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¹LOPES, Athos Ricardo Souza Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

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ANÁLISE DOS ELEMENTOS CLIMATOLÓGICOS DOS ANOS DE

2007 A 2016 E CASOS DE ENCHENTES COMO FORMA DE

COMPREENDER A PROLIFERAÇÃO DO MOSQUITO Aedes

aegypti: O CASO DO PERÍMETRO URBANO DE MARABÁ-PARÁ.

¹LOPES, Athos Ricardo Souza Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

atosricardo01@gmail.com

²LIMA, Marley Trajano Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

marleytl@live.com

Introdução

Por conta do crescente histórico migratório de pessoas advindas de outras localidades do estado e até mesmo do país, Marabá vem se tornando uma cidade requisitada desde o ciclo da borracha, passando pelo boom da castanha, instalação de grandes empreendimentos até chegar no mercado que tem hoje, uma economia forte voltada primordialmente para o setor de serviços, indústria e agropecuária.

O estudo sobre as enchentes da microrregião de Marabá-PA vem sendo feita a anos por geógrafos, sociólogos e historiadores ao longo das décadas, buscando mostrar a relação entre sociedade e natureza e de que forma esse elo de ligação continua forte por todo esse tempo.

Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar os dados pluviométricos dos anos de 2007 a 2016 e relacionar com os casos de proliferação do mosquito da dengue através de análise de dados climáticos da cidade de Marabá-PA.

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Localização da Área de Estudo

O município de Marabá está localizado na microrregião de Marabá, Sudeste Paraense, no estado do Pará, no Brasil. Nas coordenadas geográficas: 05º 22' 07" S de latitude e 49º 07' 04" W de longitude. Está a cerca de 500 quilômetros ao sul da capital do estado. Sua localização tem, por referência, o ponto de encontro entre dois grandes rios, Tocantins e Itacaiúnas, formando uma espécie de "y" no seio da cidade vista de cima. É formada basicamente por seis distritos urbanos interligados por rodovias, com uma população estimada de 271.594 habitantes.

Mapa 01: Localização do perímetro urbano da cidade de Marabá-PA. Fonte: IBGE (2010) – DNIT. Elaboração: LOPES, A.R.S

Situação de Risco

A cidade de Marabá-PA está circundada pelos rios Tocantins e Itacaiúnas, nos quais têm dinâmicas de cheia anualmente. A ocorrência desse fenômeno está entre os meses de dezembro a abril, nesse período a prefeitura em conjunto com diversos órgãos como Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e até o Exército Brasileiro, montam uma força tarefa para remanejar os moradores dessas áreas de risco para áreas seguras.

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Utilizando a metodologia observativa, sistemática e dedutiva, foram coletados dados pluviométricos do site INMET dos anos de 2007 a 2016, após isso houve o ajuste e tratamentos desses dados coletados. Com as informações no programa EXCEL, esses dados foram filtrados e analisados por data (ano e mês), onde cada mês de todos os anos foram colocados em uma nova planilha. Utilizamos os dados de precipitação, temperatura máxima, temperatura média, insolação, evaporação, umidade relativa do ar e velocidade do vento. Para calcular o total de precipitação em um determinado mês utilizamos a fórmula de soma (=SOMA), após isso abrimos parênteses e colocamos a letra e o número da primeira e última coluna com os dados de precipitação, separando-as pelo sinal de dois pontos, ficando como no exemplo: =SOMA(D2:D1923).

Ficando assim:

Figura 01: Configuração dos dados meteorológicos para a confecção dos gráficos estatísticos. Elaboração: LOPES, A.R.S.

Esta formula irá selecionar todas os dados referentes a precipitação. Para os dados de temperatura máxima, temperatura média, insolação, evaporação, umidade relativa do ar e velocidade do vento foi utilizado a fórmula de média (=MEDIA), que tem o mesmo padrão da fórmula anterior, porém, esta agora irá calcular a média dos dados selecionados. Para a confecção dos mapas foi utilizado o Software QGIS 2.18.12, e para a formatação das planilhas e dos gráficos foi utilizado o software Microsoft Office EXCEL.

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Durante vários anos a população vem enfrentando inundações extremas ocasionando em pessoas desabrigadas e até mortes. Mesmo sabendo desse risco os moradores estavam dispostos a continuar no local. Dessa forma, o presente estudo busca apresentar os dados pluviométricos dos anos de 2007 a 2016 e relacionar com os casos de proliferação do mosquito da dengue através de análise de dados epidemiológicos da cidade de Marabá-Pará.

A partir da análise dos dados, temos os resultados de precipitação anual do município. Como apresentando nos gráficos seguintes:

Figura 02: Meses com dados de precipitação do ano de 2007. Fonte: INMET.

No ano de 2007 os meses de maior precipitação foram fevereiro e março, no qual fevereiro chegou a marcar 100 mm/dia.

Figura 03: Meses com dados de precipitação do ano de 2008. Fonte: INMET.

Em 2008 os índices de precipitação de todo o período chuvoso da cidade marcaram acima de 100 mm/dia, e os meses com maior quantidade de chuvas foram os de fevereiro e novembro, chegando até 153 mm/dia.

0 50 100 150

Precipitação de 2007

Precipitação 0 50 100 150 200

Precipitação de 2008

Precipitação

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Figura 04: Meses com dados de precipitação do ano de 2009. Fonte: INMET.

Em 2009 a precipitação média ficou entre 60 e 80 mm/dia, e o período de maior precipitação foram os meses de abril e outubro, com 95 e 110mm/dia, respectivamente.

Figura 05: Meses com dados de precipitação do ano de 2010. Fonte: INMET.

Em 2010 os índices pluviométricos foram bem dispersos, ficando os meses de novembro com 96 mm/dia e de dezembro com 98 mm/dia.

Figura 06: Meses com dados de precipitação do ano de 2011. Fonte: INMET. 0 50 100 150

Precipitação de 2009

Precipitação 0 20 40 60 80 100 120

Precipitação de 2010

Precipitação 0 50 100 150 200 Jan e iro Fe ve re ir o Ma rço Abril Ma io Ma io Ju n h o Ju n h o Ju lh o Ju lh o Agos to Agos to Se tem b ro Se tem b ro Out u b ro Out u b ro N o ve m b ro N o ve m b ro De zem b ro De zem b ro

Precipitação de 2011

Precipitação

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Em 2011 a média de precipitação ficou entre 50 e 60 mm/dia, ficando os meses de março, com 70 mm/dia, e novembro com 160 mm/dia, com os maiores índices de precipitação.

Figura 07: Meses com dados de precipitação do ano de 2012. Fonte: INMET.

Em 2012 as maiores médias ficaram com os meses de fevereiro e abril, ficando com 81 e 94 mm/dia, respectivamente.

Figura 08: Meses com dados de precipitação do ano de 2013. Fonte: INMET.

Em 2013 a média ficou entre 30 e 40mm/dia, somente no mês de abril que a precipitação chegou a 117mm/dia.

0 20 40 60 80 100 Jan e iro Fe ve re ir o Ma rço Ab ril Ab ril Ma io Ma io Ju n h o Ju n h o Ju lh o Ju lh o Agos to Agos to Se tem b ro Se tem b ro Ou tu b ro Ou tu b ro N o ve m b ro N o ve m b ro De zem b ro De zem b ro

Precipitação de 2012

Precipitação 0 20 40 60 80 100 120 Jan e iro Fe ve re ir o Fe ve re ir o Ma rço Ma rço Ab ril Abril Ma io Ma io Ju n h o Ju n h o Ju lh o Ju lh o Agos to Agos to Se tem b ro Se tem b ro Out u b ro Out u b ro N o ve m b ro N o ve m b ro De zem b ro De zem b ro

Precipitação de 2013

Precipitação

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Figura 09: Meses com dados de precipitação do ano de 2014. Fonte: INMET.

Em 2014, a precipitação média ficou na casa dos 50 e 60 mm/dia, chegando a 150 mm/dia somente em dezembro.

Figura 10: Meses com dados de precipitação do ano de 2015. Fonte: INMET.

Em 2015, as médias ficarem entre 40 e 50 mm/dia, chegando a 60 mm/dia somente no mês de janeiro.

Figura 11: Meses com dados de precipitação do ano de 2016. Fonte: INMET. 0 50 100 150 200 Jan e iro Fe ve re ir o Fe ve re ir o Ma rço Ma rço Ab ril Abril Ma io Ma io Ju n h o Ju n h o Ju lh o Ju lh o Agos to Agos to Se tem b ro Se tem b ro Ou tu b ro Ou tu b ro N o ve m b ro N o ve m b ro De zem b ro De zem b ro

Precipitação de 2014

Precipitação 0 20 40 60 80 Jan e iro Fe ve re ir o Fe ve re ir o Ma rço Ma rço Ab ril Abril Ma io Ma io Ju n h o Ju n h o Ju lh o Ju lh o Agos to Agos to Se te m b ro Se tem b ro Ou tu b ro Ou tu b ro N o ve m b ro N o ve m b ro De zem b ro De zem b ro

Precipitação de 2015

Precipitação 0 50 100 150 Jan e iro Fe ve r… Fe ve r… Ma rço Ma rço Ab ril Ab ril Ma io Ma io Ju n h o Ju n h o Ju lh o Ju lh o Agos to Agos to Se te… Se te… Out u … Ou tu … N o ve … N o ve … De ze… De ze…

Precipitação de 2016

Precipitação

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Em 2016, a média ficou na base dos 50 mm/dia, ficando o mês de março com 110 mm/dia, e o mês de outubro com 100 mm/dia, com os maiores índices de precipitação.

Conforme mostrado nos gráficos, os maiores índices de precipitação estão nos anos de 2008 e 2011. No qual o ano de 2008 houve a maior cheia desse período, com a precipitação média chegando a 153 mm no mês de fevereiro. Os mapas pluviométricos a seguir mostram essa dispersão das chuvas no perímetro urbano de Marabá-PA, levando em consideração esses dois principais anos, 2008 e 2011.

Mapa 02: Precipitação de 2008. Fonte: IBGE (2010) – Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2008) – Agência Nacional de Águas (ANA, 2008). Elaboração: LOPES, A.R.S.

Mapa 03: Precipitação de 2011. Fonte: IBGE (2010) – Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2011) – Agência Nacional de Águas (ANA, 2011). Elaboração: LOPES, A.R.S.

No ano de 2008, o rio atingiu a cota de 11,5 metros, considerada crítica, tanto que a Defesa Civil informou que poderia declarar estado de emergência caso o rio aumentasse mais 10 cm.

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Como presente nos gráficos, os meses de maior ocorrência de chuvas estão entre dezembro e abril, e levando em consideração os dados de temperatura máxima e precipitação dos mesmos meses citados, podemos fazer uma comparação com relação a proliferação da dengue.

Como já é de conhecimento das autoridades de saúde, o mosquito do dengue (Aedes aegypti), tem uma maior incidência de proliferação quando há água e sol em abundância. Nessas condições o ciclo evolutivo do mosquito diminui para até 8 dias, e no período mais frio esse ciclo é de 22 dias. Dessa forma, podemos analisar um gráfico comparativo, a fim de verificar em quais meses do ano os índices pluviométricos e a temperatura máxima estarão em alta.

Figura 13: Dados comparativos de temperatura máxima e precipitação. Fonte: INMET.

Pode-se perceber que o período em que a temperatura máxima e a umidade relativa do ar estão praticamente equiparadas são os mesmos meses de maior ocorrência de chuvas, e posteriormente, os meses de maior incidência de casos de dengue, como mostrado no gráfico a seguir.

60 65 70 75 80 85 90 20 22 24 26 28 30 32 34 36 ur % tem p era tu ra

Gráfico de Temperatura

TempMaxima TempMinima

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Figura 14: Tabela de casos registrados no município no período de 2007 a 2012. Fonte: Prefeitura de Marabá-PA – IBGE Cidades.

A partir desse gráfico podemos ter uma compreensão de que nos anos em que houve as cheias mais severas, 2008 e 2011, são os mesmos em que a ocorrência de dengue registradas foram maiores.

Ou seja, isso faz com que o clima seja um contribuinte fundamental para o aumento da endemia. Sabe-se que o fator climático é um dos fenômenos que contribuem para essa proliferação, porém há outros como desmatamento, falta de saneamento básico, impossibilidade de acesso aos serviços públicos de saúde, resíduos sólidos, falta de informação da população, efetivo reduzido de profissionais de combate a endemia, entre outros fatores.

Considerações Finais

Conclui-se que, a proliferação do mosquito Aedes aegypti está diretamente ligado com o clima, pois, como mostrados nos gráficos, nos meses de maior ocorrência que são de dezembro a abril, é o mesmo período em que o número de notificações de casos de dengue registradas também cresce. A prefeitura faz mutirões de combate ao mosquito com agentes de endemias visitando as casas, propagandas televisivas a fim de conscientizar a população, e em alguns bairros mais endêmicos utilizam o carro de fumaça, ou seja, nesse período há um grande aparato para que essa endemia não se alastre.

Contudo, há dificuldades no combate à doença devido as problemáticas relacionadas a habitações, tais como, limitado acesso aos serviços urbanos básicos de

446 590 249 343 511 330 0 200 400 600 800

ANO 2007 ANO 2008 ANO 2009 ANO 2010 ANO 2011 ANO 2012

Notificações de dengue registradas em

Marabá-PA

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abastecimento de água, tratamento de esgoto, coleta de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais (SEGURADO et al., 2016). Entende-se assim que o combate à essa endemia é de extrema necessidade, devido ser de fácil proliferação e alto grau de contaminação. E, mesmo com todos esses fatores exógenos que favorecem ainda mais a proliferação dessa endemia, o clima continua sendo um forte agente propulsor para o surgimento do mosquito, e consequentemente, do vírus.

Bibliografia

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______, MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) - http://portalsaude.saude.gov.br/.

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______, Ministério da Saúde, Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

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ALMEIDA, J.J: OS RISCOS NATURAIS E A HISTÓRIA: O CASO DAS

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CÂMARA, F.P; GOMES, A.F; SANTOS, G.T e CÂMARA, D.C.P - Clima e

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https://www.reporterdiario.com.br/noticia/15592/chuva-deixa-10-mil-moradores-desalojados-no-para/.

SEGURARO, A. C.; CASSENOTE, A. J.; LUNA, E. A. Saúde nas metrópoles –

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Referências

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