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ELO DISTRITAL DA REDE SUSTENTABILIDADE. Análise de Conjuntura Política e Diretrizes Estratégicas para Eleição de 2018 no Distrito Federal

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ELO DISTRITAL DA REDE SUSTENTABILIDADE

Análise de Conjuntura Política e Diretrizes Estratégicas para Eleição

de 2018 no Distrito Federal

Brasília, 05 de dezembro de 2016.

CONJUNTURA NACIONAL

O Brasil vive uma de suas mais profundas crises, resultado da soma de diversos fatores que revelam a falência de um modelo político institucional. Este modelo, conhecido como “Nova República” (1985 a 2016), começa a revelar-se não como a salvação da representação política no Brasil que se vislumbrava pós-período militar, mas como um modelo instável que tende a gerar governabilidade precária e crises político-econômicas periódicas. Nesse período, foram realizadas sete eleições presidenciais diretas e tivemos duas destituições de presidentes eleitos pelo voto popular, uma grande instabilidade político-institucional aos olhos do mundo. Um modelo que dá ao governante uma natureza ‘autorizativa”, como se fosse a ele delegado o poder de “fazer qualquer coisa” e a “qualquer custo”, mesmo que à revelia dos interesses nacionais, republicanos e, principalmente, das contas públicas.

A grave crise fiscal e econômica que atinge os estados brasileiros e a União, exige uma grande mudança de postura e trará muitos impactos negativos à população e, sobretudo, aos mais pobres. Este cenário econômico inseguro terá incidências significativas no próximo pleito eleitoral, seja em nível nacional, seja local. Com os desdobramentos da “Operação Lava Jato”, o momento tende a reacender um sentimento de esperança na sociedade, favorecendo o debate das bandeiras defendidas pela REDE, principalmente no tocante as ações de combate à corrupção.

As eleições municipais mostraram um cenário de descrença na velha política, com alto número de votos brancos, nulos e abstenções, que somados, foram maiores do que os votos dos candidatos vitoriosos em importantes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Contudo, seu resultado em votos válidos levou a um crescimento dos partidos que formam a base do governo Temer (PSDB, PMDB, principalmente) e um recuo na mesma proporção dos partidos que davam sustentação ao governo Dilma. A despeito dos motivos que levaram a esse resultado, que indicam que a polarização prevaleceu, mudando apenas o peso de cada polo no cenário político. Mesmo diante deste cenário, a Rede Sustentabilidade saiu de sua primeira eleição com um

resultado importante, elegendo 7 prefeitos, 19 vice-prefeitos e 182 vereadores em todo

país, melhor desempenho entre os partidos mais novos e, comparativamente ao seu tempo de criação, conseguiu desempenho superior ao de alguns partidos já tradicionais.

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Atravessamos um período histórico de transformação nas relações sociais, nos negócios, na produção científica e na forma como vivemos e nos comunicamos. A velocidade das mudanças nem sempre permite sua absorção e compreensão por todos os cidadãos e cidadãs. A sociedade parece não encontrar alternativas que respondam à altura aos anseios latentes, num sentimento claro de falta de representatividade dos partidos políticos como instrumento dessas esperadas transformações.

O cenário que se vislumbra, representa um grande desafio à REDE Sustentabilidade. O PT e outros movimentos de resistência ao crescimento do PSDB e seus aliados procuram convencer a sociedade que antes vivíamos no paraíso, de onde ela foi arrancada à força. Não havia desemprego, não havia equívocos graves de política econômica, não havia retrocesso na agenda socioambiental e nem mesmo desvios éticos. A agenda política de retrocessos implementada pelo PT no governo Dilma e que levou o país a sua maior crise política e econômica, tem sua continuidade e aprofundamento com o PMDB e os partidos que, agora, lhe dão sustentação política. Esses retrocessos tendem a aumentar, sob o manto das crises fiscal, ética e econômica. A REDE sempre alertou para o fato de que o PT e o PMDB tornaram-se faces da mesma moeda.

O Elo Nacional da REDE, sua direção nacional, reafirmou a necessidade de manter a independência em relação ao governo, como forma de garantir posições próprias e proporcionar um caminho próprio dentro da conjuntura nacional na perspectiva da construção do desenvolvimento sustentável com inclusão e justiça social. Continua válida a proposta por novas eleições presidenciais. Que o TSE julgue a chapa Dilma/Temer o mais rápido possível.

No cenário internacional, vemos um aprofundamento da crise civilizatória e ambiental que será agravada com a posse de Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos. A vitória de Trump demostra também que a crise política e a polarização não são exclusividades do Brasil. Mesmo num País em que o sistema político orienta para decisão entre dois partidos (Democratas e Republicanos), a radicalidade dos ataques e os confrontos políticos ganharam proporções inimagináveis. Se as forças que combatem a velha política não avançarem no Brasil e no mundo, há uma tendência de um novo ciclo capitaneado pela velha direita, suplantar a esquerda tradicional no próximo período no Brasil, na América Latina e no mundo.

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CONJUNTURA DISTRITO FEDERAL

A REDE Sustentabilidade tem participado do Governo Rodrigo Rollemberg ajudando, principalmente, na política socioambiental e buscando contribuir para que o governo se efetive como um indutor do Desenvolvimento Sustentável. Fazemos parte de uma aliança programática, que procura governar com ética, democracia e defesa dos interesses da população. Apesar de vários avanços na atual gestão, como a moralidade da coisa pública, a política ambiental mais integrada às ações do conjunto do governo, o enfrentamento das questões fundiárias e, principalmente, da grilagem de terras e do ordenamento territorial do DF, entre outras questões, o GDF ainda está longe de cumprir o programa sufragado nas últimas eleições. Essa dificuldade é, em parte, porque o tempo de governo é insuficiente para efetivar as mudanças necessárias; também porque existe uma maioria na Câmara Legislativa pouco republicana e acostumada a priorizar os interesses de corporações ou indivíduos em detrimento dos interesses da população; uma cultura de irresponsabilidade com os recursos públicos herdados de outros governos, em particular da gestão passada; e as dificuldades internas da governança do Palácio do Buriti.

Cabe ressaltar que a REDE, mesmo ainda não estando legalizada quando da formação da aliança que elegeu o governador Rollemberg, propôs uma aliança que incluísse forças progressistas e democráticas e isolasse o conservadorismo. Talvez tenha sido mais fácil ganhar as eleições com a aliança que governa Brasília, porém ficou evidente que a governança se tornou muito mais complicada pela presença de forças conservadoras na composição do governo, em particular na presença do vice-governador e seu partido (PSD).

O cenário político e econômico do Distrito Federal não é diferente do nacional e da maioria dos estados brasileiros. O GDF atravessa uma grave crise fiscal e econômica, com reflexos diretos na prestação de serviços públicos e baixos índices de aprovação pela população. Os problemas políticos também se fazem presentes no cenário local. A crise deflagrada na Câmara Legislativa envolvendo toda a Mesa Diretora e as denúncias de corrupção na saúde pública são graves problemas que assolam a capital federal.

A presença da velha política no governo, os tensionamentos da maioria da Câmara, a pressão das grupos sindicais pelos seus interesses corporativos e as dificuldades de aprofundar a realização do programa de governo, são pontos que dificultam a maior efetivação da atual gestão do governo de Brasília. Não basta boa vontade e correção, é preciso aprofundar o programa e governar para os brasilienses com transparência, democracia e sustentabilidade, enfrentando as forças refratárias e as mudanças estruturais e estruturantes, tanto à “direita”, como à “esquerda”, retornando a iniciativa política para não frustrar as expectativas da população.

A crise fiscal do DF é preocupante. O Fundo Constitucional do DF (FCDF) que mantém grande parte das despesas das áreas de Saúde, Educação e Segurança sofreu um

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significativo aumento das despesas de pessoal, que dobraram nos últimos cinco anos, saltando de R$ 5,29 bilhões para R$ 10,83 bilhões. Como a dotação total do Fundo, acompanhando a evolução da receita do Governo Federal, diminuiu (de R$ 12,398 para R$ 12,018 bilhões). O aumento nas despesas com pessoal só foi possível graças a um corte profundo nas outras despesas correntes – ou seja, custeio. Esses cortes geraram profundo impacto na prestação de serviços essenciais à população, em especial no tocante ao acesso à Saúde Pública, além de terem impacto direto na economia da Capital, uma vez que é grande a presença do serviço público na economia local.

O governo deixou de cumprir acordos de reajustes salariais com os servidores públicos e realizar pagamentos junto aos fornecedores, por falta de caixa. O governador tem tido boa vontade e procurado ter práticas pautadas por ações republicanas, contudo, a REDE luta para superar essa realidade, tentando combinar responsabilidade fiscal com justiça social, buscando o atendimento das necessidades da maioria da população, priorizando as populações mais vulneráveis que são as primeiras a serem atingidas em épocas de crise.

Na arena política, os impactos da crise fiscal e financeira têm elevado a queda na popularidade do governo e as forças políticas conservadoras estão tentado se aproveitar desse momento, buscando organizar-se em uma chapa majoritária, combinando interesses que muitas vezes são completamente inconciliáveis. A crise levou o GDF a não conseguir efetivar diretrizes importantes do Plano de Governo como, por exemplo, o aumento da transparência das contas públicas e da participação popular na gestão, bem como, do corte de despesas e o não aumento de impostos, como no anunciado aumento do IPTU para cobrir os elevados custos com a máquina pública.

Neste momento de dificuldades por que passa Brasília, onde há os desgastes de figuras públicas por escândalos de corrupção e onde as forças que apoiam a melhoria da qualidade de vida e a sustentabilidade dos brasilienses estão num certo grau de dispersão, a REDE se coloca à disposição para ajudar a unir essas forças e os núcleos vivos da sociedade para retomar o círculo virtuoso que elegeu o atual governo na esperança de mudanças estruturais na cidade.

Com apenas um ano de existência legal, a REDE surge no cenário político brasiliense atuando no governo, no parlamento e na sociedade como uma força política contemporânea, que se propõe a ser uma alternativa à polarização, construindo políticas públicas sustentáveis e progressistas, sem perder de vista a necessidade de atuar na crise fiscal, sugerindo o Desenvolvimento Sustentável como a única saída para Brasília cumprir sua vocação, de uma cidade que possa crescer com qualidade de vida e preservação ambiental.

A REDE é fruto da esperança da realização de um projeto diferente de resgate da ética na política em Brasília e no Brasil, que emerge da crítica aos velhos procedimentos políticos e, no caso do DF, do fracasso de governos anteriores, conduzidos pela ideia de

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conquistar o poder pelo poder. Temos a clareza que o grande desafio a ser vencido é a descrença e o descrédito da população para com a política. Este é o momento de irmos para o debate e mostrarmos que existem alternativas à velha política e nos colocarmos como parte da solução desses problemas, em diálogo aberto e construtivo com a cidadania.

Para ampliar e fortalecer essa relação e aumentar a força da vontade popular na Câmara Legislativa, constituímos naquele importante espaço o Bloco Sustentabilidade e Trabalho, que reúne parlamentares da REDE, do Partido Verde (PV) e do Partido Democrático Trabalhista (PDT). O Bloco integra o apoio ao governo atual, mas age com independência, apoiando o que é bom para o Distrito Federal e criticando o que julga negativo para a cidade. O papel de um partido que participa do Governo é ajudá-lo a governar bem, mas isso se faz também alertando quando há erros de procedimento para corrigi-los.

Coerente com essa análise e em diálogo com outras forças políticas e sociais, nos dispomos a participar com maior protagonismo na próxima eleição do GDF. Estamos organizando uma chapa forte e representativa para a Câmara Federal e Distrital para melhorar a qualidade da representação dos cidadãos e cidadãs e da democracia nessas duas casas legislativas. Também estamos nos preparando para contribuir com a chapa majoritária, através da composição de uma aliança programática em prol do Desenvolvimento Sustentável. Nesse sentido, apresentamos o nome do Deputado Distrital e Líder da Rede na Câmara Legislativa, Chico Leite, para compor a chapa majoritária nas eleições de 2018.

Referências

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