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VER-SUS Barro/Brejo Santo. Dia 24/01 Dia 1

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Academic year: 2021

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VER-SUS Barro/Brejo Santo Dia 24/01 “Dia 1”

Acolhida ao alojamento, onde tivemos o primeiro contato com os viventes e facilitadores. À tarde, após o almoço nos reunimos no CSU – SETAS onde foi realizada a abertura e recepção do VER-SUS Barro/Brejo Santo, com a ilustre presença da comissão organizadora, da secretaria de saúde do município do Barro e também do presidente da câmara municipal. Onde foi realizada uma introdução sobre o projeto e nos repassado todas as dicas e orientações de como seria a vivencia. A noite nos reunimos no próprio alojamento e assistimos uma serie de vídeos de curta metragem falando sobre as vivencias e também sobre o SUS.

Dia 25/01/16 “Dia 2”

Pela manhã fizemos uma trilha ecológica, onde fomos conhecer o cruzeiro da cidade. Conta-se que antigamente esse era o local onde se sepultavam as crianças pagãs (que não eram batizados), local bastante voltado também para a religiosidade. Um lugar com uma visão privilegiada de toda a cidade. Lanche ao ar livre. Muito bom!

À tarde realizamos uma visita a UBS Jardim Raimundo Inacio. Então, de inicio o que reparei foi a ótima estrutura física da unidade, uma unidade nova e com uma equipe de profissionais bastante engajada, onde enfermeira, médica, cirurgião dentista, técnicas, auxiliares e toda a equipe realizam um belo trabalho. Todo o atendimento prioriza o cartão do SUS, o qual é confeccionado individualmente pela secretária de saúde do município. Praticamente todos os atendimentos tem uma ficha a ser preenchida, as quais são todas digitadas e lançadas em um sistema. Muito bom saber que a UBS trabalha de forma integral e que os profissionais estão lá pra realmente promover saúde. A Dr. Alina medica cubana, muito simpática por sinal, nos relatou que o SUS é muito lindo na teoria, mas que na prática ainda precisa de muitos recursos para que funcione como deveria.

Ainda no mesmo dia fomos conhecer o Hospital Santo Antônio, o qual é um hospital de pequeno porte e que no momento esta passando por um processo de reforma. O hospital tem uma ampla área, porem com instalações bastante antigas. São realizados procedimentos básicos, os casos mais complexos são transferidos para hospitais de maior porte em cidades vizinhas. O que percebi é que os administradores tem uma vontade enorme de trazer melhorias para o hospital, fazer com ele tenha capacidade de fornecer um atendimento de qualidade e humanizado. O que realmente falta são recursos para colocar os projetos em prática.

Dia 26/01/16 “Dia 3”

. Conhecemos a casa de cultura, fundada e sob responsabilidade do Senhor Sousa Neto. A casa de cultura retrata toda a historia da cidade do barro, dos primórdios ate os dias atuais. Uma historia muito ligada ao cangaço e a religiosidade. Nesta mesma casa onde hoje funciona a casa de cultura era antigamente ponto de encontro de padres.

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Atualmente funciona oficinas de cordel, realizam cantorias mensalmente, tem também o projeto de criação de um cineteatro. Porem muitos projetos são limitados pela falta de recursos. O governo municipal e estadual deveria dar uma assistência maior a esses tipos de iniciativas, uma vez que são importantes patrimônios culturais de uma cidade.

Visita a USF Francisca Teles de Machado, onde tivemos oportunidade de ver exclusivamente o trabalho do cirurgião dentista desta unidade, Dr. Eduardo, o qual parece ser um profissional bastante dedicado. Falando de forma geral, esta unidade tem uma boa estrutura física, porem falta material odontológico básico e praticamente não se tem manutenção das cadeiras odontológicas, a esterilização do material também fica a desejar, o qual é feito através de estufas. Triste ver que o profissional precisa dar aquele “jeitinho brasileiro” para fornecer o atendimento aos pacientes.

A tarde nos deslocamos para o assentamento dos sem terra, que tem o nome Assentamento José Lourenço, localizado a 15 km de distancia da cidade. O qual abriga cerca de 40 famílias, residindo em casas de taipa (barro), não existe nenhum tipo de saneamento básico, as famílias vivem basicamente da agricultura e apenas algumas dessas famílias recebem bolsas do governo. Neste local não existe um ponto de apoio a saúde, eles recebem uma visita mensal do médico da USF mais próxima, o qual realiza os atendimento em uma sede construída pelos próprios moradores. Atendimento odontológico, imunizações e casos de emergência são realizados na USF Santo Antônio, localizado a cerca de 1 km de distancia. Quando estão doentes eles recorrem também a um rezador (espécie de curandeiro) que reside no assentamento e fazem bastante uso de plantas medicinais. Um local bastante desassistido pelo governo municipal.

No mesmo dia ainda conhecemos o grupo de capoeira da cidade, o qual também faz parte da cultura da cidade e já tirou varias pessoas das ruas e do mundo das drogas e do álcool. Um belo trabalho que poderia ser mais incentivado no local.

Dia 27/01/16 “Dia 4”

Pela manhã fomos visitar a secretaria de saúde e lá tivemos acesso a central de regulação e a central de epidemiologia. Na central de regulação o funcionamento é feito da seguinte forma: a atenção básica encaminha o paciente para determinada especialidade e o mesmo se dirige a secretaria de saúde, onde é realizado o agendamento. Todos os exames, consultas, cirurgias, entre outros, são marcados através de um sistema online chamado UNISUS. As centrais de referencia do município do Barro são Brejo Santo, Barbalha e Juazeiro do Norte.

A oncologia esta sendo o maior problema, pois o hospital São Vicente de Paulo, em barbalha, que antes recebiam os pacientes, hoje não recebe mais, devido aos cortes finaceiros realizados pelo governo estadual e federal. A única opção do município de Barro, é encaminhar os pacientes para a capital, Fortaleza, a qual é muito distante(Cerca de 500 km). Outro problema enfrentado pelo município é a ortopedia, a qual existe uma lista de espera com mais de 120 pessoas, aguardando por uma consulta. Existem listas imensas também para algumas especialidades odontológicas, é o caso da prótese e da

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ortodontia. Segundo relatos da população algumas USF localizadas na zona rural, não tem atendimento odontológico a bastante tempo, nem mesmo procedimentos básicos são realizados, por falta de manutenção técnica.

Na central de epidemiologia o que nos chamou a atenção foi os altos índices de Hanseníase, Lashimaniose visceral e dengue. Existe um grande número de cães infectados no município e não existe um local adequado para abriga-los ou um destino especifico para esses cães. A polução precisa ficar atenta as campanhas de prevenção e controle contra hanseníase e dengue. Todos podem e devem fazer sua parte para combater esses males. De modo geral, o que pude perceber, é que o problema está basicamente na falta de recursos e na humanização dos profissionais. O município precisa de mais profissionais e que os mesmos sejam mais empenhados e dedicados para lutar por melhorias para a saúde da população.

À tarde fomos conhecer o Laboratório Realbio, o qual é conveniado com o SUS através de um processo licitatório. Os exames fornecidos são exames laboratoriais básicos, e apenas para gestantes e para aqueles que estão em tratamento oncologico. Estes exames são fornecidos de acordo com o capital financeiro disponibilizado pelo governo municipal. O laboratório faz aparte de uma pequena empresa, a qual não cobra os preços pela tabela SUS, mas sim por uma tabela própria. O que pude perceber é que o município paga altos custos por um serviço, que se houvesse organização por parte da gestão, seria possível montar um laboratório municipal, que poderia ser instalado no próprio hospital da cidade.

No mesmo dia nos dirigimos ao distrito de Cuncas, onde fomos conhecer uma belíssima construção de uma UBS padrão 1, a qual apresenta estrutura física extraordinária. O que nos faz refletir: como estará o funcionamento desta unidade daqui a alguns anos, se caso o município não tiver recursos financeiros para mantê-la. Em uma visita domiciliar, e através de relatos de alguns moradores do distrito, ficamos sabendo que a USF que tem no local, só tem funcionamento pela manhã. O medico, o dentista e o enfermeiro estão na USF apenas uma vez por semana. Os moradores reclamaram bastante do atendimento na saúde básica e também do serviço secundário ofertado pelo hospital. O que observamos é que a população é bastante desassistida e as que têm uma condição socioeconômica maior preferem utilizar o serviço privado.

Dia 28/01/16 “Dia 5”

Na cidade de Brejo Santo conhecemos o CEO Regional (Centro de Especialidades Odontológicas), o qual contempla uma micro região com nove municípios. O paciente é agendado também através de um sistema de regulação, o UNISUS WEB. A recepção do CEO Regional é um ambiente climatizado e aconchegante, existe uma sala de recuperação anestésica, sala exclusiva para atendimento de pacientes especiais(inclusive a qual dispõe do oxido nitroso), laboratório de prótese, sala de esterilização, dispõe também de radiografias digitais, lixeiras identificadas e dispensadas em vários lugares. O que pude perceber é que eles

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priorizam o conforto e a qualidade do atendimento ao paciente. O CEO Regional de Brejo Santo foi classificado como o 2º melhor CEO.

Visitamos também a POLICLINICA de Brejo Santo, a qual dispõe de especialidades médicas e não médicas. É financiada pelos governos municipal e estadual, oferecendo serviços aos nove municípios que contemplam a micro região. É composta por varias especialidades medicas, entre elas: endocrinologia, ortopedia, dermatologia, neurologia, cardiologia, ultrassonografia, mastologia, otorrinolaringologia, vascular, psicologia etc. Possui também um laboratório interno, para que possa dar todo o suporte ao medico e desta maneira, que ele possa exercer sua especialidade de forma completa. Aparentemente é muito bem administrado, o material e os equipamentos utilizados são todos de ultima geração. Fiquei triste em ver uma sala de fisioterapia toda equipada, mas sem funcionar, pois segundo relatos, os municípios da micro região não precisavam. Mas existem vários problemas que foram percebidos durante a conversa: alguns médicos nem sempre podem atender, as vezes os equipamentos dão problema, muitos pacientes querem ser atendidos sem o agendamento, muitos profissionais precisam ser conscientizados a capacitados para que ofereçam um atendimento de forma mais humanizada, algumas especialidades super lotam e outras não, o que deve ser melhor distribuído ou ser realizado a contratação de mais profissionais, e outro grande problema é o fato dos pacientes serem encaminhados para a policlínica sem de fato necessitar do atendimento, o médico da atenção básica precisa deve categorizar e saber quando o paciente realmente necessita de um especialista.

A tarde na cidade do Barro fomos conhecer um pouco da cultura e artesanato da cidade. Foi nos apresentado a ARTEMB, associação dos artesãos do município de Barro, a qual foi criada em 2010 por um grupo de mulheres com a intenção de melhor organiza-las e facilitar o seu processo de produção e comercialização, e a consequente geração de emprego e renda. As artesãs buscam na natureza inspiração para a criação de suas peças artesanais.

Dia 29/01/2016 “Dia 6”

De volta a cidade de Brejo Santo, fomos conhecer a 19ª CRES, secretaria regional de saúde, onde as ações e serviços públicos de saúde integram a regionalização. A regional de Brejo Santo abrange nove cidades. Suas prioridades estão sempre voltadas para a atenção primaria, urgência e emergia, atenção psicossocial, entre outras. De modo gral o que pude perceber é que a secretaria regional esta muito bem organizada e tem recursos suficientes para todos os nove municípios, porem, o que precisa-se é de profissionais capacitados na gestão MUNICIPAL, para que eles corram atrás de melhorias e colocar em pratica tudo o que SUS preconiza. Conhecemos também o SAMU, o qual aparentemente parece ser bastante organizado, dispõe de duas ambulâncias muito bem equipadas e o alojamento bem aconchegante.

A tarde visitamos um Studio de Pilates, onde tivemos a oportunidade de obter informações de como se encontra a situação da fisioterapia no município, já que a dona

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do Studio também trabalha na rede publica do município como fisioterapeuta. O que pude concluir é que a fisioterapia municipal não dispõe de praticamente nenhum equipamento para a realização dos exercícios, deixando muito a desejar nessa área. O que faz com que aumente cada vez mais a procura dos centros de fisioterapia privados pela população.

Dia 30/01/2016 “Dia 7”

Neste ultimo dia de vivência, nos deslocamos para residência de dona Terezinha Mariano, também conhecida como a mulher das garrafadas, uma senhora que reside na zona rural do município de Barro. Há 45 anos trabalha com plantas medicinais e seu conhecimento foi adquirido através de livros, os quais ela estuda e aprende coisas novas ate os dias de hoje. Podemos concluir que os fitoterápicos são bem aceitos pela cultura popular da região. Dona Terezinha relata que quando fazia uso de medicamentos farmacêuticos ela se sentia pior com o passar do tempo, e hoje com o uso das plantas ela vive muito mais saudável. Tivemos a oportunidade de conhecer diferentes tipos de plantas, cada uma com sua ação especifica, plantas que servem para emagrecer, para diminuir o estresse, dores, que tem ação anti-inflamatória, entre outras.

Referências

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