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A narrativa complexa na televisão: estudo do caso If-Then-Else da série Person of Interest 1

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A narrativa complexa na televisão: estudo do caso If-Then-Else da série

Person of Interest1

Leticia Forti BONATELLI2 Letícia Passos AFFINI3

Universidade Estadual Paulista, Bauru, SP

Resumo

O presente artigo analisa a estrutura narrativa do episódio If-Then-Else, da série estadunidense Person of Interest. Utilizamos a metodologia Estudo de Caso (YIN, 2001) e, a partir da desconstrução da obra, elaboramos dois quadros: o primeiro com as categorias de análise, propostas por Bordwell (1985), e o segundo com o modelo de segmentação do enredo, apresentado por Newbold (1998). Como resultado, destacamos que o criador, Jonathan Nolan, quebra um paradigma ao justapor elementos narrativos que se apresentam isoladamente na classificação de narrativa complexa, de Mittell (2015). Palavras-chave: audiovisual; narrativa complexa; Person of Interest; ficção seriada; televisão.

Introdução

A ascensão da Internet na década de 1990 e a possibilidade de discutir programas de TV em fóruns online alterou a forma de recepção dos seriados televisivos; emerge, assim, o público engajado, ávido por narrativas desafiadoras. Esse cenário levou ao que Jason Mittell chama de “complex television”, mudando a percepção de narrativa convencionada a partir da estrutura aristotélica simples: começo (início do conflito), meio (desenvolvimento do conflito ou clímax) e fim (resolução do conflito). Assim, a produção audiovisual busca novas formas de se contar histórias. Destacamos que houve a migração, do cinema para a televisão, de diretores e roteiristas como, por exemplo, David Lynch, criador da clássica Twin Peaks (1990-1991) e diretor de A Estrada Perdida (1997), como também de Alias - Codinome Perigo (2001-2006) e do fenômeno Lost (2004-2010), ambas levadas por JJ Abrams para a TV aberta estadunidense.

1 Trabalho apresentado no IJ04 – Comunicação Audiovisual, da Intercom Júnior – XVI Jornada de Iniciação Científica

em Comunicação, evento componente do 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação

2 Autora do trabalho. Estudante de Graduação do Curso de Comunicação: Rádio, TV e Internet da FAAC-UNESP,

e-mail: leticia.bonatelli@unesp.br.

3 Orientadora do trabalho. Professora Doutora do Curso de Comunicação: Rádio, TV e Internet da FAAC-UNESP,

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A Internet possibilitou a criação de comunidades, o DVD, em meados dos anos 1990, abriu caminho para que o espectador desfrutasse o seriado com sua total atenção aos mínimos detalhes, podendo voltar o vídeo e assisti-lo inúmeras vezes.

Se a maior parte da narrativa na televisão em suas primeiras décadas foi projetada para ser vista em qualquer ordem por um espectador presumivelmente distraído e indiscriminado - uma estratégia que muitos programas e espectadores desafiaram, mas certamente foi incentivada pela indústria - as narrativas complexas de hoje são projetadas para que um espectador perspicaz não apenas preste muita atenção de uma vez, mas assista novamente para notar a profundidade das referências, maravilhar-se com exibições de habilidades e continuidades, apreciar detalhes que exigem o uso liberal da pausa e voltar o vídeo. (MITTELL, 2015, p. 38, tradução nossa).4

Uma vez que o custo de produção televisivo é menor do que o cinematográfico, as emissoras passam a produzir seriados que apresentam: estilística diferenciada, abordagem de temas tabu, variação de estratégia narrativa da televisão convencional e combinação de diferentes gêneros e formatos. Destacamos as seguintes características da narrativa complexa: alteração cronológica, o uso de flashback, flashforward, looping temporal, realidade alternativa e/ou paralela. São utilizados outros artifícios para causar confusão no telespectador: narradores não confiáveis, perda de memória, personagens que apresentam distúrbios psiquiátricos, entre outros (BUCKLAND, 2009). Emergem, assim, ambiguidades que aumentam o interesse do receptor.

Dessa forma, o presente artigo tem como objeto de estudo o episódio If-Then-Else (o nome remete à estrutura condicional de programação) do seriado ficcional estadunidense Person of Interest. A série, criada por Jonathan Nolan, roteirista de Amnésia (1999), e exibida de 2011 a 2016 pela CBS, mistura os gêneros drama policial e ficção científica para contar a história de um bilionário que criou uma inteligência artificial para prevenir ataques terroristas pós 11 de setembro; no entanto, a Máquina, como é denominada, detecta os crimes violentos e apresenta o número do CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) da vítima, como também do criminoso. Ao longo das temporadas, a trama fica ainda mais complexa a partir da inserção de novas personagens. Emerge uma nova inteligência artificial, denominada o Samaritano, que pretende destruir a Máquina e

4 No original em inglês: If most television storytelling for its first few decades was designed to be viewed in any order by a presumably distracted and undiscriminating viewer — a strategy that many programs and viewers challenged but was certainly encouraged by the industry — today’s complex narratives are designed for a discerning viewer not only to pay close attention to once but to rewatch in order to notice the depth of references, to marvel at displays of craft and continuities, and to appreciate details that require the liberal use of pause and rewind.

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criar uma nova ordem mundial. Em If-Then-Else, o Samaritano lança um ataque na Bolsa de Valores, sendo somente a Máquina capaz de impedi-lo e, então, toda a equipe é convocada para evitar uma catástrofe econômica. O episódio analisado apresenta nota 9,9 (nove vírgula nove) no IMDB5, o mais bem avaliado da série.

Figura 1- Cartaz promocional da quarta temporada de Person of Interest.

Fonte: SpoilerTV, 2014.6

Fundamentação teórica

Em primeiro lugar, precisamos abordar duas características diferentes das séries de TV: o formato procedural e a serialização. A procedural é estruturada de modo que cada novo episódio tem uma trama diferente, o popular monstro da semana. As personagens, a cenografia e a ambientação são as mesmas, porém o entendimento do espectador independe do conhecimento do arco da temporada, ou seja, não há a necessidade de se assistir os episódios em sequência cronológica de exibição. A

5 IMDB. “Person of Interest” If-Then-Else (TV Episode 2015). Página inicial. Disponível em:

https://www.imdb.com/title/tt4128194/?ref_=hm_rvi_tt. Acesso em: 25 de set. de 2020.

6 Disponível em: https://www.spoilertv.com/2014/11/person-of-interest-season-4-new.html. Acesso em: 25 de set. de

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serialização tem como base o arco maior da temporada, sendo necessário se assistir aos episódios anteriores para se compreender a trama, semelhante às telenovelas brasileiras. Dessa forma, Jason Mittell define como narrativa complexa televisiva a fusão de ambas as características descritas acima. De acordo com Mittell (2015, p. 18, tradução nossa), “Em seu nível mais básico, a complexidade narrativa redefine as formas procedurais sob a influência da narração seriada — não necessariamente uma fusão completa de formas procedurais e seriadas, mas uma mudança de equilíbrio.” 7.

Dentro dessa perspectiva, Mittell pontua que a maior virtude da complexidade narrativa na TV é dada pelo poder dos roteiristas de explorar novas estruturas, alterar narradores ao utilizar diferentes pontos de vista, buscar referências em linguagens distintas como: teatro, cinema, quadrinhos, literatura e determinar as próprias regras da obra, podendo, ao mesmo tempo, quebrá-las. Por exemplo, a série de ação e fantasia Buffy: A Caça-Vampiros (1997-2003) exibe um episódio musical na sexta temporada; na terceira temporada de Lost, o receptor é ludibriado, assiste uma narrativa em flashback quando, na verdade, é flashforward. Para Mittell (2015, p. 45, tradução nossa) “À medida em que os programas se estabelecem em suas próprias convenções complexas, também nos maravilhamos com o quanto os criadores podem ultrapassar os limites da complexidade, oferecendo variações barrocas de temas e normas.” 8.

Figura 2 - Ponto de vista da Máquina em If-Then-Else

Fonte: CBS/Bad Robot/Kilter Films/Warner Bros Television, 2015.

7 No original em inglês: “At its most basic level, narrative complexity redefines episodic forms under the influence of serial narration — not necessarily a complete merger of episodic and serial forms but a shifting balance.”

8 No original em inglês: “As programs become established in their own complex conventions, we also marvel at how far creators can push the boundaries of complexity, offering baroque variations on themes and norms.”

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Considerando essas características, os autores citados a seguir classificam os tipos de narrativas a partir do estudo do fenômeno no cinema. Ao estudar os tipos de narrativa complexa, Jan Simons destaca que as ideias dos muitos autores, apesar de diferentes nomenclaturas, se intersectam e isso é evidente no uso repetido de alguns exemplos pelos estudiosos.

O puzzle films é caracterizado por narrativa não linear, espaço e tempo circular e ou fragmentado, lacuna, estrutura labiríntica, ambiguidades e narradores não confiáveis. O exemplo clássico é encontrado no filme Amnésia (1999). Nesta estrutura o receptor é obrigado a encaixar os eventos para completar o enredo.

[...] puzzle films adotam não-linearidade, temporalidade circular, e realidade espaço-temporal fragmentada. Esses filmes borram os limites entre diferentes níveis de realidade, criam enigmas com lacunas, engano, estrutura labiríntica, ambiguidade, e coincidências óbvias. Eles são populados com personagens esquizofrênicos, com perda de memória, narradores não-confiáveis, ou que estão mortos (mas sem que nós – ou eles – saibam). (BUCKLAND, 2009, p. 6, tradução nossa).9

Forking path narratives: neste tipo há o destaque de uma ação e sua consequência

é desdobrada em vários eventos alternativos que podem ser mutuamente exclusivos, como em Corra Lola, Corra (1998), a personagem do título tem a oportunidade de voltar no tempo, várias vezes, para alterar o percurso de suas ações. David Bordwell (2002), ao estudar a narrativa bifurcada, estabelece sete regras e, nelas, os caminhos são: lineares, paralelos, divergentes, diferentes e, embora se cruzem em algum momento, utilizam dispositivos de coesão para unificar a trama, a última ação apresentada ao receptor não é necessariamente a versão definitiva, apenas mais uma hipótese no meio de tantas possíveis.

No caso da modular narrative films, ou database narrative, temos duas nomenclaturas diferentes para o mesmo conceito, ou seja, são convergentes; a primeira elaborada por Allan Cameron (2006) e a segunda por Marsha Kinder (2002). Nesta, pequenas unidades de elementos narrativos, compostas por sons, imagens, ações, personagens e etc., são inseridas em um banco de dados, de forma interativa, e o receptor

9 No original em inglês: [...] puzzle films embrace nonlinearity, time loops, and fragmented spatio-temporal reality. These films blur the boundaries between different levels of reality, are riddled with gaps, deception, labyrinthine structures, ambiguity, and overt coincidences. They are populated with characters who are schizophrenic, lose their memory, are unreliable narrators, or are dead (but without us – or them – realizing).

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determina a configuração da trama, criando/cria, assim, uma nova possibilidade narrativa a cada reconfiguração. Para Cameron e Kinder a novidade está

[…] na exposição dos processos duplos de seleção e combinação que estão no cerne de todas as histórias e que são cruciais para a linguagem: a seleção de dados específicos (personagens, imagens, sons, eventos) de uma série de banco de dados ou paradigmas, que então são combinados para gerar contos específicos. (SIMONS, 2014, p. 20, tradução nossa).10

Os mind-game films são narrativas psicológicas focadas na relação entre a personagem e o espectador e, nesta, o narrador onisciente, ao revelar ações, prega peça tanto no receptor quanto na personagem, como também na relação entre estes. Thomas Elsaesser define que as narrativas psicológicas

Inclui filmes que estão “jogando” em dois níveis: existem filmes em que a personagem é parte desse jogo (na maioria das vezes muito cruel e mortífero) sem perceber ou sem perceber quem está jogando com ele (ou ela) [...] Portanto, há filmes em que a audiência faz parte do jogo sem perceber, porque certas informações cruciais são retidas ou apresentadas de forma ambígua [...] (ELSAESSER, 2009, p. 14).11

Subjective stories são definidas como a narrativa construída a partir da perspectiva

da personagem principal e são uma experiência de imersão no interior da psique da personagem; a direção faz uso dos recursos da linguagem cinematográfica para demonstrar os conflitos internos, os sentimentos revelando como a personagem se enxerga; por isso subjetiva, a vida da personagem é revelada através de seus próprios olhos.

As network narratives são moldadas pelas relações entre as personagens, cada parte da trama é revelada pelo ponto de vista de determinada personagem, a narrativa é constituída de pequenos fragmentos de diversas personagens e, a partir do momento que as interações têm início, a trama toma forma e as relações crescem. Neste caso, a narrativa de cada personagem pode ser complementada paralelamente, ou nunca se cruzarem.

10 No original em inglês: […] in their exposing of the dual processes of selection and combination that lie at the heart of all stories and that are crucial to language: the selection of particular data (characters, images, sounds, events) from a series of databases or paradigms, which are then combined to generate specific tales.

11 No original em inglês: It comprises movies that are “playing games,” and this at two levels: there are films in which a character is being played games with, without knowing it or without knowing who it is that is playing these (often very cruel and even deadly) games with him (or her): [...] Then, there are films where it is the audience that is played games with, because certain crucial information is withheld or ambiguously presented [...]

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Método

Para a realização deste artigo, selecionamos o método estudo de caso proposto por Robert Yin. Utilizamos como referencial teórico os autores David Bordwell (1985), Jan Simons (2014), Warren Buckland (2009; 2014), Thomas Elsaesser (2009) e Jason Mittell (2015); definimos como categoria de análise para a realização do estudo do caso os elementos narrativos estruturantes: espaço, tempo e agentes narrativos, proposto por David Bordwell (1985).

Na segunda etapa, desconstruímos o episódio de acordo com o método proposto por Chris Newbold (1998), fundamentado na “fórmula do equilíbrio” de Todorov, a fim de examinar as dinâmicas e a estrutura narrativa. Segundo Todorov, a narrativa inicia-se com algum tipo de equilíbrio e, em seguida, há a perturbação e conclui-se com um novo estado de equilíbrio. Para tal, realizamos o quadro com a desconstrução da estrutura narrativa, com as seguintes categorias: personagens, pontos de virada na narrativa e conclusão. Em um segundo momento, estruturamos um novo quadro, apoiado no modelo de segmentação de enredo proposto por Annette Kuhn (1993) e, assim, destacamos os momentos centrais e os elementos estruturantes da narrativa.

Resultado

Iniciamos a etapa de desconstrução do episódio a partir do exame das dinâmicas da narrativa e da segmentação do enredo. No Quadro 1 conseguimos identificar as personagens e a mudança de estado na narrativa.

Quadro 1 - Estrutura narrativa de If-Then-Else

Ato Descrição

Começo

Herói: Máquina e equipe (Fusco, Harold, Reese, Root e Shaw);

Vilão: Samaritano e agentes (John Greer, Lambert e Martine);

Problema: colapso da economia. Continua

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Conclusão

Ato Descrição

Meio

Problema se intensifica: a Máquina e a equipe caem numa emboscada;

Missão: impedir o colapso da economia e encontrar uma saída;

Batalha: confronto com os agentes do Samaritano.

Fim

Vitória: economia é normalizada; Paz: nenhuma;

Situação alterada: a Máquina falhou e não conseguiu evacuar um membro da equipe.

Fonte: Autoria própria, 2020.

No Quadro 2 segmentamos o enredo do episódio de acordo com os elementos estruturantes, descritos no Método. Cada segmento indica o tempo narrativo que está dividido pelas cores: amarela representa o presente, azul representa o passado por meio de flashback e o vermelho indica a simulação que ocorre dentro da Máquina. A coluna de descrição mostra a interação dos agentes narrativos no espaço.

Quadro 2 - Segmentação do enredo de If-Then-Else

Segmento Descrição

1

Na tentativa de salvar a economia do colapso, Root, Harold, Fusco e Reese ficam presos numa emboscada articulada pelo Samaritano, enquanto Shaw tenta obter um código de acesso.

2 Flashback - Harold ensina a Máquina meios de tomada de decisão com

uma partida de xadrez. Continua

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Conclusão

Segmento Descrição

3

Simulação 1 - Root pede ajuda para a Máquina, que divide a equipe. Harold e Root vão para a sala de servidores; Fusco e Reese vão executar o plano de evacuação. Shaw não consegue o código e todos são emboscados por agentes do Samaritano.

4 Flashback - Harold vence a partida de xadrez.

5

Simulação 2 - Root pede ajuda para a Máquina, que divide a equipe. Fusco e Reese vão para a sala dos servidores; Harold e Root vão executar o plano de evacuação. Shaw não consegue o código e todos são emboscados por agentes do Samaritano.

6

Simulação 3 - Root pede ajuda para a Máquina, que faz todos irem juntos para a sala do servidor e depois para a saída. Shaw consegue o código.

7 Flashback - A Máquina ganha uma partida de xadrez contra Harold.

8 Harold, Root, Fusco e Reese vão juntos para a sala do servidor e depois para a saída. Shaw consegue o código e aparece para ajudar a equipe.

Fonte: Autoria própria, 2020.

Discussão e conclusões

A estrutura do episódio If-Then-Else apresenta características derivadas de vários tipos de narrativa complexa, portanto é impossível classificá-la em alguma das conceituações descritas na fundamentação teórica, trata-se de um formato que extrapola nosso levantamento bibliográfico.

O enredo é construído por meio das ações da Inteligência Artificial, representada pela personagem Máquina; este recurso narrativo convida o receptor a desvendá-lo, e saber como esse sistema funciona passa a ser o desejo do telespectador. O estudo de Buckland (2009) indica como característica da narrativa complexa personagens diferenciados, a produção estabelece um agente narrativo, a Máquina, com seu próprio espaço e tempo. Encontramos características apontadas por Mittell, uma vez que a

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narrativa não encontra um estado de equilíbrio, a “vitória” é parcial e não há um estado de “paz” para os heróis. Portanto, como observamos no Quadro 1, os heróis falham parcialmente e o conflito principal fica sem resolução, demonstrando a característica fundamental da narrativa complexa na TV: a fusão da trama procedural com a serialização.

Ao segmentar o enredo, observamos que a utilização do flashback e do looping é resultado da simulação temporal de ações realizada pela Máquina ao buscar uma saída para as personagens e, ao mesmo tempo, ludibriar o receptor.

A complexidade narrativa teve início na televisão estadunidense, nos anos 1990, influenciando a produção audiovisual subsequente. A alteração na linguagem está diretamente relacionada ao desenvolvimento da tecnologia e permite inovação nas formas de contar histórias; If-Then-Else é um produto dessa geração, o episódio traz uma nova perspectiva à luz dos estudos da narrativa complexa e aponta os recursos utilizados pelo criador Jonathan Nolan para manter uma audiência cativa. Estudar essas transformações nos ajuda a traçar um caminho para as narrativas televisivas no futuro.

Referências

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IF-THEN-ELSE (Temporada 4, ep. 11). Person of Interest [Seriado]. Direção: Chris Fisher. Produção: J.J. Abrams, Gail Barringer, Bryan Burk, Joshua Levey, Erik Mountain, Jonathan Nolan, Greg Plageman e Athena Wickham. Nova Iorque: Produtoras Bad Robot, Kilter Films e Warner Bros Television, 2015. DVD (45 min.).

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