O cinema na sala de aula e a
construção de significados
Eliane dos Santos
Pascoal
Pré- conceito? Potencial negativo? mundo
idealizado? Filme educativo potencialmente
melhor?
Filme ligado a uma sociedade faz parte dela –
Ainda hoje divórcio entre a sociedade e a escola.
O erro cometido na tentativa de criar o cinema
educativo foi, exatamente querer “limpar” a
linguagem audiovisual dessa sua vocação de
liberdade ante a lógica do tempo e do espaço
Que cultura audiovisual formou o e educador
brasileiro.
Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado, como
ausência do professor. Usar este expediente eventualmente pode ser útil, mas se for feito com freqüência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa -na cabeça do aluno- a não ter aula.
Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O aluno
percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar na hora, mas discorda do seu mau uso.
Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir o uso do vídeo
costuma empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas.
Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos
possíveis porque possuem defeitos de informação ou estéticos. Os vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados para descobri-los,junto
Usos inadequados do Cinema em
sala de aula
Questões
Na escola, aprende-se a ler impressos e a escrever
manuscritos e, assim, o estudante é considerado
alfabetizado.
Mas em que momento aprende-se a “ler ou a
escrever” um texto audiovisual? Alguém ensina o
aluno a assistir a um programa de televisão ou a
assistir a um filme?
Quando o aluno aprende como é o processo de
desenvolvimento de um programa ou de um filme?
E é possível ensinar a “ler e escrever” um texto
Cinema e a construção de
significados
Espectadores: Grupos de indivíduos passivos?
Ou formas diferentes de participação na
imobilidade da poltrona?
Conceito de “vivência virtual”
Não há limites na escolha dos filmes, mas
cuidados (público, tempo, objetivos etc). Os mais
adequados são os que proporcionarem maior
riqueza de discussão. Houve experiências em
que mostrar o negativo permitiu ampliar a visão
Carneiro (2003, p 17)
Para aproximar-se da TV como educador é preciso não negar nem condenar o caráter lúdico na relação com os meios. Reconhecer a recepção como espaço de produção de sentido que pode estender-se a outros espaços, incluída a escola. Mediar não significa recusar, negar, desqualificações a priori. Implica sair da posição de telespectador para provocar outras leituras, estabelecer relações
analíticas, seletivas, perguntar, compreender melhor a si e ao mundo em que se vive.
A mediação pedagógica não destrói a atração provocada pela televisão nem a descaracteriza.
Cabe ao professor, diante da situação específica de cada ação pedagógica e do contexto e das condições vivenciados pelos alunos, construir estratégias eficientes
para cada situação, utilizando os meios de comunicação de acordo com os objetivos a serem alcançados, ou seja, é imprescindível que ele seja um mediador pedagógico.
Cinema e Educação
Professor construtor de sentidos através do
cinema
A Universidade e a sala de aula pode
proporcionar este espaço de construção
coletiva de sentidos
Múltiplas linguagens: imagem, som,
Cinema e Educação
“Na perspectiva do lugar dos sons na produção de sentidos
podemos associar as esferas acústicas a uma espécie de
reflexo da sociedade, evidenciando mecanismos socioculturais atrelados a valores e relações de poder.”
Pode-se afirmar que o hiper-estímulo auditivo, no sentido da
sobrecarga à qual os indivíduos são expostos diariamente nos centros urbanos, afeta seus corpos e consequentemente a sua relação com o meio..”
Cinema
Cinema e Educação: uma interface em
construção
Pensando “o que” e só depois “ como”
Diferentes áreas e a experiência com o
Cinema e Educação
Para Monica Fantim o paradígma “ecológico”
da educação propõe uma concepção de
fazer educação usando todos os meios e
tecnologias. Nesta perspectiva o objetivo da
escola é que o educando utilize e atue em
outros espaços construindo relações e
Cinema e Educação – Monica
Fantin
Cinema pode ser entendido a partir de
diversas dimensões: estéticas, cognitivas,
sociais e psicológicas;
Todas estas dimensões podem estar
Cinema e Educação
Não podemos reduzir seu potencial de objeto
sociocultural, além de ser uma ferramenta
pedagógica com ampla significação e
Educar com e para o cinema
Educação pode abordar o cinema:
Como instrumento;
Como objeto de conhecimento;
Como meio de comunicação;
Cinema e Educação
Carneiro (2000, p. 65) apresenta uma sistematização com base em
quatro funções básicas, mas que podem ocorrer concomitantemente: a)
função de informação e de conteúdo
: consiste emapresentar o programa produzido para apresentar o conteúdo da aula (forma direta) ou o programa produzido sem tratamento
pedagógico específico (forma indireta);
b)
função de motivação
: significa utilizar o potencial motivacional do meio audiovisual para problematizar conteúdos, aproximando a cultura do aluno, com a emoção, com as imagens do mundo real; c)função de ilustração
: consiste em apresentar documentos,imagens, vozes ou até mesmo fatos e histórias para ilustrar aulas, ajudando na compreensão de fatos, idéias e conceitos;
d)
função de meio de expressão
: significa produzir mensagens audiovisuais como modo de expressão.Pensando o “ como” através do “ o que”
Linguagens visuais: semelhante ao cérebro
Espelho identificação X Espelho oposição
Texto e contexto
Efeitos e defeitos
Socialização
Vivência virtual
Linguagem
Cinema e Educação
Considerar o cinema como meio significa
que sua multiplicidade de linguagens pode
atuar no âmbito da consciência do sujeito e
no âmbito sócio-político-cultural
constituindo-se em um formidável instrumento de
intervenção, pesquisa, comunicação e
fruição;
Cinema e Educação
Para Walter Benjamin, quem busca uma
nova leitura, uma nova tradução, pode
encontrar sempre sentidos que não estão
transparentes, explícitos nos textos, escritos,
sonoros, imagéticos, fílmicos...
Pensando o como através do “o
que” Cristian Meetz
Análises possíveis
Várias vias de acesso ; percepção, estética; público etc Relação texto/contexto
Sentidos/emoção; projeção identificação
Filmes “didáticos, documentários e ficcionais” pensando as
relações
Pensando efeitos e defeitos
Espelho identificação X espelho oposição Cinema como campo de problematização
Socialização ( Celso João Ferreti) Processo pelo qual pessoas
aprendem novos conhecimentos, formas de agir, pensar,
convenções, gestos, habilidades etc que lhes permitem partilhar mais efetivamente da sociedade em que vivem
O filme como elemento de socialização na escola – Celso João Ferreti
Socialização que os filmes (não
intencionalmente) provocam nos alunos
Na cultura da escola o chamado Filme
Didático tem status de material didático.
Filmes chamados comerciais ligado ao ócio,
Possibilidades
Vídeo como SENSIBILIZAÇÃO Um bom vídeo é
interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria.
Vídeo como ILUSTRAÇÃO. Um vídeo traz para a sala de aula
realidades distantes dos alunos, como por exemplo a Amazônia ou a África.
Vídeo como SIMULAÇÃO É uma ilustração mais sofisticada. O
vídeo pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos. Um vídeo pode mostrar o crescimento acelerado de uma planta, de uma árvore -da semente até a maturidade- em poucos segundos
PROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO
Vídeo como PRODUÇÃO - Como documentação, registro de
eventos, de aulas, de estudos do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos. Isto facilita o trabalho do professor, dos alunos e dos futuros alunos. empréstimo ou aluguel dos mesmos programas.
Vídeo como AVALIAÇÃO -Dos alunos, do professor, do
processo.
Vídeo ESPELHO -Vejo-me na tela para poder
DINÂMICAS DE ANÁLISE
Análise em conjunto -O professor exibe as cenas mais importantes e
as comenta junto com os alunos, a partir do que estes destacam ou perguntam. É uma conversa sobre o vídeo, com o professor como moderador.
Análise globalizante
Fazer, depois da exibição, estas quatro perguntas:
- Aspectos positivos do vídeo - Aspectos negativos
- Idéias principais que passa
Análise Concentrada –Escolher, depois da exibição, uma ou das
cenas marcantes. Revê-las uma ou mais vezes. Perguntar (oralmente o por escrito):
- O que chama mais a atenção (imagem/som/palavra) - O que dizem as cenas (significados)
DINÂMICAS DE ANÁLISE
Análise "funcional" -Antes da exibição, escolher algumas funções ou
tarefas (desenvolvidas por vários alunos):
- o contador de cenas (descrição sumária, por um ou mais alunos) - anotar as palavras-chave
- anotar as imagens mais significativas - caracterização dos personagens
ANÁLISE DA LINGUAGEM- Que história é contada (reconstrução da
história)
- Como é contada essa história
. o que lhe chamou a atenção visualmente . o que destacaria nos diálogos e na música
Formas de utilização
COMPLETAR O VÍDEO
Exibe-se um vídeo até um determinado ponto.
Os alunos desenvolvem, em grupos, um final próprio e justificam o porquê da escolha. Exibe-se o final do vídeo
Comparam-se os finais propostos e o professor manifesta também a sua opinião.
MODIFICAR O VÍDEO
Os alunos procuram vídeos e outros materiais audiovisuais sobre um determinado assunto.
Modificam, adaptam, editam, narram, sonorizam diferentemente.
Criam um novo material adaptado a sua realidade, a sua sensibilidade.
COMPARAR VERSÕES VÍDEO PRODUÇÃO
Contar em vídeo um determinado assunto
Pesquisa em jornais, revistas, entrevistas com pessoas.
Elaboração do roteiro, gravação, edição, sonorização. . Exibição em classe e/ou em circuito interno.
Outras formas
Relação do cinema com outros meios;
Oferecer repertório diverso e variado;
Problematização;
Situações coletivas;
Interpretação e compreensão;
Cinema e Educação Instrumento de intervenção, pesquisa, comunicação e fruição Sensibilização -Ilustração Simulação – Produção Avaliação - Espelhos Instrumento Objeto de conhecimento Meio de expressão Meio de Comunicação Função de: Informação e Conteúdo Motivação - Ilustração Expressão Dimensões Políticas Sociais, Estéticas e Psicológicas
Relação do cinema com outros meios Oferecer repertório diverso e variado
Problematização Situações coletivas Interpretação e compreensão Experiência de produção Análise em conjunto Análise Globalizante Análise Concentrada Análise Funcional Completar o Vídeo Modificar o vídeo Comparar versões
Análise dos personagens Análise da linguagem
Cinema e Educação