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A Hora do Conto na Biblioteca Infantojuvenil da UNIRIO: uma atividade democrática contra a cultura do privilégio

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Academic year: 2021

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A Hora do Conto na Biblioteca Infantojuvenil da UNIRIO: uma

atividade democrática contra a cultura do privilégio

Regiane Cristina Lopes da Silva (UNIRIO) - regiane.silva@unirio.br Márcia Valéria Brito Costa (UNIRIO) - marciavc@unirio.br

Gilberto de castro (UNIRIO) - castro1534@gmail.com Resumo:

O trabalho apresenta a Hora do Conto realizada na Biblioteca Infantojuvenil (BIJU) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) como uma ação democratizadora por aproximar os usuários da biblioteca e todo e qualquer interessado de produções literárias, seja clássica ou contemporânea, sem qualquer distinção, além de permitir a interação com autores, obras e contadores de história. Dentro desse escopo há uma afirmativa contra a cultura de privilégios, tendo em vista que todos os seres humanos devem ser respeitados com igualdade em suas produções e usos culturais.

Palavras-chave: Bibliotecários. Hora do Conto. Promoção da Leitura Literária Eixo temático: Eixo 3: Cultura do privilégio

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1 INTRODUÇÃO

O sujeito leitor está em constante contato com mediadores formais e informais, como os familiares, os professores, os bibliotecários, os amigos, as páginas na internet (BORTOLIN, 2001), entre outros, que sempre indicam o que há de melhor para ser lido. Entretanto, além do fator tempo ser cada vez mais escasso na contemporaneidade, uma das barreiras para leitura apontadas na pesquisa, do ano de 2015, do Instituto Pró-livro (2016), outro motivo que impede as várias leituras é a imensidão das obras publicadas pelo mercado editorial, sendo humanamente impossível ler todas as obras literárias ofertadas (ZAID, 2004). Nesse contexto, faz-se necessário a mediação de um profissional conhecedor tanto dos seus usuários, para guiá-lo (FIGUEIREDO, 1994), quanto da proposta intrínseca na leitura literária (PAULINO, 2014), para uma experiência de leitura exitosa. Por este motivo, consideramos a consagrada Hora do

Conto (BARCELLOS; NEVES, 1995) realizada dentro do espaço da biblioteca, espaço

apontado na pesquisa supracitada como o segundo local e, o preferido para realização de leituras, como um momento de interação agradável entre o autor, obra, leitor-narrador, leitor-ouvinte (BORTOLIN, 2010). Além de ser um momento democratizador e contra a cultura de privilégios, pois os encontros são abertos ao público em geral e são utilizadas obras da literatura infantojuvenil clássica e contemporânea, sem qualquer distinção.

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2 RELATO DA EXPERIÊNCIA

A Biblioteca Infantojuvenil (BIJU) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) faz parte do Sistema de Bibliotecas da UNIRIO (UNIBIBLI) e está localizada nas dependências da Biblioteca Central (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, [201-]).

Na BIJU, a Hora do Conto teve início no ano de 1992, conforme aponta Costa (2009, [p.2]), e, desde o ano de 2005, é desenvolvido o programa de extensão universitária intitulado de “Incentivo ao Hábito de Leitura entre Jovens Leitores”, criado pela Bibliotecária e Diretora da Biblioteca Central Márcia Valéria da Silva de Brito Costa, com atividades de contações de história e oficinas de jogos dramáticos (COSTA, 2009). Este último reformulado no ano de 2015.

Os participantes da Hora do Conto são alunos da educação infantil ao ensino fundamental I de escolas públicas e particulares localizadas no entorno da Urca, mas também podem participar todo e qualquer interessado, pois as atividades são realizadas de maneira pública na biblioteca, com divulgação impressa e digital. Apenas por questões de lotação do espaço, são realizados agendamentos prévios com as escolas interessadas. Sendo comum a presença de pais e responsáveis pelos alunos, diretores e coordenadores pedagógicos das escolas participantes, além dos professores das turmas, nos encontros.

Desde o ano de 2016, sob coordenação da Bibliotecária Regiane Cristina Lopes da Silva, a Hora do Conto recebeu novas práticas e novos participantes nas atividades de planejamento e execução que dinamizaram as atividades de leitura, tais como: Círculos de Leitura, Rodas de Conversa, Rodas de Leitura, Leituras Dramatizadas, Saraus Poéticos, Tertúlias Literárias, encontro com autores e oficinas literárias, assim como a inclusão de estagiários de outros cursos da universidade, ampliando o grupo utilizado na primeira fase do projeto.

Estas novas práticas, proporcionaram a realização da atividade de leitura de forma bem abrangente, elaborando uma experiência mais rica e diversificada. A incorporação de discentes de Biblioteconomia, Pedagogia e Artes Cênicas todos

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trabalhando juntos na construção de uma prática para eficaz realização das atividades junto aos diferentes participantes também foi uma inovação no projeto. A acolhida destes novos discentes é precedida pela capacitação de todos para realização da Hora do Conto e conscientização que a prática da leitura constitui um ciclo onde cada atividade leva a outra.

Atualmente, a Hora do Conto é realizada de segunda a sexta-feira, no período da manhã e tarde. A equipe é composta pela Bibliotecária; por um discente de Biblioteconomia; uma discente de Pedagogia; quatro discentes bolsistas de Artes Cênicas, que recebem Bolsa de Incentivo Acadêmico (BIA) da universidade, e dois estagiários de Artes Cênicas. As contações são realizadas procurando utilizar no máximo três contadores, para que o foco seja a obra literária e não os mediadores.

Cada encontro é uma oportunidade dos leitores entrarem em contato com autores consagrados como Monteiro Lobato, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Sylvia Orthof, Ziraldo, Eva Furnari, Elisa Lucinda, Lygia Bojunga, Maria Claro Machado, etc.; e novos escritores, dos quais já participaram do Encontro com o Autor os escritores Ricardo Silva Cardoso, Luzia de Moraes, Janine Rodrigues, Mariene Lino e Cilene Oliveira, alguns membros da comunidade acadêmica da universidade.

Além disso, nas contações também buscamos enfocar obras da Literatura Africana e Literatura Indígena. Assim como apresentar diversos gêneros literários como Histórias de Terror, Conto de Fadas, entre outros. A escolha de cada obra é realizada de maneira democrática, pois concordamos que há poderes na literatura literária (COMPAGNON, 2009; PATTE, 2012; PETIT, 2010) e que esta precisa ser propagada entre os povos, sem qualquer distinção, para que todos tenham acesso irrestrito à diversidade da produção humana.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Hora do Conto realizada na Biblioteca Infantojuvenil da UNIRIO proporciona a todo e qualquer interessado a oportunidade de conhecer as múltiplas produções literárias e interagir democraticamente com os autores, obras e contadores, contribuindo com o processo educacional e com a formação de cidadãos críticos e conscientes.

Outro aspecto interessante a destacar é que num país com ausências de Bibliotecas Públicas, onde os livros são objetos de consumo caros, portanto de difícil acesso a maioria da população, a Biblioteca Universitária junto com a Biblioteca Escolar são apontadas em pesquisas recentes sobre o tema como o locus preferido, fora a residência dos leitores, para realização de leituras tanto de instrução como de prazer.

A oferta de atividades de leitura planejadas com a contribuição de diferentes profissionais é uma importante estratégia de sedução e desmistificação da leitura para a população brasileira.

REFERÊNCIAS

BARCELLOS, Gládis Maria Ferrão; NEVES, Iara Conceição Bitencourt. Hora do conto: da fantasia ao prazer de ler : subsídios a sua realização em bibliotecas públicas e escolares. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto, 1995.

BORTOLIN, Sueli. Leitura e promoção da leitura literária. In:_____ A Leitura Literária

nas Bibliotecas Monteiro Lobato de São Paulo e Salvador. 2001 . Dissertação

(Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia

e Ciências da Universidade Estadual Paulista, Marília, SP, 2001. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/93715>. Acesso em: 15 abr.2019.

_______________. Mediação oral literária: a voz dos bibliotecários lendo ou narrando. 2010. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília, SP, 2010. Disponível em:

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COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê?. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2009.

COSTA, Márcia Valéria da Silva de Brito. Programa de incentivo ao hábito de leitura entre jovens leitores: uma atividade de Extensão universitária. RevIU. Revista

Informação & Universidade, v. 1, [p. 01-13], 2009. Não paginado.

FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Estudos de usos e usuários da informação. Brasília: IBICT, 1994. Disponível em:< http://livroaberto.ibict.br/handle/1/452>. Acesso em: 13 abr. 2019.

INSTITUTO PRÓ-LIVRO. Retratos da Leitura no Brasil. 4.ed. São Paulo, 2016. Disponível

em:<http://prolivro.org.br/home/images/2016/Pesquisa_Retratos_da_Leitura_no_Brasil_ -_2015.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2019.

PATTE, Geneviève. Deixem que leiam. Rio de Janeiro: Rocco, 2012.

PAULINO, Graça. Leitura literária. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG). Glossário Ceale: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte, 2014. Disponível

em:<http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/>. Acesso em: 12 abr. 2019. PETIT, Michèle. A arte de ler ou como resistir à adversidade. 2.ed. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Biblioteca Central.Biblioteca Infantojuvenil. Rio de Janeiro, [201-]. Disponível

em:<http://www.unirio.br/bibliotecacentral/biblioteca-central-1>. Acesso em: 18 abr. 2019.

ZAID, Gabriel. Livros demais!: sobre ler, escrever e publicar. São Paulo: Summus, 2004.

Referências

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