heloísa Antonelli Am e Henríette Tognetti Penha Morato

A Cartografia: O Possível Desvelar de um Modo, 123 Diário de Bordo: Registro e Narrativa, 123 Os Territórios de uma Experiência, 125

O Filme, 126 O Conto, 127

A Clínica Ampliada, 128 Rede de Cuidado, 131

Uma Possível Clínica Cartográfica, 134 Referências Bibliográficas, 136 Questões Comentadas, 137 X U m a Ex p e r i ê n c i a d e Pl a n t ã o Ps i c o l ó g i c o à Po l í c i a Mi l i t a r d o Es t a d o d e Sã o Pa u l o: Ar t i c u l a n d o Co m p r e e n s õ e s, 13 9

Rodrigo Giannangelo de Oliveira e Henriette Tognetti Penha Morato

Apresentação do Tema, 139

Histórico do Plantão Psicológico à Polícia Militar, 139 Reflexões Sobre o Plantão Psicológico à Polícia Militar, 140 Articulando Compreensões Possíveis, 142

Referências Bibliográficas, 144 Leituras Complementares, 145

X I Um a Pr á t i c a Ps i c o l ó g i c a In c l u s i v a e m

Ho s p i t a l Ps i q u i á t r i c o: Do Cu i d a d o d e

Se ra o Re s g a t e d e Ci d a d a n i a, 14 6

Walter Cautella Junior e Henriette Tognetti Penha Morato

O Projeto Epistemológico da Modernidade como Determinante da Relação Excludente com o Diferente, 146

D a Racionalidade Excludente a uma Possibilidade Perspectivante Acerca da Inclusão, 147

A Prática em Ação, 148

Algumas Breves Considerações Acerca de como Compreendo o Comportamento Divergente, 150 Reinventando a Práxis na Instituição, 152

Considerações Possíveis, 154 Referências Bibliográficas, 160 Questões Comentadas, 161 X I I V lV I D A Ç Ã O E S lT U A Ç Ã O 'L I M I T E : A Ex p e r i ê n c i a En t r e o Vi v e r e o Mo r r e r n o Co t i d i a n o d o Ho s p i t a l, 16 3

Josélia Quintas Silva de Souza e Henriette Tognetti Penha Morato

A Medicina e a Psicologia: Procurando o Sentido de Saúde na Atualidade, 163

Nosso Cenário e a Questão: O Centro de Tratamento de Queimados — C T Q — do Hospital da Restauração, 166 Procurando uma Compreensão Sobre a Angústia e a

Morte no Contexto Hospitalar, 167

Um a Metodologia Clínica Através da Angústia e da Morte, 169

Compreendendo a Crise: O Sentido Dado à Situação Vivida, 171

A Trama Trágica à Luz de Heidegger: Finitude e Cuidado, 174

Referências Bibliográficas, 177 Questões Comentadas, 178

X l l l O s "Se n t i d o s” d a Es c u t a

Fe n o m e n o l ó g i c o-e x i s t e n c i a l, 18 0

Darlindo Ferreira de Lima, Gohara Tvette Yehia e Henriette Tognetti Penha Morato

Introdução, 180

A Escuta Historicamente Se Constitui..., 180

Religare: Religando o Homem ao Transcendente, 180 Delfos e a Aquisição de um Saber de Si, 181

Um Saber: Produção de Conhecimento, 181 Entre o Cuidado e o Saber de Si, 183 N a Busca por Referenciais..., 183

A Escuta como Dispositivo de Cuidado, 183 A Noção de Cuidado, 184

Etopoesis e o Cuidado, 185

E Assim Foi no Caminho e Caminhar..., 185 Cartografia da Compreensão da Escuta, 186

Topografias de um Território, 186

(21)

Escutando o Escutar: Uma Tentativa de (In)definição, 188 Meandros da Escuta, 188 À Guisa de Reflexões, 189 Referências Bibliográficas, 190 Questões Comentadas, 191 Me t o d o l o g i a X IV Te c e n d o Se n t i d o s p a r a u m a Aç ã o Te r r i t o r i a l e m Sa ú d e a Pa r t i r d o Pr o g r a m a Sa ú d e d a Fa m í l i a, 19 2

Barbara Eleonora Bezerra Cabral e Henriette Tognetti Penha Morato

A Origem da Questão e o Caminho por Ela Apontado: Uma Breve Caracterização da Pesquisa, 192

As Compreensões Produzidas a Partir da Questão em Ação, 193

Sentidos para a Ação em Saúde: Teia em Permanente Construção, 204 Referências Bibliográficas, 205 Questões Comentadas, 205 X V Me t o d o l o g i a d e An á l i s e Qu a l i t a t i v a: De s e n h o s In t e r m e d i a n d o a Co m p r e e n s ã o, 2 0 6

Marina Halpern' Chalom e Henriette Tognetti Penha Morato

O Processo, em Processo: Apresentando um Processo de Elaboração a Caminho dessa Metodologia

de Análise, 207

O Processo, em Processo: Refletindo Sobre o Processo de Elaboração de Experiências, 209

Intermediando a Compreensão com Recursos Gráficos: Uma Nova Metodologia de Análise, 209

Dália, 211

Vendo Dália em Botão, 211 Cultivando Dália, 211

Apreciando o Desabrochar de Dália, 214 Considerações Finais/Abrangências, 214 Referências Bibliográficas, 215 Questões Comentadas, 215 X V I A Ex p e r i ê n c i a d o Us u á r i o: Vi a d e Re s s i g n i f i c a ç ã o d o Cu i d a d o e m Am b u l a t ó r i o Pú b l i c o d e Sa ú d e Me n t a l, 2 1 7

Ana Maria de Santana

Experiência como Possibilidade de Fazer Saber, 220 Ressignificando a Prática Clínica Psicológica na Unidade

Ambulatorial, 222

O Atendimento Psicológico na Policlínica, 223 Referências Bibliográficas, 229 Questões Comentadas, 230 X V II Sa ú d e e So f r i m e n t o d o Tr a b a l h a d o r: Ex p e r i ê n c i a s e Ol h a r e s Ac e r c a d o ( Des)c u i d a d o d e Cu i d a d o r e s/ Pr o f i s s i o n a i s d e Sa ú d e Me n t a l n o Co n t e x t o d o SUS n u m a Pe r s p e c t i v a Fe n o m e n o l ó g i c a Ex i s t e n c i a l, 233

Carlos Frederico de Oliveira Alves, Henriette Tognetti Penha Morato e Marcus Túlio Caldas

O Contar de um Contar, 233

Cuidado e Sofrimento do Trabalhador: Aproximações da Práxis de Profissionais de Saúde Mental, 234

A Psicopatologia do Trabalho: Quando a Paixão se Transforma em Dor — O Enraizamento de uma Problemática, 236

A Atenção à Saúde Mental no Contexto do SUS: Reflexões, 239

As Reformas Sanitária e Psiquiátrica Brasileiras: Em Questão a (Des)Construção da Assistência à Saúde Mental no Brasil, 240

A Reforma Psiquiátrica Brasileira: Em Questão o Modo da Reconstrução, 242

Pesquisa Clínica: O Ato de Pesquisar na Direção de um Cuidar, 242

O Método Fenomenológico Existencial: O Dizer de um Caminhar, 244

Cartografia de um Percurso: Os Personagens de um Mosaico Vivo, 245

Profissional de Nível Superior, 246 Gerente de CAPS, 247

Coordenador Municipal de Saúde Mental, 248 Mais que um Final... Apenas um Começo!, 248 Referências Bibliográficas, 251 Questões Comentadas, 252 X V III Ca m i n h o s e De s c a m i n h o s d a Fa l a n a Cl í n i c a Ps i c o l ó g i c a: Um a Pe r s p e c t i v a Fe n o m e n o l ó g i c a Ex i s t e n c i a l, 255

Lucyanna de Farias Fagundes Pereira e Marcus Túlio Caldas

Introdução, 255 Metodologia, 256

Compreensão das Entrevistas: Dialogando com os Resultados, 257 Referências Bibliográficas, 268 Questões Comentadas, 269 X IX O Po d e r En c a n t a d o re Tr a n s f o r m a d o r d o s Es p e l h o s: Re v e l a n d o o Es p e l h a m e n t o e m Gr u p o s d e Su p e r v i s ã o, 2 7 0

Carolína Bacchi e Henriette Tognetti Penha Morato

Primeiras Reflexões..., 271 A Supervisão nos Espelhos..., 272 Os Espelhos da Clínica, 273 Entre os Espelhos..., 274

(22)

X X

X X I

Nos Espelhos da Supervisão, 277 0 Conto dos Espelhos Mágicos, 277 Referências Bibliográficas, 278 Questões Comentadas, 279

S u p e r v i s ã o : L u g a r d e F r o n t e i r a s . . . A t o C l í n i c o e m A ç ã o , 281

Wilma Magaldi Henriques e Henriette Tognetti Penha Morato

Onde e Como se Apresenta a Questão, 281 Origem, 281

Questão, 281 O Caminho, 282 O Encontrado, 282 O (In)Concluído, 283

Onde se Apresenta o Olhar Teórico que Vai Iluminar o Fenômeno da Supervisão, 283

A Intersubjetividade, 284

Clínica, Supervisão, Ética e Narrativa, 288 Referências Bibliográficas, 294 Questões Comentadas, 295 U m a C o m p r e e n s ã o F e n o m e n o l ó g i c a d a A d o l e s c ê n c i a a P a r t i r d e N a r r a t i v a s : W i n n i c o t t e a R e i n s t a l a ç ã o d o Sl-M E SM O , 2 9 8

Ana Maria Monte Coelho Frota e Henriette Tognetti Penha Morato

1 Perspectiva Teórica: Argumentação e Levantamento da Problemática, 298

A Adolescência em Diferentes Contextos Históricos, 298 O que é a Adolescência?, 298

Sobre a História do Sentimento e Significado da Adolescência, 299

Contando a História da História da Juventude: Alguns Recortes Antropológicos, 299

Afinal, a Adolescência se Repete no Tempo?, 301 A Crise Adolescente sob o Olhar de Diversas Teorias:

Uma Leitura Fenomenológica Existencial, 301 As Teorias Psicanalíticas Sobre a Adolescência e a

Centralidade da Crise Adolescente, 301 Teoria da Recapitulação do Desenvolvimento

Psicossexual de Anna Freud: Crise na Recapitulação do Complexo Edípico, 301 Teoria de Desenvolvimento Psicossocial da Identidade de Erick Erickson: Crise da Adolescência como Moratória Social, 302 Teoria dos Lutos de Arminda Aberastury:

A Crise no Luto pelo Corpo Infantil, pelos Pais da Infância e pela Identidade de Criança, 303

A Síndrome da Normal Anormalidade de Maurício Knobel: A Crise Revelada em Sintomas, 303

Discutindo a Noção de Crise a Partir de uma Perspectiva Fenomenológica Existencial, 304 Afinal, o que Dizer da Crise Adolescente?, 305

A Teoria de Amadurecimento de Donald Winnicott e a Re-instalação do Si-mesmo Possibilitada pela Adolescência, 305

A Teoria de Amadurecimento de Winnicott, 305 O Processo de Amadurecimento: Ponto Nuclear

do Pensamento Winnicottiano, 305 A Natureza Humana na sua Tendência à

Integração, 306

O Início de Tudo: a Gestação, o Parto e o Estágio da Dependência Absoluta, 306 Os Estágios da Dependência Relativa: A

Instalação do Si-mesmo, 307

O s Estágios Rumo à Independência Relativa, 307 A Adolescência como Reinstalação do Si-mesmo, 308 Puberdade e Adolescência: Dois Lados de uma

Mesma Moeda?, 308

A Adolescência Segundo a Perspectiva W innicottiana, 308

A Reinstalação do Si-mesmo: Uma Condição Humana Possibilitada pela Adolescência, 309

II A Narrativa da Vivência Adolescente — A Reinstalação do Si-mesmo como Possibilidade de Existência, 310

Metodologia da Pesquisa, 310 Análise das Narrativas, 312

Beatriz, 312 Maíra, 313 Adney, 313 Carlos, 314 Am anda, 315

Descrevendo Fenomenologicamente a Experiência de Ser Adolescente, 316

Referências Bibliográficas, 317 Questões Comentadas, 318

X X II A D O L E S C Ê N C I A : R E F L E X Õ E S A T U A L IZ A D A S ,

323

Elaine T, Dal Mas Dias

Introdução, 323

Desenvolvimento da Temática, 323

Sobre a Adolescência e os Adolescentes, 324 Identidade Acontecente, 329

Idéia, Origem, História, Narrativa e Experiência, 330 O Significado e o Sentido da Experiência, a Narrativa e

a Pesquisa, 331 A (Des)Construção do Mito, 332 Referências Bibliográficas, 334 Questões Comentadas, 336 X X I I I V i o l ê n c i a J u v e n i l e S u b j e t i v i d a d e : U m a R e f l e x ã o A c e r c a d a T e m á t i c a , 337

Célia Maria Souto Maior de Souza Fonseca, Henriette Tognetti Penha Morato e Albenise de Oliveira Lima

Introduzindo a Temática, 337

Cultura Brasileira e Violência: Repercussões no Adolescente Contemporâneo, 338

(23)

Família, Adolescência e Violência: O que Pensam Nossos Interlocutores a Respeito?, 341

Violência e Desamparo: Uma Articulação Possível?, 344 À Guisa de Pré-(In)Conclusao, 344 Considerações Finais, 345 Referências Bibliográficas, 346 Questões Comentadas, 347 X X IV Ad o l e s c e n t e s e m Si t u a ç ã o d e Ac o l h i m e n t o In s t i t u c i o n a l; Um Es t u d o So b r e Ab a n d o n o, 348

Severino Ramos Lima de Souza, HenrietteTognetti Penha Morato e Cristina Maria Souza Brito Dias

Introdução, 348

Os Caminhos da Pesquisa, 349 Recortes Teóricos, 349

Sobre os Depoimentos: Nossas Reflexões, 351 O Acolhimento, 352 O Desabrigamento, 352 Os Projetos, 353 Concluindo, 354 Referências Bibliográficas, 355 Questões Comentadas, 355 X X V V i n d o e I n d o , 356

Marina de Ulhôa Flosi Mendes

Apresentação, 356

O Trabalho Institucional, 356 O ECA — Proteção e a Lei, 358 Família: Os Pais, 361

Pais Jovens: Mentalidades, Preconceitos e o Profissional Psicólogo na Entrega de um Filho a Terceiros, 363

A Entrega de um Filho a Terceiros: Uma Pesquisa com Pais Jovens, 365

Apresentando os Pais, 367

Marcelo: O Pai “Pãe”, 367 Renê: O Pai Reivindicador, 368

Marcos: O Silencioso Pai Apaixonado, 369 Alguns Comentários, 370 Referências Bibliográficas, 372 Questões Comentadas, 373 X X V I Um a In t e r v e n ç ã o p e l a Pe r s p e c t i v a Fe n o m e n o l ó g i c a Ex i s t e n c i a l e So c i o p s i c o d r a m á t i c a, c o m o Po s s i b i l i d a d e d e Mo d a l i d a d e Pr á t i c a e m Ps i c o l o g i a Cl í n i c a, 376

Suely Emilía de Barros Santos e Henriette Tognetti Penha Morato

Tecendo a Experiência de Ser Ex-esposa, 378 Referências Bibliográficas, 385

Questões Comentadas, 385

X X V II Ge s t a l t-t e r a p i a: Qu e s t õ e s e m Ab e r t o, 387 Patrícia Wallerstein Gomes e Marígia Ana de Moura Aguiar

Apresentando a Questão, 387 A Fala do Lugar dos Pais, 393

Fritz Perls: O Pai-viajante, 393 Laura Perls: A Mãe-artesã, 395

O Lugar dos Pais: Contexto e Organização da Gestalt-terapia, 396

A Narrativa dos Filhos, 398

Sobre o Processo da Narrativa, 398 Considerações Finais: À Busca de Des-velar a

Mal-dição, 399

Referências Bibliográficas, 402 Questões Comentadas, 402

(24)
(25)

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María Luísa Sandoval Schmidt

I

O pirata é sempre o outro. Em estudo sobre representa­ ções da pirataria, Sheila Maria Doula (1997) mostra como para os ingleses os piratas eram franceses, portugueses, espanhóis e holandeses, assim como para cada um deles eram piratas os outros.

Essa interpretação do jogo identitário no imaginário sobre a pirataria presta-se a uma analogia com o jogo iden­ titário encetado por discursos e práticas psicoterápicos.

A classificação de teorias, métodos e técnicas psicoterá- picas, na tentativa de organizar a percepção de um terreno de discursos e práticas extremamente diversificado, parti­ cipa da cena em que identidades teóricas e profissionais se afirmam por oposição a outras. Subjaz ao trabalho de definição e delimitação de cada modelo psicoterápico um duplo movimento representado, por um lado, pelo esforço de compactar coerência por meio da exclusão das ambi­ güidades e ambivalências da teoria e da prática e da mútua implicação de ambas na clínica e, por outro, pela projeção dessas ambigüidades e ambivalências em outro modelo. Trata-se de legitimar a pureza de um modelo, criando, simultaneamente, as imagens do falso modelo e da apro­ priação espúria do modelo puro.

Bruno Latour (1994), no ensaio Jam ais fomos modernos, numa abordagem antropológica da sociedade ocidental moderná, descreve a constituição do moderno e sua crise, denunciada pelo fracasso das tarefas de emancipação, no plano político, e de domínio da natureza, no plano cien­ tífico. A hipótese central do ensaio trabalha a separação entre práticas de purificação, partindo natureza e cultura

em práticas de tradução, estabelecendo mediações entre ambas e fazendo proliferar híbridos de cultura e natureza. Em suas palavras:

A hipótese deste ensaio - trata-se de uma hipótese e também de um ensaio - é que a palavra “moder­ no” designa dois conjuntos de práticas diferentes que, para permanecerem eficazes, devem perma­ necer distintas, mas que recentemente deixaram de sê-lo. O primeiro conjunto de práticas cria, por “tradução”, misturas entre gêneros de seres com­ pletamente novos, híbridos de natureza e cultu­ ra. O segundo cria, por “purificação”, duas zonas ontológicas inteiramente distintas, a dos huma­ nos, de um lado, e a dos não-humanos, de outro. Sem o primeiro conjunto, as práticas de purifica­ ção seriam vazias ou supérfluas. Sem o segundo, o trabalho de tradução seria freado, limitado ou mesmo interditado. O primeiro conjunto corres­ ponde àquilo que chamei de redes, o segundo ao que chamei de crítica. O primeiro, por exemplo, conectaria em uma cadeia contínua a química da alta atmosfera, as estratégias científicas e indus­ triais, as preocupações dos chefes de Estado, as angústias dos ecologistas; o segundo estabeleceria uma partição entre um mundo natural que sempre esteve aqui, uma sociedade com interesses e ques­ tões previsíveis e estáveis, e um discurso indepen­ dente tanto da referência quanto da sociedade. Enquanto considerarmos separadamente estas práticas, seremos realmente modernos, ou seja,

Referências

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