Modelos de Capacitação
Os modelos de capacitação servem de referência para avaliar a maturidade dos processos de desenvolvimento de uma organização para o desenvolvimento de software.
Uma organização poderá ser avaliada comparando suas práticas reais com aquelas que o modelo de capacitação prescrever ou recomendar.
Além de avaliar, indiretamente, o nível de qualidade de software que a organização é capaz de desenvolver, o modelo e o diagnóstico da avaliação poderão servir de base para um plano de melhoria.
Tipos de Modelos:
CMM - Capability Maturity Model (SEI, 1991)
CMMI - Capability Maturity Model Integration (SEI, 2002) ISO/IEC 12207 - Processos do ciclo de vida software (1995)
ISO/IEC 15504 (1998) - SPICE - Software Process Improvement and Capability Determination
MPS.BR - Melhoria de Processos do Software Brasileiro (2003) OBS: SEI = Software Engineering Institute
ISO = International Standard Organization
CMMI
É um framework que acomoda múltiplas disciplinas e é flexível o suficiente para suportar duas representações diferentes, uma para verificar o nível de maturidade dos processos, outra para o nível de maturidade da organização em geral.
O CMMI (2001) é patrocinado pelo Departament of Defense, DoD americano e pela National Defense Industrial Association, NDIA, com colaborações da indústria, governo e pelo SEI (Software Engineering Institute) americano. Pode ser um modelo de maturidade não somente para engenheiros de sistema e de
e produto, os IPPD, Integrated Product and Process Development, engenharia de sistemas e de software com fornecedores, os SS, Suplier Sourcing, e de engenharia que integre IPPD e SS (Rout, 2002).
Pretende-se também garantir compatibilidade com a ISO/IEC 15504, através de dois modos de visão:
Staged: abordagem semelhante ao SW-CMM (com novas KPAs e alterações nas existentes);
Continuos: semelhante ao 15504, com áreas de processo independentes do nível de maturidade.
Representação Por Estágios
Disponibiliza uma seqüência pré-determinada para melhoria baseada em estágios que não deve ser desconsiderada, pois cada estágio serve de base para o próximo. É caracterizado por Níveis de Maturidade (Maturity Levels):
Nível 1: Inicial (Ad-hoc) Nível 2: Gerenciado / Gerido Nível 3: Definido
Nível 4: Quantitativamente gerenciado / Gerido quantitativamente Nível 5: Em otimização
Nesta representação a maturidade é medida por um conjunto de processos. Assim é necessário que todos os processos atinjam nível de maturidade dois para que a empresa seja certificada com nível dois. Se quase todos os processos forem nível três, mas apenas um deles estiver no nível dois a empresa não irá conseguir obter o nível de maturidade três.
Esta representação é indicada quando a empresa já utiliza algum modelo de maturidade por estágios, quando deseja utilizar o nível de maturidade alcançado para comparação com outras empresas ou quando pretende usar o nível de conhecimento obtido por outros para sua área de atuação.
Áreas de Processo
O modelo CMMI v1.2 (CMMI-DEV) contém 22 áreas de processo. Em sua representação por estágios, as áreas são divididas da seguinte forma:
Nível 1: Inicial (Ad-hoc) Não possui áreas de processo.
Nível 2: Gerenciado / Gerido
Gerenciamento de Requisitos - REQM (Requirements Management)
Planejamento de Projeto - PP (Project Planning)
Acompanhamento e Controle de Projeto - PMC (Project Monitoring and Control)
Gerenciamento de Acordo com Fornecedor - SAM (Supplier Agreement Management)
Medição e Análise - MA (Measurement and Analysis)
Garantia da Qualidade de Processo e Produto - PPQA (Process and Product Quality Assurance)
Gerência de Configuração - CM (Configuration Management)
Nível 3: Definido
Desenvolvimento de Requisitos - RD (Requirements Development)
Solução Técnica - TS (Technical Solution)
Validação - VAL (Validation)
Foco de Processo Organizacional - OPF (Organizational Process Focus)
Definição de Processo Organizacional - OPD (Organizational Process Definition)
Treinamento Organizacional - OT (Organizational Training)
Gerenciamento Integrado de Projeto - IPM (Integrated Project Management)
Gerenciamento de Riscos - RSKM (Risk Management)
Análise de Decisão e Resolução - DAR (Decision Analysis and Resolution)
Nível 4: Quantitativamente gerenciado / Gerido quantitativamente
Desempenho de Processo Organizacional - OPP (Organizational Process Performance)
Gerenciamento Quantitativo de Projeto - QPM (Quantitative Project Management)
Nível 5: Em otimização
Gestão de Processo Organizacional - OPM (Organizational Process Management)
Análise Causal e Resolução - CAR (Causal Analysis and Resolution)
ISO/IEC – 12.207
Descreve os principais processos componentes do ciclo de vida do software e os relacionamentos entre eles.
O modelo contém intrusões para sua própria personalização Processos:
Processos Fundamentais
Processos de Apoio Processos Organizacionais
Aquisição Documentação Gerência
Fornecimento Gerência de Configuração
Melhoria
Desenvolvimento Garantia da qualidade Infra-estrutura
Operação Verificação Treinamento
Manutenção Validação
Revisão conjunta Auditoria
ISO – 15504 (ou SPICE)
O Spice não possui o conceito de níveis globais de maturidade como o CMM.
Possui áreas de processo e cada uma delas deverá ser avaliada e classificada em níveis que vão de:
0 não executada, até 5 em melhoria contínua
Pode ser considerado um meta-modelo, a partir do qual pode-se derivar modelos específicos de capacitação.
Processos SPICE (ISO - 15504)
a) Categoria de processo: Cliente – Fornecedor Aquisição de produtos e serviços
Estabelecimento de contratos
Identificação de necessidades do cliente Execução conjunta de revisões e auditorias
Empacotamento, entrega e instalação do software Suporte operacional de software
Fornecimento de serviços ao cliente b) Categoria de processo: Engenharia
Avaliação da satisfação do cliente
Requisitos e desenho do desenvolvimento de sistema Requisito do desenvolvimento de software
Desenvolvimento do desenho de software Implementação do desenho de software Integração e teste de software
c) Categoria de Processo: Projeto Integração e testes de sistema
Planejamento do projeto do ciclo de vida Estabelecimento de planos de projeto Formação de equipes de projeto Gestão de requisitos
Gestão de qualidade d) Categoria de Processo: Suporte
Gestão de riscos
Gestão de recursos e cronograma Gestão de subcontratação
Desenvolvimento da documentação Execução da gerência de configurações Execução da garantia da qualidade Execução da resolução de problemas Execução das revisões técnicas e) Categoria de Processo: Organizacionais
Engenharia de negócios Definição de processos Melhoria de processos Treinamento
Possibilidade de reuso
Ambiente de engenharia de software Ambiente de trabalho
Fonte: Wilson de Pádua P. Filho; “Engenharia de Software – Fundamentos, Métodos e Padrões”; LTC 2ª ED; 2003.
Melhoria de Processos do Software Brasileiro
O MPS.BR ou Melhoria de Processos do Software Brasileiro é simultaneamente um movimento para a melhoria da qualidade (Programa MPS.BR) e um modelo de qualidade de processo (Modelo MPS) voltada para a realidade do mercado de pequenas e médias empresas de desenvolvimento de software no Brasil. Ele é baseado nas normas ISO/IEC 12207 e ISO/IEC 15504 e na realidade do mercado brasileiro, bem como é compatível com o CMMI.
No Brasil, uma das principais vantagens do modelo é seu custo reduzido de certificação em relação as normas estrangeiras, sendo ideal para micro, pequenas e médias empresas.
Um dos objetivos do projeto é replicar o modelo na América Latina, incluindo o Chile, Argentina, Costa Rica, Peru e Uruguai.
O projeto tem apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, da FINEP e do Banco Interamericano de Desenvolvimento. No Brasil o projeto é desenvolvido pela Softex, interagindo com as universidades e com o Governo Federal.
Estrutura do MPS.BR
O MPS.BR apresenta 7 níveis de maturidade (o que é um diferencial em relação aos outros padrões de processo) que são:
C - Definido;
D - Largamente Definido; E - Parcialmente Definido; F - Gerenciado;
G - Parcialmente Gerenciado.
Cada nível de maturidade possui suas áreas de processo, onde são analisados: Processos Fundamentais: o Aquisição o Gerência de requisitos o Desenvolvimento de requisitos o Solução técnica o Integração do produto o Instalação do produto o Liberação do produto Processos organizacionais: o Gerência de projeto
o Adaptação do processo para gerência de projeto o Análise de decisão e resolução
o Gerência de riscos
o Avaliação e melhoria do processo organizacional o Definição do processo organizacional
o Desempenho do processo organizacional o Gerência quantitativa do projeto
o Análise e resolução de causas
o Inovação e implantação na organização Processos de Apoio o Garantia de qualidade o Gerência de configuração o Validação o Medição o Verificação