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Projeto e implementação de um reator eletrônico auto-oscilante para acionamento de lâmpadas LED

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOL ´OGICA FEDERAL DO PARAN ´A DEPARTAMENTO ACAD ˆEMICO DE EL ´ETRICA

CURSO DE ENGENHARIA EL ´ETRICA

GUSTAVO SANTOS FAUSTO

PROJETO E IMPLEMENTAC

¸ ˜

AO DE UM REATOR

ELETR ˆ

ONICO AUTO-OSCILANTE PARA

ACIONAMENTO DE L ˆ

AMPADAS LED

TRABALHO DE CONCLUS ˜AO DE CURSO

PATO BRANCO 2018

(2)

GUSTAVO SANTOS FAUSTO

PROJETO E IMPLEMENTAC

¸ ˜

AO DE UM REATOR

ELETR ˆ

ONICO AUTO-OSCILANTE PARA

ACIONAMENTO DE L ˆ

AMPADAS LED

Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de graduac¸ ˜ao, apresentado `a disciplina de Trabalho de Conclus ˜ao de Curso 2, do Curso de Engenharia El ´etrica da Coordenac¸ ˜ao de Engenharia El ´etrica - CO-ELT - da Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a - UTFPR, C ˆampus Pato Branco, como requisito parcial para obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. Juliano de Pelegrini Lopes

PATO BRANCO 2018

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TERMO DE APROVAC¸ ˜AO

O Trabalho de Conclus ˜ao de Curso intituladoPROJETO E IMPLEMENTAC¸ ˜AO DE UM REATOR ELETR ˆONICO AUTO-OSCILANTE PARA ACIONAMENTO DE L ˆAMPADAS LED do acad ˆemico Gustavo Santos Fausto foi considerado APROVADO de acordo

com a ata da banca examinadoraN177 de 2018.

Fizeram parte da banca examinadora os professores:

Prof. Dr. Juliano de Pelegrini Lopes Prof. Dr. Carlos Marcelo de Oliveira Stein

Prof. Dr. Diogo Ribeiro Vargas

A Ata de Defesa assinada encontra-se na Coordenac¸ ˜ao do Curso de Engenharia El ´etrica

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Not in knowledge is happiness, but in the acquisition of knowledge.

(6)

AGRADECIMENTOS

Esse trabalho s ´o foi poss´ıvel grac¸as ao apoio de pessoas que tive a grande sorte de ter em minha vida e a quem eu dedico essa monografia.

Primeiramente dedico a instituic¸ ˜ao UTFPR por todo o suporte e estrutura oferecida para a minha formac¸ ˜ao.

Ao professor Juliano Lopes pela paci ˆencia e prontid ˜ao em suas orientac¸ ˜oes. A minha fam´ılia, em especial meus pais, Wanderlei e Luiza, pelo amor que se fez presente durante toda minha vida.

Aos meus companheiros do microroles: Bruno Fernandes, Douglas Fl ´orio, Everton Trento, Guilherme Viana, Marlon Grando, Rafael Bonotto e Tiago Paix ˜ao. A amizade de voc ˆes ´e um dos maiores presentes que pude receber na minha trajet ´oria.

A Kamilla Pittol, minha dupla insepar ´avel.

A toda turma 2013-1 pelo companheirismo desde o primeiro dia de aula. A POLITEC por disponibilizar os equipamentos necess ´arios para a medic¸ ˜ao dos resultados.

A equipe Pato BAJA por serem uma segunda fam´ılia dentro e fora da uni-versidade.

No mais, a todos meus amigos e amigas que cruzaram meu caminho nessa trajet ´oria transformadora.

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RESUMO

FAUSTO, Gustavo Santos. Projeto e implementac¸ ˜ao de um reator eletr ˆonico auto-oscilante para acionamento de l ˆampadas LED. Curso de Engenharia El ´etrica, Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a. Pato Branco, 2018.

Este trabalho apresenta a an ´alise e o projeto do reator eletr ˆonico auto-oscilante para acionamento de l ˆampadas LED, este que ir ´a acionar oito LEDs de pot ˆencia. O reator desenvolvido consiste em um inversor em meia-ponte, um filtro res-sonante e est ´agios de retificac¸ ˜ao em baixa e alta frequ ˆencia. A principal caracter´ıstica do reator projetado ´e a utilizac¸ ˜ao do circuito de comando auto-oscilante para o chave-amento dos interruptores do sistema, sendo representado atrav ´es de um sistema de controle com comportamento n ˜ao-linear. Sua an ´alise e projeto s ˜ao realizados atrav ´es do m ´etodo da func¸ ˜ao descritiva e o crit ´erio estendido de estabilidade de Nyquist. S ˜ao apresentados resultados experimentais que comprovam a validade da metodologia e das aproximac¸ ˜oes adotadas.

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ABSTRACT

FAUSTO, Gustavo Santos. Project and implementation of a self-oscillating electronic ballast to drive LED lamps. Graduation in electric engineering. Undersidade Tecnologica Federal do Paran ´a. Pato Branco - Brazil, 2018.

This paper shows an analysis and project of a self-oscillating electronic bal-last to drive LED lamps, this one will operate eight power LEDs. This balbal-last is built with a half-bridge inverter, a resonant filter and rectification stages for high and low fre-quencies. The main characteristic of the ballast projected is the use of a self-oscillating command to switch the MOSFETs of the circuit, being represented by an control sys-tem with non-linear behavior. The analysis and project is done through the method of descriptive function and the extended Nyquist’s stability criteria. The experimental results are shown to validate the methodology.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Curva de tendencia da queda no custo do LED x aumento da

relac¸ ˜ao l ´umen/watt pelo tempo. Prec¸o em D ´olares. . . 16

Figura 2: Projec¸ ˜ao da proporc¸ ˜ao de custos em sistemas de iluminac¸ ˜ao LED. 17 Figura 3: Evoluc¸ ˜ao da efic ´acia luminosa de diferentes fontes de iluminac¸ ˜ao. 20 Figura 4: Representac¸ ˜ao do funcionamento do LED. . . 21

Figura 5: Efeito da resist ˆencia s ´erie e shunt no diodo. . . 23

Figura 6: Modelo el ´etrico simplificado de um diodo. . . 23

Figura 7: Gr ´afico tens ˜ao-corrente do LED BRIDGELUX modelo PEANUT 3W. . . 24

Figura 8: Reator eletr ˆonico acionando l ˆampada fluorescente, com inver-sor half-bridge com circuito de comando: (a) dedicado e (b) auto-oscilante. . . 28

Figura 9: Est ´agios de um reator eletr ˆonico convencional. . . 28

Figura 10: Inversor em meia-ponte assim ´etrico e suas formas de onda de comando e tens ˜ao de sa´ıda para a carga. . . 29

Figura 11: Filtros ressonantes: (a) s ´erie, (b) paralelo, (c) s ´erie-paralelo. . . 30

Figura 12: Diagrama de um reator eletr ˆonico adaptado para l ˆampadas LED. 30 Figura 13: Reator eletr ˆonico auto-oscilante (REAO). . . 31

Figura 14: Primeira etapa de operac¸ ˜ao de um REAO. . . 32

Figura 15: Segunda etapa de operac¸ ˜ao de um REAO. . . 32

Figura 16: Terceira etapa de operac¸ ˜ao de um REAO. . . 33

Figura 17: Quarta etapa de operac¸ ˜ao de um REAO. . . 33

Figura 18: (a)Circuito equivalente do comando do REAO e (b) Formas de ondas relacionada. . . 34

Figura 19: Transformac¸ ˜oes realizadas para obter a resist ˆencia equivalente CA de um LED alimentado por uma ponte retificadora com filtro capacitivo. . . 35

(10)

Figura 20: Filtro LC sendo alimentado por uma fonte de tens ˜ao quadrada. 36

Figura 21: Retificador ponte-completa com filtro capacitivo. . . 38

Figura 22: Diagrama de blocos do REAO. . . 39

Figura 23: Diagrama de blocos separando elementos lineares e n ˜ao-lineares. 40 Figura 24: CEEN para um sistema gen ´erico. . . 41

Figura 25: Indutor b ´asico com uma bobina e sem gap. . . 43

Figura 26: a. Linhas de campo induzidas no n ´ucleo, b. Aproximac¸ ˜ao por caminho m ´edio. . . 43

Figura 27: N ´ucleos e carretel para indutores do tipo duplo E. . . 46

Figura 28: Gr ´afico da tens ˜ao de sa´ıda do filtro em func¸ ˜ao da frequ ˆencia de operac¸ ˜ao. . . 51

Figura 29: CEEN para o reator projetado. . . 53

Figura 30: Circuito simulado pelo software OrCad. . . 54

Figura 31: Gr ´afico simulado da ondulac¸ ˜ao de tens ˜ao da ponte retificadora projetada. . . 54

Figura 32: Gr ´afico de tens ˜ao, corrente e pot ˆencia m ´edia de entrada no rea-tor. Corrente com fator de escala 100, pot ˆencia m ´edia com fator de escala 10. . . 55

Figura 33: Gr ´afico de tens ˜ao dreno-source e corrente do MOSFET. Cor-rente com fator de escala 100. . . 56

Figura 34: Gr ´afico de tens ˜ao gate-source e tens ˜ao dreno-source. Tens ˜ao gate-source com fator de escala 10. . . 56

Figura 35: Gr ´afico de tens ˜ao e corrente na carga resistiva equivalente. Cor-rente com fator de escala 40. . . 57

Figura 36: Oscilac¸ ˜ao de alta frequ ˆencia na corrente de sa´ıda. . . 57

Figura 37: Gr ´afico de pot ˆencia m ´edia na carga resistiva equivalente. . . 58

Figura 38: Ondulac¸ ˜ao na ponte retificadora de baixa frequ ˆencia. . . 59

Figura 39: Gr ´afico de tens ˜ao dreno-source e corrente do MOSFET. . . 60

Figura 40: Gr ´afico da tens ˜ao de comando dos MOSFETs. . . 60

Figura 41: Gr ´afico de corrente do filtro ressonante. . . 61 Figura 42: Gr ´afico de tens ˜ao e corrente de alimentac¸ ˜ao do reator e da carga. 61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Par ˆametros iniciais . . . 50

Tabela 2: Par ˆametros da associac¸ ˜ao s ´erie de 8 LEDs . . . 50

Tabela 3: Par ˆametros para calcular componentes do filtro ressonante . . . 51

Tabela 4: Componentes para o filtro ressonante e filtros capacitivos . . . . 52

Tabela 5: Par ˆametros para o projeto do comando auto-oscilante . . . 52

Tabela 6: Indut ˆancias do TC . . . 53

Tabela 7: Par ˆametros f´ısicos dos componentes magn ´eticos . . . 53

Tabela 8: Componentes do circuito de comando . . . 53

(13)

LISTA DE S´IMBOLOS

ILED Corrente aplicada ao LED VLED Tens ˜ao aplicada ao LED IS Corrente de saturac¸ ˜ao no LED q Magnitude da carga de um el ´etron n Fator de idealidade

kb Constante de Boltzmann’s Tj Temperatura de junc¸ ˜ao VS Tens ˜ao de joelho

RLED Resist ˆencia din ˆamica do LED IM (%) ´Indice de modulac¸˜ao percentual f req Frequ ˆencia da corrente na l ˆampada Req Resist ˆencia total equivalente do LED RLED(ca) Resit ˆencia equivalente CA do LED Q0 Fator de qualidade

ωS Frequ ˆencia angular de comutac¸ ˜ao ZLC A imped ˆancia total do filtro ressonante PLED Pot ˆencia ativa entregue para o LED

Vef Tens ˜ao eficaz da componente fundamental Vbus Tens ˜ao de barramento

Kt Constante de transfer ˆencia de pot ˆencia do filtro

A Disparidade da frequ ˆencia de chaveamento e de resson ˆancia do filtro Cret Capacitor da ponte retificadora

n Relac¸ ˜ao de espiras do TC Vz Tens ˜ao zener

iz Amplitude da corrente de polarizac¸ ˜ao ip Corrente no prim ´ario do TC

is Corrente no secund ´ario do TC i Corrente de excitac¸ ˜ao

~

B Vetor densidade de fluxo magn ´etico ~

(14)

µ Permeabilidade magn ´etica absoluta do meio Ac Area de sec¸ ˜ao transversal do n ´ucleo´

Φ Fluxo magn ´etico

< Relut ˆancia de um caminho magn ´etico Fmm Forc¸a magnetomotriz

δ Profundidade de penetrac¸ ˜ao de corrente kw Fator de utilizac¸ ˜ao da janela

Bmax Fluxo magn ´etico m ´aximo

Jmax A m ´axima densidade de corrente lg Tamanho do entreferro

Acondutor Bitola do condutor volc Volume do toroide Vdis Tens ˜ao de disparo

(15)

SUM ´ARIO

1 INTRODUC¸ ˜AO GERAL . . . 15

1.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO . . . 15

1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO . . . 17

1.3 ORGANIZAC¸ ˜AO DO TRABALHO . . . 18

2 O DIODO EMISSOR DE LUZ . . . 19

2.1 HIST ´ORICO E CARACTER´ISTICAS . . . 19

2.2 PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO . . . 20

2.3 MODELAGEM . . . 22

2.4 FLICKER . . . 25

3 O REATOR ELETR ˆONICO AUTO-OSCILANTE . . . 27

3.1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 27

3.2 CARACTER´ISTICAS DOS REATORES ELETR ˆONICOS . . . 27

3.3 ETAPAS E PRINC´IPIO DE FUNCIONAMENTO . . . 30

3.4 PROJETO DO CIRCUITO DO REAO . . . 34

3.4.1 Carga equivalente CA . . . 34

3.4.2 Projeto do filtro ressonante LC . . . 35

3.4.3 Projeto das pontes retificadoras . . . 38

3.4.4 Projeto do circuito de comando do REAO . . . 38

3.4.4.1 Crit ´erio de estabilidade estendido de Nyquist . . . 40

3.4.4.2 C ´alculo da relac¸ ˜ao de espiras do TC . . . 42

3.4.5 Projeto dos componentes magn ´eticos . . . 42

3.4.5.1 Projeto do indutor do filtro ressonante . . . 45

3.4.5.2 Projeto do transformador de corrente . . . 47

3.4.6 Projeto do circuito de disparo . . . 49

4 RESULTADOS . . . 50

(16)

4.2 SIMULAC¸ ˜AO . . . 54 4.3 IMPLEMENTAC¸ ˜AO . . . 58

(17)

1 INTRODUC¸ ˜AO GERAL

1.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO

A iluminac¸ ˜ao artificial consome uma grande parcela do total de energia pro-duzida no mundo. Estima-se que cerca de 20 a 30% de toda a energia propro-duzida mun-dialmente ´e consumida com iluminac¸ ˜ao artificial.De acordo com a EPE (2014), no Bra-sil, a quantidade prevista de energia el ´etrica gasta com iluminac¸ ˜ao para o ano de 2020 ser ´a de aproximadamente 11% do total produzido no pa´ıs. Levando em considerac¸ ˜ao esses dados, ´e clara a necessidade do uso de t ´ecnicas e equipamentos que possuam maior rendimento e efici ˆencia energ ´etica para a ´area de iluminac¸ ˜ao (ACH ˜AO, 2003;

EPE, 2014).

A iluminac¸ ˜ao de estado s ´olido utilizando LEDs1 ´e, atualmente, o m ´etodo mais eficaz de emiss ˜ao de luz a partir de energia el ´etrica. L ˆampadas LED com efici ˆencia luminosa2 maiores do que 175 lm/W e com vida ´util superiores a 50000 horas j ´a s ˜ao uma realidade de mercado. Em comparac¸ ˜ao, as l ˆampadas fluorescen-tes mais modernas do mercado possuem uma relac¸ ˜ao l ´umem/watt em torno de 110 lm/W , vida ´util de aproximadamente 30000 horas e possuem metais pesados na sua composic¸ ˜ao, como o merc ´urio, dificultando o seu descarte (AZEVEDO et al., 2009; KAR; KAR, 2014;LUMILEDS, 2017;OSRAM, 2017;DUR ˜AO; WINDMOLLER, 2008).

As projec¸ ˜oes do Departamento de Energia dos Estados Unidos (U.S. De-partment of Energy - DOE) para as l ˆampadas LED reforc¸am a expectativa de siste-mas de iluminac¸ ˜ao eficientes e acess´ıveis. Estima-se que a efic ´acia luminosa das l ˆampadas LED ser ´a em torno de 240 lm/W e seu custo ser ´a menor que 1 d ´olar at ´e 2020, como pode ser visto na projec¸ ˜ao da Figura 1 e representar ´a 84% das vendas de iluminac¸ ˜ao de uso geral no mercado norte-americano. Se essas estimativas fo-rem concretizadas, a economia de energia el ´etrica nos Estados Unidos ser ´a de 261 terawatt-hora ou 3 quads3, equivalente a uma reduc¸ ˜ao de 40% no consumo de energia el ´etrica para iluminac¸ ˜ao artificial em relac¸ ˜ao a 2013 (DOE, 2014).

1Do ingl ˆes, Light Emitting Diode, em portugu ˆes, diodo emissor de luz.

2A efic ´acia luminosa ´e uma relac¸ ˜ao de fluxo luminoso, em L ´umen, pela pot ˆencia da l ˆampada, em Watt.

(18)

1.1 Contextualizac¸ ˜ao 16

Figura 1: Curva de tendencia da queda no custo do LED x aumento da relac¸ ˜ao l ´umen/watt pelo tempo. Prec¸o em D ´olares.

Traduzido e adaptado de: DOE (2014)

.

De acordo com o DOE, apesar do aperfeic¸oamento da iluminac¸ ˜ao de es-tado s ´olido nos ´ultimos anos, alguns desafios ainda devem ser superados. A vida ´util da l ˆampada LED ´e limitada por conta dos componentes eletr ˆonicos, principalmente os capacitores eletrol´ıticos, que comp ˜oem seu circuito driver 4, fatores como umidade e calor tamb ´em podem reduzir o tempo de vida da l ˆampada. Problemas com compati-bilidade de projetos luminot ´ecnicos e estacompati-bilidade de cor s ˜ao outros obst ´aculos ao se adotar a iluminac¸ ˜ao de estado s ´olido na substituic¸ ˜ao de l ˆampadas fluorescentes (DOE, 2015).

Al ´em das quest ˜oes t ´ecnicas e construtivas, a inserc¸ ˜ao das l ˆampadas LED no mercado de iluminac¸ ˜ao residencial tem como maior desafio o investimento inicial. De acordo com o DOE, consumidores n ˜ao costumam levar em considerac¸ ˜ao o tempo de payback5 ao decidir qual l ˆampada comprar para sua resid ˆencia. Na tentativa de contornar essa dificuldade, fabricantes tendem a reduzir a qualidade do driver ou do gerenciamento t ´ermico, diminuindo o prec¸o de fabricac¸ ˜ao, por ´em resultando em perda de efici ˆencia e vida ´util (DOE, 2015;AZEVEDO et al., 2009).

Para o acionamento da l ˆampada LED ´e necess ´ario que sua tens ˜ao e cor-rente sejam limitadas e com baixa oscilac¸ ˜ao para que sua operac¸ ˜ao seja adequada. Uma poss´ıvel soluc¸ ˜ao para o circuito driver ´e adaptar o acionamento mais

consoli-4Circuito que tem o objetivo limitar a corrente de operac¸ ˜ao de uma carga. Tamb ´em chamado de circuito de acionamento ou reator.

5Tempo necess ´ario entre o investimento inicial e o momento no qual a economia acumulada se iguala ao valor desse investimento.

(19)

1.2 Objetivos do trabalho 17 dado de l ˆampadas fluorescentes, o Reatores Eletr ˆonico Auto-Oscilante (REAO). Essa tecnologia apresenta caracter´ısticas como: baixo custo, simplicidade e robustez. To-pologias ressonantes se destacam pela possibilidade de operac¸ ˜ao em comutac¸ ˜ao su-ave, o que aumenta sua efici ˆencia, e operar em alta frequ ˆencia, o que diminui diversos efeitos negativos na qualidade da iluminac¸ ˜ao (PRADO et al., 2001; PONCE et al., 2004;

NASCIMENTO; PERIN, 2013;JU ´AREZ et al., 2014;COSETIN, 2015).

Devido ao fato de n ˜ao necessitar de um circuito integrado para realizar seu chaveamento, os REAOs, quando comparados aos conversores controlados, possuem menos componentes e menor tamanho (NASCIMENTO; PERIN, 2013;PRADO et al., 2001;

PONCE et al., 2004;JU ´AREZ et al., 2014;LOPES et al., 2013).

Atualmente o driver representa de 15 a 20% do valor total de um sistema de iluminac¸ ˜ao via LED, como pode ser observado na Figura 2. Com a queda do custo dos LEDs, o acionamento assumir ´a uma parcela maior no custo do sistema, corroborando com a import ˆancia na pesquisa e desenvolvimento dessa etapa (DOE, 2014;COSETIN, 2015).

Figura 2: Projec¸ ˜ao da proporc¸ ˜ao de custos em sistemas de iluminac¸ ˜ao LED.

Traduzido e adaptado de: DOE (2014)

1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO

O objetivo desse trabalho ´e desenvolver uma metodologia de projeto e im-plementar um reator eletr ˆonico auto-oscilante, permitindo que o mesmo possa ser em-pregado para acionar oito LEDs de pot ˆencia ligados em s ´erie. Para isso, os seguintes

(20)

1.3 Organizac¸ ˜ao do trabalho 18 objetivos espec´ıficos devem ser atingidos, em sua ordem apresentada:

I. determinar uma resist ˆencia equivalente para a associac¸ ˜ao cascata de

uma ponte retificadora de alta frequ ˆencia, filtro capacitivo e os LEDs de pot ˆencia;

II. projeto do filtro ressonante LC para a alimentac¸ ˜ao da associac¸ ˜ao de

LEDs;

III. projeto do circuito de comando auto-oscilante para o acionamento das

chaves;

IV. projeto do circuito de disparo do reator eletr ˆonico;

V. implementac¸ ˜ao do reator eletr ˆonico utilizando LEDs de pot ˆencia.

1.3 ORGANIZAC¸ ˜AO DO TRABALHO

O Cap´ıtulo 1 apresenta o contexto e o objetivo do trabalho.

No Cap´ıtulo 2 ´e realizado um estudo sobre o funcionamento e modelagem do LED.

No Cap´ıtulo 3 ´e apresentado o reator eletr ˆonico auto-oscilante, seu funcio-namento e as etapas de seu projeto.

O Cap´ıtulo 4 mostra os resultados de simulac¸ ˜ao e experimentais obtidos. O Cap´ıtulo 5 explicita as considerac¸ ˜oes finais sobre o trabalho.

(21)

2 O DIODO EMISSOR DE LUZ

2.1 HIST ´ORICO E CARACTER´ISTICAS

Denomina-se eletroluminesc ˆencia o fen ˆomeno de emiss ˜ao de luz quando uma corrente ou campo el ´etrico ´e aplicado em um material de estado s ´olido. Em 1907 os experimentos do brit ˆanico H.J. Round com aplicac¸ ˜ao de potencial el ´etrico em um cristal de Carbeto de Sil´ıcio (SiC) resultou na emiss ˜ao de uma luz amarelada desse material. Essa foi a primeira observac¸ ˜ao do fen ˆomeno que fundamenta o diodo emissor de luz. Essa descoberta permaneceu sem uma utilidade pr ´atica por muitas d ´ecadas devido a sua baix´ıssima efici ˆencia energ ´etica atingida a partir do Carbeto de Sil´ıcio, em torno de 0,03% (SCHUBERT, 2003).

Em 1962, os estudos dos americanos James R. Biard e Gary Pittman so-bre processos de dopagem de cristais de arseneto de g ´alio, resultariam na exist ˆencia do primeiro Diodo Emissor de Luz comercial, o SNX-100 da Texas Instruments, que emitia luz infravermelha com comprimento de onda de 890 nm. No mesmo ano, o en-genheiro americano Nick Holonyak Jr. reportou o primeiro LED com faixa de emiss ˜ao no espectro vis´ıvel, na cor vermelha. O LED por muitos anos foi utilizado apenas em aplicac¸ ˜oes de baixo fluxo luminoso, como pequenas l ˆampadas sinalizadoras em placas eletr ˆonicas e brinquedos. Em 1972, M. George Craford desenvolveu o primeiro LED amarelo e aumentou o brilho do LED vermelho-laranja em dez vezes. Os avanc¸os nos anos seguintes possibilitaram a utilizac¸ ˜ao dessas l ˆampadas em aplicac¸ ˜oes de maior pot ˆencia, como iluminac¸ ˜ao decorativa e sem ´aforos (SCHUBERT, 2003; CAMPO-NOGARA, 2015).

O primeiro LED de alta efic ´acia e alto brilho foi desenvolvido em 1976 por T.P Pearsall, para aplicac¸ ˜oes de telecomunicac¸ ˜ao com fibra ´optica. Na d ´ecada de 90 pesquisas com Fosfeto de Alum´ınio e Nitreto de G ´alio-´Indio (InAl-GaP) e G ´alio-´Indio (InGaN) apresentaram uma elevada efic ´acia luminosa quando comparado aos semi-condutores desenvolvidos at ´e ent ˜ao. Afim de aumentar o desempenho das l ˆampadas, pesquisas com a arquitetura do semicondutor e inv ´olucro foram desenvolvidas, com isso o fluxo luminoso de LEDs passou a ser compar ´avel `as l ˆampadas comerciais. Essa foi a origem dos LEDs de pot ˆencia e do conceito de iluminac¸ ˜ao em estado s ´olido

(22)

2.2 Principio de funcionamento 20 aplicada `a ambientes internos e externos (CAMPONOGARA, 2015;PINTO, 2012)

Na Figura 3 ´e apresentada a evoluc¸ ˜ao da efic ´acia luminosa de diferentes meios de iluminac¸ ˜ao. De 1850 at ´e os anos mais recentes, percebe-se que a efic ´acia das l ˆampadas incandescentes, fluorescentes e de alta descarga pouco aumentou em comparac¸ ˜ao `as l ˆampadas LED. A partir do ano 2000 todas as tecnologias de LED ultra-passaram os valores de efic ´acia da l ˆampada incandescente. At ´e mesmo as l ˆampadas fluorescentes foram ultrapassadas por algumas das tecnologias de LED na primeira d ´ecada dos anos 2000. O grande destaque est ´a para a tecnologia de LED com luz branca, o qual supera todas as outras em termos de efic ´acia, podendo chegar a um valor em torno de 300 lm/W. (SCHUBERT, 2003;TSAO, 2004).

Figura 3: Evoluc¸ ˜ao da efic ´acia luminosa de dife-rentes fontes de iluminac¸ ˜ao.

Fonte: TSAO (2004)

O LED, atualmente, apresenta uma maior efic ´acia e vida ´util se compa-rado a outras l ˆampadas tradicionais. Al ´em disso, o LED apresenta um bom ´ındice de reproduc¸ ˜ao de cores e baixa poluic¸ ˜ao luminosa, al ´em de n ˜ao apresentar bulbo de vi-dro nem filamento por conta disso, s ˜ao resistentes a colis ˜oes, trepidac¸ ˜oes e vibrac¸ ˜oes (COSETIN, 2015;SCHUBERT, 2003).

2.2 PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO

A banda proibida ´e uma regi ˜ao energ ´etica em um s ´olido onde n ˜ao existem el ´etrons, separando a camada de val ˆencia e a banda de conduc¸ ˜ao. Para que haja corrente el ´etrica, ´e necess ´ario que os el ´etrons na banda de val ˆencia sejam transicio-nados para a camada de conduc¸ ˜ao, se tornando el ´etrons livres. A energia necess ´aria para que um el ´etron realize esta transic¸ ˜ao ´e denominada de energia de gap1, sendo

(23)

2.2 Principio de funcionamento 21 esse valor diretamente relacionado a condutividade de um material (BENDER, 2012).

Os diodos, incluindo o LED, s ˜ao um dispositivos formados por uma junc¸ ˜ao p-n de semicondutores, como pode ser visto na Figura 4. Esta junc¸ ˜ao consiste em dois semicondutores dopados de impurezas, resultando em falta de el ´etrons2 no lado p e um excesso no lado n. El ´etrons da regi ˜ao n, pr ´oximos da junc¸ ˜ao, tendem a fluir para a regi ˜ao p, deixando ´ıons carregados com carga positiva, assim como lacunas da regi ˜ao p s ˜ao atra´ıdas para a regi ˜ao n. Essas cargas s ˜ao separadas por uma ´area chamada de regi ˜ao de deplec¸ ˜ao, gerando uma diferenc¸a de potencial, conhecida como tens ˜ao de difus ˜ao. Quando aplicado uma diferenc¸a de potencial direta com energia suficiente para que o el ´etron ocupe uma lacuna, ocorre o fen ˆomeno da recombinac¸ ˜ao, onde o el ´etron deixa uma camada mais energ ´etica (banda de conduc¸ ˜ao) para uma de menor energia (banda de val ˆencia) (BENDER, 2012;CAMPONOGARA, 2015).

Figura 4: Representac¸ ˜ao do funcionamento do LED.

Adaptado de: Bender (2012)

O processo de recombinac¸ ˜ao pode ser radiativa e n ˜ao radiativa, sendo di-ferenciadas de acordo com a forma que a energia perdida pelo el ´etron ´e convertida. No primeiro caso, a energia ´e transformada em um f ´oton, luz, com comprimento de onda inversamente proporcional ao n´ıvel de energia liberado. No segundo caso, a recombinac¸ ˜ao resulta em f ˆonons, vibrac¸ ˜oes mec ˆanicas que se propagam no cristal.

(24)

2.3 Modelagem 22 2.3 MODELAGEM

Para que seja realizado o projeto do reator, ´e necess ´ario conhecer a carga que ser ´a alimentada, suas limitac¸ ˜oes e caracter´ısticas el ´etricas. A equac¸ ˜ao de Shoc-kley, que relaciona a tens ˜ao e a corrente em um LED, ´e dado por (1) (SCHUBERT,

2003).

ILED = IS · (e

q·VLED

n·kb·Tj ) (1)

Em que:

ILED: corrente aplicada ao LED; VLED: tens ˜ao aplicada ao LED; IS: corrente de saturac¸ ˜ao no LED;

q: magnitude da carga de um el ´etron (1.602 · 10−19C); n: fator de idealidade;

kb: constante de Boltzmann’s (1, 38 · 10−23 JK); Tj: temperatura de junc¸ ˜ao.

O fator de idealidade ´e determinado pela regi ˜ao f´ısica onde a recombinac¸ ˜ao ocorre, variando de 1, para diodos ideais, at ´e valores acima de 6 para LEDs baseados em nitreto de g ´alio (GaN) (VAQUERO, 2013).

A equac¸ ˜ao de Shockley apresentada n ˜ao considera as resist ˆencias parasi-tas presentes no diodo. O gr ´afico de tens ˜ao por corrente, Figura 5, mostra o efeito da considerac¸ ˜ao dos efeitos da resist ˆencia s ´erie e paralela na equac¸ ˜ao de Shockley. A re-sist ˆencia paralela, ou shunt, ´e causada por defeitos na junc¸ ˜ao p-n ou imperfeic¸ ˜oes na superf´ıcie, possuindo um valor muito alto se comparado `a resist ˆencia s ´erie, podendo ser desprezada. A Equac¸ ˜ao (1) considerando a resist ˆencia s ´erie faze-se:

ILED = IS · (e

q·(VLED−ILED·RS )

n·kb·Tj ) (2)

O modelo linear tipicamente utilizado para representar o LED, Figura 6, ´e composto por um diodo ideal (D) com finalidade de manter o fluxo de el ´etrons uni-direcional, uma fonte de tens ˜ao (VS), representando a tens ˜ao presente na regi ˜ao de deplec¸ ˜ao e a resist ˆencia s ´erie, representando a variac¸ ˜ao de tens ˜ao devido a variac¸ ˜ao de corrente no LED (RLED). O modelo matem ´atico do circuito ´e representado por (3)

(25)

2.3 Modelagem 23 (CAMPONOGARA, 2015).

Eq. Shockley

Figura 5: Efeito da resist ˆencia s ´erie e shunt no diodo.

Fonte: Camponogara (2015)

Figura 6: Modelo el ´etrico simplificado de um di-odo.

Fonte: Camponogara (2015)

A fonte de tens ˜ao ´e conhecida como tens ˜ao de joelho do LED (VS) e assume-se que assume-seja constante para manter a linearidade do modelo. Abaixo dessa tens ˜ao, n ˜ao h ´a fluxo de corrente devido ao diodo ideal do modelo. A resist ˆencia s ´erie (RLED) de LEDs de pot ˆencia possuem valores t´ıpicos menores do que 1Ω. Devido a esse baixo valor e a caracter´ıstica de fonte de tens ˜ao, uma pequena variac¸ ˜ao de tens ˜ao no LED pode causar uma grande variac¸ ˜ao de corrente.

VLED = VS+ RLED · ILED (3)

Os par ˆametros do modelo el ´etrico do LED BRIDGELUX modelo PEANUT de 3W , LED utilizado nesse trabalho, podem ser calculados a partir do gr ´afico da Figura 7, com valores obtidos experimentalmente em laborat ´orio. Escolhendo dois

(26)

2.3 Modelagem 24 pontos da regi ˜ao linear do gr ´afico, ´e poss´ıvel montar um sistema de equac¸ ˜oes para calcular os valores de VS e RLED. Para esse diodo, com uma corrente direta de 600mA tem se uma tens ˜ao VLED de 3, 190V e para uma corrente de 700mA, a tens ˜ao VLED ´e de 3, 255V . O sistema de equac¸ ˜oes resultante ´e apresentado em (4).

   3, 190 = VS+ RLED· 0, 600 3, 255 = VS+ RLED· 0, 700 (4) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 Cor re n te (mA) Tensão (V)

Figura 7: Gr ´afico tens ˜ao-corrente do LED BRID-GELUX modelo PEANUT 3W.

Fonte: Autoria pr ´opria

Os resultados obtidos s ˜ao: VS = 2, 7475V e RLED = 0, 725Ω. Par ˆametros esses v ´alidos apenas para pontos pr ´oximos da regi ˜ao de operac¸ ˜ao desejada e con-siderando que n ˜ao h ´a variac¸ ˜oes significativas de temperatura no diodo. Apesar das imprecis ˜oes intr´ınsecas as aproximac¸ ˜oes adotadas, para fins de an ´alise e projeto, esse modelo ´e satisfat ´orio (PINTO, 2012;CAMPONOGARA, 2015).

O modelo de LED utilizado suporta uma corrente de pico de 1A, portanto, ´e pertinente escolher um ponto de operac¸ ˜ao abaixo desse valor e prevendo certa ondulac¸ ˜ao de sa´ıda. Dessa forma, o projeto desse trabalho utiliza uma corrente m ´edia de 600mA. De acordo com a Figura 7, a tens ˜ao direta necess ´aria para essa corrente ´e de 3, 183V , resultando em 1, 91W de pot ˆencia para cada LED utilizado. Ser ˜ao utiliza-dos oito LEDs ligautiliza-dos em s ´erie, totalizando 15, 28W . Essa ligac¸ ˜ao tem como principal vantagem a manutenc¸ ˜ao do mesmo brilho em todos os diodos (COSETIN, 2015).

(27)

2.4 Flicker 25 2.4 FLICKER

Para definir os limites de ondulac¸ ˜ao de corrente no LED, ´e necess ´ario co-nhecer o fen ˆomeno do flicker e seus efeitos na qualidade da iluminac¸ ˜ao. O flicker ´e definido como uma r ´apida variac¸ ˜ao de ilumin ˆancia devido a oscilac¸ ˜oes na tens ˜ao de alimentac¸ ˜ao da fonte. Podem ser divididos a partir da sua percepc¸ ˜ao consciente (flicker vis´ıvel) ou n ˜ao (flicker invis´ıvel), por ´em, ambos possuem efeitos que podem ser sentidos em seres humanos. Alguns exemplos s ˜ao: fotoepilepsia, efeito estro-bosc ´opio3, enxaqueca e fadiga ocular (

DILAURA et al., 2011).

Em LEDs de pot ˆencia, sua pequena resist ˆencia din ˆamica e caracter´ıstica de fonte de tens ˜ao fazem com que pequenas variac¸ ˜oes de tens ˜ao causem grandes oscilac¸ ˜oes na corrente. O fluxo luminoso de um LED ´e diretamente ligado a sua cor-rente, dessa forma para o projeto do driver ´e necess ´ario limitar a ondulac¸ ˜ao `a n´ıveis seguros de operac¸ ˜ao.

Como a variac¸ ˜ao de fluxo luminoso em LEDs depende diretamente da cor-rente que o alimenta, o flicker ´e relacionado aos valores m ´aximos e m´ınimos que percorrem a l ˆampada. Esse percentual ´e conhecido como ´Indice de Modulac¸ ˜ao ou IM (%)e pode ser calculado pela Equac¸ ˜ao (5)4.

IM (%) = 100 · ILED,max− ILED,min ILED,max+ ILED,min

(5)

A IEEE Std 1789-20155 publicou uma tr´ıplice de recomendac¸ ˜oes para pro-jetistas a fim de evitar os efeitos nocivos causados pelo flicker, sendo elas:

I. recomendac¸ ˜ao pr ´atica 1: Para limitar os poss´ıveis efeitos biol ´ogicos do flicker

para um n´ıvel de baixo risco, deve-se manter o ´ındice de modulac¸ ˜ao abaixo dos seguintes valores:

- abaixo de 90 Hz: IM(%) deve ser menor que 0, 0025·f req; - entre 90 e 1250 Hz: IM(%) deve ser menor que 0, 08 · f req; - acima de 1250 Hz: N ˜ao h ´a restric¸ ˜oes para o IM(%).

3Aparente reduc¸ ˜ao de velocidade ou parada de movimento de objetos, m ´aquinas por exem-plo

4Os sub´ındices max e min se referem aos valores m ´aximos e m´ınimos da corrente passante pelo LED

5Recommended Practices for Modulating Current in High-Brightness LEDs for Mitigating He-alt Risks to Viewers

(28)

2.4 Flicker 26 II. recomendac¸ ˜ao pr ´atica 2: Para operac¸ ˜ao sem efeitos adversos observados do

flicker, deve-se manter o ´ındice de modulac¸ ˜ao abaixo dos seguintes valores: - abaixo de 90 Hz: IM(%) deve ser menor que 0, 01 · f req;

- entre 90 e 3000 Hz: IM(%) deve ser menor que 0, 333 · f req; - acima de 3 kHz: N ˜ao h ´a restric¸ ˜oes para o IM(%).

III. recomendac¸ ˜ao pr ´atica 3: Para prevenc¸ ˜ao de convuls ˜oes, qualquer tipo de

l ˆampada, em qualquer ambiente, o ´ındice de modulac¸ ˜ao deve atender o seguinte par ˆametro:

- abaixo de 90 Hz: IM(%) deve ser menor que 5%.

Al ´em de evitar o flicker, ´e necess ´ario garantir uma pequena ondulac¸ ˜ao na corrente para que haja uma quantidade constante de l ´umens e manutenc¸ ˜ao de tona-lidade da l ˆampada. O ´ındice de modulac¸ ˜ao ´e um crit ´erio para definir a ondulac¸ ˜ao de corrente no LED (JU ´AREZ et al., 2014).

(29)

3 O REATOR ELETR ˆONICO AUTO-OSCILANTE

3.1 INTRODUC¸ ˜AO

O circuito de comando auto-oscilante comec¸ou a ser difundido em 1955 com o surgimento do transistor bipolar. Suas primeiras aplicac¸ ˜oes foram em modula-dores de frequ ˆencia, demodulac¸ ˜ao, amplificac¸ ˜ao, conversores de pot ˆencia, sistemas de comunicac¸ ˜ao e telemetria. Com o surgimento de MOSFET esse circuito passou a ser uma boa alternativa para reatores eletr ˆonicos, em especial para o acionamento de l ˆampadas fluorescentes, sendo at ´e hoje um m ´etodo bastante difundido no mercado.

Reatores eletr ˆonicos possuem duas formas b ´asicas de circuito de comando: frequ ˆencia imposta e auto-oscilac¸ ˜ao. O primeiro depende de um circuito integrado, geralmente dedicado, fornecendo uma frequ ˆencia fixa de operac¸ ˜ao, independente da carga. A segunda estrat ´egia consiste no comando auto-oscilante, utilizando compo-nentes eletr ˆonicos b ´asicos, o que reduz o custo e aumenta a flexibilidade do projeto, por ´em, sua frequ ˆencia de operac¸ ˜ao depende da carga, o que pode gerar efeitos de-sagrad ´aveis na iluminac¸ ˜ao. Na Figura 8 s ˜ao mostradas as duas estrat ´egias em sua aplicac¸ ˜ao mais difundida, acionamento de l ˆampadas fluorescentes (SEIDEL, 2004; LO-PES, 2014).

3.2 CARACTER´ISTICAS DOS REATORES ELETR ˆONICOS

Os reatores eletr ˆonicos s ˜ao usualmente alimentados diretamente da rede ou por um sistema de baterias. De forma geral, reatores eletr ˆonicos ligados a rede s ˜ao constitu´ıdos por: ponte retificadora, filtro capacitivo ou etapa de correc¸ ˜ao de fator de pot ˆencia, um inversor e um filtro ligado a carga, como pode ser visto no diagrama da Figura 9 (SEIDEL, 2004).

O est ´agio CA-CC ´e composto por uma ponte retificadora e um filtro capa-citivo de alto valor de capacit ˆancia, por conta da baixa frequ ˆencia da rede. O uso do filtro capacitivo amplifica as distorc¸ ˜oes harm ˆonicas na corrente de entrada no circuito, diminuindo o fator de pot ˆencia. Pode-se adicionar um est ´agio de correc¸ ˜ao de fator de pot ˆencia, podendo aument ´a-lo para valores acima de 96%, por ´em, o aumento do custo e volume n ˜ao ´e vi ´avel para aplicac¸ ˜oes de baixa pot ˆencia(SEIDEL, 2004).

(30)

3.2 Caracter´ısticas dos reatores eletr ˆonicos 28

Figura 8: Reator eletr ˆonico acionando l ˆampada fluorescente, com inversor half-bridge com cir-cuito de comando: (a) dedicado e (b) auto-oscilante.

Fonte: Seidel (2004)

Figura 9: Est ´agios de um reator eletr ˆonico con-vencional.

Fonte: Seidel (2004)

O est ´agio CC-CA ´e respons ´avel por gerar uma tens ˜ao quadrada de alta frequ ˆencia, acima 20kHz, n ˜ao sendo aud´ıvel. A topologia mais utilizada nessa etapa ´e o inversor meia-ponte assim ´etrico por conta de seu custo reduzido. Utilizando dois se-micondutores para o seu chaveamento, enquanto que a topologia em ponte-completa utiliza quatro semicondutores. Apesar do menor n ´umero de componentes, o inver-sor em meia-ponte precisa de semicondutores que suportem a tens ˜ao total do barra-mento. Outra diferenc¸a entre as topologias ´e a forma de onda da tens ˜ao de sa´ıda, enquanto o inversor meia-ponte fornece uma tens ˜ao quadrada cont´ınua, o inversor ponte-completa fornece uma tens ˜ao quadrada alternada. O diagrama do inversor

(31)

3.2 Caracter´ısticas dos reatores eletr ˆonicos 29 meia-ponte assim ´etrico e sua curvas podem ser vistas na Figura 10 (SEIDEL, 2004;

LOPES, 2014).

Figura 10: Inversor em meia-ponte assim ´etrico e suas formas de onda de comando e tens ˜ao de sa´ıda para a carga.

Fonte: Seidel (2004)

Os tr ˆes principais filtros utilizados em reatores eletr ˆonicos s ˜ao: s ´erie resso-nante LC, paralelo ressoresso-nante LC e s ´erie-paralelo ressoresso-nante LCC, representados na Figura 11. Os filtros ressonantes no contexto de l ˆampadas LED tem a func¸ ˜ao de limitar a corrente que vai para a carga, apresentando como benef´ıcio principal a comutac¸ ˜ao suave em zero de tens ˜ao (ZVS) (SEIDEL, 2004;COSETIN, 2015).

A comutac¸ ˜ao suave ´e definida pelo mudanc¸a de estado das chaves semi-condutoras com tens ˜ao ou corrente zero, isso faz com que n ˜ao haja dissipac¸ ˜ao de pot ˆencia devido ao chaveamento. Quando a comutac¸ ˜ao da chave ocorre enquanto a corrente circula pelo seu diodo intr´ınseco, isso ´e chamado de comutac¸ ˜ao em zero de tens ˜ao. O ZVS se caracteriza por n ˜ao haver corrente na chave quando ela ´e fechada. Para que esse fen ˆomeno ocorra, ´e necess ´ario que a imped ˆancia do filtro ressonante seja indutiva, dessa forma, a corrente estar ´a atrasada em relac¸ ˜ao a tens ˜ao na entrada do filtro (LOPES, 2014;COSETIN, 2015).

(32)

3.3 Etapas e princ´ıpio de funcionamento 30

Figura 11: Filtros ressonantes: (a) s ´erie, (b) pa-ralelo, (c) s ´erie-paralelo.

Fonte: Cosetin (2015)

A topologia utilizada nesse trabalho ´e o filtro LC s ´erie ressonante, esse possui carater´ıstica de fonte tens ˜ao com ganho m ´aximo unit ´ario, por conta disso, esse filtro ´e necessariamente um abaixador de tens ˜ao. A comutac¸ ˜ao ZVS nessa topologia

´e obtida para operac¸ ˜ao acima da frequ ˆencia de resson ˆancia (COSETIN, 2015).

Para o funcionamento adequado da l ˆampada LED, devido a sua sensi-bilidade `a ondulac¸ ˜oes na corrente, ´e necess ´ario um est ´agio de retificac¸ ˜ao em alta frequ ˆencia, o que n ˜ao ´e presente em reatores eletr ˆonicos de l ˆampadas fluorescentes. Com o novo est ´agio, o diagrama do reator pode ser visto na Figura 12.

Figura 12: Diagrama de um reator eletr ˆonico adaptado para l ˆampadas LED.

Fonte: Cosetin (2015)

3.3 ETAPAS E PRINC´IPIO DE FUNCIONAMENTO

A Figura 13 representa um REAO com filtro LC e uma carga gen ´erica. A operac¸ ˜ao do reator eletr ˆonico descrita a seguir assume que as condic¸ ˜oes para o sis-tema apresentar oscilac¸ ˜ao autossustentada s ˜ao satisfeitas (LOPES et al., 2013).

(33)

3.3 Etapas e princ´ıpio de funcionamento 31

Figura 13: Reator eletr ˆonico auto-oscilante (REAO).

Adaptado de: Lopes (2014)

zener (DZ1-DZ4) s ˜ao considerados ideais, os elementos parasitas dos MOSFETS (S1, S2) e as perdas no transformador de corrente (Lp/ LS1/ LS2) s ˜ao desprezados. A fonte de tens ˜ao cont´ınua (Vbus) representa a sa´ıda da etapa de retificac¸ ˜ao.

O funcionamento do REAO pode ser separado em tr ˆes partes, sendo elas:

Primeira parte: Circuito de disparo, composto por: RQ, CQ, D5 e DIAC. Segunda parte: Filtro passa-baixa, constitu´ıdo pelo filtro ressonante e

carga (R).

Terceira parte: Circuito de comando, formado pelo transformador de

cor-rente (Lp/ LS1/LS2) e pelos diodos zener (DZ1-DZ4).

Quando o circuito ´e energizado, o capacitor CQ ´e carregado atrav ´es do re-sistor RQ at ´e atingir a tens ˜ao de disparo do DIAC, que entra em conduc¸ ˜ao aplicando um pulso de tens ˜ao positiva nos terminais gate-source do MOSFET S1. Esse inter-ruptor conduz, forc¸ando a conduc¸ ˜ao de corrente no filtro ressonante. A corrente no circuito ressonante circula pelo enrolamento prim ´ario (Lp) do TC, sendo refletida para os enrolamentos secund ´arios (LS1 e LS2), comutando complementarmente os inter-ruptores S1 e S2, conectando e desconectando o filtro ressonante ao barramento Vbus. A func¸ ˜ao do diodo D5 ´e descarregar o capacitor CQ sempre que S11entra em conduc¸ ˜ao, evitando que o Diac dispare novamente depois do circuito entrar em regime permanente. A constante de tempo de descarga da associac¸ ˜ao s ´erie, formada por CQ e RQ, deve ser superior ao tempo de conduc¸ ˜ao dos interruptores, para que esse capacitor seja descarregado antes de atingir a tens ˜ao de disparo do Diac. Os diodos zener (DZ1-DZ4) limitam a tens ˜ao gate-source das chaves S1 e S2. Ap ´os o

(34)

3.3 Etapas e princ´ıpio de funcionamento 32 disparo, a operac¸ ˜ao do REAO pode ser dividida em quatro etapas:

Primeira etapa: S1 est ´a em conduc¸ ˜ao e S2 est ´a bloqueada, com isso existe uma tens ˜ao aplicada na entrada do filtro, fazendo com que a corrente do filtro resso-nante circule no sentido mostrado na Figura 14, sendo refletida para os secund ´arios pelo TC.

Figura 14: Primeira etapa de operac¸ ˜ao de um REAO.

Adaptado de: Lopes (2014)

Segunda etapa: Devido a troca de polaridade da tens ˜ao nos terminais

gate-source, S1 ´e aberta e h ´a um tempo em que S1 e S2 ficam fora de conduc¸ ˜ao. Por conta do atraso da corrente em relac¸ ˜ao a tens ˜ao de entrada, a corrente ´e forc¸ada pelo diodo intr´ınseco de S2, Figura 15, e durante este tempo o MOSFET deve comutar para que se tenha o ZVS.

Figura 15: Segunda etapa de operac¸ ˜ao de um REAO.

Adaptado de: Lopes (2014)

(35)

3.3 Etapas e princ´ıpio de funcionamento 33 a circular por S2 enquanto S1 permanece bloqueada, como ´e visto na Figura 16.

Figura 16: Terceira etapa de operac¸ ˜ao de um REAO.

Adaptado de: Lopes (2014)

Quarta etapa: Quando S2 ´e aberta, a corrente do filtro, que tem o mesmo sentido da terceira etapa, circula pelo diodo intr´ınseco de S1 de maneira semelhante a segunda etapa, como mostra a Figura 17.

Figura 17: Quarta etapa de operac¸ ˜ao de um REAO.

Adaptado de: Lopes (2014)

A Figura 18(a) mostra o circuito equivalente do comando auto-oscilante re-ferido ao secund ´ario do TC, respons ´avel por comutar os MOSFETs. iS representa a corrente refletida do filtro ressonante, a indut ˆancia Lms ´e a indut ˆancia magnetizante do TC refletida ao secund ´ario e VZ ´e a tens ˜ao equivalente no secund ´ario. ´E poss´ıvel observar na Figura 18(b) que a invers ˜ao de tens ˜ao VZ ocorre quando a corrente is e im s ˜ao iguais, ou seja, a corrente que passa pelos diodos zener ´e nula.

(36)

3.4 Projeto do circuito do REAO 34

Figura 18: (a)Circuito equivalente do comando do REAO e (b) Formas de ondas relacionada. Adaptado de: Seidel (2004)

Para se definir a frequ ˆencia de comutac¸ ˜ao de S1 e S2, ´e preciso primeira-mente escolher uma tens ˜ao zener adequada para a tens ˜ao gate-source do MOSFET utilizado e, ent ˜ao, projetar adequadamente Lms.

3.4 PROJETO DO CIRCUITO DO REAO

O primeiro passo para se realizar o projeto do REAO ´e a definic¸ ˜ao de uma carga equivalente em corrente alternada (CA) que represente a associac¸ ˜ao de LEDs, a ponte retificadora e o filtro capacitivo. Tamb ´em ser ´a necess ´ario que alguns dados sejam definidos, como: tens ˜ao de alimentac¸ ˜ao e dos diodos zener para, ent ˜ao, projetar o filtro ressonante. Em seguida ´e projetado o circuito de comando e a validac¸ ˜ao do projeto ´e feita a partir da an ´alise da oscilac¸ ˜ao autossustentada e simulac¸ ˜oes. As especificac¸ ˜oes de entrada s ˜ao para uma tens ˜ao alternada de 127VRM S, com frequ ˆencia de 60Hz.

3.4.1 CARGA EQUIVALENTE CA

Na sec¸ ˜ao 2.3 foi apresentado o modelo el ´etrico do diodo, assim como as caracter´ısticas el ´etricas do LED escolhido para o projeto. ´E matematicamente conve-niente representar o est ´agio de retificac¸ ˜ao em alta frequ ˆencia, o filtro capacitivo e a associac¸ ˜ao s ´erie de LEDs por uma ´unica resist ˆencia, como mostra a Figura 19.

(37)

3.4 Projeto do circuito do REAO 35

LED

Diodo_Ideal

R_LED V

LED Real Modelo do LED LED com alimentação via ponte retificadora Tensao_Joelho

Diodo_Ideal

R_LED

Tensao_Joelho

Resistência equivalente com alimentação via

ponte retificadora

Resistência equivalente CA

V R_eq R_eq_CA

Figura 19: Transformac¸ ˜oes realizadas para obter a resist ˆencia equi-valente CA de um LED alimentado por uma ponte retificadora com filtro capacitivo.

Fonte: Autoria pr ´opria

O primeiro passo ´e calcular a tens ˜ao m ´edia que ser ´a aplicada na associac¸ ˜ao s ´erie dos 8 LEDs. Sabendo que a resist ˆencia din ˆamica de cada LED (RLED) escolhido

´e de 0, 725Ω, a tens ˜ao de joelho (VS) ´e de 2, 748V , a corrente (ILED) de projeto esco-lhida ´e de 0, 6A, a tens ˜ao em cada diodo ser ´a dada por (6).

VLED = VS+ ILED · RLED = 3, 183V (6) A tens ˜ao m ´edia (V m) que o retificador deve entregar para os LEDs ser ´a o somat ´orio da tens ˜ao em cada LED, 25, 464V . A partir da lei de Ohm ´e poss´ıvel calcular a resist ˆencia equivalente do LED (Req), considerando que ele est ´a sempre em conduc¸ ˜ao. Req = Vm ILED = 8 · 3, 183 0, 6 = 42, 433Ω (7)

De acordo com Melo, a resist ˆencia CA (RLED(ca)) equivalente na sa´ıda do filtro ressonante ´e dada por (8) (MELO et al., 2015).

RLED(ca)= 8

π2 · Req= 34, 395Ω (8)

Com a carga modelada como um resistor equivalente, ´e poss´ıvel utilizar o circuito da Figura 13 para realizar o projeto do filtro LC.

3.4.2 PROJETO DO FILTRO RESSONANTE LC

O projeto do filtro ressonante ´e de fundamental import ˆancia para o fun-cionamento do reator. Este deve limitar a corrente que ´e transferida para os LEDs e garantir ZVS. A Figura 20 representa o filtro sendo alimentado por uma fonte de tens ˜ao

(38)

3.4 Projeto do circuito do REAO 36 quadrada, assim como em um REAO.

Figura 20: Filtro LC sendo alimentado por uma fonte de tens ˜ao quadrada.

Fonte: Autoria pr ´opria.

A metodologia empregada neste trabalho ´e apresentada em Lopes (2014), e as seguintes simplificac¸ ˜oes s ˜ao tomadas: Os MOSFETS s ˜ao considerados chaves ideais, o indutor e capacitor do filtro s ˜ao considerados ideais. A tens ˜ao quadrada que alimenta o filtro pode ser aproximada para a sua componente fundamental, resultando em uma tens ˜ao senoidal. A carga RLED(ca) ´e a resist ˆencia equivalente calculada na subsec¸ ˜ao 3.4.1. Esta metodologia visa normalizar os par ˆametros do sistemas para que seus valores dependam apenas do fator de qualidade e da frequ ˆencia de res-son ˆancia do filtro (LOPES, 2014).

O fator de qualidade (Q0) determina a sensibilidade do filtro `a variac¸ ˜oes de par ˆametros, quanto maior este fator mais sens´ıvel o filtro. Para circuitos com comando auto-oscilante s ˜ao recomendados fatores de qualidade baixos (menor do que 1), pois seu chaveamento depende da carga e da operac¸ ˜ao do filtro. Para esse trabalho, o fator de qualidade foi escolhido como 0, 5, pois o LED muda suas caracter´ısticas el ´etricas com variac¸ ˜oes de temperatura e um filtro com baixa sensibilidade ´e o mais indicado neste caso. As relac¸ ˜oes que baseiam este m ´etodo s ˜ao mostradas de (9) at ´e (11), onde ωS ´e a frequ ˆencia angular de comutac¸ ˜ao.

ω = √ 1 L · C (9) A = ω ωS (10) Q0 = ω · L R = 1 ω · C · R (11)

A imped ˆancia total (ZLC) do filtro ressonante ´e dada por (12):

ZLC = R + j ·

−1 + LCω2 S LωS

(39)

3.4 Projeto do circuito do REAO 37 Substituindo as relac¸ ˜oes (9)-(11) em (12):

ZLC = R · 1 + j · Q0·

A2− 1 A



(13) A admit ˆancia ´e dado pelo o inverso de (13):

1 ZLC = 1 R · 1 − j · Q0· A 2−1 A  1 + Q2 0· (A2−1) A 2 (14)

A pot ˆencia ativa (PLED) entregue para a carga ´e dada por (15).

PLED = Re

 V ef2 ZLC



(15) Devido a aproximac¸ ˜ao pela fundamental, Vef ´e o valor eficaz da compo-nente fundamental da tens ˜ao aplicada ao filtro ressonante, dado por (16), sendo Vbus a tens ˜ao de barramento.

Vef = √ 2 · Vbus π (16) Reescrevendo (14), tem-se (17): PLED V2 ef = 1 R · A2 A2+ (Q 0· (A2− 1))2 (17)

Multiplicando os dois lados da equac¸ ˜ao por R, tem-se 18:

Kt = PLEDR V2 ef = A 2 A2+ (Q 0· (A2− 1))2 (18)

O coeficiente Kt determina a quantidade de pot ˆencia que o sistema pode fornecer, relacionando a carga com a tens ˜ao de entrada assumindo condic¸ ˜oes ideais. Com o valor de Kt e Q0 ´e poss´ıvel calcular A. Sendo A a disparidade da frequ ˆencia de chaveamento e de resson ˆancia do filtro, quanto mais pr ´oximo de 1 mais pr ´oximo da resson ˆancia o filtro estar ´a operando. A soluc¸ ˜ao de (18) resulta em quatro valores. Para que o filtro LC esteja operando em ZVS, um valor positivo e menor do que 1 deve ser escolhido, isso significa que o filtro estar ´a operando em uma frequ ˆencia maior do que a de resson ˆancia. Com todos os par ˆametros calculados, os valores do capacitor e do indutor podem ser calculados a partir de (19) e (20).

(40)

3.4 Projeto do circuito do REAO 38 C = 1 ωRQ0 (19) L = RQ0 ω (20)

3.4.3 PROJETO DAS PONTES RETIFICADORAS

O retificador de onda completa com filtro capacitivo permite transformar uma tens ˜ao alternada numa tens ˜ao cont´ınua com o dobro da frequ ˆencia de ondulac¸ ˜ao. Esta retificac¸ ˜ao ´e mais indicada para aplicac¸ ˜oes de baixa pot ˆencia onde n ˜ao ´e ne-cess ´aria a correc¸ ˜ao de fator de pot ˆencia (CAMPONOGARA, 2015).

ret

Figura 21: Retificador ponte-completa com filtro capacitivo.

Como ´e descrito em Lopes (2010) no anexo B, ´e poss´ıvel determinar uma equac¸ ˜ao para a ondulac¸ ˜ao da tens ˜ao no capacitor a partir da energia transferida para o capacitor (Cret) durante sua carga, como pode ser visto em (21).

Cret=

Pentrada f · (V2

pico− Vminimo2 )

(21)

A ponte retificadora de alta e baixa frequ ˆencia s ˜ao diferenciadas pelos dio-dos utilizadio-dos. O primeiro necessita ser constitu´ıdio-dos por diodio-dos do tipo r ´apido.

3.4.4 PROJETO DO CIRCUITO DE COMANDO DO REAO

O m ´etodo utilizado para projetar o circuito de comando nesse trabalho se fundamenta na t ´ecnica Tsypkin L ´ocus, ou m ´etodo da func¸ ˜ao descritiva, e no crit ´erio de estabilidade estendido de Nyquist. Para a utilizac¸ ˜ao dessas ferramentas, o sistema deve atender a alguns requisitos. O diagrama 22 representa um REAO (SEIDEL, 2004;

(41)

3.4 Projeto do circuito do REAO 39

Figura 22: Diagrama de blocos do REAO. Fonte: Seidel (2004).

Este diagrama pode ser dividido em uma parte com comportamento linear e outra n ˜ao linear. A parte linear ´e representada pelos blocos GF(s), GM(s) e as constantes n e k. GF(s) ´e a func¸ ˜ao transfer ˆencia da corrente ressonante em func¸ ˜ao da tens ˜ao aplicada ao filtro ressonante1. G

M(s) ´e a func¸ ˜ao de transfer ˆencia entre a corrente magnetizante (Im(s)) e a tens ˜ao zener (Vz(s)). A constante n ´e relac¸ ˜ao de espiras do TC. k ´e a relac¸ ˜ao de VZ com Vab (SEIDEL, 2004;LOPES, 2014).

A parte n ˜ao linear ´e representada pela chave ideal, que relaciona iz e Vz. Este comportamento ´e n ˜ao linear devido a descontinuidade gerada pela mudanc¸a de estado da chave. Por conta disso e de sua realimentac¸ ˜ao por meio do TC, esse sistema de controle se caracteriza como um SISO2 (Uma entrada e uma sa´ıda) n ˜ao-linear, impossibilitando a utilizac¸ ˜ao de t ´ecnicas de an ´alise linear para o projeto do REAO (SEIDEL, 2004;LOPES, 2014).

A t ´ecnica Tsypkin L ´ocus ´e uma an ´alise no dom´ınio da frequ ˆencia no qual se considera um n ´umero limitado de componentes harm ˆonicas para a forma de onda de tens ˜ao quadrada aplicada na entrada do filtro. Para que o m ´etodo seja v ´alido, as seguintes condic¸ ˜oes devem ser satisfeitas:

I. o filtro ressonante apresenta caracter´ıstica passa-baixa;

II. exist ˆencia de um componente n linear. Se houver mais elementos n

˜ao-lineares, estes devem ser aliterados em uma ´unica func¸ ˜ao descritiva, ou considerar o elemento mais significativo entre eles;

III. a componente n ˜ao-linear ´e invariante no tempo;

IV. ´e considerada apenas a componente fundamental da n ˜ao -linearidade; 1Tens ˜ao entre os pontos a e b na figura 13

(42)

3.4 Projeto do circuito do REAO 40 V. a n ˜ao-linearidade deve ser do tipo ´ımpar.

O REAO cumpre essas condic¸ ˜oes pois utiliza o filtro ressonante, que pos-sui caracter´ıstica de passa-baixa e aproximac¸ ˜ao fundamental. A n ˜ao linearidade do sistema ´e causada pela comutac¸ ˜ao da chave ideal. Portanto, o m ´etodo da func¸ ˜ao descritiva pode ser empregado para o projeto do circuito de comando.

A func¸ ˜ao descritiva senoidal de um elemento n ˜ao-linear ´e dada pela raz ˜ao complexa entre a componente fundamental da sa´ıda do elemento e a amplitude da senoide de entrada. A func¸ ˜ao descritiva do elemento n ˜ao-linear da chave do reator eletr ˆonico auto-oscilante ´e definida pela equac¸ ˜ao (22) (SEIDEL, 2004).

N = 4Vz πiz

6 0(22)

O Vz ´e constante e determinado pelo projetista, sendo limitado pelo MOS-FET escolhido. A vari ´avel iz ´e a amplitude da corrente de polarizac¸ ˜ao, definida entre 10 e 100% da pot ˆencia do diodo zener escolhido, para que ele seja polarizado corre-tamente.

3.4.4.1 CRIT ´ERIO DE ESTABILIDADE ESTENDIDO DE NYQUIST

”O Crit ´erio de Estabilidade de Nyquist relaciona a resposta em frequ ˆencia de malha aberta com o n ´umero de polos e zeros em malha fechada da equac¸ ˜ao caracter´ıstica localizadas no semiplano positivo de S para de-terminar graficamente a estabilidade em malha fechada do sistema.” (SEIDEL, 2004)

Com a utilizac¸ ˜ao do m ´etodo descritivo, ´e poss´ıvel reescrever o sistema apresentado na Figura 22 pelo diagrama da Figura 23, representando a chave ideal por N , e os elementos lineares por G(s) definido em (23)(SEIDEL, 2004).

Figura 23: Diagrama de blocos separando ele-mentos lineares e n ˜ao-lineares.

Fonte: Seidel (2004).

G(s) = GM(s) − kGF(s)n (23)

(43)

3.4 Projeto do circuito do REAO 41 GM(s) = 1 Lmss (24) GF(s) = Cs 1 + R + sL (25) k = Vbus 2Vz (26) Sendo s = jωs, a equac¸ ˜ao caracter´ıstica do sistema apresentado na Figura 23 ´e dada por (27).

G(jωs) = − 1

N (27)

Nesse formato, pode-se empregar o Crit ´erio de Estabilidade Estendido de Nyquist (CEEN) para a avaliac¸ ˜ao de estabilidade e a exist ˆencia de ciclos limites. Se 27 possuir soluc¸ ˜ao, o sistema pode apresentar ciclo limite. O gr ´afico de G(jω) e −N1, Figura 24, fornecem informac¸ ˜oes sobre a estabilidade do sistema.

Figura 24: CEEN para um sistema gen ´erico. Fonte: Seidel (2004).

O elemento n ˜ao linear N da Equac¸ ˜ao (22) possui ˆangulo zero, isso significa que seu valor ´e puramente real, dessa forma, o ponto A da Figura 24 ´e a soluc¸ ˜ao da Equac¸ ˜ao (27) e pode ser representada pela express ˜ao (28).

Im(G(s)) = Im(G(jωs)) = 0 (28)

Substituindo (28) em (23) e isolando Lms, tem-se (29) que fornece o valor da indut ˆancia total dos secund ´arios do TC.

Lms(ωs) =

(1 − ω2

sLC)2+ (ωsRC)2 ωskn(ωs3LC2− ωsC)

(44)

3.4 Projeto do circuito do REAO 42 Como s ˜ao dois secund ´arios, um para cada chave, a indut ˆancia total do secund ´ario ser ´a dividida igualmente para cada enrolamento, como mostra (30).

Ls1 = Ls2 = Lms

2 (30)

3.4.4.2 C ´ALCULO DA RELAC¸ ˜AO DE ESPIRAS DO TC

O transformador de corrente empregado no comando auto-oscilante ´e cons-titu´ıdo de um enrolamento prim ´ario e dois secund ´arios. Os enrolamentos secund ´arios devem ser id ˆenticos para que n ˜ao haja diferenc¸a de chaveamento nos MOSFETS. A corrente que circula no prim ´ario (ip) induz corrente em ambos os enrolamentos se-cund ´arios, como ´e descrito em (31).

ipnp = is1ns1+ is2ns2 (31) Como a corrente que circula pelos secund ´arios (is) deve ser id ˆentica, seu numero de espiras tamb ´em deve ser id ˆentico, dessa forma, pode-se reescrever (31) por (32) (LOPES, 2014).

ipnp = 2isns (32)

A relac¸ ˜ao de transformac¸ ˜ao do TC (n) ´e dada pela raz ˜ao do n ´umero de espiras do prim ´ario pelo secund ´ario, definido por (33).

n = np ns

= 2is ip

(33)

3.4.5 PROJETO DOS COMPONENTES MAGN ´ETICOS

Para implementar o circuito REAO ´e necess ´ario realizar o projeto dos com-ponentes magn ´eticos, sendo eles o indutor do filtro ressonante e o transformador de corrente do circuito de comando. ´E usual para a an ´alise de circuitos magn ´eticos fazer uma analogia com um equivalente el ´etricos, para isso, ser ´a realizada a an ´alise de um indutor gen ´erico e n ´ucleo ferromagn ´etico, Figura 25.

Havendo uma corrente alternada de excitac¸ ˜ao (i) nas bobinas, linhas de campo magn ´etico ser ˜ao induzidas no n ´ucleo. Para simplificar a an ´alise matem ´atica,

(45)

3.4 Projeto do circuito do REAO 43

Figura 25: Indutor b ´asico com uma bobina e sem gap.

Fonte: PINHEIRO (2012).

utiliza-se a aproximac¸ ˜ao por caminho m ´edio, onde a linha de campo central ao n ´ucleo ´e utilizada para os c ´alculos, como pode ser visto na Figura 26 (PINHEIRO, 2012).

Figura 26: a. Linhas de campo induzidas no n ´ucleo, b. Aproximac¸ ˜ao por caminho m ´edio. Fonte: PINHEIRO (2012).

Utilizando a equac¸ ˜ao (34) ´e poss´ıvel encontrar um valor m ´edio para o campo magn ´etico considerando o caminho m ´edio.

Z l

Hdl = Nespirasi (34)

Hmlm = Nespirasi (35)

Sendo a relac¸ ˜ao entre densidade de fluxo magn ´etico( ~B) e intensidade de campo magn ´etico ( ~H) dado por (36), onde µ ´e a permeabilidade magn ´etica absoluta do meio.

~

B = µ ~H (36)

Substituindo (36) em (35) e multiplicando o termo unit ´ario Ac

Ac, onde Ac ´e a

(46)

3.4 Projeto do circuito do REAO 44

1 µAc

lmBmAc = Nespirasi (37)

A lei de Faraday (38) define o fluxo magn ´etico (Φ) passante em uma dada ´area: Φ = Z S ~ Bd ~S = BAc (38)

A relut ˆancia de um caminho magn ´etico (<) ´e determinada por (39).

< = l µAc

(39) E a forc¸a magnetomotriz (Fmm) ´e definido por (40).

Fmm = Nespirasi (40)

Substituindo as equac¸ ˜oes (38)-(40) em (37), tem-se:

Fmm = Φ< (41)

A Equac¸ ˜ao (41) ´e an ´aloga a lei de Ohm, assim como a forc¸a magnetomotriz (Fmm) corresponde a tens ˜ao (V ), o fluxo magn ´etico (Φ) com a corrente el ´etrica (I) e a relut ˆancia < com a resist ˆencia (R).

A partir da Equac¸ ˜ao (41) ´e poss´ıvel notar que valores baixos de relut ˆancia causam um grande fluxo magn ´etico, saturando o n ´ucleo para valores baixos de cor-rente de excitac¸ ˜ao. Al ´em disso, a indut ˆancia depende da relut ˆancia que por sua vez de-pende da permeabilidade do meio, da temperatura e do ponto de operac¸ ˜ao do sistema. Uma estrat ´egia para evitar a flutuac¸ ˜ao da relut ˆancia do componente ´e a utilizac¸ ˜ao de um entreferro, gap, cuja relut ˆancia seja maior do que a do n ´ucleo. Assim a permea-bilidade magn ´etica do material do gap, que pode ser considerada constante, se torna mais significativa para a determinac¸ ˜ao de indut ˆancia e da relut ˆancia do componente (PINHEIRO, 2012).

Um fen ˆomeno importante para dimensionamento de condutores de um in-dutor em alta frequ ˆencia ´e o efeito skin. A corrente tende a circular na regi ˜ao de su-perf´ıcie de um condutor, diminuindo a ´area efetiva de movimento dos el ´etrons, quanto maior a frequ ˆencia, maior a tend ˆencia dos el ´etrons serem conduzidos pela periferia do condutor. A profundidade de penetrac¸ ˜ao (δ) de corrente em um condutor de cobre,

(47)

3.4 Projeto do circuito do REAO 45 em cent´ımetros, com temperatura de 100◦ ´e dado por (42) (BARBI, 2002).

δ = 7, 5√

f (42)

3.4.5.1 PROJETO DO INDUTOR DO FILTRO RESSONANTE

Em PINHEIRO (2012) ´e apresentado o m ´etodo AeAw, no qual os seguintes par ˆametros do indutor devem ser conhecidos:

I. Indut ˆancia;

II. Corrente de pico; III. Corrente eficaz; VI. Frequ ˆencia;

V. Ondulac¸ ˜ao da corrente.

Para que n ˜ao ocorra saturac¸ ˜ao a relac¸ ˜ao (43) deve ser atendida.

∆H Hmax = ∆i HP = ∆B Bmax (43) A primeira determinac¸ ˜ao ´e a do material utilizado no n ´ucleo para que se tenha conhecimento da sua curva BxH. Com os valores da ondulac¸ ˜ao de corrente, seu pico, e com a saturac¸ ˜ao m ´axima do material, informac¸ ˜ao extra´ıda da curva BxH,

´e poss´ıvel calcular a variac¸ ˜ao de B a partir de (44).

∆B = ∆IBmax Ip

(44) O fator de utilizac¸ ˜ao da janela (kw) ´e a raz ˜ao entre ´area efetivamente uti-lizada pelos condutores e a ´area do carretel. Os enrolamentos de indutores s ˜ao, de forma geral, de cobre e com sec¸ ˜ao transversal circular e ao serem bobinados no car-retel deixam espac¸os vazios. De acordo com BARBI (2002), o valor t´ıpico de kw para indutores ´e 0, 7 (SEIDEL, 2004;PINHEIRO, 2012).

Pela a lei de Amp `ere e pela analogia apresentada na subsec¸ ˜ao 3.4.5, tem-se (45).

Nespirasi = Hl = Fmm (45)

(48)

3.4 Projeto do circuito do REAO 46 V (t) = Nespiras ∆Φ ∆t = L ∆i ∆t (46)

As sec¸ ˜oes Ae e Aw do indutor de n ´ucleo tipo duplo E s ˜ao mostradas na Figura 27.

Figura 27: N ´ucleos e carretel para indutores do tipo duplo E.

Fonte: BARBI (2002).

Sendo Ae a sec¸ ˜ao transversal do n ´ucleo e substituindo (38) em (46), tem-se:

Nespiras = L∆i ∆BAe

(47) O fluxo magn ´etico m ´aximo (Bmax) ´e coincidente a corrente de pico no indu-tor, desta forma (47) pode ser reescrito em (48).

Nespiras = Lip BmaxAe

(48) A m ´axima densidade de corrente (Jmax) nos condutores ´e dada por (49). De acordo com BARBI (2002), o valor t´ıpico utilizado em projetos de indutores ´e 400 (BARBI, 2002;SEIDEL, 2004).

Jmax =

Nespirasief Aw

(49) Com as equac¸ ˜oes (48), (49) e levando em considerac¸ ˜ao o fator de utilizac¸ ˜ao de janela, tem-se (50). JmaxAwkw Ief = LIp AeBmax (50) Isolando o produto AeAw, tem-se a Equac¸ ˜ao (51) que caracteriza esta

(49)

me-3.4 Projeto do circuito do REAO 47 todologia. ´E conveniente multiplicar um fator de 104 para converter o resultado em cm4, visto que cat ´alogos de fabricantes costumam fornecer as ´areas A

e e Aw em cm2.

AeAw =

LIpIef BmaxkwJmax

104 (51)

Em n ´ucleos duplo E o entreferro por ser centralizado ou distribu´ıdo igual-mente em cada brac¸o. Para determinar o tamanho do gap, considera-se que a re-lut ˆancia deste ´e muito maior do que a do n ´ucleo, com esta simplificac¸ ˜ao a Equac¸ ˜ao (52) pode ser utilizada (PINHEIRO, 2012).

L = N 2 espiras < = N2 espirasµ0Ae lg (52)

Sendo lg o tamanho do entreferro, reescreve-se 52 em 53.

lg =

Nespiras2 µ0Ae

L (53)

Para projetar o condutor do indutor, ´e necess ´ario levar em considerac¸ ˜ao o efeito skin, sendo que a bitola do condutor n ˜ao deve ser maior que duas vezes a profundidade de penetrac¸ ˜ao de corrente. A bitola do condutor (Acondutor) ´e calculado por (54) (MCLYMAN, 2004;BARBI, 2002).

Acondutor= Ief Jmax

(54)

3.4.5.2 PROJETO DO TRANSFORMADOR DE CORRENTE ´

E usual utilizar n ´ucleos toroidais para os transformadores de corrente em REAO. A metodologia seguida neste projeto para projetar o TC ´e apresentada em Seidel (2004). A tens ˜ao de secund ´ario do TC ´e quadrada alternada, sendo limitada pelos diodos zener. Desta forma, ´e poss´ıvel calcular o fluxo magn ´etico m ´aximo atrav ´es do n ´ucleo toroidal a partir da lei de Faraday, apresentado em (38).

Φ = √ 2Vef 2πf Nespiras (55) Substituindo (38) em (55), tem-se (56) Bmax = √ 2Vef 2πf NespirasAef (56)

(50)

3.4 Projeto do circuito do REAO 48 Atrav ´es da lei de Amp `ere e considerando a corrente do filtro como senoidal, tem-se (57).

i = Hl

Nespiras √

2 (57)

Isolando Vef de (56) e multiplicando por (57) ´e poss´ıvel encontrar uma equac¸ ˜ao para a potencia:

S = Bmax√4f H

2 Aefle (58)

O produto de Aef e lefornece o volume do n ´ucleo (volc), isolando este termo, tem-se a equac¸ ˜ao (59).

volc= √

2S Bmax4f H

(59) De acordo com MCLYMAN (2004), para que o n ´ucleo toroidal possua tama-nho suficiente para acomodar um prim ´ario e dois secund ´arios, o valor da pot ˆencia S deve ser dobrada. ´E conveniente ajustar as unidades de (59) para que B seja dado em Gauss, H em Oersted e o volume em cent´ımetros c ´ubicos, pois s ˜ao as unidades usuais utilizadas pelos fabricantes.

volc= √

2S0, 4π Bmax2f H

(60) O n ´umero m´ınimo de espiras ´e calculado por (61).

Nmin = √

2Vef108 BAef2πf

(61) A intensidade do campo magn ´etico ´e obtido a partir de (62).

H = √

2Ief0, 4π le

(62) O n ´umero de espiras para cada enrolamento ´e calculado a partir do fator de indut ˆancia (AL) fornecido pela folha de dados do fabricante e pela indut ˆancia em nH, a partir de (63).

Ntotal= r L

AL

(51)

3.4 Projeto do circuito do REAO 49 3.4.6 PROJETO DO CIRCUITO DE DISPARO

Como discutido na sec¸ ˜ao 3.3, o circuito de disparo ´e constitu´ıdo de um re-sistor RQ, um capacitor CQ, um diodo D5e um DIAC. O projeto deste circuito ´e baseado na equac¸ ˜ao caracter´ıstica da carga do capacitor, apresentado em (64), definindo-se a tens ˜ao de avalanche do DIAC(Vdis), a tens ˜ao de barramento(Vbus) e o tempo de descarga(tc) desejado. ´E conveniente escolher valores baixos de capacit ˆancia, para que RQtenha um valor alto de resist ˆencia e, por consequ ˆencia, uma baixa corrente cir-cule no circuito de disparo em regime permanente. O tempo tc deve ser maior do que o per´ıodo de comutac¸ ˜ao do reator e o diodo D5 deve ter baixo tempo de recuperac¸ ˜ao reversa para evitar redisparo do circuito.

Vdis = Vbus 1 − e

tc

(52)

4 RESULTADOS

4.1 PAR ˆAMETROS CALCULADOS

Nesta sec¸ ˜ao ser ˜ao compilados os par ˆametros j ´a obtidos durante o desen-volvimento do trabalho e calculando os componentes do reator. O procedimento para o projeto baseou-se na ordem sugerida em Lopes (2014), comec¸ando pela modela-gem da carga e definic¸ ˜ao de par ˆametros b ´asicos de entrada, o projeto dos filtros, do comando auto-oscilante e ent ˜ao o circuito de disparo. Os par ˆametros iniciais s ˜ao apre-sentados na Tabela 1. Os componentes das pontes retificadoras foram considerados ideais.

Tabela 1: Par ˆametros iniciais

Par ˆametro Valor

Tens ˜ao de entrada (Vin) 127VRM S Frequ ˆencia da rede (f ) 60Hz Ondulac¸ ˜ao da tens ˜ao de barramento (∆Vbus%) 5%

Ondulac¸ ˜ao da tens ˜ao de sa´ıda (∆Vout%) 1% Frequ ˆencia de chaveamento (fs) 35kHz

Rendimento estimado (η) 0, 8

A tens ˜ao de barramento pode ser aproximada dado pela Equac¸ ˜ao 65:

Vbus = Vin∗ √

2 = 179, 6V (65)

O procedimento de modelagem da carga foi exposto na Sec¸ ˜ao 2.3 e os par ˆametros obtidos podem ser vistos na Tabela 2.

Tabela 2: Par ˆametros da

associac¸ ˜ao s ´erie de 8 LEDs

Par ˆametro Valor

Tens ˜ao m ´edia de sa´ıda (Vout) 25, 464V Pot ˆencia dissipada (Po) 15, 276W Corrente m ´edia de operac¸ ˜ao (Imed) 0, 6A

Corrente m ´axima suportada 1A Resist ˆencia equivalente (RLED) 42, 433Ω Resist ˆencia equivalente CA (Rca) 34, 395Ω

(53)

4.1 Par ˆametros calculados 51 As equac¸ ˜oes que s ˜ao utilizadas para calcular os par ˆametros necess ´arios para projetar o filtro podem ser encontradas na Subsec¸ ˜ao 3.4.2 e os resultados na Tabela 3.

Tabela 3: Par ˆametros para cal-cular componentes do filtro ressonante

Par ˆametro Valor

Pot ˆencia de entrada no reator (Pin) 19W Aproximac¸ ˜ao fundamental (Vef) 80, 851V Constante de transfer ˆencia de pot ˆencia (kt) 0, 08

Fator de qualidade (Qo) 0, 5

A pot ˆencia utilizada para projetar o filtro capacitivo de baixa frequ ˆencia ´e raz ˜ao entre a pot ˆencia de sa´ıda do reator e sua efici ˆencia estimada. O fator de qua-lidade baixo se justifica pela tend ˆencia do LED mudar suas caracter´ısticas el ´etricas com variac¸ ˜ao de temperatura. Como o diodo esquenta enquanto est ´a operando ´e per-tinente utilizar um Qo adequado para que o filtro seja pouco sens´ıvel a mudanc¸as na carga. Para esse fator de qualidade, a func¸ ˜ao transfer ˆencia do filtro ´e dada pela Figura 28. 0 1 10 4 2 10 4 3 10 4 0 50 100 150 126.998 7.973 Vo ω( ) 40 10 3 159.155 35 10 3 ω 2π

Figura 28: Gr ´afico da tens ˜ao de sa´ıda do filtro em func¸ ˜ao da frequ ˆencia de operac¸ ˜ao.

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