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DECISÃO / CARTA PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

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Academic year: 2021

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Consulta Processual/TJES

Não vale como certidão.

Processo : 0017030-80.2019.8.08.0035 Petição Inicial : 201901028751 Situação : Tramitando

Ação : Procedimento Comum Natureza : Cível Data de Ajuizamento: 16/07/2019 Vara: VILA VELHA - 2ª VARA CÍVEL

Distribuição

Data : 16/07/2019 17:00 Motivo : Distribuição por sorteio Partes do Processo

Requerente

SOCIEDADE EDUCACIONAL DO ESPIRITO SANTO - SEDES/UVV-ES 15452/ES - RENAN SALES VANDERLEI

Requerido

JACKSON RANGEL VIEIRA FOLHA DO ESPIRITO SANTO

Juiz: LYRIO REGIS DE SOUZA LYRIO Decisão

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO

VILA VELHA - 2ª VARA CÍVEL

FÓRUM DES. AFONSO CLÁUDIO

RUA DOUTOR ANNOR DA SILVA, S/Nº - BOA VISTA II - VILA VELHA - ES - CEP: 29107-355 Telefone(s): (27) 3149-2600 - Ramal: 2559

Email: 2civel-vvelha@tjes.jus.br

CERTIFICO E DOU FÉ que esta decisão/mandado foi remetida à Central de Mandados para distribuição DATA:

PROCESSO Nº 0017030-80.2019.8.08.0035 AÇÃO : 7 - Procedimento Comum

Requerente(s): SOCIEDADE EDUCACIONAL DO ESPIRITO SANTO - SEDES/UVV-ES Requerido(s): JACKSON RANGEL VIEIRA e FOLHA DO ESPIRITO SANTO

DECISÃO / CARTA

PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

Trata-se de AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, com pedido liminar, ajuizada por SOCIEDADE

EDUCACIONAL DO ESPÍRITO SANTO UNIDADE DE VILA VELHA ENSINO SUPERIOR em

face de JACKSON RANGEL VIEIRA e FOLHA DO ESPÍRITO SANTO, estando as partes qualificadas na inicial.

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Sustenta a parte autora, em síntese, que, em 02/07/2019, o primeiro réu registrou publicação de matéria no periódico virtual Folha do ES, segundo réu, ofendendo grave e injustamente o bom nome e a credibilidade da autora, ao sugerir que a autora teria praticado uma série de atos que supostamente caracterizam o crime de sonegação fiscal, sem, porém, expor justificativas capazes de corroborar suas alegações.

Pretende, assim, liminarmente, sejam os réus compelidos a retirar a matéria em comento do ar e que se abstenham de divulgar e publicar a notícia ou outras de cunho pejorativo, seja na forma escrita ou falada, impressa ou virtual.

É o relatório. DECIDO.

O CPC autoriza a concessão a tutela provisória de urgência ou evidência em seu art. 300:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

A tutela de urgência reclama, pois, a presença da probabilidade do direito a ser provisoriamente satisfeito, realizado ou acautelado, por meio de uma verossimilhança fática e jurídica, e a existência de elementos indicativos do perigo na demora da prestação jurisdicional, consubstanciando plausível dano ou risco ao resultado útil do processo.

Na hipótese dos autos, a parte autora sustenta que o direito de liberdade de expressão e comunicação da parte ré excedeu os limites impostos pelo direito de personalidade da requerente, o direito à honra, tendo em vista que sugere a prática de atos que supostamente caracterizam o crime de sonegação fiscal sem expor justificativas às suas alegações, gerando infrações ilícitas, abusivas e lesivas em relação à autora.

Assim, neste momento processual, que comporta tão somente a cognição sumária, o que me cabe aferir, a partir dos elementos trazidos aos autos pela parte autora, é se há como determinar, liminarmente, a retirada da matéria do ar e a abstenção de publicação de novas notícias pela parte ré.

Pois bem. A Declaração de Chapultepec, adotada em 1994, consolida princípios essenciais ao regime democrático, proclamando, entre outros, os seguintes postulados:

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I – Não há pessoas nem sociedades livres sem liberdade de expressão e de imprensa. O exercício dessa não é uma concessão das autoridades, é um direito inalienável do povo. II – Toda pessoa tem o direito de buscar e receber informação, expressar opiniões e divulgá-las livremente. Ninguém pode restringir ou negar esses direitos.

[...]

VI – Os meios de comunicação e os jornalistas não devem ser objeto de discriminações ou favores em função do que escrevam ou digam.

[...]

X – Nenhum meio de comunicação ou jornalista deve ser sancionado por difundir a verdade, criticar ou fazer denúncias contra o poder público.

Conforme ressaltado pelo E. Ministro Celso de Mello, no julgamento da ADPF 130/DF, “o conteúdo dessa Declaração revela-nos que nada mais nocivo, nada mais perigoso do que a pretensão do Estado de regular a liberdade de expressão, pois o pensamento há de ser livre - permanentemente livre, essencialmente livre, sempre livre”.

Por ocasião do julgamento da supracitada ADPF, o Ministro Relator Carlos Ayres Britto destacou, em seu voto, que a plenitude do direito à livre manifestação do pensamento e do direito de expressão implica que a inviolabilidade de certas categorias de direitos subjetivos fundamentais com a honra “não pode significar mais que o direito de resposta, reparação pecuniária e persecução penal, quando cabíveis; não a traduzir um direito de precedência sobre a multicitada parelha de sobredireitos fundamentais: a manifestação do pensamento e a expressão em sentido geral”:

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF). LEI DE IMPRENSA. ADEQUAÇÃO DA AÇÃO. REGIME CONSTITUCIONAL DA "LIBERDADE DE INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA", EXPRESSÃO SINÔNIMA DE LIBERDADE DE IMPRENSA. A "PLENA" LIBERDADE DE IMPRENSA COMO CATEGORIA JURÍDICA PROIBITIVA DE QUALQUER TIPO DE CENSURA PRÉVIA. A PLENITUDE DA LIBERDADE DE IMPRENSA COMO REFORÇO OU SOBRETUTELA DAS LIBERDADES DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE INFORMAÇÃO E DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA, CIENTÍFICA, INTELECTUAL E COMUNICACIONAL. LIBERDADES QUE DÃO CONTEÚDO ÀS RELAÇÕES DE IMPRENSA E QUE SE PÕEM COMO SUPERIORES BENS DE PERSONALIDADE E MAIS DIRETA EMANAÇÃO DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. O CAPÍTULO CONSTITUCIONAL DA COMUNICAÇÃO SOCIAL COMO SEGMENTO PROLONGADOR DAS LIBERDADES DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE INFORMAÇÃO E DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA, CIENTÍFICA, INTELECTUAL E COMUNICACIONAL. TRANSPASSE DA FUNDAMENTALIDADE DOS DIREITOS PROLONGADOS AO CAPÍTULO PROLONGADOR. PONDERAÇÃO DIRETAMENTE CONSTITUCIONAL ENTRE BLOCOS DE BENS DE PERSONALIDADE: O BLOCO DOS DIREITOS QUE DÃO CONTEÚDO À LIBERDADE DE IMPRENSA E O BLOCO DOS DIREITOS À IMAGEM, HONRA, INTIMIDADE E VIDA PRIVADA. PRECEDÊNCIA DO PRIMEIRO BLOCO. INCIDÊNCIA A POSTERIORI DO SEGUNDO BLOCO DE DIREITOS, PARA O EFEITO DE ASSEGURAR O DIREITO DE RESPOSTA E ASSENTAR RESPONSABILIDADES PENAL, CIVIL E ADMINISTRATIVA, ENTRE OUTRAS CONSEQUÊNCIAS DO PLENO GOZO DA LIBERDADE DE IMPRENSA. PECULIAR FÓRMULA CONSTITUCIONAL DE PROTEÇÃO A INTERESSES PRIVADOS QUE, MESMO INCIDINDO A POSTERIORI, ATUA SOBRE AS CAUSAS PARA INIBIR ABUSOS POR PARTE DA IMPRENSA. PROPORCIONALIDADE ENTRE LIBERDADE DE IMPRENSA E RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS MORAIS E MATERIAIS A TERCEIROS. RELAÇÃO DE MÚTUA CAUSALIDADE ENTRE LIBERDADE DE IMPRENSA E DEMOCRACIA. RELAÇÃO

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DE INERÊNCIA ENTRE PENSAMENTO CRÍTICO E IMPRENSA LIVRE. A IMPRENSA COMO INSTÂNCIA NATURAL DE FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA E COMO ALTERNATIVA À VERSÃO OFICIAL DOS FATOS. PROIBIÇÃO DE MONOPOLIZAR OU OLIGOPOLIZAR ÓRGÃOS DE IMPRENSA COMO NOVO E AUTÔNOMO FATOR DE INIBIÇÃO DE ABUSOS. NÚCLEO DA LIBERDADE DE IMPRENSA E MATÉRIAS APENAS PERIFERICAMENTE DE IMPRENSA. AUTORREGULAÇÃO E REGULAÇÃO SOCIAL DA ATIVIDADE DE IMPRENSA. NÃO RECEPÇÃO EM BLOCO DA LEI Nº 5.250/1967 PELA NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL. EFEITOS JURÍDICOS DA DECISÃO. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. […] 4. MECANISMO CONSTITUCIONAL DE CALIBRAÇÃO DE PRINCÍPIOS. O art. 220 é de

instantânea observância quanto ao desfrute das liberdades de pensamento, criação, expressão e informação que, de alguma forma, se veiculem pelos órgãos de comunicação social. Isto sem prejuízo da aplicabilidade dos seguintes incisos do art. 5º da mesma Constituição Federal: vedação do anonimato (parte final do inciso IV); do direito de resposta (inciso V); direito a indenização por dano material ou moral à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas (inciso X); livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer (inciso XIII); direito ao resguardo do sigilo da fonte de informação, quando necessário ao exercício profissional (inciso XIV). Lógica

diretamente constitucional de calibração temporal ou cronológica na empírica incidência desses dois blocos de dispositivos constitucionais (o art. 220 e os mencionados incisos do art. 5º). Noutros termos, primeiramente, assegura-se o gozo dos

sobredireitos de personalidade em que se traduz a "livre" e "plena" manifestação do pensamento, da criação e da informação. Somente depois é que se passa a cobrar do titular de tais situações jurídicas ativas um eventual desrespeito a direitos constitucionais alheios, ainda que também densificadores da personalidade humana. Determinação constitucional de

momentânea paralisia à inviolabilidade de certas categorias de direitos subjetivos fundamentais, porquanto a cabeça do art. 220 da Constituição veda qualquer

cerceio ou restrição à concreta manifestação do pensamento (vedado o anonimato), bem assim todo cerceio ou restrição que tenha por objeto a criação, a expressão e a informação, seja qual for a forma, o processo, ou o veículo de comunicação social. Com o que a Lei Fundamental do Brasil veicula o

mais democrático e civilizado regime da livre e plena circulação das ideias e opiniões, assim como das notícias e informações, mas sem deixar de prescrever o direito de

resposta e todo um regime de responsabilidades civis, penais e administrativas. Direito de resposta e responsabilidades que, mesmo atuando a posteriori, infletem sobre as causas para inibir abusos no desfrute da plenitude de liberdade de imprensa. […] 7. RELAÇÃO DE INERÊNCIA ENTRE

PENSAMENTO CRÍTICO E IMPRENSA LIVRE. A IMPRENSA COMO INSTÂNCIA NATURAL DE FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA E COMO ALTERNATIVA À VERSÃO OFICIAL DOS FATOS. O pensamento crítico é parte integrante da informação plena e fidedigna. O possível conteúdo socialmente útil da obra compensa eventuais excessos de estilo e da própria verve do autor. O exercício concreto da liberdade de imprensa assegura

ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero ou contundente, especialmente contra as autoridades e os agentes do Estado. A crítica jornalística, pela sua relação de inerência com o interesse público, não é aprioristicamente suscetível de censura, mesmo que legislativa ou judicialmente intentada. O próprio das atividades de imprensa é

operar como formadora de opinião pública, espaço natural do pensamento crítico e "real alternativa à versão oficial dos fatos" ( Deputado Federal Miro Teixeira). 8. NÚCLEO DURO DA LIBERDADE DE IMPRENSA E A INTERDIÇÃO PARCIAL DE LEGISLAR. A uma atividade que já era "livre" (incisos IV e IX do art. 5º), a Constituição Federal acrescentou o qualificativo de "plena" (§ 1º do art. 220). Liberdade plena que, repelente de qualquer censura prévia, diz respeito à essência mesma do jornalismo (o chamado

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"núcleo duro" da atividade). Assim entendidas as coordenadas de tempo e de conteúdo da manifestação do pensamento, da informação e da criação lato sensu, sem o que não se tem o desembaraçado trânsito das ideias e opiniões, tanto quanto da informação e da criação. Interdição à lei quanto às matérias nuclearmente de imprensa, retratadas no tempo de início e de duração do concreto exercício da liberdade, assim como de sua extensão ou tamanho do seu conteúdo. Tirante, unicamente, as restrições que a Lei Fundamental de 1988 prevê para o "estado de sítio" (art. 139), o Poder Público somente pode dispor sobre matérias lateral ou reflexamente de imprensa, respeitada sempre a ideia-força de que quem quer que seja tem o direito de dizer o que quer que seja.

Logo, não cabe ao Estado, por qualquer dos seus órgãos, definir previamente o que pode ou o que não pode ser dito por indivíduos e jornalistas. As matérias reflexamente de imprensa, suscetíveis, portanto, de conformação legislativa, são as indicadas pela própria Constituição, tais como: direitos de resposta e de indenização, proporcionais ao agravo; proteção do sigilo da fonte

("quando necessário ao exercício profissional"); responsabilidade penal por calúnia,

injúria e difamação; diversões e espetáculos públicos; estabelecimento dos "meios

legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente" (inciso II do § 3º do art. 220 da CF); independência e proteção remuneratória dos profissionais de imprensa como elementos de sua própria qualificação técnica (inciso XIII do art. 5º); participação do capital estrangeiro nas empresas de comunicação social (§ 4º do art. 222 da CF); composição e funcionamento do Conselho de Comunicação Social (art. 224 da Constituição). Regulações estatais

que, sobretudo incidindo no plano das consequências ou responsabilizações, repercutem sobre as causas de ofensas pessoais para inibir o cometimento dos abusos de imprensa. Peculiar fórmula constitucional de proteção de interesses

privados em face de eventuais descomedimentos da imprensa (justa preocupação do Ministro Gilmar Mendes), mas sem prejuízo da ordem de precedência a esta conferida, segundo a lógica elementar de que não é pelo temor do abuso que se vai coibir o uso. Ou, nas palavras do Ministro Celso de Mello, "a censura governamental, emanada de qualquer um dos três Poderes, é a expressão odiosa da face autoritária do poder público". […] 11. EFEITOS JURÍDICOS DA DECISÃO. Aplicam-se as normas da legislação comum, notadamente o Código Civil, o Código Penal, o Código de Processo Civil e o Código de Processo Penal às causas decorrentes das relações de imprensa. O direito

de resposta, que se manifesta como ação de replicar ou de retificar matéria publicada é exercitável por parte daquele que se vê ofendido em sua honra objetiva, ou então subjetiva, conforme estampado no inciso V do art. 5º da

Constituição Federal. Norma, essa, "de eficácia plena e de aplicabilidade imediata", conforme classificação de José Afonso da Silva. "Norma de pronta aplicação", na linguagem de Celso Ribeiro Bastos e Carlos Ayres Britto, em obra doutrinária conjunta. 12. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. Total procedência da ADPF, para o efeito de declarar como não recepcionado pela Constituição de 1988 todo o conjunto de dispositivos da Lei federal nº 5.250, de 9 de fevereiro de 1967.(ADPF 130, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 30/04/2009, DJe-208 DIVULG 05-11-2009 PUBLIC 06-11-2009 EMENT VOL-02381-01 PP-00001 RTJ VOL-00213-01 PP-00020)

Assim, rechaça-se qualquer censura prévia e veicula-se o regime da livre e plena circulação das ideias, opiniões, notícias e informações, cujos abusos são inibidos, ainda que a posteriori, pelo direito de resposta e pelo regime de responsabilidades civis, penais e administrativas.

Ademais, cumpre registrar que “a liberdade de imprensa, enquanto projeção das liberdades de comunicação e de manifestação do pensamento, reveste-se de conteúdo abrangente, por

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compreender, entre outras prerrogativas relevantes que lhe são inerentes, (a) o direito de

informar, (b) o direito de buscar a informação, (c) o direito de opinar e (d) o direito de criticar” e que “a crítica que os meios de comunicação social dirigem às pessoas públicas, por mais

dura e veemente que possa ser, deixa de sofrer, quanto ao seu concreto exercício, as limitações externas que ordinariamente resultam dos direitos de personalidade” (AI 705.630-AgR/SC, Rel. Min. CELSO DE MELLO).

Portanto, ainda que a autora sustente que a parte ré tenha resvalado para a zona proibida da calúnia, a correção far-se-ia pela exigência do direito de resposta por parte daquele que se vê ofendido em sua honra objetiva e pela assunção de responsabilidade civil ou penal do ofensor.

Dessa forma, neste momento processual, entendo que não há como deferir a tutela de urgência requerida para determinar a retirada da notícia veiculada e a abstenção de publicação de novas notícias, eis que ausente o requisito da probabilidade do direito.

CONCLUSÃO.

1. Nos termos da fundamentação, INDEFIRO a tutela de urgência requerida.

2. Deixo de designar audiência de autocomposição, tendo em vista a ausência de centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização dessas audiências conforme disposto no art.165 do CPC.

3. INTIME-SE a parte autora, por seu advogado, da presente decisão.

4. CITEM-SE os réus.

CUMPRA-SE ESTA DECISÃO SERVINDO DE CARTA, via de consequência, DETERMINO o seu

encaminhamento ao setor responsável.

ADVERTÊNCIAS

a) PRAZO: o prazo para contestar a presente ação é de 15 (quinze) dias, contados da data da

juntada do aviso de recebimento aos autos;

b) REVELIA: Não sendo contestada a ação, presumir-se-ão aceitos pela requerida como

verdadeiros os fatos alegados na inicial, salvo no que diz respeito aos direitos indisponíveis.

ANEXO

Cópia da petição inicial.

Vila Velha-ES, Segunda-feira, 22 de julho de 2019 LYRIO REGIS DE SOUZA LYRIO

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JUIZ(A) DE DIREITO

(Na condição de substituto legal, nos termos da Resolução nº 022/2018, do E.TJES).

Requerido: JACKSON RANGEL VIEIRA

Endereço(s) :Rua Vereador Ludário Fonseca, 54,

Arariguaba, Cachoeiro de Itapemirim - ES

CEP: 29305520

Requerido: FOLHA DO ESPIRITO SANTO

Endereço(s) :Rua Vereador Ludário Fonseca, 54,

Arariguaba, Cachoeiro de Itapemirim - ES

CEP: 29305520

Este documento foi assinado eletronicamente por LYRIO REGIS DE SOUZA LYRIO em 22/07/2019 às 13:23:49, na forma da Lei Federal nº. 11.419/2006. A autenticidade deste documento pode ser verificada no site www.tjes.jus.br, na opção "Consultas - Validar Documento

(EJUD)", sob o número 01-4923-2239220.

Dispositivo

1. Nos termos da fundamentação, INDEFIRO a tutela de urgência requerida.

2. Deixo de designar audiência de autocomposição, tendo em vista a ausência de centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização dessas audiências conforme disposto no art.165 do CPC.

3. INTIME-SE a parte autora, por seu advogado, da presente decisão.

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