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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete do Desembargador Federal Ivan Lira de Carvalho (convocado)

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Academic year: 2021

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM INQUÉRITO Nº 2885-CE (0008010-03.2013.4.05.0000/01)

AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

INVDO : ANTONIO MONTEIRO PEDROSA FILHO

ADV/PROC : LURDIANA BEZERRA CUSTODIO MOTA ADV/PROC : PEDRO MONTEIRO CHAVES

EMBTE : ANTONIO MONTEIRO PEDROSA FILHO

ADV/PROC : FERNANDO LUIS MELO DA ESCÓSSIA ADV/PROC : GUALTER RAFAEL MACIEL BEZERRA

ORIGEM : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL NO CEARÁ - CE

RELATOR : DES. FEDERAL IVAN LIRA DE CARVALHO (CONVOCADO)

RELATÓRIO

O Exmº Des. Federal IVAN LIRA DE CARVALHO (Relator Convocado):

Cuida-se de embargos de declaração, com efeitos infringentes, opostos por ANTÔNIO MONTEIRO PEDROSA FILHO contra o v. acórdão de fls., que recebeu a denúncia contra ele oferecida nos presentes autos, ao fundamento de omisso (fls. 153/159).

Impugnação às fls. 162/162, pelo improvimento. É o relatório.

Trago o feito em mesa, independente da sua inclusão em pauta para julgamento.

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM INQUÉRITO Nº 2885-CE (0008010-03.2013.4.05.0000/01)

AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

INVDO : ANTONIO MONTEIRO PEDROSA FILHO

ADV/PROC : LURDIANA BEZERRA CUSTODIO MOTA ADV/PROC : PEDRO MONTEIRO CHAVES

EMBTE : ANTONIO MONTEIRO PEDROSA FILHO

ADV/PROC : FERNANDO LUIS MELO DA ESCÓSSIA ADV/PROC : GUALTER RAFAEL MACIEL BEZERRA

ORIGEM : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL NO CEARÁ - CE

RELATOR : DES. FEDERAL IVAN LIRA DE CARVALHO (CONVOCADO)

VOTO

O Exmº Des. Federal IVAN LIRA DE CARVALHO (Relator Convocado):

Pretendem os presentes embargos de declaração serem a ele atribuídos efeitos infringentes para, sanado vício de omissão, reformar acórdão assim ementado:

PENAL E PROCESSUAL PENAL. INQUÉRITO. CRIMES DE INJÚRIA CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO, EM RAZÃO DE SUAS FUNÇÕES, E DE AMEAÇA. ART. 140 C/C ART. 141, II, E ART. 145, PARÁGRAFO ÚNICO, E ART. 147, TODOS DO CÓDIGO PENAL. ATENDIMENTO AO PRECEITUADO NO ART. 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. PRESENÇA DE ELEMENTOS PROBATÓRIOS APTOS A DEMONSTRAR AUTORIA E INDÍCIOS DE MATERIALIDADE DELITIVA. RECEBIMENTO DA DENÚNCIA.

Pelo observado nos autos, ao menos nesta análise preambular, não há I.

como entender a atipicidade da conduta, eis que não se apresenta a situação posta de desferidos os apontados insultos e ameaças no calor de uma discussão, mas sim haver eles sido proferidos a partir de uma negativa de atendimento de pleito formulado pelo interlocutor, ora denunciado, após anterior narrativa da situação fática entre esse e o proprietário do aparelho telefônico, quanto a alistamento de eleitores cuja documentação não se mostrava hábil para tal ao entendimento não apenas do sujeito passivo, mas de outros servidores do cartório eleitoral.

O exame de questões como o dolo exige uma análise acurada dos II.

autos, o que somente poderá ser feito no curso da instrução criminal, sendo necessário ouvir o réu e as testemunhas para, só então, se chegar a uma conclusão.

Presença dos elementos cognitivos mínimos que embasam a acusação, III.

sem, contudo, qualquer antecipação de juízo, mas apenas reconhecendo a existência de justa causa.

Recebimento de denúncia. IV.

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Aduz, ser omisso o julgado por não reconhecida a prescrição da pena em abstrato, vez que já decorridos mais de três anos entre a data do fato e a do recebimento da denúncia, bem como a decadência do direito de representação do ofendido, por não exercido nos seis meses subsequentes à ocorrência do fato.

De início é de se ter em mente que os embargos de declaração – previstos nos arts. 619 e 620 do Código de Processo Penal – têm o único condão de averiguar a existência de eventual contradição, omissão ou obscuridade na decisão embargada, não servindo à reabertura de discussão de questões exaustivamente apreciadas ou mesmo discutir matéria não objeto do recurso original a que é incidentemente oposto.

Assim, a falta de pronunciamento acerca de todos os pontos alegados em matéria de defesa não compromete o livre poder de convicção sobre quais provas, fatos e questões de direitos que serão preponderantes umas sobre as outras, isto, claro, com a devida fundamentação pelo magistrado, o que ocorrera no acórdão. Os embargos de declaração têm caráter excepcional, não sendo este o meio adequado para se reabrir uma discussão acerca da matéria de fato.

No que diz respeito à alegada ocorrência da prescrição, ainda que se aperceba o decurso de 3 (três) anos entre a data do fato e a da publicação do v. acórdão que a recebeu, a teor da nova redação do art. 109, VI, do Código Penal, dada com a edição da Lei nº 12.234/2010, por anterior essa ao fato imputado ao ora embargante, é de se ver que o mesmo diploma legal revogou o § 2º do art. 110 do Código Penal, onde se previa a hipótese do termo inicial para o lapso prescricional anterior ao oferecimento da denúncia, situação essa que data de 21 de fevereiro de 2014, portanto, contando com pouco mais de um ano até o seu recebimento, em 29 de abril de 2015, e sua publicação, em 12 de maio seguinte, além do que, a nova redação do § 1º do mesmo dispositivo codificado expressamente afasta tal hipótese, pelo que não se mostra, nesse ponto, qualquer omissão no julgado.

Em relação à apontada decadência do direito de representação, igualmente não se vislumbra qualquer omissão, o que se demonstra a partir do seguinte excerto do voto proferido (fls. 144):

Em comunicação dirigida ao em. Desembargador Presidente do eg. Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, cuja cópia repousa às fls. 4, narra Márcio Lopes Cruz, Técnico Judiciário lotado na 101ª Zona Eleitoral do Estado do Ceará, sediado na cidade de Aiuaba/CE, onde exerce a função de chefia daquele cartório eleitoral, verbis:

(...) Aos 08 (oito) dias do mês de maio do corrente ano, véspera do final do alistamento eleitoral para o pleito vindouro, no exercício de minhas atribuições laborais fui, por telefone, ofendido e ameaçado pelo prefeito da cidade de Arneiroz, município amparado pela 101ª Zona Eleitoral, Sr. Antônio Monteiro Pedrosa Filho. A força policial já havia

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Na ocasião, retornei ao serviço no cartório eleitoral, que tem demanda naturalmente maior devido o período, em atenção aos eleitores que ali estavam, prioridade maior naquele momento. Cumpro informar que não abri mão de segurança policial dali em diante até o fechamento do expediente, pedido prontamente atendido pelo sargento responsável pelo policiamento de Aiuaba. No dia seguinte, o Ministério Público Eleitoral deparou-se com caso de fraude, cujo procedimento segue os trâmites legais e tem como suspeita a irmã do referido prefeito (...).

A aludida comunicação data de 14 de maio, ou seja, menos de 7 (sete) dias após o fato atribuído ao ora embargante, com o devido encaminhamento dos fatos à autoridade policial em 25 de maio, a partir do que foi instaurado o competente inquérito policial (cfe. fls. 03/06), com a oitiva do ofendido em 13 de junho de 2012 (fls. 13/14), de sorte que o apontado lapso de seis meses não restou extrapolado a configurar a apontada decadência.

Ademais, como lucidamente expendido na impugnação aos embargos, “a representação, como condição de procedibilidade, constitui simples manifestação de vontade do ofendido, para a qual a lei processual penal não exige rigor formal, podendo ser feita, inclusive, oralmente, reduzida a termo”.

Posto isso, nego provimento aos presentes embargos de declaração. É como voto.

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM INQUÉRITO Nº 2885-CE (0008010-03.2013.4.05.0000/01)

AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

INVDO : ANTONIO MONTEIRO PEDROSA FILHO

ADV/PROC : LURDIANA BEZERRA CUSTODIO MOTA ADV/PROC : PEDRO MONTEIRO CHAVES

EMBTE : ANTONIO MONTEIRO PEDROSA FILHO

ADV/PROC : FERNANDO LUIS MELO DA ESCÓSSIA ADV/PROC : GUALTER RAFAEL MACIEL BEZERRA

ORIGEM : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL NO CEARÁ - CE

RELATOR : DES. FEDERAL IVAN LIRA DE CARVALHO (CONVOCADO)

EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL INQUÉRITO. CRIMES DE INJÚRIA CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO, EM RAZÃO DE SUAS FUNÇÕES, E DE AMEAÇA. ART. 140 C/C ART. 141, II, E ART. 145, PARÁGRAFO ÚNICO, E ART. 147, TODOS DO CÓDIGO

PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.

PRESCRIÇÃO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE

REPRESENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. CÓDIGO PENAL.

REDAÇÃO DADA COM A EDIÇÃO DA LEI Nº 12.234/2010, POR ANTERIOR AO FATO TIPIFICADO NA DENÚNCIA. VEDAÇÃO DE DATAS ANTERIORES À DENÚNCIA COMO TERMO INICIAL DO LAPSO PRESCRICIONAL. REPRESENTAÇÃO. MANIFESTAÇÃO DA VONTADE EXPRESSA NO PRAZO DE LEI. EMBARGOS IMPROVIDOS.

Os embargos de declaração – previstos nos arts. 619 e 620 do I.

Código de Processo Penal – têm o único condão de averiguar a existência de eventual contradição, omissão ou obscuridade na decisão embargada, não servindo à reabertura de discussão de questões exaustivamente apreciadas ou mesmo discutir matéria não objeto do recurso original a que é incidentemente oposto.

Não procedem as alegações suscitadas, tendo em vista, inclusive, que II.

o magistrado é desobrigado a se pronunciar a respeito de todas as questões levantadas pelas partes, mas tão somente sobre os pontos de fato e de direito bastantes a fim de se buscar seu total convencimento, sendo certo que a acusação ou a defesa não podem determinar quais os elementos probatórios que deveriam ser considerados pelo julgador na prolatação de sua decisão.

Ainda que se aperceba o decurso de 3 (três) anos entre a data do fato III.

e a da publicação do v. acórdão que a recebeu, a teor da nova redação do art. 109, VI, do Código Penal, dada com a edição da Lei nº 12.234/2010, por anterior essa ao fato imputado ao ora embargante, é de se ver que o mesmo diploma legal revogou o § 2º do art. 110 do Código Penal, onde se previa a hipótese do termo

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denúncia, bem como, ao conferir nova redação ao § 1º do mesmo dispositivo, expressamente afasta tal hipótese, pelo que, no caso concreto, não há que se falar em prescrição.

Comunicada a autoridade superior, no caso o Presidente do Tribunal IV.

Regional Eleitoral do Ceará, com o consequente encaminhamento dos fatos à autoridade policial competente, além da oitiva do ofendido no inquérito policial para tanto instaurado, tudo isso dentro do lapso de seis meses estatuído na lei penal, não resta extrapolado o prazo para configurar a apontada decadência do direito de representação, tendo em vista que a lei processual penal não exige rigor formal, mas simples manifestação de vontade do ofendido. Embargos de declaração não providos.

V.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em INQUÉRITO, em que são partes as acima mencionadas.

ACORDAM os Desembargadores Federais do Pleno do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, à unanimidade, em negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do voto do Relator e das notas taquigráficas que estão nos autos e que fazem parte deste julgado.

Recife, 10 de junho de 2015.

Des. Federal Ivan Lira de Carvalho Relator Convocado

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