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BRUNA SAMANDA FERNEDA, Elaboração do plano de gerenciamento de resíduos em uma obra na cidade de SinopMT

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Elaboração do plano de gerenciamento de residuos em uma obra na cidade de

Sinop/MT

Elaboration of the waste management plan in a work in the city of

Sinop/MT

Bruna Samanda Ferneda1, Kelli Cristina Aparecida Munhoz Moreira2

Resumo:

Com o crescimento da indústria da construção civil e os constantes avanços tecnológicos houve um aumento equivalente da produção de resíduos, assim como a crescente degradação ambiental devido ao seu mal acondicionamento. Os RCCs (resíduos da construção civil) apresentam-se como um problema, tanto na zona urbana como na zona rural, pois sua disposição normalmente se dá de maneira irregular gerando problemas ambientais e de saúde pública. Sendo assim este trabalho visou quantificar e qualificar a geração de resíduos sólidos em uma obra da construção civil no município de Sinop – MT, propondo soluções para o gerenciamento deste. Avaliou-se uma obra comercial de 482 m2, qualificando a produção de entulhos sugerindo uma destinação correta nos casos em que foi possível, considerando-se a politica de gerenciamento de residuos do municipio. Constatou-se a necessidade de uma usina de reciclagem, assim como a concientização dos profissionais da construção civil quanto a gestão de resíduos na obra para melhor aproveitamento de materiais e preservação ambiental.

Palavras-chave: Construção civil; Resíduo; Sinop/MT.

Abstract: With the growth of the construction industry and the constant technological advances, there was an

equivalent increase in the production of waste, as well as the increasing environmental degradation due to its bad packaging. RCCs are a problem both in the urban and rural areas, because their disposal usually occurs in an irregular manner, generating environmental and public health problems. Therefore, this work aimed to quantify and qualify solid waste generation in a construction project in the municipality of Sinop - MT, proposing solutions for the management of the same. It was evaluated a small work, qualifying the production of rubbish suggesting a correct destination in the cases where it was possible, taking into account the management policy of respiduos of the municipality. There is a need for a recycling plant, as well as the awareness of construction professionals regarding the management of waste in the construction for a better use of materials and environmental preservation.

Keywords: Construction industry; Waste; Sinop/MT. 1 Introdução

A construção civil é um dos indicadores mais precisos sobre a economia de um país, de maneira que, quanto maior o incentivo concedido à população para empreitar no ramo da construção civil maior o número de empregos gerados, sendo é um dos pilares que mantém um estado em constante desenvolvimento (ROS, MAZONI, 2006). De acordo com IBGE (2019), no ano de 2018, o setor da construção obteve participação em 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Em Mato Grosso a construção civil desempenha um papel importante na economia do estado, possuindo um alto e constante crescimento, apresenta um dos maiores custos por metro quadrado cerca de R$1.054,00, e movimenta aproximadamente 9,7% do PIB da construção civil no país, e constantemente está entre os estados brasileiros com o maior índice de variação de preço da construção civil (IBGE, 2017). Na cidade de Sinop não é diferente: considerada uma das cidades que mais cresceu na última década, figura entre os municípios mais ativos economicamente do estado, tal fato contribui para o alto volume de obras civis e de infraestrutura que ocorrem no município.

Porém, apesar do crescimento ser um fator positivo, nota-se um incômodo processo nos empreendimentos da construção civil: o desperdício de materiais e consequente geração excessiva de entulhos. Tal problema advém do mau planejamento desde a extração da matéria prima, passando pelo transporte a findar na utilização na obra. Outro fator preocupante se dá no descarte desses resíduos em que geralmente não recebe o cuidado adequado (OLIVEIRA, MENDES, 2008).

Relatórios, como o divulgado pelo IPEA (2012) mostram que a produção de resíduos sólidos provenientes da construção civil podem representar 61% do lixo gerado pela população, ficando notória a problemática ambiental devido à produção de entulho nas obras. Mesmo diante da realidade observada, não se nota um empenho tanto do setor público como do setor privado para buscar soluções viáveis para minimizar a geração de entulho ou até mesmo reutilizar este em obra (OLIVEIRA, MENDES, 2008).

De acordo com as determinações da resolução CONAMA, os geradores de resíduos são responsáveis pela gestão dos resíduos, certificando-se que sejam quantificados, armazenados, transportados e encaminhados para locais onde possam ser reaproveitados ou acondicionados de maneira correta. Assim este trabalho visa originar um diagnóstico da geração de resíduos sólidos da construção civil em uma obra e sugerir um plano de gerenciamento de resíduos sólidos que visa minimizar a produção de

1Graduanda, Universidade do Estado de Mato Grosso,

Sinop-MT, Brasil, bruna.jbj@gmail.com

2Doutora, Professora, Universidade do Estado de Mato

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entulho, assim como reduzir os impactos ambientais com seu tratamento e disposição final, beneficiando a economia do empreendimento, o meio ambiente e a população em geral.

2 Referencial bibliográfico

Todo empreendimento realizado para ser considerado sustentável deve atender a alguns requisitos básicos: ser viável economicamente; ser aceito culturalmente, ou seja, o empreendedor deve ter ciência da ação sustentável que irá aderir fará parte de seus empreendimentos; e, acima de tudo ser adequado ambientalmente (JOHN, 2000).

De acordo com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS, 2014) reduzir o gasto energético e de recursos naturais, utilizar matérias primas que contribuam para eficiência ecológica do empreendimento e reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos também são atitudes que devemfazer parte de uma obra sustentável.

2.1 Resíduos.

Segundo a Resolução CONAMA Nº 307/2002 é considerado RCC todo e qualquer resíduo de advém do processo construtivo.

2.1.1 Classificação dos resíduos sólidos Classe A

São classificados como resíduos classe A aqueles que podem ser reutilizados como agregados para o próprio ramo da construção civil, tais como os componentes cerâmicos (tijolos, pisos, telhas e outros). Estes materiais devem ser destinados a reciclagem ou no caso desta não ser possível de imediato, os resíduos devem ser armazenados em áreas de aterro de maneira que possibilite sua futura reutilização ou reciclagem.

Classe B

São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso;

Os resíduos de classe B que não podem ser reutilizados na construção civil, como algumas embalagens, metais, dentre outros devem ser encaminhados para postos de coleta nos quais se dá a destinação mais adequada a cada caso.

Classe C

São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação, tais como: EPS, gesso, lã de vidro e outros.

Classe D

São resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde (CONAMA 307, 2002).

2.2 Legislação vigente relacionada ao gerenciamento de resíduos da construção civil

O principal instrumento da legislação no que se refere a gestão de resíduos sólidos da construção civil é dado pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, que dispõe sobre a adequada gestão dos resíduos sólidos que estabelece normas para execução de que trata a PNRS.

A resolução CONAMA delibera as diretrizes para as possíveis destinações dos Resíduos da Construção e Demolição (RCD) que foram definidos no item 5.2.1 deste trabalho, além de atribuir responsabilidades para o poder público para que este estabeleça leis e fiscalize os geradores de entulhos.

A resolução CONAMA ainda define que se devem utilizar técnicas construtivas sustentáveis a fim de priorizar a não geração de resíduos, mas, acaso haja, deve-se secundariamente optar pela redução, pela reutilização, a reciclagem e a disposição final deste deve ser em local adequado, pertencendo ao gerador do resíduo a responsabilidade por essa destinação, sendo proibido o depósito desse resíduo gerado em lotes vazios, córregos, áreas protegidas e/ou aterros para lixos domésticos.

2.3 Plano de gerenciamento de resíduos da construção civil (PGRCC)

A geração dos RCC em uma obra se deve ao desperdício ao longo do processo construtivo, que se relaciona com a falta de organização e planejamento inicial; além de perdas relacionadas ao transporte do produto, que pode danificá-lo impossibilitando o seu uso, e armazenamento inadequado no canteiro, que muitas vezes é causado pelo despreparo dos trabalhadores.

Na tabela 1 pode-se notar a diferença em termos de valores mínimos, médios e máximos de desperdício em obras no Brasil, isso se deve a diversidade de processos construtivos utilizados, a variabilidade da qualificação da mão de obra utilizada e a qualidade dos produtos empregados (BAPTISTA JUNIOR, ROMANEL, 2013).

Tabela 1 – Taxa de desperdício de material

Materiais

Taxas de Desperdício

(%)

Média Mínimo Máximo

Concreto usinado 09 02 23 Aço 11 04 16 Blocos e tijolos 13 03 48 Placas cerâmicas 14 02 50 Revestimento têxtil 14 14 14 Eletrodutos 15 13 18

Tubos para sistemas prediais

15 08 56

Tintas 17 08 24

Condutores 27 14 35

Gesso 30 14 120

Fonte – Pinto (1999) Adaptado

O Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil engloba uma série de condutas previstas na Resolução CONAMA 307, sendo uma

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metodologia de gerenciamento baseada em planejamento, visa minimizar a perda de materiais e a geração de resíduos proveniente das obras, assim como diminuir significativamente os impactos ambientais causados por estes (SILVA et al, 2015), como podemos observar na tabela 2, há diversas maneiras de se reduzir a produção de entulhos.

Tabela 2 – Atividades que contribuem para a redução dos RCC em obras Atividades Influência na redução do RCC (%) Melhoria no processo construtivo 49 Reuso dos RCC no canteiro 33 Planejamento da obra 16 Outros 02

Fonte – Pinto (1999) Adaptado

O PGRCC engloba, principalmente, as fases de caracterização do resíduo, a triagem do material, acondicionamento na obra, transporte do RCC e posterior destinação final.

Na primeira fase o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos gerados, para que, dessa forma se faça um planejamento para a redução, reutilização, reciclagem e a destinação final dos mesmos.

Na segunda fase o gerador realizará a triagem que se caracteriza em separar cada resíduo de acordo com o item 5.2.1 deste trabalho. A segregação dos resíduos poderá ocorrer ao mesmo tempo em que o resíduo é gerado, sendo de total importância a conscientização da mão-de-obra para o bom funcionamento do PGRCC.

A terceira fase consiste no armazenamento inicial do resíduo, esta deverá ser feita próximo à obra, sempre priorizando a organização do local de trabalho. O armazenamento deve ser feito de acordo com cada tipo de resíduo utilizando bags, baias, caçambas estacionárias e bombonas.

A etapa do transporte do resíduo se define pela remoção do resíduo do local de origem para estações de tratamento ou destino final (aterro). Essa etapa deve ser realizada de acordo com o material a ser transportado, implantando uma logística eficiente, onde não haja contaminação de entulhos com potencial para reuso e/ou reciclagem, evitando-se acumulação de resíduo na obra. É ainda mais necessário que haja conscientização da mão-de-obra para que esta faça o trabalho de segregação de forma eficiente.

A quinta etapa é a do tratamento do entulho, nesta fase o gerador destinará o entulho para despejo em local adequado ou reciclagem de acordo com a classe a que pertence o resíduo.

3 Metodologia

3.1 Caracterização do local de pesquisa

Este trabalho foi realizado em uma obra na cidade de Sinop - MT localizada no norte de Mato Grosso na latitude 11º 51' 51" S e longitude 55º 30' 09" W com altitude aproximada de 380 metros, a aproximadamente 500 km da capital Cuiabá, contando com uma área territorial de 3.942,229 km².

Figura 1:Mapa do estado de Mato Grosso com a localização de Sinop. Fonte: Adaptado Google Maps, 2018

A cidade foi fundada em 1974, e desde o início de sua colonização se destaca como um polo em constante desenvolvimento, possuindo uma população de 136.874 mil habitantes, um IDH de 0,754, acima da média nacional, e PIB per capita de R$ 33.807,26 (IBGE, 2017). Esses fatores contribuem para que a cidade continue em constante desenvolvimentoe um grande volume de obras no município.

3.2 Caracterização da obra

O objeto deste estudo foi um canteiro de obras localizado na Avenida André Maggi, 5980 - Jardim das Violetas. A obra será utilizada por duas salas comerciais com área total a ser construída de 482 m² e contará com estrutura de alvenaria, pilares pré moldados e a cobertura em estrutura metálica.

Figura 2: Localização do canteiro de obras em Sinop/MT. Fonte: Adaptado Google Earth, 2019

3.3 Procedimento de coleta e manuseio dos dados

O Plano de gerenciamento de resíduos foi baseado em literatura específica e leis relacionadas, assim, foram elaboradas duas etapas do processo: o prognóstico e as proposições. Tais etapas fazem parte do planejamento prévio e antecedem a execução da obra, e são essenciais para determinar a quantidade de resíduos que serão gerados e de que forma estes serão tratados.

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Tabela 1 presente no referencial bibliográfico deste trabalho.

3.4 Prognóstico

3.4.1 Identificação dos resíduos gerados na obra analisada

Esta é a primeira etapa para a elaboração do PGRCC, e trata da caracterização qualitativa dos resíduos que serão gerados na obra.

De acordo com a pesquisa realizada os resíduos sólidos a serem produzidos durante a obra que se enquadram na categoria Classe A serão predominantemente oriundos de escavação de solos para execução da fundação, visto que o terreno é plano, não sendo necessário o nivelamento do mesmo; concreto, fragmentos de tijolos e piso cerâmico ogirinários do processo construtivo; restos de areia, brita e outros agregados.

Os resíduos Classe B serão compostos por madeira oriunda do processo construtivo de ancoragem de vigas e vergas, e da composição das formas das vigas e pilares; plástico proveniente de embalagens de produtos não tóxicos; e papel, igualmente de origem não tóxica.

Os resíduos Classe C gerados serão compostos de restos de EPS.

Os resíduos Classe D produzidos são provenientes dos restos de tinta, solventes, impermeabilizantes e as embalagens destes produtos.

3.5 Elaboração do PGRCC

A composição do PGRCC foi elaborada após a coleta de dados, levando em consideração a realidade encontrada. E foi dividida nas seguintes etapas:

4 RESULTADOS

4.1 Estimativa de geração de resíduos

A produção de resíduos no canteiro de obras varia de acordo com cada etapa construtiva. A taxa média de desperdício de materiais foi definida de acordo com a tabela 1 concomitantemente com quantidade orçada de materiais pelo escritório responsável pela obra.

Tabela 3 – Estimativa de geração dos RCC na obra

Material Quantidade Taxa

(%) Estimativa de resíduo Concreto 78m³ 9 7,02m³ Alvenaria 15500 unidades 13 2000 unidades Cerâmicas 482m² 14 67,48m² Tinta 180 L 17 30 L Fiação 1621 m 27 437 m Eletrodutos 418 m 15 62,7 m Aço 1260 kg 11 138,6 kg Fonte – A autora, 2019

Tabela 4 – Variação do tipo e do voume de resíduo durante a obra Resíduo produzido durante a obra Etapa da obra Fun d a ç ã o E s tr u tu ra Fec h a men to In s ta laç õ e s R e v e s tim e n to Entulho de alvenaria 3 3 2 Entulho de concreto 2 3 2 1 Resto de argamassa 3 1 3 Solo 3 Aço 2 3 Fiação 3 Plástico 3 Vidro 3 EPS 1 1 Tintas e sobras de material de pintura 2 Latas e sobras de aditivos 2

Fonte – SINDUSCON - MG (2008) Adaptado Onde:

1: baixa geração 2: média geração 3: alta geração

4.2 Proposições de ações

Para que os processos de segregação de entulho, transporte interno e armazenamento que serão descritos nos próximos tópicos sejam eficientes suge-se um layout indicando a posição (que poderá suge-ser modificada com) para a utilização dos mecanismos de gerenciamento de resíduos (bombonas, baias e caçamba estacionária) de forma que não comprometam a movimentação de materiais na obra,

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onde ‘E’ indica o local de entrada de materias e ‘S’ a saída de entulhos.

Figura 3: Planta de locação esquemática dos mecanismos de gerenciamento de resíduos. Fonte: A autora, 2019

4.2.1 Segregação e acondicionamento inicial

No plano de manejo dos resíduos sólidos é importante buscar ações que minimizem e/ou reaproveitem ao máximo os resíduos gerados na obra. Porém, mesmo que haja um planejamento prévio ainda há produção de entulho, tal que deve ser enviado para tratamento, ou,

na ausência deste, um local apropriado para sua alocação final.

Portanto, o objetivo da segregação é realizar ações que minimizem ao máximo os custos de transporte do entulho, contribuir com ações de reciclagem e reuso assim como diminuir o seu impacto no meio ambiente. Resíduos Classe A

Os resíduos gerados nessa etapa da obra serão: solo proveniente das escavações para a fundação que será destinado diretamente para as caçambas estacionarias; e os restos de alvenaria, concreto e outros que podem ser alocados em bombonas plásticas.

Resíduos Classe B

Estes são os resíduos potencialmente recicláveis, logo, seu mecanismo de segregação e de armazenamento deve ser individualizado.

Madeira

Os resíduos provenientes desse material podem ser desde lascas até peças de tamanho considerável, uma vez que serão utilizadas para a montagem das fôrmas das vigas e pilares. O armazenamento inicial do resíduo de pequeno volume pode ser feito em bombonas plásticas de 200 litros; as peças de maior volume podem ser armazenadas em pilhas próximas ao local do serviço.

Metais

Esse resíduo normalmente se apresenta em pequenos volumes: pregos, sobras de barras de aço, etc., e deveram ser armazenados em bombonas de 200 litros. Caso haja peças de aço que não possam ser armazenadas nesse mecanismo, estas devem ser acondicionadas em montes próximas ao local do serviço

Plásticos

Os plásticos são gerados em todas as etapas da obra, não apenas decorrente das atividades construtivas como embalagens de produtos, tubos, eletrodutos etc., mas também por parte dos funcionários como garrafas PET, embalagens, etc. Estes deverão ser armazenados em fardos próximos ao local de geração, e em seguida levados até o mcanismo de segreção: bombona plástica de 200 litros.

Papéis

Assim como os resíduos plásticos, os papéis são gerados ao longo de toda a obra e serão armazenados em bombonas plásticas de 200 litros.

Sacarias

As sacarias provenientes de cimento e argamassa serão mantidas em perfeito estado de conservação e em fardos, longe de umidade e resíduos contaminantes.

Vidros

Caso haja geração de resíduos provenientes de instalações de janelas e portas, estes serão armazenados em bombonas plásticas de 200 litros devidamente sinalizadas.

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São resíduos para os quais não há tecnologias para que seja realizada sua reciclagem, serão armazenados temporariamente também em bombonas com revestimento em sacaria.

Resíduos Casse D

Para esses resíduos o armazenamento na obra será nas próprias embalagens dos produtos, evitando a contaminação do solo. E sempre respeitando as normas quanto a saúde e segurança no trabalho por parte do profissional responsável por sua manipulação.

Tabela 5 – Bombonas

Material Quantidade de Bombonas

Madeira 2 Plásticos 2 Papeis 2 Vidros 1 Classe C 1 Classe D 2 Fonte – A autora, 2019 4.2.2 Transporte interno

A coleta do resíduo e condução desde até o local do armazenamento temporário será feito pelos próprios trabalhadores. No caso de resíduos segregados em pilhas o transporte poderá ser ser realizada manualmente nos casos em que for possível e quando for necessário.

Quando o resíduo for armazenado bombonas é aconcelhável que o transporte seja feito atraves de carriolas/carrinhos de mão.

4.2.3 Armazenamento temporário Resíduo Casse A

Como citado anteriormente, devido ao teor do resíduo, seu acondicionamento inicial e armazenamento temporário serão os mesmos. No caso serão utilizadas caçambas estacionárias de empresas licenciadas. O volume das caçambas serão de 5 m³ para o solo proveniente das escavações, e caçambas de 3 m³ para resíduos provenientes alvenarias e cerâmicas. A estimativa da quantidade de caçambas que serão utilizadas ao longo obra está expresso na tabela a seguir.

Tabela 6 – Caçambas estacionárias

Material Volume (m³) Número de caçambas

3m³ 5m³ Solo 50 - 10 Concreto 7,02 3 - Alvenaria 4 - 1 Cerâmicas 3,4 - 1 Fonte – A autora, 2019 Resíduo Classe B

Assim como na triagem e armazenamento inicial, nesta estapa os mecanismos de acondicionamento permanecem separados para preservar as propriedades de cada resíduo potencialmente reciclável.

Madeira

Visto a quantidade e a variedade de volumes gerados por este resíduo, determina-se o uso de uma baia de aproximadamente 4m², ou, caso necessário, pode-se usar caçambas estácionárias fornecidas por empresas licenciadas.

Metais

Para os metais, durante o proceso construtivo deverá ser utilizada uma baia de 2 m² onde o resíduo será armazenado.

Plástico

Assim como os metais, estes deveram ocupar uma baia de 2 m².

Papéis

A geração de resíduos de papéis e papelões é relativamente baixa drurante a obra, então uma baia de 2 m² com cobertura é suficiente para suprir essa necessidade.

Sacarias

As sacarias serão armazenadas em baias de 2 m², cobertas e protegidas contra intempéries para que suas caracteristicas sejam preservadas.

Vidro

A geração de resíduos de vidro é baixa durantea obra, por isso bombonas utilizadas no acondicionamento inicial serão utilizadas para o armazenamento temporário destes.

Tabela 7 – Baias

Material Tamanho Baia

Madeira 4 m² Plásticos 2 m² Papeis 2 m² Sacarias 2 m² Fonte – A autora, 2019 Resíduo Classe C

Caso haja geração de resíduo para os quais não há destinação na reciclagem, estes serão armazenados no mesmo mecanismo utilizado no acondicionamento inicial.

Resíduo Classe D

Assim como o resíduo Classe C, este será mantido no mecanismo de acondicionamento incial até sua coleta. 4.2.4 Coleta e destinação final

As empresas indicadas para o recolhimento são licenciadas, seguem a legislação vigente CONAMA 307, sendo o gerador de resíduos o responsáve pela cotratação e conivente com a destinação final dos resíduos gerados na obra. A seguir foi feito um levantamento de prováveis empresas que farão a coleta e acondicionamento final dos resíduos.

Resíduo Classe A

Existem muitas empresas na cidade de Sinop/MT que podem realizar a coleta desse material. Tais empresas

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fornecem a caçamba estacionária por um determinado período e, após o uso, recolhem a mesma e direcionam para o acondicionamento final, sendo este de responsabilidade da empresa coletora.

Resíduo Classe B

Para este resíduo potencialmente reciclável optou-se que seu acondicionamento final fosse executado por uma empresa especializada, no caso este trabalho sugere a Canaã Norte Resíduos.

Tabela 8 – Acondicionamento final

Resíduo Serviço Destinação

Papéis Coleta Reciclagem

Plásticos Coleta Reciclagem

Fonte – A autora, 2019 Madeira

O acondicionamento final da madeira utilizada na obra será feita em caçambas estacionárias recolhidas pela mesma empresa responsável pela coleta dos resíduos de Classe A.

Sacarias

As sacarias provenientes das embalagens de cimento e argamassa serão destinadas para uma loja de venda de materiais de construção que realiza a aquisição desse material.

Resíduo Classe C e D

Para estes resíduos este trabalho também sugere Canaã Norte Resíduos, que ficará responsável pelo acondicionamento final

Figura 4: Fluxograma do gerenciamento de resíduos. Fonte: A autora, 2019

Tabela 9 – Acondicionamento final

Resíduo Serviço

Classe C Coleta e destinação final

Classe D Coleta e destinação final

Fonte – A autora, 2019

4.3 Controle de Transporte dos Resíduos

De acordo com a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos assim como o PGRCC, o transporte do resíduo é de cunho particular, ou seja, o gerador e a empresa contratada são responsáveis pelo deslocamento da carga. Ficando o poder público responsável pela fiscalização da correta destinação.

4.4 Responsabilidades do poder público

A legislação federal determina que o gerador do resíduo se responsabilize por sua gestão, contratando empresas licenciadas para o serviço, em contrapardida o município deveria possuir um plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos que auxiliasse e fiscalizasse a disposição final dos resíduos.

Em entrevista com funcionário da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Sinop/MT foi informado que a LEI Nº 2436, DE 30 DE MAIO DE 2017, que inclusive está em processo de revisão, institui o o sistema de gestão sustentável de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, porém não está sendo aplicada na prática.

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5 CONCLUSÕES

De acordo com a pesquisa efetuada, pode-se notar a dificuldade, não apenas por parte dos trabalhadores da construção civil em se concientizar a respeito do não desperdício de materias, mas também do munípio que não possui mecanismos que auxiliem a indústria da construção nesse aspecto.

A obra analisada neste trabalo potencialmente produzirá 63,6 m³ de resíduos Classe A que poderiam ser reaproveitados de diversas formas no próprio ramo da construção caso o município contasse com um um plano de genciamento dos RCCs, já os resíduos Classe B em condições de serem reciclados, Classe C e os perigosos Classe D serão encaminhados para uma empresa especializada e licenciada no município. As obras no município de Sinop/MT, em geral, não contam com o PGRCC em sua rotina, ficando as empresas coletoras de resíduos responsáveis pela destinação desses materias, e como o município não conta com um plano de gerenciamento dos RCCs, os resíduos não são coletados de forma seletiva, dificultando o reaproveitamento destes.

Assim como o trabalho reaizado por ALVES (2017) que analisou a composição de resíduos da construção civil no município de Sinop/MT, a presente pesquisa constatou que a maior parte dos resíduos produzidos na obra são classificados como Classe A e são passíveis de reciclagem e/ou resutilização.

É visível a necessidade da implantação de uma usina de reciclagem de RCC no município, e, como mostra Cândido (2013) Sinop possui um alto potencial para que seja instalada uma usida de reciclagem, uma vez que município cresce de forma acelerada e contínua, fazendo com que a construção civil esteja sempre em alta. Além do fator da geração de emprego e mitigação dos impactos ambientais

Portanto, é indispensável uma ação de concientização dos trabalhadores da construção civil visando o uso de técnicas construtivas mais eficientes, com menor menor taxa de desperdício e maior conciência ambiental.

Agradecimentos

Agradeço a minha mãe Bernadete, pela paciência e por acreditar em mim e por ser a minha base desde o meu nascimento até hoje.

Agradeço ao irmão Renan e minha irmã Brena por serem as melhores pessoas do mundo, minha vida não seria a mesma sem vocês.

A minha professora e orientadora Prof. Dr.ª Kelli Cristina Aparecida Munhoz Moreira que me guiou no desenvolvimento deste trabalho.

Agradeço também aos amigos feitos durante o curso Camila, Krisman, Rafael e Paulo César.

Por fim a Universidade do Estado do Mato Grosso, por todos esses anos e aos professores desta instituição pela dedicação em repassar seus conhecimentos mesmo diante das adversiades que o país proporciona para a educação.

Referências

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