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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA

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CURSO DE FARMÁCIA

ANDRESSA JANSEN GOMES

UTILIZAÇÃO DO PEELING FACIAL NO MUNICÍPIO DE BLUMENAU

FURB 2009

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UTILIZAÇÃO DO PEELING FACIAL NO MUNICÍPIO DE BLUMENAU

Monografia apresentada a disciplina de Trabalho de Conclusão como requisito parcial para a conclusão do Curso de Farmácia, Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade Regional de Blumenau.

Prof. Mirele Titton Calderari, Msc. – Orientadora

FURB 2009

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Por

ANDRESSA JANSEN GOMES

Trabalho de Conclusão de Curso aprovada para obtenção do grau de Farmacêutica, pela Banca examinadora formada por:

_________________________________________________ Membro: Prof. Mirele Titton Calderari, Msc. ,Orientadora, FURB.

_________________________________________________ Membro: Prof. Michele Debiasi Alberton Magina, Dra., FURB.

_________________________________________________ Membro: Raquel Mattedi, Bioquímica, Dermablu.

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Este estudo visou diferenciar os tipos de peelings, citando seus produtos utilizados, procedimentos e recuperação. Através de pesquisa de campo, avaliou-se o peeling mais recomendado, os principais motivos para a realização deste, a faixa etária predominante, complicações que poderiam ter acontecido durante o acompanhamento do tratamento, a satisfação do paciente e o profissional mais atuante na área. Esta pesquisa de campo foi realizada através de um questionário específico em pacientes que fazem ou já fizeram utilização do peeling químico, onde foram abordados pontos como satisfação e recuperação do paciente. A seleção da amostra para o questionário foram os pacientes em que os médicos e as clínicas de estética permitiram a aplicação do questionário, assim como também a disposição do paciente para tal. A pesquisa foi realizada no município de Blumenau através de quatro clínicas de estética. Foram respondidos doze questionários. A maioria dos pacientes se mostrou muito satisfeito com o tratamento. O peeling mais utilizado é o peeling superficial, correspondendo a nove questionários. O peeling médio correspondeu a dois questionários. E o peeling profundo correspondeu a um questionário. O principal motivo para a realização da quimioesfoliação foi a presença de manchas na epiderme facial. Todos os entrevistados foram do sexo feminino entre a faixa etária de dezenove anos até sessenta anos. O principal inconveniente relatado pelas pacientes foi o rubor facial persistente. O principal profissional atuante na área é o profissional médico.

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FIGURA 1: Pele humana...12

QUADRO 1: Dados dos produtos químicos utilizados no peeling no município de Blumenau....39

QUADRO 2: Cremes pré-peeling utilizados para o resurfacing...43

QUADRO 3: Tratamento pós-peeling...46

GRÁFICO 1: Estado civil dos utilizadores do peeling no município de Blumenau...38

GRÁFICO 2: Grau de profundidade mais incidente do peeling no município de Blumenau...38

GRÁFICO 3: Tipo de pele aplicado o peeling no município de Blumenau...41

GRÁFICO 4: Principal motivo da procura do peeling no município de Blumenau...41

GRÁFICO 5: Principal profissional aplicante do peeling no município de Blumenau...42

GRÁFICO 6: Utilização de medicamentos da população entrevistada...44

GRÁFICO 7: Desconforto pós-peeling em relação ao paciente...44

GRÁFICO 8: Principal motivo do desconforto em relação ao paciente...45

GRÁFICO 9: Incidência de herpes zoster nos pacientes entrevistados...46

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TABELA 1: Fórmula de Baker-Gordon...16

TABELA 2: Citoestimulação...17

TABELA 3: Despigmentante com AHA...17

TABELA 4: Creme para eritema...20

TABELA 5: Fórmula Sampaio...27

TABELA 6: Fórmula a base de resorcinol...27

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1 INTRODUÇÃO ... 9 1.1 OBJETIVOS... 11 1.1.1 Geral ... 11 1.1.2 Específicos... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA... 12 2.1 PELE... 12

2.2 PEELING FACIAL SUPERFICIAL... 13

2.3 PEELING FACIAL MÉDIO... 14

2.4 PEELING FACIAL PROFUNDO ... 15

2.5 SUBSTÂNCIA QUÍMICAS UTILIZADAS NO PEELING QUÍMICO FACIAL ... 16

2.5.1 Peeling de fenol ... 16

2.5.2 Peeling com Alfa-hidroxiácido (AHA) ... 21

2.5.3 Peeling com Ácido tricloroacético (TCA)... 25

2.5.4 Peeling com resorcina... 27

2.5.5 Peeling com ácido salicílico ... 28

2.5.6 Peeling com solução de Jessner... 29

2.5.7 Peeling com ácido retinóico ... 30

2.5.8 Clear peel... 31

2.5.9 Peeling com ácido fítico ... 32

2.5.10 Peeling com ácido kójico... 32

2.5.11 Peeling com ácido azeláico ... 32

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2.9 POSSÍVEIS RISCOS ... 35

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 36

3.1 TIPO DE ESTUDO ... 36

3.2 ASPECTOS ÉTICOS ... 36

3.3 COLETA DE DADOS E SELEÇÃO DA AMOSTRA ... 36

3.4 ANÁLISE DOS DADOS ... 37

4 RESULTADO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA... 38

5 CONCLUSÃO... 49

REFERÊNCIAS ... 50

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1 INTRODUÇÃO

A aparência física sempre foi de profunda importância para o ser humano. Na sociedade moderna a qual vivemos hoje, a busca por uma boa aparência vem se tornando não apenas como uma forma de vaidade, mas uma necessidade tanto profissional, quanto fisiológica (TAKACS et al, 2002). Cada vez mais estão sendo documentada depressão em adolescentes pela busca frustrada pela beleza física (CUNHA, 2003).

A região facial é a parte do corpo que mantém um relacionamento mais direto com o mundo. Por ser tão valorizada dentre as partes do corpo, esta se torna a parte física mais representativa de uma pessoa. É natural que nela se concentrem esforços de recuperação ou conservação de sua estética e beleza (TAKACS et al, 2002).

Por estes fatores, é que está se dando cada vez mais importância ao envelhecimento da pele. O processo de envelhecimento da pele pode ocorrer por fatores intrínsecos ou extrínsecos. Os fatores intrínsecos, ou envelhecimento cronológico, são determinados por fatores genéticos, como divisão celular e resposta a lesão. O envelhecimento extrínseco seria o envelhecimento pela exposição aguda ou crônica a raios UV, causando rugas, flacidez, pigmentação irregular e engrossamento da pele (ZANLUCHI, 2007). Os raios UVA penetram na derme reticular e induzem a modificações nos fibrobrastos, colágeno e elastina. Estes dois últimos são as proteínas mais importantes que dão consistência a derme (FATTACCIOLI, 2001).

Cada vez mais há pessoas atingindo a terceira idade, a expectativa de vida dos países está aumentando. O que no passado era privilégio de alguns poucos passou a ser uma experiência de um número crescente de pessoas em todo o mundo. No início do século XIX no Brasil, a expectativa de vida das pessoas era de trinta e três anos; e segundo o IBGE em 1980 atingiu sessenta e três anos (KALACHE et al, 1987). Isso demonstra que as técnicas de rejuvenescimento vêm-se aperfeiçoando não apenas pelos avanços tecnológicos, mas também pela preocupação da população com a saúde e a aparência física, bem como em decorrência da maior longevidade (VELASCO, 2004).

Umas das técnicas de rejuvenescimento da pele seria o peeling. Este também pode receber a denominação de quimioesfoliação (MARQUET, 2007), resurfacing químico ou quimiocirurgia (VELASCO, 2004). Tal procedimento consiste na aplicação de um ou mais agentes cáusticos a pele (substância química) para descamar e renovar a cútis pela ação

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química sobre as células através de uma destruição controlada das camadas externas da pele (MARQUET, 2007) (VELASCO, 2004).

Basicamente o peeling atinge três profundidades, isto varia dependendo do resultado que se quer atingir e do motivo para o qual esta sendo realizado o peeling (VELASCO, 2004). Tal substância química induz a uma acelerada esfoliação e renovação celular, que se for manuseada por um profissional habilitado com produtos e local adequados, é um procedimento confiável e seguro (CUNHA, 2003).

Há relatos de práticas do peeling no Egito Antigo, Roma Antiga e Grécia. Cleópatra empregava o ácido láctico para remover o plano mais superficial da pele e assim, obter uma textura cutânea mais regular e agradável. Mulheres romanas usavam com a mesma finalidade o ácido tartárico, encontrado no fundo dos barris de vinho de uvas azedas. Mulheres gregas empregavam uma fórmula à base de óleo animal, sal e pó de alabastro para provocar a esfoliação da pele e deixá-la mais macia (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

Os principais motivos estéticos para a utilização do peeling facial são: clareamento da pele, envelhecimento da pele (rugas) por fatores extrínsecos ou intrínsecos, hiperpigmentação ou pigmentação heterogênea, tratamento da acne, cicatrizes, lentigos actínicos, queratoses solares, seborréicas, psoríase. Sendo que cada pele e cada caso necessitam de um tratamento específico, em grau e em produto, para cada indivíduo (VELASCO, 2004) (LEVY et al, 1981) (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

Este procedimento estimula a produção de colágeno, fibras elásticas (ambas são as proteínas mais importantes que dão consistência a pele), fibroblastos e regeneração epidérmica. Assim explicando seu efeito rejuvenescedor (FATTACCIOLI, 2001) (FATTACCIOLI, 2005).

O objetivo deste trabalho é diferenciar os tipos de peeling, citando seus produtos utilizados, procedimentos, cuidados e recuperação; assim dando orientação a população e acadêmicos. Através de pesquisa de campo, avaliar a classe de peeling mais recomendada e utilizada no município de Blumenau, assim como a satisfação dos pacientes utilizadores do mesmo.

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1.1 OBJETIVOS

A seguir enunciam-se os objetivos geral e específicos de pesquisa.

1.1.1 Geral

Este trabalho tem como objetivo a avaliação de questionário específico aplicado em pacientes que fizeram uso do peeling químico facial.

1.1.2 Específicos

- Avaliar o nível do peeling mais indicado através de questionário específico no município de Blumenau;

- Faixa etária predominante dos que são submetidos ao resurfacing facial; - Estado civil dos utilizadores desta técnica;

- Sexualidade predominante no peeling facial;

- Motivo mais incidente da utilização da quimioabrasão; - Número médio de sessões;

- Profissional predominante da prática na técnica; - Satisfação do paciente.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PELE

A pele, ou cútis, maior órgão do corpo humano, é um órgão de revestimento complexo e heterogêneo, constituída essencialmente de três grandes camadas de tecidos: uma superior (epiderme), uma camada intermediária (derme), e uma camada profunda (hipoderme). Apresenta funções de proteção, nutrição, pigmentação, queratogênese, termorregulação, transpiração, perspiração, defesa e absorção (BATISTELA, 2007) (SANT’ANNA, 2003).

Figura 1: Pele humana.

Fonte: Natura. Disponível em: <http://naturavendas.wordpress.com/2008/10/04/a-pele/>. Acesso em: abr. 2009

A cútis é o órgão mais evidente do corpo humano, o que a torna um marcador real da idade cronológica e importante para o psiquismo do indivíduo. Ou seja, as alterações cutâneas provocadas pelo tempo atingem dimensões mais abrangentes que a simples coloração, elasticidade e textura (SANTANA, 2000).

É cada vez maior o interesse das pessoas por uma pele jovem, isenta de rugas e manchas, o que tem estimulado os pesquisadores da área cosmética na busca de se conhecer

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os mecanismos responsáveis, bem como as principais alterações morfo-histológicas causadas durante o processo de envelhecimento cutâneo (BATISTELA, 2007).

A pele é o manto que reveste o organismo, indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio exterior. É o maior órgão humano, atingindo 16% do peso corporal. Sua camada externa, a epiderme é composta de um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. A derme é o tecido conjuntivo sobre a qual se apóia a derme. Tanto a derme reticular quando a papilar contêm muitas fibras elásticas responsáveis, em parte, pelas características de elasticidade da pele (SANTANA, 2000).

São quatro as macromoléculas produzidas pelas células mesenquimais e que estão envolvidas na composição da derme: elastina (fibras elásticas), proteoglicanas, glicosaminoglicanas e colágeno (SANTANA, 2000).

Do ponto de vista cultural, a pele é suporte para manifestações simbólicas, como a escarificação, a pintura ritual e a tatuagem. A pele está profundamente associada à dinâmica da pessoa, ou seja, à atitude social do indivíduo, na medida em que é parte fundamental da imagem que este passa para o mundo. Pessoas muito rígidas, impermeáveis e unilaterais podem ser compensadas, no plano orgânico, por meio de distúrbios dermatológicos. A pele revelaria o estado interior, pois ao mesmo tempo em que protege nosso meio interno, ela o revela por meio de sua forma, textura, coloração e cicatrizes (SANT’ANNA, 2003).

2.2 PEELING FACIAL SUPERFICIAL

O peeling cutâneo superficial é um procedimento bem documentado nos EUA desde o início da década de 1960, atingindo maior popularidade no final da década de 1980 (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

Este peeling se limita a uma remoção do estrato córneo da pele (camada mais superficial) (MARQUET, 2007) (CUNHA, 2003). A descamação inicia-se cerca de vinte e quatro a quarenta e oito horas após o procedimento e perdura por cinco a sete dias. A aparência da pele é normal com uma leve descamação, sendo que o paciente pode continuar seu dia-a-dia normal (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

O resurfacing superficial é indicado para casos de acne, fotoenvelhecimento leve, eczema hiperquerostático, queratose actínica, rugas finas e melasma (VELASCO, 2004)

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(ALMEIDA DE SÁ, 2006). No peeling superficial utilizam-se substâncias ativas como os alfa-hidroxiácidos (AHA), beta-hidroxiácidos (ácido salicílico), ácido tricloroacético (TCA), resorcinol, ácido azelaico, solução de Jessner, dióxido de carbono (CO2) sólido e tretinoína (VELASCO, 2004).

Este tipo de peeling pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em qualquer área do corpo, pois esta quimioesfoliação dificilmente apresenta risco de complicação ao paciente (VELASCO, 2004). Este procedimento apresenta bons resultados quando feito em várias sessões repetidas em pequenos intervalos. Seu principal resultado é uma melhora na textura da pele, clareamento das manchas e atenuação das rugas finas, além de estimular a renovação de colágeno, assim dando melhor firmeza a pele (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

É importante ressaltar que o peeling cutâneo superficial não é, e não deve ser considerados como uma terapêutica definitiva para os problemas cutâneos do paciente, sendo antes, uma etapa de um esquema progressivo onde as descamações costumam ser repetidas para que se obtenham e se mantenham melhores resultados (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

2.3 PEELING FACIAL MÉDIO

O peeling médio consiste na destruição das camadas específicas da pele, dependendo do agente utilizado e sua concentração (CUNHA, 2003). Este necessita de sete a quinze dias para o retorno a vida normal (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

Tem as mesmas indicações que o peeling superficial, além de ser indicado em lesões epidérmicas (VELASCO, 2004). São mais indicados quando a pele já apresenta asperezas como as ceratoses (lesões pré-cancerosas) e rugas mais pronunciadas (ALMEIDA DE SÁ, 2006). No procedimento utilizam-se como substâncias ativas combinações de TCA (ácido tricloroacético) com CO2, TCA com solução de Jessner, TCA com ácido glicólico ou somente o TCA e a resorcina (VELASCO, 2004).

Assim como o peeling superficial, o resurfacing médio atingiu maior popularidade na década de 80. Neste procedimento as descamações também costumam ser repetidas para que se obtenham e se mantenham melhores resultados. (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

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2.4 PEELING FACIAL PROFUNDO

O peeling profundo induz uma reação inflamatória no tecido mais profundo causando uma necrose pelo agente esfoliante (CUNHA, 2003). Ele tem ação na camada da derme reticular da pele (VELASCO, 2004). A quimioesfoliação profunda é bem mais agressiva que os demais, provocando a formação de muitas crostas na pele. O procedimento exige uso de curativos e a recuperação deste pode durar até um mês (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

É indicado para os casos de lesões epidérmicas, manchas, cicatrizes, discromias actínicas, rugas, queratoses, melasma e lentigos. São utilizados como componentes ativos o TCA a 50% e o fenol (solução de Baker-Gordon), entre outros (VELASCO, 2004).

Seus resultados são considerados muito bons, com renovação importante da pele e diminuição até mesmo de rugas profundas como as rugas ao redor da boca e dos olhos (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

Logo após o procedimento é indicado recobrir a pele com pomada de corticóide para aliviar o ardor. O corticóide evita o processo inflamatório que por sua vez induziria maior pigmentação. É interessante associar um antiviral, como o aciclovir, quando tiver história de herpes recente, assim como também utilizar prednisona 10 mg por dia, via oral durante uma semana, quando apresentar probabilidade de hiperpigmentação da pele. Por ser um processo muito invasivo, é preciso ficar alerta quanto a possíveis infecções secundárias e escoriações (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

As complicações mais comuns de um peeling químico são as lágrimas que escorrem pelo pescoço (levando o produto químico junto), esfoliação prematura, infecção, erupções acneiformes, equimoses, hiperpigmentação pós-inflamatória, hipopigmentação, reações alérgicas, eritema persistente e fibrose. Na maioria dos casos estas complicações são reversíveis (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

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2.5 SUBSTÂNCIA QUÍMICAS UTILIZADAS NO PEELING QUÍMICO FACIAL

2.5.1 Peeling de fenol

O fenol também pode ser chamado de ácido carbólico, e é um tipo de peeling profundo (VELASCO, 2004) (FRANCO, 1976). Os peelings químicos com fenol são os primeiros descritos na história dos peelings químicos, onde as primeiras formulações datam de 1800 (FATTACCIOLI, 2005).

Este tipo de químiolesão é indicado para queratoses actínicas, discromias, melasma e cloasma, (epidérmicos, dérmicos e mistos), fotoenvelhecimento, peles sem viço, seqüelas de acne, queratoses seborréicas, clareamento da pele, rugas, manchas e rejuvenescimento do rosto, pescoço e mãos (EFICÁCIA, [200-]) (VELASCO, 2004).

Várias substâncias têm sido empregadas para a abrasão química, mas entre os cirurgiões plásticos exige uma certa preferência pelo peeling de fenol. A fórmula de Baker-Gordon tem sido e continua sendo a mais utilizada para rejuvenescimento da pele do rosto (FATTACCIOLI, 2005). Sua formulação está representada na Tabela 1 – Formulação de Baker-Gordon (SAMPAIO, 2000):

Tabela 1: Fórmula de Baker-Gordon (1962).

Fenol 88% USP 3 mL

Água destilada 2 mL

Óleo de cróton 3 gotas

Sabão líquido 8 gotas

Fonte: SAMPAIO, p.1104, 2000.

O Fenol é associado ao Óleo de cróton para facilitar a penetração. O sabão líquido é agente emulsífero, ou seja, reduz a tensão superficial da gordura presente na pele, facilitando a penetração e promovendo um peeling mais homogêneo. Na formulação a concentração da solução de fenol fica entre 45% e 55% (SAMPAIO, 2000) (VELASCO, 2004).

Dias antes do procedimento com fenol é exigido um cuidado especial com a pele. Esses cuidados vão de quatorze a vinte e um dias antes do peeling. Recomenda-se usar um

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produto pré-peeling, o qual pode ser manipulado e está mensurado na Tabela 2 – apresentação de duas formulações optatórias (EFICÁCIA, [200-]):

Tabela 2: Citoestimulação.

Ácido retinóico 0,025%

Hidroquinona 2%

Laktoquine fluid 2,5%

ACB yogurt 2%

Emulsão sensactive parabeno e etoxilado free

q.s.p. 30 g

Fonte: EFICÁCIA, [200-].

O Laktoquine fluid tem uma potente ação antiinflamatória e reduz a síntese de melanina. O ACB yogurt estimula a produção de colágeno e a migração de fibroblastos. O ácido retinóico tem ação queratolítica, esfoliante e previne a formação de comedões (EFICÁCIA, [200-]).

Sua posologia é aplicar ao deitar em toda a região por quatorze a vinte e um dias antes do peeling com fenol. Interromper por duas noites antes do peeling (EFICÁCIA, [200-]). Na Tabela 3 está a segunda formulação pré-peeling de fenol proposta (EFICÁCIA, [200-]):

Tabela 3: Despigmentante com AHA.

Hidroquinona 2%

Ácido glicólico 4%

VEGELES AHA 4%

Laktoquine fluid 5%

Gel base livre q.s.p 30 g

Fonte: EFICÁCIA, [200-]. Legenda: AHA: Alfa-hidroxiácido.

O Ácido glicólico é um rejuvenescedor da pele, diminuindo a espessura e a compactação do extrato córneo, estimula a síntese de colágeno e é hidratante. Assim como já citado anteriormente, o Laktoquine fluid tem uma potente ação antiinflamatória e reduz a síntese de melanina (EFICÁCIA, [200-]).

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Sua posologia é aplicar ao deitar em toda a região por quatorze a vinte e um dias antes do peeling com fenol. Interromper por duas noites antes do peeling (EFICÁCIA, [200-]). A técnica para a aplicação do peeling de fenol é primeiramente uma sedação do paciente, para então limpar e desengordurar a pele com sabonete e éter. Então se aplica a solução de fenol (fórmula de Baker-Gordon), que deve ser preparada pouco antes do uso (SAMPAIO, 2000) (VELASCO, 2004) (FATTACCIOLI, 2005).

A aplicação é com movimentos suaves com um algodão preso na pinça, evitando atingir as mucosas. Imediatamente após a aplicação, em decorrência da coagulação das proteínas, surge cor branca e queimor na pele. Este desaparece rapidamente, pela ação anestésica do fenol (atinge as terminações nervosas). A seguir, aplica-se a máscara de esparadrapo. Remova-se a máscara após quarenta e oito horas e aplica-se um creme antibacteriano (SAMPAIO, 2000) (VELASCO, 2004) (FATTACCIOLI, 2005).

O procedimento é doloroso, o paciente deve ser sedado durante a intervenção e receber, posteriormente, analgésico e corticóide. Deve-se evitar a exposição solar por três meses (SAMPAIO, 2000).

A aplicação do resurfacing de fenol deve ser feita por áreas; inicialmente aplica-se na região da testa, depois na bochecha direita e bochecha esquerda, região perioral, região periorbital e nariz. Deve-se deixar um intervalo de quinze minutos entre cada aplicação em uma região e outra (VELASCO, 2004).

Deve-se evitar a fricção muito rigorosa, pois pode produzir penetração muito rápida do fenol, e conseqüentemente maior risco de intoxicação. Tanto que a quimioesfoliação profunda com fenol, mesmo apresentando resultado superior ao peeling com o ácido tricloroacético, só pode ser recomendado para pacientes hígidos, sem alterações cardio-hepato-renais, justamente por este risco de toxicidade nestas regiões (SAMPAIO, 2000).

A penetração do fenol é diretamente proporcional a sua diluição e oclusão, e sua ação é necrosante por contato. É necessário aplicar-se a máscara de esparadrapo (oclusão), como já citado anteriormente no procedimento, porque assim aumenta a penetração do fenol. A destruição atinge a derme reticular, sendo que na regeneração do tecido forma-se uma zona de neocolágeno em todas as áreas destruídas. Estudos histológicos mostram que não ocluindo o resurfacing, a zona de neocolágeno é de profundidade de 260 + 22 µm, e com a oclusão a profundidade da zona de neocolágeno é de 350 + 20 µm. (FATTACCIOLI, 2005).

O fenol diluído na formulação atua como agente queratolítico, rompendo as pontes de enxofre da queratina e penetrando mais profundamente, sendo biotransformado pelo fígado

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e excretado pelos rins. Quanto mais concentrado o fenol estiver na formulação, maior a coagulação da queratina, menor sua penetração, menor sua toxicidade (VELASCO, 2004).

O fenol possui efeitos nefrotóxicos quando usado em concentrações elevadas ou grandes áreas (FRANCO, 1976). O fenol em concentrações de até 1% é seguro sendo usado em formulações como antisséptico e antipruriginoso (SAMPAIO, 2000). Até 1% o fenol tem efeito bacteriostático, e acima disto tem efeito bactericida (VELASCO, 2004). Em concentrações mais altas é tóxico. Em concentrações acima de 80% causa queratocoagulação (coagulação das proteínas da pele), o que retarda sua penetração. Quando sua concentração é diminuída, a absorção do fenol aumenta, e consequentemente aumenta também o risco de efeito tóxico (SAMPAIO, 2000).

Sempre deverá ser avisado ao médico se há histórico na pessoa de aparecimento de herpes, se faz uso de anticoncepcionais, se está grávida ou suspeita de gravidez, se está amamentando, se faz uso de antibióticos, se fez alguma cirurgia recente, se é hipertenso, se tem problema de cicatrização e se é alérgico a algum medicamento (EFICÁCIA, [200-]).

Devem ser evitados pacientes que registrem existência de doença cardíaca, renal e hepática; aparecimento de herpes, exposição contínua aos raios UV, uso recente de isotretinoína, instabilidade psicológica e predisposição a quelóide. O paciente ideal para este tipo de peeling deve ter pele clara, fina e ressecada (VELASCO, 2004).

Esta fórmula exige precauções de monitoramento cardiorespiratório, exames de laboratório (como hemograma, glicose, perfil hepático e renal) e eletrocardiograma (para evitar arritmias que são as complicações mais freqüentes) (FATTACCIOLI, 2005).

O paciente deve ser monitorado durante a quimiocirurgia. Quando o número de extrassístoles for maior que seis por minuto, a aplicação é suspensa. Após o tratamento o paciente deve permanecer quatro horas sob observação médica (SAMPAIO, 2000).

O fenol em concentrações elevadas no sangue pode provocar efeito tóxico no miocárdio, provocando taquicardia, contrações ventriculares prematuras, fibrilação atrial, fibrilação ventricular e dissociação eletromecânica. Por isso o produto é aplicado em cada região num intervalo de quinze minutos, para que a concentração absorvida seja eliminada pela urina, sem causar danos cardíacos. Para elevar a excreção do fenol e minimizar complicações sistêmicas, os pacientes são tratados com fluídos endovenosos e acompanhados com monitoração cardíaca (VELASCO, 2004).

As orientações após o peeling profundo de fenol é que não molhe o local. Se o peeling for feito no rosto não lave o cabelo nas próximas quarenta e oito horas. Após vinte e

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quatro horas retorne ao médico para revisão. Muito provavelmente o médico indicará analgésicos e antiinflamatórios (EFICÁCIA, [200-]).

O uso de cigarro está estritamente proibido, pois irá interferir negativamente na recuperação da pele. Evite excesso de mastigação, nas primeiras quarenta e oito horas. Procure consumir alimentos mais leves ou líquidos. Evite cozinhar também nas primeiras quarenta e oito horas, pois temperos e extremos de temperatura em contato com a pele lesada prejudicam no resultado do peeling. Evite sabonetes convencionais para lavas a área lesada, pois os tensoativos são irritantes a pele. Enxugue a pele com toalha macia e não esfregue (EFICÁCIA, [200-]).

Em caso de contato por acidente, pode-se remover o fenol rapidamente da pele com glicerina, óleos vegetais ou álcool etílico a 50% (VELASCO, 2004).

No primeiro dia o paciente irá notar a pele ardente, repuxada, e poderá apresentar algumas regiões com inchaços e um começo de escurecimento. No segundo dia irá ter uma sensação de estiramento da pele, início de uma aparência plastificada e a presença de edemas e inchaços. No terceiro dia aparecerá um aspecto de pele enrugada, em alguns casos o início de rachaduras. No quarto dia a pele descama, e a duração da descamação é de aproximadamente uma semana (EFICÁCIA, [200-]).

De acordo com cada paciente, depois da segunda semana do pós peeling, pode-se usar maquiagem hipoalergênica, e no final da sexta semana poderá usar um bloqueador solar (VELASCO, 2004).

Pode acontecer do peeling de fenol causar alguma complicação, como por exemplo um eritema prolongado intenso. Neste caso é indicado um creme, o qual pode ser manipulado e está formulado na Tabela 4 (EFICÁCIA, [200-]).

Tabela 4: Creme para eritema.

Vitamina C 5% Vitamina E 1% Ácido ferúlico 0,5% Anasensyl 1% Extrato de portulaca 5% Ácido hialurônico 5% Vegelip®3 5% Óleo de framboesa 2%

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Creme olivem etoxilado e parabeno free

q.s.p. 30 g

Fonte: EFICÁCIA, [200-].

Estes produtos estão na formulação porque o anasensyl combate o eritema e o extrato de portulaca é um antiinflamatório. A vitamina C protege as estruturas celulares contra a ação dos radicais livres, possui propriedade clareadora da pele, prevenindo e atenuando sardas. A vitamina C ainda estimula a síntese de colágeno. A vitamina E complementa a ação da vitamina C, pois a vitamina E também tem atividade antioxidante e protege as estruturas celulares contra a ação dos radicais livres (EFICÁCIA, [200-]).

A posologia deste creme é três vezes ao dia (EFICÁCIA, [200-]).

Vários estudos estão demonstrando que a zona de colágeno gerada por este peeling é diretamente proporcional a extensão da destruição química e a concentração do ácido utilizado (FATTACCIOLI, 2005). O fenol é considerado um agente químico que produz rejuvenescimento facial intenso, quando utilizado corretamente (VELASCO, 2004).

Estudos histológicos mostram que o peeling de fenol profundo estimula um aumento de glicosaminoglicanos logo após o procedimento, e começa a então declinar após trinta dias, normalizando após sessenta dias do procedimento. As fibras elásticas também apresentam alterações em até seis meses após o tratamento. Pesquisas mostram que há neocolágeno e fibras elásticas novas depositadas na pele e bem evidentes nos estudos histológicos mencionado em artigos (FATTACCIOLI, 2005).

O peeling com fenol possibilita um resultado muito bom na pele fotolesada ou envelhecida, mas devido ao risco de toxicidade, esta é pouco utilizada (SAMPAIO, 2000).

2.5.2 Peeling com Alfa-hidroxiácido (AHA)

Os AHAs foram introduzidos no tratamento tópico em 1974 (NARDIN, 1999). Os alfa-hidroxiácidos compreendem um grupo de ácidos orgânicos, alguns encontrados na natureza, como o ácido láctico (leite), ácido glicólico (cana de açúcar), ácido málico (maça), ácido cítrico (frutas cítricas), ácido tartárico (uva), ácido acético (vinagre) e ácido pirúvico. Outros são produtos de degradação ou sintéticos, como os ácidos mandélico, benzílico e glucônico (SAMPAIO, 2000) (MARQUET, 2007) (NARDIN, 1999).

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O ácido mandélico é extraído de amêndoas picantes, é capaz de melhorar a textura da pele porque sua pequena molécula penetra além da camada córnea, atingindo a derme, na camada mais superficial. O ácido mandélico atua dissolvendo o cimento intercelular, promovendo a descamação e tornando a superfície da pele homogênea, proporcionando um toque suave. Na camada mais profunda estimula a produção de colágeno e inibe a formação de melanina, demonstrando efeito no tratamento de melasma e cloasma. O ácido mandélico também tem atividade bactericida, o que o torna eficaz no tratamento da acne, combatendo o Propionibacterium acnes (EFICÁCIA, [200-]).

Este ácido é uma opção entre os alfa-hidroxiácidos, mantendo os mesmos efeitos benéficos na pele, entretanto causando menor irritação. Pode ser usado em formulações a 5% uso diário e 20% para peelings no consultório (EFICÁCIA, [200-]).

O que diferencia um ácido de outro é basicamente o tamanho da molécula, sendo o ácido glicólico o menor dentre eles, portanto, com maior poder de penetração na pele. O ácido glicólico é o mais utilizado em formulações cosméticas (NARDIN, 1999).

O ácido glicólico é utilizado no rejuvenescimento da pele, diminui a espessura e na compactação do extrato córneo, estimula a síntese de colágeno e é hidratante. Este ácido é usado no tratamento da acne, queratose actínica, hipercromia e atenuação de rugas finas e linhas de expressão. Pode ser usado de 2 a 70%, dependendo do caso (EFICÁCIA, [200-]).

É aplicado como peeling numa concentração de 70%. Concentrações mais baixas, como 2% , são utilizadas em cremes faciais (EFICÁCIA, [200-]). É indicado também para pele fotolesada, complementando o peeling superficial continuado, após duas a quatro semanas. Fazer a cada duas a três semanas, uma série de seis a oito peelings com ácido glicólico 70% (SAMPAIO, 2000).

Seu procedimento inicia-se com a limpeza da pele com água e em seguida, desengordurar com álcool ou acetona. Fazer uma proteção ocular. Aplicar o ácido glicólico com algodão em forma circular, primeiramente na fronte, após na zigoma, mento, nariz e pescoço. Inicialmente o tempo de contato da pele com o produto deve ser de dois a quatro minutos, se houver boa tolerância poderá ficar no máximo vinte e cinco minutos. Após retirar o produto, é indicado aplicar algum creme hidratante para a face (SAMPAIO, 2000).

O ácido glicólico é um tipo de peeling médio e este não produz descamações uniformes (ALMEIDA DE SÁ, 2006). A reação adversa que pode acontecer é o eritema, o qual pode persistir por alguns dias até desaparecer. Durante o procedimento do peeling pode aparecer área esbranquiçada (como acontece no peeling com ATA), se isto acontecer o

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indicado é neutralizar imediatamente, pois está ocorrendo um peeling profundo. É normal acontecer durante o procedimento sensação de queimor e eritema. Caso for muito intenso, pode-se neutralizar o ácido com água fria (SAMPAIO, 2000).

Na maioria dos pacientes a descamação é discreta. Complicações são raras. o clareamento do eritema pode ser mais demorado, eventualmente surgem erosões ou ocorre reativação de herpes simples. Quando há história de infecção por herpes recente, é indicado tratamento preventivo (SAMPAIO, 2000).

O ácido glicólico também pode ser aplicado através da formulação de ácido glicólico 70% em associação com ácido retinóico 4% (EFICÁCIA, [200-]).

O procedimento desta composição se sucede primeiramente lavando a face com sabonete líquido (evitar acetona e Licor de Holffmann). Aplica-se o peeling de ácido glicólico 70% com pincel, esperar até rubor leve ou até antes, caso o paciente relate não suportar mais o tempo. Então se neutraliza com solução de bicarbonato de sódio 5% ou água. Aplica-se o peeling de ácido retinóico 4%. O paciente permanece com esta substância por seis horas. Após este período, lavar o rosto com sabonete neutro. Repetir de cinco a seis sessões, num intervalo de um a dois meses (EFICÁCIA, [200-]).

Não é recomendado usar sabonetes convencionais, pois o tensoativo presente nestas formulações é irritante a pele. Enxugue a face com toalha macia e não esfregue (EFICÁCIA, [200-]).

Para os alfa-hidroxiácidos quanto menor o pH (mais ácido) maior a sua ação esfoliante no peeling e seu poder irritante na pele. O pH de 3,5 é o ideal para uma boa esfoliação (VELASCO, 2004). Ou seja, é necessário ajustar o pH das formulações para valores baixos a fim de obter atividade máxima dos AHAs, observando-se pouca atividade ou praticamente nenhuma se os ácidos forem totalmente neutralizados (NARDIN, 1999).

Os alfa-hidroxiácidos são mais recomendados para peles mais frágeis. Pessoas com pele escura podem usar peelings mais superficiais em suas manchas escuras. Peelings contendo ácido glicólico e ácido láctico são os mais recomendados para peles secas, sensíveis, pigmentada e enrugada. Além da esfoliação e lubrificação promovida, o produto evidencia uma melhora nas rugas finas (BAUMANN, 2007).

Estes são recomendados para tratamento de xerose, acne, queratoses seborréica e actínica, verrugas, prevenção do envelhecimento intrínseco e extrínseco da pele e atrofia causada pelo uso tópico de glicocorticóides (NARDIN, 1999).

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A acne pode ser tratada com ácido glicólico (na concentração de 5 a 15%), ácido láctico, ácido mandélico, ácido benzílico e ácido málico. Para tratamento de xerose (pele seca) as concentrações efetivas de AHA estendem-se até 12%. Os AHAs que podem ser utilizados para xerose são, em ordem de preferência, ácido láctico e ácido glicólico. Para verrugas vulgares utilizam-se concentrações elevadas de ácido glicólico (70%) ou de ácido pirúvico (95% a 99%). Deve-se cuidar para fazer as aplicações somente nas lesões (verrugas) e não na pele circundante o que promoveria efeitos adversos. O Melasma é uma hiperpigmentação facial, e seu tratamento é feito através de ácido glicólico 10% e hidroquinona 2%. Em queratoses pode ser utilizado concentrações de 95% a 99% de ácido pirúvico (NARDIN, 1999).

Os alfa-hidroxiácidos são bem utilizados para o envelhecimento cutâneo. Com o passar dos anos e a exposição solar a derme sobre várias alterações, como degeneração do colágeno, deposição de material elástico anormal refletindo em rugas, sulcos e coloração amarelada da pele e, ainda, redução dos glicosaminoglicanos. Na pele severamente fotodanificada há um espessamento, uma aglomeração e uma degradação de fibras elásticas. As fibrilas de colágeno substituem microfilamentos elásticos com degeneração final em uma massa amorfa. A microcirculação também é afetada pela exposição solar, os vasos sangüíneos tornam-se dilatados, tortuosos e muito escassos (NARDIN, 1999).

Os AHAs utilizados em concentrações de 5 a 10%, resultam em bons resultados na pele fotoenvelhecida. A esta concentração, o produto pode ser aplicado em casa. Em concentrações mais elevadas (70%) devem ser aplicadas no consultório médico em associação a um fator de proteção solar quinze (NARDIN, 1999).

Enquanto os queratolíticos (ácido salicílico, uréia) causam a degradação dos queratinócitos, os AHAs, em baixa concentração, diminuem a coesão dos corneócitos e reduzem a espessura da camada córnea, e, em alta concentração, produzem epidermólise (SAMPAIO, 2000). Os AHA também possuem propriedades umectantes, assim aumentando a hidratação do estrato córneo (NARDIN, 1999).

Dos AHAs, o mais empregado em baixa concentração é o ácido láctico, geralmente em 5%, usado no tratamento da xerodermia, ictiose e estados de ictiosiformes. O ácido glicólico, em creme ou loção (8-10%), é usado para quimioesfoliação superficial continuada para pele fotolesada, com uma aplicação á noite. Tem ação similar ao ácido retinóico, porém, é menos efetivo. Como não causa fotossensibilidade, pode ser usado de dia e não necessita de protetor solar (SAMPAIO, 2000).

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A penetração do ácido na aplicação depende da concentração, tempo entre sua aplicação e neutralização (FATTACCIOLI, 2005).

As reações adversas causadas pelos AHAs incluem eritema severo, inchaço (especialmente na região dos olhos), queimação, formação de bolhas, sangramento, erupções, coceira e descoloração da pele (NARDIN, 1999).

Deve ser evitada exposição solar antes e depois de peelings, uso concomitante de ácido retinóico e medicações fotossensibilizantes (como tetraciclina, vimblastina, eritromicina) (NARDIN, 1999).

Embora se consiga os alfa-hidroxiácidos em um salão, o dermatologista poderá usar uma concentração maior dos AHAs, proporcinando-lhe melhores resultados (BAUMANN, 2007).

2.5.3 Peeling com Ácido tricloroacético (TCA)

Os peelings cutâneos superficiais e de média profundidade com TCA são bem documentado nos EUA desde o início da década de 1960 tendo alcançado maior popularidade no final da década de 1980 (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

O TCA pode ser formulado nas concentrações de 10 a 35%, causando peelings de média profundidade (VELASCO, 2004). O ácido tem intenso poder cáustico, sendo que na concentração de 100% é mais forte que o fenol (MESKI, 2005).

Este tipo de peeling é recomendado para remover comedões, acne, pequenos cistos, melhora de cicatrizes discretas, ceratoses seborréicas, ceratoses actínicas, verrugas, cloasma, rugas, perda da elasticidade da pele e nevus celulares (FRANCO, 1976).

A realização do peeling de TCA é mais indicada em épocas de temperaturas mais amenas como o outono, o inverno e a primavera devido à possível exposição aos raios solares e conseqüente hiperpigmentação (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

É mais utilizado nas concentrações de 35%. A indicação para este tipo de peeling é para pele fotolesada ou envelhecida, pois melhora as rugas e sulcos. É pouco eficaz para cicatrizes tipo as de acne. Não é tóxica e pode ser potencializado com o uso prévio da solução de Jessner (SAMPAIO, 2000).

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Nas concentrações de 50% o TCA apresentava freqüentemente o inconveniente de causar problemas na pele, como o aparecimento de cicatrizes e hipopigmentação cutânea (VELASCO, 2004) (MESKI, 2005). Por estes motivos utiliza-se o TCA em combinações com ácido glicólico, CO2 e a solução se Jessner (resorcinol, ácido salicílico e ácido lático) (VELASCO, 2004).

As aplicações em concentração de 35% a 50% atingem de 0,3 mm a 0,4 mm de profundidade, e em concentrações de TCA em 80% atingem a profundidade de 0,8 mm a 0,9 mm. Isto comprova que concentrações acima de 50% podem originar cicatrizes (MESKI, 2005).

Podem ser feitas também esfoliações químicas superficiais com concentração do TCA a 20%, esfoliações químicas médias com TCA 35% e esfoliações químicas profundas com concentrações de 50 ou 70% (MESKI, 2005) (ALMEIDA DE SÁ, 2006). As concentrações ideais de uso são de 25% a 50%. O ácido não apresenta risco de absorção sistêmica (MESKI, 2005) (MARQUET, 2007).

A técnica do ácido tricloroacético a 35% é primeiramente limpar e desengordurar a pele com álcool, proteger os olhos com algodão seco ou embebido em água, aplicar o TCA cuidadosamente com algodão preso em pinça, em aplicações uniformes, sem pressionar ou deixar escorrer. Após a aplicação surge branqueamento da pele, acompanhado de ardor e queimação. Pode-se minimizar estes sintomas com ventilador (vento) e compressas de solução alcalina, como bicarbonato de sódio ou sabão líquido (SAMPAIO, 2000) (FRANCO, 1976) (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

O branqueamento da face desaparece em algumas horas, surgindo então um eritema. Este eritema após um ou dois dias, é substituída por uma coloração mais rósea, a qual tem uma duração variável. Após alguns dias ocorre a descamação. Evitar se expor ao sol por três meses (SAMPAIO, 2000) (FRANCO, 1976). As pessoas de pele mais morena, poderão apresentar seqüelas desagradáveis, como de hipopigmentaçao e acromia (FRANCO, 1976).

Devem-se evitar pacientes com história de má cicatrização de lesões e formação de quelóides, com história de hiperpigmentação pós-inflamatória, que não querem ou não podem deixar de se expor ao sol (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

O ácido atua na epiderme e na derme, e seu mecanismo de ação envolve esfoliação e destruição do extrato córneo, ocorrendo posteriormente a renovação celular (VELASCO, 2004) (MARQUET, 2007). Nas concentrações de 10% a 25%, a aplicação do ATA penetra

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somente até a epiderme. Em concentrações de 30% a 40% até a derme papilar. E em concentrações acima de 45% até a derme reticular (MESKI, 2005).

Outros fatores também podem interferir na penetração dos esfoliantes químicos, como a espessura da pele, força de aplicação e quantidade aplicada (MESKI, 2005).

É muito importante o paciente utilizar protetor solar diariamente. O indicado é um fotoprotetor contendo filtros UVA e UVB, e que em sua formulação não contenham PABA para prevenir uma possível dermatite de contato induzida pelo fotoprotetor (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

Após a aplicação, forma-se na derme colágeno novo, aumento do número de fibroblastos e reorganização das fibras elásticas (MESKI, 2005).

2.5.4 Peeling com resorcina

O resorcinol ou resorcina é um derivado fenólico que precipita proteína cutânea. Pode ser associado com ácido salicílico (queratolítico) e ácido láctico, possibilitando peelings superficiais ou de média intensidade. Estas drogas provocam a ruptura de ligações de corneócitos com conseqüente descamação (SAMPAIO, 2000).

A formulação da Tabela 5 é uma formulação proposta por Sampaio, e é indicada para a melhoria de cicatrizes superficiais pós-acne (SAMPAIO, 2000):

Tabela 5: Fórmula Sampaio.

Àcido salicílico 2-4%

Resorcinol 4-8%

Álcool e acetona q.s.p 100 mL

Fonte: SAMPAIO, p.1102, 2000.

Este creme aplica-se uma vez ao dia com algodão hidrófilo, evitando contato com as unhas. Iniciar pela concentração menor e aumentar gradativamente para estimular a ação esfoliativa (SAMPAIO, 2000).

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Tabela 6: Fórmula a base se resorcinol. Resorcinol 30 / 40 / 50 g Caulim 32 g Vaselina líquida 16 g Óxido de zinco 16 g Lanolina 16 g Óleo de oliva 20 mL Fonte: SAMPAIO, p.1102, 2000.

O resorcinol pode ser manipulado também através da fórmula da Tabela 6. O resorcinol tem a variabilidade de ser aplicado em outras concentrações, sendo utilizado também para peelings de média intensidade. A fómula da tabela 6 é indicado para cicatrizes superficiais de acne e poros dilatados (SAMPAIO, 2000).

2.5.5 Peeling com ácido salicílico

O ácido salicílico é um ácido de uso superficial ou médio muito antigo, que quando utilizado em concentrações menores que 8% é queratoplástico, e em concentrações maiores que 10% é queratolítico (FATTACCIOLI, 2001).

Não é necessário um preparo prévio da pele para a aplicação do peeling de ácido salicílico (podendo ser aplicado no paciente na primeira consulta). No entanto, melhores resultados serão obtidos se utilizarmos previamente formulações à base de ácido retinóico ou glicólico, associado ou não à hidroquinona (CUNHA, 2003).

Este tipo de peeling é indicado principalmente para o tratamento do fotoenvelhecimento leve, melasma, acne comedoniana e inflamatória (embora as lesões

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inflamatórias da acne sejam profundas, agentes de peeling superficiais penetram mais em áreas de inflamação, onde a barreira epidermica está alterada) (CUNHA, 2003).

Seu procedimento inicia-se desengordurando a face com licor de Hoffman (álcool e éter em partes iguais) e aplicam-se o ácido com uma gaze. Feito isto, aguarda-se três minutos para que ocorra a evaporação do veículo hidroalcoólico, ficando a pele coberta por uma camada esbranquiçada. O paciente sentirá uma sensação de ardor e queimação no rosto que dura aproximadamente três minutos e desaparece completamente (não há necessidade de controlar o tempo de contato do ácido com a pele, pois este evapora depois de três minutos e meio). Repete-se a aplicação. Retira-se o ácido com água corrente e sabonete de glicerina. Enxugar o rosto delicadamente e aplicar fotoprotetor (CUNHA, 2003) (SAMPAIO, 2000).

Decorridos dois a três dias da aplicação do peeling a pele começará a descamar, e este processo pode levar até sete dias para se completar (CUNHA, 2003).

O peeling com ácido salicílico também é indicado após o peeling superficial com a solução de Sampaio ou Jessner. É empregado em solução hidroalcoólica em concentração de 20% a 30% na face (SAMPAIO, 2000). Pode causar leve ardor de curta duração, hiperpigmentaçõa transitória, crostas superficiais e edema (SAMPAIO, 2000) (CUNHA, 2003). Pessoas com a pele mais escura têm maiores riscos de complicação (CUNHA, 2003).

O ácido salicílico é derivado do fenol. Sua toxicidade é referida com salicismo e pode ocorrer quando for usado simultaneamente em mais de um segmento corporal, como mãos e antebraço (nessas áreas a concentração da formulação pode ser de até 40% a 50%). Esta se caracteriza por zumbido, taquipnéia, diminuição da audição, náuseas, vômitos e cólicas abdominais (SAMPAIO, 2000) (CUNHA, 2003).

Os resultados são a diminuição na oleosidade acompanhada de uma melhora na textura da pele, dessecamento das pústulas, tornando-se menos inflamatórias, atenuação das hipercromias, diminuição na formação de comedões e pústulas (CUNHA, 2003).

2.5.6 Peeling com solução de Jessner

A solução de Jessner é uma associação de ácido salicílico a 14%, ácido lático (85%) a 14% e resorcina a 14% em etanol (MESKI, 2005) (VELASCO, 2004). O peeling com a

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solução de Jessner é considerando um peeling superficial (VELASCO, 2004) (FATTACCIOLI, 2001). Sua formulação está na Tabela 7 (SAMPAIO, 2000).

Tabela 7: Fórmula de Jessner.

Ácido salicílico 14%

Resorcinol 14%

Ácido láctico 14%

Álcool 95 100 mL

Fonte: SAMPAIO, p.1102, 2000.

Esta solução rompe a função de barreira na pele, assim todas as outras substâncias aplicadas junto a ela, serão mais absorvidas. Por isso muitas vezes a solução de jessner é aplicada adjunto ao TCA por exemplo (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

A fórmula de Jessner é bem utilizada. Permite uma esfoliação de meia intensidade, indicada em cicatrizes pós-acne e na pele fotolesada (SAMPAIO, 2000). Produz certa melhoria nas linhas de expressão superficiais e melhora a discromia facial superficial. Junto com o 5-fluorouracila, o qual é um agente quimioterápico, antimetabólito, está demosntando ser efetivo na remoção de queratinócitos atípicos eliminando mais de 80% do dano actínico epidérmico, melhorando discromias faciais (FATTACCIOLI, 2001).

O uso da solução de Jessner exige cuidado na manipulação dos componentes de sua fórmula, bem como que sua armazenagem seja feita em um frasco opaco para prevenir a degradação (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

A aplicação da solução de Jessner no rosto do paciente causa sensação de espetar e queimação. Outro ponto importante decorre de que cinco a dez minutos são consumidos para que se possa aplicar uma camada de solução de Jessner e avaliar o efeito (ALMEIDA DE SÁ, 2006). Esta deve ser testada inicialmente em áreas limitadas (SAMPAIO, 2000).

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O ácido retinóico tem ação queratolítica e esfoliante, usado no tratamento da acne para prevenir a formação de comedões. Usado no tratamento de hiperqueratoses. Poder ser incorporado de 0,05% a 0,3% em cremes ou géis (EFICÁCIA, [200-]).

O ácido retinóico ou tretinoína foi introduzido em concentrações de 0,5% para tratamento da acne, mas atualmente, tem indicação eletiva, em concentrações de 0,025-0,05-0,1% para dermoesfoliação superficial em pele fotolesada ou fotoenvelhecida. Além de diminuir a coesão dos queratinócitos, estimula a proliferação celular, altera a produção de mucina, a composição da queratina, induz alterações vasculares e do colágeno e diminui a atividade dos melanócitos (SAMPAIO, 2000).

É aplicada a noite, iniciando-se com a concentração de 0,025% e posteriormente 0,05% e 0,1%. Pode ocorrer, durante o tratamento, vermelhidão no rosto, ardor, prurido e descamação. A melhora da textura, sulcos e rugas da pele ocorrem em cerca de seis a doze meses. De manha aplicar hidratante com fator de proteção (SAMPAIO, 2000).

A isotretinoína tópica em creme a concentrações de 0,05-0,1%, que é menos irritante que a tretinoína, vem sendo usada na pele fotoenvelhecida com resultados favoráveis (SAMPAIO, 2000).

O ácido retinóico é empregado na concentração de 3 a 5% em veículo alcoólico ou gel. Usado para fotoenvelhecimento, particularmente na presença de melanose solar, cicatrizes e queratose actínica (SAMPAIO, 2000).

2.5.8 Clear peel

O Clear peel é um aparelho que utiliza um sistema a vácuo, onde seu funcionamento está relacionado a pressão, vazão de ar e cristais. Clear Peel possui a disponibilidade de dois handpieces. A ponteira em caneta é usada para uma abrasão mais moderada, permitindo a eliminação das linhas cutâneas superficiais (peeling superficial). O handpiece de pyrex, em forma de U, é utilizado para um nível de abrasão mais profundo (microdermoabrasão médica). Associa-se a tais handpieces todos os controles sobre os níveis de vácuo e cristais utilizados. (INDÚSTRIA MILENNIUM, 2006).

Este tipo de tratamento é indicado para o rejuvenescimento da pele (prevenção e tratamento), linhas e rugas finas, cicatrizes de acne, estrias, desordens pigmentares, cicatrizes

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pós-traumáticas ou pós-cirúrgicas, poros dilatados, comedões e irregularidades cutâneas (INDÚSTRIA MILENNIUM, 2006).

2.5.9 Peeling com ácido fítico

O ácido fítico é componente presente em todos os cereais, com propriedades despigmentantes e inibidoras da tirosinase, atuando também como agente antioxidante no clareamento de manchas hipercrômicas (GARDONI, 2004).

2.5.10 Peeling com ácido kójico

O ácido kójico é um derivado do arroz, apresenta grande eficácia na despigmentação porque inibe a ação da tirosinase, pela quelação dos íons cobre essenciais à sua reação. É utilizado em concentrações compreendidas entre 0,005 e 4%. É potente, seguro e ausente de citotoxicidade (TECNOLOGIAS DA SAÚDE ONLINE).

2.5.11 Peeling com ácido azeláico

O ácido azeláico é um derivado do fungo Malassezia furfur é utilizado em formulações, geralmente, em concentrações de 20%. A sua ação deve-se à inibição da tirosinase (enzima que cataliza a reação de transformação da tirosina em dopa), produzindo um efeito seletivo sob os melanócitos anormais (TECNOLOGIAS DA SAÚDE ONLINE).

2.6 MEDICAMENTOS A EVITAR

Há certos medicamentos que são recomendados a sua descontinuação em datas próximas ao peeling. Medicamentos como os analgésicos do grupo salicílico (AAS), agentes quimioterápicos (drogas antineoplásicas determinam uma maior incidência de infecção

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devido a alterações na imunidade) devem ser evitados no período de pré e pós-peeling. Os analgésicos que podem ser utilizados são os do grupo pirazolônico, como a dipirona sódica, até mesmo em associações. O uso profilático de antibióticos é bastante controvertido. O consumo de bebidas alcoólicas parece aumentar a dor, recomenda-se abstenção (BEZERRA, 1993).

Devem ser evitados o uso concomitante de ácido retinóico e medicações fotossensibilizantes (como tetraciclina, vimblastina, eritromicina) (NARDIN, 1999).

Sempre avisar ao profissional se está grávida, pois há substâncias utilizadas no peeling que são absorvidas e caem na circulação sistêmica (EFICÁCIA, [200-]).

2.7 PEELING E JOVENS

A maioria dos jovens possui acne, sendo que esta pode surgir mais frequentemente numa faixa de 11 a 25 anos, atingindo um percentual de 80%. Estas são classificadas em graus, tendo grau I, II, III, IV e V. Dependendo da extensão e do tamanho das lesões, elas interferem muito na vida do adolescente, principalmente por ser uma idade que dá muita relevância a aparência física. Há relatos de baixa auto-estima, inibição social, ansiedade e depressão em função da beleza física. Além de serem desagradáveis, a acne pode deixar cicatrizes (CUNHA, 2003).

A acne é uma afecção dos folículos pilossebáceos que se localizam na face e na região ânteroposterior do tórax. A característica desses folículos é ter uma glândula sebácea hipertrofiada e um pêlo fino e rudimentar. Existe uma tendência hereditária na acne, transmitida por genes autossômicos dominantes. Há bactérias que também participam desta infecção, sendo o Propionibacterium acnes o mais freqüente (CUNHA, 2003). A acne é mais freqüente na pele clara (MARQUET, 2007).

É bem aceitável e tolerado o peeling em jovens para este tipo de caso. A substância indicada é o ácido acetil salicílico na concentração de 20 a 30% adicionado a um veículo hidroetanólico (95% de álcool e 5% de água). Esta formulação é classificada como peeling superficial. Para um melhor resultado necessita de várias sessões (CUNHA, 2003).

O fenol também pode ser utilizado para as seqüelas de acne (EFICÁCIA, [200-]) (VELASCO, 2004). O ácido mandélico tem atividade bactericida, o que o torna eficaz no

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tratamento da acne, combatendo o Propionibacterium acnes (EFICÁCIA, [200-]). A acne pode ser tratada com ácido glicólico (na concentração de 5 a 15%), ácido láctico, ácido mandélico, ácido benzílico e ácido málico (NARDIN, 1999). TCA pode ser recomendado para acne e suas posteriores cicatrizes (FRANCO, 1976). O resorcinol é indicado para cicatrizes superficiais de acne e poros dilatados (SAMPAIO, 2000). O ácido retinóico é utilizado para acne como creme noturno em baixas concentrações (SAMPAIO, 2000).

2.8 PEELING E IDOSOS

O processo de envelhecimento da pele inclui dois fenômenos distintos: o envelhecimento cronológico e foto-envelhecimento. O foto-envelhecimento pode ser evitado através do uso irregular de protetor solar desde a infância, e o cronológico é dependente de genes cromossômicos (ZANLUCHI, 2007).

Um fator que interfere bastante na elasticidade da pele é a menopausa, a qual se inicia por cerda dos quarenta anos, caracterizado pela queda da função ovariana. A ausência do estradiol (hormônio), o qual ocorre na menopausa, diminui a atividade mitótica da camada basal da epiderme, reduz a síntese de colágeno e, provavelmente, a quantidade de fibras elásticas. Por isto que tantas pessoas desta idade se interessam por uma quimioabrasão facial (ZANLUCHI, 2007).

Há estudos em longo prazo que demonstram que ocorrem mudanças persistentes com o uso de tretinoína, por exemplo, o qual resulta em um aumento do colágeno dérmico, diminuição da elastina anormal, aumento da mucina dérmica e epidérmica, melhora da junção dermoepidérmica e diminuição da melanina. Isto comprova realmente a eficácia do peeling facial e o porquê é tão utilizado e recomendado (ZANLUCHI, 2007).

O peeling com fenol possibilita um resultado muito bom na pele fotolesada ou envelhecida, mas devido ao risco de toxicidade, esta é pouco utilizada (SAMPAIO, 2000). O ácido glicólico e o ácido láctico evidenciam uma melhora nas rugas finas (BAUMANN, 2007). O peeling de ácido salicílico é indicado para o tratamento do fotoenvelhecimento leve

(CUNHA, 2003) e o ácido retinóico é também utilizado para fotoenvelhecimento (SAMPAIO, 2000).

(35)

2.9 POSSÍVEIS RISCOS

Em todo e qualquer procedimento pode ocorrer falhas. Por isto é muito interessante fazer uma anamnese do paciente antes de qualquer procedimento. É muito importante verificar se o paciente tem histórico de má cicatrização de lesões, formação de quelóides, hiperpigmentação pós-inflamatória, pacientes que não querem ou não podem deixar de se expor ao sol, se a pele do mesmo é extremamente sensível, entre outros fatores que devem ser avaliados e dados relevância. Pode ocorrer erro do próprio profissional, onde este houve falha do controle da camada da pele desejada (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

As complicações mais comuns que ocorrem no peeling químico são lágrimas que escorrem pelo pescoço, esfoliação prematura, infecção, erupções acneiformes, equimoses, hiperpigmentação pós-inflamatória, hipopigmentação, reações alérgicas, eritema persistente e fibrose. No geral estas complicações são reversíveis (ALMEIDA DE SÁ, 2006).

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3 MÉTODO DE PESQUISA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, não controlado.

3.2 ASPECTOS ÉTICOS

A identidade dos pacientes será preservada, assim como a do profissional médico ou técnico em estética, tal como as clínicas analisadas. O projeto foi apresentado ao Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos da FURB, o qual foi aprovado. Seu protocolo é de número 041/09.

3.3 COLETA DE DADOS E SELEÇÃO DA AMOSTRA

O número de questionários aplicados foi de 12 questionários específicos. Foi-se feita em parceria da pesquisa com o total de quatro clínicas de estética.

A coleta será realizada pelo autor (aluno) utilizando-se de formulário próprio (Apêndice A). A escolha dos pacientes será realizada ao acaso, os pacientes serão abordados após a saída da consulta de retorno. Após fazer todas as sessões estipuladas pelo médico ou esteticista, há a consulta de retorno, onde o profissional faz a avaliação do resultado e recuperação, muitas vezes indicando mais alguma sessão de peeling.

A aplicação do questionário específico realizou-se dentro da própria clínica. Foram excluídos pacientes com idade inferior a 18 anos. Foram incluídos somente pacientes que fazem uso do peeling facial em clínicas de estéticas e médicas habilitadas para tal. Os pacientes que fazem parte da pesquisa não tem uma faixa etária estipulada, a única especificação é que devem ser maiores de 18 anos. Os pacientes foram abordados independentemente do seu gênero. Todas as entrevistas foram realizadas com autorização

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prévia do paciente, do profissional da área, e também dos estabelecimentos. O entrevistado assinarou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados serão analisados inicialmente através de estatística descritiva de forma a estabelecer as freqüências simples das variáveis de estudo, apresentados por gráficos e tabelas. Os resultados foram trabalhados a partir do programa Excel e Word.

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4 RESULTADO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Foram-se aplicados doze questionários específicos.

A idade das pessoas as quais foram aplicadas o questionário do peeling foi bem variável, mostrando idades jovens até as mais avançadas. A faixa encontrada foi de dezenove anos até sessenta anos.

Esperava-se que a maioria dos pacientes abordados estaria mais próxima a terceira idade, devido ao envelhecimento extrínseco e intrínseco. Mas os resultados demonstraram que a procura pelo peeling facial abrange uma larga faixa etária.

O sexo predominante da pesquisa foi o feminino, prevalecendo 100% (somente mulheres). Com isso, a pesquisa mostrou a maior importância do lado feminino em relação ao masculino pela vaidade e aparência facial. A apresentação pessoal interfere muito no quadro psicológico dos seres humanos. Segundo a Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, em 2001, a prevalência da depressão é duas a três vezes mais freqüente em mulheres do que em homens.

Procedimentos estéticos com promessas de resultados maravilhosos, com a melhora de sua aparência física até então insatisfatória, acabam oferecendo a mulher oportunidades com que ela se sinta melhor, mais bonita, mais vaidosa e mais admirada. Isto pode demonstrar um importante fator do porque a maior procura do procedimento de rejuvenescimento facial é por mulheres.

Uma observação interessante que deve ser abordado é que muitas vezes as entrevistadas não apresentavam nenhum incomodo mais visível ou linhas de expressão mais acentuadas em sua epiderme facial, e mesmo estando em perfeito estado, viam que havia necessidade de fazer uma mudança. Isso tem relação com o psicológico, onde se aplica pontos como insatisfação pessoal ligada à baixa auto-estima física.

O estado civil das mulheres mostrou-se bem equilibrado entre solteiras e casadas, sendo nenhuma divorciada. As solteiras apresentaram-se numa prevalência de 58% e as casadas apresentaram-se em 42%. O Gráfico 1 representa sua porcentagem.

Esta diferença de porcentagem não muito acentuada entre os estados civis solteira e casada podem sugerir que independente da relação em que a pessoa está, continuamente a pessoa está procurando uma melhora física, continuam vaidosas independente de ser para alguém que não elas mesmas. Aparentemente não há interferência de uma terceira pessoa.

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Estado civil dos pacientes pesquisados 42% 58% Casado (a) Solteiro (a) Divorciado (a)

Gráfico 1: Estado civil dos utilizadores do peeling no município de Blumenau.

A quimioesfoliação mais evidenciada foi-se a superficial, sendo representada no Gráfico 2 a porcentagem de todos os três níveis básicos do Peeling Químico Facial. O peeling superficial liderou a pesquisa com 75% de incidência, seguida do peeling médio com 17% e peeling profundo com 8%.

Grau de profundidade no Peeling Químico Facial

75% 17% 8% Superficial Médio Profundo

Gráfico 2: Grau de profundidade mais incidente do peeling no município de Blumenau.

Há uma grande vantagem em números de pacientes que fizeram peeling facial superficial em relação às outras profundidades. Isto pode ser explicado porque o peeling facial superficial apresenta a vantagem de necessitar pouco tempo de recuperação e afastamento da exposição ao sol, voltando rapidamente ao seu ritmo de vida normal. Sendo que o resurfacing

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superficial apresenta ótimos resultados. O único porém é que este necessita de várias sessões comparado com os de níveis médio e o profundo para atingir o mesmo resultado.

Profundidade do peeling

Produto químico Concentração Número de sessões

N° de clientes Profundo TCA (ácido

tricloroacético)

35% 1 1

Médio TCA (ácido

tricloroacético)

10% 1 1

Superficial Yellow peel (ácido glicólico, ácido

fítico e ácido kójico)

Não informado 2 1

Superficial Peeling de cristal (ácido salicílico)

Não informado 2 1

Superficial Ácido retinóico + clear peel

Não informado 4 1

Superficial Ácido retinóico + clear peel

Não informado 3 3

Superficial Ácido retinóico Não informado 2 1

Superficial Solução de Jessner (ácido salicílico, resorcinol e

ácido láctico)

Não informado 2 1

Médio Weekend peel (hidroquinona, ácido kójico e ácido azeláico)

Não informado 1 1

Superficial Ácido retinóico + ácido fítico + ácido kójico

Não informado

2 1

Quadro 1: Dados dos produtos químicos utilizados no peeling no município de Blumenau.

Os ácidos utilizados para o peeling foram o TCA – ácido tricloroacético (dois clientes); weekend peel, o qual é uma associação de hidroquinona, ácido kójico e ácido azeláico (um cliente); yellow peel, o qual é uma associação do ácido glicólico, ácido fítico,

Referências

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