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Jornal de Estudos Espíritas - Resumo - Art. N. 010201

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Jornal de Estudos Espíritas 4, 010201 (2016) - (11pgs.) Volume 4 – 2016

Explicando conceitos espíritas em

Mecanismos da Mediunidade

parte

I: analogia com raios

gama

Alexandre Fontes da Fonseca

1,a

1

Campinas, SP

e-mail:aa.f.fonseca@bol.com.br

(Recebido em 27 de Dezembro de 2015, publicado em 05 de Fevereiro de 2016). RESUMO

A obra Mecanismos da Mediunidade é de difícil entendimento por utilizar conceitos complexos da área de Física na elucidação de algumas questões envolvendo os mecanismos do fenômeno da mediunidade. Mesmo tendo tomado o cuidado de usar esses conceitos de modo leigo, o pouco conhecimento técnico e científico dos espíritas sobre a Física impede a percepção do alcance moral de certas afirmações feitas por André, como aquela que será analisada aqui em que ele compara a emanação fluídica de seres espirituais elevados com a emissão de raios γ dos núcleos de

elementos radioativos da matéria. Neste artigo, complementaremos as explicações de André Luiz sobre o processo de emissão de radiação eletromagnética dos átomos de modo que a comparação acima se torne clara ao leitor leigo em Física. Mostraremos que a lógica de se comparar a emissão de raios γ por núcleos de elementos radioativos com a vibração de Espíritos muito elevados permite entender a importância da transformação moral no fenômeno de emissão de fluidos e radiações espirituais, evidenciando que só o amor cristão e profundo pelos semelhantes aliado à prática da caridade são capazes de produzir vibrações de altíssima elevação.

Palavras-Chave: Mecanismos da Mediunidade; fluidos espirituais; ondas; raios γ; emanações dos Espíritos.

I

I

NTRODUÇÃO

Mecanismos da Mediunidade [1] é a 11a obra da co-leção “A Vida no Mundo Espiritual” ditada por André Luiz através da mediunidade de Francisco Cândico Xa-vier e Waldo Vieira. Ela é uma das obras menos com-preendidas no movimento espírita em função dos poucos conhecimentos científicos dos espíritas na área de Física, cujos conceitos foram amplamente usados por André Luiz em suas propostas para o entendimento dos mecanismos da mediunidade. Embora o esforço de valorosos com-panheiros no estudo em grupo da obra, frequentemente se percebe algumas concepções equivocadas sendo feitas em nome da mesma como, por exemplo, acreditar que a principal contribuição de André Luiz através dessa obra é fazer revelações de natureza científica.

Outra concepção errada é acreditar que as irradia-ções e pensamentos dos Espíritos sejam de natureza ele-tromagnética como a luz e outras ondas eleele-tromagnéticas materiais. Se isso fosse verdade, duas consequências dou-trinariamente equivocadas aconteceriam: i) se os pensa-mentos dos Espíritos fossem ondas eletromagnéticas de comprimento de onda maior que o espaçamento da rede cristalina do material metálico de uma caixa, que é da ordem de poucos nanômetros1, seria possível aprisionar os pensamentos de alguns Espíritos em caixas metálicas (chamadas de gaiolas de Faraday). Toda radiação eletro-magnética utilizada em radio e telecomunicações até a faixa conhecida como radiação ultra-violeta (UV) possui comprimentos de onda que variam de muitos metros a

algumas unidades de nanômetros2. ii) se os pensamentos dos Espíritos fossem ondas eletromagnéticas de compri-mento de onda menor que 1 nanômetro, nossa saúde estaria em sério risco pois as radiações eletromagnéticas de comprimento menor (ou frequência maior) que as cor-respondentes às cores da luz são canceríginas3.

Só o exemplo acima evidencia a importância de se realizar um estudo de Mecanismos da Mediunidade de modo mais cuidadoso, não só para evitar formar-se con-cepções erradas a respeito do fenômeno da mediunidade, mas também para se compreender o alcance moral e dou-trinário que se pode extrair da obra.

A compreensão dos mecanismos da mediunidade é de suma importância para a segurança e eficiência na sua utilização em socorro a Espíritos necessitados ou para o recebimento de orientações espirituais. Nesse aspecto, as obras básicas da codificação espírita constituem marco no conhecimento humano a respeito da existência da alma e nos processos de comunicação entre “vivos” e “mortos”. A Doutrina Espírita é a única que consegue conciliar a importância do sentimento de amor ao próximo aos as-pectos técnicos envolvendo o fenômeno da mediunidade.

O Livro dos Médiuns (LM) [2] é dividido em duas partes, “Noções preliminares” e “Das manifestações espíritas”. Na primeira parte, Kardec analisa as condições e os co-nhecimentos necessários para uma pessoa realizar um es-tudo mais aprofundado da mediunidade e do Espiritismo como um todo. Não adianta propor explicações para os mecanismos da mediunidade para quem, por exemplo, 1Um nanômetro é 1 bilionésimo do metro.

2https://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_eletromagn%C3%A9tico 3https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_ionizante

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não acredita que ele(a) próprio(a) seja um Espírito en-carnado (Cap. I da primeira parte do LM). Ainda na primeira parte, Kardec faz uma análise de como proce-der para ensinar e transmitir a Doutrina Espírita a quem ainda não a conhece, bem como de teorias e sistemas di-ferentes que pretenderam explicar os fenômenos espíritas em termos materiais.

Na segunda parte do LM, Kardec analisa como os Espíritos podem atuar sobre a matéria; distingue mani-festações físicas de inteligentes; desenvolve as explicações das manifestações físicas em termos da ação dos Espíri-tos sobre os fluidos espirituais, culminando com o notável capítulo “Do laboratório do mundo invisível”; descreve e classifica os diversos tipos de mediunidade; analisa ques-tões de natureza moral e inteligente como o papel dos mé-diuns e do meio nas comunicações espíritas, a influência moral dos médiuns, a identidade dos Espíritos, os pro-blemas da obsessão, como, quando e para quê evocar os Espíritos, que questões se deve fazer a eles, etc. Tam-bém analisa a difícil situação envolvendo contradições e mistificações, bem como do charlatanismo e como evitar cair nessas situações. Por fim, o LM discute modelos e exemplos de reuniões e sociedades espíritas, apresenta o regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíri-tas e exemplos de dissertações espíriEspíri-tas, fornecidas por di-versos Espíritos a respeito de didi-versos assuntos, incluindo mensagens apócrifas para nosso estudo e conhecimento.

O Espiritismo apresenta uma explicação para os

me-canismos da mediunidade. Ela não aparece como um

ca-pítulo específico do LM ou das outras obras de Kardec, mas é de fácil entendimento como descreveremos em um resumo de 5 itens a seguir:

1. O perispírito é o agente das sensações exteriores (item 257 de O Livro dos Espíritos (LE) [3].

“Du-rante a vida, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do pe-rispírito.” (Kardec, item 257 do LE, grifos meus);

2. O perispírito e o fluido universal servem de meio de transmissão ao pensamento, como o fio elétrico (item 455 do LE e itens 51 e 58 do LM). “O

Espí-rito precisa, pois, de matéria, para atuar

so-bre a matéria. Tem por instrumento direto de sua ação o perispírito, como o homem tem

o corpo. Depois, serve-lhe também de agente in-termediário o fluido universal, espécie de veículo

sobre o qual ele atua, ...” (Kardec, item 58 do LM, grifos meus);

3. É preciso que haja uma ligação entre desencarnado e médium para haver a comunicação espírita. O fluido do médium se combina com o fluido univer-sal que o Espírito carrega consigo. É necessária a união desses dois fluidos para haver o fenômeno da mediunidade seja de efeitos físicos (item 74 do LM) seja de efeitos inteligentes (item 223 do LM). 4. Os Espíritos se comunicam com os encarnados

(mé-diuns) da mesma forma como os Espíritos se

comu-nicam entre si, isto é, tão somente pela irradiação do pensamento (item 225 do LM).

5. Os Espíritos tem mais facilidade para responder questões quando há afinidade entre o perispírito do desencarnado e o do médium que serve de in-térprete. “Quando seja um terceiro quem nos haja

de interrogar, é bom e conveniente que a série de perguntas seja comunicada de antemão ao médium, para que este se identifique com o Espírito

do evocador e dele, por assim dizer, se impregne,

porque, então, nós outros teremos mais

facili-dade para responder, por efeito da afinifacili-dade existente entre o nosso perispírito e o do médium que nos serve de intérprete.” (Erasto e Timóteo, item 225 do LM, grifos meus).

Como se vê acima, os mecanismos da mediunidade segundo o Espiritismo envolvem as propriedades e fun-ções do perispírito e questões de afinidade fluídica en-tre Espírito comunicante e médium. O Espiritismo não entra, portanto, no mérito dos mecanismos físicos (ou científicos) envolvendo a interação entre os fluidos de am-bos ou entre o perispírito e o corpo do médium. Não há ainda conhecimentos científicos e espíritas que permitam compreender esse nível de explicação dos mecanismos da mediunidade. André Luiz apresenta a primeira tenta-tiva de esclarecer esses mecanismos em termos da dinâ-mica dos fluidos espirituais através de analogias com a dinâmica das correntes hidráulicas, elétricas e magnéti-cas descritas pela Física. Como André Luiz usou concei-tos da Física, alguns acharam que ele estava propondo teorias científicas para a dinâmica dos fluidos nos fenô-menos intrínsecos da mediunidade. Porém, André Luiz nunca pretendeu fazer isso como se depreende do que ele mesmo diz no capítulo 7 de Mecanismos da Mediunidade, intitulado “Analogias de circuitos”:

“Cabe considerar que as analogias de circuitos

apre-sentadas aqui são confrontos portadores de justas

limitações, porquanto, na realidade, nada existe na

circulação da água que corresponda ao efeito magné-tico da corrente elétrica, como nada existe na

cor-rente elétrica que possa equivaler ao efeito es-piritual do circuito mediúnico.” (Grifos meus). Isso significa que os efeitos espirituais envolvendo os fluidos no fenômeno da mediunidade não são decorrentes de propriedades físicas idênticas às dos constituintes da matéria que fazem parte dos fenômenos elétricos e mag-néticos. André Luiz, portanto, não está apresentando uma teoria para a Física dos fluidos espirituais. No má-ximo, suas ideias e analogias podem servir de inspiração para que os cientistas espíritas do futuro desenvolvam teorias que ajudem a compreender e descrever as propri-edades e fenômenos dos fluidos espirituais.

Outro ponto importante que é preciso esclarecer, é o caráter relativo da obra Mecanismos da Mediunidade. Ela não é uma obra de verdades novas e absolutas, mas uma tentativa de se abordar um tema conhecido sob as-pectos novos. No prefácio de Emmanuel, intitulado “Me-diunidade”, ele afirma de modo claro que André Luiz

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apresenta apenas uma tentativa de “elucidação dos

pro-blemas da mediunidade”:

“Compreendemos, assim, a validade permanente do

esforço de André Luiz, que, servindo-se de estudos e conclusões de conceituados cientistas terrenos, tenta, também aqui, colaborar na elucidação dos problemas da mediunidade, cada vez mais inquietantes na vida conturbada do mundo moderno. (Grifos meus).

Como fica claro pelas duas palavras destacadas acima em negrito, André Luiz apresenta uma tentativa de elu-cidação de certas questões envolvendo a mediunidade. Como toda tentativa levada a cabo por Espíritos que estão, assim como nós, em aprendizado, tem limites, o conteúdo da obra Mecanismos da Mediunidade não pode ser considerado absoluto frente os conhecimentos básicos do Espiritismo e da Física. Existe na literatura, críticas a essa obra, à precisão na forma como vários dos con-ceitos científicos são apresentados, bem como a algumas interpretações. Não é nossa intenção aqui ressaltar es-sas críticas ou analisá-las uma a uma, mas demonstrar, como espíritas conscientes do dever imposto pela fé raci-ocinada, que elas não impedem a compreensão da mensa-gem de André Luiz, isto é, não impedem que percebamos a colaboração que ele dá para o entendimento de algu-mas questões envolvendo os mecanismos da mediunidade. Este é, portanto, o objetivo deste artigo, isto é, mostrar a colaboração de André Luiz para o entendimento de uma das várias afirmativas contidas na obra Mecanismos

da Mediunidade, onde ele compara a emissão de raios γ (diz-se “gama”) por núcleos de elementos radioativos

da matéria com a emissão de fluidos por Espíritos muito elevados.

O artigo, então, está organizado da seguinte maneira: na seção II, analisamos alguns comentários importan-tes de André Luiz em seu prefácio sobre a validade da obra. Isso permitirá analisar o valor relativo das críticas existentes a alguns pontos da obra, bem como da ne-cessidade de se estudar os conceitos da Física em fontes diferentes da obra Mecanismos da Mediunidade para evi-tar confusões. Na seção III, apresentamos brevemente a afirmativa de André Luiz objeto de estudo neste artigo que envolve a comparação entre a emissão de radiação por fontes radioativas com a emissão de vibrações e fluidos por Espíritos muito elevados. Na seção IV, revisamos alguns conceitos de Física para explicar como ela des-creve, qualitativamente, a forma pela qual os elementos da matéria emitem radiação eletromagnética. Em parti-cular, descreveremos o conceito de níveis de energia e a diferença de energia e frequência entre os níveis chama-dos de eletrônicos e nucleares. Na seção V, comparamos a afirmativa de André Luiz com as explicações da Física para mostrar a lógica dessa comparação e seu alcance mo-ral. Um resumo das principais conclusões é apresentado na seção VI.

II

C

OMENTÁRIOS DO PREFÁCIO DE

Meca-nismos da Mediunidade

Em seu prefácio, André Luiz tece observações com relação à pesquisa no mundo e a autoridade relativa dos cientistas com relação às questões espirituais. Ele des-taca o papel e a importância do aspecto religioso que o espírita deve sempre manter em seus estudos e tarefas espíritas. Em suas palavras [1] “Os espíritas, contudo,

apesar do respeito que consagram à pesquisa dos sábios, não podem abdicar do senso religioso que lhes define o trabalho.”

Em particular, nos interessa aqui destacar alguns tre-chos em que André Luiz comenta sobre a relatividade dos conhecimentos científicos utilizados por ele e as pre-visões que fez de críticas que poderiam surgir da sua tentativa de elucidação dos mecanismos da mediunidade reafirmando, assim, a validade relativa de seus aponta-mentos:

“Prevenindo qualquer observação da crítica

cons-trutiva, lealmente declaramos haver recorrido a

diversos trabalhos de divulgação científica do mundo contemporâneo para tornar a substância espí-rita deste livro mais seguramente compreendida pela generalidade dos leitores, como quem se utiliza da es-trada de todos para atingir a meta em vista, sem mai-ores dificuldades para os companheiros de excursão.”

(Grifos meus).

Na passagem acima, André Luiz demonstra sabedo-ria que nós espíritas precisamos desenvolver no tocante aos conceitos científicos que são apresentados em obras

de divulgação científica. Um trabalho de divulgação científica é aquele em que os conceitos científicos são

ex-plicados e exemplificados em termos mais simples do que realmente são. Embora facilitem o entendimento do Lei-tor leigo em Ciência, essas explicações são tão incomple-tas e imprecisas quanto mais se aproximam da lingua-gem do leigo. Isso pois, a lingualingua-gem técnica e, às vezes, matemática, são as que melhor definem e caracterizam os conceitos complexos das disciplinas científicas. Além disso, obras de divulgação científica nunca estão livres de opiniões e interpretações pessoais do Autor. Isso faz com que as obras de divulgação científica tenham alto grau de subjetividade e imprecisão.

André Luiz, iluminado pelas noções de conhecimento que recebia no mundo espiritual, não desprezou esse de-talhe e por isso expressou sua previsão para com críticas

construtivas que houvessem de surgir (e surgiram), com

relação a alguns conceitos expostos na obra. A situação de André era um pouco delicada porque de um lado ele tinha a intenção de propor uma forma de compreender os mecanismos da mediunidade emprestando conceitos modernos do conhecimento humano. De outro, ele sabia que o Leitor espírita não tinha bases científicas suficientes para compreender em profundidade a complexidade dos conceitos que serviriam de base em sua análise. Assim, como ele mesmo diz, ele se utiliza de trabalhos de

di-vulgação científica para compor suas explicações, mesmo

sabendo que esse tipo de fonte de consulta era impre-ciso e limitado, mas “como quem se utiliza da estrada de

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todos para atingir a meta em vista”, isto é, para poder

esclarecer um maior número de pessoas. Assim se carac-teriza, como enfatizado por Emmanuel em seu prefácio, a tentativa de André Luiz de elucidar os mecanismos da mediunidade.

Além de esclarecer que buscou trabalhos de

divulga-ção científica na composidivulga-ção de suas notas, André Luiz

apresenta outros fatores que mostram que suas notas não podem ser consideradas como absolutas. A compreensão de André de que a Ciência é dinâmica e constantemente revê seus próprios conhecimentos se percebe nas seguin-tes palavras:

“Aliás, quanto aos apontamentos científicos

huma-nos, é preciso reconhecer-lhes o caráter passageiro, no que se refere à definição e nomenclatura, aten-tos à circunstância de que a experimentação constante

induz os cientistas de um século a considerar,

muitas vezes, como superado o trabalho dos

cien-tistas que os precederam.” (Grifos meus).

André sabia como as coisas evoluiam (e evoluem) no campo da Ciência. Nós espíritas, em geral, é que não temos noção precisa de como a Ciência se desenvolve, produz conhecimento novo, faz descobertas, e integra o conhecimento anterior já adquirido e bem estabelecido com as novidades. Nós não temos muita consciência dos rigores e métodos empregados pelos cientistas para va-lidar as descobertas. Mas, André sabia disso. E por isso ele fez o comentário acima, para nos informar que os apontamentos científicos humanos não são nem rígi-dos nem estagnarígi-dos no tempo. Eles evoluem na medida em que o conhecimento permite explorar outros aspectos da natureza ainda não observados. Nisso, a definição e

nomenclatura dos conceitos científicos também evoluem

com a Ciência. Um exemplo clássico é a questão sobre a relação entre matéria e energia. Hoje, sabe-se que é um erro pensar que matéria pode se transformar em energia ou vice-versa. Mas, na época em que André Luiz ditou

Mecanismos da Mediunidade, isso era considerado

cor-reto. Conforme analisamos em outro artigo [4], embora seja um erro, isso não impede a compreensão da mensa-gem que autores como André Luiz e Emmanuel quiseram nos passar ao usar esses conceitos.

Por essas razões, André Luiz faz a seguinte recomen-dação a respeito das suas notas contidas em Mecanismos

da Mediunidade:

“Assim, as notas dessa natureza, neste volume,

toma-das naturalmente ao acervo de informações e deduções dos estudiosos da atualidade terrestre, valem aqui por

vestimenta necessária, mas transitória, da

ex-plicação espírita da mediunidade, que é, no presente livro, o corpo de idéias a ser apresentado.” (Grifos

meus).

Isto é, André Luiz recomenda que a obra Mecanismos

da Mediunidade jamais seja tomada por verdade

abso-luta a respeito das interpretações dos conceitos da Física usados na elucidação dos mecanismos da mediunidade. Suas notas são vestimentas necessárias para nos ajudar a entender melhor alguns aspectos da mediunidade. Mas

elas são transitórias, isto é, não são definitivas, pois os conceitos científicos mudam, evoluem e, com eles, as ex-plicações para os mecanismos da mediunidade. Note que a base de construção das notas de André Luiz foram conceitos oriundos de trabalhos de divulgação científica que verificamos serem imprecisos e incompletos em sua grande maioria. Isso também limita a precisão científica das notas de André Luiz.

Por causa das razões destacadas até aqui, não é reco-mendado que se estude os conceitos de Física através da presente obra. O ideal é consultar outras fontes, de pre-ferência livros textos atuais de Física, ou que se faça o es-tudo dessa obra com ajuda de uma pessoa com formação em Física. Entretanto, apesar das limitações científicas da obra Mecanismos da Mediunidade, a contribuição de André Luiz para elucidação dos mecanismos da mediuni-dade pode ser percebida na medida em que aprofunda-mos um pouco no entendimento dos conceitos da Física utilizados por ele. Isso é o que pretendemos fazer aqui.

III

A

FIRMAÇÃO DE

A

NDRÉ

L

UIZ

Abaixo apresentamos as colocações de André Luiz que são objeto de estudo nesse artigo. Elas se referem à emissão de vibrações, fluidos e pensamentos pelos Es-píritos. No capítulo 4 de Mecanismos da Mediunidade, André Luiz diz:

“(...) da matéria mental dos seres criados, estudamos

o pensamento ou fluxo energético do campo espiritual de cada um deles, a se graduarem nos mais diversos

tipos de onda, desde os raios super-ultra-curtos,

em que se exprimem as legiões angélicas, através de processos ainda inacessíveis à nossa observação, passando pelas oscilações curtas, médias e

lon-gas em que se exterioriza a mente humana, até às

ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica, ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos.” (Grifos meus). Nesse parágrafo, André Luiz faz um comentário asso-ciando um conceito de tamanho ou comprimento de um raio ou oscilação à qualidade das vibrações ou fluidos que um Espírito emite. No mesmo capítulo, André Luiz também diz:

“E se a excitação nasce dos diminutos núcleos

atômicos, em situações extraordinárias da mente,

quais sejam as emoções profundas, as dores

in-dizíveis, as laboriosas e aturadas concentrações de força mental ou as súplicas aflitivas, o

domí-nio dos pensamentos emitirá raios muito curtos ou de imenso poder transformador do campo espiritual,

teoricamente semelhantes aos que se aproximam

dos raios gama.” (Grifos meus).

Aqui, André Luiz vai além e relaciona a emissão dos chamados raios gama (ou raios γ) à emissão de fluidos e pensamentos em situações extraordinárias da mente.

As duas citações de André Luiz acima geram várias dúvidas. O que a excitação dos núcleos atômicos teria a ver com emoções profundas, dores indizíveis e outras

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concentrações de força mental? O que entender por ex-citações dos núcleos atômicos? O que significam ondas

de maior ou menor comprimento e o que teriam a ver com a emissão dos pensamentos? O que isso tem a ver com a qualidade dos fluidos emitidos por um Espírito? O que faz um Espírito emitir ondas mais ou menos curtas? Para responder a essas questões, e entender a mensa-gem de André Luiz, é preciso compreender não somente o conceito de onda da Física, mas a forma como os áto-mos produzem e emitem ondas. Na seção seguinte, apre-sentaremos os esclarecimentos necessários à compreensão dessas questões para que, ao final deste estudo, possamos compreender o alcance moral da comparação que André Luiz faz entre emissão de raios γ e a emissão de pensa-mentos elevados.

IV

F

ÍSICA DA EMISSÃO DE RADIAÇÃO PE

-LOS ÁTOMOS

Para compreender os processos de emissão de radia-ção pelos átomos, é preciso primeiro descrever o que é uma onda. André Luiz faz isso logo no primeiro capítulo da obra Mecanismos da Mediunidade. Acertadamente André diz que “toda inquietação se propaga em forma de

ondas” e que “As ondas são avaliadas segundo o com-primento em que se expressam, dependendo esse compri-mento do emissor em que se verifica a agitação”. André

Luiz está correto em seus comentários. Mas a obra pode-ria se beneficiar de uma figura que pudesse ilustrar o que entender por comprimento de uma onda, bem como re-lacionar isso aos conceitos de frequência, período, ampli-tude e velocidade de propagação de uma onda. A figura 1ilustra uma onda.

Figura 1: Elementos de uma onda: comprimento L e amplitude y. Figura reproduzida da Wikipedia [5].

Ondas são caracterizadas por conceitos de frequên-cia, período de oscilação, amplitude e comprimento. É comum em Física atribuir-se variáveis matemáticas a es-sas grandezas, já que elas são representadas por números. Porém, o Leitor não precisa se preocupar com o enten-dimento de variáveis e equações matemáticas. Aqui ex-plicaremos tão somente as ideias e conceitos relacionados a essas grandezas, bem como seus efeitos nos fenômenos que serão descritos adiante.

A frequência, f , de uma onda diz respeito ao nú-mero de oscilações por unidade de tempo (por exemplo, a unidade conhecida como Hz significa “oscilações por se-gundo”). O tempo de uma oscilação completa é chamado

de período da onda. O comprimento de onda é a distân-cia no espaço entre dois picos consecutivos da onda. Na figura1a variável L representa o comprimento da onda. A amplitude de uma onda é a intensidade dos pontos má-ximo e mínimo da mesma, com relação a sua média sim-ples, e foi representada pela variável y na figura1. Como a velocidade de propagação das ondas é um valor fixo, quanto maior a frequência, f , menor o comprimento da onda. Assim, quando André Luiz menciona que legiões

angélicas externam o seu pensamento em ondas super-ultra-curtas, isso significa que a frequência dessas ondas

é super-ultra-elevada. Quando ele menciona que a mente humana exterioriza ondas curtas, médias e longas, isso significa frequências altas, médias e baixas, respectiva-mente.

Para entender os comentários de André Luiz, a ques-tão mais relevante é saber como a matéria gera ondas ele-tromagnéticas. Isso pois André apresenta uma analogia entre as condições para geração dessas ondas e as con-dições para um Espírito emitir um pensamento. André relaciona o comprimento da onda eletromagnética com a qualidade dos fluidos emitidos por um Espírito. Antes de prosseguir, vamos abrir um parênteses para explicar que, segundo o Espiritismo, a emissão de um pensamento se dá através do Fluido Universal (FU). O FU é o veículo de transmissão de pensamentos entre os Espíritos (questão 282 do LE), e o processo de transmissão do pensamento ocorre da seguinte maneira segundo Kardec (item 14 do Cap. XIV de A Gênese (GE) [6]):

“Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o

que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles

imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, orga-nizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determi-nadas; (...).” (grifos meus).

Isto é, os Espíritos emitem seus pensamentos através da emissão de fluidos modificados pelo tipo de pensamento. Isso fica claro nos seguintes comentários de Kardec no ítem 16 do Cap. XIV da GE:

“Sendo esses fluidos o veículo do pensamento e

po-dendo este modificar-lhes as propriedades, é

evi-dente que eles devem achar-se impregnados das

qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos.” (grifos meus). Como analisado por nós em outro artigo [7], essas pa-lavras de Kardec mostram que os sentimentos e pensa-mentos do Espírito ficam registrados em porções de fluido universal que, por sua vez, se propagam em todas as di-reções do espaço e podem ser captados por outros Espí-ritos. Lembrando, André Luiz associa a qualidade dos fluidos emitidos por um Espírito com o comprimento de uma onda eletromagnética. Por que ele escolheu fazer esse tipo de analogia? Como já ressaltado na Introdu-ção, André Luiz não está demonstrando que o segundo fenômeno ocorre da mesma forma que o primeiro. A in-tenção de André Luiz é ressaltar que as condições

(6)

inerentes à geração de determinado tipo de radia-ção material são comparáveis às condições morais relacionadas com a emissão de pensamentos. É aí que reside uma das contribuições mais importantes de André Luiz para o entendimento da qualidade dos fluidos e pensamentos emanados pelos Espíritos.

Para entender, então, como as ondas eletromagné-ticas são produzidas pela matéria, André Luiz passa a descrever as “conquistas da microfísica”, no capítulo 2 de Mecanismos da Mediunidade. Ele começa pela desco-berta de Planck, do início do século passado, de que em escalas microscópicas as trocas de energia não são contí-nuas, isto é, não podem ser feitas em qualquer valor, mas sim em múltiplos de uma certa quantidade, o quantum de energia. Daí o termo física quântica, isto é, a teoria que descreve os efeitos da quantização da energia e ou-tras grandezas nas propriedades das partículas atômicas e subatômicas [8].

Einstein, posteriormente, mostrou que o chamado

efeito fotoelétrico poderia ser facilmente explicado se a

luz for considerada, em alguns casos, como um feixe de múltiplos “pacotes de onda” ou “quanta de luz” chamados de fótons. O efeito fotoelétrico nada mais é que o fenô-meno de emissão de um elétron de uma placa metálica quando esta é exposta à luz de determinadas cores.

Anos depois, para explicar as linhas de radiação ele-tromagnética em frequências bem definidas, emitidas por certos gases, e sabendo que experimentos mostraram que o átomo não podia ser uma estrutura maciça, Bohr propôs um modelo do tipo planetário para a estrutura do átomo, como ilustrado na figura2.

Figura 2: Modelo do átomo de Bohr. Cada linha repre-senta uma órbita em que um elétron poderia permane-cer em torno do núcleo e cujo valor de energia era bem definido. n representa o nível de energia. Um elétron pode mudar de trajetória e emitir um fóton de ener-gia E = hf , onde h e f são a constante de Planck e a frequência do fóton emitido. Figura reproduzida da Wikipedia [9].

Os cientistas descobriram que quando uma partícula está confinada, isto é, sofre interação com outras partí-culas de tal modo que ela não pode se mover livremente por todo o espaço, as energias possíveis da partícula só

admitem valores discretos, isto é, específicos [8]. A par-tícula não pode possuir valor qualquer de energia assim como se observa nos sistemas em escala macroscópica. No caso do átomo, um elétron (que é uma partícula) só pode ocupar trajetórias estáveis ou, no caso do modelo de Bohr, órbitas cuja energia seja uma das possíveis ener-gias devido à interação entre a partícula e o núcleo do átomo. Não existem órbitas estáveis para o elétron entre aquelas que estão desenhadas na figura 2. Para enten-der isso, qualitativamente, observe a estante mostrada na figura 3. Só é possível colocar livros ou objetos em cima de cada prateleira, mas nunca entre uma prateleira e outra. Da mesma forma, elétrons em um átomo só po-dem ocupar os níveis de energia que “funcionam” como “prateleiras” de uma estante. Elétrons podem mudar de nível de energia assim como livros podem mu-dar de prateleiras. Mas, essa comparação entre níveis de energia e prateleiras não é perfeita pois no caso dos elétrons, não é possível determinar com precisão a traje-tória espacial que eles ocupam entre uma órbita de um nível de energia e outra, enquanto que ao cair de uma prateleira para outra, um livro pode ser observado ocu-pando momentaneamente os espaços entre as prateleiras. Antigamente, essa passagem (instantânea no contexto do modelo de Bohr, que hoje é considerado ultrapassado [8]) do elétron de uma órbita ou nível de energia para outra, era chamada de salto quântico. Hoje em dia, em vista da existência de probabilidades não nulas para os elétrons ocuparem qualquer região do espaço em torno do nú-cleo, o termo salto quântico, rigorosamente falando, não se aplica à ideia de salto no espaço. Sob o título “Saltos Quânticos”, no capítulo 3 de Mecanismos da

Mediuni-dade, André Luiz assim se expressa sobre os mesmos:

“No átomo excitado, aceleram-se os movimentos, e os

elétrons que lhe correspondem, em se distanciando dos núcleos, passam a degraus mais altos de energias. Efetuada a alteração, os elétrons se afastam dos núcleos aos saltos, ...” (grifos meus). Na época de André Luiz,

essa ideia de saltos era considerada correta e como ele mesmo enfatizou no prefácio de Mecanismos da

Mediu-nidade, ele utilizou conceitos e explicações de trabalhos de divulgação científica que, como comentamos

anteri-ormente, são limitados e podem apresentar erros. Isso, porém, não invalida a analogia usada por André Luiz de comparar os níveis de energia com “degraus” de uma escada, ideia essa tão boa quanto a da estante com prate-leiras. Porém, novamente, a obra ressente de figuras que ajudariam a transmitir melhor a ideia.

(7)

Alguém pode perguntar o que os níveis de energia de um elétron em um átomo tem a ver com a emissão de ra-diação? A resposta está ilustrada na figura2. Ao mudar de nível de energia, um elétron precisa emitir ou

absor-ver energia, pois a energia total se conserva nesse

fenômeno. Um elétron pode absorver energia ao intera-gir com outros elétrons, com outros átomos, ou quando sofre irradiação eletromagnética. Ao absorver energia, o elétron “sobe” de nível de energia. Diz-se “subir” de ní-vel pois a energia do elétron se torna maior. Quando o elétron “cai” de nível, isto é, se move para um nível de menor energia, a diferença em energia entre os dois níveis define a energia do fóton ou quantum de radiação eletro-magnética que será emitido pelo átomo (seta ondulada vermelha na figura2). A frequência, f , do fóton emitido é dado pela equação matemática:

f = E

h , (1)

onde E é a diferença em energia entre os níveis de ener-gia antes e depois da mudança de nível do elétron, e h é uma constante chamada de constante de Planck que vale:

h = 6.62607004 × 10−34 m2kg/s. O Leitor não precisa se preocupar em entender fórmulas, mas sim registrar a ideia de que é a diferença entre os níveis de energia ocu-pados pelo elétron (ou partícula) antes e depois da mu-dança, que determina a frequência ou comprimento de onda da radiação eletromagnética emitida pelo átomo.

Para quem entende de matemática, a equação (1) mostra que quanto maior a diferença entre os níveis de energia, maior é a frequência e, como já explicado an-teriormente, menor é o comprimento da radiação ele-tromagnética emitida pelo átomo. Assim, para que a matéria emita radiações ultra-curtas, é necessário que a diferença entre os níveis de energia seja muito grande. Para isso ocorrer, é preciso primeiro fornecer muita ener-gia ao átomo, para que o elétron “suba” bastante de nível de energia. Quando isso ocorre dizemos que o elétron ou o átomo foi excitado. Na citação acima de

Mecanis-mos da Mediunidade, destacaMecanis-mos em negrito a utilização

dessa palavra por André Luiz. Agora o Leitor sabe o que significa um átomo estar excitado. Como, na natureza, os sistemas físicos evoluem naturalmente para um estado de menor energia, quando um átomo é excitado, o elétron que “subiu” de nível passa a ter uma tendência forte de “cair” de volta para os níveis mais baixos. Quando isso ocorre, o átomo emite radiação eletromagnética de com-primento de onda inversamente proporcional à diferença de energia entre os níveis. Se essa diferença for grande, como comentado acima, o comprimento de onda será bas-tante curto.

A figura 4 mostra um diagrama de níveis de ener-gia do átomo de hidrogênio. Um diagrama de níveis de energia é uma figura em formato parecido com uma

es-tante onde as prateleiras representam os níveis de energia

possíveis para um elétron no átomo. Ela mostra três sé-ries ou conjuntos de radiações eletromagnéticas que um gás de átomos de hidrogênio pode emitir. A primeira série, chamada de Série de Lyman, corresponde à maior

variação de níveis de energia, e à produção de radiação ultra-violeta que o átomo de hidrogênio pode emitir. A segunda série, chamada de Série de Balmer, corresponde à segunda maior variação de níveis de energia. Ela é res-ponsável pela emissão de radiação na faixa da luz visível. A luz visível é composta de radiações eletromagnéticas cujas frequências ou comprimentos de onda correspon-dem às cores do arco-íris. A terceira série, chamada de

Série de Paschen, corresponde à menor variação de níveis

de energia e à emissão de radiação na faixa do infraver-melho.

Figura 4: Diagrama de níveis de energia do átomo de hi-drogênio. Três séries de radiações estão ilustradas: séries de Lyman, Balmer e Paschen, que correspondem à emis-são de radiação eletromagnética nas faixas de radiação ultravioleta, luz visível e infravermelho, respectivamente. Os níveis de energia, n de 1 a ∞ estão representados à esquerda do diagrama e os valores de energia à direita, em unidades de “eV” ou “eletrons-volt”. As cores das se-tas para baixo na série de Palmer representam o fato das respectivas radiações ocorrerem na faixa da luz visível.

Em termos de comprimento de onda, L, temos:

Lultra-violeta < Lluz-visível < Linfravermelha ,

(2) ou o comprimento de onda da radiação ultra-violeta é me-nor que o comprimento de onda da luz visível que, por sua vez, é menor que o comprimento de onda da radiação infra-vermelha. A radiação ultra-violeta é conhecida por ter efeitos cancerígenos. Isso ocorre porque quanto me-nor o comprimento de onda da radiação eletromagnética, mais energia os fótons tem para interagir com as molécu-las do nosso corpo físico, causando alterações que podem gerar doenças. Os raios X são ainda mais energéticos e de menor comprimento que a radiação ultra-violeta, e como podem causar mais estragos no corpo humano, os técni-cos que operam máquinas de raios X, para fazer as chapas dos ossos, ficam atrás de paredes grossas e formadas de chumbo, para não sofrerem exposição a esses raios. Se os

(8)

fluidos e pensamentos irradiados pelos Espíritos tivessem a mesma natureza eletromagnética da radiação da maté-ria, não poderíamos nos aproximar dos bons Espíritos pois eles emitiriam radiações de onda muito curtas que poderiam causar câncer. Certamente que isso não ocorre pois que os fluidos e irradiações dos Espíritos não são eletromagnéticos. São apenas análogos, e não a mesma coisa.

Um destaque importante é observar o maior valor pos-sível de diferença de níveis de energia do átomo de hidro-gênio. Se 0 (zero) é o valor mais alto, e -13.6 eV é o valor do nível mais baixo, a maior diferença é de 13.6 eV. Um “eV” é a energia que um elétron ganha ao ser acelerado no espaço vazio devido a forças eletrostáticas entre placas a uma diferença de voltagem de 1 V. Uma pilha comum tem 1.5 V de diferença de voltagem ou potencial elétrico. Um elétron que se acelerasse sob ação dessa diferença de potencial, adquiriria uma energia de 1.5 eV. Anote o valor de 13.6 eV para comparações que faremos adiante. Falta, agora, explicar qual a diferença entre a emis-são de radiação devido à mudança nos níveis de energia do elétron no átomo e de um núcleon no núcleo de um átomo. Primeiro, é preciso lembrar que o núcleo de um átomo é formado por prótons e nêutrons. Porém, a es-trutura não é do tipo planetária como a dos elétrons em torno do núcleo de um átomo. Entretanto, prótons e nêu-trons ocupam níveis de energia similares, na forma, aos níveis de energia dos elétrons (figura4). A diferença está no valor de energia dos níveis presentes no núcleo. Para entender isso, vamos analisar o processo de decaimento de um átomo radiativo, no caso o cobalto 60. Um pro-cesso de decaimento é um tipo de reação nuclear em que o núcleo é dividido em partes que são emitidas para o ex-terior. Nesse processo, tanto partículas quanto radiação eletromagnética podem ser emitidas.

O cobalto 60 é um isótopo do elemento cobalto. Para entender o que é um isótopo, é preciso lembrar que um átomo possui no seu núcleo prótons e nêutrons. Um ele-mento químico é caracterizado pelo seu número de pró-tons. O carbono, por exemplo, possui 6 própró-tons. A quan-tidade de nêutrons, por outro lado, pode variar para um mesmo elemento. Um núcleo de carbono tem 6 prótons mas pode ter, por exemplo, 6, 7 ou 8 nêutrons, dando origem aos carbonos 12, 13 e 14, respectivamente. Esses diferentes tipos de carbono têm massas diferentes mas são quimicamente semelhantes e por isso todos são chamados de carbono. Dizemos que eles são isótopos do carbono. Os isótopos de um elemento são, portanto, átomos com o mesmo número de prótons e diferentes números de nêu-trons. Voltando ao cobalto, ele possui 27 prótons. O cobalto não-radioativo possui 32 nêutrons. No cobalto 60, há 33 nêutrons. Um nêutron a mais é suficiente para desestabilizar o núcleo deste átomo, tornando-o radioa-tivo. A figura 5 mostra um diagrama com os níveis de energia envolvidos no processo de decaimento radioativo do átomo de cobalto-60.

O cabeçalho da figura5explica vários detalhes do dia-grama de energias do processo de decaimento do cobalto-60. Vê-se que ele se torna um átomo de níquel após o

processo já que, após o decaimento, o núcleo do átomo possui um próton a mais. O mais importante para nós é verificar que dois fótons de raio gama são emitidos cu-jos valores de energia são 1.173.200 eV e 1.332.500 eV (mais de um milhão de “elétron-volts”). Compare esse valor com a máxima diferença de energia que pode ocor-rer com os elétrons de um átomo de hidrogênio que é de 13.6 eV. A energia dos fótons γ é quase 100 mil vezes

maior que a energia dos fótons de radiação ultra-violeta

que o átomo de hidrogênio é capaz de emitir! Se a ra-diação ultra-violeta é capaz de causar câncer, através da sua interação com os átomos da molécula do DNA das células da pele, a radiação γ é capaz de alterar o núcleo dos átomos desestabilizando-os. Em outras palavras, os efeitos de um fóton de raios gama são muito mais pro-fundos na matéria e superam os da radiação ultravioleta. Em outras palavras, os fótons de raio γ tem um poder

maior de transformação da matéria ao nosso redor,

que a radiação ultra-violeta ou luz visível. A radiação infravermelha é, então, a mais “fraquinha” das que men-cionamos até aqui.

Figura 5: Diagrama de energias do cobalto 60 antes e depois de um processo de decaimento. Partículas β são elétrons emitidos pelo núcleo do átomo. As setas na cor rosa mostram dois possíveis decaimentos. Em ambos os casos, elétrons (representados pelo símbolo β−) são emi-tidos. Ao emitir um elétron, um neutron presente no núcleo se torna um próton. Nisso, o número de prótons que era 27 se torna 28, e o átomo deixa de ser de co-balto e se torna de níquel. As setas verticais para baixo na cor azul mostram a mudança de nível de energia das partículas do núcleo. O símbolo γ representa emissão de radiação eletromagnética de nome gama. Os números ao lado correspondem ao valor da energia do fóton de raios

gama emitidos. “Mev” significa “milhões de eV”, onde

eV é a unidade de energia.

De posse desses conceitos da Física, vamos analisar as afirmativas de André Luiz para entender, afinal, por que comparar a emissão de raios gama dos núcleos dos áto-mos com a emissão de pensamentos dos Espíritos muito elevados.

V

A

NÁLISE DAS AFIRMAÇÕES DE

A

NDRÉ

L

UIZ

Nesta seção, vamos analisar algumas afirmativas de André Luiz. Primeiramente, vemos no capítulo 4 André

(9)

Luiz ressaltar o caráter material do pensamento. Como explicado anteriormente, através do pensamento e da vontade, o Espírito age sobre o FU, altera-o de modo a impregná-lo com o conteúdo e qualidades dos seus pen-samentos. Esse fluido modificado é emitido pelo Espírito e se propaga pelo espaço. Outros Espíritos que estiverem em sintonia com o primeiro, poderão captar esse fluido modificado e perceber qual era o pensamento do Espírito. Assim, em termos da Doutrina Espírita, André Luiz se refere aos fluidos modificados quando diz que o pensa-mento é matéria. É dos fluidos que ele está falando, e não da capacidade cognitiva do princípio inteligente in-dividualizado.

Nisso, André Luiz propõe que, por ser de natureza material, esses fluidos modificados podem ser formados por estruturas similares às estruturas atômicas que for-mam a matéria. Assim como os átomos da matéria são formados por prótons, neutrons e elétrons, no “plano

mental”, como André Luiz chama o ambiente fluídico,

devem ou podem existir partículas de fluidos que formam átomos fluídicos de forma similar aos átomos materiais.

André afirma que no mundo espiritual os “sistemas

atômicos” estariam em “diferentes condiçoes vibratórias”.

Infelizmente, não temos conhecimento nem científico nem espiritual que permita compreender o que seriam

siste-mas atômicos em diferentes condições vibratórias. Isto é,

não temos como descrever o que significa, cientificamente falando, estar em uma condição vibratória diferente, já que só conhecemos as condições de vibração das ondas materiais, mecânicas e eletromagnéticas. Ou nos falta um sentido diferente que permita entender essa afirmação de André Luiz, ou ela foi feita com o propósito apenas de destacar o fato de que os fluidos espirituais não são da mesma natureza que a matéria conhecida. Esse tipo de questão está reservada para a pesquisa no futuro.

O que vale, entretanto, é a analogia. Essa pode ser feita contanto que fique claro que não se trata de afirmação absoluta sobre a natureza ou propriedades fí-sicas dos fluidos, o que André Luiz extensivamente escla-receu no prefácio e em comentários no capítulo 7 da obra

Mecanismos da Mediunidade, já analisados neste artigo.

Se, em analogia à matéria, pudermos imaginar que os fluidos podem ser descritos por estruturas atômicas similares, nas palavras de André Luiz,

“Isso nos compele naturalmente a denominar tais

princípios de "núcleos, prótons, nêutrons, posítrons, elétrons ou fótons mentais", em vista da

ausên-cia de terminologia analógica para estruturação mais segura de nossos apontamentos.” (grifos meus)

Veja o Leitor que, mais uma vez, André Luiz ressalta que está usando de analogia pois falta-nos conhecimento para apreender o que de fato é a estrutura da matéria que compõe os fluidos espirituais.

Um ponto importante que enfatizamos é que embora André Luiz se utilize do adjetivo “mental” ou “mentais”, para os corpúsculos fluídicos, é preciso lembrar que, se-gundo a Doutrina Espírita, não é a mente do Espírito que é formada por átomos e partículas mas sim o fluido

universal modificado pelo pensamento e vontade do Es-pírito. André Luiz usa esses adjetivos para relacionar de modo mais direto, a sua descrição aos fluidos oriundos da ação do pensamento ou da mente do Espírito sobre o FU.

Agora, analisemos a seguinte afirmação de André Luiz no capítulo 4 da obra:

“Em posição vulgar, acomodados às impressões

comuns da criatura humana normal, os átomos

mentais inteiros, regularmente excitados, na esfera dos pensamentos, produzirão ondas muito longas ou de simples sustentação da individualidade, corres-pondendo à manutenção de calor. Se forem os

elé-trons mentais, nas órbitas dos átomos da mesma

natureza, a causa da agitação, em estados menos

comuns da mente, quais sejam os de atenção ou tensão pacífica, em virtude de reflexão ou ora-ção natural, o campo dos pensamentos exprimir-se-á

em ondas de comprimento médio ou de aquisição de experiência, por parte da alma, correspondendo à produção de luz interior. E se a excitação nasce

dos diminutos núcleos atômicos, em situações

ex-traordinárias da mente, quais sejam as emoções

pro-fundas, as dores indizíveis, as laboriosas e atu-radas concentrações de força mental ou as sú-plicas aflitivas, o domínio dos pensamentos emitirá raios muito curtos ou de imenso poder

transfor-mador do campo espiritual, teoricamente semelhantes aos que se aproximam dos raios gama.” (grifos meus) Vamos dividir as afirmações acima para compreendê-las melhor. Primeiro André Luiz compara a posição vulgar e impressões comuns da criatura humana à produção de ondas muito longas ou de simples sustentação da individualidade. Isso significa que os pensamentos do dia-a-dia envolvendo a manutenção da nossa saúde, as preocupações vulgares do trabalho, do lazer, das necessidades do corpo físico, geram pensa-mentos mais simples da individualidade. Os fluidos que emitimos em razão desses pensamentos são rudimentares, simples, naturalmente menos elevados. Não são ruins ou maldosos, já que precisamos nos manter vivos no mundo, mas não denotam, por si mesmos, elevação espiritual da criatura humana.

Em seguida, André Luiz compara o que ele chamou de estados menos comuns da mente, como a reflexão ou oração com a produção de ondas de comprimento médio, como aquelas que são emitidas quando elétrons mudam de níveis de energia no átomo. Essas seriam on-das melhores do que as primerias, e muito comuns em pessoas que se dedicam ao estudo e fazem esforços por domar suas más tendências e pela sua transformação mo-ral. Essas ondas são as que geram luz espiritual no íntimo das criaturas.

Por fim, André Luiz compara as emoções profun-das, as dores indizíveis, as laboriosas e atura-das concentrações de força mental ou as súplicas aflitivas com a produção de ondas muitas curtas, como aquelas que são produzidas pelos diminutos núcleos atômicos que são muito energéticas e capazes de gran-des transformações. Quando as criaturas passam por

(10)

es-ses tipos de sentimento ou são muito elevadas espiritu-almente, suas vibrações e pensamentos tem um imenso poder transformador do campo espiritual, teori-camente semelhantes aos que se aproximam dos raios gama. Destaque deve ser dado à palavra

“teorica-mente” usada por André Luiz na afirmativa acima. Ela

quer dizer que o poder transformador é, apenas em

teo-ria, semelhante ao poder dos raios gama. Eles não são a

mesma coisa, nem possuem a mesma natureza física ou eletromagnética.

Qual a diferença entre os três tipos de onda? Na ma-téria, todas elas são de natureza eletromagnética. Mas a diferença está no comprimento de onda e na forma como elas são produzidas. Somente transformações e proces-sos que ocorrem no âmago dos núcleos atômicos é que são capazes de produzir radiações de grande poder transfor-mador no campo material. De forma análoga, somente transformações e processos de natureza moral que ocor-rem no âmago dos sentimentos de um Espírito são capa-zes de produzir fluidos e vibrações de grande poder trans-formador no campo espiritual. Essa é a principal analo-gia que André Luiz nos traz com a comparação entre a forma de emissão de pensamentos e fluidos por Espíritos muito elevados e a forma de emissão de raios gama por núcleos de elementos radioativos. Apenas os sentimen-tos mais profundos geram modificações no FU capazes de transformar e iluminar quem está a nossa volta. As-sim como mudanças nos níveis de energia de um núcleo requerem muita energia, mudanças profundas no aspecto moral exigem muito esforço da criatura humana, muita abnegação e desprendimento, que são virtudes que esta-mos ainda treinando para um dia nos tornaresta-mos criaturas verdadeiramente amorosas.

VI

C

ONCLUSÕES

Neste artigo, apresentamos uma complementação às explicações dadas por André Luiz sobre as comparações que ele fez entre os processos de emissão de pensamento e vibrações por Espíritos muito elevados, e de radiações eletromagnéticas de comprimento de onda super-ultra-curtas como as que são emitidas por núcleos de elemen-tos radioativos da matéria. Explicamos os conceielemen-tos de níveis de energia, as razões pelas quais a matéria se es-trutura de forma discreta e não contínua, a relação en-tre a mudança de nível de energia de uma partícula e a radiação eletromagnética que é emitida por um átomo. Verificamos que quanto maior a diferença entre os níveis de energia, maior é a energia do fóton emitido e, por sua vez, menor é o comprimento de onda da radiação emitida e maior o efeito de transformação da mesma.

A partir dos esclarecimentos acima, mostramos a ló-gica de André Luiz em relacionar as condições materiais em que ondas super-ultra-curtas são emitidas e as condi-ções espirituais e morais nas quais pensamentos e fluidos de alto poder transformador no campo espiritual são emi-tidos. Em outras palavras, a principal mensagem de An-dré Luiz dentro do ponto acima é mostrar que o esforço na nossa transformação moral se faz perceber por

irra-diações de fluidos com enorme poder de transformação espiritual.

Discutimos, também, o valor relativo das compara-ções e analogias feitas por André Luiz destacando que não se tratam de teorias para a Física dos fluidos espiritu-ais, mas analogias e ideias que podem nortear a pesquisa futura nessa área. Como a obra Mecanismos da

Mediuni-dade foi construída com base em trabalhos de divulgação científica, destacamos que ela apresenta analogias entre

os conceitos relacionados à mediunidade e os conceitos de Física da época em que foi escrito. Mesmo recomen-dando que, hoje em dia, os conceitos de Física não sejam estudados através dessa obra, mas sim através de obras atuais (por exemplo a da Ref. [8]) e aí comparados com o conteúdo de Mecanismos da Mediunidade, podemos per-ceber claramente a importância e atualidade contidas no conteúdo desta obra de André Luiz.

A importância de obras como essa é destacada nas seguintes palavras de Emanuel no primeiro prefácio da obra:

“Em nosso campo de ação, temos livros que

conso-lam e restauram, medicam e alimentam, tanto quanto aqueles que propõem e concluem, argumentam e escla-recem.”

“Nesse critério, surpreendemos aqui um livro que

estuda.” (grifos meus)

Notem os Leitores que Emmanuel não diz que

Meca-nismos da Mediunidade é uma obra que propõe ou con-clui, que argumenta ou esclarece. Mas simplesmente uma

obra que estuda. Estudar uma obra não é lê-la de modo corrido nem decorar seu conteúdo para saber repetí-lo de cor. Para estudar uma obra é preciso ler, interpre-tar o que lê, comparar o conteúdo com o conhecimento científico, e comparar o conteúdo com o das obras de Kardec. Só assim, estaremos estudando a obra de modo proveitoso sem os excessos do fanatismo que em tudo crê em função da confiança nos nomes dos Autores, e sem o extremismo de tudo rejeitar em nome de provas que, às vezes, nem mesmo a Ciência sabe dar de suas próprias descobertas.

Por fim, faço coro com Emanuel quando encerra di-zendo: “Meditemos, pois sobre suas páginas.”

A

GRADECIMENTOS

hojO Autor agradece as sugestões valiosas dos dois pareceristas que analisaram o presente artigo para publi-cação no JEE .

R

EFERÊNCIAS

[1] F. C. Xavier e W. Vieira, Mecanismos da Mediunidade, pelo Espírito de André Luiz, FEB, 11a edição, Rio de Janeiro (1990).

[2] A. Kardec, O Livro dos Médiuns, Editora FEB, 62a Edição, Rio de Janeiro (1996).

[3] A. Kardec, O Livro dos Espíritos, Editora FEB, 76aEdição, Rio de Janeiro (1995).

(11)

[4] A. F. da Fonseca, “Um Ensaio Sobre Matéria e Energia”, FidelidadESPÍRITA 91 (Abril), 6 (2010); e 92 (Maio), 20 (2010).

[5] Onda, página do Wikipedia.https://pt.wikipedia.org/ wiki/OndaAcessado em 27 de dezembro de 2015.

[6] A. Kardec, A Gênese, Editora FEB, 36aEdição, Rio de Ja-neiro (1995).

[7] A. F. da Fonseca, “A Transmissão do Pensamento é um Fenômeno Não-Local?”, Jornal de Estudos

Es-píritas 2, art. n. 010302 (2014). Acesso através do link: https://sites.google.com/site/jeespiritas/ volumes/volume-2---2014/resumo---art-n-010302 [8] R. Eisberg e R. Resnick, Física Quântica - Átomos,

Molé-culas, Sólidos, Núcleos e PartíMolé-culas, Editora Campus, 21a. Reimpressão (1979).

[9] Átomo de Bohr, página do Wikipedia. https: //pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomo_de_Bohr Acessado em 27 de dezembro de 2015.

Title and Abstract in English

Explaining spiritist concepts in the book Mecanismos da Mediunidade part I: analogy to

the gamma rays

Abstract: Mecanismos da Mediunidade is a very difficult book because of the use of several complex concepts from Physics to propose an explanation for the mechanisms of mediumship. Although André Luiz has been careful by using these concepts in a non-professional way, the lack of knowledge in Physics by spiritists prevent them to perceive the moral importance of André Luiz’s statements as the one we analise here about comparing the emission of thoughts by elevated spirits and the emission of electromagnetic radiation of ultra-low-wavelength by the radiactive nuclei. In this paper, we complement André Luiz’s explanations about the process of emission of electromagnetic radiation from the atoms in such a way it becomes more clear to the non-professional reader. We show that the logics of making the above comparison allows the understanding of the importance of moral changes for the good in the process of emission of thoughts and spiritist fluids.

Referências

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