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Academic year: 2021

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TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DO ALINHAMENTO POSTURAL EM REMADORES PROFISSIONAIS

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: FISIOTERAPIA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): JOÃO ANTONIO DE SOUSA BARROS

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): JANINA MANZIERI PRADO RICO

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RESUMO

Remo se caracteriza pelo o ato de deslocar um barco, pela força muscular de um ou mais remadores, exigindo do atleta posturas e gestos diferentes. O padrão de movimentos repetidos pode desenvolver alterações na postura dos seus praticantes e comprometer o desempenho do atleta. O objetivo deste estudo foi caracterizar o alinhamento postural e quantificar as possíveis alterações posturais de remadores profissionais. A amostra foi composta por 12 sujeitos do sexo masculino, divididos em grupo atleta e não atleta. O protocolo para coleta de dados foi baseado no software SAPO. O teste estatístico utilizado para a verificação de significância foi o U de Mann-Whitney. Não houve diferença significativa entre os grupos na maioria dos ângulos avaliados, exceto para três medidas na vista lateral direita no qual os atletas tenderam a ter um melhor alinhamento. O que pode ser justificado pelo alto pico de força da musculatura da região posterior de tronco e membros inferiores durante a remada. Os remadores não obtiveram grandes diferenças nos ângulos do protocolo SAPO e a vista lateral direita destes tiveram um melhor posicionamento. INTRODUÇÃO

As competições a remo são os mais antigos acontecimentos esportivos de que se tem notícia e surgiram em função da necessidade de deslocamento e transporte de materiais (LICHT, 2006).

O esporte é dividido em quarto fases e cada fase exige do atleta posturas e gestos diferentes, fazendo com que músculos de todas as regiões do corpo sejam recrutados (MAZZONE, 1988; RODRIGUEZ et al, 1990; HOSEA, 2012).

Por se tratar de um esporte que exige movimentos de repetição, de grandes amplitudes e intensidade, acredita-se que adaptações posturais permanentes poderão ocorrer com o tempo de prática esportiva (KLUEMPER et al, 2006; GUIMARÃES et al, 2007). Desse modo, o atleta poderá desenvolver alterações posturais (JUNIOR et al, 2004; DETANICO et al, 2008; HORSLEY et al, 2012).

De acordo com DEZAN et al (2003) e RIBEIRO et al (2003), alterações no alinhamento postural levam à uma modificação na aplicação de cargas mecânicas no corpo. Considerando que as atividades esportivas em geral envolvem grandes

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demandas musculares, qualquer alteração na postura pode afetar negativamente as habilidades motoras (STEER et al, 2005; MCGREGOR et al, 2006).

O conhecimento e diagnóstico precoce das alterações posturais ou dos fatores que possam aumentar a incidência de lesões contribuem para adoção de intervenções de modo a aperfeiçoar o desempenho do atleta (JUNIOR et al, 2004).

A falta de embasamento científico com relação à descrição desse esporte e às possíveis alterações posturais que a prática do remo pode desenvolver, levam a necessidade de ter um melhor entendimento sobre o padrão postural desses atletas. OBJETIVOS

Caracterizar o alinhamento postural e quantificar as possíveis alterações posturais em remadores profissionais.

METODOLOGIA

Participaram do estudo 12 indivíduos do sexo masculino com idades entre 19 e 24 anos divididos em 2 grupos (6 sujeitos no Grupo Atleta e 6 sujeitos no Grupo Não Atleta). Para o Grupo Atleta (GA) determinou-se critérios de inclusão (sujeitos que pratiquem o esporte há mais de dois anos, sem doenças associadas) e exclusão (não apresentar dor musculoesquelética que pudesse atrapalhar na interpretação dos dados e não possuir lesões neurológicas ou ortopédicas). Para o Grupo Não Atleta o critério de inclusão foi a não participação em qualquer atividade esportiva. A coleta de dados foi realizada na sede da Seleção de Remo do Esporte Clube Pinheiros (GA) e na Clínica de Fisioterapia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (GNA).

Foram utilizados os seguintes materiais: um computador, uma câmera fotográfica, um tripé, bolas de isopor, fita adesiva dupla face, cartolina, pincel, fita métrica, balança, fio de prumo e ficha anamnese (continha questões para identificação do sujeito, dados clínicos atuais e pregressos). Para análise da postura foi utilizado o Software para Avaliação Postural (FERREIRA et al, 2011), que possibilita a

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quantificação de possíveis alterações posturais por meio da digitalização de imagens.

DESENVOLVIMENTO

Os indivíduos foram informados a respeito do experimento e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Em seguida foi solicitado ao sujeito que ficasse em trajes de banho, mensurou-se a estatura e massa. A seguir foram localizados os pontos anatômicos (Figuras 1, 2, 3, 4) a serem considerados pelo protocolo do SAPO. A escolha dos acidentes ósseos foi baseada em função de critérios que possibilita análises clínicas relevantes, privilegiando estruturas de fácil localização, de modo, a minimizar os erros na medida e garantir maior precisão nos resultados.

Figura 1: Representação dos pontos anatômicos (numerados) que foram demarcados no participante na vista anterior.

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Figura 3: Representação dos pontos anatômicos (numerados) que foram demarcados no participante na vista lateral direita.

Figura 2: Representação dos pontos anatômicos (numerados) que foram demarcados no participante na vista posterior.

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Depois da marcação dos pontos anatômicos os sujeitos foram fotografados nas quatro vistas. Para garantir a mesma base de suportem todas as vistas foi utilizada uma cartolina na qual o sujeito permaneceu em pé sobre ela e o pesquisador contornou com os pés do sujeito sobre a cartolina. A câmera fotográfica foi ajustada a três metros de distância do indivíduo e na metade da estatura do participante. Para que fosse realizada a calibração das imagens foi utilizado fio de prumo demarcado por duas bolas de isopor com uma distância de 80 cm entre elas.

Após o registro das fotos a calibração das imagens e digitalização dos pontos anatômicos foram feitas no programa SAPO. Ao final da digitalização foi gerado um relatório de análise postural para quantificação das alterações no alinhamento postural. Em seguida foi realizada a análise descritiva dos dados para verificar diferenças angulares entre os grupos, utilizou-se o teste U de Mann-Whitney e adotou-se um nível de significância de 5% para todos os pontos anatômicos.

Figura 4: Representação dos pontos anatômicos (numerados) que foram demarcados no participante na vista lateral esquerda.

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RESULTADOS

Os sujeitos analisados mostraram uma homogeneidade em relação a idade, massa e altura, com isso, pode-se descartar que possiveis alterações em decorrencias dessas variavéis. Na vista anterior o GNA apresentou uma melhor postura, porém quando comparado com o GA essa diferença não foi considerada significativa, tal fato, pode ter ocorrido por conta do pequeno número de sujeitos avaliados. Mesmo com esse resultado, vale ressaltar que o GA tendeu ter a cabeça um pouco mais inclinada para direita, ombros, pelve e tronco com uma maior inclinação para a esquerda, o que infere a aproximação da pelve com o ombro esquerdo. Nos ângulos dos membros inferiores, o ângulo frontal do GA tendeu a posição de valgo, a diferença no comprimento dos membros ficou praticamente igual quando comparado com GNA (2 cm), o alinhamento horizontal da tuberosidade da tíbia obteve um valor negativo podendo presumir que o GA tem a tuberosidade da tíbia direita mais alta, o ângulo Q do GA ficou mais próximo da normalidade (15 para indivíduos do sexo masculino) para ambos os membros.

Na vista posterior também não foi possível obter diferenças significativas nos ângulos avaliados. Apesar disso é importante ressaltar que o ângulo horizontal da escápula em relação à T3 que representa o ângulo entre as duas bordas inferiores da escápula no GA teve um melhor alinhamento. O que pode estar ligada a intensa atividade da musculatura posterior de tronco e estabilizadora da escápula, que tem um pico de força muito alto durante a remada, deixando a musculatura da região mais forte levando a um melhor alinhamento dessa estrutura corporal (KORNECHI, 2010). -20,00 -10,00 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 A C A C A C A C

AHC7 AVCA AVT AVC

Gráfico 1: Ângulos da cabeça e tronco na vista lateral direita (AHC7- Alinhamento horizontal

da cabeça- C7, AVCA-

Alinhamento vertical da cabeça-acrômio, AVT- Alinhamento vertical do tronco, AVC- Alinhamento vertical do corpo) do grupo atleta (A) e do grupo não atleta (C).

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Houve diferença em três ângulos na vista lateral direita (alinhamento horizontal da cabeça em relação a C7 - AHC7, o alinhamento vertical da cabeça em relação ao acrômio - AVCA, alinhamento horizontal da pélvis - AHP).

No AHC7 (ângulo entre C7 o trago e a horizontal) do GA teve valores positivos acima do GNA, isso significa que os atletas têm a cabeça mais reta em relação a horizontal, o que pode estar ligado ao uso dos músculos extensores da cabeça durante a propulsão (movimento da remada onde os músculos são forçados a vencer a resistência externa imposta pela água) contribuindo, assim para maior ação dos músculos extensores da cabeça na postura ereta (KORNECHI, 2010). No AVCA (ângulo entre acrômio o trago e a vertical) o GA apresentou ângulos menores que o GNA, mostrando que os atletas mantêm a cabeça numa posição mais próxima de uma linha vertical (cabeça mais alinhada com a gravidade). De modo geral parece que os atletas têm um melhor alinhamento da cabeça em relação à cintura escapular.

De acordo com MAZZONE (1988); RODRIGUEZ et al (1990) e KORNECHI (2010), na propulsão observa-se grande atividade da musculatura flexora do cotovelo, extensora de tronco e extensores de ombro, o que pode está intimamente ligada ao alinhamento observado no presente estudo. A utilização constante da musculatura posterior da região cervical e tronco associada a uma grande demanda de energia pode contribuir para que os remadores tenham um suporte muscular maior nessa região, e consequentemente, uma melhor ação da musculatura contra a gravidade em relação ao grupo não atleta. Os sujeitos não atletas tenderam a ter posturas em flexão, ombros enrolados e cabeça em flexão.

-40,00 -20,00 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 A C A C A C A C AQ AHP AJ AT Gráfico 2: Ângulos do quadril, pelve e membros inferiores na vista lateral direita (AQ - Ângulo do quadril (tronco e coxa), AHP - Alinhamento horizontal da pélvis, AJ - Ângulo do joelho, AT - Ângulo do tornozelo) do grupo atleta (A) e do grupo não atleta (C).

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Segundo MAZZONE (1988); RODRIGUEZ et al (1990) e KORNECHI (2010), ainda na fase de propulsão os remadores utilizam os músculos extensores do quadril e extensores do joelho, o que pode ter contribuído para que o alinhamento horizontal da pelve tenha apresentado valores mais negativos e com isso ficando em uma posição de anteversão ligeiramente maior. Não foi obtido diferença significativa nos ângulos avaliados na vista lateral esquerda, a essa circunstância foi atribuído o fato de que, a maioria dos atletas avaliados tinham o lado direito como dominante. Entretanto, os valores desta vista segundo o protocolo do SAPO ficaram próximos dos valores considerados normais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar da hipótese inicial tivesse associada a possíveis alterações, parece que o GA aparentemente tem um melhor alinhamento dos segmentos corporais quando comparado com o GNA na vista lateral direita (perfil).

FONTES CONSULTADAS

DETANICO, D. et al. Alterações posturais, desconforto corporal (dor) e lesões em atletas das seleções brasileiras de hóquei sobre a grama. Revista da Educação Física, Maringá, v. 19, n° 3, p.423-430, 2008.

DEZAN, H. V.; SARRAF, T. A.; RODACKI, A. L. F. Alterações posturais, desequilíbrios musculares e lombalgias em atletas de luta olímpica. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 12, nº 1, p. 35-38, 2004.

FERREIRA, E.A. et al. Quantitative assessment of postural alignment in young adults based on photographs of anterior, posterior, and lateral views. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics, New York, v.43, n° 6, p. 371-380, 2011.

GUIMARÃES M.M.B.; SACCO I.C.N.; JOÃO S.M.A. Caracterização postural da jovem praticante de ginástica olímpica. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 11, n° 3, p. 213-219, 2007.

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HORSLEY, IAN G. et al. A comparison of the musculoskeletal assessments of the shoulder girdles of professional rugby players and professional soccer players. BMC Sports Science, Medicine and Reabilitation, London, v. 4, n° 32, 2012.

HOSEA, M. H.; HANNAFIN, J.A. Rowing Injuries. Sports Health, Ann Arbor, v. 4, nº3, p. 236-245, 2012.

JUNIOR, J. N.; PASTRE, C. M.; MONTEIRO, H. L. Alterações posturais em atletas brasileiros do sexo masculino que participaram de provas de potência muscular em competições internacionais. Revista Brasileira de Medicina no esporte, São Paulo, v.10, nº 3, p. 195-198, 2004.

KLUEMPER, M.; UHK T.; HAZELRIGG H. Effect of Stretching and Strengthening Shoulder Muscles on Forward Shoulder Posture in Competitive Swimmers. Journal of Sport Rehabilitation, Champaign, v.15, n° 1, p. 58-70, 2006.

KORNECHI, S.; JASZCZAK, M. Dynamic analysis of rowing on concept II type C ergometer. Biology of Sport, Poland, v. 27, n° 3, p.187-194, 2010.

LICHT, H.; REEBERG, H. (Rev.). O remo através dos tempos. 2ª ed. Porto Alegre: Corag, 2008.

MAZZONE, T. Kinesiology of the rowing stroke. National Strength and Conditioning Association (NSCA), New York, v. 10, nº 2, p. 4-11, 1988.

MCGREGOR, A. H.; PATANKAR Z. S.; BULL A. M.J. Longitudinal changes in the spinal kinematics of oarswomen during step testing. Journal of Sports Science and Medicine, Ancara, v. 6, n°3, p. 29-35, 2007.

RIBEIRO, C. Z. P. et al. Relação entre alterações posturais e lesões do aparelho locomotor em atletas de futebol de salão. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v.9 nº 2, p. 91-96, 2003.

RODRIGUEZ, R.J et al. Electromyography analysis of rowing stroke biomechanics. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, Torino, v. 30, nº 1, p. 103-108, 1990.

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STEER, R. R.; MCGREGOR A. H.; BULL A. M. J. A comparison of kinematics and performance measures of two rowing ergometers. Journal of Sports Science and Medicine, Ancara, v. 5, n° 6, p. 52-59, 2006.

Referências

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