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CONTABILIDADE PARA

CONTABILIDADE PARA

NÃO CONTADORES

NÃO CONTADORES

INSTRUTOR:

INSTRUTOR:

PAULO HENRIQUE FELICIONI

PAULO HENRIQUE FELICIONI

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SUMÁRIO SUMÁRIO

1.

1. Introdução Introdução 33

2.

2. Relatórios Relatórios Contábeis Contábeis 55

3.

3. Patrimônio Patrimônio 66

3.1

3.1 Balanço Balanço Patrimonial Patrimonial 66

4.

4. Demonstração Demonstração de de Resultado Resultado do do Exercício Exercício 1313 5.

5. Plano Plano de de Contas Contas 2121

6.

6. Livros Livros Contábeis Contábeis 2929

7.

7. Demonstração Demonstração das das Mutações Mutações do do Patrimônio Patrimônio Líquido Líquido 3131 8.

8. Demonstração Demonstração o o Valor Valor Adicionado Adicionado 3232 9.

9. Demonstração Demonstração do do Fluxo Fluxo de de Caixa Caixa 3333 10.

10. Introdução Introdução a a Análise Análise de de Balanço Balanço 3737 11.

11. Balanço Balanço Patrimonial Patrimonial e e Demonstração Demonstração de de Resultado Resultado do do Exercício Exercício 4040 12.

12. Exercício Exercício de de Fixação Fixação 4141

13.

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SUMÁRIO SUMÁRIO

1.

1. Introdução Introdução 33

2.

2. Relatórios Relatórios Contábeis Contábeis 55

3.

3. Patrimônio Patrimônio 66

3.1

3.1 Balanço Balanço Patrimonial Patrimonial 66

4.

4. Demonstração Demonstração de de Resultado Resultado do do Exercício Exercício 1313 5.

5. Plano Plano de de Contas Contas 2121

6.

6. Livros Livros Contábeis Contábeis 2929

7.

7. Demonstração Demonstração das das Mutações Mutações do do Patrimônio Patrimônio Líquido Líquido 3131 8.

8. Demonstração Demonstração o o Valor Valor Adicionado Adicionado 3232 9.

9. Demonstração Demonstração do do Fluxo Fluxo de de Caixa Caixa 3333 10.

10. Introdução Introdução a a Análise Análise de de Balanço Balanço 3737 11.

11. Balanço Balanço Patrimonial Patrimonial e e Demonstração Demonstração de de Resultado Resultado do do Exercício Exercício 4040 12.

12. Exercício Exercício de de Fixação Fixação 4141

13.

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1. INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO Por que um Curso de Contabilidade para não Contadores Por que um Curso de Contabilidade para não Contadores

É necessário desenvolver um estudo para profissionais ou pessoas que se interessam pela É necessário desenvolver um estudo para profissionais ou pessoas que se interessam pela Contabilidade como um instrumento para exercer sua profissão.

Contabilidade como um instrumento para exercer sua profissão.

Profissionais que interessam-se em entender a Contabilidade, os Relatórios Contábeis Profissionais que interessam-se em entender a Contabilidade, os Relatórios Contábeis aplicando as informações extraídas para tomada de decisão e interpretar melhor a situação aplicando as informações extraídas para tomada de decisão e interpretar melhor a situação econômico-finan

econômico-financeira das ceira das empresas.empresas.

Este profissional não precisa estar preocupado em fazer a Contabilidade, os Lançamentos Este profissional não precisa estar preocupado em fazer a Contabilidade, os Lançamentos Contábeis, escrituração de livros Razão, Diário, ou fechar balancetes e apurar Resultado e Contábeis, escrituração de livros Razão, Diário, ou fechar balancetes e apurar Resultado e encerrar Balanço, sendo que a ênfase principal é a interpretação dos Relatórios Contábeis e encerrar Balanço, sendo que a ênfase principal é a interpretação dos Relatórios Contábeis e conhecend

conhecendo como funciona o como funciona o Ciclo o Ciclo Contábil.Contábil.

“Ensinar o processo contábil para aquele que não vai exercer a Contabilidade é a mesma coisa “Ensinar o processo contábil para aquele que não vai exercer a Contabilidade é a mesma coisa

que ensinar mecânica de um carro para quem quer apenas dirigir o carro e não quer ser que ensinar mecânica de um carro para quem quer apenas dirigir o carro e não quer ser mecânic

mecânico.”o.”

Freqüentemente estamos tomando decisões mais ou menos importantes. Algumas requerem Freqüentemente estamos tomando decisões mais ou menos importantes. Algumas requerem um cuidado maior, uma análise mais profunda sobre os dados disponíveis, sobre os critérios um cuidado maior, uma análise mais profunda sobre os dados disponíveis, sobre os critérios racionais, pois uma decisão importante, mal tomada, pode prejudicar toda sua

racionais, pois uma decisão importante, mal tomada, pode prejudicar toda sua vida.vida.

A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões, ela A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira  para a tomada

 para a tomada de decisões.de decisões.

Várias empresas, principalmente as pequenas, têm falido ou enfrentam sérios problemas de Várias empresas, principalmente as pequenas, têm falido ou enfrentam sérios problemas de sobrevivência, os empresários que criticam a carga tributária, os juros, etc., fatores que sem sobrevivência, os empresários que criticam a carga tributária, os juros, etc., fatores que sem dúvida contribuem para debilitar a empresa, entretanto, descendo a fundo, verifica-se que a dúvida contribuem para debilitar a empresa, entretanto, descendo a fundo, verifica-se que a má gerência é o grande fator de fracasso. Empresas sem respaldo e informações confiáveis, má gerência é o grande fator de fracasso. Empresas sem respaldo e informações confiáveis, utilizando uma contabilidade irreal, distorcida, em conseqüência de ter sido elaborada utilizando uma contabilidade irreal, distorcida, em conseqüência de ter sido elaborada exclusivamente para atender às exigências fiscais.

exclusivamente para atender às exigências fiscais.

Objetivos da Contabilidade Objetivos da Contabilidade

O objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de fornecer informação O objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de fornecer informação estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto

social, aos usuários internos e externos à entidade objeto da Contabilidade.da Contabilidade.

As operações da entidade à qual se está aplicando a Contabilidade são estudadas As operações da entidade à qual se está aplicando a Contabilidade são estudadas minuciosamente, sendo então desenhado o Plano e Manual de Contas para a contabilizarão minuciosamente, sendo então desenhado o Plano e Manual de Contas para a contabilizarão sistemática das operações rotineiras da entidade, ao mesmo tempo em que são delineados os sistemática das operações rotineiras da entidade, ao mesmo tempo em que são delineados os  principais tipos de

 principais tipos de relatórios que devem sair relatórios que devem sair do processo contábil, atendendo às do processo contábil, atendendo às necessidanecessidadesdes dos usuários internos e externos da Contabilidade.

dos usuários internos e externos da Contabilidade.

A Contabilidade Geral ou Financeira tem também um alcance social em termos amplos, A Contabilidade Geral ou Financeira tem também um alcance social em termos amplos, afinal, informando a sociedade quão bem (ou mal) certa entidade utiliza recursos conferidos afinal, informando a sociedade quão bem (ou mal) certa entidade utiliza recursos conferidos  pelos sócios

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Usuários da Contabilidade Usuários da Contabilidade

Para os usuários internos da entidade, interessam informações expressas nos relatórios para Para os usuários internos da entidade, interessam informações expressas nos relatórios para tomar decisões.

tomar decisões.

Os usuários externos procuram extrair informações para sua decisão sobre se vale à pena ou Os usuários externos procuram extrair informações para sua decisão sobre se vale à pena ou não investir em uma empresa, no caso de compradores de ações; bancos e emprestadores de não investir em uma empresa, no caso de compradores de ações; bancos e emprestadores de dinheiro estão interessados em avaliar se a entidade oferece boas perspectivas de retorno para dinheiro estão interessados em avaliar se a entidade oferece boas perspectivas de retorno para seus empréstimos e financiamentos; o governo, em seus vários níveis, está interessado na seus empréstimos e financiamentos; o governo, em seus vários níveis, está interessado na informação contábil como base de imposição fiscal e para estudos macroeconômicos; os informação contábil como base de imposição fiscal e para estudos macroeconômicos; os empregados da entidade procuram informações sobre a capacidade da entidade em pagar empregados da entidade procuram informações sobre a capacidade da entidade em pagar maiores salários e benefícios;

maiores salários e benefícios; macroeconomacroeconomistas e analistas financeiros mistas e analistas financeiros estão interessados nasestão interessados nas agregações contábeis para extrair agregados financeiros (vendas por setor, liquidez etc.), mas agregações contábeis para extrair agregados financeiros (vendas por setor, liquidez etc.), mas ninguém estará tão o interessado quanto o tomador de decisão interno à entidade. Para ele, a ninguém estará tão o interessado quanto o tomador de decisão interno à entidade. Para ele, a informação estruturada, fidedigna

informação estruturada, fidedigna, tempestiva e completa pode ser , tempestiva e completa pode ser a diferença entre o sucessoa diferença entre o sucesso e o fracasso.

e o fracasso.

Campo de atuação da Contabilidade Campo de atuação da Contabilidade

O campo de atuação da Contabilidade é o patrimônio de toda e qualquer entidade. Ela O campo de atuação da Contabilidade é o patrimônio de toda e qualquer entidade. Ela acompanha a evolução qualitativa e quantitativa

acompanha a evolução qualitativa e quantitativa desse patrimônio.desse patrimônio. É importante salientar que entidade, para a

É importante salientar que entidade, para a Contabilidade, pode ser pessoa jurídica ou física.Contabilidade, pode ser pessoa jurídica ou física.

Qualidade e características da Informação Contábil Qualidade e características da Informação Contábil

A informação contábil precisa ser

A informação contábil precisa ser compreensivacompreensiva, isto , isto é, completa, e retratar todos os aspectosé, completa, e retratar todos os aspectos contábeis de determinada operação ou conjunto de

contábeis de determinada operação ou conjunto de eventos ou operações.eventos ou operações. A fim de ser útil, a informação precisa ser

A fim de ser útil, a informação precisa ser relevanterelevante  para as necessidades de tomada de  para as necessidades de tomada de decisões dos usuários. A informação possui a qualidade da

decisões dos usuários. A informação possui a qualidade da relevância quando ela influencia asrelevância quando ela influencia as decisões econômicas dos usuários ajudando-os a avaliar os eventos passados, presentes e decisões econômicas dos usuários ajudando-os a avaliar os eventos passados, presentes e futuros ou confirmando ou

futuros ou confirmando ou corrigindo suas avaliações passadas.corrigindo suas avaliações passadas. Os usuários precisam ter condições de

Os usuários precisam ter condições de compararcomparar  as demonstrações contábeis de uma  as demonstrações contábeis de uma entidade através dos anos a fim de identificar tendências em sua situação patrimonial e entidade através dos anos a fim de identificar tendências em sua situação patrimonial e financeira e em seu desempenho. Ter condições de comparar as demonstrações contábeis de financeira e em seu desempenho. Ter condições de comparar as demonstrações contábeis de diferentes entidades a fim de avaliar sua situação patrimonial e financeira em termos diferentes entidades a fim de avaliar sua situação patrimonial e financeira em termos comparativos, seu desempenho e as mudanças na

comparativos, seu desempenho e as mudanças na situação financeira.situação financeira.

Pode-se afirmar que relevância, principalmente, é afetada pela tempestividade, no sentido de Pode-se afirmar que relevância, principalmente, é afetada pela tempestividade, no sentido de

que

que muito pouco admuito pouco adianta ter informação relevante e fidedigianta ter informação relevante e fidedigna se ela “passou do pna se ela “passou do ponto”, ouonto”, ou

melhor, da hora. melhor, da hora.

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2. RELATÓRIOS CONTÁBEIS

Relatório Contábil é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela Contabilidade. Ele objetiva relatar às pessoas que utilizam os dados contábeis os principais fatos registrados  por aquele setor em determinado período. Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei, sendo conhecidos como Demonstrações Financeiras. São exigidos na totalidade para as sociedades anônimas e parte deles estendida a outros tipos societários.

Ao fim de cada exercício social (ano), a diretoria fará elaborar, com base na escrituração contábil, as seguintes demonstrações financeiras (ou contábeis):

 Balanço Patrimonial (BP). Obrigatório também para Micros e Pequenas Empresas;  Demonstração do Resultado (DR). Obrigatório também para Micros e Pequenas

Empresas;

 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA);

 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;

 Demonstração dos Fluxos de Caixa ;  Demonstração do Valor Adicionado;

  Notas Explicativas. Obrigatório também para Micros e Pequenas Empresas.

As Demonstrações Financeiras de cada exercício devem ser publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. Poderão ser publicadas adotando-se como expressão monetária o “milhar” de real (cancelando os três últimos

dígitos).

As notas explicativas  devem complementar, juntamente com outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis, servindo para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

 No momento da publicação das Demonstrações Financeiras, as Sociedades por Ações deverão informar aos usuários desses relatórios os dados adicionais seguintes:

a) Relatório da Diretoria (ou da administração), apresentando dados estatísticos diversos, indicadores de produtividade, desenvolvimento tecnológico, a empresa no contexto socioeconômico, políticas diversas: recursos humanos, exportação, etc. Expectativas com relação ao futuro, dados do orçamento de capital, projeto de expansão, desempenho em relação aos concorrentes etc.

b) Parecer do Auditor Externo, emitindo sua opinião se as Demonstrações Financeiras representam adequadamente a Situação Patrimonial e a posição financeira na data do exame. As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados.

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3. PATRIMÔNIO

Pode-se dizer que a “espinha dorsal” da Teoria da Contabilidade é o Ativo, Passivo e o

Patrimônio Líquido. Estes três itens representam o Patrimônio da empresa, que é o alvo de estudo da Contabilidade. O Patrimônio Líquido é modificado pelas Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos. Daí a importância desta parte.

3.1 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial reflete a posição financeira em determinado momento de uma empresa.

O Balanço Patrimonial é constituído de duas colunas: a coluna do lado direito é denominada Passivo e Patrimônio Líquido. A coluna do lado esquerdo é denominada Ativo. Atribui-se por mera convenção, o lado esquerdo Ativo e o lado direito Passivo e Patrimônio Líquido. A seguir demonstramos o Balanço Patrimonial graficamente:

BAL ANÇO PATRI M ONIAL

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO

LÍQUIDO

LADO ESQUERDO LADO DIREITO

3.1.1 Ativo

São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliáveis em dinheiro, que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa.

Bens: Máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, instalações etc. Os bens podem ser divididos em tangíveis (quando tem corpo, matéria) e intangíveis  – 

incorpóreos (marca, ponto comercial etc.)

Direitos: Contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em contas  bancárias, etc.

Para ser Ativo, é necessário preencher quatro requisitos simultaneamente: 1. Bens e direitos;

2. De propriedade da empresa; 3. Mensurável monetariamente; 4. Benefícios presentes ou futuros.

Dinheiro é o ativo por excelência. Temporariamente, nos contentamos em ter ativos sob outra forma, a fim de, no futuro, termos mais dinheiro, que é, em última análise, o que interessa aos acionistas.

3.1.2 Passivo e Patrimônio Líquido

Passivo Exigível: Evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima (a prazo), imposto a pagar, financiamentos,

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empréstimos etc.

O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer será exigida a sua liquidação.

Patrimônio Líquido (PL)

Evidencia recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. O investimento inicial dos proprietários é denominado, contabilmente, Capital.

O Patrimônio Líquido não cresce apenas com novos investimentos dos proprietários, mas também, e isto é mais comum, com os Lucros resultantes do capital aplicado. O Lucro resultante da atividade operacional da entidade, obviamente, pertence, em última análise, aos  proprietários que investiram na empresa (remuneração ao capital investido).

Do Lucro em determinado período pela atividade empresarial, normalmente, uma parte é distribuída para os donos do capital (dividendos) e outra parte é reinvestida no negócio.

Origens e aplicações

O lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passivo Circulante e Não Circulante) como Capital Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda fonte de recursos, toda a origem de capital. Nenhum recurso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio Líquido.

O lado do Ativo é caracterizado pela aplicação dos recursos originados no Passivo e Patrimônio Líquido.

Dessa forma, fica simples entender por que o Ativo será sempre igual ao Passivo + Patrimônio Líquido (PL), pois a empresa somente pode aplicar aquilo que tem origem. Conclui-se que: Ativo=Passivo+Patrimônio Líquido.

Dessa forma , obtém-se a Equação Contábil Básica, que algebricamente, definimos: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Ou

ATIVO - PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO

3.1.3 TEORIA DAS CONTAS Conta

É o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos, obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos de Resultado (receitas e despesas). Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, como as compras, as vendas, os pagamentos, os recebimentos, são registrados em livros próprios através das contas.

Para representar o dinheiro disponível na empresa e sua movimentação, usamos a conta com o nome de Caixa e/ou Bancos, para representar os direitos a receber de clientes, usamos a conta com o título Clientes ou Duplicatas a Receber, para representar a obrigação que a empresa  possui junto a fornecedor, usamos a conta com o título Fornecedores ou Duplicatas a Pagar.

3.1.4 Balanço Patrimonial –  Grupo de Contas

Se demonstrássemos um Balanço Patrimonial cujo Ativo fosse um amontoado de contas de Bens e Direitos, teríamos dificuldades em ler, interpretar e analisar. Por isso o Balanço é

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Duas regras básicas orientam a distribuição de contas no Balanço Patrimonial:

a) Prazo: em contabilidade CURTO PRAZO significa normalmente o período de até um ano e longo prazo superior a um ano.

b) Grau de Liquidez Decrescente: os itens de maior liquidez são classificados em  primeiro plano. Os de menor liquidez em último lugar.

 No Passivo temos contas que se pagam rapidamente e contas que vão demorar muito tempo  para se pagar. Conseqüentemente, o terceiro grupo será de contas que não serão pagas. É o caso do Patrimônio Líquido, enquanto a empresa estiver em um processo de continuidade, não  precisa pagar seus donos.

 No Ativo, o que recebemos rapidamente está em primeiro lugar, depois, vem o que vamos demorar em receber. Nesta seqüência, em terceiro lugar, vem o grupo dos itens que a empresa não receberá, pois não estão a venda, mas destinados ao uso e à renda. Esses itens  permanecem muito tempo dentro da empresa.

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Circulante

Será transformado em dinheiro rapidamente

Não Circulante

Espera-se muito tempo para receber ou normalmente não se vende, não se recebe,  pois é para uso.

Circulante

Será pago rapidamente, no Curto Prazo

Não Circulante

Demora-se muito tempo para pagar

Patrimônio Líquido

 Não precisa pagar enquanto a empresa estiver em continuidade

3.1.5 Grupo de Contas do Ativo

Os itens do Ativo são agrupados de acordo com a rapidez com que podem ser convertidos em dinheiro.

Ativo Circulante

O dinheiro (Caixa ou Bancos), que é o item mais líquido, é agrupado com outros itens que serão transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja, dentro de um ano: Contas a Receber, Investimentos Temporários, Estoques. Este grupo denomina-se

Ativo Circulante

 Caixa e Equivalente de Caixa: Valores a disposição em caixa e bancos para uso de imediato.

 Contas a Receber: são valores ainda não recebidos decorrentes de vendas de mercadorias ou prestação de serviços a prazo. São valores a receber de clientes, também denominados duplicatas a receber.

 Estoques: são mercadorias a serem revendidas. No caso de indústria, são os produtos acabados, bem como matéria-prima e outros materiais secundários que compõem o  produto em fabricação.

 Investimento Temporário: são aplicações realizadas normalmente no mercado financeiro com excedente de caixa. São investimentos por um curto período, pois, tão

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logo a empresa necessite do dinheiro, ela se desfaz da aplicação.

Deduções do Ativo Circulante:

 Contas a Receber: a parcela estimada pela empresa que não será recebida em decorrência dos maus pagadores deve ser subtraída de Contas a Receber, com o título Ajuste para Devedores Duvidosos.

 Duplicatas Descontadas

Ativo não Circulante Realizável a Longo Prazo

São os ativos de menor liquidez, transformando-se em dinheiro mais lentamente que o Ativo Circulante.

 Neste item, são classificados os empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a diretores, acionistas etc. Além dos Títulos a Receber no Longo Prazo.

Investimento, Imobilizado e Intangível

São aqueles ativos que dificilmente serão vendidos, pois sua característica básica é não se destinarem à venda. São itens usados por vários anos e sua reposição, ao contrário do Circulante, é lenta. Seus valores não variam constantemente.

 Nestes grupos de contas encontram-se prédios, instalações, equipamentos, móveis, utensílios..., pelo seu valor bruto. Como dedução do valor bruto encontra-se a Depreciação Acumulada que é a perda da capacidade pelo desgaste ou pela deterioração tecnológica daqueles ativos de produzirem eficientemente. São os grupos:

 Investimento: as participações que não se destinam a venda em outras sociedades (investimento em Coligadas e Controladas) e outras aplicações de característica  permanente que não se destinam a manutenção da atividade operacional da empresa, tais como: imóveis alugados a terceiros, não de uso, mas para renda), obras de arte etc.  Imobilizado: as aplicações que tenham por objetivo, bens destinados à manutenção da atividade operacional da empresa, tais como: imóvel, instalações, móveis e utensílios, veículos, máquinas e equipamentos, etc.

 Intangível: são valores que representam bens incorpóreos, como marcas, patentes, direitos de concessão, direitos de exploração, direitos de franquia, direitos autorais, gastos com desenvolvimento de novos produtos, ágio pago por expectativa de resultado futuro (fundo de comércio, ou goodwill), etc.

3.1.6 Grupos de Contas do Passivo

Há uma analogia com o Ativo em termos de liquidez decrescente, só que naquele caso (Ativo) aparecerão as contas que se converterão mais rapidamente em dinheiro e, por outro lado, no Passivo serão destacadas, prioritariamente, as contas que deverão ser pagas mais rapidamente.

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Passivo Circulante

São as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano (Curto Prazo): Contas a Pagar, Dívidas com Fornecedores de Mercadorias ou Matérias-primas, os Impostos a Recolher, os Empréstimos Bancários com vencimento nos próximos 360 dias, as despesas geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: Imposto de Renda, Férias, 13 Salário, Salários a Pagar, Encargos Sociais a Pagar etc.

Passivo não Circulante

São as dívidas da empresa que serão liquidadas com prazo superior a um ano: Financiamentos  bancários, Títulos a Pagar, parcelamentos de tributos etc.

Patrimônio Líquido (PL)

O PL representa os investimentos dos proprietários (Capital), mais o Lucro Acumulado, no decorrer dos anos retido na empresa, ou seja, não distribuído e ainda não incorporado ao Capital e as reservas.

O Patrimônio Líquido está assim dividido: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Capital Social –  Compreende o Investimento Inicial dos sócios ou Acionistas, bem como os

aumentos posteriores, realizados mediante a alteração do instrumento constitutivo (Contrato Social ou Estatuto), podendo ser aumentado por novas subscrições de ações ou através da incorporação de reservas e lucros.

Reservas de Capital - São de modo geral, encontradas nas sociedades por ações, tais como: - Ágio por Subscrição de Ações: Decorrente da emissão de ações oferecidas aos

subscritores a um preço superior ao seu valor nominal ou ao seu valor patrimonial, isto quando se tratar de ações de valor nominal.

- Produto de Alienação de partes Beneficiárias: São títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao Capital Social, que conferem aos seus titulares direito de credito eventual contra a Companhia, consistente na participação dos lucros anuais. - Bônus de Subscrição: São Títulos negociáveis emitidos pela Companhia dentro do

limite de aumento de Capitais, autorizado nos estatutos, que conferem aos seus titulares o direito de subscrever ações do Capital Social, que será exercido mediante a apresentação do titulo a Companhia e pagamento do preço de emissão de ações.

Ajustes de Avaliação Patrimonial - enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos em Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Reservas de Lucros –  Compreende os valores constituídos pela apropriação dos lucros da

empresa, devendo ter uma destinação especifica. As principais reservas são: Legal, Estatística, para Contingências, de Retenção de Lucros e Lucros a Realizar.

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- Reservas Estatutárias: Esta modalidade de Reserva de lucro está prevista no Artigo 194 da lei 6.404/76, que dispões: O Estado poderá criar reservas desde que, para cada um, indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade, fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e estabeleça o limite máximo da reserva.

- Reservas para Contingências: Há hipóteses de diminuição de lucros decorrentes de  perda previsível, cujo valor poderá ser estimado. Nesses casos a Assembléia Geral  poderá destinar parte do lucro liquido a formação de reserva com a finalidade de compensar em exercício futuro essa provável diminuição. Deverá ser feita a reversão da reserva no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda, isto é, na eventualidade de não ser utilizada total ou parcialmente deverá ser revertida em lucro e distribuída aos sócios.

- Reserva de Lucros: A Assembléia Geral, por propostas dos órgãos de administração  poderá deliberar reter parcela do lucro liquido do exercício previsto em orçamento de capital por ela previamente aprovado. O orçamento poderá ter a duração de até cinco anos, salvo casos de aplicação, por prazo maior, em projeto de investimentos.

- Reservas de Lucros a Realizar: A Assembléia Geral, por proposta dos órgãos de administração poderá, no exercício em que os lucros a realizar ultrapassarem o total das reservas legal estatuarias, para contingências e retenção de lucros, destinar o excesso à constituição de Reservas de Lucros: esta reserva, como a retenção de lucros, não poderá ser aprovada em prejuízo da distribuição dos dividendos obrigatórios.

Prejuízos Acumulados –   Compreende os valores provenientes de resultado de exercícios

anteriores e atual e poderá ser amortizado com reservas ou constarem no Balanço como elemento retificado, isto é, por dedução.

Respectivos saldos de lucros acumulados precisam ser totalmente destinados por proposta da administração da companhia no pressuposto de sua aprovação pela assembléia geral ordinária. Observe-se que a obrigação de essa conta não conter saldo positivo aplica-se unicamente às sociedades por ações.

Essa conta continuará nos planos de contas, e seu uso continuará a ser feito para receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias formas e destinar valores para reservas de lucros.

Desta forma, para as sociedades por ações, o saldo respectivo deverá ser  composto apenas  pelos eventuais prejuízos acumulados (saldo devedor), não absorvidos pelas demais reservas.

Contas Retificadoras Do Patrimônio Líquido  – São contas redutoras de saldo devedor. As

 principais são:

- Capital a Integralizar: Refere-se a parte do Capital Social subscrita pelos Sócios ou Acionistas, mas que ainda não foi realizada, isto é, não foi paga a empresa.

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3.1.9 Visão Sintética do Balanço Patrimonial

ATI VO PASSI VO E PATRI M ÔNIO LÍQUI DO

Circulante

São contas que estão constantemente em giro - em movimento –  sendo que a conversão em

dinheiro será, no máximo em 12 meses após a data do balanço ou balancete.

Não Circulante

Realizável à Longo Prazo

São Bens e Direitos que se transformarão em dinheiro um ano após o levantamento do Balanço.

Investimento

São as inversões financeiras de caráter  permanente que geram rendimentos que não são necessários à manutenção da atividade fundamental da empresa.

Imobilizado

São itens de natureza permanente que serão utilizados para a manutenção da atividade  básica da empresa.

Intangível:

São valores que representam bens incorpóreos.

Circulante

São obrigações exigíveis que serão

liquidadas no próximo exercício social, nos  próximos 12 meses após o levantamento do  balanço ou balancete.

Não Circulante

São as obrigações exigíveis que serão liquidadas com prazo superior a um ano, Dívidas a longo prazo.

Patrimônio Líquido

São os recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos significam o Capital mais o seus rendimentos: Lucro e Reservas.

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4. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

É a expressão máxima juntamente com o Balanço Patrimonial, da evidenciação contábil emanada da aplicação criteriosa dos procedimentos de escrituração e ajuste, tudo obedecendo aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, prioritariamente à Competência.

A Demonstração de Resultado do Exercício é um resumo ordenado das Receitas e Custos/Despesas da empresa em determinado período. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).

A preocupação na elaboração de Relatório Contábil é a riqueza de detalhes, sem complicações, no sentido de propiciar um maior número de informações para a tomada de decisões. Os valores deduzidos, chamados de custos/despesas, são agrupados de acordo com suas características.

4.1 Critérios de Classificação das Contas de Resultado

As contas de Resultado compreendem dois elementos. De um lado temos as Receitas que representam ganho (faturamento), ou seja, fontes de recursos para a empresa. De outro lado temos as Despesas/Custos que representam gastos ocorridos em um determinado período, correspondentes a realizações de receitas. Esses gastos podem ocorrer com a fabricação do  produto, vendas, administração, etc. As Despesas/Custos correspondem a Aplicações de

Recursos.

As contas de Resultado são apresentadas em um quadro chamado “Demonstração do

Resultado do Exercício”.

A Demonstração do Resultado do Exercício discriminará:

1. A Receita Bruta das Vendas e Serviços, as Deduções das Vendas, os Abatimentos e os Tributos (Impostos e Contribuições) sobre vendas;

2. A Receita Liquida das Vendas e Serviços, o Custo das /Produtos/Serviços e o Lucro Bruto;

3. As Despesas com Vendas, as Despesas Gerais e Administrativas, e outras Despesas Operacionais;

4. Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras; 5. Receitas e Despesas Financeiras;

6. Resultado antes dos Tributos s/Lucros; 7. Despesas com tributos sobre os Lucros;

8. Resultado Líquido das Operações Continuadas;

9. Vendas/Custos (Vendas de itens do não circulante) Resultado de Operações Descontinuadas;

10. Lucro ou Prejuízo Líquido do Período.

 Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) As Receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda;

 b) Os Custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.

(15)

4.2 Detalhes de Informação da Demonstração do Resultado do Exercício.

A preocupação na elaboração de um Relatório Contábil é a riqueza de detalhes, sem complicações, no sentido de propiciar um maior numero de informações para a tomada de decisões. As parcelas dedutivas (subtrativas), que chamamos de custo e despesas, são agrupadas de acordo com suas características.

Vamos admitir uma indústria elaborando o resultado para os usuários dos relatórios contábeis:

Receita Bruta  Total Geral das Vendas

(-) Deduções  neste grupo incluem-se todos os valores que não representam

sacrifícios financeiros (esforços) para a empresa, mas que são meros ajustes para se chegar a um valor mais indicativo que é Receita Liquida, como, por exemplo, Impostos cobrados do

momento da venda.

 ________________________________________________________________________ Receita Líquida

(-) Custos do Período  são somente os gastos da fábrica (gastos de produção), incluindo

matéria-prima, mão-de-obra, depreciação de

 bens da fábrica, aluguel da fábrica, energia elétrica da fábrica etc.

 ________________________________________________________________________

Lucro Bruto

(-) Despesas  são os gastos de escritório, gastos para administrar

(despesas administrativas) a empresa como um todo: desde o esforço para colocar os produtos ao cliente (despesas de vendas: propaganda, comissão).

 ________________________________________________________________________

Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras

(-/+) Receitas e

Despesas Financeiras  são valores de aplicações financeiras ou despesas financeiras.

 ________________________________________________________________________

Resultado antes dos Tributos s/Lucros

(-)Despesas com tributos

sobre os Lucros  são valores de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre

o lucro.

 ________________________________________________________________________

(=) Resultado Líquido das Operações Continuadas

(-/+)Vendas/Custos (Vendas de itens do não circulante) Resultado de Operações Descontinuadas;

 ___________________________________________________________________

(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Período

Veremos grupo por grupo da Demonstração do Resultado:

a) Receita Líquida

Receita Bruta (-) Deduções

(16)

A Receita Bruta é o total bruto vendido no período. Nela estão inclusos os impostos sobre vendas (os quais pertencem ao governo) e dela não foram subtraídas as devoluções (vendas canceladas) e os abatimentos (descontos) ocorridos no período.

Impostos e contribuições esobre vendas são aqueles gerados no momento da venda; variam  proporcionalmente à venda, ou seja, quanto maior for o total de vendas, maior será o imposto.

São os mais comuns:

 IPI –  Imposto sobre Produtos Industrializados (governo federal);  ICMS  –   Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

(governo estadual);

 ISS  –   Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza (governo municipal);

 PIS  –   Programa de integração Social  –   taxa sobre o faturamento (governo federal);

Admita-se que uma empresa, indústria, tenha emitido uma nota fiscal de venda cujo preço do  produto seja de $ 10.000.000 mais 30% de IPI. O ICMS está incluso no preço do produto

(aparece no rodapé da Nota Fiscal):

 Nota Fiscal _______________ Cia.

 __________ _______________ R...  __________ _______________ S/P São Paulo

Preço do Produto 10.000.000

+ IPI 3.000.000

Preço Total 13.000.000

ICMS incluso no preço 18% x ...

$ 10.000.000 = 1.800.000 DRE Receita Bruta $ 13.000.000 (-) Deduções IPI $ (3.000.000) ICMS $ (1.800.000) Receita Líquida $ 8.200.000

 Na verdade, os impostos e contribuições sobre vendas não pertencem à empresa, mas ao governo. Ela é mera intermediaria que arrecada impostos junto ao consumidor e recolhe ao governo; por isso, não devem ser considerados como receita real da empresa (uma vez que, normalmente, quem paga esses impostos é o consumidor final e não a empresa).

Devoluções (vendas canceladas) são mercadorias devolvidas por estarem em desacordo com o  pedido (preço, qualidade, quantidade, avaria). O comprador, sentindo-se prejudicado, devolve

total ou parcialmente a mercadoria. Às vezes, a empresa vendedora, na tentativa de evitar devolução, propõe um abatimento no preço (desconto) para compensar o prejuízo ao comprador. Tanto a devolução como o abatimento aparece deduzindo a Receita Bruta na Demonstração de Resultado.

Suponha que a Companhia Desequilibrada tenha vendido $ 5.000.000 de mercadorias de má qualidade, metade para o comprador A e metade para B. A empresa A devolveu 20% do lote e a empresa B aceitou a proposta da Companhia Desequilibrada de 10% de abatimento para

(17)

DRE Receita Bruta $ 5.000.000 (-) Deduções Devolução $ (500.000) Abatimentos $ (250.000) Receita Líquida $ 4.250.000

Portanto, deduções são ajustes (e não despesas) realizados sobre a Receita Bruta para se apurar a Receita Líquida. O que interessa para a empresa é efetivamente a Receita Líquida,

que é o que sobra em termos de receita. Ajuste significa que não houve sacrifício financeiro ou esforço para obter a receita.

b) Lucro Bruto

Receita Bruta (-) Deduções_______

Receita Líquida (-) Custo das Vendas_

Lucro Bruto

Lucro Bruto  é a diferença entre a Venda de Mercadorias e o Custo dessa Mercadoria Vendida, sem considerar despesas administrativas, de vendas e financeiras. Para uma empresa  prestadora de serviços o raciocínio é o mesmo: Lucro Bruto é a diferença entre a Receita e o

Custo do Serviço Prestado sem considerar aquelas despesas referidas supra.

O Lucro Bruto, após cobrir o custo de fabricação do produto (ou o custo da mercadoria adquirida para revenda, ou o custo do serviço prestado), é destinado à remuneração das despesas de vendas, administrativas e financeiras, bem como à remuneração do governo (imposto de renda) e dos proprietários a empresa (Lucro Líquido).

c) Custo das Vendas

A expressão custo das vendas é bastante genérica, devendo, por essa razão, ser especificada  por setor na economia:

 Para empresas industriais o custo das vendas é denominado Custo do

 Produto Vendido (CPV);

 Para empresas comerciais o custo das vendas é denominado Custo das Mercadorias Vendidas (CMV);

 Para empresas prestadoras de serviços o custo das vendas é denominado Custo dos Serviços Prestados (CSP).

É importante ressaltar que só aparece aqui o custo referente aos bens ou serviços vendidos. Dessa forma, existe o chamado confronto, ou seja, a associação entre o bem vendido e o quanto custou aquele bem.

(18)

d) Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras

Receita Bruta

(-) Deduções__________ Receita Líquida

(-) Custo das Vendas____ Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras

Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras é obtido através da diferença entre o Lucro Bruto e as despesas operacionais.

Despesas operacionais

São esforços/sacrifícios que empresa faz, no período para obter a receita.

As despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e financiar as operações. Enfim, são todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa. Os principais grupos de Despesas Operacionais são especificados a seguir:

Despesas de vendas: Abrangem desde a promoção do produto até sua colocação junto ao consumidor (comercialização e distribuição). São despesas com o pessoal da área de venda, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, marketing, estimativa de perdas com duplicatas derivadas de vendas a prazo (provisão para devedores duvidosos) etc.

Despesas administrativas: São aquelas necessárias para administrar (dirigir) a empresa. De maneira geral, são gastos nos escritórios que visam à direção ou à gestão da empresa. Pode-se citar como exemplos: honorários administrativos, salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis de escritório, materiais de escritório, seguro de escritório, depreciação de moveis e utensílios, assinaturas de jornais etc.

e) Resultado antes dos Tributos sobre Lucros

Receita Bruta

(-) Deduções__________ Receita Líquida

(-) Custo das Vendas____ Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras (-/+)Receitas e Despesas Financeiras

Resultado antes dos Tributos s/Lucros

Resultado antes dos Tributos sobre lucros é obtido através da diferença entre o Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras e as Receitas e Despesas Financeiras.

(19)

As despesas financeiras devem ser compensadas com as Receitas Financeiras, isto é, estas receitas são deduzidas daquelas despesas, havendo indicação de cada uma delas.

As receitas de natureza financeira são as derivadas de aplicações financeiras (no mercado financeiro), juros de mora recebidos, descontos obtidos etc.

Variações Monetárias: Como próprio título já indica, variações monetárias significam variações da moeda.

Se Uma empresa, inicialmente, possui uma dívida de 100.000 (cem mil) dólares, no final do ano, em termos reais, continua devendo cem mil dólares.

Raciocine, agora, em reais: se o dólar fosse cotado a R$ 3,00 no início, a dívida seria de R$ 300.000; admita que no fim do ano o dólar estivesse cotado a R$ 5,00, totalizando a dívida em R$ 500.000.

Observa-se que o acréscimo nominal da dívida foi de R$ 200.000, embora, em termos reais, a divida continue a mesma: US$ 100.000.

Este acréscimo nominal, em virtude da variação da moeda nacional, é contabilizada no subgrupo Variação Monetária, com o título da Variação Cambial , de forma destacada, no

item Despesa Financeira.

Esta variação monetária é conhecida como “passiva”, pois decorre de uma dívida (passivo).

Se fosse o contrário, uma cifra a receber em dólar (ou qualquer moeda estrangeira), teríamos a Variação Monetária Ativa. Nesse último caso, seria tratado como receita, aumentando o resultado.

f ) Resultado líquido das Operações Continuadas

Receita Bruta

(-) Deduções__________ Receita Líquida

(-) Custo das Vendas____ Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras (-/+)Receitas e Despesas Financeiras

Resultado antes dos Tributos s/Lucros (-) Despesas com tributos sobre os Lucros Resultado Líquido das Operações Continuadas

Resultado Líquido das Operações Continuadas  é obtido através da diferença entre o Resultado antes dos Tributos sobre Lucros e as despesas com Tributos sobre Lucros.

Calcula-se o valor de imposto de renda e Contribuição Social a pagar e deduz-se tal valor do Resultado antes dos Tributos sobre lucros.

Ressalte-se que a base de cálculo destes Tributos não é exatamente o lucro apurado pela Contabilidade, mas aquele lucro ajustado às disposições da legislação, podendo ser calculado  pelo Lucro Real ou Lucro Presumido.

(20)

g) Resultado Líquido do Período

Receita Bruta

(-) Deduções__________ Receita Líquida

(-) Custo das Vendas____ Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras (-/+)Receitas e Despesas Financeiras

Resultado antes dos Tributos s/Lucros (-) Despesas com tributos sobre os Lucros Resultado Líquido das Operações Continuadas (-/+) Vendas/Custos de Operações Descontinuadas Resultado Líquido do Período

Resultado Líquido do Período é obtido através da diferença entre o Resultado Líquido das Operações Continuadas e as Vendas e/ou Custos de Operações Descontinuadas

.

As vendas e custos não relacionadas diretamente com o objetivo do negócio da empresa são classificadas como Vendas e/ou Custos de Operações Descontinuadas. Normalmente, trata-se de ganhos ou perdas e são aleatórias.

São exemplos:

 Ganhos ou Perdas de Capital: São os lucros ou prejuízos na venda de itens do ativo: venda de um veículo (imobilizado), com lucro ou prejuízo; venda de máquinas e equipamentos (imobilizado), com lucro ou prejuízo; venda com lucro ou prejuízo de ações (investimentos) etc.

A sobra pertencente aos proprietários (ou à entidade). Após a apuração do Lucro Depois do Imposto de Renda, faz-se as deduções das participações, previstas nos estatutos: de debêntures, de empregados, de administradores e partes beneficiárias e das contribuições para instituições ou fundos de assistência de empregados.

Após essas deduções, encontra-se o Lucro Líquido que é a sobra líquida a disposição dos sócios ou acionistas.

Participação no Lucro

Debêntures. As companhias podem solicitar empréstimos ao publico em geral pagando juros  periódicos e concedendo amortizações regulares. Para tanto, emitirão títulos a longo prazo

com garantias: são as debêntures.

A debênture poderá assegurar ao seu titular, além de juros e correção monetária, participação

no lucro da companhia.

Empregados e administradores. É um complemento à remuneração de empregados e administradores. Normalmente, é definido no estatuto ou contrato social um percentual sobre o lucro.

Partes Beneficiárias. Normalmente, são concedidas às pessoas que tiverem atuação relevante nos destinos da sociedade (tais como fundadores, restauradores, etc). São títulos negociáveis, sem valor nominal, que a companhia pode criar a qualquer tempo. Os titulares desse título tem direito à participação (prevista em estatutos) nos lucros anuais.

(21)

quadro de funcionários, às previdências particulares, no sentido de complementar aposentadoria etc. que, definidas no estatuto, serão calculadas e deduzidas como uma  participação nos lucros anuais.

Lucro Líquido por ação

Depois de deduzidas do resultado as participações e contribuições, o que remanescer é o Lucro Líquido.

Divide-se o Lucro Líquido pela quantidade de ações em que está dividido o capital da empresa, obtém-se o Lucro Liquido por Ação do Capital Social.

Distribuição do lucro e demonstração de lucro ou prejuízo acumulados

Como já vimos, o lucro Líquido é a sobra Líquida à disposição dos proprietários da empresa. Os proprietários decidem a parcela do lucro que ficará retida na empresa e a parte que será distribuída aos donos do capital (Dividendos). Essa distribuição aparece nas demonstrações seguintes: Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

(22)

5. PLANO DE CONTAS

Um Plano de Contas deve registrar as contas que serão movimentadas pela contabilidade em decorrência das operações da empresa ou, ainda, contas que, embora não movimentadas no  presente, poderão ser utilizadas no futuro.

 Na prática, o Plano de Contas é numerado ou codificado de forma racional, o que facilita a contabilização. O elenco de contas e o grau de pormenores num plano de contas dependem do volume e da natureza dos negócios de uma empresa.

O Plano de Contas proposto foi codificado da seguinte maneira:

 Inicia-se com a unidade 1 para todas as contas do Ativo; com a unidade 2 para todas as contas do Passivo; com a unidade 3 para todo as contas do Patrimônio Líquido; 4 para todas as contas de Receita e Deduções das Receitas; e 5 para as contas Dedutivas no Resultado (Custo, Despesas, Participações etc.).

 Em seguida adiciona-se um segundo número que representa o grupo de contas do Ativo, Passivo, e assim por diante.

 O terceiro digito significa a conta do grupo.

A seguir sugere-se um miniplano de contas, relativo a uma indústria:

BAL ANÇO PATRI M ONIAL

1- ATIVO 2- PASSIVO

1.1 Ativo Circulante

1.1.1 Caixa e Equivalente de Caixa 1.1.1.1 Caixa

1.1.1.2 Bancos

1.1.2 Duplicatas a Receber 1.1.2.1 Duplicatas a Receber

1.1.2.2 (-) Ajustes Devedores Duvidosos 1.1.2.3 (-) Duplicatas Descontadas 1.1.3 Estoques

1.1.3.1 Matérias Primas 1.1.3.2 Produtos Acabados 1.2 Ativo Não Circulante

1.2.1 Realizável a Longo Prazo 1.2.1.1 Empréstimos a Empresas 1.2.1.2 Empréstimos a Diretores 1.2.2 Investimento

1.2.2.1 Aplicações em Cias. Coligadas e Controladas 1.2.2.2 Imóveis para Renda

1.2.2.3 Terrenos 1.2.3 Imobilizado 1.2.3.1 Imóveis em uso

1.2.3.2 (-) Depreciação Acumulada de Imóveis em Uso 1.2.3.3 Veículos

1.2.3.4 (-) Depreciação Acumulada de Veículos 1.2.3.5 Móveis e Utensílios

1.2.3.6 (-) Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios

2.1 Passivo Circulante 2.1.1 Fornecedores 2.1.1.1 Fornecedor A 2.1.1.2 Fornecedor B

2.1.2 Obrigações Trabalhistas e Encargos Sociais 2.1.2.1 Salários a Pagar 2.1.2.2 Décimo Terceiro 2.1.2.3 INSS 2.1.2.4 FGTS 2.1.3 Obrigações Tributárias 2.1.2.1 ICMS 2.1.2.2 Imposto de Renda 2.1.4 Empréstimos 2.1.4.1 Banco do Brasil 2.1.4.2 Banco Real 2.1.5 Contas Diversas 2.1.5.1 Aluguel 2.1.5.2 Energia

2.2 Passivo Não Circulante 2.2.1 Empréstimos 2.1.4.1 Banco do Brasil 2.1.4.2 Banco Real 3. Patrimônio Líquido 3.1 Capital 3.1.1 Capital Realizado 3.2 Reservas de Lucros 3.2.1 Reserva Legal 3.2.2 Reserva Estatutária 3.2 Prejuízos Acumulados

(23)

DE M ONSTRAÇÃ O DO RESULT AD O DO EXERCÍCI O 3 - RECEITAS 3.1 –  RECEITAS OPERACIONAIS 3.1.1 –  Receitas de Vendas 3.1.1.001 –  Venda de Produtos 3.1.1.002 - ( - ) Vendas Canceladas 3.1.1.003 - ( - ) ICMS sobre Vendas 3.1.1.004 - ( - ) PIS sobre Faturamento

4 - CUSTOS 4.1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO 4.1.1 - Produtos em Elaboração 4.1.1.001 - Produto em Elaboração - A 4.1.1.002 - Produto em Elaboração - B 4.1.1.003 - Produto em Elaboração - C 4.1.2 - Materiais 4.1.2.001 - Matéria-prima 4.1.2.002 - Materiais Secundários 4.1.2.003 - Materiais de Embalagem

4.1.3 - Mão de Obra Direta

4.1.3.001 - Salários

4.1.3.002 - Encargos Sociais

4.1.3.003 - Décimo Terceiro Salário 4.1.3.004 - Férias

4.1.4 - Mão de Obra Indireta

4.1.4.001 - Salários

4.1.4.002 - Encargos Sociais

4.1.4.003 - Décimo Terceiro Salário 4.1.4.004 - Férias

4.1.5 - Gastos Gerais de Fabricação

4.1.5.001 - Energia Elétrica 4.1.5.002 - Aluguéis 4.1.5.003 - Depreciação 4.1.5.004 - Prêmios de Seguro 5 - DESPESAS 5.1 –  DESPESAS OPERACIONAIS 5.1.1 –  Despesas com Vendas

5.1.1.001 - Comissões sobre Vendas 5.1.1.006 - Fretes e Carretos

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5.1.2 –  Despesas Administrativas 5.1.2.001 - Aluguel 5.1.2.002 - Energia Elétrica 5.1.2.003 - Água 5.1.2.004 - Correios 5.1.3 –  Receitas Financeiras

5.1.3.001 - Rendimentos de Aplicações Financeiras 5.1.3.002 - Descontos Obtidos 5.1.3.003 - Juros Ativos 5.1.4 –  Despesas Financeiras 5.1.4.001 - Despesas Bancárias 5.1.4.002 - Juros Passivos 5.1.4.003 - Descontos Concedidos

5.1 Utilização do Plano de Contas na Contabilidade e os Lançamentos Contábeis

Vamos admitir a constituição de uma empresa e normalmente, na constituição os proprietários se reúnem para estruturar um contrato que regerá as regras da sociedade. Numa empresa Ltda., esse contrato é denominado contrato social ; numa S.A., chama-se estatuto.

Uma das regras fundamentais refere-se ao valor do capital que os proprietários se responsabilizam em conceber a empresa. O compromisso assumido pelos proprietários é real,  pois assinam o contrato. Por isso, o montante de capital assumido por todos os proprietários

de conceder à empresa denomina-se Capital Subscrito (capital prometido).

Dessa forma, se os sócios se comprometem a dar $ 900.000 (em dinheiro ou em bens) para a empresa, esta tem direito de receber dos proprietários esse valor. Contabilmente, ocorre a seguinte situação: ATI VO PASSI VO E PL Direito Capital a Receber 900.000 (dos proprietários) Obrigações Capital Subscrito 900.000 (uma promessa)

“Capital a Receber” pode ser chamado também Capital a Integralizar ou Capital a Realizar:

significa cumprir a promessa, integralizar (realizar) em bens ou dinheiro. Quando os  proprietários integralizam todo o capital, a conta Capital a Integralizar desaparece.

Como exemplo vamos considerar uma Companhia Transportadora, onde na 1ª operação, a seguir, será considerado todo capital já integralizado.

Constituição do capital

1ª Operação: Depósito inicial de $ 300.000 por sócio no Banco do Brasil S.A., em 02-12-X1 (a empresa é formada por três sócios).

(25)

Próprio); que toda origem de recursos deve ser classificada no lado do Passivo e PL (obrigações exigíveis e não exigíveis, respectivamente); que toda aplicação de recursos deve ser classificada no lado do Ativo (Bens + Direitos).

Assim, há bons motivos para classificar Bancos Conta Movimento no Ativo: (1) é uma aplicação de recursos; (2) é um direito que a empresa adquire de sacar o dinheiro no momento em que assim desejar.

Por outro lado, nas Demonstrações Financeiras (Balanço Patrimonial), o Capital é uma conta do PL e Bancos do Ativo Circulante. Então:

BAL ANÇO PATRI M ONI AL E M 02-12-x1

ATIVO (Aplicação) PASSIVO E PL (Obrigações) (Origem)

Circulante

Bancos c/Mavimento 900.000 Patrimônio LíquidoCapital 900.000

Total 900.000 Total 900.000

 Nesta operação, ocorre um aumento do PL (que era zero) e um aumento do Ativo e, pelo  plano de contas apresentado, são utilizadas as contas 1.1.2 e 3.1.1.

Aquisição de bens a vista

2ª Operação: em 10-12-X1, a empresa adquire a vista (paga em cheque), um veiculo por $800.000.

BALANÇO PATRIMONIAL EM 10-12-X1

ATIVO (Aplicação) PASSIVO E PL (Origem)

Circulante Bancos c/Movimento 100.000  Não Circulante Imobilizado Veículo 800.000 Patrimônio Líquido Capital 900.000 Total 900.000 Total 900.000

Observe-se que o veículo adquirido foi pago (a vista) e o dinheiro, obviamente, foi tirado de  bancos; por isso o seu novo saldo passou para $ 100.000 (900.000-800.000).

Por outro lado, veiculo é uma aplicação, é um bem, por isso classificado no Ativo.

É importante lembrar o conceito de Balanço que se origina de balança de dois lados (deve-se  pensar, evidentemente, em balança de dois pratos). De fato, os totais são $ 900.000, tanto no

Ativo como no Passivo +PL.

Tem-se então, $ 900.000 de origem e $ 900.000 de Aplicação: a Aplicação será sempre igual à Origem, uma vez que a empresa não pode aplicar aquilo que não tem.

Observe-se ainda que o valor do Capital não se alterou com a compra de veículos, pois o Capital representa o valor nominal aplicado pelos proprietários, ou seja, o valor da dívida (não exigível) da empresa para os sócios.

(26)

Têm-se, veículos nesta operação, um aumento de uma conta do Ativo  –   Veículos e a

diminuição de outra conta do Ativo - Bancos, pelo mesmo valor. Portanto, houve apenas uma  permuta entre duas contas do Ativo.

Aquisição de bens a prazo

3ª Operação: em 12-12-X1, a empresa adquire Moveis e Utensílios (maquinas de escrever, calcular, escrivaninhas etc.) a prazo, com pagamento em seis parcelas iguais de $ 20.000, mediante a emissão de uma Nota Promissória.

BAL ANÇO PATRI M ONI AL E M 12-12-X1

ATIVO PASSIVO E PL Circulante Bancos c/ Movimento 100.000  Não Circulante Imobilizado Veículo 800.000 Móveis e Utensílios 120.000 Total do Não Circulante 920.000

Circulante

Títulos a Pagar 120.000 Patrimônio Líquido

Capital 900.000

Total do Ativo 1.020.000 Total Passivo e Pl 1.020.000

 Na aquisição de Moveis e Utensílios, houve a entrada de mais um bem (Aplicação de Recursos) na empresa. Por outro lado, quem originou a aplicação foi uma dívida com o fornecedor de móveis e utensílios. Como a dívida terá o prazo de pagamento de seis meses, foi classificada no Passivo Circulante (Curto Prazo: até 365 dias).

Observe-se que, embora não houvesse ainda pagamento, Móveis e Utensílios já era  propriedade da empresa e na Contabilidade era registrado pelo seu custo total de aquisição.  Nessa operação de aquisição de Moveis e Utensílios, adiciona-se uma conta de Passivo e uma

conta de Ativo.

Financiamento a longo prazo

4ª Operação: em 15-12-X1, a empresa adquire um financiamento, por três anos, no valor de $ 200.000.

BAL ANÇO PATRI M ONI AL E M 15-12-X1

ATIVO PASSIVO E PL Circulante Bancos c/Movimento 300.000  Não Circulante Imobilizado Veículo 800.000 Móveis e Utensílios 120.000 Total do Não Circulante 920.000

Circulante Títulos a Pagar 120.000  Não Circulante Financiamentos 200.000 Patrimônio Líquido Capital 900.000

Total do Ativo 1.220.000 Total Passivo e PL 1.220.000

 Normalmente, Empréstimos Bancários e Financiamentos obtidos pela empresa são depositados em sua conta bancária. Nesta operação ocorreu uma aplicação de $ 200.000 (ativo) e uma origem de idêntico valor. A origem (dívida) de recursos foi classificada no Passivo não Circulante, pois se trata de uma obrigação cujo vencimento supera 365 dias.

(27)

5ª Operação: em 31-12-X1, a empresa adquiriu Materiais de Escritório (lápis, clipes, grampeadores, etc,) por $ 50.000. Metade desse material foi pago a vista (em cheque) e metade será paga em 60 dias.

BAL ANÇO PATRI M ONI AL E M 31-12-X1

ATIVO PASSIVO E PL Circulante Bancos c/movimento 275.000 Mat. De Escritório 50.000 Total A. Circulante 325.000  Não Circulante Imobilizado Veículos 800.000 Móveis e Utensílios 120.000 Total do Não Circulante 920.000

Circulante Fornecedores 25.000 Títulos a Pagar 120.000 Total do Circulante 145.000  Não Circulante Financiamentos 200.000 Patrimônio líquido Capital 900.000

Total do ativo 1.245.000 Total do Passivo e Pl 1245.000

Com o pagamento de $ 25.000 (metade do valor da aquisição de Materiais para Escritório), do deposito em bancos é diminuída aquela quantia. A outra metade refere-se à promessa de  pagamento no futuro. A conta da dívida escolhida foi Fornecedores (poderia, no entanto, ser

Contas a Pagar).

 Nesta operação, movimentam-se três contas: Pela aquisição (aplicação):

$ 50.000 Materiais p/ escritório Pelo pagamento (origem):$ 25.000 Bancos c/Movimento $25.000 Fornecedores (2.1.1)

5.2 Lançamentos Contábeis

a) Método das partidas dobradas

Este método foi desenvolvido pelo Frei Luca Paciolo, na Itália, século XV e é universalmente aceito.

O método consiste no fato de que para qualquer operação há um débito e um crédito de igual valor ou um débito (ou mais débitos) de valor idêntico a um crédito (ou mais créditos). Portanto, não há débitos sem créditos correspondentes. Toda operação no mundo dos negócios

é uma “estrada de mão dupla”. Por exemplo, quando se compra uma mercadoria, recebe-se um

 bem (a mercadoria). Como contrapartida, dá-se outro bem (dinheiro) ou uma promessa de  pagamento no futuro. Todas as operações, assim, envolvem aspectos duplos.

Exemplos de Partidas Dobradas.

Aquisição a vista de uma máquina por $ 350.000:

 __Bancos c/Movimento__ ___Máquinas__

350.000 350.000

Débito 350.000 Crédito 350.000

(28)

b) Razonete

É uma representação gráfica em forma de T bastante utilizada pelos contadores. É um instrumento didático para desenvolver o raciocínio contábil. Por meio do razonete são feitos os registros individuais por conta.

Como o balanço, o razonete tem dois lados; a parte superior do razonete, coloca-se o titulo da conta que será movimentada.

Balanço Patrimonial __Razonete__ Ativo Passivo  Título da Conta

Para cada conta do Balanço Patrimonial abre-se um razonete e nele realiza-se a movimentação. De um lado dele registram-se os aumentos, de outro, as diminuições. A natureza da conta determina que lado deve ser utilizado para aumentos e que lado deve ser utilizado para diminuições.

c) Débito e crédito

Tecnicamente, seria inadequado denominar lado esquerdo e lado direito da conta (ou do razonete). O lado esquerdo chama-se débito e o lado direito de crédito.

Razonetes

 ______Contas de Ativo____ ___Contas de Passivo e PL__  ___ __Débito____Crédito__ ___Débito____ Crédito____

lado esquerdo lado direito lado esquerdo lado direito

Dessa forma, resumindo-se, debitar significa lançar valores no lado esquerdo de um razonete, creditar significa lançar valores no lado direito de uma conta (ou razonete).

Regras Gerais

 Todo aumento de Ativo (lança-se no lado

esquerdo do razonete): debita-se.

 Toda diminuição de Ativo (lança-se no lado direito do razonete): credita-se.

 Todo aumento de Passivo e PL (lança-se no direito do razonete): credita-se

 Toda diminuição de Passivo e PL (lança-se mo lado esquerdo do razonete): debita-se.

Regras para Conta de Resultado : Receita/Custo/Despesa

A contabilização das contas de resultados, como será visto adiante, é decorrente da própria contabilização das contas de balanço. Daí a necessidade de rápida recordação.

(29)

BALANÇO PATRIMONIAL

Contas de Ativo Contas de Passivo e PL

Qualquer conta de Ativo Débito Crédito Aumento de Diminuição

Conta de de conta Ativo de Ativo

Qualquer conta de Passivo e PL Débito Crédito Diminuição Aumento de de conta de conta de Passivo e PL Passivo e PL

Observe que, conhecendo a regra de contabilização das contas do Ativo, automaticamente sabe-se a regra das contas do Passivo e do PL, que é exatamente o oposto. Para conhecer a regra de contabilização das contas de Ativo basta lembrar que o Ativo é o lado esquerdo do  balanço; o débito é do lado esquerdo da conta (razonete); portanto, aumentando o Ativo, por coerência registra-se o valor do acréscimo no lado esquerdo da conta; debita-se, e assim sucessivamente.

É fácil compreender que toda receita aumenta o lucro: quanto maior a receita, maior o lucro; que todo lucro não distribuído aumenta o Patrimônio Líquido; quando maior o lucro, maior o reinvestimento pelos proprietários, maior o PL. Assim:

Ora foi visto no item anterior, nas regras de contabilização, que o Passivo e o PL deveriam ser creditados pelos aumentos e debitados pelas diminuições. Se toda receita aumenta o PL, toda receita será creditada. A regra primeira, portanto, é: toda receita ou ganho deve ser creditado. Inversamente à receita, toda despesa reduz o lucro e, conseqüentemente, o Patrimônio Líquido. Se, toda despesa diminui o PL, toda despesa deve ser debitada. A segunda regra,  portanto, é: toda Despesa, Custo, Perda... será debitada.

RESUM O GERAL

Natureza das contas Débito Crédito

Contas de ativo Contas de Passivo e PL Contas de Resultado Aumento Diminuição Despesa Diminuição Aumento Receita

Apuração contábil do resultado

Em cada período (exercício social) se apura o resultado (Lucro ou Prejuízo).

Dessa forma, confronta-se toda a despesa que compete a determinado período com toda a Receita que, igualmente, compete a este determinado período. Então, não se pode confundir Despesa consumida (incorrida) em 20X1 com despesa consumida (incorrida) em 20X2. Da mesma forma será tratada a Receita. Em cada final de período contábil, somam-se todas as despesas e as receitas. No ano seguinte, próximo período contábil, inicia-se do zero o novo computo das Despesas e Receitas.

Por isso se fala em “Independência Absoluta de Períodos Contábeis” relacionada com o

Princípio da Competência de Exercícios.

(30)

6. LIVROS CONTÁBEIS a) Razão

Razão é um livro exigido pela legislação brasileira. Em virtude de sua eficiência, é indispensável em qualquer tipo de empresa: é o instrumento mais valioso para o desempenho da Contabilidade. Por isso, do ponto de vista contábil, é um livro muito importante.

Consiste no agrupamento de valores em contas de mesma natureza e de forma racional. Em outras palavras, o registro no Razão é realizado em contas individualizadas; tem-se assim um controle por conta. Por exemplo, abre-se uma conta Caixa e registram-se todas as operações que, evidentemente, afetam o Caixa; debitando-se ou creditando-se nesta conta, a qualquer momento apura-se o saldo.

Pela descrição anterior pode-se concluir que a Razão e o Razonete são a mesma coisa. Na realidade, o Razonete deriva do Razão; o Razonete é uma forma simplificada, uma forma didática do Razão.

a. Exemplo de Razão

Com base em um Razonete, observar o que é e como funciona uma ficha Razão. A Cia K.  Nova tem $ 1.000.000 em caixa e compra, a vista, em 20-02-XX, Equipamentos por $

800.000.  __________Caixa___________ Equipamentos_____ D C D C SI 1.000.000 800.000 800.000 200.000 Saldo Saldo Devedor (D) Devedor (D)

Um Modelo Simples De Ficha Razão

Conta: Caixa Código: 1.1.1 (Plano de Contas) Data Histórico Débito Crédito D/C ValoresSaldo

- Saldo já existente - - D 1.000.000

20-02-XX Compra Equipamentos - 800.000 D 200.000

Conta: Equipamentos Código: 1.3.8 (Plano de Contas) Data Histórico Débito Crédito D/C ValoresSaldo

20-02-XX Aquisição a Vista 800.000 - D 800.000

(31)

b) Diário

É um livro obrigatório (exigido por lei) em todas as empresas. Registra os fatos contábeis em  partidas dobradas na ordem rigorosamente cronológica do dia, mês e ano.

O livro Diário deve ser encadernado com folhas numeradas seguidamente, devendo os registros ser feitos diariamente. Portanto, o Diário registra oficialmente todas as transações de uma empresa.

O livro diário devem conter termos de abertura e de encerramento e ser submetidos à autenticação do órgão competente do Registro do Comércio.

Os registros básicos de um livro Diário Geral são:  Data da operação (transação)

 Título da conta de Débito e da Conta de Crédito  Valor do débito e do crédito.

 Histórico: alguns dados fundamentais sobre a operação em registros: numero da nota fiscal, cheque, terceiros envolvidos etc.

a. Exemplo de escrituração no Diário

Suponha-se que em fevereiro de 20XX a empresa Bascos & Cia. faça as seguintes operações:

 20/02: compra de equipamento a vista da Calígula & Cia. Conforme  Nota Fiscal serie B nº 25.451, por $ 800.000.

 26/02: deposita no Banco do Brasil S.A. a quanta de $ 900.000.  _______Caixa___________ ______Equipamentos_______

$$$$ 800.000 (20/02) (20/02) 800.000 900.000 (26/02)

 ____Bancos c/ Movimento___ (26/02) 900.000

Data Títulos das Contas e Histórico Código

da Conta Débito Crédito 20XX Fev. 20 26 -Equipamentos Caixa

 N.F.25.451 –  Serie B Calígula &Cia

Bancos c/ Movimento Caixa

Deposito no Banco do Brasil S.A.

-800.000 900.000 800.000 900.000

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