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Alternativas para aplicação de logística reversa na construção civil em Florianópolis

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Duany Silveira Marcello

ALTERNATIVAS PARA APLICAÇÃO DE LOGISTICA REVERSA NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM FLORIANÓPOLIS.

Florianópolis 2019

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Duany Silveira Marcello

ALTERNATIVAS PARA APLICAÇÃO DE LOGISTICA REVERSA NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM FLORIANÓPOLIS

Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Civil do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Juan José Oviedo Haito.

Florianópolis 2019

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Marcello, Duany Silveira

Alternativas para aplicação de logística reversa na construção civil em Florianópolis / Duany Silveira Marcello ; orientador, Ricardo Juan José Oviero Haito, 2019.

81 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)

-Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Graduação em Engenharia Civil, Florianópolis, 2019.

Inclui referências.

1. Engenharia Civil. 2. Logística Reversa. 3. Gestão de resíduos. 4. Resíduos da Construção Civil. 5. Florianópolis. I. Oviero Haito, Ricardo Juan José . II. Universidade

Federal de Santa Catarina. Graduação em Engenharia Civil. III. Título.

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São as nossas escolhas, mais do que as nossas capacidades, que mostram quem realmente somos. Harry Potter e a Câmara Secreta

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus que esteve comigo durante toda trajetória como universitária e me ouviu nos momentos em que eu não confiava em mim.

Aos meus pais, Izabel Silveira Marcello e Romildo Jorge Marcello, as pessoas mais generosas que eu conheço, proporcionaram-me subsídios emocionais e tudo mais que poderiam em todo decorrer de minha vida escolar, passando pelo ensino médio e graduação. Ouvir que alguém está torcendo por você dá motivação para chegar mais longe, e por conta de vocês eu sei que nunca estou sozinha. Não saberei retribuir tanto carinho e dedicação, obrigada por me apoiarem nesse sonho que abraçaram como se fosse de vocês. Eu os amo muito.

À minha irmã, Kely Silveira Marcello, que por vezes foi minha conselheira e ouvinte, me trazendo palavras de alento e me ouvindo reclamar que estava cansada, mas ainda precisava de um último gás. Estendo o agradecimento à Carolina Araújo Oliveira que também ouviu minhas lamentações, me contava histórias engraçadas e ajudava a relaxar nos momentos que eu não conseguia escrever mais nenhuma palavra.

Agradeço à Universidade Federal de Santa Catarina, pela formação acadêmica exemplar, por me proporcionar ensino de qualidade e me proporcionar tantas experiências especiais.

Aos professores que passaram por toda essa trajetória, principalmente acadêmica, que se encerra agora, meu obrigada pela dedicação e paciência em nos passar seu conhecimento e experiência.

Em especial, agradeço ao professor Ricardo Oviedo Haito que me recebeu da melhor forma como sua orientanda, sempre me dando todo apoio, puxões de orelha necessários, sendo um amigo e também compartilhando suas balinhas peruanas. Obrigada por seus ensinamentos, paciência е confiança, professor, você foi fundamental para conclusão deste trabalho.

Aos amigos mais maravilhosos que eu poderia ter recebido de presente, podendo chamar de Família, sou muito feliz por poder contar com vocês.. Seja para as horas de dar apoio em como resolver um problema ou de incentivar a largar o problema, vocês estavam lá, meu muito obrigada, que nossa amizade se estenda por muitos anos. Sem a companhia diária, graduação certamente teria sido menos interessante. Agradeço, também, à pessoa não cansou de me dizer dez vezes por dia que tudo ia ficar bem e tentando me fazer ficar tranquila, mesmo eu não acreditando às vezes, Willyan Millnitz, obrigada por toda paciência e carinho.

Agradeço à Conaz, aos integrantes da equipe de Suporte e Operações e também a minha supervisora de estágio, veterana e amiga, Geórgia Pereira, por toda paciência e

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compreensão de minha ausência para que muitas etapas das etapas desse trabalho fossem realizadas.

Por fim, agradeço todos que passaram por minha trajetória, pessoas as quais eu não tive contato, mas fizeram diferença para que eu concluísse com êxito essa formação.

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RESUMO

As atividades desenvolvidas pela indústria da construção civil respondem pela geração de grande volume de resíduos sólidos. Por conta disso, o tratamento e a destinação apropriada desses resíduos têm grande influência na redução dos impactos ambientais causados pelo setor. Uma das opções passa pela implementação da chamada logística reversa, pois promove o aproveitamento dos resíduos em substituição aos materiais virgens e, além disso, ganhos financeiros com a venda dos mesmos. Apesar disso, há desconhecimento quanto às alternativas disponíveis, bem como da sua aplicabilidade no Brasil. Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar as alternativas de logística reversa aplicadas em Florianópolis. Para tanto, quinze alternativas disponíveis na literatura foram levantadas e detalhadas em fluxograma, e a percepção quanto à sua aplicabilidade avaliada em cinco empresas. Apesar dos benefícios identificados nas alternativas levantadas, as empresas percebem que elas apresentam alto custo e são de difícil aplicação em Florianópolis. Como contribuição desse trabalho, com a ciência das 15 alternativas e da percepção das construtoras, torna-se possível planejar os projetos de gestão de resíduos no município para conscientizar e oferecer esse conhecimento às construtoras com intuito de aumentar o reaproveitamento dos resíduos. Apesar de os benefícios das alternativas serem verificados, em termos de destinação e reuso dos materiais, futuras pesquisas são necessárias para determinar a viabilidade destas, e de outras alternativas identificadas.

Palavras-chave: Logística Reversa. Gestão de resíduos. Resíduos da Construção Civil.

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ABSTRACT

The operations made by the civil industry generate large volumes of solid waste. For this reason, the processing and allocation of residue have large influence on the reduction of environmental impacts caused by the sector. One of the options involves the implementation of reverse logistics, It promotes the use of waste instead of virgin materials and, in addition, the financial results from the sale. Despite this, the available alternatives, as well as their application in Brazil, are unknown. Therefore, the objective of this paper was to identify the reverse logistics alternatives applied in Florianópolis. For that, fifteen alternatives available in the literature were collected and described in flowchart, and the perception of its applicability evaluated in five companies. Despite the advantages identified in the alternatives raised, the companies perceive are expensive and of difficult application in Florianópolis. As a contribution of this, with the science of the 15 alternatives and the companies’ perception, becomes possible to plan waste management projects in the city to raise awareness and offer this knowledge to the companies in order to increase the reuse of waste. Even though benefits of the alternatives are verified, in terms of destination and reuse of materials, future research are necessary to discover the viability of these, and other alternatives identified.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo de vida de uma edificação ... 22

Figura 2 - Composição Qualitativa do RCD no Brasil ... 27

Figura 3 - Resíduos de construção e demolição em Belo Horizonte (1995-2010) ... 28

Figura 4 - Localização e mapa do município de Florianópolis ... 35

Figura 5 – Fluxograma de Estruturação da metodologia ... 41

Figura 6 - Exemplo de Depósito Temporário de resíduos ... 44

Figura 7 - Exemplo de áreas de armazenamento no canteiro de obras... 44

Figura 8 - Caçamba de resíduos de classe B – Papel ... 44

Figura 9 - Localização dos PEPV's e Aterros de Florianópolis ... 48

Figura 10 - Logística circular ... 50

Figura 11 – Exemplo de Ecoponto para entrega de resíduos em Florianópolis ... 52

Figura 12 - Esquema típico da indústria recicladora e seus produtos finais... 53

Figura 13 - Processo de Produção de material reciclado a partir de resíduos de Classe B ... 54

Figura 14 - Produtos reciclados de materiais de Classe A e suas aplicações ... 57

Figura 15 - Pavimentação utilizando agregado reciclado ... 57

Figura 16 - Distribuição de EPS por segmento no mundo ... 61

Figura 17 - Fibras de papel Kraft com destaque para a presença de pedriscos de cimento. .... 66

Figura 18 - Resíduos de gesso acartonado ... 69

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Composição do RCC na Região da Grande Florianópolis ... 36

Gráfico 2 - Resistência à Compressão Axial ... 60

Gráfico 3 - Resistência à tração ... 60

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Destinação dos resíduos da construção Civil ... 31

Quadro 2 -,Normas Técnicas Relacionadas aos Resíduos da Construção Civil. ... 33

Quadro 3 - Características dos entrevistados ... 39

Quadro 4 - Usos para Madeira ... 65

Quadro 5 - Etapas de um novo ciclo de vida para diferentes classes de resíduos da Construção Civil. Fonte: Autora (2019) ... 74

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRAGESSO Associação Brasileira de Gesso

Abrecon Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção e Demolição ACEPE Associação Industrial do Poliestireno Expandido

ASMARE Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável de Belo Horizonte

BTC Blocos de terra compactada

CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CTRCC Centro de tratamento de resíduos da construção civil EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPS Poliestireno expandido

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ISO International Organization for Standardization PEPVs Pontos de Entrega para Pequenos Volumes PIB Produto Interno Bruto

PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrada de. Resíduos Sólidos PNRS Política Nacional dos Resíduos Sólidos

RCC Resíduos da Construção Civil

RCD Resíduos da Construção e Demolição

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 17 1.2 OBJETIVOS ... 18 1.2.1 Objetivo Geral ... 18 1.2.2 Objetivos Específicos ... 19 1.2.3 Estrutura do TCC ... 19 2 FUNDAMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA... 20 2.1 LOGÍSTICA ... 20 2.1.1 Ciclo de vida ... 21

2.2 PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 22

2.3 A LOGÍSTICA REVERSA ... 23

2.3.1 Logística reversa e Gestão de Resíduos na Construção Civil ... 25

2.4 LOGISTICA REVERSA E GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 28

2.4.1 Legislação sobre a gestão de resíduos ... 29

2.4.1.1 Resolução Nº 307 do Conama ... 30

2.4.1.2 Lei Nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010 ... 31

2.4.1.3 Outras regulamentações ... 33

2.4.2 Gestão de Resíduos da Construção Civil em Florianópolis ... 35

3 METODO DE TRABALHO ... 38

3.1 DIFICULDADES DA PESQUISA ... 41

4 ALTERNATIVAS PARA APLICAÇÃO DE LOGISTICA REVERSA ... 42

4.1 RESULTADOS TEÓRICOS ... 42

4.1.1 Condição e preparação dos resíduos após a utilização no canteiro de obras ... 43

4.1.1.1 Classe A ... 45

4.1.1.2 Classe B ... 46

4.1.1.3 Classes C e D ... 46

4.1.1.4 Treinamento dos trabalhadores no canteiro de obra ... 47

4.1.2 Destinação correta dos resíduos para reutilização ... 47

4.1.2.1 Classe A ... 52

4.1.2.2 Classe B ... 54

4.1.2.3 Classes C e D ... 55

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4.1.3.1.1 Derivados de concreto ... 56 4.1.3.2 Classe B ... 58 4.1.3.2.1 Polímeros ... 59 4.1.3.2.2 Vidro ... 62 4.1.3.2.3 Madeira ... 63 4.1.3.2.4 Papel ... 66 4.1.3.2.5 Gesso ... 67 4.1.3.2.6 Metais ... 71 4.1.3.3 Classes C e D ... 72

4.1.4 Fluxograma resumo com as aplicações para os resíduos da construção civil ... 72

4.2 PERCEPÇÃO DAS CONSTRUTORAS A RESPEITO DAS ALTERNATIVAS DE LOGÍSTICA REVERSA ... 75

4.2.1 Resultado das entrevistas ... 75

4.3 DISCUSSÃO ... 77

5 CONCLUSÃO ... 79

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 80

REFERÊNCIAS ... 81

APENDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS CONSTRUTORAS ... 86

ANEXO I – TABELA DE COMPOSIÇÃO DA ARGAMASSA ELABORADA POR BATISTA ET AL (2018) ... 87

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1. INTRODUÇÃO

A partir da década 70, a sociedade começa a sofrer um processo de conscientização ambiental, ganhando força no início da década de 90, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano. Nesse contexto social, a construção civil é reconhecida como sendo uma atividade muito importante para o desenvolvimento.

Entretanto, a construção civil comporta-se como uma indústria geradora de inúmeros impactos negativos ao meio ambiente, já que é responsável por 67% dos resíduos sólidos urbanos municipais gerados (SCHAMNE; NAGALLI, 2016). Além disso, as construções brasileiras em grande maioria não são racionalizadas provocando impactos ambientais e comprometendo a qualidade de vida das populações nos centros urbanos. Como tentativa de mudança desse cenário apresenta-se o conceito de Logística Reversa, um braço da Logística Empresarial.

Conforme Ballou (2011) A logística empresarial é um processo que

“trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos e informações desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável” (BALLOU, 2011).

Desse processo originou-se a Logística reversa.

A Logística Reversa, conforme Fonsêca e Uchoa (2016), parte da ideia de que a logística determina entregar o produto no lugar certo, na hora certa e com menor custo possível, mas não se havia pensado no seu retorno. Conceituar Logística Reversa é pensar além da entrega do produto ao cliente, é pensar o gerenciamento deste produto como um ciclo que retorna a empresa para reciclagem, reuso ou destinação de descarte em ambiente adequado para reaproveitamento que se mostre mais viável, levando em consideração os requisitos técnico-sócio-econômicos (LEITE, 2009 apud SILVA, 2015). O despertar para a logística reversa foi decorrente das vantagens que as empresas podem ter sobre os concorrentes, pois as pessoas estão procurando cada vez mais por soluções sustentáveis.

É importante, também, ressaltar que houve um aumento das restrições impostas por legislações, resoluções ambientais e normas da ABNT que trazem exigências relacionadas ao gerenciamento adequado dos resíduos sólidos e, em especial aos Resíduos da Construção Civil. Dentre elas destaca-se a Resolução Nº 307 do Conama, em vigor desde 02 de janeiro de 2003, que estabelece critérios e procedimentos de acordo com as classes A, B, C e D para tornar efetiva a redução dos impactos ambientais gerados pela construção civil. Segundo a

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própria resolução, os resíduos de construção civil são todos aqueles resíduos ou restos de materiais provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, bem como os resultantes da preparação e da escavação de terrenos.

Além disso, foi sancionada em agosto de 2010 a Lei Federal nº 12305/2010 – Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) a qual dispõe sobre os princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis (WILLE;BORN, 2012). Em relação às responsabilidades do poder público a legislação estabelece que os municípios precisam elaborar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, o qual inclui a gestão dos resíduos da construção Civil.

O município de Florianópolis, por meio do Decreto Nº 17.910, de 22 de agosto de 2017, instituiu o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, porém o plano ainda não contempla a Gestão dos resíduos da Construção Civil que ainda está em projeto de lei. Dessa forma, o presente trabalho mostrar formas de gestão dos materiais e aplicações alternativas para logística reversa dos resíduos da construção civil na cidade de Florianópolis.

1.2 OBJETIVOS

A seguir são relacionados os objetivos para o desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso.

1.2.1 Objetivo Geral

Levantamento das alternativas de Logística Reversa dos resíduos da construção civil junto com a percepção delas pelas construtoras de Florianópolis

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1.2.2 Objetivos Específicos

✓ Levantar bibliografia de logística reversa e alternativas de reutilização dos resíduos da Construção Civil

✓ Verificar a situação da gestão de resíduos da construção civil no município de Florianópolis

✓ Análise da percepção das construtoras de Florianópolis quanto às aplicações estudadas.

1.2.3 Estrutura do TCC

Este trabalho de conclusão de está dividido em 4 capítulos complementado por um apêndice e um anexo. A seguir apresenta-se uma descrição concisa dos capítulos visando fornecer uma compreensão geral do trabalho.

O capítulo 1 é composto por introdução, objetivos geral e específicos e a estrutura deste trabalho.

No capítulo 2 pode-se obter contato com a fundamentação bibliográfica, contendo o conceito de logística e logística reversa. Apresenta-se também a legislação disponível para gestão de resíduos e a situação da gestão integrada de resíduo no município de Florianópolis.

O capítulo 3 traz a metodologia deste trabalho mostrando quais as etapas e como foram realizadas para se chegar ao objetivo final pretendido.

O capítulo 4 apresenta os resultados deste trabalho, tanto da pesquisa levantada na literatura com as alternativas e procedimentos a serem realizados, como também, a percepção das construtoras sobre as alternativas.

No capítulo 5 encontra-se a conclusão deste trabalho e sugestões para trabalhos futuros. Posteriormente são apresnentadas as referências, o apêndice com o questionário aplicado às construtoras e também o anexo como complemento da compreensão da reutilização do Policloreto de Vinila (PVC).

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2 FUNDAMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente capítulo apresenta os conceitos e análise dos principais trabalhos identificados na literatura que abordam o assunto da pesquisa. Também aborda a legislação referente à gestão de resíduos, conceitos relacionados à logística reversa e à gestão de resíduos da construção e demolição, o cenário atual Brasileiro e também na cidade de estudo, o município de Florianópolis. O embasamento do trabalho e o enquadramento da pesquisa no referencial teórico é, portanto, o objetivo deste capítulo.

2.1 LOGÍSTICA

A logística empresarial adquiriu maior interesse a partir da década de 50, quando a expansão dos mercados consumidores promoveu maior preocupação com a distribuição física de bens. Antes deste período, as atividades inerentes à logística estavam fragmentadas sob a responsabilidade de diversos departamentos dentro de uma organização (BALLOU, 1993).

Para Monteiro e Bezerra (2003) atualmente a logística empresarial está associada diretamente ao fato de uma organização relacionar-se com o cliente interagindo de forma eficiente com a cadeia produtiva para conquistar o objetivo final e estar competitivamente atuando no mercado. Esta definição converge para o que defende Ballou (2006, p.101) que chama a atenção para três aspectos muito importantes da logística, que vão além do fluxo de produtos: (1) o fluxo de informações; (2) o nível de serviço; (3) e o custo. Estes aspectos são interdependentes e a ineficiência em qualquer um dos processos deles decorrentes pode determinar um desempenho inferior de toda a cadeia logística.

Para Nascimento (2014) a construção civil pouco utiliza os conceitos e as ferramentas da logística em suas práticas de gestão, fato que repercute significativamente na produtividade, qualidade e prazos, além de não contribuir para a redução de altos índices de desperdício. Além disso, Rezende, Jesus e Moura (2013, p. 142) defendem que a participação ativa dos colaboradores, na dinâmica dos processos que materializam o setor, é de fundamental importância, tendo em vista que são eles que tem contato diário e executarão as funções logísticas.

Cardoso (1996) propõe uma subdivisão para a logística aplicável às construtoras, classificando-a quanto a sua função em: logística de suprimentos (externa) e logística de

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canteiro (interna). Segundo esta subdivisão da indústria, a logística pode ser aplicada em dois momentos distintos. O primeiro, antes de chegar ao ambiente de produção – o canteiro de obras – trata-se da logística de suprimentos da obra, que equivale às atividades de administração de materiais da indústria. Em um segundo momento, temos a logística “interna”, isto é, a que ocorre dentro do ambiente de produção, denominada no meio técnico e acadêmico de logística do canteiro de obras. Esta visa gerenciar as atividades de movimentação dentro do canteiro de obras.

Esse autor ainda destaca as principais tarefas da logística de canteiro:

• Gestão dos fluxos físicos ligados à execução, ou seja, o conhecimento das datas de início e término de serviços,

• Os detalhes dos fluxos que serão realizados durante a execução dos serviços,

• Os mecanismos de controles dos serviços; a gestão da interface entre agentes que interagem no processo de produção de uma edificação,

• As informações que são necessárias para que estes exerçam suas atividades dentro de padrões pré-estabelecidos,

• A resolução de interferências entre os serviços;

• A gestão física da praça de trabalho, incluindo a implantação do canteiro, • Os sistemas de transportes,

• Os locais de estocagem e pré-fabricação e os requisitos de segurança no canteiro.

• E ao fim deste processo, adiciona-se o sistema de gerenciamento de RCD (resíduos da construção civil).

E salienta que a eficiente execução dessas tarefas é essencial para um sistema logístico otimizado.

Em suma, como levantado por Marcondes e Cardoso (2005) acredita-se que o gerenciamento da cadeia de suprimento, conceito que inclui tanto a logística em seu sentido normal como a logística reversa, para ser alcançado com êxito, precisa do auxílio de todos os agentes da cadeia produtiva, desde a indústria até o consumidor final em uma ação conjunta e integrada.

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Para Baptista (2011) “A principal ferramenta para medir o grau de

sustentabilidade do processo para concepção de um produto é o estudo de Avaliação do Ciclo de Vida”. Com esse estudo, é possível avaliar o impacto causado pelo produto final ao

meio ambiente, pois leva em consideração todo o processo produtivo.

Esse autor também destaca que “o ciclo de vida de uma edificação inicia-se na

fabricação dos materiais construtivos e suas fontes de recursos naturais, seguido pela fase de transportes até o canteiro de obras, execução da construção propriamente dita, prolongando-se com o uso e manutenção da edificação e encerrando-prolongando-se com a demolição e reciclagem dos materiais”. Com isso, pode-se perceber que uma edificação sustentável, com menor geração e

além disso de resíduos reutilizáveis, tem seu berço muito antes do início da fundação. Na Figura 1 é possível observar um diagrama do ciclo de vida de uma edificação.

Figura 1 - Ciclo de vida de uma edificação

Fonte: Tavares e Lamberts 1(2005) apud Baptista (2011)

2.2 PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

As perdas são calculadas considerando o material ou tempo necessário para realização de uma atividade, feito a partir de estudos e a quantidade efetivamente utilizada. Segundo Rocha, Cancio e Proencio (2013, p. 4) a principal causa para esses derperdícios é a imcompatibilização dos projetos ou alterações na etapa de execução. Além disso, na grande

1 TAVARES, Sergio F.; LAMBERTS, Roberto. Consumo de energia para construção, operação e manutenção

das edificações residenciais no Brasil. VIII Encontro Nacional sobre Conforto no Ambiente Construído, ENCAC, 2005.

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maioria dos casos, a execução das instações hidráulica e elétrica são realizadas após a execução da alvenaria gerando alto volume de resíduos e perdas.

As perdas nem sempre podem ser impedidas de ocorrer. Segundo Soibelman (1993 p. 6), as perdas podem ser evitáveis ou inevitáveis. Por inevitável entende as perdas naturais, devido ao rendimento não ser de 100%, as quais demandariam investimento maior que o retorno proporcionado, evitando-as. As perdas evitáveis são decorrentes de emprego inadequado dos equipamentos, roubo de material ou falta de gestão na utilização. Em decorrência disso, a perda evitável pode ser assemelhada com o desperdício. Além do custo da compra de material não necessário, o desperdício gera resíduos, os quais também agregam em investimento para gestão adequada. Nesse contexto, a Logística Reversa tem por objetivo atuar em parte das perdas evitáveis proporcionando destinação adequada e lucrativa para os resíduos na tentativa de reduzir ao máximo as perdas na construção.

2.3 A LOGÍSTICA REVERSA

A grande competição entre as empresas pelos mercados internos e externos, as inovações e as oportunidades para proporcionar vantagens competitivas, têm chamado a atenção de forma a atingir mercados cada vez maiores e agregar valor aos negócios e produtos já existentes. Seguindo essa linha de raciocínio, a logística reversa, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecido pela lei 12.305 de 2 de Agosto de 2010, pode ser definida como

[...]instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada é apresentada como maneira de se diferenciar no mercado (BRASIL, 2010).

Dessa forma, essa prática tem sido vista como interessante e provocado vantagens para muitas empresas. Segundo Santos e Pompeu (2016) a logística reversa aparece como uma grande oportunidade de se desenvolver a sistematização de toda uma cadeia de abastecimento de produtos que poderão novamente fazer parte do processo produtivo contribuindo para uma redução na extração de matéria-prima virgem.

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Ainda se tratando da reinserção do material à cadeia produtiva, Baptista e Romanel (2013) defendem de adotar no lugar dos atuais processos lineares de consumo dos produtos, os processos circulares levando os insumos depois de separados em classes para destinação correta de preparação para reuso, reciclagem ou descarte adequado de acordo com a classificação dada pela Resolução Nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA,2002).

Tendo em vista isso, Stock (2001) apresenta a definição de cada destinação que será dada os insumos da construção civil que passarão pela logística reversa para que sejam tomadas as decisões de onde eles serão alocados. São elas:

● Reuso do material: agrega valor de reutilização ao bem de pós-consumo na mesma cadeia produtiva;

● Remanufatura: consiste nas etapas de desmontagem do produto usado, na limpeza de suas peças, com a finalidade de revenda do material para mercados secundários.

● Reciclagem: processo industrial para a transformação de um material que terminou sua vida útil em um novo produto.

Ao final de todo processo, não havendo mais possibilidade de aplicação, realiza-se a correta disposição final dos produtos para evitar danos ambientais.

Outro viés importante e essencial da Logística Reversa é a participação dos geradores de resíduos, pois por estarem no final do ciclo linear são o início do ciclo reverso. Segundo Marcondes e Cardoso (2005, p. 9) esforços de um único lado (agente) ou esforços dispersos tendem a gerar resultados medianos e por consequência a não-propagação da filosofia de Logística Reversa. A partir disso, é possível perceber que os ganhos com a logística circular serão tão grandes quanto o esforço dos geradores, nesse estudo as construtoras, em realizar as operações iniciais visando a maior inserção dos resíduos aos processos produtivos.

Nesse sentido, Couto e Lange (2017) defendem que a adesão da população garantirá que o sistema de logística reversa tenha quantidade de material suficiente para gerar economia de escala. Pensando assim, é possível perceber que a logística reversa é tão ou mais complexa que a logística tradicional e requer atenção para que a sua aplicação seja feita de maneira correta e possa proporcionar as vantagens já acima citadas.

Dentro desses conceitos, é possível perceber que a logística reversa está ligada ao mesmo tempo, a questões legais, ambientais e econômicas, o que a coloca em destaque e faz com que seja imprescindível o seu estudo no contexto organizacional (CARTER;

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ELLRAM,1998). Porque por meio desse o processo as empresas podem se tornar ecologicamente mais eficientes por intermédio da reciclagem, reuso e redução da quantidade de materiais usados.

Segundo Guarnieri (2011), entre as vantagens econômicas e financeiras da logística reversa destacam-se o ganho obtido por meio da venda dos materiais descartados ao mercado secundário e redução dos custos com destinação, economia obtida com reutilização e recondicionamento dos produtos. As vantagens ecológicas estão relacionadas à redução do passivo ambiental e consequentemente, dos impactos gerados no ambiente além da utilização responsável dos recursos, evitando-se desperdícios.

2.3.1 Logística reversa e Gestão de Resíduos na Construção Civil

A construção civil é um dos setores que mais gera resíduos, causando expressivos impactos ambientais. Muitos desses resíduos são consequência da falta de planejamento das obras, construções ou demolições. É necessário que haja um controle e um acompanhamento de todo processo construtivo, desde a compra de materiais até a destinação final desses produtos a fim de evitar o desperdício de materiais e incentivar que haja a separação destes (FONSECA, CASTRO e MAINTINGUER, 2018, p. 5).

Apesar das diferentes metodologias de construção utilizadas nos países os resíduos de construção e demolição (RCD) ainda representam um relevante problema mundial, pois além do consumo de recursos naturais, a atividade responde pela geração de uma parcela significativa. Não obstante, Llatas (2011) afirma que em vários países os governos têm implantado normas ambientais com o intuito de minimizar os impactos causados pelos RCD.

Essas normas ambientais tem sido pivô da geração de muitos empregos nos países da União Europeia. Segundo o Eurostat (Gabinete de Estatísticas da União Europeia), o tratamento de resíduos na União Europeia já emprega cerca dois milhões de pessoas em todo bloco e o faturamento no setor em 2008 foi de 145 bilhões de euros, aproximadamente 1% do PIB do bloco. Segundo dados do gabinete os países que mais se destacam são Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Áustria, Suécia e Países Baixos, os quais tem em aterros apenas 3% dos seus resíduos, em contra partida em países como Bulgária, Lituânia, Letônia e Romênia esse percentual sobe para 75%. De maneira geral, o nível de reciclagem e recuperação dos RCD varia de 10 a 90% nos países da União Europeia.

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Do outro lado do Oceano Atlântico a situação não é diferente, parte com altos índices de reciclagem e outros nem tanto. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 70% dos RCD são reciclados ou recuperados (TOWNSEND, 2014).

Já no Brasil, onde os RCDs representam 67% dos resíduos sólidos urbanos municipais gerados (SCHAMNE; NAGALLI, 2016), segundo dados da Abrecon apenas 20% desses resíduos passam por processos de beneficiamento, reutilização ou reciclagem.

Para melhor entendimento das diferentes formas de gerenciamento de resíduos é necessário conceituar reutilização, reciclagem e beneficiamento. Reutilização é o processo de aplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo; reciclagem é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação; beneficiamento é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto (BRASIL, 2002).

No Brasil, ainda são raras as iniciativas empreendedoras que visam à correta gestão de materiais em canteiros de obras, seja em qualquer dos processos de gerenciamento de resíduos. Entretanto, algumas construtoras já perceberam que iniciativas como o reaproveitamento de materiais que geram resíduo nas obras podem ser lucrativas e benéficas para a empresa, uma vez que contribui para os ecossistemas em seu entorno minimizando os resíduos gerados (ROCHA, CANCIO e PROENÇA, 2013). Lacerda (2002) reforça essa ideia quando afirma que a implementação da logística reversa pode reverter grandes benefícios às organizações quanto à imagem institucional dentro do ambiente na qual a mesma está inserida, pois reflete a preocupação com o meio-ambiente e a sociedade, como no aspecto econômico.

Essas vantagens econômicas são refletidas nos gastos financeiros da empresa com aquisição de materiais. Segundo Careli (2013) ao considerar a hipótese da utilização de agregados reciclados em substituição aos naturais, os preços praticados pelo mercado chegam a ser cerca de 30% inferiores. No entanto, de acordo com o mesmo autor, o grande benefício para construtoras está relacionado à busca pela minimização da geração dos resíduos, uma vez que são evitados gastos com o transporte e destinação, e perda de materiais.

Em caso de resíduos que não podem ser evitados a solução é a correta segregação com garantia de qualidade para reuso. A partir dessa concepção Miranda e Selmo (1999), afirmam que as grandes perspectivas para a reciclagem de entulho de construção civil são a construção de centrais de reciclagem, que possam produzir argamassas, concretos e

(27)

pré-fabricados em volumes compatíveis à velocidade de geração de entulho nas grandes cidades, mas que garanta um nível mínimo de controle tecnológico produzindo materiais com desempenho adequado. Esses materiais recebem maior atenção devido a liderar o percentual de resíduos gerados nas obras. A Figura 2 apresenta a composição média de resíduos da Construção gerados no Brasil que justifica a concepção apresentada pelos autores.

Figura 2 - Composição Qualitativa do RCD no Brasil

Fonte: Fernandes (2018) adaptado de Hernandes e Vilar 2(2004) apud Nagalli (2014).

Pode-se observar que a composição de concreto e argamassa representa mais da metade do RCD produzido no Brasil. Nagalli (2014, p. 66) justifica isso observando “que essa

quantidade de resíduos está associada ao sistema construtivo brasileiro que adota estruturas em concreto e revestimentos assentados sobre argamassa de cimento”. Ainda sobre isso, a

autora complementa que em países da Europa e os Estados Unidos, que utilizam sistemas construtivos diferentes dos adotados no Brasil, a geração de resíduos apresenta composição diferente. Nesses casos a quantidade de resíduos de concreto e argamassa é muito menor, em contrapartida há o aumento de resíduos de outros tipos, como aço, madeira e gesso.

A partir desse estudo, a Logística Reversa é vista como uma alternativa para o gerenciamento adequado dos RCD, pois quando bem planejada e executada ela pode auxiliar na agregação de valor dos resíduos gerados, na reciclagem e na disposição final em locais adequados (SCHAMNE; NAGALLI, 2016).

2HERNANDES, Ricardo; VILAR, Orêncio Monje. Utilização de resíduo de construção e demolição nas obras

(28)

Sobotka e Czaja (2015) também compartilham dessa visão quando afirmam que a logística reversa na construção civil deve ter uma abordagem sistêmica em conformidade com as regras e normas técnicas do setor da construção, e prevalecer pela gestão dos recursos durante todo ciclo de vida do edifício. É necessário que desde a concepção do projeto se estabeleça um plano de gerenciamento dos RCD, pois no decorrer da obra podem ser executadas reparações, alterações de projeto, reconstrução e demolição passíveis de recuperação de materiais.

O incentivo à adoção de práticas de Logística Reversa pode contribuir para mudança de quadros como o de Belo Horizonte, onde os resíduos de construção e demolição representam a maioria, sendo 37% dos resíduos recolhidos pela superintendência de limpeza urbana da cidade. Na Figura 3, é possível observar que apenas 17% dos resíduos de construção e demolição são reciclados e reutilizados quando o potencial é de aproximadamente 70% (COSTA E OLIVEIRA, 2010). Esse potencial, se explorado poderia gerar emprego e renda para muitas pessoas, além de contribuir para retirada de resíduos da construção civil dos aterros.

Figura 3 - Resíduos de construção e demolição em Belo Horizonte (1995-2010)

(29)

2.4 LOGISTICA REVERSA E GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Com a inserção do termo Logistica Reversa surgiu uma instabilidade devido à proximidade deste e a gestão de resíduos, por conta da adjacencia de seus conceitos e suas ações. Para a lei 12.305 de 2 de agosto de 2010 em seu artigo terceiro, a gestão integrada de resíduos sólidos é

[...] o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010).

Como afirmam Goto e Souza (2008, p. 5) para implementar um gerenciamento adequado dos resíduos é necessário priorizar as diversas etapas que compõem da gestão de resíduos sólidos: a redução do consumo; a reutilização por meio da reforma, a reciclagem e a incineração com aproveitamento de energia ou o depósito em locais adequados. Visando complementar e esclarecer a diferença, Marchi (2011), define a Logística Reversa como mecanismo de desenvolvimento social e econômico, definido por um conjunto de ações, procedimentos e meios indicados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos na área empresarial, para o reaproveitamento no seu ciclo produtivo, ou em outros ciclos, e a destinação final ambientalmente adequada. Dessa forma, entende-se que a Logística Reversa é uma ferramenta utilizada para aplicação da correta gestão integrada de resíduos sólidos.

2.4.1 Legislação sobre a gestão de resíduos

Desde que começou a ser realizado, segundo dados do IPEA (2012, p. 11) o manejo dos resíduos da construção estava sob responsabilidade apenas do poder público. Este enfrentava problemas com a limpeza e o recolhimento, pois muitos materiais eram depositados em locais inapropriados como áreas públicas, ruas, praças e margens dos rios. (IPEA, 2012, p.11).

Por conta disso e também para dividir com as instituições privadas a responsabilidade de gestão dos resíduos da construção e preocupação com o impacto ambiental, o poder público instituiu uma série de legislações e normas, com o intuito de definir diretrizes, objetivos e instrumentos para a gestão integrada e compartilhada de resíduos

(30)

sólidos definindo responsabilidades das instituições e também de cada esfera do poder público, sendo municipal, estadual ou federal (SOARES, 2017, p. 20).

2.4.1.1 Resolução Nº 307 do Conama

Segundo Carvalho (2007), a preocupação no Brasil com os impactos ambientais decorrentes das atividades de construção civil ocasionadas pela urbanização e aumento populacional, principalmente no que diz respeito à utilização de recursos naturais e geração de resíduos, induziu a criação da Resolução Nº 307/2002 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Essa resolução, que embasa legislações municipais e estaduais, define responsabilidades quanto a geração e gestão de RCD no Brasil, visando minimizar os problemas ambientais decorrentes da geração de resíduos da construção.

A Resolução Nº 307 do CONAMA (2002), estabelece a classificação dos resíduos da seguinte forma:

Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados (materiais

que podem ser agregados em argamassas ou concretos).

Classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações (plásticos, papel,

papelão, metais, vidros, madeiras e outros).

Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem e/ou recuperação.

Classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais

como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

A resolução 307 do Conama sofreu alteração decorrente da Resolução 431 de 24 de Maio de 2011 incluindo o gesso, inicialmente categorizado como material de classe C, para material pertencente à classe B devido às recentes aplicações descobertas para os seus resíduos. Outra alteração realizada na resolução foi feita a partir da resolução 348 de 16 de Agosto de 2004, a qual incluiu o amianto como material perigoso classificado como classe D.

Em seu Artigo 10, a Resolução 307 do Conama estabelece, segundo suas diretrizes, as destinações a que os resíduos das diferentes classes devem ser submetidos. As destinações podem ser observadas no Quadro 1.

(31)

CLASSE DE

RESÍDUO DESTINAÇÃO CORRETA

Classe A:

Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura

Classe B Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem

Classe C: Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

Classe D: Deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas

Quadro 1 - Destinação dos resíduos da construção Civil Fonte: Autora com base em CONAMA (2002).

A Resolução 307 determina que os geradores são responsáveis pela segregação dos resíduos em diferentes classes, encaminhamento para reciclagem e disposição final adequada. Além disso, a resolução estabeleceu que as áreas destinadas para essas finalidades devem passar pelo processo de licenciamento ambiental e ser fiscalizadas pelos órgãos ambientais competentes.

2.4.1.2 Lei Nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010

Pela primeira vez na história brasileira publicou-se uma lei totalmente voltada à problemática dos resíduos sólidos urbanos. A Lei nº 12.305 de 2 de Agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010).

A lei traz uma inovação em relação às legislações anteriores. Essa novidade consiste na integração das responsabilidades de todas as esferas do setor público e ainda do setor produtivo, responsabilizando e obrigando a todos, a elaborar os planos de gestão, no sentido de promover o manejo dos resíduos sólidos. Compete à União a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Já os estados membros devem elaborar seus planos estaduais devendo priorizar a constituição de microrregiões para trabalharem de forma integrada na gestão de seus resíduos. Contudo, é para os municípios que a lei traz o maior número de

(32)

deveres, pois são detentores de competência constitucional para realização de serviços locais, dentre eles o de limpeza urbana (PEREIRA, 2011).

Os municípios não tem prazo de entrega, podendo elaborar seus planos a qualquer momento. Os planos, no entanto, segundo o Ministério do Meio Ambiente, são instrumentos importantes para o atendimento da lei e o ordenamento local da gestão de resíduos sólidos. As implicações de não se ter um plano de resíduos são dadas no art. 55 da Lei 12.305, que define que, a partir de 2 de agosto de 2012, os estados e municípios que não tiverem seus planos elaborados não poderão ter acesso a recursos da União, ou por ela controlados, para serem utilizados em empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos (BRASIL, 2014).

Além disso, de acordo com Pascoal (2015, p. 17) a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece como condicionante para o acesso a recursos da União ou por ela controlados, a elaboração de planos de gestão de resíduos sólidos. No entanto, a existência do plano concluído, aprovado e que esteja em conformidade com o conteúdo mínimo previsto na Lei 12.305 (BRASIL, 2010), é condição necessária, mas não suficiente para formular o pedido por recursos. É essencial, por exemplo, que o objeto do pleito esteja contemplado no plano e que o município não esteja inadimplente.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA,2016), a lei também “coloca o

Brasil em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva”. Segundo dados do

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2008, a disposição final ambientalmente adequada era uma realidade apenas de 1.092 dos 5.564 municípios brasileiros, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do IBGE. Em contra partida, já no final de 2013, após a sansão da lei, de acordo com levantamento do MMA junto aos estados, esse número era de 2,2 mil municípios.

A lei Nº 12.305 (BRASIL,2010), ainda determina, em seu Artigo 9º que na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade de:

1. Não geração, 2. Redução, 3. Reutilização, 4. Reciclagem,

(33)

E, somente em último caso, a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Além disso, permite-se, segundo a lei Nº 12.305, que sejam utilizadas tecnologias com intuito de recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental (BRASIL, 2010).

O município de Florianópolis, por meio do Decreto N º17.910, de 22 de agosto de 2017, instituiu o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, porém o plano ainda não contempla a Gestão dos resíduos da Construção Civil, capítulo que ainda está em projeto de lei.

2.4.1.3 Outras regulamentações

Além das regulamentações já apresentadas, são encontradas algumas outras que conjuntamente orientam o gerenciamento de resíduos da Construção Civil. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) elaborou normas que tem por objetivo a regulamentação da gestão e manejo corretos à luz da Resolução CONAMA 307 (2002), além disso estabelecimento de requisitos para a aplicação de agregados reciclados em obras de engenharia. (Ministério das cidades). No

NBR 15116:2004 Agregados reciclados de resíduos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. são apesentadas as normas técnicas brasileiras relacionadas ao descarte de resíduos da construção civil.

Quadro 2 -,Normas Técnicas Relacionadas aos Resíduos da Construção Civil.

NORMA TÍTULO

NBR 10004:2004 Resíduos Sólidos – Classificação

NBR 15112:2004 Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação NBR 15113:2004 Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros –

Diretrizes para projeto, implantação e operação

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reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação

NBR 15115:2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos

NBR 15116:2004 Agregados reciclados de resíduos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos.

Fonte: Autora com base em dados da ABNT.

As normas listadas no

NBR 15116:2004 Agregados reciclados de resíduos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. têm função de regulamentar e orientar a gestão de resíduos. A norma ABNT NBR 10.004 trata da classificação dos tipos de resíduos da construção civil através da sua periculosidade e seus respectivos danos ao meio ambiente e à saúde pública bem como seu gerenciamento conforme tal classificação. A partir desses critérios os resíduos são separados em resíduos de classe I, considerados perigosos e resíduos de classe II considerados não perigosos. Os resíduos de Classe II são subdivididos em classe A, não inertes e classe B, inertes. A classificação foi baseada na caracterização do resíduo, em razão das matérias-primas, dos insumos e do processo que lhes deram origem. (ABNT, 2004a)

A norma 15112:2004 trata de resíduos sólidos da construção civil e resíduos inerte e estabelece como devem ser as áreas de transbordo e triagem de resíduos de construção e demolição: Esta norma tem como objetivo definir requisitos básicos para elaboração do projeto, implantação e operação de aterros de resíduos sólidos e resíduos volumosos, além de descrever os sistemas de proteção ambiental que deverão ser utilizados em uma área de transbordo, contemplando controle de poeira, ruído, sistema de drenagem e revestimento para o piso (ABNT, 2004b). Ainda a respeito dos resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes, a NBR 15113:2004 estabelece diretrizes para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos de classe A, além disso visa orientar sobre a disposição dos resíduos e a futura utilização da área do aterro, bem como a proteção do meio ambiente e saúde da população vizinha e aos trabalhadores de tais instalações (ABNT, 2004c).

As áreas de reciclagem dos resíduos da construção civil recebem diretrizes para projeto, implantação e operação na NBR 15114:2004 (ABNT, 2004d). Assim como a NBR 15113:2004, esta norma possui os mesmos objetivos, mas têm como foco os aspectos diretamente ligados à reciclagem dos resíduos sólidos da construção “classe A”. A NBR

(35)

15115:2004 estabelece como será execução e critérios de camadas de pavimentação (reforço de subleito, sub-base, base e revestimento primário) feitas a partir de agregados reciclados da construção (ABNT, 2004e). A NBR 15116 regulamenta os requisitos mínimos para o emprego destes materiais em pavimentação e em concreto, além do controle da qualidade do agregado reciclado. (ABNT, 2004f)

2.4.2 Gestão de Resíduos da Construção Civil em Florianópolis

A Cidade de Florianópolis é a capital do estado de Santa Catarina. Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município é composto pela ilha principal, a ilha de Santa Catarina, a parte continental e algumas pequenas ilhas circundantes totalizando área de 675,4 Km² (dados de 2016), em sua maioria na região insular, como mostrado pela

Figura 4. É o segundo município mais populoso do estado, contando com uma população de aproximadamente 493 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE em 2018 e esse número vem crescendo em ritmo acelerado estimulando o mercado imobiliário.

Figura 4 - Localização e mapa do município de Florianópolis

(36)

Para atender a procura por moradia advinda da população que chega à cidade e dar insumo para o mercado imobiliário conta-se com o setor da Construção Civil. Seja para proporcionar moradia, áreas de lazer, hospitais ou escolas. Essa mobilização requer a utilização de recursos e por conta do método adotado em grande parte das construções brasileiras a geração de resíduos. Como a cidade não está preparada, segundo Fernandes (2018) o aumento de construções faz com que a geração de resíduos da construção civil se intensifique de maneira considerável, o que gera problemas ambientais quanto a sua disposição final adequada.

O Gráfico 1 mostra a composição e pode-se perceber que os serviços relativos à alvenaria, principalmente à quebra para inserir as tubulações hidráulicas e os eletrodutos, é responsável por praticamente 50% dos resíduos gerados pela construção civil na região de Florianópolis.

Gráfico 1 - Composição do RCC na Região da Grande Florianópolis

Fonte: Plano Municipal Integrado De Gerenciamento Dos Resíduos Da Construção Civil E Coleta Seletiva Do Município De São José (2012)

A Lei Complementar Nº 305 de 2007 (BRASIL, 2007), inspirada na resolução Nº 307 no Conama estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para gestão dos resíduos da construção civil no município. Porém, além desse documento segundo a Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010 (BRASIL ,2010), todos os municípios brasileiros precisam elaborar um Plano

(37)

Municipal Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil e Coleta Seletiva (PGIRCC), pois,

“[...] é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade.”(BRASIL, 2010)

A partir desse trecho da lei é possível perceber quão prejudicado e atrasado está o município de Florianópolis frente ao seu vizinho, São José, por exemplo qual já possui o Plano desde o ano de 2012. Segundo Fernandes (2012) o município passa desde 2012 por entraves políticos e por conta disso ainda não possui o PGIRCC elaborado e em prática, impedindo a completa formalidade na gestão de resíduos da construção civil no município. Com isso, sem legislação adequada, não é possível definir e exigir posicionamento dos envolvidos.

Com a falta de fiscalização, não há esforço para mudança. Segundo Bez (2014, p. 13) a maioria das construtoras e empreiteiras não realizam o treinamento dos funcionários com relação à correta segregação dos resíduos nos canteiros, os quais são levados misturados pelas empresas de papa entulho. O autor salienta ainda que as construtoras não cobram das empresas de coleta a respeito da existência e validade de licenças ambientais para destinação dos resíduos. Com isso, a reutilização dos resíduos da construção civil não é exigida na cidade e por consequência recebem a destinação que as empresas julgam adequadas que pode não ser a melhor solução.

Segundo dados da prefeitura (2015), A Comcap, Companhia de Melhoramentos da Capital responsável pela coleta seletiva, possui um aterro de inertes para depositar os resíduos sólidos inertes proveniente do serviço realizado no bairro de Canasvieiras, o aterro de inertes e de construção civil do Canto do Lamim, em operação desde 2012. Porém esse aterro já se encontra em sua capacidade máxima, prejudicando o envio de materiais para o local.

(38)

3 METODO DE TRABALHO

O tema de pesquisa sobre a aplicação de logística reversa em Florianópolis surgiu do interesse da autora sobre temas ligados à sustentabilidade. Além disso, conhecer sobre a destinação e melhor forma de aproveitamento dos resíduos da construção sempre foi uma curiosidade. Dada a proximidade, a pesquisa foi realizada em Florianópolis. Assim, optou-se por conhecer mais sobre a destinação dos resíduos nesse município. Como forma de verificar se já existiam trabalhos na área foi realizada uma pesquisa no repositório da biblioteca da UFSC e também no Google Acadêmico.

Percebeu-se que para despertar interesse das empresas em aplicar a logística reversa é necessário ter um retorno, quase que sempre, financeiro. Por conta disso, foi tentado contato com empresas que recebem resíduos como forma de entender o processo e também todo custo gerado em torno dele. A pesquisa não apresentou avanço nesse sentido devido à falta de respostas das empresas e com isso não havia dados base para que os custos fossem calculados. Nesse momento o trabalho precisou passar por algumas alterações, pois sem os dados, não seria possível calcular os custos.

A pesquisa foi remoldada e passou para um diagnóstico com intuito de entender se e como é feita a logística reversa em Florianópolis e apresentar às construtoras soluções para reutilização dos resíduos, ainda que sem o custo para implantar. Para atingir esse objetivo foi realizada pesquisa bibliográfica complementada com uma pesquisa qualitativa. O intuito da pesquisa é responder o questionamento: Entre as alternativas de logística reversa disponíveis quais são aplicadas em Florianópolis.

Como forma de conhecer as alternativas disponíveis foi realizada pesquisa no Google Acadêmico em busca de fontes tais como artigos, dissertações e teses e nas fontes pesquisadas foram coletados dados relativos às aplicações de logística reversa na construção. Especificamente procurou-se quais as formas de aproveitamento dos resíduos, testes realizados para tornar possíveis as aplicações, desempenho dos materiais reciclados e possíveis entraves para torna-las plausíveis, porém alguns não dispuseram de todas as informações. As palavras chaves utilizadas para procura das soluções variaram. Entre as utilizadas em português encontram-se: logística reversa, gestão de resíduos, reuso de rejeitos da construção civil, alternativas sustentáveis para aplicação dos resíduos, resolução Conama e logística circular, aplicação dos resíduos de classe A. Já no inglês: circular logistics, reverse

(39)

ainda durante o plano de pesquisa. Posteriormente, durante o período de realização da segunda etapa de pesquisa, foram encontradas mais nove alternativas, totalizando 15 alternativas para os resíduos da construção. As Alternativas foram escolhidas devido à similaridade dos resíduos estudados e os resíduos provenientes da construção civil, além disso como a atividade de construção civil é realizada de diferentes formas nos diversos países, para esse estudo, foram consideradas apenas as alternativas para o aproveitamento dos resíduos disponíveis no Brasil.

Com base no referencial teórico identificou-se que os resíduos podem ser organizados por classe conforme as Resoluções Nº 307 e Nº 401 do Conama e os agentes de cada etapa do ciclo de vida do material de acordo com a atividade que desempenham no processo. A organização das alternativas, conforme os critérios anteriores, permitiu responder quais são as alternativas de logística reversa disponíveis para os resíduos da construção civil.

Para conhecer sobre a aceitabilidade e também aplicação procurou-se as informações no mercado. A partir de indicação de uma professora do Departamento de Engenharia Civil, encontrou-se uma especialista com experiência de três anos na área de gestão de resíduos no canteiro de obras. Ela indicou ajustes a serem realizados e recomendou empresas que se identificariam com a pesquisa e poderiam participar. Com base na organização das informações do parágrafo anterior foi elaborado um questionário, presente no Apêndice A, que foi enviado aos responsáveis das áreas de gestão de resíduos da construção das empresas indicadas, por meio da ferramenta de Formulário do Google. A pesquisa foi enviada para 15 construtoras, da cidade de Florianópolis no período compreendido entre Abril e Maio de 2019. Os dados das empresas participantes e dos entrevistados são apresentados no Quadro 3.

Quadro 3 - Características dos entrevistados

Característica Formação do entrevistado / Cargo na empresa Idade da empresa Tempo de experiência do entrevistado no ramo. Número de funcionários Número de obras em execução Atuação da empresa Entrevistado 1 (Empresa A) Engenheiro Civil / Diretor de Obras

(40)

Entrevistado 2 (Empresa B)

Engenheiro Civil / Diretor

Técnico

3 anos 4 anos Até 19 3 Construção

Entrevistado 3 (Empresa C) Engenheiro de Produção Civil Diretor de Projetos

3 anos 6 anos 100 a 200 10 Construção

Entrevistado 4 (Empresa D) Administrador / Diretor Administrativ o

10 anos 5 anos Até 19 4 Superestrut

ura Entrevistado 5 (Empresa E) Engenheiro Civil / Responsável Técnico

17 anos 8 anos Até 19 3 Construção

Fonte: Autora (2019)

Dessa forma, com esses dados, gerou-se uma planilha de respostas que foram utilizadas para cruzamento de dados. As alternativas encontradas com o fluxograma elaborado e a percepção dos especialistas das construtoras do município de Florianópolis serão mostrados nos resultados deste estudo nos capítulos 4 e 5. A estruturação dessa metodologia de pesquisa é apresentada na Figura 5.

(41)

Figura 5 – Fluxograma de Estruturação da metodologia

Verificação de

pesquisas anteriores Levantamento de

alternativas de Logística Reversa

Seleção das alternativas em função da sua aplicabilidade

na construção civil

Delimitação do local

da pesquisa Entrevistas com as

construtoras Análise dos

resultados Delimitação do

tema / problema de pesquisa

Avaliação da percepção das alternativas em construtoras

Fonte: A autora

3.1 DIFICULDADES DA PESQUISA

Apesar de a pesquisa ter apontado a não divulgação dos dados, das 15 construtoras contatadas apenas 5 responderam ao questionário. Algumas responderam ao e-mail alegando ser política da empresa a não divulgação de informações mesmo que para fins acadêmicos ou que não tinham tempo para dar retorno, pois estavam durante todo o tempo envolvidos com as obras e também outras não deram retorno mesmo com a ênfase de que seriam essenciais para melhor conclusão desta pesquisa.

(42)

4 ALTERNATIVAS PARA APLICAÇÃO DE LOGISTICA REVERSA

Tanto a construção da edificação como a reforma e demolição do edifício, após a utilização, gera resíduos. No caso da execução de uma obra de construção de um edifício os resíduos podem ser reutilizados na própria obra, enviados para indústria para passar novamente pelo processo de produção ou serem aplicados para fins externos. No caso de demolição, a última opção apresenta maior vantagem segundo Brimacombe (2001)3 apud

Blengini (2009, p.6), dado que o aproveitamento da produção de massa de aço a partir de sucata secundária é de cerca de 93,5%.

Além disso, devido ao alto custo de frete para transporte dos materiais até os aterros legalizados ou centrais de reciclagem muitas construtoras entregam os materiais para as empresas de entulho que facilitam o recolhimento e descarte dos resíduos da construção. Dessa forma, as construtoras podem não ter controle do que está sendo realizado com os resíduos e se a destinação está sendo feita de forma correta.

A partir desses dois exemplos pode-se perceber a importância do incentivo e facilitação da logística reversa, pois é importante que os materiais possam ser aproveitados até seu último nível de reutilização. Concomitante a isso, os locais de aproveitamento precisam ser próximos aos locais de produção de forma que o custo do transporte não seja um empecilho para sua reinserção na cadeia produtiva. Com isso, ao longo desse capítulo será mostrado como preparar os resíduos no canteiro de obras, o local para o qual enviar e as alternativas de logística reversa encontradas em bibliografias brasileiras.

4.1 RESULTADOS TEÓRICOS

Os resultados teóricos são maneiras de realizar as atividades de forma que a logística reversa possa obter maior grau de aproveitamento. Além disso, inclui as soluções encontradas na bibliografia.

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