A Matriz Biológica da Psicologia
His tória e Epis temologia da Ps icologiaDocente:
Profes s ora Doutora Maria João S ilveira
Ana Barroca
Catarina Teixeira Rosa Fernandes Sofia Faria
Zulmira Tavares
Índice
Índice
• O século XIX • A Revolução na Biologia • Jean Lamarck • Herbert Spencer • Charles Darwin• A Teoria da selecção natural
• Os Princípios da selecção natural • O Evolucionismo
• O contributo de Darwin para a Psicologia • A Psicologia Evolutiva
O S éculo XIX
• A corrente predominante era o C riacionismo: os seres vivos foram criados por Deus e as espécies não se alteraram ao longo do
tempo.
• Uma série de pensadores passou a admitir a ideia da substituição gradual de espécies por outras através de adaptações a ambientes em contínuo processo de mudança.
A R evolução na Biologia
A R evolução na Biologia
C aracterísticas
• R uptura com o passado, começando a estudar-se os seres vivos, enquanto que no passado estudavam e catalogavam apenas
animais e plantas mortos.
• Adaptação como um processo dinâmico, ao contrário do que propunham os C riacionistas.
LAM AR C K, Jean Batistte
• Nat. 1744, Bazentin, ob. 1829 Paris • Naturalista francês
• Pai da Biologia • Órfão aos 17 anos •Frequentou o exército
Obras
• História de animal sem vértebras • Filosofia zoológica
• S istema analítico de conhecimento positivo do homem
Teoria do uso e desuso
• As características físicas dos animais modificam-se consoante a exposição ou não ao esforço, e adaptação ao ambiente.
• A girafa desenvolveu o seu pescoço comprido ao longo de várias gerações devido á necessidade de alcançar o alimento no topo das árvores.
•Explica que os órgãos que são poucos utilizados durante a vida de um animal vão, com o passar do tempo atrofiando e perder suas funções ate desaparecer.
•Por outro lado, os órgãos mais utilizados, cuja as funções para a sobrevivência são fundamentais tendem a ganhar força e se
desenvolverem de forma proporcional ao tempo utilizado.
Teoria das características adquiridas
• O meio ambiente sofre modificações e evoluções permanentes.
Logo, o corpo dos seres vivos possui a capacidade de se transformar com o objectivo de se adaptar às mudanças do meio ambiente.
• As transformações adquiridas por uma espécie serão transmitidas para os seus descendentes. Com o passar das gerações (milhões de anos) as espécies vão acumulando transformações, dando origem a novos grupos de seres vivos.
• Acreditava na evolução numa época em que não existiam muitos conhecimentos para sustentar essa teoria.
• Não considerava as mutilações como uma forma de adquirir novas características.
• Considerava que eram adquiridas novas características quando o animal se esforçava para satisfazer as suas próprias necessidades.
S PE NC E R , Herbert
SPENCER• Nat. 1820 / ob. 1903
• S ociólogo e Filósofo Inglês
Obras
Obras
• E stática social
• Um sistema de filosofia sintética • Primeiros princípios • Princípios de Biologia • Princípios de Psicologia • Princípios de S ociologia • Princípios de É tica • E nsaios C ientíficos • Políticos e especulativos
• Os factores da evolução orgânica • O homem versus o estado
A visão da “luta pela vida”
• Procurou no evolucionismo os mecanismos e objectivos da sociedade e defendeu o ensino da ciência para formar adultos competitivos.
• Os conhecimentos úteis, que serviam para formar os homens de negócios e produzir o bem estar pessoal eram desprezados em favor do ensino das humanidades, que davam mais prestígio.
• Defendeu a escola privada até ao fim da vida porque considerava que a interferência do estado, sendo igual para todos, poderia
sustentar estudantes que não estariam, por natureza, aptos a competir na sociedade.
• Todos deveriam ser livres para fazer o que quiserem, insistia
Spencer, desde de que não interferissem na liberdade das outras pessoas.
• Repetidamente, Spencer enfatizava quão extraordinário era o progresso alcançado naturalmente quantas pessoas tinham liberdade.
"O progresso não é acidente, é uma necessidade uma parte da natureza."
O progresso e o conhecimento desenvolveram e transformaram-se em ciência que se tornou tão vasta que ninguém é capaz de aprender
nem uma decima parte dela, que agora guia enumeras actividades produtivas, que foi fruto do trabalho de indivíduos movidos por suas próprias inclinações
DAR WIN, C harles R obert
Nat. 1809 Shrewsbury / ob. 1882 Edimburgo.
Estuda em Shrewsbury, frequenta medicina e teologia. Ama a natureza.
Estuda na Universidade de Cambridge. Viaja no Beagle de 1831 até 1836.
“… quando entrei para esta escola o meu gosto pela história natural e, em particular, pelo coleccionismo, estava bem
desenvolvido. Tentava utilizar os nomes das plantas e coleccionava toda a espécie de coisas, conchas, selos,
franquias, moedas e minerais. A paixão pelas colecções, que conduz um homem a estudar sistemática, a tornar-se um
virtuoso ou um miserável, era muito forte em mim e claramente inata… ”
DARWIN
“Não te preocupas com nada que não seja a caça, os
cães e apanhar ratos e vais desgraçar-te a ti e a toda a
tua família.”
“…Não mencionei ainda uma circunstância de
grande importância que determinou toda a
minha carreira mais do que qualquer outra.
Trata-se da minha amizade com o professor
Henslow…”
“… O prazer que experimentamos em ocasiões como
esta desorienta a mente – se o olhar tentar seguir o
voo duma borboleta garrida, fica entretanto preso
numa qualquer árvore ou fruto estranhos; se
observarmos um insecto, a flor em que ele repousa
consegue que dele nos esqueçamos… a mente é um
caos deslumbrante… ”
Obras
• A origem das espécies ,1859 • O diário de Beagle, 1871
• A origem do homem e a selecção sexual, 1871
• A expressão das emoções no homem e nos animais, 1872
• A formação de húmus vegetal por acção das minhocas e outros vermes, 1881
DARWIN
“ A viagem do “Beagle” foi, de longe, o acontecimento
mais importante da minha vida. E influenciou toda a
minha carreira..”
Beagle
DARWIN• Ilhas C anárias: através da análise de rochas, conchas e ossos fossilizados: parecidos mas não idênticos, concluiu que tanto a superfície da terra como os organismos eram mutáveis.
• Aldeia a sul do C hile: assistiu a um tremor de terra, concluindo que esta se altera em resultado de forças naturais.
•Ilhas Galápagos: diferenças subtis entre os habitantes de diferentes ilhas – adaptação dos animais às condições específicas das ilhas.
Teoria da S elecção Natural
DARWIN
Luta pela “sobrevivência do mais apto”, aquele que se adapta melhor ao meio, tem mais hipóteses de sobreviver
DARWIN
Tipo de Selecção Factor Selectivo Meios de Acção
Selecção Artificial Homem
Cruzamentos feitos de acordo com interesse do homem
Selecção Natural Meio Físico
Os factores do meio eliminam os seres que não estão dentro do limite da tolerância
Meio Biótico
Os predadores e os parasitas seleccionam os seres pela sua rapidez, resistência e força. Os cuidados maternais protegem os jovens.
Selecção Sexual Meio Biótico
Competição entre machos pela fêmea. Selecção do macho pela fêmea.
Tipos de S elecção
“Uso o termo “luta pela existência” num sentido amplo e metafórico, incluindo a dependência de um ser de outro e, o que é mais importante, não apenas a
unidade um indivíduo, mas a possibilidade de deixar numerosa descendência.”
Princípios da S elecção natural
• Variação: Os organismos variam de muitas formas, a
variação é essencial.
• Hereditariedade: Apenas algumas das variações são
herdadas.
• Selecção: Os organismos com algumas variantes
hereditárias deixam mais descendência.
S íntese
DARWIN• S uperprodução de des cendentes : C ada população tem
tendência a crescer exponencialmente, se houver oportunidade e o ambiente assim o permitir.
• Luta pela exis tência: dado que o ambiente não suporta tantos descendentes, ocorrerá uma luta entre os indivíduos.
• Vantagem competitiva: indivíduos com vantagens em certas características num dado ambiente, são mantidos por selecção e produzem mais descendentes.
O E volucionismo
“…Todos os seres vivos que sobrevivem à luta, e que
conseguem adaptar-se ao meio ambiente, terão mais
hipóteses de atingir a maturidade e maior probabilidade de
transmitir aos seus descendentes as mesmas técnicas e
vantagens que lhes proporcionam a sobrevivência…”
A herança de Darwin
• As suas ideias baseiam-se no principio de que o ambiente favorece a sobrevivência e a reprodução dos indivíduos numa população que melhor se adapte a este ambiente específico.
• Observou que as populações variáveis produzem mais descendência do que a que pode sobreviver.
• A mesma espécie pode apresentar características diferentes consoante o meio ambiente em que se encontra.
A influência de Darwin
• A teoria evolucionista permitiu reconhecer a vasta
importância dos estudos sobre o comportamento animal, para a compreensão do comportamento humano.
• Foi o primeiro autor a desenvolver o conceito de emoções instintivas, este defende a importância das emoções, para a sobrevivência dos nossos antepassados, (sistema de
comunicações).
A Psicologia E volutiva
• A psicologia evolutiva pode ser definida como a aplicação dos princípios darwinianos para o entendimento da natureza
humana, que perspectiva a identificação das pressões
selectivas que moldaram a mente durante o percurso da sua evolução;
• Tem como objectivo demonstrar se os mecanismos psicológicos contêm as características esperadas num
processo de resolução de problemas adaptativos específicos.
• Defende o funcionamento da mente e do cérebro através de módulos especializados que se complementam, para lidar de modo diferencial com cada um dos problemas.
• Tal como o corpo é composto por vários órgãos cada um com a sua função, também a mente é composta por circuitos de
funcionamento especializados, por exemplo a visão e a audição. •Cada tipo de problema necessita de uma adaptação diferente com a correspondente base neurofisiológica.
A herança de Darwin
A Psicologia E volutiva (cont.)
A herança de Darwin
• A mente é como um canivete suíço, implica que exista um conjunto de circuitos especializados, funcionalmente
independentes e de domínio especifico.
A
evolução
da
adaptação
Esquema de Van Hoof (1972)
sobre o desenvolvimento evolutivo do riso e do sorriso. (cit. in. Workman & Reader, 2007, p.257).
Semelhanças entre mamíferos e homem
Conclusões
•A sua obra utilizou termos como “luta pela existência”, “competição”, “selecção” que erradamente interpretados levaram à eugenia.
•O conceito científico de “luta pela vida” é entendido como uma
competição que se traduz principalmente pelo número de descendentes.
• E sse conceito não pode ser transposto para a sociedade humana, onde a escala de valores não pode ser excessivamente biológica.
Conclusões
• A investigação da biologia mostra como a evolução dos seres vivos está a acontecer todos os dias, a toda a hora, em todos os instantes.
• C ontribuiu decisivamente para a mudança da nossa relação com a natureza, oferecendo-nos um futuro.
•Foi o conceito de evolução que permitiu unificar diversas disciplinas, abrindo assim o caminho ao aparecimento da noção moderna de
biologia: o estudo da vida e dos seres vivos.
C onclusões
(cont.)
“ Ninguém teria acreditado que existissem características energéticas comuns entre a pétala de uma rosa e a orelha de um elefante” e que “até há alguns anos custava acreditar que a hereditariedade das
bactérias pudesse ser estudada nos mesmos termos que a hereditariedade do homem”
R eferências
• S chultz, Duane P. & S chultz, S idney E . (2006). História da
P sicologia Moderna. S . Paulo: Thomson Learning E dições.
• Buss, D.M . (2004), E volutionary psychology, In R . Gregory (E d.), Oxford C ompanion to the M ind. London.
• Autores vários(2009). A evolução de Darwin: Fundação C alouste Gulbenkian.
• cdi@ iict.pt- Instituto de investigação cientifica tropical. •http://www.todabiologia.com/pesquisadores/lamarck.htm • http://www.ordemlivre.org/node/444