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notícias > empresas e setores > mais notícias [ 17 de janeiro de 2007 - 07:00 ]

Especial: boom de IPOs cria geração de empresas "órfãs" na Bovespa

São Paulo - O boom de lançamento de empresas novas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) está revelando um lado menos glamouroso desse mercado tão aquecido. Muitas companhias recém-nascidas no mercado ficam "órfãs", ou seja, não encontram cobertura dos analistas sell side, aqueles que recomendam ações ao público.

Pesquisa realizada pela Agência Estado mostra que, das 27 novatas da Bovespa em 2006, 21 são acompanhadas pelos especialistas. Entretanto, em todas há a presença do coordenador, ou seja, de instituição ligada ao banco que participou da venda das ações ou a liderou. Ainda desse universo, 12 companhias são cobertas apenas por coordenador. As não cobertas são seis: Brascan

Residential, BrasilAgro, Positivo, São Carlos, Lopes Brasil e Dufry. O UBS, um dos

coordenadores da oferta da Odontoprev, divulgou relatório de início de cobertura da empresa ontem (16).

O número de casas que fazem as análises também é restrito. Do total de empresas acompanhadas, somente quatro têm atenção de mais de três analistas: Vivax (oito instituições), Gafisa (sete), Totvs (cinco) e GP Investimentos (cinco).

De maneira geral, os motivos alegados por diversos bancos de investimento e corretoras para a falta de cobertura são ausência de liquidez e de demanda dos clientes, o tamanho pequeno das empresas, falta de analistas suficientes e de tempo para acompanhar tantos lançamentos e ainda o setor no qual se insere uma companhia. Dificuldades para a contratação de profissionais após a criação da instrução da CVM que regula a profissão também foram citadas.

"O início de cobertura depende do tamanho da empresa, de seu volume negociado na Bolsa e também se seu segmento de atuação é semelhante ao de companhias já listadas, o que facilita o trabalho", corrobora Catarina Pedrosa, chefe de análise do Banif Investment. Entre as empresas que ingressaram na Bovespa no ano passado, Catarina afirma que pretende acompanhar a mineradora MMX e CSU Cardsystem. Há algumas companhias de outros anos que também devem ser cobertas pelo Banif, como Nossa Caixa, Cosan, Porto Seguro e Submarino. "Na verdade, não dá tempo de cobrir tudo", disse um chefe de análise que preferiu não se

identificar. "A média do ano passado foi de três lançamentos por mês. O analista mal sai de uma operação e já há outra em andamento, não dá tempo para entender profundamente o novo negócio. Sem contar as ofertas secundárias, de empresas que já operam na Bolsa." Além disso, afirmou essa fonte, a maioria das ações estréia com baixa liquidez, é comprada por poucos investidores e a cobrança por sua cobertura por parte de clientes é pequena. "Cerca de 70% das ofertas novas foram para estrangeiros, e as ações acabam parando nas mãos de seis ou sete aplicadores."

Esse analista também vê uma deterioração do cenário com a entrada frenética de novas opções. "Estão lançando ação da padaria da esquina", comentou sobre a qualidade de algumas

companhias que estão chegando. "O mercado às vezes acaba se focando nas emissões primárias das ações, mas não no pós-lançamento, ou seja, no futuro dessas empresas na Bolsa." Isso não quer dizer, no entanto, que não haja histórias novas interessantes. "Mas a distância entre uma boa história e a cobertura real é grande."

Um outro profissional também critica o timing da divulgação de informações por determinadas novatas. "Um volume expressivo de empresas tem um sistema pobre de difusão de números. Não

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há histórico. Muitas vezes sinto falta de informações prontamente disponíveis e, com isso, coberturas possíveis acabam sendo postergadas, já que a modelagem de análise demora mais." Um terceiro analista conta que, na teoria, o critério para a cobertura das novatas é o mesmo das antigas: a mistura de interesse do investidor e de liquidez. "Além disso, as instituições privilegiam as empresas em cujas ofertas estiveram envolvidas." Por isso muitas companhias novas são

acompanhadas apenas por corretora ligada ao banco que coordenou sua operação.

O setor de atuação da empresa também é ponto crucial para o interesse na cobertura. Esse fato faz da construção civil a vedete de 2006. Do total de novidades do ano passado, sete estão no

segmento. "Essa é uma área que ganhou massa crítica. Quando as empresas ficam muito dispersas é mais difícil", admitiu.

Em relação à liquidez das empresas em Bolsa Catarina, do Banif, reconhece que há alguns clientes pedindo análises de instituições que não tenham sido as coordenadoras da oferta, em busca de uma visão imparcial. "Mas não há como cobrir uma companhia que não negocia. Acaba sendo um trabalho de formiguinha e que não atende um número significativo de clientes."

O pedido por análises independentes das casas coordenadoras também é reconhecido por outro chefe de pesquisa que preferiu não se identificar. Apesar de existir o "chinese wall", que é a separação entre a equipe que acompanha as ofertas de ações das empresas e a que depois vai recomendar os papéis ao mercado, o especialista admite que o mercado dá um desconto para a análise das instituições que também coordenaram. "Sempre há uma visão de possível conflito de interesse."

(Aline Cury Zampieri)

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notícias > empresas e setores > mais notícias [ 17 de janeiro de 2007 - 07:00 ]

Especial: falta de analistas também prejudica cobertura de novatas

São Paulo - Um outro problema verificado pelos chefes de análise na cobertura de novatas é a própria falta de profissionais. A instrução 412 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que instituiu o registro para a classe, foi bastante citada como uma impedidora em potencial. Essa regra proíbe analistas não certificados de assinarem relatórios com recomendação de ações. Lika Takahashi, da Fator Corretora, lembra que o período fraco para a Bovespa em 2002 "matou uma geração de analistas, pois muita gente saiu da área de sell side e não voltou, se aposentou, ou foi para o buy side (área que compra ações para a carteira administrada pela própria instituição e não assina relatórios ao público)". Agora, admite, o mercado mostra vigor e as casas voltam a contratar, muitas se reestruturam, mas a oferta de profissionais com registro é pequena. A própria Fator está sentindo esse problema. Lika conta que ainda não acompanha muitas

companhias que são de seu interesse. "Já recomendamos Datasul, Totvs, Uol, Vivax e Equatorial. A análise da Terna deve sair até o fim do mês."

A crítica da analista é antiga no mercado. Muitos profissionais reclamam da periodicidade das provas para obter o registro, bem como de sua complexidade, o que engessaria a contratação de novos profissionais. "Com a valorização do mercado, a concorrência cresce e a rotatividade acaba sendo grande, com uma casa tirando analista da outra", disse.

"Também tenho encontrado uma dificuldade enorme de encontrar analistas", disse o chefe de análise da BES Securities, Gilberto Pereira de Souza. Ele saiu recentemente da Itaú Corretora, com a missão de remontar a equipe da BES. A intenção é saltar de cinco para oito profissionais, e assim ampliar o escopo de empresas cobertas "desde que haja efetivamente demanda".

Sobre a questão do registro, o diretor-geral do Instituto Brasileiro de Certificação dos

Profissionais de Investimento (IBCPI), Haroldo Levy, descarta a possibilidade de mudanças no conteúdo das provas. Ou seja, elas não ficarão mais fáceis. "Os analistas precisam se preparar", disse. No entanto, ele admite que está pedindo à CVM aval para flexibilizar as datas de execução das provas, que passariam de semestrais para quadrimestrais. Essa mudança não implica em alteração na instrução, já que a regra não estabelece um prazo para a realização das provas. "Queremos fazer os exames com periodicidade mais curta. Já há a possibilidade de realização do conteúdo local dos testes com prazos menores."

A instrução 412 foi lançada em abril de 2003. Trata da atividade do profissional de valores mobiliários e estabelece condições para sua atuação. Sua elaboração ocorreu em parceria com a Apimec, que escolheu o tipo de prova e a maneira de realizá-las, o que inclui um convênio com a instituição internacional ACIIA - Association of Certified International Investment Analyst. Outras associações interessadas em aplicar provas também podem entrar no mercado, desde que apresentem um projeto à CVM e esse seja aprovado. Levy foi presidente da Apimec-SP até o ano passado.

As provas a que os analistas estão sujeitos têm conteúdo nacional (CNPI) e internacional (CIIA). A certificação internacional conta com dois exames, o conteúdo global e o final, compostos respectivamente de três e duas provas. Os exames ocorrem duas vezes por ano. Para o CNPI as datas estão previstas para março e setembro. As provas para o CIIA seguem calendário externo, sendo aplicadas simultaneamente em outros países. Segundo Levy, a freqüência maior das provas depende também de aprovação da ACIIA.

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notícias > empresas e setores > mais notícias [ 17 de janeiro de 2007 - 07:00 ]

Especial: empresas se esforçam e pedem acompanhamento do mercado

São Paulo - A maioria dos analistas consultados conta que as empresas novatas da Bovespa estão lutando por seu lugar ao sol, ou seja, ligam para as corretoras, se apresentam e pedem um início de acompanhamento. O presidente da Suzano Petroquímica, João Nogueira Batista, ficou conhecido no mercado por ser um entusiasta da negociação com ações e por inovar, na tentativa de elevar a cobertura e a liquidez dos papéis do grupo Suzano.

"A empresa nova precisa fazer com que sua ação seja objeto de interesse dos investidores, pois são eles que vão demandar sua cobertura e as corretoras só acompanham se houver procura dos clientes. Se não há essa percepção, não haverá cobertura", disse. Segundo ele, a área de relações com investidores de uma companhia precisa ter uma gestão pró-ativa e focar seu trabalho na elevação da liquidez, para assim chamar a atenção do mercado. Batista conta que a Suzano Papel ampliou seu escopo de cobertura de cerca de cinco casas em 2003 para em torno de 20

atualmente. Já a seção petroquímica passou de uma corretora, há dois anos, para oito. Esse caminho está começando a ser trilhado pela Brascan Residential, disse seu diretor de relações com investidores, Cristiano Machado. Segundo ele, a empresa até começando a se mostrar mais para o mercado, com o início de uma divulgação gradual de números operacionais. "Ainda estamos definindo um pouco que nível atingiremos nesse esquema de difusão de

informações." Segundo fontes, Credit Suisse e UBS, alguns dos coordenadores da oferta, devem começar em breve a cobrir as ações da Brascan.

Com todas essas barreiras, muitos analistas admitem que companhias pequenas demais na Bolsa praticamente podem perder a esperança de acompanhamento. Algumas empresas citadas como de pouco interesse são Renar Maçãs, BrasilAgro, American BankNote, Lupatech e Brasil Ecodiesel. "O mercado brasileiro é diferente do norte-americano, onde há dinheiro para ser aplicado nas mais diversas opções de investimento", disse uma fonte. Esse levantamento, no entanto, não é consenso. Muitas vezes uma empresa citada como fora do escopo de uma casa é uma

possibilidade em outra.

Apesar de todos os entraves listados para o início de cobertura de uma empresa novata, algumas poucas casas consultadas manifestam interesse em acompanhar todas, ou quase todas essas companhias. "Vale a pena cobrir tudo, pois damos mais opções aos clientes", conta Lika, da Fator. "Há opções para todos os gostos agora."

Eduardo Sancovsky, diretor de equity da Itaú Corretora, acredita ter um bom acompanhamento de novatas, e tem objetivo de cobrir todas. "Já acompanhamos Profarma, Odontoprev, Totvs, Vivax, Gafisa, Terna, MMX, Lupatech, Dasa e OHL." Ele lembra que o banco atuou como coordenador de vários lançamentos de 2006, o que amplia o compromisso da corretora de cobrir as empresas. "Combinamos nossos recursos disponíveis com o cronograma de lançamentos."

A Bradesco Corretora também quer ampliar sua cobertura. Gafisa já é acompanhada, e a

instituição está de olho em quase todas as novatas de 2006. Das ofertas recentes, o Bear Stearns cobre Equatorial e Vivax. Também acompanha CCR, OHL e ALL. O critério de escolha também é o interesse do investidor.

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