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CAMINHOS DO PLANO INSTITUCIONAL DE CULTURA DA UERN: REGISTROS SOBRE FÓRUM DE CULTURA DE NATAL

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EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: INTERFACE ENTRE A PESQUISA E O ENSINO IX COLÓQUIO DE EXTENSÃO DA UERN

III FÓRUM DE EXTENSÃO DO OESTE POTIGUAR II SALÃO DE EXTENSÃO

CAMINHOS DO PLANO INSTITUCIONAL DE CULTURA DA UERN: REGISTROS SOBRE FÓRUM DE CULTURA DE NATAL

Área Temática: Cultura Irene de Araújo van den Berg Silva (irenearaujo@uern.br) Jeissiany Batista Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN Resumo

A partir da constituição do Plano Nacional de Cultura as universidades foram provocadas a se pensar e pensar seu papel e atuação no âmbito do cenário da cultura. Esse trabalho procura situar a relação entre cultura e extensão universitária, refletindo sobre do processo de construção do Plano institucional de Cultura (PIC) no âmbito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). O recorte aplicado considera uma fase do processo de construção do PIC-UERN, qual seja, a realização do Fórum de Cultura de Natal, e se propõem a apresentar os resultados preliminares desse encontro.

Palavras-chave: Plano Institucional de Cultura; UERN; Fórum de Cultura de Natal.

Introdução

Cultura pode-se dizer, é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferentes especificidades. Segundo a UNESCO (2002, p.2), cultura refere-se a “um conjunto de características distintas espirituais, materiais, intelectuais e afetivas que caracterizam uma sociedade ou um grupo social. Abarca, além das artes e das letras, os modos de vida, os sistemas de valores, as tradições e as crenças”. Sua difusão, em associação com a educação, compreende condição indispensável para a dignidade do homem e constitui um dever sagrado que todas as nações devem cumprir com um espírito de responsabilidade e de ajuda mútua (UNESCO, 2002b).

Cultura é também veículo de poder. Ela é sempre moldada conforme as visões políticas de cada tempo e detém em si as chaves dos sistemas de poder. “Chaves que podem abrir portas para a liberdade, para a equidade e para o diálogo. Mas também podem fechá-las, cedendo ao controle, à discriminação e à intolerância” (BRANT, 2009, p.13).

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A cultura como objeto de poder está disseminada nas diversas estruturas sociais, entretanto, com o advento da sociedade moderna algumas instituições em especial concentraram condições diferenciadas de produção, conservação e difusão dos conteúdos e produtos culturais. Dentre essas se destaca a Universidade que se tornou também uma instituição inseparável da ideia de democracia e de democratização do saber.

Desenvolvimento

O Plano Nacional de Cultura está previsto no § 3º do artigo 215 da Constituição Brasileira de 1988. Tal dispositivo normativo não existia na versão originária do texto constitucional e foi acrescentado na Carta Constitucional por força da Emenda Constitucional nº 48, de 10 de agosto de 2005, que veio dotar o Estado Brasileiro de instrumento normativo necessário para promover a integração das ações e políticas culturais da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Pretendeu-se com a inclusão que as ações do Poder Público na seara da proteção e promoção das formas de expressões culturais fossem unificadas a partir de um complexo de princípios que servissem de referência normativa obrigatória quando da formulação das decisões de governo e da administração voltadas à garantia dos direitos culturais.

O Plano Nacional de Cultura (PNC) tem por finalidade o planejamento e implementação de políticas públicas de longo prazo para a proteção e promoção da diversidade cultural brasileira. Diversidade que se expressa em práticas, serviços e bens artísticos e culturais determinantes para o exercício da cidadania, a expressão simbólica e o desenvolvimento socioeconômico do País. O PNC recebe esse nome porque busca abranger as demandas culturais dos brasileiros como um todo, sem discriminações sócio-econômicas, de localização geográfica, de origens étnicas, faixas etárias, etc.

A proposta do PNC engloba sete conceitos e valores norteadores, 33 desafios e cinco estratégias gerais, que abrigam ao todo mais de 200 diretrizes, divididas por modalidades de ação do Estado. A elaboração do PNC reflete, ainda, a perspectiva de continuidade e institucionalização do recente amadurecimento das práticas de gestão dos planos de cultura institucionais. Processo que se caracteriza por iniciativas como a política federal de seleção pública de projetos artísticos e culturais, realizada por editais adequados às particularidades das demandas de cada região do país e à diversidade das comunidades e grupos de identidade brasileiros.

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A um só tempo, a previsão de criação do PNC, através de lei abre novas possibilidades de organização dos planos institucionais de cultura da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. É que o sentido orgânico-institucional do PNC é justamente promover a integração e coordenação das políticas, ações e agentes responsáveis pela gestão e implementação de atividades voltadas à proteção, difusão, acesso, criação das diversas expressões culturais. Pretende-se, assim, promover uma nova organização da cultura através da criação de planos de cultura institucionais, organizados em sua dinâmica e objetivos, através de normas e princípios que estabeleçam a ligação necessária à integração dos planos institucionais.

Resultados e Discussão

A partir da previsão da criação dos planos de cultura institucionais muitas instituições, sobretudo, universidades saíram em busca de refletir e construir documentos que pudessem espelhar suas realidades, registrando cenários, desafios e possibilidades de atuação que cada instituição enfrenta/alcança. A UERN dá início a essa formulação no ano de 2016 e define a construção do Plano Institucional de Cultura da UERN como meta prioritária para o referido ano.

A justificativa de elaboração de um Plano Institucional de Cultura (PIC) para a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte considerou a realidade dessa instituição, a partir de diferentes fatores (social, ambiental e cultural), bem como identificou potencialidades no desenvolvimento cultural da Universidade e, subsidiariamente, nos territórios nos quais ela está inserida. Isso porque se compreendeu que a UERN é importante agente articulador da produção cultural, desencadeando processos de criação, ensino, produção, circulação, fruição e participação nas diferentes cidades/regiões em que se insere.

A administração superior da UERN entendeu que a articulação para a elaboração do PIC deveria ficar sob a responsabilidade da Pró-reitoria de Extensão, por meio de sua Diretoria de Cultura e Artes, por considerar que as atividades de cultura, nesta universidade têm se dado, majoritariamente, pela via da extensão universitária.

A metodologia de construção do PIC-UERN se fundamenta em processos participativos e democráticos, nos quais se busca envolver os diferentes segmentos da comunidade acadêmica, bem como agentes culturais externos à universidade. Nesse sentido, foram desenvolvidas duas reuniões ampliadas que antecederam a realização do Seminário de Cultura, na cidade de Mossoró, em agosto de 2016. Em seguida, foram executados os fóruns

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de cultura em cada Campus da Universidade, dentre os quais se realizou o Fórum de Cultura de Natal.

Buscando ampliar e democratizar as ações de entes públicos e da sociedade civil na esfera cultural, realizou-se no dia 27 de setembro de 2016, o Fórum de Cultura de Natal no Complexo Cultural da UERN com a participação de agentes de cultura e representantes de instituições culturais de Natal com a finalidade de atuar na articulação, proposição e contribuição, para a criação do PIC-UERN.

O Fórum buscou promover o debate, a articulação, a troca e a discussão dos temas relacionados à cultura valorizando a diversidade das expressões e o pluralismo das opiniões e encontrando alternativas viáveis para o desenvolvimento do plano de cultura na universidade através da proposição de estratégias. O Fórum assegurou a ampla participação de representantes do poder público e da sociedade civil e todos os segmentos apresentaram diagnóstico estruturado a partir de eixos temáticos propostos.

Dentre os agentes culturais e instituições convidadas estiveram presentes a Fundação José Augusto, a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Norte, a CUFA (Central Única das Favelas), o Núcleo de Arte e Cultura da UFRN, a Frente Potiguar de Hip Hop, o Centro de Referência em Assistência Social – Salinas, além de professores, técnicos e alunos da UERN e do Complexo Cultural.

Os debates se assentaram em 5 (cinco) eixos temáticos: a) patrimônio e memória artística e cultural,; b) cultura cidadania e diversidade; c) produção e difusão das artes e linguagem; d) economia da cultura e e)cultura e comunicação. Cada agente, ou cada grupo de agentes propôs em cada eixo temático quais seriam os desafios da implantação da temática no PIC, as diretrizes e prioridades, os objetivos, as estratégias, ações, metas e oportunidades a serem desenvolvidas e alcançadas pelo plano

Considerações Finais

No cenário brasileiro, as universidades vêm atuando fortemente nas lutas pela formação de um sistema cultural democrático, descentralizado e acessível, que fomente, difunda e preserve a produção cultural, respeitando e valorizando a ampla diversidade de manifestações, e promovendo a inclusão dos mais diferentes setores da população brasileira.

As universidades públicas, além da produção de cultura, do estudo crítico e da formação de quadros, têm assumido a responsabilidade de estimular a criação experimental, preservar o patrimônio simbólico, criar novos espaços e ampliar a formação do público, de

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modo que os valores tradicionais e contemporâneos sejam conhecidos e incorporados, sobretudo, pelas novas gerações e pelos historicamente excluídos.

Dessa forma, essas instituições constituem-se protagonistas qualificadas no processo de descentralização e ampliação do sistema cultural. Como tal, vêm sendo integradas à política cultural nacional e incluídas nas propostas governamentais da área da arte e da cultura, pela sua experiência e capacidade de concretizar e potencializar ações efetivas em âmbito local e em rede nacional.

A UERN, instituição com longo histórico de atuação na seara cultural, se localiza nessa discussão e buscando acompanhar os encaminhamentos que algumas instituições já encabeçaram se lança no desafio de construir seu Plano de Cultura. O processo, embora ainda em curso, já denota a significativa importância de sua realização, ouvindo, mapeando, interagindo e propondo alternativas para a potencialização de ações e para a ampliação do papel de agente cultural que fortalece a missão institucional da UERN.

Referências

BRANT, Leonardo. O poder da cultura. São Paulo: Peirópolis, 2009. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988.

BRASIL. Plano Nacional de Cultura. LEI Nº 12.343, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2010

FORPROEX. Plano de Extensão Universitária. Coleção Extensão Universitário, vol. I. MINISTÉRIO DA CULTURA. PLANO Nacional de Cultura: diretrizes gerais. 2 ed. Ministério da Cultura, 2008.

SANTOS, B. de S. A universidade do século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005. (Coleção Questões de Nossa Época, v. 120).

SENADO Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: http://senado.gov.br – Acesso em: 11 de outubro de 2016.

UNESCO. Constituição da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura. 2002b. Disponível em:

http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001472/147273por.pdf. Consultado em: 15.10.2016, às 09:35.

UNESCO. Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural. 2002. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001271/127160por.pdf. Consultado em: 15.10.2016, às 09:26.

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